LICITAES:

CONCEITO, PRINCPIOS,

MODALIDADES E TIPOS

MAURO MOREIRA BARBOSA

mauromorbar@uol.com.br

CONCEITO

Licitao o procedimento administrativo destinado aselecionar, segundo critrios objetivos pr-determinados, aproposta de contratao mais vantajosa para a Administrao,assegurando-se a ampla participao dos interessados, comobservncia de todos os requisitos legais exigidos. [1]

A licitao um procedimento formal, caracterizado pela amplacompetio entre todos os interessados que preencham osrequisitos indispensveis, para selecionar a proposta maisvantajosa. [1]

FINALIDADE

Contratao mais vantajosa para a Administrao com a participaomais ampla possvel

Importante ter claro o fim que persegue evitar licitao despropositada

No so poucos os casos em que a Administrao desenvolvea licitao erraticamente, sem perfeita conscincia dos finsbuscados. Essa uma situao lamentvel e que deve ser evitadaa todo custo. [1]

PRINCPIOS

Definio:

o mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicercedele, disposio fundamental que se irradia sobre diferentesnormas, compondo-lhes o esprito e servindo de critrio para asua exata compreenso e inteligncia [4]

Vale dizer que o princpio relevante porque impregna todo osistema, impondo ao conjunto de normas certas diretrizesaxiolgicas [1]

PRINCPIOS

A verdadeira dimenso dos princpio no est s no fato deserem a origem das demais normas, mas, principalmente,porque todas elas sero interpretadas e aplicadas luz deles.

Portanto, os princpios permitem que o administradorsolucione conflitos no previstos explicitamente no corpolegislativo.

Todos princpios apresentam relevante importncia jurdica;no entanto, somente em face do caso concreto ser possveldeterminar o peso prprio de cada princpio. [3]

PRINCPIOS

Novamente a Importncia

Facilitam a deduo das normas gerais que lhes do cumprimento;

Delimitam a elaborao das leis estaduais e municipais, bem como dosregulamentos internos de empresas pblicas, sociedade de economiamista, fundaes pblicas e entidades sob controle estatal, de forma aevitar que componham subsistemas incompatveis com o da lei federal;

Fixam os pontos cardeais para interpretao de todo o conjuntonormativo relativo licitao pblica.

PRINCPIOS

Princpios x Normas

A Lei 8.666/1993 poderia ter optado pela pura e simplesedio dos princpios contemplados no art. 3, caput, semqualquer previso mais minuciosa sobre o procedimentolicitatrio. Se essa tivesse sido a opo legislativa, haveria umagrande margem de autonomia para o aplicador adotar a soluoconcreta de regras. Tais regras devero ser interpretadas luzdos princpios, mas da no se segue a irrelevncia delas. Todoaplicador da Lei 8.666/1993 est vinculado ao respeito dasregras. [1]

PRINCPIOS

Princpio Constitucional

Ao se analisar o art. 37 da Constituio Federal, pode-seobservar que a obrigatoriedade de licitar princpioconstitucional, apenas sendo dispensada ou inexigida noscasos expressamente previstos em Lei. [3]

PRINCPIOS

O dispositivo fundamental:

Lei n 8.666 de 1993

Art. 3 A licitao destina-se a garantir a observncia do princpioconstitucional da isonomia, a seleo da proposta mais vantajosa para aadministrao e a promoo do desenvolvimento nacional sustentvel, eser processada e julgada em estrita conformidade com os princpiosbsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, dapublicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumentoconvocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos.

PRINCPIOS

Princpio da Isonomia

Direito de cada particular de participar da disputa pela contratao administrativa.

Livre acesso de todo e qualquer interessado disputa pela contratao com a Administrao

Vedao Administrao escolher um particular sem observncia de um procedimento seletivo adequado e prvio

Invalidade de restries abusivas, desnecessrias ou injustificadas

PRINCPIOS

Princpio da Vantajosidade

Administrao assume o dever de realizar a prestao menos onerosa

Particular obriga-se a realizar a melhor e mais completa prestao

No se restringe questo econmica, pois tambm alcana a qualidade

PRINCPIOS

Princpio da Legalidade

Art. 37 Constituio Federal

princpio que est expressamente previsto no art. 37 da ConstituioFederal, devendo toda Administrao Pblica observ-lo.

Em um Estado Democrtico de Direito como o brasileiro, valorizam-seas normas como norteadoras das atividades administrativas, devendo oEstado, por meio de seus agentes, obedec-las criteriosamente.

PRINCPIOS

Princpio da Legalidade

Contrape-se a qualquer tendncia de exacerbao personalista dosgovernantes, ope-se a todas as formas de poder autoritrio, pois tem raizde soberania popular, de exaltao da cidadania. [3]

Competncia Vinculada e Discricionria

A lei tanto pode disciplinar antecipadamente, de modo exaustivo, ocontedo e as condies da atividade administrativa (competncia vinculada)como atribuir ao agente estatal uma margem de autonomia de escolha emface do caso concreto (competncia discricionria). [3]

PRINCPIOS

Princpio da Moralidade

A tica administrativa, seriedade e honestidade

Os atos que afrontem moralidade sero invlidos

Interesse coletivo est acima do interesse dos participantes da licitao ouda obteno de vantagens econmicas indevidas para a prpriaAdministrao

Aplica-se tanto conduta do agente da Administrao como s dos prprioslicitantes

PRINCPIOS

Princpio da Vinculao ao Edital

Faz do edital ou do convite a lei interna de cada licitao, impondo-se a observnciade suas regras Administrao Pblica e aos licitantes, estes em face dela e emface uns dos outros, nada podendo ser exigido, aceito ou permitido alm ou aqumde suas clusulas e condies.

Tudo dever ser retratado nas regras do ato convocatrio. Ali dever-se- explicitar oque se reputar como vantagem vale dizer, como a Administrao buscar realizaro interesses coletivo e qual ngulo deste preponderar.

PRINCPIOS

Princpio da Impessoalidade

A Administrao Pblica deve tratar a todos sem discriminaes, benficasou prejudiciais.

Decises no podem ser embasadas em simpatias, animosidades pessoais,polticas ou ideolgicas

a emanao da isonomia, da vinculao lei e ao ato convocatrio e damoralidade. Indica vedao a distines fundadas em caracteres pessoaisdos interessados, que no reflitam diferenas efetivas e concretas (quesejam relevantes para os fins da licitao)

Exclui o subjetivismo, no que se reporta s pessoas, do agenteadministrativo.

PRINCPIOS

Princpio do Julgamento Objetivo

Atrela a Administrao, na apreciao das propostas, aos critrios de aferio previamente definidos no edital ou carta-convite, com o fim de evitar que o julgamento se faa segundo critrios desconhecidos dos licitantes, ao alvedrio da subjetividade pessoal do julgador.

PRINCPIOS

Princpio da Publicidade

Anunciao da realizao de licitao todos os atos pertinentes devem seracessveis aos interessados.

Com antecedncia e pelos meios previstos em lei, alm de outros que ampliem adivulgao

Todos os atos administrativos, exceto aqueles cujo sigilo assegurado para asegurana da contratao, devem ser pblicos, sob pena de nulidade, visto que todocidado tem direito de fiscalizar o manuseio do errio pblico. [3]

Funes: Permitir o amplo acesso dos interessados ao certame + Verificao daregularidade dos atos praticados.

PRINCPIOS

Princpio do Desenvolvimento Sustentvel

Intenciona-se que as compras pblicas privilegiem os produtosmanufaturados e os servios nacionais que atendam s normas tcnicasbrasileiras, para incentivar o fortalecimento da indstria nacional e ofomento ao setor de servios por meio da utilizao do poder de compra doPoder Pblico.

Lei 12.349/2010

Modalidades de Licitao

ConcorrnciaTomada de

PreosConvite Concurso Leilo Prego

MODALIDADES

As diferenas entre as diversas modalidades de licitaono se resumem a questes acessrias, tais como mbito dapublicao, prazo de divulgao, valor econmico dacontratao. As diferenas procedimentais retratam anecessidade de adequar a disputa ao objeto a ser contratado.[1]

As diversas espcies de procedimentos distinguem-se entresi pela variao quanto complexidade de cada fase doprocedimento e quanto destinao de cada uma dessas.

MODALIDADES

Doutrina (Modalidades):

So modalidades de licitao:

COMUNS

ESPECIAIS

So modalidades de licitao:I - concorrncia;II - tomada de preos;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilo.

I - concorrncia;

II - tomada de preos;

III - convite;

IV - prego

V - concurso;

VI - leilo.

MODALIDADES

CONCORRNCIA

Qualquer interessado pode participar da licitao, sem necessidade de atendimento aaos requisitos previstos para tomada de preos ou convite.

O que diferencia a concorrncia, fundamentalmente, a amplitude de participao deinteressados.

Na fase de habilitao, a Administrao examina, atravs dos documentos exigidosno edital, se o concorrente apresenta condies de idoneidade para ter sua propostaapreciada

MODALIDADES

TOMADA DE PREOS

Teria como objetivo tornar a licitao mais sumria e rpida

O prvio cadastramento corresponde fase de habilitao. No cadastramento, ahabilitao antecipada para um momento anterior ao incio da licitao

Os requisitos de idoneidade e de capacitao, em vez de serem examinados nocurso da licitao e com efeitos para o caso concreto, so apurados previamente,com efeitos gerais [1]

A aprovao corresponde ao cadastramento do interessado

MODALIDADES

TOMADA DE PREOS

A autorizao da participao de interessados no cadastrados gera dificuldades. Ointeressado no cadastrado dever comprovar o preenchimento dos requisitos departicipao at trs dias antes da data da apresentao dos envelopes. Issoacarretar processamento simultneo da habilitao (cadastramento do interessado)com a tomada de preos.

A melhor interpretao a de que os interessados em participar devero apresentar,at trs dias antes da data prevista para entrega das propostas, toda adocumentao necessria obteno do cadastramento [1]

MODALIDADES

CONVITE

Prev-se a faculdade de a Administrao escolher potenciais interessados emparticipar da licitao.

A faculdade de escolha pela Administrao dos destinatrios do convite deve serexercitada com cautela, diante dos riscos de ofensa moralidade e isonomia.

Admite-se a participao de quaisquer outros interessados ...que manifestarem seuinteresse com antecedncia de at 24 (vinte e quatro) horas da apresentao daspropostas, desde que cadastrados [1]

A lei determina que devero ser convidados no mnimo trs interessados, mas noestabelece um limite mximo.

MODALIDADES

CONCURSO

Selecionar trabalho tcnico ou artstico, exteriorizador de habilidade fsico-intelectualou revelador de certas capacidades personalssimas, seja para fins de incentivo aodesenvolvimento cultural, seja pela elaborao de resultado prtico imediato.

O prmio corresponde a uma contrapartida (econmica ou no) pela atividadetcnica ou artstica at porque, em regra, o produto dessa atividade no sereconomicamente avalivel.

O concurso dever ser objeto da divulgao ampla.

O interessado dever apresentar (como regra) o trabalho artstico ou tcnico jpronto e acabado. No h seleo entre propostas para futura execuo.

MODALIDADES

LEILO

a modalidade destinada a alienar bens pelo melhor preo. Desnecessria uma fase de habilitao para investigar alguma peculiaridade do interessado

Distingue-se pela concentrao, em uma nica oportunidade, de vrios atosdestinados seleo da proposta mais vantajosa, bem como pela possibilidade demultiplicao de propostas por parte de um mesmo interessado [1]

Caracteriza-se pela inexistncia de sigilo quanto ao contedo das propostas. Osproponentes ficam vinculados a sua proposta at que outra, mais elevada, sejaformulada. Ser considerada vencedora a proposta mais elevada.

Erro jurdico no Art. 22 da Lei 8.666/93 ao prever a venda de produtos penhorados

MODALIDADES

PREGO

- Mais uma modalidade

Lei n. 10.520 /2002

a modalidade de licitao que tem o propsito de adquirir bens e servioscomuns por meio de sesso pblica onde so feitos lances e propostas, nosendo levado em considerao o valor estimado da contratao.

Diferencia-se, assim, das demais modalidades pela estrutura procedimental,pela inverso das fases de habilitao, pela forma de elaborao daspropostas, em face da renovao dos lances e pela possibilidade deaumento dos participantes.

MODALIDADES

PREGO

Bem ou servio comum aquele que pode ser adquirido, de modosatisfatrio, atravs de um procedimento de seleo destitudo desofisticao ou mincia. E ltima anlise, comum no destitudo desofisticao, mas, aquele para cuja aquisio satisfatria no se fazemnecessrias maiores investigaes. (1)

Ou seja, intenciona uma contratao de bens e servios, conforme previstono edital, com desempenho e qualidade habituais no mercado.

MODALIDADES

PREGO

Fase externa do prego:

Convocao dos interessados (Dirio Oficial da Unio, meios eletrnicos,jornais de grande circulao).

Definio do objeto, indicao do local, dias e horrios em que poder ser lida ouobtida a ntegra do edital e podero ser recebidas as propostas. (Prazo no inferior aoito dias teis)

Verifica-se primeiro quem venceu a etapa comercial para depois conferir osdocumentos de habilitao do vencedor

MODALIDADES

PREGO

Prego eletrnico:

Institudo pelo Decreto 5450/2005, que revogou o Decreto 3697/2000

Pelo Decreto 5.504/2005, foi estabelecida a exigncia de utilizao do prego,preferencialmente em sua forma eletrnica, para entes pblicos ou privados, nascontrataes de bens e servios comuns, realizados em decorrncia de transfernciavoluntria de recursos pblicos da Unio, decorrentes de convnios ou instrumentoscongneres ou consrcios pblicos.

MODALIDADES

PREGO

Jurisprudncia do TCU entende ser obrigatrio o uso do prego, quandoconfiguradas as hipteses de cabimento, e ser obrigatria a utilizao daforma eletrnica, cujo no emprego deve ser devidamente justificado.

Tipos de Licitao

Menor Preo

Melhor Tcnica

Tcnica e Preo

Maior lance ou Oferta

TIPOS DE LICITAO

Lei n 8.666 de 1993

Art. 45 O julgamento das propostas ser objetivo, devendo a Comisso de licitao ou oresponsvel pelo convite realiz-lo em conformidade com os tipos de licitao, os critriospreviamente estabelecidos no ato convocatrio e de acordo com os fatores exclusivamente nelereferidos, de maneira a possibilitar sua aferio pelos licitantes e pelos rgos de controle.

1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitao, exceto na modalidadeconcurso:

I - a de menor preo - quando o critrio de seleo da proposta mais vantajosa para a

Administrao determinar que ser vencedor o licitante que apresentar a proposta de

acordo com as especificaes do edital ou convite e ofertar o menor preo;

II - a de melhor tcnica;

III - a de tcnica e preo.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienao de bens ou concesso de

direito real de uso.

TIPOS DE LICITAO

Tipo de licitao no deve ser confundido com modalidade de licitao.

Tipo o critrio de julgamento utilizado pela Administrao para seleoda proposta mais vantajosa.

Modalidade procedimento.

Os tipos esto ligados ao critrio de julgamento das propostas e devemestar estabelecidos no edital ou no convite.

TIPOS DE LICITAO

MENOR PREO

Critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao a de menor preo.

utilizado para compras e servios de modo geral. Aplica-se tambm naaquisio de bens e servios de informtica quando realizada na modalidadeconvite.

TIPOS DE LICITAO

MELHOR TCNICA

Critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao escolhida com base em fatores de ordem tcnica.

usado exclusivamente para servios de natureza predominantementeintelectual, em especial na elaborao de projetos, clculos, fiscalizao,superviso e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral, e emparticular, para elaborao de estudos tcnicos preliminares e projetosbsicos e executivos.

TIPOS DE LICITAO

TCNICA E PREO

Critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao escolhida com base na maior mdia ponderada, considerando-se as notasobtidas nas propostas de preo e de tcnica.

obrigatrio na contratao de bens e servios de informtica, nasmodalidades tomada de preos e concorrncia.

OBRIGADO

Referncias Bibliogrficas

[1] FILHO, Maral. Comentrios lei de licitaes e contratos

[2] TORRES, Jess; JNIOR, Pereira. Comentrios lei das licitaes e contrataes da administrao pblica

[3] OLEIVEIRA, Jos Carlos. Princpios no Processo Licitatrio

[4] MELLO, Celso Antnio Bandeira. Curso de Direito Administrativo