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Escola Superior de Educação de Setúbal Licenciatura em Educação Básica 2011/2012 U.C. Língua Portuguesa e TIC A Escola dos Dias de Hoje. A integração das TIC no processo de ensino- aprendizagem: uma opção ou uma necessidade? Docentes: Helena Camacho e Rosário Rodrigues Discente: Ana Beatriz Cardoso LEB A 3º ano

A integração das TIC no processo de ensino-aprendizagem: uma opção ou uma necessidade?

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Escola Superior de Educação de Setúbal

Licenciatura em Educação Básica

2011/2012

U.C. Língua Portuguesa e TIC

A Escola dos Dias de Hoje.

A integração das TIC no processo de ensino-aprendizagem: uma opção ou uma necessidade?

Docentes: Helena Camacho e Rosário Rodrigues

Discente: Ana Beatriz Cardoso

LEB A 3º ano

Nº 090142066

Setúbal, 9 de Novembro de 2011

A sociedade atual, fruto da globalização sem precedentes e do uso de novas

tecnologias, trouxe consigo inúmeras mudanças sociais, económicas e culturais. A

utilização, cada vez mais incessante, de novas tecnologias facilitou o desenvolvimento

científico e tecnológico, como também permitiu uma maior proximidade entre os

indivíduos e um maior acesso à informação. Segundo Botelho (2005), a proximidade

imposta pela globalização configura os tempos em que vivemos e gera mudanças

culturais e até civilizacionais a ritmos muito acelerados.

A Educação, tal como todas as outras áreas do social, sofreu e está a sofrer

mudanças profundas oriundas das TIC. Deste modo, é necessário os profissionais de

educação repensarem novas lógicas de saber, adaptarem-se às novas tecnologias e

adotarem novas metodologias de ensino. “A educação, como atividade

sociocomunitária que é, terá de se reconfigurar para se adaptar a um mundo denso de

informação, multicultural, globalizado, veloz (…)” (ibidem).

No passado, o professor era visto como o principal veículo de informação para

os alunos. Nos dias de hoje, a informação encontra-se disponível em vários sítios.

Posto isto, cabe ao professor incentivar o desenvolvimento de aprendizagens

construtivistas e fornecer os meios ideais para que tal suceda. Segundo Fidalgo

(2009), “as TIC proporcionam uma maior variedade de estratégias de lecionação e

envolvem os discentes num processo que já não se quer de aprendizagem passiva

mas antes construtiva. O aluno é encarado como coprodutor do processo de ensino

numa interação que se centra sobretudo na construção individual do conhecimento.”

Para que o aluno possa construir o seu conhecimento, é necessário que a

escola forneça competências essenciais que a internet não desenvolve. Como afirma

Paz (2008), “nem todas as novas práticas de (auto)aprendizagem a partir das novas

tecnologias, são, só por si, boas. (…)a facilidade de acesso à informação não substitui

a capacidade de interpretar, e refletir sobre a informação.” Deste modo, cabe ao

professor elucidar sobre quais as informações que devem ser selecionadas, de forma

crítica.

Com a emergência das TIC, aumentam as competências necessárias para se

ser um cidadão informado e participativo. Aqui, a Escola assume um papel

preponderante. Para Botelho (2005), “no sentido de esbater profundas desigualdades

não só entre os povos, mas dentro de cada povo que a educação se edifica com um

importante papel nesta tarefa complexa de conciliar o crescimento económico e o

desenvolvimento científico e social (…) a escola deve ser vista como um fator de

desenvolvimento e promoção social de todos os cidadãos.”

Ao invés da literacia tradicional, a escola dos dias de hoje deve repensar o

conceito e aumentá-lo para multiliteracias. Devido às TIC a cultura, a informação e as

experiências tornaram-se distintas. Para Botelho (2006), “o mundo atual é perpassado

por uma profusão de textos, cada um organizado de modo diferente (…) a literacia

será uma competência totalmente conseguida numa sociedade de informação em

rápida e perante transformação, exigindo, por isso, multiliteracias para uma efetiva

construção do conhecimento.”

Surge assim a necessidade de se utilizar nas escolas os instrumentos que

promovam aprendizagens adequadas e atuais. É neste sentido que Figueiredo (2000),

“afirma que os novos media devem ser encarados como instrumentos que promovam,

nos sistemas escolares, as novas aprendizagens de que os futuros trabalhadores do

saber tanto necessitam.”

Segundo Paz (2008) assiste-se muitas vezes a atitudes de resistência à

utilização das TIC entre os mais velhos. Para o autor, a fundamentação desta ideia

assenta na crença de que para os professores mais velhos não há mais-valias nestes

novos instrumentos, devido às dificuldades na sua utilização, devido a ser necessário

a reformulação de conteúdos, estratégias e materiais didáticos. Para além do

enunciado, Paz afirma também que a falta de recursos ainda prevalece nas escolas.

Assim sendo, a utilização das TIC pode ser vista ainda como uma opção. Nem todos

os professores estão dispostos a repensar as suas metodologias do processo de

ensino-aprendizagem e também nem todas as escolas se encontram dotadas de

meios suficientes para que tal aconteça. No entanto, não partilho da opinião do autor

quando considera apenas que só os mais velhos assumem atitudes de resistência

face às TIC. Não se trata da idade, trata-se sim das competências e dos meios que

cada professor possui relativamente às TIC.

Em jeito de conclusão, as TIC podem ser vistas como uma opção, na medida

em que vários profissionais da educação possuem uma postura de rejeição em

relação a elas. No entanto, também podem e devem ser vistas como uma

necessidade, de modo a acompanharem as mudanças profundas ocorridas na

sociedade. Os professores devem adotar metodologias que facilitem a construção de

conhecimento significativo para os alunos, que pode ser facilitado com a utilização das

TIC. O sistema de ensino deve procurar sempre, de forma incessante, acompanhar as

mudanças, com vista a assegurar aos alunos aprendizagens e competências

significativas que promovam não só o sucesso educativo como também lhes permitam

participar na vida social enquanto cidadãos informados.

Importa ainda salientar que tal como afirma (Reeves, in Camacho, 2010) “as

tecnologias são ferramentas cognitivas para aprender e não professores de

substituição.” Assim sendo, os professores devem saber utilizá-las, com critérios

rigorosos e dotados de sentido, mas nunca substituídos.

Referências Bibliográficas

Camacho, Helena (2010). Aprender a Ensinar com as TIC nas Escolas –

Implicações Pedagógicas. (ppt).

Dias de Figueiredo, António (2000). Novos media e nova aprendizagem. in Novo

conhecimento, nova aprendizagem. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian ;

Fidalgo, Patrícia (2009). O Ensino e as Tecnologias da Informação e

Comunicação. in www.setubalnarede.pt ;

Paz, João (2008). Educação e Novas Tecnologias in www.setubalnarede.pt;

Botelho, Fernanda (2005), Globalização e Cidadania: Reflexões Soltas. In

www.setubalnarede.pt ;

Botelho, Fernanda (2006), Textos e Literacias… in www.setubalnarede.pt .