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A Licitação das Obras
Públicas
A Unipública
Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e
treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,
câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e
empresas estatais nos municípios.
Os Cursos
Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a
escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:
- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público
- Certificados de Participação
- Tira-dúvidas após a realização do curso
- Controle biométrico de presença (impressão digital)
- Corpo docente especializado e atuante na área
- Atendimento personalizado
- Rigor no cumprimento de horários e programações
- Fotografias individuais digitalizadas
- Material de apoio de qualidade
- Coffee Breaks em todos os períodos
-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado de
participação para impressão, grade programática, apostila digitalizada, material
complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com outros
alunos e contato direto com professores.
Público Alvo
- Servidores públicos municipais (secretários, diretores, contadores, advogados,
controladores internos, assessores, atuantes na área de licitação, recursos humanos,
tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .
- Vereança e Prefeitos (a)
Localização
Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao
Calçadão da XV, na Rua Clotário Portugal nº 41, com estrutura apropriada para realização de
vários cursos simultaneamente.
Feedback
Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando
índice médio de satisfação 9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada
ao trabalho.
Transparência
Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da
transparência de seus atos mantendo em sua página eletrônica um espaço específico para esse
fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos e notas de avaliação dos alunos, todas as
certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.
Qualidade
Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços
públicos, a Unipública investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério
define seu corpo docente.
Missão
Preparar os servidores municipais, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e
específicos sobre suas respectivas áreas de atuação e contribuir com:
a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos
b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto
para a população quanto para os agentes públicos
c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão
Visão
Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade
proporcionando satisfação aos seus alunos e equipe de colaboradores.
Valores
Reputação ilibada
Seriedade na atuação
Respeito aos alunos e à equipe de trabalho
Qualidade de seus produtos
Modernização tecnológica de metodologia de ensino
Garantia de aprendizagem
Ética profissional
SEJA BEM VINDO!
BOM CURSO!
Telefone (41) 3323-3131 Sede Própria: Rua Desembargador Clotário Portugal, n° 39, Centro.
www.unipublicabrasil.com.br
Programação
A Licitação das Obras Públicas
1 Noções gerais:
a) Fundamentação, objetivos e princípios
b) Modalidades
c) Tipos
d) Procedimentos
e) A comissão de licitação e o pregoeiro
f) Responsabilizações
2 A preparação do Edital Licitatório
a) Definições do objeto
b) Referencial de preço
c) Capacidade técnica
d) Especificação de marcas
e) Apresentação de amostra
f) Direcionamentos e restrições
g) Exigências econômico-financeiras
h) Cláusulas essenciais
i) Vigência e prorrogação
j) Reajustes
k) Penas e rescisão
Professor:
Clayson do Nascimento Andrade: Assessor Jurídico do Tribunal de
Justiça-PR - Palestrante - Especialista em Direito Administrativo
1
A LICITAÇÃO DAS OBRAS PÚBLICAS Clayson do Nascimento Andrade
INTRODUÇÃO
Panorama Geral sobre Licitações Públicas
O QUE É LICITAÇÃO?
É um procedimento administrativo que, por meio de regras previamente estabelecidas,
se destina a satisfazer uma necessidade pública mediante uma dada contratação.
QUEM DEVE LICITAR?
Órgãos integrantes da Administração Direta,
Autarquias
Fundações Públicas
Empresas Públicas,
Sociedades de Economia Mista
Fundos especiais
Demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios
O QUE LICITAR?
Compra de bens
Execução de obras
Prestação de serviços
Alienações e locações
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POR QUE LICITAR?
Há três razões principais:
1. Garantir o direito de acesso ao contrato a qualquer interessado que preencha os requisitos
exigidos;
2. Obter a proposta mais vantajosa para a Administração Pública.
3. Lei n.º 8.666/93, Art. 3º: “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a
promoção do desenvolvimento nacional sustentável (…)” (inserção promovida pela Lei nº
12.349/10).
PRINCÍPIOS JURÍDICOS
A licitação, então, vem para concretizar valores importantes, conformadores do
Estado democrático e republicano.
Estes valores estão representados pelos princípios jurídicos correlacionados ao tema.
Tanto a Constituição Federal quanto as demais leis que regulamentam a matéria
trazem, expressa ou implicitamente, princípios de observância obrigatória em sede de
licitações.
ALGUNS DOS PRINCÍPIOS LICITATÓRIOS
(previstos na Constituição Federal e na Lei nº 8.666/93):
Princípio da Legalidade - vincula os licitantes e a Administração Pública aos princípios e
regras legais (leis, decretos, portarias, edital, etc.)
Princípio da Isonomia – ofertar um tratamento igual a todos os interessados. Privilegia a
competição e, por consequência, a economicidade. Apresenta total afinidade com o Princípio
da Impessoalidade, por meio do qual não há espaço para preferências subjetivas, devendo
todas as decisões serem pautadas em critérios objetivos.
Princípio da Publicidade - Qualquer interessado pode ter acesso às licitações públicas. Os
atos praticados pelos administradores no procedimento licitatório devem ser públicos.
Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório - A Administração e o licitante
estão obrigados a obedecerem as regras do edital. Depois de publicado o edital e aberta a
licitação, os procedimentos deverão seguir as previsões do instrumento convocatório. Está
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intimamente ligado ao Princípio do Julgamento Objetivo, pelo qual a escolha do vencedor
da licitação deve ocorrer pelos critérios do edital.
Princípio da Celeridade – O conceito de contratação vantajosa não pode prescindir de
considerar o tempo que se leva até que se chegue nesta contratação. Assim, é importante
simplificar a atuação da comissão ou pregoeiro, buscando resolver tudo o que for possível na
sessão de licitação, sem que seja necessário paralisá-la.
Princípio da Competitividade – quanto mais acirrada a competição, melhores serão as
condições da contratação. Por isso o condutor do certame licitatório deve atuar de modo a
incrementar a competitividade.
DISCIPLINA LEGAL DAS LICITAÇÕES PÚBLICAS
Art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal;
Lei nº 8.666/93 – Lei de Licitações e Contratos Administrativos;
Lei nº 10.520/02 – Lei do Pregão;
Lei Estadual nº 15.608/07 (Lei de Licitação e Contratos do Estado do Paraná);
LC nº 123/07 – estabelece favorecimento às ME e EPP;
Outros diplomas legais conforme o contratante ou atividade a ser contratada.
OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃO (ART. 37, INC. XXI, CF)
(...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.
A LICITAÇÃO É OBRIGATÓRIA!
Além da própria Constituição, o art. 2º da Lei nº 8.666/93 estabelece que:
“As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e
locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão
necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.”
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QUANDO A LICITAÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA
Trata-se das contratações diretas. Aquelas que não necessitam ser precedidas de uma
licitação.
O Tribunal de Contas da União (TCU) nos explica o que é contratação direta:
“Contratação direta é aquela realizada sem licitação, em situações excepcionais,
expressamente previstas em lei. Deve o gestor público ser cauteloso ao se decidir pela
contratação direta, haja vista a Lei nº 8.666/1993 considerar ilícito penal dispensar ou
inexigir licitação fora das hipóteses consideradas legais.”
EXCEÇÕES À OBRIGATORIEDADE (CONTRATATAÇÃO DIRETA)
1. Inexigibilidade, art. 25 da Lei nº 8.666/93 – situações em que não é possível licitar
2. Dispensa, art. 24 da Lei nº 8.666/93 – situações em que a licitação pode ser realizada, mas
é inconveniente ao interesse público
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Art. 22 da Lei nº 8.666/93:
1. Concorrência
2. Tomada de Preços
3. Convite
4. Concurso
5. Leilão
Art. 1º da Lei nº 10.520/02:
6. Pregão
1. Concorrência:
Para obras e serviços de engenharia – acima de R$ 1.500.000,00.
Para compras e serviços – acima de R$ 650.000,00.
Realizada entre quaisquer interessados que comprovem, em habilitação preliminar,
possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital.
Publicado o edital, deve-se aguardar 30 ou 45 dias (conforme incisos I e II do art. 21
da Lei nº 8.666/93) para o recebimento das propostas.
2. Tomada de Preços:
Para obras e serviços de engenharia – até R$ 1.500.000,00.
Para compras e serviços – até R$ 650.000,00.
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Realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas.
Publicado o edital, deve-se aguardar 15 ou 30 dias (conforme incisos II e III do art. 21
da Lei nº 8.666/93) para o recebimento das propostas.
3. Convite:
Para obras e serviços de engenharia – até R$ 150.000,00.
Para compras e serviços – até R$ 80.000,00.
É a modalidade mais simples da Lei nº 8.666/93.
Realizada entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 pela unidade administrativa.
O convite será estendido aos demais cadastrados, na correspondente especialidade,
que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação da
proposta.
Entre a publicação do convite e a abertura da licitação deve ser observado o prazo de
5 dias úteis.
4. Concurso:
Realizado para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de
prêmios ou remuneração aos vencedores
(ex: escolha do projeto arquitetônico para o futuro Centro Judiciário de Curitiba)
5. Leilão:
Realizado entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de
bens imóveis (adquiridos em procedimentos judiciais ou mediante dação em pagamento), a
quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
6. Pregão:
Não há limites de valor para utilização do pregão.
Sua incidência é determinada pela natureza do objeto a ser contratado: utiliza-se a
modalidade se o bem ou serviço a serem contratados forem classificados como comuns.
Entre a publicação do edital e a abertura da licitação, deve ser observado o prazo de 8
dias úteis.
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No pregão, previu-se a inversão de fases: primeiro analisa-se o preço para depois se
analisar a habilitação, e esta, só do vencedor.
Há possibilidade de reduzir os preços propostos (mutabilidade das propostas)
Só há uma etapa recursal ao final do procedimento. Para interpor recurso tem que
estar presente na sessão e deve existir motivação.
Pregão eletrônico:
É o mesmo pregão presencial, só que realizado no ambiente da internet. Por isso,
algumas pequenas alterações foram feitas nas regras a fim de viabilizar sua utilização.
Em vez de se encontrarem num local físico, pregoeiro e licitantes se reúnem numa
“sala virtual”. Assim, participantes do Brasil inteiro podem se juntar à licitação sem que seja
necessário estarem presentes no local em que se realiza o certame. Isto sem dúvida amplia
muito a competição.
Utiliza-se um portal eletrônico para “hospedar” a licitação (ex. portal www.licitacoes-
e.com.br do Banco do Brasil).
TIPOS DE LICITAÇÃO
O art. 45, § 1º, da Lei nº 8.666/93 estabelece os tipos de licitação (que servem de critério de
julgamento para a escolha da melhor proposta):
I – menor preço (Importante!!! Não há discussão acerca de qualidade como critério de
seleção da proposta, pois esta já está definida a partir das especificações técnicas constantes
do edital);
II – melhor técnica (serviços de natureza intelectual: projetos, estudos técnicos, engenharia
consultiva, etc.);
TIPOS DE LICITAÇÃO
III – técnica e preço (serviços e produtos que admitam variação de qualidade em seus
aspectos técnicos, como equipamentos de informática de alta performance, por exemplo);
IV – maior lance ou oferta (alienação de bens ou concessão de direito real de uso).
COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO
Lei Estadual nº 15.608/07 (mesma disciplina da Lei nº 8.666/93, mas apresentada de
forma resumida):
Art. 30. A inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, as propostas e a
habilitação dos licitantes serão processadas e julgadas por comissão permanente ou
especialmente designada.
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§ 1º No caso de convite, a comissão de licitação poderá, excepcionalmente, nas pequenas
unidades administrativas e em caso de exiguidade de pessoal disponível, ser substituída por
servidor formalmente designado pela autoridade competente.
COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO
§ 2º São competentes para designar as comissões de licitação, homologar o julgamento e
adjudicar o objeto ao licitante vencedor, os titulares máximos dos Poderes, dos órgãos
autônomos, das Secretarias de Estado e das entidades integrantes da Administração.
§ 3º As comissões de licitação, permanentes ou especiais, serão compostas por, no mínimo,
03 (três) membros, sendo pelo menos dois deles servidores efetivos pertencentes ao
quadro permanente do órgão da Administração responsável pela licitação.
§ 5º A investidura dos membros das comissões permanentes não excederá a 01 (um) ano,
vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período
subsequente.
§ 6º Os membros da comissão de licitação responderão solidariamente por todos os atos
praticados pela comissão, salvo se houver posição individual divergente que deverá ser
fundamentada e registrada na ata da reunião na qual tiver sido tomada a decisão.
PREGOEIRO
No Pregão não há comissão de licitação. Há um pregoeiro – responsável único pela
licitação – e sua equipe de apoio.
O pregoeiro decide sozinho, não precisa da concordância da equipe de apoio para
tomar decisões.
É o responsável pela condução da fase externa do pregão; é quem recebe as propostas
e os lances, analisa sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação; declara o
vencedor da licitação, adjudicando-lhe o objeto (se não houver recurso); conduz os trabalhos
da equipe de apoio; analisa os recursos.
O pregoeiro pode ser designado sem limitações temporais para esta designação –
diferentemente das comissões de licitação que devem ser renovadas ano a ano.
PREGOEIRO
Joel de Menezes Niebuhr explica:
“(...) o pregoeiro agrega praticamente as mesmas funções da comissão de licitação, tal qual
disposta na Lei nº 8.666/93, no que tange às demais modalidades. A função dele – insista-se
– é pôr em prática o edital, conduzindo a fase externa da licitação, recebendo documentos e
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propostas, procedendo ao julgamento, à classificação das propostas, à habilitação,
recebendo os recursos e, se não os houver, adjudicando o objeto licitado ao vencedor.”
PROCEDIMENTO DA LICITAÇÃO – FASES INTERNA E EXTERNA DA
LICITAÇÃO
Fase interna: atos preparatórios da licitação
requisição/definição do objeto
indicação dos recursos financeiros
avaliação do impacto econômico-financeiro da contratação
autorização da autoridade competente/abertura do processo administrativo
elaboração do ato convocatório (edital)
análise jurídica (parecer)
preparação da publicação
Fase externa
publicação do edital
esclarecimentos e eventuais impugnações ao instrumento convocatório
sessão pública de abertura
etapa recursal
adjudicação do objeto /revogação ou anulação da licitação/homologação do resultado
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da
repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da
licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da
documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará,
obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto
no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local
onde possa ser examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta
Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
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VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que
serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às
condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso
de licitações internacionais;
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a
fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou
faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º
e 2º do art. 48;
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida
a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da
proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada
parcela;
XII - (Vetado).
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços
que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;
XIV - condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de
adimplemento de cada parcela;
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade
de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período
de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento;
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais
antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela
autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias
integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e
outros complementos;
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II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;
IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.
OBRAS PÚBLICAS
Obra púbica é considerada toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou
ampliação de bem público. Ela pode ser realizada de forma direta, quando a obra é feita pelo
próprio órgão ou entidade da Administração, por seus próprios meios, ou de forma indireta,
quando a obra é contratada com terceiros por meio de licitação. Neste caso, são autorizados
diversos regimes de contratação:
empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo e total;
empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo de unidades determinadas;
tarefa: quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais;
empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias.
Etapas para realização da obra pública:
- Preliminar à licitação:
• Identificação das necessidades
• Estudos de viabilidade
• Anteprojeto
- Fase interna da licitação:
• Projeto básico
• Projeto executivo
• Reserva de recursos orçamentários
• Elaboração do edital de licitação
Etapas para realização da obra pública:
- Fase externa da licitação:
• Publicação do edital
• Abertura da licitação
- Fase contratual:
• Assinatura do contrato
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• Fiscalização da obra
• Recebimento da obra
Alguns procedimentos destacados:
- Estudo de viabilidade
Objetiva eleger o empreendimento que melhor responda ao programa de
necessidades, sob os aspectos técnico, ambiental e socioeconômico.
No aspecto técnico, devem ser avaliadas as alternativas para a implantação do projeto.
A avaliação ambiental envolve o exame preliminar do impacto ambiental do
empreendimento, de forma a promover a perfeita adequação da obra com o meio ambiente.
A análise socioeconômica, por sua vez, inclui o exame das melhorias e possíveis
malefícios advindos da implantação da obra.
Durante esta etapa, deve ser promovida a avaliação expedita do custo de cada possível
alternativa. Uma das maneiras para isso é multiplicar o custo por metro quadrado, obtido em
revistas especializadas em função do tipo de obra, pela estimativa da área equivalente de
construção, calculada de acordo com a NBR 12.721/1993 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).
Obtém-se, assim, uma ordem de grandeza do orçamento referente a cada
empreendimento, para se estimar a dotação orçamentária necessária.
Nessa etapa, ainda não é possível a definição precisa dos custos envolvidos na
realização da obra, mas é preciso obter uma noção adequada destes valores.
Concluídos estes estudos deve-se elaborar um relatório para ser utilizado na
preparação do anteprojeto.
- Anteprojeto
O anteprojeto deve ser elaborado no caso de obras de maior porte e consiste na
representação técnica da opção aprovada na etapa anterior. Deve apresentar os principais
elementos – plantas baixas, cortes e fachadas – de arquitetura, da estrutura e das instalações
em geral do empreendimento, além de determinar o padrão de acabamento e o custo médio.
O anteprojeto não é suficiente para licitar, pois ele não possui elementos para a
perfeita caracterização da obra, pela ausência de alguns estudos que somente serão
conduzidos nas próximas fases. Ele apenas possibilita melhor definição e conhecimento do
empreendimento, bem como o estabelecimento das diretrizes a serem seguidas quando da
contratação do projeto básico.
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- Projeto básico
É o elemento mais importante na execução de obra pública. Falhas em sua
definição ou constituição podem dificultar a obtenção do resultado almejado pela
Administração.
O projeto básico deve ser elaborado anteriormente à licitação e receber a aprovação
formal da autoridade competente. Ele deve abranger toda a obra e possuir os requisitos
estabelecidos pela Lei das Licitações:
possuir os elementos necessários e suficientes para definir e caracterizar o objeto a ser
contratado;
ter nível de precisão adequado;
ser elaborado com base nos estudos técnicos preliminares que assegurem a viabilidade
técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento;
possibilitar a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos executivos e do
prazo de execução.
A Lei de Licitações (nº 8.666/93) determina ainda que o projeto básico estabeleça:
a identificação clara de todos os elementos constitutivos do empreendimento;
as soluções técnicas globais e localizadas;
a identificação e especificações de todos os serviços, materiais e equipamentos a
incorporar à obra;
orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de
serviços e fornecimentos propriamente avaliados.
Se o projeto básico for mal elaborado, a futura execução estará sujeita a problemas
significativos, tais como:
falta de efetividade ou alta relação custo/benefício do empreendimento, devido à inexistência
de estudo de viabilidade adequado;
alterações de especificações técnicas, em razão da falta de estudos geotécnicos ou ambientais
adequados;
utilização de materiais inadequados, por deficiências das especificações;
alterações contratuais em função da insuficiência ou inadequação das plantas e especificações
técnicas, envolvendo negociação de preços.
Essas consequências podem acabar por frustrar o procedimento licitatório, dadas as
diferenças entre o objeto licitado e o que será efetivamente executado, e levar à
responsabilização daqueles que aprovaram o projeto básico que se apresentou
inadequado.
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Quem elabora o projeto básico?
O projeto básico de uma licitação pode ser elaborado pelo próprio órgão. Nesse caso,
deverá ser designado um responsável técnico a ele vinculado, com inscrição no Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) estadual ou no Conselho de Arquitetura e
Urbanismo estadual (CAU), que efetuará o registro das Anotações de Responsabilidade
Técnica (ARTs) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRTs), respectivamente,
referentes aos projetos.
No caso de o órgão não dispor de corpo técnico especializado, ele deverá fazer uma
licitação específica para contratar empresa para elaborar o projeto básico. O edital para
contratação desse projeto deverá conter, entre outros requisitos, o orçamento estimado dos
custos dos projetos e o seu cronograma de elaboração.
Concluído o projeto, os orçamentos e estimativas de custos para a execução da obra, a
relação de desenhos e os demais documentos gráficos deverão ser encaminhados ao órgão
licitante para exame e aprovação, sempre acompanhados de memória de cálculo e
justificativas.
- Licenciamento ambiental
Quando da elaboração do projeto básico, é necessário verificar se o empreendimento
necessita de licenciamento ambiental, conforme dispõem as resoluções do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama) nº 001/1986 e nº 237/1997 e da Lei nº 6.938/1981. Se preciso,
deve-se elaborar Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA), como partes integrantes do Projeto Básico.
O Anexo 1 da Resolução nº 237/1997 do Conama lista as atividades ou
empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, enquanto o art. 2º da Resolução nº
001/1986 do citado Conselho define as atividades modificadoras do meio ambiente que
dependem da elaboração e aprovação de estudo de impacto ambiental e relatório de
impacto ambiental para seu licenciamento.
No caso de a licença ambiental ser exigida, deve-se observar a necessidade de ser
obtida:
• Licença Prévia (previamente à licitação);
• Licença de Instalação (antes do início da execução da obra);
• Licença de Operação (antes do início de funcionamento do empreendimento).
- Especificações técnicas
As especificações técnicas são representadas por um documento que caracteriza os
materiais, equipamentos e serviços a serem utilizados na obra, visando a desempenho técnico
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determinado. Deverão ser elaboradas em conformidade com normas técnicas e práticas
específicas, de modo a abranger todos os materiais, equipamentos e serviços previstos no
projeto.
As especificações técnicas não poderão reproduzir catálogos de determinado
fornecedor ou fabricante, de modo a permitir alternativas de fornecimento. Quando de sua
elaboração, devem ser definidas as condições de aceitação de produto similar, para não
restringir a uma única marca aceitável.
ESPECIFICAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS
Este é um dos momentos mais cruciais de todo o processo licitatório!
Se a especificação for insuficiente, o licitante terá dificuldade de entender o edital e
poderá trazer proposta incompatível com a necessidade da Administração.
Se a especificação for demasiadamente detalhada, os órgãos de controle perquirirão
da legalidade do procedimento, pois a competitividade poderá ter sido prejudicada.
ESPECIFICAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS
Para bem especificar, primeiramente, precisamos conhecer o objeto ou estabelecer
contato com quem o conheça.
Neste objetivo devemos compreender qual será sua serventia, onde será utilizado,
quais são as suas características intrínsecas, que defeitos costuma apresentar, saber se há
variabilidade no material em que é produzido, etc.
Outra fonte de consulta são os manuais de especificações técnicas dos fabricantes.
Neste momento do procedimento é de fundamental importância a participação dos
interessados diretos no objeto da futura contratação, pois eles é que poderão, de fato,
esclarecer se a especificação está de acordo com a expectativa.
ESPECIFICAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS
Os manuais especializados no tema sugerem a adoção da seguinte medida para aferir
se a especificação está correta:
“Para sabermos se há precisão na descrição do objeto, sugerimos a resposta a três perguntas.
São elas:
Há possibilidade de aquisição de objeto de baixa qualidade com a especificação dada?
Há possibilidade de competição entre fornecedores com a especificação dada ao objeto?
Há um nivelamento na pesquisa de preços, apontando uniformidade quanto ao produto
pretendido e confiabilidade quanto ao valor praticado?”
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(Termo de Referência em Pregão, ed. NP: Curitiba, 2010, p. 12)
ESPECIFICAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS
Se um objeto admitir uma especificação mais detalhada e outra mais concisa a opção
deverá ser pela mais detalhada. É o que diz MARÇAL JUSTEN FILHO:
“A descrição do „objeto da licitação‟ contida no edital não pode deixar margem a
qualquer dúvida nem admite complementação a posteriori. Entre a opção de uma descrição
sucinta e uma descrição minuciosa, não pode haver dúvida para a Administração Pública: tem
de escolher a descrição completa e minuciosa. Certamente, a descrição deve ser clara. No
caso, „sucinto‟ não é sinônimo de „obscuro‟. Se a descrição do objeto da licitação não for
completa e perfeita, haverá nulidade, nos termos adiante apontados”. (Op. cit., p. 380.)
ESPECIFICAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS
Súmula 177 do Tribunal de Contas da União:
“A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da
competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do
qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos
concorrentes potenciais, das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese
particular da licitação para compra, a quantidade demandada em uma das especificações
mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão”.
ESPECIFICAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS
“1. Dando cumprimento ao despacho de fls., por meio do qual Vossa Excelência determinou
a audiência dos licitantes interessados, na forma do art. 49, § 3º, da Lei nº 8.666/93, a
Comissão Permanente de Licitações colheu declarações dos representantes legais de ambas
as empresas (fls.), em face das quais firmou convicção confirmatória da impressão que se
desenhava a fls., no sentido de que houve graves e insuperáveis omissões na especificação
de vários dos itens integrantes do objeto do certame, de modo a inviabilizar a
competição, fosse pela impossibilidade de identificar o produto desejado, ou pela
cotação de preços atribuídos a produtos alheiados das necessidades do serviço.
2. Consoante avançado na quota de fls., tal quadro, agora inequivocamente caracterizado pela
manifestação dos próprios concorrentes, evidencia a presença de vícios que abalam, sem
emenda, a legalidade do torneio, por ostensiva violação dos arts. 14 e 15, § 7º, da Lei regente
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da matéria, atraindo juízo administrativo de reprovação que impõe o desfazimento do
processo desde o seu início, posto que a Administração não enunciou, com a clareza e
precisão que a lei exige, o objeto da licitação (...)”
(Processo administrativo TJ/RJ n° 7.556/93).
ESPECIFICAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS
Acórdão 808/2003 – Plenário do TCU:
(...) ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do
Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo relator, em: 9.2.determinar à Secretaria de
Estado da Educação e Cultura da Paraíba que nas próximas licitações que venha a realizar,
envolvendo recursos públicos federais: (...) 9.2.2. observe, relativamente à especificação do
objeto licitado, o disposto nos arts. 3º, 14 e 40, inciso I, da Lei nº 8.666/93, evitando
detalhamento excessivo e desnecessário dos bens, que possam restringir a
competitividade e a isonomia do certame;” (grifo nosso).
Exemplo 1:
item – mangueira – especificação: mangueira para esguicho d‟água com 50 metros de
comprimento.
Exemplo 2:
Mangueira de plástico com 50 (cinquenta) metros de comprimento, confeccionadas com
camadas internas e externas de PVC flexível e camada intermediária com reforço de malha
(fio) de poliéster trançado, com espessura mínima de 2,20 mm e diâmetro interno de ½”
(meia polegada), resistentes à pressão de até 6 bar, acompanhando o produto esguicho (tipo
revólver) de plástico resistente (polipropileno) e bico para torneira em metal (1/2 x ¾), ambos
já colocados na mangueira e fixados com abraçadeira de metal (rosca sem fim), embaladas
unitariamente em plástico resistente, fechado, constando nome do produto, matéria-prima,
medidas, prazo de validade, nome, endereço, telefone e CNPJ do fabricante. 2. Deverão ser
entregues acondicionadas em caixas de papelão ou em fardos de plástico reforçado, fechados,
com no máximo 4 (quatro) unidades.
- Orçamento detalhado
O orçamento-base de uma licitação tem como objetivo servir de paradigma para a
Administração fixar os critérios de aceitabilidade de preços – total e unitários – no edital,
sendo a principal referência para a análise das propostas das empresas participantes na fase
externa do certame licitatório.
Na elaboração do orçamento detalhado de uma obra, é preciso:
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conhecer os serviços necessários para a exata execução da obra, que constam dos
projetos, memoriais descritivos e especificações técnicas;
levantar com precisão os quantitativos desses serviços;
calcular o custo unitário dos serviços (Sinapi e Sicro);
calcular o custo direto da obra (quantitativo X custo unitário);
estimar as despesas indiretas e a remuneração da construtora (BDI).
- Taxa de benefício e despesas indiretas
Para a obtenção do preço final estimado para o empreendimento, é preciso aplicar
sobre o custo direto total da obra a taxa de Benefício e Despesas Indiretas (BDI ou LDI).
Essa taxa contempla a remuneração da empresa construtora e suas despesas indiretas, isto é,
garantia, risco e seguros, despesas financeiras, administração central e tributos. Ela é um
percentual que, aplicado sobre o custo da obra, eleva-o ao preço final dos serviços. Seu valor
deve ser avaliado para cada caso específico, dado que seus componentes variam em função
do local, tipo de obra e sua própria composição.
Composição do BDI - exemplo:
- Cronograma físico-financeiro:
Na composição do projeto básico, deve constar também o cronograma físico-
financeiro com as despesas mensais previstas para serem incorridas ao longo da execução da
obra ou serviço. Esse cronograma auxiliará na estimativa dos recursos orçamentários
necessários ao longo de cada exercício financeiro.
Após o início das obras, sempre que o prazo e as respectivas etapas de execução
forem alterados, há a necessidade de se adequar o cronograma físico-financeiro, de modo que
esse sempre reflita as condições reais do empreendimento.
Responsabilidade Técnica
A Lei nº 5.194/1966 estabelece que: os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer
outro trabalho de engenharia, de arquitetura e de agronomia, quer público, quer particular,
somente poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes e só terão valor
jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta lei.
Além disso, para caracterizar o vínculo entre os autores dos projetos – básico e
executivo – e o contratante, deve ser providenciada a Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) ou o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT).
O TCU já se manifestou pela necessidade de que o órgão contratante:
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[...] colha a assinatura dos responsáveis por cada etapa do projeto básico (caderno
de especificações, de encargos, plantas, orçamentos, etc.) (...), como forma de
evidenciar autorias e atribuir responsabilidades
Projeto Executivo
Após a elaboração do projeto básico, a Administração deve providenciar o projeto
executivo, que apresentará os elementos necessários à realização do empreendimento com
nível máximo de detalhamento de todas as suas etapas.
Para a execução desse projeto, deve-se ter pleno conhecimento da área em que a obra
será executada e de todos os fatores específicos necessários à atividade de execução.
A Lei nº 8.666/1993 estabelece que o projeto executivo seja elaborado após a
conclusão do projeto básico e previamente à execução da obra, mas, excepcionalmente,
permite que ele seja desenvolvido concomitantemente à realização do empreendimento.
Nesse caso, deve haver a autorização expressa da Administração.
É importante salientar, entretanto, que, caso a Administração decida licitar com
utilização do projeto básico, esse deve corresponder exatamente ao que determina o art. 6º,
inciso IX, da Lei das Licitações. Deve ser, portanto, completo, adequado e suficiente para
permitir a elaboração das propostas das empresas interessadas no certame licitatório e a
escolha da proposta mais vantajosa para a Administração.
Considera-se contrato administrativo todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades
da Administração e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua
execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das
partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
Cláusulas obrigatórias no contrato administrativo
O art. 55 da Lei nº 8.666/1993 relaciona as cláusulas obrigatórias em todos os
contratos administrativos.
O contrato deve mencionar os nomes das partes e de seus representantes, a finalidade,
o ato que autorizou sua lavratura, o número do processo da licitação, dispensa ou
inexigibilidade, e a sujeição das partes às normas da Lei nº 8.666/1993 e às cláusulas
contratuais.
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CONTRATO ADMINISTRATIVO
Obrigações da contratada
Durante a execução de serviços e obras, cumprirá à contratada a execução das
seguintes medidas:
providenciar junto ao CREA as ARTs ou junto ao CAU os RRTs referentes ao objeto
do contrato e especialidades pertinentes, nos termos da Lei nº 6.496/1977;
obter junto à Prefeitura Municipal o alvará de construção e, se necessário, o alvará de
demolição, na forma das disposições em vigor;
efetuar o pagamento de todos os tributos e obrigações fiscais incidentes ou que
vierem a incidir sobre o objeto do contrato, até o recebimento definitivo pelo
contratante dos serviços e obras;
manter no local dos serviços e obras instalações, funcionários e equipamentos em
número, qualificação e especificação adequados ao cumprimento do contrato;
submeter à aprovação da fiscalização, até cinco dias após o início dos trabalhos, o
plano de execução e o cronograma detalhado dos serviços e obras, elaborados em
conformidade com o cronograma do contrato e técnicas adequadas de planejamento,
bem como eventuais ajustes;
submeter à aprovação da fiscalização os protótipos ou amostras dos materiais e
equipamentos a serem aplicados nos serviços e obras objeto do contrato;
realizar, por meio de laboratórios previamente aprovados pela fiscalização e sob suas
custas, os testes, ensaios, exames e provas necessárias ao controle de qualidade dos
materiais, serviços e equipamentos a serem aplicados nos trabalhos.
Alterações contratuais
Os contratos administrativos poderão ser alterados – ou aditados – nos seguintes
casos:
unilateralmente pela Administração;
quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação
técnica aos seus objetivos;
quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou
diminuição quantitativa de seu objeto;
por acordo das partes;
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quando for conveniente a substituição da garantia de execução;
quando for necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem
como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
dos termos contratuais originários;
quando for necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de
circunstâncias supervenientes;
para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do
contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração da obra,
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na
hipótese da ocorrência de fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do objeto ajustado, ou ainda,
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
econômica extraordinária e extracontratual;
no caso de meros reajustes decorrentes de correção monetária prevista no contrato,
não há necessidade de termos aditivos, bastando o registro do fato nos autos do
processo de licitação.
Alterações de projeto, especificações técnicas, cronograma físico-financeiro e planilhas
orçamentárias deverão ser justificadas por escrito e previamente autorizadas pela autoridade
competente para celebrar o contrato. No caso de alterações de especificações técnicas, é
preciso atentar para a manutenção da qualidade, garantia e desempenho requeridos
inicialmente para os materiais a serem empregados.
Acréscimos e supressões
O contratado é obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos e
supressões que se fizerem necessários nas obras ou serviços até 25% do valor inicial do
contrato e, no caso particular de reforma de edifício ou equipamento, até o limite de 50%,
apenas para os seus acréscimos. As supressões resultantes de acordo celebrado entre os
contratantes poderão exceder esses limites.
Os acréscimos e supressões poderão acarretar aumento ou diminuição do prazo de
execução da obra.
Acréscimos de serviços devem ser objeto de aditivos ao contrato pelos mesmos preços
unitários da planilha orçamentária apresentada na licitação. A Administração deve atentar,
porém, para alterações propostas pelo contratado, pois estas podem objetivar a diminuição de
serviços cotados a preços muito baixos e/ou o aumento de serviços cotados a preços muito
altos. Esse “jogo de preços” geralmente torna o contrato muito oneroso, com indícios de
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sobrepreço. É necessária cuidadosa análise das justificativas apresentadas pelo contratado,
para verificar sua coerência e consistência.
Conforme jurisprudência do TCU, para efeito de observância aos limites de alterações
contratuais previstos no art. 65, § 1º, da Lei 8.666/1993, as reduções ou supressões de
quantitativos devem ser consideradas de forma isolada, ou seja, o conjunto de reduções e o
conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original do contrato,
aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de
compensação entre eles, os limites de alteração estabelecidos no dispositivo legal.
Tempestividade dos aditivos
Conforme estabelecem os art. 62 e 63 da Lei n.º 4.320/1964, somente podem ser
efetuados pagamentos de serviços após a comprovação de sua efetiva entrega ou prestação
por parte da contratada, tendo por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo.
Portanto, no caso de alteração nos serviços contratados, o pagamento pela execução
dos novos serviços somente pode ser efetuado após a realização do aditivo contratual. Em
caso contrário, será considerada antecipação de pagamento.
Atrasos na execução do contrato
O atraso injustificado na execução do contrato sujeita o contratado à multa de mora,
na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato. Essa multa não impede que a
administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique outras sanções previstas no art.
87 da Lei nº 8.666/1993.
Sanções
Pela inexecução total ou parcial do contrato, a Administração poderá aplicar ao
contratado as seguintes sanções, garantida a prévia defesa:
advertência;
multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
Administração, por prazo não superior a dois anos;
declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração pública enquanto
perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes.
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Rescisão do contrato e sanções administrativas
A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as consequências
contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Constituem principais motivos para a rescisão de um contrato administrativo, entre
outros previstos nos arts. 77, 78 e 79 da Lei nº 8.666/1993:
o descumprimento ou cumprimento irregular de cláusulas contratuais,
especificações técnicas, projetos ou prazos;
a lentidão do seu cumprimento, levando à comprovação pela Administração da
impossibilidade de conclusão da obra, serviço ou fornecimento nos prazos
estipulados;
a paralisação da obra, serviço ou fornecimento sem justa causa e sem prévia
comunicação à Administração;
o desatendimento das determinações regulares da fiscalização;
razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e
determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado
o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;
a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, impeditivo da execução do contrato,
regularmente comprovado.
Subcontratação
A subcontratação é o instrumento utilizado pela empresa contratada para repassar
parte dos serviços a ela incumbidos para empresa com maior especialização técnica em
determinado assunto ou que trabalhe com custos inferiores aos seus.
A subcontratação de partes da obra, serviço ou fornecimento não prejudica as
responsabilidades legais e contratuais da empresa vencedora da licitação e deve ser realizada
até o limite admitido pela Administração72 em cada caso particular.
Toda subcontratação deve ser autorizada expressamente pela Administração. A
subcontratação total ou parcial do objeto da licitação não admitida no edital e no contrato
constitui motivo para rescisão do contrato.
A subcontratação, entretanto, não deve ser usada para burlar as regras da licitação. Em
razão disso, o TCU determinou que: as empresas subcontratadas também devem comprovar,
perante a Autarquia, que estão em situação regular fiscal e previdenciária e que entre seus
diretores, responsáveis técnicos ou sócios não constam funcionários, empregados ou
ocupantes de cargo comissionado no órgão contratante.
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Por sua vez, a sub-rogação do contrato não é permitida, conforme entendimento do
TCU: em contratos administrativos, é ilegal e inconstitucional a sub-rogação da figura da
contratada ou a divisão das responsabilidades por ela assumidas, ainda que de forma
solidária, por contrariar os princípios constitucionais da moralidade e da eficiência (art. 37,
caput, da Constituição Federal), o princípio da supremacia do interesse público, o dever geral
de licitar (art. 37, XXI, da Constituição) e os arts. 2º, 72 e 78, inciso VI, da Lei 8.666/93.
Medições
O edital de licitação deve prever os limites para pagamento de instalação e
mobilização que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas
ou tarefas, bem como as condições de pagamento, com previsão, entre outros elementos, do
cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade
de recursos financeiros.
Somente poderão ser considerados para efeito de medição e pagamento os serviços e
obras efetivamente executados pelo contratado e aprovados pela fiscalização, respeitada a
rigorosa correspondência com o projeto e as modificações expressa e previamente aprovadas
pelo contratante.
A medição de serviços e obras será baseada em relatórios periódicos elaborados pelo
contratado, onde estão registrados os levantamentos, cálculos e gráficos necessários à
discriminação e determinação das quantidades dos serviços efetivamente executados.
A discriminação e quantificação dos serviços e obras considerados na medição
deverão respeitar rigorosamente as planilhas de orçamento anexas ao contrato, inclusive
critérios de medição e pagamento.
O contratante efetuará os pagamentos das faturas emitidas pelo contratado com base
nas medições de serviços aprovadas pela fiscalização, obedecidas as condições estabelecidas
no contrato.
Documentação as built
Ao final da construção do empreendimento, é importante que a Administração receba
a documentação que retrate fielmente o que foi construído. Essa documentação é conhecida
como as built – que significa “como construído” – e deve incluir todas as plantas, memoriais
e especificações, com detalhes do que foi executado e quais insumos foram utilizados nessa
execução.
A exigência para entrega do as built deve constar do edital de licitação.
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Fiscalização
É a atividade que deve ser realizada de modo sistemático pelo contratante e seus
prepostos, com a finalidade de verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas
e administrativas em todos os seus aspectos.
O contratante manterá, desde o inicio dos serviços até o recebimento definitivo,
profissional ou equipe de fiscalização constituída de profissionais habilitados, os quais
deverão ter experiência técnica necessária ao acompanhamento e controle dos serviços
relacionados com o tipo de obra que está sendo executada.
Os fiscais poderão ser servidores do órgão da Administração ou pessoas contratadas
para esse fim. No caso da contratação da fiscalização, supervisão ou gerenciamento da
execução da obra, essas atividades podem ser incluídas no edital de elaboração do projeto
básico.
A empresa contratada para execução da obra deve facilitar, por todos os meios ao seu
alcance, a ação da fiscalização, permitir o amplo acesso aos serviços em execução e atender
prontamente às solicitações que lhe forem dirigidas.
Recebimento da obra
Após a execução do contrato, a obra será recebida provisoriamente pelo responsável
por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas
partes, no prazo de até quinze dias da comunicação escrita do contratado de que a obra foi
encerrada.
Após o recebimento provisório, o servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, receberá definitivamente a obra, mediante termo circunstanciado, assinado pelas
partes, após o decurso de prazo de observação hábil, ou vistoria que comprove a adequação
do objeto aos termos contratuais.
O contratado fica obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às
suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios,
defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.
Previamente ao recebimento da obra, a empresa responsável por sua execução deve
providenciar as ligações definitivas das utilidades previstas no projeto – água, esgoto, gás,
energia elétrica e telefone.
Está também a seu cargo o agendamento, junto aos órgãos federais, estaduais e
municipais e concessionárias de serviços públicos, de vistoria com vistas à obtenção de
licenças e regularização dos serviços e obras concluídos – Habite-se, Licença Ambiental de
Operação, etc. Conforme estipulado no edital de licitação e no contrato, o contratado deverá
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entregar o as built da obra, a fim de subsidiar futuras intervenções a título de manutenção ou
reformas.
A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra ou serviço executado em
desacordo com o contrato e com a legislação pertinente.
Parabéns por estudar!
Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos
serviços públicos, obrigado por escolher a Unipública!