19
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 1 - A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos das reportagens pelo leitor Franciane da Silva Santos 1 – UFAL Maria Francisca Oliveira Santos 2 - UNEAL Resumo Neste trabalho que tem como título “A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos das reportagens pelo leitor”, estudamos a dinâmica dos gêneros digitais nos mais variados contextos de convívio social, sendo imprescindível seu conhecimento, enquanto prática linguística, dentre eles destaca-se o hipertexto e as leituras em ambientes digitais. O objetivo geral deste trabalho é analisar o hipertexto como estimulador a leitura de forma dinâmica e ainda avaliar a incidência e importância dos links para a construção e compreensão das reportagens pelo leitor a partir da leitura do hipertexto. Esta pesquisa tem como pressupostos teóricos Marcuschi (2000, 2005, 2008), Koch (2005), Ferrari (2010), Fachinetto (2005), Santos (2001), Gomes (2010), dentre outros. A relevância do trabalho se dá pela análise dos hipertextos e os recursos por ele disponibilizados no ambiente digital que estimulam o leitor e permitem maior compreensão e construção do sentido. Palavras-chave: Hipertexto, reportagem, links, texto, sentidos. Introdução A leitura como processo de construção de sentidos pelo leitor, com o advento das tecnologias e hipermídias, passou a não mais ficar restrito ao texto impresso ou à linearidade do processo de decodificação do texto convencional. É imprescindível trabalharmos hoje com a ideia de hipertexto e sua possibilidade de leitura e construção dos sentidos. Lidar com ambientes de leitura virtual requer mais do leitor, enquanto interlocutor em um processo dialógico de construção do sentido, assim ele é 1 Franciane da Silva Santos, mestranda pela Universidade Federal de Alagoas UFAL, e-mail: [email protected] 2 Mª Francisca Oliveira Santos, professora Titular da Universidade Estadual de Alagoas UNEAL, e- mail: [email protected]

A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

  • Upload
    lemien

  • View
    214

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 1 -

A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos das reportagens pelo leitor

Franciane da Silva Santos1 – UFAL

Maria Francisca Oliveira Santos2 - UNEAL

Resumo

Neste trabalho que tem como título “A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos das reportagens pelo leitor”, estudamos a dinâmica dos gêneros digitais nos mais variados contextos de convívio social, sendo imprescindível seu conhecimento, enquanto prática linguística, dentre eles destaca-se o hipertexto e as leituras em ambientes digitais. O objetivo geral deste trabalho é analisar o hipertexto como estimulador a leitura de forma dinâmica e ainda avaliar a incidência e importância dos links para a construção e compreensão das reportagens pelo leitor a partir da leitura do hipertexto. Esta pesquisa tem como pressupostos teóricos Marcuschi (2000, 2005, 2008), Koch (2005), Ferrari (2010), Fachinetto (2005), Santos (2001), Gomes (2010), dentre outros. A

relevância do trabalho se dá pela análise dos hipertextos e os recursos por ele disponibilizados no ambiente digital que estimulam o leitor e permitem maior compreensão e construção do sentido. Palavras-chave: Hipertexto, reportagem, links, texto, sentidos.

Introdução

A leitura como processo de construção de sentidos pelo leitor, com o

advento das tecnologias e hipermídias, passou a não mais ficar restrito ao texto

impresso ou à linearidade do processo de decodificação do texto convencional. É

imprescindível trabalharmos hoje com a ideia de hipertexto e sua possibilidade de

leitura e construção dos sentidos.

Lidar com ambientes de leitura virtual requer mais do leitor, enquanto

interlocutor em um processo dialógico de construção do sentido, assim ele é

1 Franciane da Silva Santos, mestranda pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, e-mail:

[email protected] 2 Mª Francisca Oliveira Santos, professora Titular da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL, e-

mail: [email protected]

Page 2: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 2 -

participante do processo de construção do texto, ou melhor, do hipertexto que se

baseará em associações realizadas por meio de links. O termo hipertexto foi criado

por Theodore Nelson, na década de 60, para denominar a forma de escrita/leitura

não linear na informática, pelo sistema “ Xanadu”. Até então a ideia de

hipertextualidade havia sido apenas manifestada pelo matemático e físico

Vannevar Bush, através do dispositivo “Memex”.

Ted Nelson foi considerado por alguns como um visionário, pois propunha o

hipertexto como algo produtivo e não restritivo. Para Nelson o hipertexto era um

trecho de texto verbal ou pictórico, interconectado com inúmeros outros trechos,

por meio de links, de forma complexa, isto é, não linear, que não pode ser

representada de forma convencional e impressa.

Hipertexto: definição

Em termos de comparação, podemos considerar o hipertexto como uma

forma de estrutura em ou como uma corrente, pois tem características

semelhantes a ramificações conectadas através de nós que são acionados no

momento que o leitor faz uso de um link. Ao acessarmos um ponto determinado,

consequentemente, outros hipertextos que estão interligados também são

acessados, com grau de interatividade de que necessitamos.

Para Koch (2005, p. 63), “o hipertexto constitui um suporte linguístico-

semiótico hoje intensamente utilizado para estabelecer interações virtuais

desterritorializadas”. A autora ainda frisa que o hipertexto é também uma forma

de estruturação textual que faz do leitor, simultaneamente, um co-autor do texto,

oferecendo-lhe a possibilidade de opções entre caminhos diversificados, de modo a

permitir diferentes níveis de desenvolvimento e aprofundamento de um tema.

Segundo Gomes (2010, p.33–41) hipertexto é entendido como

Page 3: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 3 -

o local e o resultado da interação ativa, verbal ou não, entre interlocutores, enquanto sujeitos ativos que – dialogicamente – nele se constroem e são construídos, acrescentando a presença de links e uma existência exclusivamente eletrônica do hipertexto, como fatores diferenciadores do texto tradicional.

O ambiente virtual é fator fundamental para a existência do hipertexto,

pois ele tem caráter explorativo onde tempo e espaço em relação à construção

textual são flexíveis. Observamos que, ao navegarmos pela internet, encontramos

páginas que disponibilizam inúmeros links que, ao serem clicados, nos levam a

textos, a imagens e sites ou blogs que ofertam uma carga de informação, muitas

vezes, incoerentes ou que extrapolam as previsões do leitor.

A leitura do hipertexto exige do leitor os esquemas tradicionais de leitura,

assim como estratégias de leitura específicas. Se no texto impresso, o leitor utiliza

estratégias como o skimming, uma busca pelo sentido geral do texto e o scaninng

que seria a leitura em busca de informações específicas, no hipertexto, esse

mesmo leitor precisará utilizar links e meios de que o sistema hipertextual dispõe

como: figuras, comentários, janelas que levam a outros textos que complementam

as informações disponibilizadas em formas de links. Isso tudo permite que o leitor

construa seu próprio eixo de conexões as quais considere coerentes e construtoras

de sentidos. Os chamados links internos e externos irão facilitar a construção da

coerência e coesão além de sequências lógicas de informações nos hipertextos.

Segundo Xavier (2002, apud KOCH, 2005, p. 63), “ os hiperlinks tratam-se

de elos que vinculam mútua e infinitamente pessoas e instituições, enredando-as

em uma teia virtual de saberes com alcance planetário e a qualquer hora do dia”.

Os links (hiperlinks) são os elementos centrais em um hipertexto que permitem a

ligação virtual entre os hipertextos, além de serem fundamentais para o processo

de coautoria do leitor a partir da leitura dos mais variados links que remetem a

textos, figuras, sites por meio dos acessos virtuais realizados durante a leitura que

partem sempre de um texto-base durante o processo de construção dos sentidos

hipertextuais.

Page 4: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 4 -

Hipertexto e Topicidade

O hipertexto é, antes de mais nada, um texto. E assim sendo, possui as

características pertinentes aos parâmetros da textualidade que o fazem texto. Para

Koch (2005, p. 67),

O hipertexto, sendo também um texto, está sujeito às mesmas condições básicas da textualidade, desde que estas sejam entendidas, conforme a sugestão de Beaugrande (1997), como princípios de acesso e não de boa formação textual. Entre tais princípios, caberia mencionar a intertextualidade, a informatividade, a situacionalidade, a topicidade, a relevância e a coerência.

Para esse trabalho, interessa-nos estudar o princípio da Topicidade do

hipertexto, pois é a partir dele que enxergamos a coerente ligação entre os links

acessados e o hipertexto dentro do processo de construção dos sentidos pelo leitor

durante a leitura. A Topicidade é entendida por Gomes (2010, p. 33), “como sendo

um elemento diferenciador do hipertexto, ela depende do contexto, isto é, dos

textos anteriormente visitados pelo leitor e do contexto criado, para que sejam

percebidas como sequenciadores do mesmo tópico e tornem-se relevantes”. Os

textos lidos são, nesse caso, independentes e não hierárquicos, pois cada um

acessado por meio do link pode ser lido separadamente. Entretanto, para o leitor a

continuidade tópica é garantia de coerência entre os sentidos que apreende de

cada “texto” lido.

De acordo com Koch (2005, p. 69), “do ponto de vista da leitura, perceber

o que é relevante vai depender em muito da habilidade do hiperleitor não só de

seguir as pistas que lhe são oferecidas, como de saber até onde ir e onde parar”.

Além disso, cumpre-lhe ter sempre em mente o tópico, o objetivo da leitura e o

“problema” a ser resolvido, ou seja, buscar no hipertexto as informações, as

opiniões, os argumentos relevantes para a sua mais adequada solução, segundo a

autora (idem, p. 69). Esse caráter do hipertexto é um indicativo da coautoria e

Page 5: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 5 -

independência do leitor em relação às escolhas que faz, durante o processo de

leitura.

Ainda é interessante percebermos que caberá ao hiperleitor, ao passar, por

intermédio dos links, de um texto a outro, detectar, através da teia formada pelas

palavras-chave, quais as informações topicamente relevantes para manter a

continuidade temática e, portanto, a progressão textual coerente, conforme Xavier

(2000, apud KOCH, 2005, p.69). O hipertexto é uma rede que é trilhada quando o

leitor faz uso dos links e decide a seu modo qual leitura lhe é coerente e

conveniente ao que procura.

Nesta pesquisa, abordamos o gênero como evento comunicativo tendo a

pretensão de estudar o gênero reportagem enquanto hipertexto digital,

considerando que seu domínio discursivo é a esfera jornalística em meio de acesso

virtual.

Gêneros discursivos

As reflexões feitas hoje sobre o gênero discursivo partem primordialmente

de seu papel essencial na linguagem por meio de ato comunicativo. Conceituar

gênero não é tarefa fácil, pois ele concentra uma infinidade de possibilidades e

significados perfeitamente aceitáveis à realidade em que esteja inserido.

Entretanto, é (gênero) considerado parcialmente como um enunciado de natureza

histórica, ligado ao cotidiano e ao trabalho do homem, e que pode adequar-se a

qualquer necessidade de quem o esteja produzindo. Sobre o gênero, cita Koch

(2005, p.54):

nossos enunciados se baseiam em formas-padrão e relativamente estáveis de estruturação de um todo. Tais formas constituem os gêneros, ‘tipos de enunciados`, marcados sócio-historicamente, visto que, estão diretamente

relacionados às diferentes situações sociais.

Page 6: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 6 -

De acordo com essa concepção, o gênero é determinado pela situação

comunicativa e social que o contextualiza e dá suas características temáticas,

composicionais e estilísticas. O gênero mantém uma relação histórica, pois, por ser

até certo ponto estável, ele evolui junto com os fatos históricos, tornando-se

maleável e sensível à própria evolução histórica humana.

Para Marcuschi (2000, p. 5), “os gêneros são considerados como eventos

comunicativos e vistos como fenômenos ou entidades sociocomunicativas”, o que

comprova seu papel comunicativo dentro da produção textual, além de ter papel

social preponderante. Os gêneros surgiram exatamente devido à necessidade

comunicativa sociocultural, com a finalidade de transmitir as ações e intenções

humanas para que haja a comunicação ou o entendimento entre os indivíduos que

estejam utilizando o mesmo código e mesmo gênero.

Esse conceito permanece ainda hoje, embora com mais consistência e

diversidade, exatamente por ter evoluído junto com o homem contemporâneo.

Baseando-se nesse conceito, Santos (2004, p. 36-39) esclarece:

Os gêneros textuais aparecem na perspectiva da fala e da escrita dentro de um continuum tipológico das práticas sociais de produção textual. O gênero tem existência real e não se constitui em listagem fechada e

completa. São formas textuais estabilizadas, históricas e socialmente situadas. Sua definição não é linguística, mas de natureza sócio-comunicativa. Apresentam ainda propriedades inalienáveis dos textos empíricos, servindo de guia para o produtor e o receptor.

Não é a linguística que define o gênero, mas a sua função na sociedade, sua

utilidade prática, discursiva e social. O gênero serve aos propósitos da linguagem

humana, é dele que se extrai o poder comunicativo.

Ao estudar a linguagem em sua ação comunicativa, deparamo-nos, de

imediato, com o gênero, pois é ele que, de alguma forma, concretizará essa ação,

já que, direta ou indiretamente, acabamos por determinar um gênero como centro

de nossas argumentações independentemente de suas características, mas

essencialmente pela função que desempenha.

Page 7: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 7 -

Em Marcuschi (2008, p.150), encontramos:

cada gênero textual tem um propósito bastante claro que o determina e lhe dá uma esfera de circulação. Aliás, esse será um aspecto bastante interessante, pois todos os gêneros têm uma forma e uma função, bem como um estilo e um conteúdo, mas sua determinação se dá basicamente pela função e não pela forma.

É o que permite dizer que os gêneros multiplicam-se constantemente em

suas formas, atualizando-se a cada momento histórico, no entanto, é sua função

que os faz úteis à comunicação; é ela que direciona a que propósitos esses gêneros

atingirão. A função contém em si todo um universo retórico que, a partir do

momento em que o leitor escolhe o gênero, aos poucos, toma forma. É ele que

proporciona a efetivação dos objetivos como também a conexão a outros gêneros,

durante o ato comunicativo.

Gênero Reportagem

O gênero reportagem é o texto resultante ao final de uma série de

atividades do profissional da notícia, transmite fatos e informações de interesse

público ou especializado. Trata-se do contar de uma história, segundo um ângulo

escolhido pelo jornalista que a investigou. É um testemunho direto encenado com

arte. É um gênero que, ao ser escrito, contém muito de quem o escreve, então é

contado com subjetividade, porém terá de ser objetivo dentro do possível e

verídico ao respeitar os fatos e os acontecimentos da vida real.

Segundo Bahia (1990 p. 49-50), a reportagem é por dever e método a soma

das diferentes versões de um mesmo acontecimento. Possui detalhamento,

questionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, adquirindo uma

nova dimensão narrativa e ética.

A reportagem não olha o fato como um mero acontecimento, mas analisa a

fundo razões, causas e efeitos que esse fato provocou ou provocará na sociedade. É

Page 8: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 8 -

uma manipulação da verdade que informa e sacia a fome que o leitor tem de

informação.

Uma boa reportagem envolve investigação, seleção das melhores fontes,

leitura de documentos, conversa com os diferentes protagonistas ou personagens

envolvidos na história e exige que se capte o ambiente onde decorrem ou

decorreram os acontecimentos. Acima de qualquer outro componente, deve

começar de um modo que prenda a atenção do leitor, já que ele é o destinatário

imediato da reportagem. Portanto, é preciso selecionar, em toda e qualquer

reportagem, para o início algo que chame de imediato a atenção e que desperte a

curiosidade para que o leitor queira ler e interessar-se pelo resto da história.

A reportagem escrita é dividida em três partes: manchete, lead e corpo:

Manchete - É o título da reportagem que tem como objetivo resumir o que será

dito. Além disso, deve despertar o interesse do leitor. A Manchete será, então,

nosso objeto de análise. Ela é o título principal que indica a notícia ou reportagem

que será publicada e resume o texto publicado. A manchete sempre vem

graficamente com maior destaque.

Lead – Pode também ser chamado de subtítulo. É um pequeno resumo que aparece

depois do título, a fim de chamar mais ainda a atenção do leitor. Título secundário,

colocado abaixo do título principal da matéria. É composto em corpo menor e serve

para acrescentar informações que completam o significado do título principal da

página. Trata-se de uma linha (de composição) de texto que forma uma oração

completa, mas não tem ponto final.

Corpo - desenvolvimento do assunto abordado com linguagem direcionada ao

público-alvo, ou melhor, é o próprio texto, a reportagem em si.

A manchete em uma reportagem em meio digital assim como no texto

impresso ocupa lugar de destaque e centraliza grande parte da informação

trabalhada no hipertexto. A partir da leitura dela podemos inclusive construir

conexões entre os termos e os links que acrescentam informação ao que é posto.

Page 9: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 9 -

A reportagem em meio eletrônico, sendo ela um hipertexto, possuirá

inúmeros recursos que remeterão a informações complementares que se encontram

disponíveis na web e que são acessadas por meio de link. Segundo Koch (2005, p.

62):

O corpo da reportagem é, normalmente, circundada de boxes explicativos, aos quais o texto de fundo remete. Além de boxes, há gráficos, tabelas, fotos, ilustrações. O sentido não é construído somente com base no texto

central, mas pela combinação de todos esses recursos: portanto, pode-se, perfeitamente, falar, nesse caso, da presença de uma multissemiose3.

Hipertexto e o ambiente digital da revista online

Sabemos que o hipertexto só existe em ambientes digitais e que seu

elemento central é o link. É um texto, no que diz respeito aos parâmetros da

textualidade como um texto dito convencional. Mas, com o advento da internet e

mídias gêneros tradicionalmente impressos passaram a ser ofertados também em

meio digital, é o caso da reportagem jornalística. Atualmente, o texto da

reportagem online passou a ser composto, baseando-se em outros critérios, pois

tornaram-se primordiais o link, as imagens e outros recursos típicos das hipermídias

e outros recursos que o transformaram em hipertexto. Devido a isso, a leitura exige

esquemas específicos por ser mais complexa, rápida e demandar o acesso ás

muitas informações disponibilizadas.

A reportagem, quando impressa, não oferta a mesma dinâmica de leitura e

informação adicionais que a reportagem em forma de hipertexto. O leitor tem

acesso a muito mais informações; já a partir da página inicial ou home page, pode

escolher o que lêr sem seguir a linearidade do texto e pode, por meio dos links,

acessar outras informações que podem lhe ajudar a entender termos, fatos ou

mesmo o vocabulário hipertextual.

3 Multissemiose habilidade de leitura e domínio dos gêneros da mídia; conjunto de signos/linguagem.

Page 10: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 10 -

Há a possibilidade de o leitor fazer catáforas e anáforas a termos ou textos

publicados pela revista em outros momentos, pois muitos links tem função dêitica e

remetem a textos localizados em outros ambientes virtuais.

Segundo o site Wikipédia, a internet começou a ser utilizada com finalidade

jornalística de forma expressiva em meados dos anos 90. Num primeiro momento, o

jornalismo não passava de uma transposição das matérias do jornal impresso para o

meio digital. Em uma segunda fase, os textos começaram a investir nas tecnologias

informáticas, nas quais o link confere velocidade à conexão entre diferentes

notícias. Os e-mails surgem como forma de comunicação com o leitor. O atual

jornalismo possui características específicas como interatividade, customização de

conteúdo, hipertextualidade e multimidialidade, mas já podemos ir além, pois hoje

temos o jornalismo colaborativo em que o jornalista não detém mais o poder da

escrita, o leitor pode se colocar como repórter e mandar sua própria matéria e

enviar vídeos, fotos e informações que possam colaborar na construção da notícia.

As reportagens disponibilizadas online seguem a mesma formatação do

texto impresso no que diz respeito à estrutura: manchete, lead ( subtítulo) e corpo

do texto (reportagem em si), mas há o acréscimo de links e um apelo significativo à

imagem. Observamos que a home ou página inicial disponibiliza todas as

reportagens da revista em forma de links que remetem ao serem clicados ao texto

integral. O leitor tem a seu dispor todas as opções que deseje escolher para iniciar

sua leitura. Para Ferrari (2010, p.76),“a ruptura com a lógica do texto, de seguir

uma linearidade para ser compreendido, revela a autonomia das partes em relação

ao todo, que o configura como uma percepção de interconectividade capaz de

romper com o modelo de hierarquia”.

O ambiente virtual acentua todas as conexões que a reportagem traz por

meio de fotografias e entrevistas do texto impresso com muito mais realismo para

que o leitor viva o fato e não apenas leia. Segundo Ferrari (2010, p.77), “ a

linguagem do hipertexto tornou-se o espaço discursivo capaz de elaborar diretrizes

orientadoras para o processo da comunicação global ou contemporânea”.

Page 11: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 11 -

O hipertexto constitui-se a partir dos links que direcionam a leitura para

outros hipertextos. O site das revistas disponibilizam praticamente as mesmas

reportagens que são veiculadas de forma impressa. Landow (1992) em relação

hipertexto diz que ele relaciona informação tanto verbal como não verbal, em

meio informático. Em meio impresso isto também ocorre, entretanto online os

recursos são mais imagético além do uso de outras mídias como vídeos, músicas e

os próprios links.

O leitor de hipertexto, para Lévy é mais ativo do que o leitor de impressos.

Antes mesmo de interpretar o sentido do texto, “ler em tela” é enviar um comando

a um computador para que proteja esta ou aquela realização parcial do texto sobre

uma pequena superfície luminosa, ( 2003, apud FACHINETTO 2005). Nas

reportagens além disto ocorrer há ainda a interatividade e acesso aos links que o

leitor deseje ler e ter mais informação.

Metodologia e análise

Esta pesquisa é de cunho qualitativo, optou-se por ela com o intuito de não

empregar dados estatísticos como centro da análise. A pesquisa estuda o processo

de interação entre sujeitos, sem ter o resultado como base de análise unicamente.

Segundo Kauark (2010, p.26), do ponto de vista da forma de abordagem do

problema, a pesquisa qualitativa:

Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o

instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Page 12: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 12 -

A análise será feita em uma página de revista disponibilizada online aqui

considerada como hipertexto. Verificamos quais os recursos disponíveis que podem

facilitar a leitura e a construção dos sentidos por meio das reportagens que o

hipertexto apresenta

A leitura de reportagem auxiliada pelo hipertexto

Para esse artigo, selecionamos o site Revista Época com a finalidade de

estudar o gênero reportagem enquanto hipertexto digital. A partir dele, são

apresentados vários hipertextos que são acessados por meio dos links.

Como podemos observar nas imagens a seguir o hipertexto, através dos

links e imagens oferta muitas possibilidades de leitura, o que nos leva a constatar

as diferenças e semelhanças na leitura do texto impresso e do hipertexto.

Amostragem

As figuras abaixo foram retiradas do site da Revisa Época e seguem a ordem

de acesso dos links selecionados.

Page 13: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 13 -

Figura 1

Fonte: http://epoca.globo.com/

Quando acessamos um site nos deparamos de imediato com a página inicial

repleta de imagens e links, ou seja um hipertexto. As abas e links guiam o leitor e

permitem que ele ao clicar possa ter acesso a mais informação obtida por meio de

links que ligam hipertexto a textos ou a outros hipertextos.

A sequencia das imagens representa o acesso a página do site da revista

Época. Consideramos a página como sendo um hipertexto estruturado por meio de

links estruturais e semânticos que ligam cada hipertexto a um outro. O leitor tem a

liberdade de acesso, que o permite optar pelo link que lhe pareça coerente com o

que deseja saber.

Outro aspecto importante na construção do sentido pelo leitor é a

continuidade tópica. Esta se dá pela coerente ligação entre cada link e o

hipertexto correspondente, cada acesso que o leitor optar em fazer segue a lógica

por ele estabelecida e que o permitirá compreender melhor o que lê.

Page 14: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 14 -

Figura2

Observe que as figuras seguem a sequência de acesso estabelecida para a

pesquisa, mas que poderia seguir outra ordem dependendo do leitor. O hipertexto

mostrado é uma reportagem “O império chamado Google” que assim como a

publicada impressa possui a manchete, o lead e o corpo que é o texto. Na

reportagem online há mais recursos que estruturam a compreensão do leitor que

em grande parte são links.

Segundo Ferrari (2010, p. 160-161), em relação ao acesso ao hipertexto:

Em alguns portais, revistas ou jornais digitais, por exemplo, são oferecidas várias manchetes que são links para as matérias. Para ler uma das matérias, normalmente, o usuário deve passar o mouse sobre o texto e clicar sobre ele. Essa ação, embora pareça levar o usuário à lexia selecionada, apenas o redireciona para um site externo, em que o acesso à matéria é restrito a usuários cadastrados ou a assinantes do portal.

A reportagem digital segue a dinâmica descrita pelo autor acima citado,

pois acessa ao site por meio de links estruturais o leitor se guia ao texto que se

Page 15: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 15 -

interessa a ler, clica e tem acesso ao texto ou parte dele. Dentro da reportagem

encontrará novos links ou box com informações adicionais e decide se continua

acessando ou não.

Figura3

Figura4

-

Page 16: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 16 -

Figura5

Observamos que a cada clique abre-se uma página com mais um hipertexto

e mais links e em um movimento cíclico acabamos voltando para a página inicial

após percorrer várias outras possibilidades de leituras. Constatamos que no texto

digital (hipertexto) nada é fixo ou acabado há sempre novas possibilidades de

leituras e edição textual por parte do leitor. Então concordamos com Landow

(1992, p. 73) quando diz que “comparado com o texto impresso, a forma eletrônica

parece relativamente dinâmica, já que sempre permite a correção, a atualização e

outras modificações similares”.

O hipertexto está sempre disponível online e estruturado por links. Assim a

reportagem ofertada online traz mais recursos que a impressa, pois será imagética

em grande parte, muitas vezes as imagens são acompanhadas de box explicativos

que remete o texto a outro texto, a uma imagem, a um vídeo ou até mesmo a um

outro site.

A construção do sentido pelo leitor mostra-se facilitada no hipertexto, além

de seguir uma forma não linear de leitura o leitor pode buscar outras fontes assim

Page 17: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 17 -

como acessar inclusive reportagens da revista mais antigas dentro do próprio site.

Observamos, por exemplo, que a reportagem “Um império chamado Google” além

do texto traz um mapa, outros links dentro do texto que irão remeter a outras

informações caso o leitor necessite saber. Há ainda uma sequência de hipertexto

que se volta sempre para o site da revista e para hipertextos já publicados nela

anteriormente.

Para Ferrari (2010, p.161), as informações disponíveis em sites são

oferecidas ao usuário livremente que unicamente terão como opção acessá-las,

mas seguindo o trajeto que desejar. Ainda cita que:

Navegar, andar entre sites ou entre áreas diferentes de um mesmo site são ações oferecidas por quem projetou o espaço para que pudéssemos ler, jogar, comprar, enfim, interagir. Perceber os efeitos de sentido que cada elemento envolvido numa produção é capaz de gerar pode tornar mais conscientes os processos de criação, contribuindo para a elaboração de espaços mais adequados ao propósito e ao gênero do que se quer produzir.

O hipertexto assim como os textos impressos é escrito com subentendidos e

intensões que o leitor não alcança e desconhece o sentido pretendido, mas aquele

que o produtor do texto de uma forma geral permite que se alcance. Navegar em

qualquer hipertexto requer criticidade e muito mais que o domínio do

conhecimento do ambiente digital e virtual.

Considerações finais

A leitura do hipertexto requer, sem dúvida, muita habilidade linguística e

conhecimento do ambiente digital, pois ele oferta além do texto a possibilidade do

leitor poder fazer constantes inserções em outros hipertextos, páginas e sites por

meio dos vários links dispostos no texto. O leitor é livre para escolher o que quer

ler, qual link lhe parece mais interessante, assim como pode simplesmente não

acessar o link ou site. O hipertexto possibilita ainda interação e uma construção

Page 18: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 18 -

textual mais articulada e dinâmica. A leitura não se restringe a linearidade do

texto ou completude já posto nas páginas disponibilizadas.

Nosso hábito de leitura, com o advento do hipertexto, tornou-se proativo e

autoral de diversas formas. O hiperleitor percorre caminhos diferentes a cada

acesso a um link e ainda executa ações constantes de continuação tópica, pois

precisa lê coerentemente até que construa uma rede mais significativa de sentidos.

O hiperleitor não se permite apenas lê o texto linearmente e já posto, mas busca

outros textos, quer entender a conexão entre imagens e texto, manchete e texto e

tudo que forma o contexto. Estando em um contexto multimodal de leitura,

buscará sempre ir além correndo o risco até de perder a ligação com o texto-base

que motivou seu acesso inicial.

Posto isto, acredita-se que o hipertexto insere o leitor no texto e dá a ele a

possibilidade de lê e construir um ambiente de leitura privilegiado e estruturante

de prática de leitura e autoria ao mesmo tempo. Além de, imprimir marca

dinâmica e processual de construção textual subjetiva. Corrobora-se com o

pensamento de Ferrari (2010) quando diz que “ as narrativas digitais superam as

limitações da tradição da oralidade e da escrita, pois não buscam sentido em isolar

ou fragmentar o sentido do texto ou do discurso, mas ao contrário, em ampliar a

rede de significações”.

Referências

BAHIA, Juarez. As técnicas do jornalismo. 4º ed. São Paulo: Ática, 1990.p.49-50. FACHINETTO, Eliane Arbusti. O hipertexto e as práticas de leitura. Revista Letra Magna,2005.

FERRARI, P. Hipertexto Hipermídia: as novas ferramentas da comunicação digital.

São Paulo: Contexto, 2010.

GOMES, Luiz Fernando. Hipertextos Multimodais: leitura e escrita na era digital. Jundiaí, Paco Editora, 2010.

Page 19: A leitura do hipertexto digital na construção dos sentidos ...nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2013/A leitura do... · O hipertexto é, antes de mais nada, um texto

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 19 -

KAUARK, Fabiana. Metodologia da pesquisa um guia prático. Itabuna, Bahia. Via Litterarum, 2010. KOCH, Ingedore Grunfeld Vilhaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2005. _______. Argumentação e Linguagem. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.

LANDOW, George P. Hipertexto: La convergência de la teoria crítica

contemporânea y la tecnologia. Tradução de Patrick Ducher. Barcelona: Paidós,

1992.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: O que são e como se constituem. Recife: 2000.

_______. Produção Textual, análise de gêneros e compreensão. 2ª ed. São Paulo:

Parábola Editorial, 2008.

_______. Gêneros textuais configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI,

A.M. et al. Gêneros Textuais; reflexões e ensino. Palmas e União da Vitória, PR:

Kaygangue, 2005.

SANTOS, Francisca Oliveira. Gêneros Textuais: na educação de jovens e adultos em Maceió. 2ª ed. Maceió: FAPEAL, 2004. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto acessado em: 15/10/13 ás 20h30min. http://epoca.globo.com/ acessado em: 08/11/13 ás 15h30min. http://www.dicionarioinformal.com.br/multissemi%C3%B3tico/ acessado em 10/11/13 ás 20h00.