11

A INFLUNCIA FAMILIAR E AFETIVA NO PROCESSO DA APRENDIZAGEMGislene dos Santos Cardoso

Lia Beatriz Silva Munhoz da Rocha

RESUMONa literatura encontram-se vrias referncias quanto importncia do meio familiar e afetivo no processo de aprendizagem da criana. A influncia, a compreenso e a organizao do ambiente familiar e afetivo no aprendizado escolar so amplamente reconhecidas. Essas variveis interagem determinando o rumo do desenvolvimento humano, podendo ora facilitar ora prejudicar e suas capacidades. No contexto da aprendizagem, observa-se que, tanto fatores orgnicos quanto psicolgicos e ambientes interferem no rendimento escolar da criana, destacando se o papel da famlia no bom desenvolvimento e interao da criana com as questes escolares. Ambientes desfavorveis, com a presena de estressores psicossociais conhecidos (alcoolismo, drogas e conflitos conjugais). Sendo assim, este trabalho construiu-se atravs de pesquisas bibliogrficas e apresentou como objetivo geral refletir e pesquisar a importncia da participao, organizao e compreenso familiar e afetiva na aprendizagem de seu filho ao longo da vida.Palavra chave: Afetividade. Famlia. Processo de aprendizagem.INTRODUO

O universo familiar e afetivo e suas relaes no processo educacional constituem um campo delicado para os estudos, mas muito importante para o desenvolvimento e aprendizagem da criana.A aprendizagem consiste em uma mudana relativamente persistente no comportamento da criana devido experincia, cada uma interpreta e tenta entender o que acontece. A criana no um rob de aprendizagem na sociedade, mas um ser humano ativo no processo de aprendizagem, absorvendo toda informao recebida da sociedade.O interesse em desenvolver este projeto est voltado para a preocupao em contribuir socialmente com o problema de aprendizagem, com crianas onde os pais so pouco participativos por vrios motivos.Embasado em estudos tericos de autores como Almeida (1999), Cury (2010) e Polity (2001) esse artigo tem como objetivo conscientizar os pais, sobre a importncia que eles exercem na formao desse aspecto to essencial ao ser humano, espera-se que seja um instrumento de conscientizao aos pais e que os ajude a compreender a sua importncia diante do desenvolvimento cognitivo de seus filhos.DESENVOLVIMENTOPara a aprendizagem ocorrer necessrio que haja uma interao ou troca de experincias, por isso uma boa interao familiar fundamental desde a gerao uterina.

A famlia desempenha um papel essencial na formao do indivduo, pois permite e possibilita a constituio de sua essencialidade. nela que o homem concebe suas razes e torna-se um ser capaz de elaborao alargador de competncias prprias. A famlia , portanto, a primeira instituio social formadora da criana. Dela depende em grande parte a personalidade do adulto que a criana vir a ser.

O afeto e as relaes amorosas esto presentes no dia a dia. Na vida pessoal, na convivncia com amigos, nos livros, nas novelas, nas msicas. Exaltado como um bem supremo da existncia. As pessoas confirmam, nas suas atitudes, a importncia do amor. Para amar os filhos, se faz necessrio conhece-lo, o que, muitas vezes est associado felicidade e capacidade de alcanar sua realizao plena. O MBITO FAMILIAR NA APRENDIZAGEM

O conceito de aprendizagem complexo porque envolve a interao de diversos fatores e processos. Desde o nascimento at a ltima respirao a aprendizagem est presente, estamos sempre aprendendo, intencionalmente ou no, durante toda vida.

A aprendizagem no uma simples passagem do no saber ao saber, sem resistncias e sem conflitos, acontece nesse processo algo novo que no simplesmente uma reestruturao e sim um processo em que o sujeito toma para si uma nova conduta, transforma a informao em conhecimento, hbitos e novas atitudes.Portanto, entende-se que aprendizagem ocorre quando, atravs de uma nova experincia, adquire o conhecimento anterior sobre a ideia, comportamento ou conceito, no tendo idade para acontecer. Essa construo de significados pressupe a identificao de caractersticas, propriedades e finalidades para suas aes e experincias com fatos e objetos.

A maturao biolgica, o conhecimento prvio, o desenvolvimento da linguagem, o processo de interao social e a descoberta da afetividade so fatores de grande relevncia no processo de desenvolvimento da inteligncia e, consequentemente, da aprendizagem.

O grupo que forma uma famlia, no somente o bero da cultura e a base da sociedade futura, mas o centro da vida social. A educao bem sucedida serve de apoio criatividade e ao comportamento produtivo escolar. A famlia tem sido, e ser, a matriz do desenvolvimento da personalidade e do carter das pessoas.

A famlia responsvel pelo processo de amadurecimento psquico e proporciona uma sustentao necessria individualizao.Sabe-se que o agrupamento humano indispensvel garantia da sobrevivncia e que tem como objetivo dar segurana e, acolhimento, desenvolver laos afetivos e bsicos do sujeito, assim, independentemente da estrutura familiar, ou da forma como vm se estruturando, observado que a famlia que propicia a construo dos laos afetivos e a satisfao das necessidades no desenvolvimento da pessoa desempenhando um papel decisivo na socializao e na educao. Percebe-se ento, que na famlia que so absorvidos os primeiros saberes, e onde se aprofundam os vnculos humanos.

Portanto, no sistema familiar que so expressas as inquietaes, as conquistas, os medos e as metas pessoais do sujeito. Para tanto, necessrio preservar a individualidade dos seus membros e, ao mesmo tempo, o sentimento coletivo. Isso representa uma forma de apoio mtuo em famlia.

Segundo a autora, Polity (2001, p. 45), o padro de aprendizagem familiar e um dos legados mais fortes.Os pais so responsveis pela sustentao emocional dos filhos, para que os mesmos encontrem sucesso na aprendizagem escolar, orientando-os para lidar com as frustraes em relao aos modelos de aprendizagem formal, para criar um filho.

Assim, muito importante condio psicoemocional dos pais do que a condio econmica e intelectual, porque indispensvel para a criana perceber harmonia, generosidade, bom humor e otimismo de seus pais.Hoje em dia existe uma grande debilidade dos pais em acompanharem o processo de aprendizagem de seus filhos, devido, muitas vezes a um histrico familiar, de pouca, ou de nenhuma influncia de cuidado, presena e cumplicidade, de seus prprios pais, ocorrendo mudanas de comportamentos na criana.Existem alguns pais desinteressados na aprendizagem dos filhos, ainda assim existem aqueles que se sentem desorientados sobre a melhor forma de conduzirem esse processo, necessitando de apoio e orientao.Segundo Polity, (2001, p. 45) esclarece que

Um ambiente familiar seguro para o desenvolvimento da aprendizagem est ligado maneira dos membros da famlia separarem suas prprias frustraes em relao s realizaes das expectativas e conflitos dos filhos. Um campo frtil para a dificuldade de aprendizagem est relacionado forma da famlia lhe dar com o significado do saber e no saber, como tratam das perdas e dos segredos, com a dificuldade em que seus membros apresentam em diferenciar-se e separar-se. Entende-se assim o quanto a postura da famlia diante da criana pode proporcionar uma aprendizagem saudvel ou no, necessrio que membros de cada constituio familiar tenham um conceito das capacidades de cada membro e do quanto cada um sabe lidar com situaes do dia a dia.Erlish (1981, apud Fraiman, 1997, p. 94) afirma que Esforos escolares mal sucedidos (por exemplo, notas baixas, comportamento indisciplinado e atitudes negativas em relao escola) tm sido geralmente associadas com a ausncia de envolvimento parental na educao dos filhos.

Partindo desta reflexo, pode-se afirmar que processo de aprendizagem envolve afeto, pensamento, linguagem e ao sendo necessrio estar em harmonia e que essencialmente a famlia torna-se indispensvel para o xito e aquisio no desenvolvimento e na aprendizagem educacional.Para Seagoe (1978, p.6) A aprendizagem influenciar o comportamento inicial da criana por meio das experincias vividas na escola, na rua, na famlia.Os problemas vividos nas relaes familiares vm acentuando-se, gradativamente, ao longo da histria. Porm, nos ltimos anos, as mudanas foram significativas. A falta de tempo, os desencontros e a solido denotam as dificuldades dos adultos dentro de suas casas, o que se faz acreditar, que a maioria dos seres humanos precisa de bolsos forrados de dinheiro, mas que possivelmente sem sade e principalmente sem a presena de seus familiares sua volta. Trabalhar necessrio, porm deve-se analisar o contexto familiar no qual se vive e a necessidade desses que muitas vezes s se ocupa em negcios e faturao, porque isto lhe confere satisfao ntima, superioridade, o que gradativamente tende a surgir sintomas dentro das salas de aulas.Segundo Osrio (1996, p.82)

Costuma-se dizer que a famlia educa e a escola ensina, ou seja, famlia cabe oferecer criana e ao adolescente a pauta tica para a vida em sociedade e a escola instru-lo, para que possam fazer frente s exigncias competitivas do mundo na luta pela sobrevivnciaPercebe-se, ento, que a estrutura familiar de suma importncia no rendimento acadmico da criana, pois base de formao emocional, cognitivo, neurolgica e pedaggica que interferem na aprendizagem.

Quando questionados o porqu da ausncia na vida escolar dos filhos, se justifica que no comparece, alegando que tudo em benefcio da famlia, com isso no percebe que deixa de conhecer seus filhos passando o dia longe, sem nunca fitar seus olhos, nem escutar suas histrias, sem conhecer seus professores e amigos, nem analisar seu temperamento.

Entende-se que o dilogo o meio de comunicao entre os homens, muitas famlias passam dias sem dar um bom dia, nem se quer tem o privilegio de dialogar nas primeiras horas do dia, e segue assim mecanicamente, no final do dia, os pais nem se do o trabalho de perguntar como foi o dia do filho na escola, em casa, se fez novas amizades, verificarem sua agenda escolar, muito menos de sentar-se com seu filho para um estudo, ou seja, vivenciar o mbito familiar.Pais e filhos precisam se conhecer mais, s quem conhece o filho vai poder ajud-lo nas suas dificuldades. Depois de assistirmos a um filme ao lado de nosso filho, teremos excelente oportunidade de dilogo: se perguntarmos qual a cena de que mais gostou, sentiremos pela resposta qual o seu modo de ser, de ver e julgar. E quando o filho maior, estes dilogos nos levam a conhecer suas ideias, seus objetivos de vida.Criana ouvida criana tranquila, cresce na autoestima, sente-se prestigiada e confiante. Cury (2010, p.95) coloca que

Estamos na era da admirao. Ou seus filhos o admiram ou voc no ter influncia sobre eles. A verdadeira autoridade e o slido respeito nascem atravs do dialogo. O dialogo uma perola oculta no corao. Ela to cara e to acessvel. Cara, porque ouro e prata no compram; acessvel, porque o mais miservel dos homens pode encontr-la.Muitas vezes sequer dizem ao filho o quanto importante para eles, assim o filho no encontra em sua casa um amigo para conversar e acabam procurando nas ruas algum que os oua. Sobre a fundamental importncia da famlia, valido ressaltar que na presena de dificuldades de aprendizagem ou de conflitos, essas devem procurar auxilio nos profissionais capacitados.A melhor histria ou o quadro mais emocionante visto num livro so para a criana como a viso de um sonho sem vnculos, sem seguimento, sem verdade interior. Pelo contrrio, o que se passa em casa, sob os olhos da criana, liga-se, naturalmente, no seu esprito, a mil outras imagens precedentes, pertencendo mesma ordem de ideias e, portanto, tm para ela uma verdade interior.A criana precisa de segurana, estabilidade, afetividade e compreenso para sentir-se adequada diante dos processos de aprendizagem. Um ambiente desfavorvel incrementa a agressividade, o sentimento de incapacidade e, consequentemente, o comportamento antissocial e cognitivo.A falta de relaes familiares adequadas, devido ao pouco tempo de convvio, ou desajustamentos pessoais, tende a provocar separaes entre os pais e comum que nesse perodo o filho precise mostrar mesmo que sejam involuntrias, suas emoes, o que leva a criana tristeza, ao tdio, a rebeldia e estes sentimentos comprometem a sade no s mental, cognitiva, como fsica, fragiliza os laos amorosos e certamente em seu processo de aprendizagem. Muitas crianas nos dias de hoje presenciam violentas discusses entre seus pais, por vrios motivos s vezes to banais, e outros to assustadores, chega a serem um tipo de violncia. Infelizmente dentro da sua prpria casa, pais alcolatras, viciados em outros tipos de drogas, mes desequilibradas, desemprego, gerando a falta de dinheiro, at mesmo para subsidiar as necessidades alimentcias de seu prprio filho e toda essa desigualdade social que gera tal fria.

A violncia impede, no apenas de sermos o que gostaramos de ser, mas fundamentalmente, de nos realizarmos como homens, desejando uma vida melhor lutando por ela. Segundo Casarin (2007, pp.182-201)

Todo ser humano procura identificao e aceitao em um grupo. Se sua famlia no estiver provendo essa identificao e organizao necessria, ele ir busc-las fora do convvio parental. Logo, surge o transtorno de aprendizagem, que pode levar o sujeito marginalizao, ao fracasso escolar, o que comumente percebemos. Para Polity, (2001, p. 28)A dificuldade de aprendizagem pode ser concebida por uma condio bastante abrangente, que pode apresentar um leque amplo de causas e manifestar-se na prtica, tambm de maneira muito diversa, mas na sua forma evolutiva, creio eu, esta intimamente relacionada com o sistema familiar, educacional e social no qual o sujeito est inserido.De qualquer forma, a famlia um contexto de socializao especialmente relevante para a criana, j que durante muitos anos o nico e ou principal no qual cresce e, alm disso, age como chave ou filtro que seleciona a abertura da criana a outros contextos: so os pais quem decidem o momento de incorporao da criana creche, so eles que nos primeiros momentos possibilitam os contatos sociais da criana com pessoas alheias famlia, que posteriormente escolhero o tipo de escola que seus filhos frequentaro.

De acordo com Pain (1992 p.17-18)Tal processo compreende todos os comportamentos dedicados transmisso da cultura, inclusive os objetivados como instituies que, especificamente (escola) ou secundariamente (famlia), promovem a educao.Com bases em estudos tericos, leva-se em considerao que a famlia funciona como um sistema, ou seja, como uma estrutura que engloba uma rede de influncias recprocas entre os diferentes elementos que a compem.Assim sendo, acredita-se que filhos criados com amor e afeto, sero capazes de enfrentar, sem grandes problemas, os anos da adolescncia.Segundo Prado (1981, p.13) A famlia influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impe normas atravs de leis, dos usos e dos costumes.Este perodo crtico, no tanto pelas mudanas orgnicas, mas, sobretudo pelas indagaes, dvidas e incertezas que a vida vai colocar para o jovem.O jovem questiona, provavelmente s pra si, quem ele , para onde vai e se no viver numa famlia equilibrada, se no frequentar meios sensatos, de professores e amigos, dificilmente achar respostas satisfatrias, criando assim adolescentes rebeldes, revoltados e indiferentes ao modelo da sociedade de um modo geral. Percebem-se na sociedade que ao deparar com adolescentes, filhos de pais que sabem dialogar, compreender, orientar, confiar, dar limites, sendo pais atualizados e descontrados, os filhos certamente adquirem maturidade tornando-se companheiros de seus pais, cidados dignos e preparados para a sociedade.Crianas e adolescentes, constantemente, observam, analisam atitudes, comportamentos sociais e profissionais do meio onde vive. Da a importncia da organizao familiar, porque, ningum, ao vir ao mundo, sabe o que certo e o que errado. O ser humano, ao nascer, no tem uma personalidade definida. So os pais que tm a tarefa de fundamentar e consolidar a personalidade da criana.De acordo com Casarin (2007, pp.182-201) No rara a formao de novas famlias a partir da gravidez no-planejada por ocasio do namoro, momento que seria para o conhecimento e formao de elos. Porm, a presena do beb pode causar instabilidade e insegurana no casal em formao. Toda famlia em formao requer muita maturidade e, conseqente, desprendimento em favor do grupo a ser formado.A chegada de um beb no comeo muitas vezes pode ser visto pelos jovens pais como uma brincadeira de boneca, mas esquecem que ali um fruto de um relacionamento curto ou duradouro, que h vida e vai precisar pra sempre muito amor, ateno e dedicao. Considerando as colocaes acima, entende-se que para uma harmonia conjugal se faz necessrio renunciar algo pessoal, pois o egosmo e o individualismo impede um mbito familiar saudvel, para as diversidades e adversidades que sero enfrentadas, onde muitas vezes gera o divrcio precoce.

AFETO NA RELAO FAMILIAR

A questo da afetividade tem sido bastante abordada, pois se percebeu quo benefcio ela traz ao desenvolvimento cognitivo, mostrando a responsabilidade de educadores (pais) na construo da personalidade da criana. Ela tambm de grande importncia para uma vida emocional saudvel, pois falar de afetividade de levar em conta emoes, disciplinas, postura, uma constante em todo meio do qual faa parte o ser humano: seja na famlia, na escola ou qualquer ambiente.Segundo Ferreira (1999, p. 62), afetividade significaConjunto de fenmenos psquicos que se manifestam sob a forma de emoes, sentimentos e paixes, acompanhados sempre da impresso de dor ou prazer, de satisfao ou insatisfao, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza. Um dos aspectos cruciais do desenvolvimento social e cognitivo, durante os primeiros anos de vida, o desenvolvimento afetivo. As crianas nascem com uma grande capacidade de aprender, pr-orientadas a buscar e preferir estmulos sociais e necessitadas de vnculos afetivos com alguns membros de sua espcie.A afetividade tem um papel imprescindvel no processo de desenvolvimento da personalidade da criana, que se manifesta primeiramente no comportamento e posteriormente na expresso. Almeida (1999, p. 42) ao mencionar Wallon diz que ele "atribui emoo como os sentimentos e desejos, so manifestaes da vida afetiva, um papel fundamental no processo de desenvolvimento humano. Entende-se por emoo as formas corporais de expressar o estado de esprito da pessoa, este estado afetivo pode ser penoso ou agradvel." O desenvolvimento um processo contnuo, pois o homem nunca est pronto e acabado, esse desenvolvimento refere-se ao mental e ao crescimento orgnico, conhecendo as caractersticas comuns de uma faixa etria, reconhecendo as individualidades.Segundo Almeida (1999, p. 44), "com a influncia do meio, essa afetividade que se manifestava em simples gestos lanados no espao, transforma-se em meios de expresso cada vez mais diferenciados, inaugurando o perodo emocional.As relaes familiares e o carinho dos pais exercem grande influncia sobre a evoluo dos filhos, em que a inteligncia no se desenvolve sem a afetividade.

Almeida (1999, p.50) afirma queA afetividade, assim como a inteligncia, no aparecem pronta nem permanece imutvel. Ambas evoluem ao longo do desenvolvimento: so construdas e se modificam de um perodo a outro, pois, medida que o indivduo se desenvolve, as necessidades afetivas se tornam cognitivas. Isso mostra que estar presente na vida dos filhos muito importante: sentar com eles; contar uma histria; contar as vitrias e as derrotas da vida; deixar que eles faam parte do seu mundo. muito importante tambm que os pais brinquem com seus filhos: role no tapete, jogue bola e participe do seu dia a dia, onde essa afetividade pode trazer grandes benefcios para a aprendizagem escolar da criana.O desenvolvimento psquico da criana d-se atravs do meio social que ela convive. Segundo Almeida (1999, p. 63) ao citar o autor Wallon que afirma que "so as emoes que unem a criana ao meio social: so elas que antecipam inteno e o raciocnio.O apego e a amizade so vnculos afetivos bsicos, tendo o apego um papel fundamental nestes primeiros anos de vida. Os afetos se expressam nos desejos, sonhos, expectativas, palavras e gestos que cada ser humano nutre ao longo da vida.

Assim, j os vnculos afetivos se tornam cada vez mais condio essencial para o crescimento e o desenvolvimento global da criana, tornando a cada dia a educao mais abrangente, onde deve se preocupar com o educando de uma forma total, respeitando a vida da criana em todas as suas dimenses.O apego um vnculo afetivo que a criana estabelece com as pessoas que interagem com ela de forma privilegiada, sendo caracterizado por determinadas condutas, tendo como modelo na construo de seus sentimentos, segurana e comunicao.Condutas essas que tende a conseguir ou manter a proximidade com a pessoa a que se apegada e conduta de interao privilegiada: solicitaes (choros, vocalizaes, gestos, etc.), contato ntimo (contato ttil, abraos, etc.), vigilncia e acompanhamento perceptivo das figuras de apego (viso distncia, etc.), condutas motoras de aproximao e acompanhamento, etc.O repertrio de conduta que a criana pode utilizar muito amplo e flexvel, e depende de numerosos fatores.Os pais afetuosos so aqueles que expressam interesse e afeto explcito pela criana e por tudo que envolve seu bem-estar fsico e emocional.So pais que esto conscientes dos estados emocionais da criana, que so sensveis as suas necessidades, que demonstram interesse por seus desejos ou preocupaes e expressam orgulho e alegria diante dos xitos e comportamento da criana.O lao afetivo uma dimenso do comportamento paterno e materno que age sobre o potencial de influncia que as dimenses anteriores consideradas tm sobre a criana; ou seja, a criana encara de maneira diferente o exerccio do controle paterno e materno feito em um clima sem afeto e em outro com afeto.Segundo Piaget

Considera que a bem afetividade a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo, bem como os valores que animam a ao sem, contudo, modificar as estruturas da inteligncia. Assim, a afetividade deve ser vista como uma fora motriz que impele o sujeito para o conhecimento. (apud, BALESTRA, 2007, p. 42).

A afetividade e a inteligncia constituem um par inseparvel na evoluo psquica, pois embora tenham funes bem definidas e diferenciadas entres si, so interdependentes em seu desenvolvimento, permitindo criana atingir nveis de evoluo cada vez maiores. Desta forma, nota-se que afetividade, est diretamente ligada emoo, pois consegue determinar o modo com que os indivduos visualizam o mundo e a forma com que se manifestam dentro dele.Para Bossa (2000, p. 18) "Sabemos que o sentidos das aprendizagens nico e particular na vida de cada um, e que inmeros so os fatores afetivos emocionais que podem impedir o investimento energtico necessrio s aquisies escolares." Portanto, todo processo de educao significa tambm a constituio de um sujeito. A criana seja em casa, na escola, em todo lugar; est se constituindo como ser humano, atravs de suas experincias com o outro, naquele lugar, naquele momento. A construo do real acontece, atravs de informaes e desafios sobre as coisas do mundo, mas o aspecto afetivo nesta construo continua, sempre, muito presente.Na adolescncia, cai na malha da emoo novamente, cumprindo uma nova tarefa de reconstruo de si, desde o eu corporal at o eu psquico, percebendo-se num mundo por ele mesmo organizado diferentemente. E por toda a vida, razo e emoo vo se alternando, numa relao de filiao, e ao mesmo tempo de oposio.Visto que as funes da famlia so: oferecer cuidados e proteo s crianas; dar suporte evoluo da criana; contribuir para a socializao dos filhos em relao aos valores socialmente constitudos; control-las e ajud-las no processo de escolarizao e de instruo progressiva em outro mbito e instrues sociais; dar suporte para as crianas serem pessoas emocionalmente equilibradas, capazes de estabelecer vnculos afetivos satisfatrios e respeitosos com os outros.

CONSIDERAES FINAIS

O estudo possibilitou uma reflexo sobre a importncia familiar e afetiva no envolvimento do processo de aprendizagem de crianas e adolescentes que apresentam esta problemtica.

Atravs dos estudos tericos de autores citados acima, foi possvel constatar os conflitos vivenciados por familiares frente difcil tarefa de participar da vida acadmica de seus filhos devido a diversos fatores, sejam eles; desinteresses pessoais, econmicos, desentendimentos, dinmica atpica e outros.H tambm dificuldades vivenciadas em acompanhar o processo escolar dos seus filhos e com isso, espera-se que em curto prazo esse conceito seja intensificado realizando novas prticas de acompanhamento pelos pais, tendo como foco, a afetividade e motivao escolar, onde poder auxiliar no desenvolvimento de apropriao do conhecimento no processo de aprendizagem.Este estudo possibilita a compreender a criana no desenvolvimento da aprendizagem e uma melhor orientao aos pais no acompanhamento da criana na vida escolar.

Este estudo destaca a importncia familiar e afetiva para melhor aprendizagem das crianas e adolescentes, entendendo que esta interao de extrema importncia significativa para o ser humano.

REFERNCIASALMEIDA, A. R. S. Emoo na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999.p.42

________, A. R. S. Emoo na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999.p.44

________, A. R. S. Emoo na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999.p.50

________, A. R. S. Emoo na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999.p.63 POLITY, Elizabeth. Dificuldade de aprendizagem. Construindo Novas Narrativas. So Paulo, 2001.p.45

________, Elizabeth. Dificuldade de aprendizagem. Construindo Novas Narrativas. So Paulo, 2001.p.28.

BALESTRA. M.M.M. A psicopedagogia em Piaget: uma ponte para a educao da liberdade.- Curitiba: Ibpex.2007.pag 42.

BOSSA, N. A. Dificuldades de aprendizagem: O que so? Como trat- las? Porto Alegre: Artes Mdicas Sul, 2000.p.18.CASARIN, Nelson Elinton Fonseca e RAMOS, Maria Beatriz Jacques. Famlia e aprendizagem escolar. Rev. psicopedag. [online]. 2007, vol.24, n.74, pp. 182-201. ISSN 0103-8486. Disponvel em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862007000200009&lng=pt&nrm=iso acesso em 16 fev. 2013.

CURY, Augusto.Pais brilhantes professores fascinantes. DIAS, L. Carmem. Curso de Extenso Famlia e Escola. Presidente Prudente: Unoeste, 2010.p.95FERREIRA, A. B. H. Novo Aurlio XXI: o dicionrio da Lngua Portuguesa. 3 ed. Totalmente revista e ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.p.62FRAIMAN, Leonardo e Perwene. A importncia da participao dos pais na educao escolar. Dissertao (Mestrado em psicologia) 134 p.- Instituto de psicologia na Universidade de So Paulo: So Paulo, 1997.p.94.OSORIO, Luiz Carlos. Famlia Hoje. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1996.p.82

PAIN, S. Diagnstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Mdicas,1992, p.17-18.

PRADO, Danda. O que famlia. 1 ed. So Paulo: Brasiliense 1981.p.13 (Coleo Primeiros Passos).

SEAGOE, May Violet. O processo de aprendizagem e a prtica escolar. 2 ed. Vol. 107. SP: Companhia Editora Nacional, 1978.p.6Acadmica do curso de Ps-graduao em Psicopedagogia Clinica e institucional Centro Universitrio Internacional Uninter.

Professora Orientadora, Fonoaudiloga, especialista em Psicopedagogia, Administrao Educacional e Metodologia do Ensino Superior; mestre em Educao com foco em Aprendizagem, coordenadora do Ensino Fundamental I no colgio Nossa Senhora de Sion; professora do curso de Pedagogia na Faculdade So Braz, professora na Ps Graduao do Isal e professora orientadora de trabalho de final de curso na ps graduao da Facinter.