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ESTRUTURA E DINÂMICA DO PROCESSO GRUPAL PROFa. ESP. MARTA GARCIA

AULA2Estrutura e dinâmica do Processo Grupal

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ESTRUTURA E DINÂMICA DO PROCESSO GRUPAL

PROFa. ESP. MARTA GARCIA

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Visível

InvisívelA Era do conhecimento, baseada no capital intelectual, tem como principal diferencial a valorização da capacidade de inovar e de empreender das pessoas.

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“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana,

seja apenas outra alma humana”.Carl Jung

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O PROCESSO GRUPAL...

• Os processos grupais são experiências fundamentais para as nossas formações, estruturações de convicções e para o desenvolvimento de nossas capacidades.

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• A nossa inserção grupal pode ser realizada de uma forma consciente ou não.

• Temos consciência de que participamos de alguns grupos comumente aqueles que aderimos por uma opção pessoal;

• A participação nos demais é feita, geralmente, de maneira rotineira e sem nos darmos conta;

• E muitas vezes somos carregados pelo grupo.

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A PREOCUPAÇÃO COM O GRUPO...

• Historicamente, sabe-se que o vocábulo "groppo" ou "grupo" surgiu no século XVII;

• Referia-se ao ato de retratar, artisticamente, um conjunto de pessoas;

• Regina Duarte Benevides de Barros (1994), doutora em Psicologia, diz que foi somente no século XVIII que o termo passou a significar "reunião de pessoas";

• A mesma autora afirma que o termo pode estar ligado tanto a idéia de "laço, coesão", quanto a de "círculo".

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A PREOCUPAÇÃO COM O GRUPO...• Tanto a Sociologia quanto a Psicologia

têm demonstrado interesse no estudo dos pequenos grupos sociais, pensando o "grupo" como uma intermediação entre o "indivíduo" e a "massa";

• Na Psicologia, o estudo sistemático dos pequenos grupos sociais, busca compreender a dinâmica dos mesmos, tendo início na década de 30 e 40, com Moreno e Kurt Lewin;

• Moreno inicia com o "teatro da espontaneidade" que depois vai levar ao Psicodrama.

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• Lewin cria o termo "dinâmica de grupo", que foi utilizado pela primeira vez em 1944;

• Não podemos esquecer que a preocupação com grupos, de Moreno e de Lewin aparecem em seguida às inovações tayloristas e fordistas que levam à elevação dos lucros mas também à deterioração das relações tanto dos operários entre si quanto em relação a chefias e patrões.

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GRUPO OU PROCESSO GRUPAL

• Em geral, os(as) autores(as), ao se referirem ao conceito de grupo, partem da descrição do mesmo fenômeno social: a reunião de duas ou mais pessoas com um objetivo comum de ação;

• O que difere é a leitura que os mesmos fazem do processo de constituição do grupo e do entendimento da finalidade do mesmo;

• Lewin centra a sua definição de grupo, na interdependência dos membros do grupo, onde qualquer alteração individidual afeta o coletivo.

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GRUPO OU PROCESSO GRUPAL

• O sociólogo Olmsted é um outro autor que define o grupo como "uma pluralidade de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo significativamente importante em comum";

• Esta definição traz consigo a idéia da consideração mútua, sem a preocupação da homogeneidade.

• Aponta para a diversidade dos participantes e para o sentimento de compartilhar algo significante para cada um deles.

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GRUPO OU PROCESSO GRUPAL• Pontos importantes para o estudo de

pequenos grupos sociais:

Þ o contato entre as pessoas e a busca de um objetivo comum;

Þ a interdependência entre seus membros;

Þ a coesão ou espírito de grupo que varia em um contínuo que vai da dispersão até unidade.

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GRUPO OU PROCESSO GRUPAL

• Podemos dizer, que de acordo com o referencial de homem e de mundo que os cientistas sociais assumem, vai variar o entendimento, o sentido e a explicação que os mesmos vão dar em relação ao grupo e aos processos grupais;

• Lane (1986) enfatiza que a função do grupo é definir papéis, o que leva a definição da identidade social dos indivíduos e a garantir a sua reprodutividade social.

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Grupo Ideal?• Existe um modelo ideal de grupo?• Na tradição lewiniana temos um ideal de grupo

coeso, estruturado, acabado;• Passa a idéia de um processo linear;• Neste modelo não há lugar para o conflito;• Estes conflitos são vistos como algo ameaçador;• O grupo é como um modelo de relações

horizontais, equilibradas, eqüitativas, onde as pessoas se amem e se respeitem;

• Um modelo ideal de funcionamento social;• Algo semelhante ao que Löwy (1979) denomina

de anticapitalismo romântico.

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Grupo ou Processo Grupal• O grupo também pode ser visto como um lugar

onde as pessoas mostram suas diferenças;• Onde as relações de poder estão presentes e

perpassam as decisões cotidianas, onde o conflito é interente ao processo de relações que se estabelece;

• Onde há uma convivência do diferente, do plural;

• Num confronto de idéias, buscando conciliar apenas o conciliável, deixando claro as individualidades, o diferente;

• A importância de afirmar que as pessoas são diferentes, possuem e pensam valores diferentes.

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• Determinações de classe social, de gênero, de raça e de nacionalidade;

• Relações que se embaterão tanto na busca consciente de uma determinação quanto de defesas inconscientes utilizadas para lutar e/ou fugir das ameaças que as novas situações desconhecidas nos colocam;

• Conflitos que podem gerar conforme Bion (1975), situações de funcionamento na base de ataque ao desconhecido ou da espera de um messias que venha trazer a salvação ao grupo.

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• O grupo precisa ser visto como um campo onde os trabalhadores sociais que se aventuram devem ter claro que o homem sempre é um homem alienado e o grupo é uma possibilidade de libertação (Lane, 1986), possibilidade de ser sujeito;

• Mas também pode ser uma maneira de fixá-lo na sua posição de alienado;

• As relações que se estabelecem podem ser meramente de reprodução das relações de dominação e de alienação.

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• Enrique Pichon-Rivière (1907 – 1977), foi um psiquiatra e psicanalista argentino de origem suíça, que contribuiu muito com o questionamento que levantou sobre a psiquiatria e a questão dos grupos em hospitais psiquiátricos, cria a técnica dos grupos operativos;

• Um dos conceitos fundamentais é o de ECRO – Esquema Conceitual Referencial e Operativo;

• Pichon afirma que cada um de nós possui um ECRO individual;

• Ele é constituído pelos nossos valores, crenças, medos e fantasias.

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Como "Funciona" o Processo Grupal?

• Partindo da idéia de processo e da construção coletiva do projeto, não podemos pensar em um "treinamento" de grupo, no sentido de aplicação de uma série de exercícios que possam ajudar as pessoas a atingir um "ideal de grupo" pertencente ou criado pelo "profissional treinador";

• As chamadas "dinâmicas de grupo" nada mais são do que técnicas de submissão do grupo ao profissional e à instituição/organização.

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ESTRUTURA E DINÂMICA DO PROCESSO GRUPAL

COMO É POSSÍVEL UMA MULTIDÃO SER LEVADA POR UM LÍDER ?

Muitas vezes colocam em risco as suas próprias vidas;Faz um enorme grupo agir com enorme coesão;

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Para francês Gustave Le Bom, que publicou em 1895 um livro chamado “Psicologia das Massas”, A multidão é apresentada como uma espécie de ser unitário provido de características psicológicas próprias, de modo que os indivíduos que a compõem perdem suas características pessoais, sua autonomia, e passam a agir como uma espécie de “psiquismo coletivo”, muitas vezes, com comportamentos que o sujeito, quando fora da multidão, jamais teria.

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FREUD, A PARTIR DA PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES DE LE BON E TAMBÉM DAS OBRAS DE Mc DOUGALL, PASSA A ESTUDAR OS COMPORTAMENTOS COLETIVOS DOS SERES HUMANOS À LUZ DA PSICANÁLISE.

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Exemplos de atuações de massas podem ser observados historicamente, como o Nazi-fascismo; mas também na vida cotidiana, como as torcidas organizadas em estádios de futebol, ou mesmo protestos radicais, como as manifestações de “quebra-quebra” em transportes coletivos.

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A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO

EM EQUIPE

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Na nossa língua a palavra trabalho se origina do latim tripalium.

Segundo Albornoz (2002), tripalium é o instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, no qual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los

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TRABALHO EM EQUIPEDesenvolvendo equipe

• ORGANIZAÇÃO: A organização de uma equipe é caracterizada pela definição de papéis e pela divisão dos trabalhos.

• INTERAÇÃO: É a ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais pessoas. Com o passar, a equipe passa por vários estágios de desenvolvimento e os resultados tendem a se tornar melhor.

• COMUNICAÇÃO: É o ato de emitir, transmitir e receber; é o centro de relacionamento entre as pessoas.

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• “Esse grupo passa a se constituir numa equipe na medida em que passa a entender sua forma de operar e procurar resolver os problemas que afetam o seu

funcionamento”

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CARACTERÍSTICAS QUE DEFINEM O TRABALHO EM EQUIPE

• Todos são capazes de resolver problemas e contribuir para os resultados esperados.

• Os objetivos, as metas e a missão são compartilhados.

• Envolvimento e o comprometimento de todos no processo de trabalho.

• Respeito às diferenças individuais.• Elevado grau de cooperação.• Comunicação clara, objetiva e constante.

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• Como trabalhar bem com as outras pessoas?

• Como perceber os sentimentos e as necessidades do outro?

• Como entender e fazer-me entender?• Por que as pessoas percebem a

mesma situação de formas diferentes?

O TRABALHO EM EQUIPE SÓ TERÁ EXPRESSÃO REAL E VERDADEIRA, QUANDO OS MEMBROS

DO GRUPO DESENVOLVEREM SUA COMPETÊNCIA INTERPESSOAL.

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TRABALHO EM EQUIPE

O sentido de equipe nasce da integração indivíduo-organização, evidenciada pela adesão espontânea do trabalhador aos compromissos e metas da empresa, sem imposição de valores ou procedimentos.

Assim, só existe equipe quando todos os que integram um grupo estão verdadeiramente comprometidos com a mesma meta.

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COOPERAÇÃO E COMPETIÇÃO NOS PROCESSOS GRUPAIS

Na cooperação, destaca a coesão grupal, estimulando o indivíduo a se esforçar juntamente com os outros membros do grupo por uma meta partilhada igualmente entre eles. Havendo um crescimento igual para todos.

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Ao contrário da cooperação, a competição gera conflitos, desacordos e não há equipe de trabalho. Não beneficia a coesão grupal, gerando uma diminuição da mesma e não ocorrendo um trabalho em grupo. Estimula o indivíduo a denegrir o outro, sobressaindo dos demais, tornando um ambiente pesado e desconfortável.

Neste caso, não ocorre ajuda mútua e sim uma competição.

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COOPERAR É FUNDAMENTAL

O empenho de cada um em dar a sua contribuição, de preferência superando as expectativas, e a disposição de todos em favor da cooperação mútua são condições naturais para a consecução dos objetivos individuais e da organização como um todo. Quando ajudamos um colega que está em dificuldades em atingir a sua meta estamos, na verdade, ajudando a própria empresa e adquirindo mais experiências pessoais para enfrentar desafios.

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TEXTO PARA REFLEXÃO

AS TRÊS PENEIRAS

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AS 3 PENEIRAS

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe quePrecisava contar-lhe algo sobre alguém.Sócrates ergueu os olhos do livro que estavaLendo e perguntou: - O que você vai me contar já passou pelasTrês peneiras? - Três peneiras? Indagou o rapaz. - Sim! A primeira peneira é a VERDADE.

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AS 3 PENEIRAS

O que você quer me contar dos outros é umFato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deveMorrer aqui mesmo.Suponhamos que seja verdade. Deve, então,Passar pela segunda peneira:A BONDADE.

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AS 3 PENEIRAS

O que você vai contar é uma coisa boa?Ajuda a construir ou destruir o caminho,A fama do próximo?Se o que você quer contar é verdadeE é coisa boa, deverá passar aindaPela terceira peneira:A NECESSIDADE.

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AS 3 PENEIRAS

Convém contar? Resolve alguma coisa?Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?Arremata Sócrates:Se passar pelas três peneiras, conte!Tanto eu, como você e seu irmão iremosnos beneficiar.Caso contrário esqueça e enterre tudo.Será uma boa fofoca a menos para envenenar oAmbiente e fomentar a discórdia entre

Irmãos e colegas do planeta.