A Invenção Da Biografia

7/18/2019 A Invenção Da Biografia

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A Invenção da Biografia e oIndividualismo Renascentista

Peter Burke

pono d prtia dest rigo é um instisfaçào com a vãoticionl sobr seu tm. Todos stdiosos do Rnscmnto sm qu]cob Burckhrt rmou que no enscmnto ocorreu "um des brchr ondvíduo, sbm qu iusou sua maào com o fnômno d ascnsãod biofi (inclusive utobog) Outro fto qus to concio é qudpos Bd contceu m revolt dos mdievlss cont visongtv qu tv Idd Méd nclundo-s í idéi qu ftou ss proo órico um snido d niviualdd? Aal e contas

podemos encontr biograis s no, como já oi to m toas s épocas epss o mnos em muts ctus peroos Ent s biors mdievsmas cads nsse contxo so s d Lus V por Sur d uís por oinvl uís por Commyns s vis Guilhe Mrecl e d Byrdnnims , ms o no s vds os rs nódicos escris n slândi doséculo por Snorr Sturuson Podemos crscentr s vids o i Alfropor Asr de Sto Ansmo por Edmr, s d So os Aquno c SoFrncisc escrits no séc XI 3

NtlL- E ço d J Uguo Drumm rl r Do R

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suos sócos 99 9

Queo adotr um abodgem dstint neste enso. Meu ponto deptd um expeênc pesl, ms nã cedt que el ej peculr mm Qund lems s bg d Rensment, nv de pen

outá-Is m buc d omçõ ou citçõ, é df vtar um ençãode sthmento, um dsro gerdo pl fção d nos petvs O pbem que ess bogis nã sào (ou não são inteimente)bogfs no sedo que d o te El não dsutem o deenvolventod penldde, feqüentemente gnom nolog e em gel inuzemmteiis paentemente ielevntes, dand um mpesão de usni defm A vid de Dnte p Bc, po emplo fi td p umestdoso por es "sreregd de nedots

O qu mi donct o eto é qu s txt tão repetos d

tOPOi nedo sobe um so á ontd obe uts pesos. NcoloVo ontou hstór obe Loeno de Med ( pevisões de su me poexemplo) que no mínimo lembm Suetôn e sus vids do Cses No eboçbogro do memo Lez ontido n su Hstó· Fornç, Mquive1menconou o gst d bigfdo po jogs nnts, to destd porSuetno sobe Auguto, e p Plutro sob Agsu. e novo em ubog de Cstco Ctrcn e Luc, Muivel olou n b dopotgonist frses espituoss ue iógene Li disse sobr o iósoontigo Aitipo Vs conta itói de pnt:s de Pie dela Fnes, p

eemp, equivdmente tmds cm end es stós que sàpes de nedot sobe nti pnt geo ntd p n emsu Hstór ntu A itór sob cm dl Gnvl ditav multnemente pr divers eetris e de um nedt que tnt Pniqunto Plut evm ob Júlo Césr. Os istdo stummo to d scitoe mdiv um too d nture, tl com contn mo co d vd de Clos Mgno p ind que do o bogfdoom testis heó de vo mpedoes omns, nusvetmnd de emptm epeões om or t mplo tque robut.

Ms cm pudem ecites d Rensment ign idivduliddedes mnei? O pblem e semel d us d mesm mti de mdp mpm etto de indvdu difeentes ns lvo impes ds sX e

Os stodores fim deonceado qundo mnuem esse textosd psd, ms emente devem evt e nem sempe evtm tentçã de depez eus utoes cm ncmptente O desf d umintepetaçã psitv os spect da bfi renscentis t g nideds negtv (fts sem elevân, flt de enibiidde mudn et)

Nt ponto, du pguna pontes m fets m pieio ug,



A 1vção a Bogafa o 1ivuamo Racia

pnts sobr o pópro gênro O q pnsvm contmoânos sobaOm a nção o qu nós chmamos bogra? Em sgno lugar, o

q sss iéas prsspostos sor ograia nos zm sobr ss vsõs

o nvo, o sobr to s cltura Sguino os conslos RobDaton pmos usar nossa snsão srnhamno como um ponto pa par cptar conição o oro p xplorr cs �nças nto prsnt o psso, cls mtnt ctgor a psso'

Esta sr statéa aota nst nsa Ds uma brv rvsào scnsão ogrfi na ropa o Rnscimnto sctr as rgrscontmpoâns o gênro s ração com a culura mis mp, paraconcluir com nls lguns pocos txtos, com co nívl tlhmnto ass spo - cm algm� pfna

I

Ds Burckhrt foam rlatvamn poucos os suos fitos soba ografi rnascntist por oposição à toografa -, isso psar o ato cos txtos o proo, spclmnt s coçs ogrfs scritspor Vspasano a Bstcc Gorgo Vasa ri, trm so usaas numvis vzscomo onts toa forma ss prío hitórico tstmunhou mprcptívl mnto o ntrss tnto pl scrt qnto pl li

ogs prmo n Itália ois m otros gas.A pat tlan a hstóra a mas m cnhc. Ta como m outs

campos o Rnascmnto, o ponto paia vint Ptrc nst casocom sua colção vias romnos mosos otos vr ItbuDpis vio occacc, cm sua colçã vas mhrs famosas cr murbs s vas nivis Dnt Ptrca. No sculo X ascolçõs vas nclím De v Iutrbu aio ontfcum Pltina s mmórias Vspsano sor os homns mosos q conhcu, o ivr osti sobr mhrs mosas 97) cno as humanssIsotta Nogarola Cassanr Fl. Hov n bogrfis nviuais: ohmnist Lonaro ni scrv iogrfias Aristóts Ccro Dant Ptrc nqant Garn scv sobr Plat Gnno Mantt sobrSócts Snca Ent os contmpoânos cjs vas foam narrasinivialnt gram Ncola V, Aonso Agão Filippo Mari Vscont,Cso Mici rquitto Bnlsch humanist Pompon t condottr Baccio a Monton8

Na táa o sclo XV a borf s tou um componnt amas mporant a paisagm clral. Ho m i muts psss s lmrmpricplnt s vs sts scrits por Vsa r, ms os contmpoâos

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esdos hisris • 99 9

provavemen preferiam as biogras de solddos sultãs ecrtas por Giovio,sguids das muhrs rtrdas por Betui qu atualizam Boccccio aoinclu nr ous) Isala d'st e Magarida d Nava. biogras

ndividuis ecrs nee período ncluem s de Cosi sobe Fiio ( dMaquavl sobr Casuccio Cascani ( d Sanovno sobr Boccacco( d Govo sobr ào X ( d Condivi sobr Mgul Ânglo ( d Pigna obr Aiosto ( A ea no enano, o gênro bioáficosav cecendo apimnte mbém for a ia.

As d h poucos rprsnans do gêno a gist do ouoldo dos Alps Rudof Agricola escrvu um vid d Pe Heandoulgar screvu sobre os "hom fmosos d Casla A vd de Hnique Vda nglaer oi rtda num livro scio não por um iglês por um

ilino xpaiado Tio Livio Fovisi (pupilo Gurno d Vron) d msm foa qu a vida do bispo polonês Grgor d Skok fo escra por ouohumansta ialiano Filippo Buonaccors Callmaco Dpois d nonno stuçào mud. A vid d Jrônmo por Ersmo public

foi ao mesmo mpo um sinoma de e um smulo para um novo ntrs plogênro A vida de rsmo foi escri em pelo humanista Baus hnanus o própro Beatus e sfoaia no hrói de uma bogfia publicada onzanos mais rd

Na nglat as biogas inclum Aland S ( por Si

Thomas Elyot; as vis de Thomas Mor por Wilim Rope por NichosHarpsild a do cardl Wols por Gorg Cavndsh as ês fom escrism too d ms só fom publicadas muio mas trd a vida d PhilipSidn por su amigo ulk Grvill scrt m orno d Na nç ouno mundo fncófono aparcem as biografias de Guillaume Budé, d Calvinod Catrina d Medci de Pus amus e d Pierr Ronsard and as vidasdos Grnds captães por Brnôm Os pes Hssus Kochnowsi ossas Dürer e ombard o refodor Melnchhon o humanis ipsiusodos tivram sus biógs pa não falar nos sanos como Vicn rrr

ncio de oyola cujas vidas foam escrias no novo stilo humanis porRsano Rbadni

m algus desss csos o modelo iliano é bm óbvio O livr d Kl von Mandr Shk ou ivo dos pnors ) uma mção dVsar al como Brntôm imitou Giovio. Os alianos mbém seguiam modlosPtarca prvavlmen s inspirou no v d Jerônmo e sepor su vz guiu o modlo d Suônio m uas vids dos tors omanoDcmbrio ispiru-s em Suônio para scrvr sobr Vscon. Govo atiuqu imiava Puco Suas vidas d gens seuiam os molds d Cornélio

Npo nquano Vasri adapou aos isas o modlo d Diógns aércio par



A Invnção da Bogafa o Indvdualsmo Rnascntista

os flósofos A combição d biogfi com o eto encontd em Govio eVasari segiu o modelo de Imgtne, de Varo Mesmo Brantôme um soldadoe no um escritor esudou s traduçõs francss de utrco utôo e por

vezes exeou sus heróis e heos vs dos olhos deles lr de modelos falar de regras e convenções, e está na ho de trar delas

A prme convençào quem em s pessoas cujas vidas em consderdas tema pprado paa uma bogaia' No mundo antgo predomnaamgovernntes e ilósofos ms hvi tmbm pqueno spço dsponvel pargeneis e etos Colio Nepos escreveu no pens sobre comndntes

mitares como Anbal mas também sobre Ático. Pluarco escreveu sobre Ccer,enqunto utônio e o grmátco Donto screverm sobr V io Noenascimeno como vmos fom escris bois de governantes comoAlonso de Argo e Cosmo de Medici, de escrtores como Dnte e ercde flósofos como Fico e Pico e de cndr como Niccolo Picco eccio Montone A escolha de cpiães de soldados mercenáros como heróispode parecer estrnh hoje em di ms as bografias de Gttmet porDonteUo e de Coeon por Veccho nos lembrm que os conr, comoos prcpes, merecam estátas em lugares púbcos repetório agor se

expand pr incuir mulheres e sts ene eles o compostor osqu desPre cuj vd foi escrit pelo humns suíço Grenus Os protgonstas debiogfis cuíam ada idvíduos de outs cultus como no caso dos sulãesde Giovo ou doÁt537l do húngro Mkós Oáh, um discípulo d Ersmodo Momé 53) do lemão Widmanseer ou do Tmo 553) dePerndnus

As convençes das bofas reascentistas varivm de acordo com oseu contexto Nesse período, ta como n antgudde clássc moe de umpessoa mos er freqüentemene um opondde p um oção nebreque mis rde talvez fosse publcada, o equvlente ao obitáro nos dis atais 9A vda do condre Niccolo Piccino ) por Pier Canddo Decembrio,por xemplo, fo um oção fúnbr tl como Achm 57) de Grnt, Cmn de Wheare Ams coleçõ de bioraas m um objetivoddáco ào a as vdas de �, m m as vdas de sts por Vasar

No entanto, o contexo da bogi o qual quero dar ms fse temsido curiosmene gnodo pelos estdiosos. A pa de do sculo Xer freqüente que as vds dos esctores fossem escrs e publicas comoprecios de suas obas Por exempo, as vdas dos anigos poetas rmanosscrits por Petro Crnito orignariamnt publcds como uma coço m

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estudos hstóros 99 9

508, e freqüenemente usadas para noduzr edções dos exos deespoes CEscio em 55, Pluo em 1530, ldn em 535Horci em 545, assm pr dane) A biogaa d Jerônmo por Ersmo colocada n níc

da edição das Odo prmero publcada em 5 pelo mpressor Froben daBasé. D mesm o braI de Esmo por Betus ennus oncomendada por obn com um práco para a nova dçã ds Odaquele Novamene, versão rancesa da vid de alvino por Teodore Beo pubcad orgnrmene como preco o comenáro de lvno sobreJsu, enquno a rdução lan sau como preác a um vlume de caras delvn A bor de Bccccio por Snsvio o escr pr edição doDcmron (54); a de Aroso 54) por na, o acescend às edçõesde rndo Furo p de 55 o "slne de Mrlan o acrescendo

O coo ( pa de 583) o Ronsrd (58), de Bne, s O reundsdo poe haucer (598), de Spet, scrio expressamene cm umpreác.

s qusão do conxo da publcação no rvial l lsr ascensão d cnceio d ndvidldde d r o pressps de qe snormções sbre escrior ns ajudam enender sus bras Quse nomesmo momento, cm que p sublnar ese pno, oou-se comum ncluro rero dos ores nas ss bs erlmene como rnspíc com noscsos de Aroso 532) Erasmo 533) erc (53), Rnsard (552), Vsari

(58) e Skespere 123). s versos crescenads s rrs por veesexplcvm o movo Sob o reo de Ronsrd lemos: ·'lc co prd Sob o de Skespeare os msos versos de Ben nson sbre isa, Mn roeso

cou b bu b dwn b w h s ao mnosivesse ele pddo desenhr s sbedori

A wll n I b b b / Tã bem qun cpoun brone

H fc: b pn u bn u / Seu rs av en superr

A b w wr n Tdo o que ms ogrvdo no

Bu nc b cnno, d M Ms á qu l nopode, eor, pres enção

No on b pcu bu b No à su mem, ms

ao s lvo



A Inv:ão da Bogafa o Indvdualmo Rnacntta

Cnco outos pontos rdtivos s convenções biogia enascetstpoem ajua a evel a esttua que subaz àquilo que ugmos se textosmofos, gssvos ou fenos.12

Embor gums bogis tvessem ognzção cnoógica, comono cso s vis e Moe o Ro e e Cavno po Bez (que n sua vesãoem atim tnh ats impesss nas maens) estt noma e temáticaou ópic.3 Assim, o Dnte e Boccccio v a a p a poesia e a psap neos sobe su eo A bogfi e Esmo po Betus Rhennusse peocupa com vi, ma, os ivos moe, a apênca e a pesoneo heó A oganizção as Vias e Vasa segue um pão gea e esceveogens, Oação, trbho, unos, psoni ptáfo eáo4

ii Pecias sob gne tu o he são um tem ecoente

nas bogafias enscenstas, ta como nas vias os sntos meevais ou osgnes homns ntigu utco ctv o comntáo e Cipo sob ce t e Máo e a visão que e Cíce teve a respeto o uoa cança Da mesma fom Bccacco cona a histói os sonhos a mãe eDnte. Beatus henanus ca a pocia que Zinthus comunica o ovem smo,e que "agum i cnçás o pinácuo sbeoia. A va e Moe poRope egsta efenci o ce Moon ess canç que seá

homem mavilhoso Vsa ci o meste e Miue Âneo omencoGhnaio, que tei ito: Este menino sbe mas o que eu, e conta numa

iogafi trás out hsts e cinçs que á mostavam sins e sustus habies stcs

iii. Ta como nas naavas hstcs sobe o peoo uma tençoconsieve é ispens peas biofis a eventos que os hisoioesmoeos peo menos até centemente eixim e o como mess s etos e mote o exempo esctos e mane tica eéca ganhm espço consieáve, coesoneno ao ineesse os con-tempoâneos pe útim cen e uma peça bioáfc Se o tonst ocupum cgo púbico, os itus lgos ao cgo poem se escrtos com ehescuosos tal como n biog e Wosey po Cvensh, n qua há xensosechos sobe banquetes, pssões, e sobe a cemôni em que o pgonistaecebeu seu chpéu e ce póio Wosey que e acoo comCvnsh xiba uma xrm pecpação com a hon munn icaa su pessoa no teia esostao escição, ms os eioes o sécuo poem muito bem senti vontae e pua esses echos ·'devantes5

v Exstm paos nte o sto a bog nscnts o stio cção o peoo Leono Bn citicou boa e Dant po occaccopo es "cheia e amo e suspios e gmas aentes t como o manceoro o pópio Boccacco Huzinga scu o jouc (c 5

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udo hóro 99 - 9

Jen de Bue como um "omnce bográco. D mesm Oa, constncaogid n biof nônm de ord Burghgley - que ser exmnd bao ão é muto drent d d Pm cono dscri por Sr hilp Sdney

gus nos ntes em su Adi. Como nos ivros de chstes e nas noveashá um abunânc de nedota ns bogs escrts ne épo, e seuobjetvo er rver ddos sobr prsondad dos biogados Ropr cont hstóri de como More brncv dnte de su pópa ecuo Vasrdescreve como onteo não se mpov com dinher: Ee gdv todoo seu dnhero num cest pendurad no teto por um cord e todos os seusudntes e mgos podm peg o qunto quisessem sem pedi Fuke Grevecont mos hstór d g de águ segundo qu Sdney, n hod moe oecere um go um soddo erido dizendo T necessidde é

maor que minh Esss nedots so reqüentemente dmtics na e incuem muitos dáogos discurso direto v. Merece ser etzdo o ugr oupdo em muts bogras desse

príodo pas s dos prsonens e specmnte peo diáoo. A nsexempos ms ntgos pdem, é cro ser ctdos, como o Santo nsemo deEe, com sus s nts vvds

16Contudo o dáogo se to cad

ve ms eqente e rmátco nos tetos do sécuo Ns Vid de Vasro dáogo tem ppe impornte, como no co d mos esposta de Mgue-ngeo à prgnt do pp ob qundo cr pnt Cp Sstin

Qundo eu puder [qundo po" A biogr de Wosey por Cvendish descs sentençs e ções brihntes n câmar do coseho prerds poseu hó. A vd d Mo por Ropr cit um bom númro d sus ss, gumsds qus crm mosas como a que disse pra o seu executo Fça umbom seço envndome á pr cm, pos n descd eu mesmo cuire demm Em 'ns csos o diáogo é to mprtnt que s transfo no quepodemos consder um subêner d bogr Um dos primeros eemposdese esto basedo em dtos e etos est na biogria de Sóctes poXenoonte um modeo seguido por Antono nomt em su bog de

Aonso de Agão por Gaeotto Marzo no seu teto sore Matias d Hungie por tsa orro o escrever sobre Fpe somto biogco estvaa poucos pssos das cotâns d rses ou ds convess à ms d Luto,ou dos texos de esudoss como J J. Scger e ohn Seden

Ms o que extmente er uma biora? A est tur é mposvegi de um bordgem !0ógc7 m ngs e em rncs iogpbyiogrpbià



A Invenção da Biogafa o Individualimo Renacentita

Aemnha, Bogphe é do f do século emboa Lechreugposs asionalmente ser enconto no século No ennto, iéi e um

vda "escrit oe ser enconad n Ide Méd. O to bioga foi

cunhao na Grécia no ft do período antgo Antes disso falava-se em escrever;'vias (biO18 s bogf de Aexnre o Gne, Plu fz um dstçào

mponte nr ser históa nrtiva e er vd" como ele mesmoestava fazendo. as ''d havia espaço p abor nto sfera priVa quanto públic, pr er nlie inviual vés e pquens ps,lgo queno como um ase ou um chiste (Plutco ceente merc

lugr no fmoso esto de Carlo Ginzbu sob tais psts).19Ess frmção e Plutrco, tão relevante pr o conceito o dvuo

nico, é o tema centr do resante dste ensaio Seá ncssio, ponto,

discuti a receptivdade de Plutrco no Rscmento20 Dstintamente dbiogrfs escrits por Suetôno, s vis escrits por Plutrco erm prentement dsconhcids n Euop Ocidenl nts o t do sécuo eferêncs aos manuscrtos de pelo menos algumas de suas vdas começam asurgi m Florença specialmene a p o ncio do século X no cculo eLeoro Br e Niccolo Niccoli. Ees erm conhecidos de luns hssfor e lorenç, entre os quais Frncesco Filelfo Gurino d eon e ittornoda Feltre om auzdos par o latm por Bn, Flelfo outros Eptomesesses manuscitos foram feitos no século X21 Truçõs pr o italiano

precerm em pr o espnhol em p o lemão m enquanto versões compleas m latm aparecem em e A taduçàofrnces feit por Jacques Amyot ( e trduçào inlesa e utoi de SrThoas North ( tornrmse fmoss ns liteurs dos respectivos pses

A istnçào fta Plurco entr hstri e biofia foi freqüentemente reafrmada nesse peroo G Ferdd e Lorzo (foi critcao pelos contempoâneos por fazer referncis s ralhs o ree aos ncos e ouro re sob o rgumento de que ele dveri estar escrevendohistria, que everia ser mais dignficad que a bogrfa Em Batolommeo

Facio invocou distinção de Plurco num c em que descrevi o liv queesava escrevendo sobe Alfonso de Ago El foi nvda de novo por Amyotno prefácio de sua rduçào, expcando que a históri s ocup dos fetos oshomens enquanto a fnção d biorf é esclarecer/r u d emu Montigne, em seus vo 2, cp bteu n mesm tecao dfender Plutarco cont us crticos, logindoo por se preupar com a vi nterior ( ce u p du dn', o ivés de se voltr p o ciene osventos exernos ( "ce u u deho)

Montigne tmbém efzou fção de Plutrco de que gestospntmente bns ofrecm pists sobr a prsonalade ou mouve

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d tóc 99- 9

o dcou) úlio Césr costumv cr C com o dedo, o que é ogesto de um homem orimido por mentos dolor ; e Ccero penso tinho ccte de enrugr o o que é sinl de nz ded" Oiro 2

c 17). Nào é dc elcr or que es idé orm o entes osuos tets renscents Joele ez uso de lutrco p o rco Antônio desu e C 559 como Shkespe no seu ôo Có

No enno, o entusismo dos renscentsts or Plutrco ege umcomentáro Podese dizer que éoc er oc redescobes - ms lveztmbém houvesse condçs pops nos séculos I e II Sr chrdSou descrvu vid de Snto Asmo or Emr como u eemlode biog íntm, como s vds de So Frncisco e So Lu do séculoXJI.22 Como Eer em relço Snto Anselmo, vle nào recsv se

inspir em Plutrco pr oecer dehes nmo de So Lu, cindo susrses, registrndo u túnic smles de l" e seus hbios moderdo comoo d mturr águ o vnho No ntnto o livo d Plurco o mnos umesmulo pr esrever dque mner, legmndo o nteresse el virivd, personidde únic e prnci sic dos indivíduos

Dne descrito por Boccccio por xemplo, tin nriz quiino eemoren, eresso melncóic e bo memóri Bun depos de r dsquestõe blics do !emo nte, ps delhes domético, notndo queo o er um omem muo sedo de esttur modest" que lv lent freqüentmnte" que nh um bl clgr Já biog d Arstótlsecrt po mesmo Bruni, e divde no que o prprio utor chm de dusvolts em torno d pis prmer dedicd à u vid úic seundtrndo de detles como us perns ns, seu ohos equenos, seu hátode usr muios nés e ssm or dnte interess d memóris de Vessnod Bisticc pr os leitores moeo consie em grnde e em detlesigulmente coorido, à mneir de utrco ssim icmo sbendo ueLeonrdo Brni (tl como seu rório her Dnte) economzv s vrs"

e se enurec cilmente embor se clmsse com igul idez Gnnozzone th um mmóri mrvlhos e dormi ns cco hors or not p Eugnio gotv de ler n cm oo Nccoo Niccoigostv de usr inos ecdos vemehos e tnh su feções seid emptos lndos e ntios"

IV

Tr sudos de cso podm si pr urr s prcis crctríst

cs ds ogrs renscntsts biogr d rc Aurio or Guv



A nvenção a ogafa e o nvualmo Renacentta

1528), vida do oet Ronsard por Binet (586) e biogrfa nônim deWm Cec! Lord Burghey (c.l600)

Antono de Guvara pregador na coe do mperdor Caros V e

se i Á u d Mr Aur tem ms ds crcerístcs de um bomsermão23 Gv s concentr n xmpdd do impdor romno. Spóogo subnha que m prncipe temente a Des deve seguir os modeos decondut do pssdo como os ofeecidos po Lcugo, Césr, Aexndre, Tjno Mrco Auréio. igndos Cros V Guvr o consh adotespecimente Mco réio (pes de ser pgo) como gu, mgo, mesreeempo e competidor. Os modeos cásscos do ppo utor num texo quepreende ser um trdço de m mnuscto ecémescobeo escto por trêsdos professres do mperdor) são Setôno Ptco, Lvo, Sustno e

coeço de bogrfs dos úmos imperdores omnos, go conhecid comoHo Aug 24

bogrf m s msm divdd m 48 cpuos, dos qs pensuns pocos so cronoógicos. H m capuo sobe os estudos do impedoe ouo sobe su moe - segdo de ms nove cptos sobre s "útmspvs e os consehos do mperdor moribndo especmente pr se fho.É de se presumir que Cros V evo o ivo sério peo menos pe finpois deiou conseos pr seu fo Fpe que, em gmas pssgens sãobm precdos com nrrtiv de Gevr sobre Mrco réo. O reso do

vo se dedc contr hstórs que n mo pe ustm sbedor deMrco Aréo Gevr dev sber o qe chamv tenção dos sescontempoâneos, pos seu vro teve enIe sucesso, nndo tdçõs prO frncês, o tino, o ngês e o tm ém de nmeross edições em espnot o do sécuo

Geva escrevera depos biorfs mis cts de ouros mperdoresromanos, nm esto smr No cso de Adrano, por exempo podemos vercomo ee enfeit c nrrtiv d Hri Auu com dethes d vidpcua do impedo su apênc, seus bons costumes u um-

r seus us hbtos m iio) incsve cç e o ssdo àsmuhees, e fnmente seus ditos espiruosos os qus Hor Au dedicr um seço).

Os dois eempos restntes são de bogfis de contemporâneos, umdo mundo dos negcos púbcos, ouo do mundo das es. mbos oscsos os bórfos conhecim bem os seus herós.

v d P d Rrd d Cu Bnet, comç com gçãoorguhos de qe o poet povnh de m das ms nobes fms d Fnç

Por isso seus primeros nos oevrm freüentr cortes e missões dpomtcs

como compnhnte do mbido). S p, qu screver poms n

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studos istricos 99- 9

juventue, petu que ee stsse a lterdtu clássic ms o pobu e telvs em fncs. No entnto Pee ecebe o nsce centelh" e umnclnço nutável p a pos (c cn &f mprsion pour I

Pi quon n pu u, e cabou se toano poet Na Unvesee s Rons esuv pme mete note e epos pssav velp seu colg B·f p qu ste stuss té e mnhã Como est esumoá eve te exo clao h em net um eneo bem mas foe o que emGuev hstó escobet um vocção segu o seu econhecmento pel e pelos uts

An ssim Bnet pouco se nteess pel conologa e seu pópoeto eclm sso.25

Do sucesso e Rons há n bogf pens umpqueno pss t chgos à su mo ms cn lto e mo

esct com ethes luxntes págns segunts scutem eputaçãoe Rons sus opnões sob poes e ouos ssuntos e seus hábtospsntno-o como um utntco cvlho fncês, um e conveso e um apeco a e a músc e os ns

vo Anonymo of Wim Cc ord Bub fo esct logoepos moe este estst po lgum que feqügntv su cs e sufm povvelment seu sceto Mchl Hckes

A pa sntnç o vo e se esceve sobe s vs vuoss e homens voosos e um nco zoável o conteúo Em Guev nfse no exemp quse

apaga o homm Maco Aulo Em Bnt pesa fênc o utncocavaheo fncs" peomna o nvíuo Em of Bub o uto osciente os os moeos

No que spto o lo exemp Bughley pesnto comoum sst sábo e tmnte eus o ploto pto nu o Esto op a comune tblhao nte justÇ um homm que ecusvsuboos, um benet p s pobes e um mel e constnc quelpc vue o o sculo nunc blo pl pxo nemnt com s mhos [notícs] nm sconceo ps pos leto

e uts bgfs escts n msm peío nã c supes sbeque Bughley povnh um lnhgm muto ntg" (n vee ele fo umnovu bomo que se esfoçu bstnte p sfç sus ens) nem que eleteve um mote tnqül teno cen su moe pa e cst so esctacom eltv que e ethes

No tcnte nvuo, o uto, que cemente conhec lutco to qunto Bugh1ey ex lo s qustõs públcs n me suntv e pss pesent etlhes coloos ínole pv e a vomstc e seu heó Como no cs e Rns somos contempos comum neot que evl tmnção o ovm stuoso No Snt ohn's



A Invnção a Biogafa o Iniviualimo Rnacntita

College d Cmbidge, Cci! contatou o sro pr crdá-lo às qutro horstds s mnhs Mis de "u msmo su testmuh ul de qu nunc vi ntv p m ho dunt o períd d vnt e qutr nos qu pssmos

juntos Fcmos send sob o quintdo conhecmento de grego d Ccft ncomum em estdsts sob su tço (como Ronsd) po jrdis"E gosv muito d consi dis chrzs 1és No ntnto sudistrço princpl m sus livros le gostv de l cm D cordocom biógrfo, Cec um do spritso gudo e e subsntvo tx termn com um ist d S frses, t bns e óbvis qunto s dPôni d Skespr Um bm xmpl desss frses é: A gur sncnd rpdmnt ms pz é dfcl de lcnçr Um contst com sfss d Csrcco Cstrcnti sds por Mquivel num sçã d su

og ms um mbrnç fnl d iponc que nesse mmn se dvà idé d qu frses rvelm psnldd de que bogrfi ofece sus eios um mo n estrd d sus própis vids

v

Que tip de ctgor d pess rvelm os txtos qui exmdos?âo se t tnto d um ctgor ms sim d um cnunto de ctgislgms dels mos (prudênc ustiç crgm moderço clemênc

lildd e ssim por dint), us médcs cá sngü melncolcól u) us dfnçs pncips s dstcm entre s ctegrsrnscntsts e s nsss

primei ug nç de xmplrdde7 A gf de iipe p Blts Po lustr com spec clrez ss noço expcindo oque fc ens plcto em muts ouros txs á que o texto é ozdod codo cm ctgos ms s como clemênci, huildd prdênc e ssm por dn. 28 Evidentemnt xis um tso pr d o mmo,entr dé d indivduo com xempl idéi do ndvduo como único pátic renscntis corriqu d s fr s prncips m pcul cmoum ·'nv ugust um sundo Cos Mgno ssm p dint, mostrcmnt ss tnso9

E segundo lug o pessupos de que prsnidd é státc opduto f d um quio d umoes p luns sctos o suldonvávl d um constlço d ftos lgdos o nscint possibildd d prvr ro d hó Est specto n é nuld plo esquemcnlógc ncntdo em lms pucs bigrfis d podo s ccunstncis exs mudm, simbolzds pel d frn que st iogfi d Wosy po Cvndsh.30 Ms o hó n dv purb com

95



studos hstcos 99 9

isso Ee ou el devem ex costâci" cmo um och ou odeosoe em meio um temst

Quse tods esss osevõs oderam s c s ogs do

século X A eocuão com ogfi ítim" dess éoc destacdo Doald Staue j odia ocorre como vmos, desde séculos teoes. Sóo século se vslum um mud com ão e que esolddess o um ocesso de desevovimeto Rousseu s sus Co iaese a sua óa vda dessa fom. Bidungmn como foi escoo Goee e ouos se coceve sem ess mu de visão Na esctada stóia ms ou meos mesm a o deectad uma cosciêcia dodesevoveto d esolidde os útmos voumes e Decine nd F788) de Gio eseciamete qudo ele fl d mossiide de

geelia soe Momé tts eam as sus fees os dsitos estgiosa sua v: se eu coseusse deiea o seu etro o uma ho ue fosse dél semeh ào se ac igmete o solto do Mote He, oegdo de Meca e ao coqustdo Aa"3 Do oo e vst esteesio qus odmos af qu o Rscmeto duou té o século .

Isso é veddeo elo meos o ue toca ao fscio elos heós de Plutco,ue cotmou de os Bem Fa de ousseau MameRold

Nots

1 Jcb Burckhrdt Ciualion 0/lheRnance n a 860) dçonglsa d 878 dda pHandswh, 1990 Cf. Petinoz H nd bigraphy n lhe

rk 0/Erm 0/Rordam, Gnv966 5 ss

2 Wac K F 7R in htoc hghCambdg Mss 98 c x-xCf Cln Mis e dc O/lhendivd 0501200 Lndn 92n Gvch Te o DfEroanndivm Oord 99

3 Rchd W Soh St Aem ndh bograher Cmdg 3

4 R Wss 7e rd o/Itinhmn, London 96 5. B 'Th Rnssncndvdasm and h po" t/Erpen Idas, 2 ( p 39300

6. Rb on 7e gret clcre, Nw Yk 98; MchChs ( � ds ct fhpon, Cmbidg 985

nhlz Ht nd bigraphy nlhe wor /Esm 0/om;homs F May and Danl R Wolds. 7 rh' o/wng n erm Ep Ao 5ac L Rbn Gii Vsri: a ndh Nw vn



.

A nenção da Bioga o ndiidualismo Renascentista

8. Erc Chran, Hto and btorai lhe / Rence, Chicgo,1981 cp 14; sor Bni vr EmunFd 'e rst humnstc lif of

Aristot" n Forence nd Ita, d. prPtr Dny an n Eam,ondon, 1988 p 28596

9. a Rob Ko yng thbeen: hran nr sos sif tng in Myr and Wf 7hetri p 97-113

10. Dod Sr Engh brphy 7 Cmrdg, Mass 1930p 62 not; Mayr n Wf 7e

bet.11. Star ngb bigpby, p. ,mncon br mente a ograari1 coo m prf:co" ms 3pnsa pair 12 Sbr s vrs iogrfvr a nrodução Myr n Wlf,1 beto

a Ruh Mors Mv

bogrphy", Lagug RU,80 985) p 257-6 cf Mors Tthand cntn { h Midd AgCamrg 1991

14 Rbin Gii Va p 299

15 Judih H Anrson, Bograpbicth tbe rrtat fhtcps in dr-S wrng, NwHvn 194 p 2739. Agro Dvd g pr s rfrênci

16 Souh St em p 29 S.

1. SLr gh bgphy, 29.

18. Sobr st tópico o txo cássco o d o Moigino 7dment fGrk bigaphyCridg, M 1971

19. Caro Gizurg Oues" (1979)rpruzio no su Myths, b, ondon 1990 p 96125

20. Rudof H Puch, eipg,1912

21. Ginvto Rsto epmi diPutrco e u, 2

22 Sou, St nsem, p 332 ;

c sl rook - lis of S.rancs of Assis· t bgphy A Dory onon, 1967 p. 77-202

23 Antono Guv v 1 d E Bnco Md SorGvar r Agstn Reondontn d Gur t 'n d snt Gn, 1976.

24 A ry, Th Agusan son tn bography, T A ory p113-38

25. Pul moi d v de ede Rrd Cud Bnt, Pris 1991p I.

26 Aan G R Sm d 7ea e Df Wam C4wston, 10.

2 Timoty Hmpton tingm

bto tb htoc of nRnice ittur Iha 10

28 a�sr Porro, ct y hech desÍo Sud, Cnca,1628

29 ra m suo cso vrAnMri coq nço magin ir ris 987 Pr eexõegrais sor o tma cosultar Ptrurk, Hsór como lgori, d

ds 25 1995 p 197-21230 a Anrson Biogphca th

31. Cdo do cpíulo 50 vWomsy, 7 tforman flhc d F fthe Rom mpireCmridg p 230.

(Rceb r pubcçã mi de 7)

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A Invenção Da Biografia