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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino,
na Pesquisa e na Extensão – Região Sul
1
A Interdisciplinaridade no ABC da Preservação Digital
Eloi Juniti Yamaoka UFSC/SERPRO – [email protected]/[email protected]
Fernando Alvaro Ostuni Gauthier UFSC - [email protected]
Eixo temático: Conhecimento Interdisciplinar
1. Introdução
Atualmente todas as áreas, direta ou indiretamente, fazem uso da tecnologia. No segmento
informacional a simbiose é tão intensa ao ponto de tornar-se inconcebível pensar na informação sem a
tecnologia. Não por acaso essa tecnologia que dá suporte à produção, transmissão, armazenamento,
manipulação e recuperação da informação foi denominada de Tecnologia da Informação (TI). Esse uso
intensivo da tecnologia na produção e uso da informação transformou drasticamente os objetos
informacionais, que dos tradicionais documentos e livros em papel, passaram ao formato digital. Evoluindo
da concepção inicial de que seria uma da simples substituição do suporte – do papel para as mídias
magnéticas e óticas – percebeu-se que a mudança exigia uma revisão de conceitos, processos e o
desenvolvimento de novos conhecimentos, a exemplo da Preservação Digital.
A preservação digital tem como objetivo garantir o acesso permanente do objeto digital pelo tempo
necessário, devendo para isso encontrar formas (processos, hardware e software) de representar o que foi
apresentado originalmente aos usuários (NATIONAL LIBRARY OF AUSTRALIA, 2003).
No contexto da tecnologia, os ativos digitais estão sujeitos ao risco técnico e ao risco físico
(CONSTANTOPOULOS; DRITSOU, 2007). O risco físico é decorrente de danos na mídia de
armazenamento e o técnico da evolução técnica do hardware e software, tornando os objetos digitais criados
em tecnologias antecessoras obsoletos e muitas vezes inacessíveis. Não existe garantia de preservação e
acessibilidade da informação digital gerada no contexto do rápido avanço tecnológico (CHEN, 2001) e os
softwares disponíveis não incluem boas ferramentas para salvar os originais digitais no contexto da rápida
obsolescência da tecnologia (GLADNEY, 2007,p.1). Consequentemente a preservação digital é um desafio
em busca de solução e essas dificuldades em preservar o conteúdo digital podem deixar um período sem
memória na história da humanidade, fenômeno denominado por Kuny (1997) de digital dark ages.
Este trabalho apresenta a abordagem interdisciplinar utilizada em um framework de preservação do
conhecimento codificado em objetos digitais, que está em desenvolvimento em uma pesquisa de
doutoramento. O framework é desenvolvido no contexto da Gestão do Conhecimento, contando com
métodos e técnicas da Engenharia do conhecimento e alicerçado no conhecimento de três disciplinas:
Arquivologia, Biblioteconomia e Computação (ABC).
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2. Procedimentos Metodológicos
Descrição e apresentação sistematizada da contribuição das diferentes disciplinas nos componentes
do framework, com a utilização de mapas conceituais e infográficos.
3. Justificativa do eixo escolhido
O desenvolvimento do framework de Preservação Digital requereu o aporte do conhecimento da
arquivologia, biblioteconomia e da ciência da computação. É um trabalho de natureza interdisciplinar de
uma área de conhecimento em formação, alinhado, portanto ao eixo 2: Conhecimento Interdisciplinar.
4. Problema e Contexto
A adoção do papel como suporte e a invenção da imprensa facilitou o registro e a disseminação da
informação na forma impressa. A evolução da tecnologia da informação e comunicação (TIC) permitiu
novas formas de registro com a incorporação do som e da imagem em movimento (filmes).
Com a evolução e popularização de dispositivos computacionais os registros de informação e
conhecimento são criados originalmente no formato digital, isto é, são nato-digitais e ganharam novas
facilidades para acessar, criar e alterar esses registros na forma de objetos digitais. A interatividade das
pessoas com esses objetos foi uma importante característica introduzida pela TIC, a exemplo de planilhas
eletrônicas, jogos e outras formas de aplicativos.
Embora as facilidades introduzidas sejam inúmeras, os objetos digitais também possuem
fragilidades, entre elas, a reduzida capacidade de fixidez e de estabilidade.
Para fins de preservação, surgiram também problemas inexistentes nos documentos em papel. Um
fator, talvez o mais crítico, é a dependência tecnológica dos objetos digitais que é agravada pela rápida
obsolescência tecnológica.
Dependência tecnológica é o fato de objetos digitais só poderem ser consumidos se os códigos
binários (zeros e uns) forem decodificados por componentes tecnológicos (hardware e software), para uma
forma que o ser humano possa interpretar, seja texto, imagem ou som. Por exemplo, um documento em
portable documento format (PDF) armazenado em um pen drive (memória flash) só poderá ser lido se o
usuário tiver acesso a um dispositivo computacional que tenha conexão do tipo Universal Serial Bus (USB),
compatível com o pen drive e com um software visualizador de PDF instalado. Consequentemente, o objeto
digital possui forte dependência do ambiente tecnológico utilizado na sua criação.
Um objeto digital armazenado em uma mídia, sem os recursos computacionais adequados para o seu
acesso e decodificação, é somente um conjunto de cadeias de bits que tem o potencial de tornar-se um
documento.
Paradoxalmente a rápida evolução da tecnologia da informação e comunicação (TIC) que por um
lado introduz constantes melhorias e facilidades nas interações humana-máquina, por outro lado, torna as
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tecnologias existentes obsoletas em pouco tempo, dificultando ou impossibilitando o acesso aos objetos
criados nas tecnologias antecessoras. É o fenômeno da obsolescência tecnológica decorrente da evolução da
tecnologia. O próprio termo "evolução" indica algo benéfico, onde ocorre a introdução de novos recursos e
facilidades. Isso ocorre tanto no hardware com dispositivos cada vez menores, mais rápidos e com maior
capacidade de armazenamento, assim como no software, com crescente usabilidade, acessibilidade e novas
funções.
O risco técnico é causado pela obsolescência da tecnologia. Por exemplo, documentos digitais
armazenados em disquetes, estão atualmente praticamente inacessíveis, pois os atuais computadores já não
contam com os dispositivos de leituras de disquetes. Mesmo que o documento digital seja copiado para
mídias atualizadas, com o tempo, perde-se a possibilidade de leitura pela incompatibilidade do software
utilizado na sua criação com os novos ambientes computacionais.
Os riscos físicos e técnicos são fatores da vertente tecnológica da preservação digital, portanto,
diretamente relacionados com a ciência da computação.
Considerando a complexidade do processo de preservação digital e o contexto do alto volume
informacional da atualidade, o estabelecimento de políticas e processos de preservação, são requisitos
prioritários.
A questão do alto volume é de tal magnitude que estudos concluem que não há capacidade de
armazenamento disponível para a totalidade da informação criada no universo digital (GANTZ; REINSEL,
2010), indicando que a política do "guardar tudo" é altamente custosa, além de impraticável por reduzir a
encontrabilidade (findability) da informação nas organizações. Consequentemente, num projeto de
preservação digital ações para descrever, classificar, gerir e selecionar os objetos digitais são fundamentais.
A esse respeito, são basilares os conhecimentos oriundos da arquivologia e da biblioteconomia.
5. Arquivologia e Biblioteconomia
A arquivologia emergiu da necessidade e do saber prático (ROUSSEAU; COUTURE, 1998).
Possivelmente, a invenção da imprensa e a fixação da informação em papel e o consequente aumento de
volume de objetos impressos na forma de documentos, livros, revistas e jornais, pressionaram a evolução
das áreas de conhecimento visando sua organização e preservação, ou seja, da arquivologia e da
biblioteconomia.
A arquivologia tem o propósito de estudar “as funções do arquivo1
e os princípios e técnicas a serem
observados na produção, organização, guarda, preservação e utilização dos arquivos2” (ARQUIVO
NACIONAL, 2005).
A biblioteconomia é definida como:
1 Arquivo como instituição 2 Arquivo como conjunto de documentos
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Conhecimento e prática da organização de documentos em bibliotecas, tendo por
finalidade sua utilização. Responde aos problemas suscitados pelos acervos (formação,
desenvolvimento, classificação, catalogação e conservação); pela própria biblioteca
como serviço organizado (regulamento, pessoal, contabilidade, mobiliário) e pelos
leitores usuários (acesso aos livros, empréstimos) (CUNHA; CAVALCANTI, 2008).
A preservação é uma das funções primárias da biblioteca e do arquivo1, cada um com foco
específico. A biblioteca tem foco na preservação do acervo de livros, revistas, jornais e a arquivo com foco
na preservação dos documentos arquivísticos.
No seu website3 o Arquivo
Nacional do Brasil descreve como competência:
Sua finalidade é implementar a política nacional de arquivos, definida pelo Conselho
Nacional de Arquivos - órgão central do Sistema Nacional de Arquivos, por meio da
gestão, do recolhimento, do tratamento técnico, da preservação e da divulgação do
patrimônio documental do governo federal, garantindo pleno acesso à informação,
visando apoiar as decisões governamentais de caráter político-administrativo, o cidadão
na defesa de seus direitos e de incentivar a produção de conhecimento científico e
cultural.
A Biblioteca Nacional do Brasil4 define como sua missão:
A missão da Fundação Biblioteca Nacional é guardar e preservar a cultura letrada do
País, com finalidade de proporcionar a informação cultural nas diferentes áreas do
conhecimento humano com base na produção intelectual brasileira e, assim, defender e
preservar a língua e a cultura nacionais.
Portanto, tanto o arquivo, quanto a biblioteca evidenciam a preservação como uma das suas funções
primárias.
Como o conhecimento das duas disciplinas foram desenvolvidas ao longo dos anos no contexto dos
registros informacionais em papel, a transição para o digital instigou a biblioteconomia e a arquivologia no
estudo e desenvolvimento de técnicas, processos e tecnologias para a preservação digital.
Para o desenvolvimento do framework, foram utilizados os conhecimentos do modelo do ciclo de
vida e o processo de avaliação da arquivologia.
O modelo de ciclo de vida surgiu no final dos anos 30 no Arquivo Nacional dos Estados Unidos,
desenvolvidos inicialmente com Phillip Coolidge Brooks e Emmet Leahy (CHELL, 2007). É baseado na
premissa que é possível dividir a vida do documento arquivístico em oito estágios distintos, quatro na
primeira fase - criação ou recepção da informação na forma de documento, classificação, manutenção/uso e
transferência ou destruição - e quatro na segunda fase - seleção/aquisição dos documentos de arquivo por
uma instituição, descrição, preservação/referência e uso por pesquisadores (ATHERTON, 1985).
3 http://www.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=140 4 http://www.bn.br/portal/arquivos/pdf/cartadeservicosFBN.pdf
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O modelo do ciclo de vida criado na arquivística, foi adaptado no contexto do objeto digital.
A figura 1 fornece uma visão resumida do modelo, explicitando seis características do documento no
ciclo de vida: valor, status, frequência de uso, tipo de uso, localização e quantitativo.
Figura 1 - Modelo de Ciclo de vida de Documentos Arquivísticos
Fonte: baseado em Rousseau e Couture (1998) e Bellotto (2006)
Avaliação é o ato de julgar o valor primário e secundário de documentos arquivísticos e estabelecer o
período de tempo durante o qual eles mantêm esse valor (COUTURE, 2005). É o processo de seleção de
documentos arquivísticos para a preservação de longo prazo, tradicionalmente realizadas por pessoas,
tornando-o trabalhoso, moroso e de alto custo.
A avaliação é uma tentativa de responder algumas das questões-chaves dos projetos de preservação
(MACEVICIUTE, 2012):
o que deveria ser preservado?
é possível preservar tudo?
é necessário preservar tudo?
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como selecionar objetos dignos de preservação?
Decidir quais objetos guardar (preservar) e quais descartar são tarefas de difícil execução, e mesmo
na arquivologia, onde foram desenvolvidos os fundamentos e metodologias de avaliação de documentos
arquivísticos, a aceitação não é unânime. As análises complexas exigidas na avalição e as possibilidades de
erros e enganos por parte dos avaliadores, leva ao raciocínio que talvez devesse a preocupação, ser na
preservação da totalidade (MACEVICIUTE, 2012).
Uma importante contribuição da biblioteconomia para o framework vem do Preservation Metadata:
Implementation Strategies (PREMIS), desenvolvido com o patrocínio da Online Computer Library Center
(OCLC) e da Research Library Group (RLG), atualmente sediado na Library of Congress (LOC). O
dicionário de dados PREMIS é um conjunto de metadados de preservação aplicável num amplo leque de
contexto de preservação digital.
Outro conhecimento desenvolvido na área de arquivos que apoiou os estudos para concepção do
framework, é o conceito de Propriedades Significativas de Objetos Digitais desenvolvido no projeto
Investigating Significat Properties of Electronic Content (InSPECT). O InsPECT foi desenvolvido entre
2007 e 2009 pelo The National Archives (TNA), o o King´s College London e o Arts and Humanities Data
Service (extinto em 2008).
Para o propósito do InSPECT propriedades significativas foi definido como: “as características de
objetos digitais que devem ser preservadas ao longo do tempo, a fim de garantir a acessibilidade contínua, a
usabilidade e o significado dos objetos” (WILSON, 2007, tradução nossa).
6. Ciência da Computação e Engenharia do Conhecimento
Da ciência da computação e da engenharia do conhecimento, vieram conhecimentos, técnicas e
metodologias como insumos importantes para o framework.
Com a inseparável relação entre o conteúdo digital e a TIC, as principais técnicas de preservação
digital são baseadas no conhecimento tecnológico. São quatro principais técnicas que partem de duas
abordagens: 1) preservação do ambiente tecnológico; e 2) superação da obsolescência tecnológica de
formatos (figura 2).
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Figura 2 - Técnicas de Preservação Digital
Fonte: Yamaoka (2012)
Entre os objetivos da Engenharia do Conhecimento estão a pesquisa e o desenvolvimento de técnicas
e ferramentas para formalizar e codificar o conhecimento. O framework fez uso da ontologia, para modelar
a dependência tecnológica dos objetos digitais.
Na computação, a ontologia é um artefato projetado para permitir a modelagem de conhecimento em
algum domínio e permite especificar um vocabulário para fazer asserções que podem ser utilizadas por
software. Uma ontologia define um conjunto de primitivas representacionais, que são as classes, atributos e
relacionamentos (GRUBER, 2009).
Como ferramenta para modelagem foi utilizado o Protégé que é uma plataforma de código aberto,
desenvolvida no Stanford Center for Biomedical Informatics Research da Stanford University School of
Medicine. O Protégé é um conjunto de ferramentas para a construção de modelos de domínio e aplicações
baseada em conhecimento com ontologias, com o suporte à criação, visualização e manipulação dos
modelos5.
A figura 3 apresenta um diagrama com a ontologia de dependência tecnológica do framework
visualizado com o uso da extensão OWLViz do Protégé.
5 http://protege.stanford.edu/overview/
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Figura 3 – Ontologia de Dependência Tecnológica
Fonte: Elaborado pelos autores
Para compreensão da anatomia do objeto digital, o Modelo de Referência Open Archival Information
System (OAIS) foi adotado como base. O modelo OAIS foi desenvolvido pelo Consultative Committee for
Space Data Systems (CCSDS), sediado na National Aeronautics and Space Administration (NASA).
A figura 4 apresenta um mapa conceitual com um extrato do modelo OAIS, dando ênfase a dois
importantes conceitos, o conceito de Pacote de Informação e o conceito que o Objeto de Informação é o
resultado da interpretação do Objeto de Dado pela sua Informação de Representação.
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Figura 4 - Técnicas de Preservação Digital
Fonte: Yamaoka; Gauthier (2013)
7. Framerwork de Preservação do Conhecimento Codificado
A concepção de um framework que possibilite preservar o conhecimento codificado é o objetivo
básico perseguido no projeto.
O conhecimento explícito é o conhecimento que pode ser articulado na linguagem formal, afirmações
gramaticais, especificações, manuais e é o conhecimento que pode ser transmitido entre as pessoas
(NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p XIII). Na literatura relacionada à Gestão do Conhecimento, o termo
"conhecimento explícito" recebe também a denominação de "conhecimento codificado" por autores como
Nonaka & Takeuchi (1997, p 327), Zack (1999), Blumentritt & Johnston (1999), Lundvall (1996; 2003),
David & Foray (1995; 2002), Millar, Demaid e Quintas (1997) e Lam (1998).
No framework foi adotado o termo "conhecimento codificado" pela maior aderência com a
Engenharia do Conhecimento, onde, a premissa é que o conhecimento é codificável.
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Embora fortemente apoiado em processos da arquivologia, o framework não é restrito aos
documentos arquivísticos, tendo em vista a possibilidade de objeto que não seja considerado documento
arquivístico contenha conhecimento importante para a organização.
A figura 5 ilustra a interdisciplinaridade presente no framework de preservação do conhecimento.
Figura 5 – A interdisciplinaridade do framework de preservação do conhecimento
Fonte: Elaborado pelos autores
Para a preservação do conhecimento, as organizações devem dominar três processos básicos: a
seleção; o armazenamento e a atualização da memória organizacional (ROMHARDT, 1997). Considerando
esses processos básicos, numa visão simplificada, o quadro 1 apresenta as principais contribuições das
diferentes disciplinas.
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Disciplina
Processos Básicos de Preservação do Conhecimento
Selecionar Armazenar Atualizar
O quê? Como? O quê? Como? O quê? Como?
Arquivologia X X X
Biblioteconomia X
Ciência da Computação X X
Engenharia do Conhecimento X X
Gestão do Conhecimento X X X
Quadro 1 – Contribuição principal da disciplina por processo
Fonte: Elaborado pelos autores
8. Considerações finais
A interdisciplinaridade refere-se à transferência de métodos e conceitos de uma disciplina a outra,
com três graus: 1º) aplicação; 2º) epistemológico, e 3º) geração de novas disciplinas (NICOLESCU, 2000,
p.11).
Este trabalho apresenta a natureza interdisciplinar da Preservação Digital, que é um campo de
conhecimento em formação, de grande complexidade, que necessita do aporte de conhecimento de várias
disciplinas, quiçá a caminho do 3º grau de interdisciplinaridade de Nicolescu.
O foco do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (PPEGC) é o
ensino, a pesquisa, o desenvolvimento e a implementação de métodos e técnicas para a promoção da criação,
da codificação (engenharia), do gerenciamento (gestão) e da disseminação (mídia) do conhecimento6.
Com foco no conhecimento, a preservação de objetos digitais é também um assunto crítico para a
gestão do conhecimento organizacional (GCO), pois a dificuldade em preservar os registros digitais
volatiliza o conhecimento neles armazenados. Embora com objetos e focos específicos, o arcabouço de
conhecimento desenvolvido na biblioteconomia e arquivologia trazem importantes contribuições para a
preservação do conhecimento codificado, a exemplo do processo de avaliação desenvolvido na arquivologia.
Adicionalmente, a relação simbiótica do objeto digital com a TIC, naturalmente exige o aporte de
conhecimento da ciência da computação em projetos relacionados à Preservação Digital.
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