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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PREGÃO ELETRÔNICO: VANTAGENS DA SUA APLICABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Por: Thaiz Nery da Costa Orientador Prof. Mario Luiz Trindade Rocha Rio de Janeiro 2015

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2.2. Tipos de licitação ... 2.3. Modalidades de licitação ... 3.2.1. Fases do pregão eletrônico

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PREGÃO ELETRÔNICO: VANTAGENS DA SUA

APLICABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Por: Thaiz Nery da Costa

Orientador

Prof. Mario Luiz Trindade Rocha

Rio de Janeiro

2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PREGÃO ELETRÔNICO: VANTAGENS DA SUA

APLICABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Pública.

Por: Thaiz Nery da Costa

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer à Deus, por me

permitir chegar até aqui. Agradeço

também ao meu pai, por acreditar e me

incentivar e em especial ao meu

namorado André Maia, obrigada por ter

aberto meus olhos e mente pra um

horizonte novo, repleto de novas

oportunidades.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meu pai e ao meu

namorado André Maia pelo amor, carinho,

compreensão e incentivo constante.

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Resumo

Este trabalho procurou enfatizar as vantagens trazidas pelo Sistema de

Compras Eletrônicas (pregão eletrônico) na Administração Pública, bem como

os benefícios com sua implantação. Para isso, inicialmente foi feita uma

abordagem teórica sobre administração pública, a trajetória das licitações no

Brasil, bem como seus princípios, além de suas modalidades e tipos.

Posteriormente, deu-se certo destaque a modalidade pregão, suas

características, bem como a Lei Complementar nº 10.520/2002 e por final

procurou-se enfatizar a forma eletrônica desta modalidade, suas

características, fases, esquematizando seu fluxo operacional e evidenciando

seus benefícios, comprovando suas vantagens, através de gráficos e tabelas.

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Metodologia

O presente trabalho será realizado tendo como base pesquisa

bibliográfica a livros, e como principais autores pesquisados MEIRELLES, Hely

Lopes (Direito Administrativo Brasileiro), ALEXANDRINO, Marcelo (Direito

Administrativo Descomplicado), DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella (Direito

Administrativo) entre outros, além de artigos, sites e revistas pertinentes ao

tema.

A base metodológica da dissertação refere-se às vantagens na

utilização do pregão eletrônico pela administração pública.

Entende-se por pesquisa bibliográfica:

O material consultado na pesquisa bibliográfica abrange todo referencial já tornado público em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, dissertações, teses, entre outros. Por meio dessas bibliografias reúnem-se conhecimentos sobre a temática pesquisada. Com base nisso é que se pode elaborar o trabalho monográfico, seja ele feito em uma perspectiva histórica ou com o intuito de reunir diversas publicações isoladas e atribuir-lhes uma nova leitura. (RAUPP; BEUREN, 2006).

A delimitação deste trabalho será, na medida do possível, elucidar os

fatos que levam à Administração Pública a optar pela adoção do pregão

eletrônico como principal meio para suas contratações e entender o processo

pertinente a esta modalidade de licitação.

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Sumário

Introdução ........................................................................................................ 8

Capítulo I – Conceito básico de Administração Pública ............................ 10

1.1. Trajetória da Licitação Publica no Brasil .......................................... 13

Capítulo II - O que é Licitação Pública ........................................................ 16

2.1. Os Princípios basilares aplicados às Licitações ............................. 17

2.2. Tipos de licitação ............................................................................ 19

2.3. Modalidades de licitação ................................................................ 21

Capítulo III – Pregão ...................................................................................... 23

3.1. Lei Complementar n° 10.520/2002 ................................................. 23

3.2. Pregão eletrônico ............................................................................ 25

3.2.1. Fases do pregão eletrônico ................................................... 30

3.2.2. Fluxo operacional .................................................................. 32

3.2.3. Benefícios .............................................................................. 34

Conclusão ....................................................................................................... 36

Bibliografia ...................................................................................................... 38

Anexos ............................................................................................................ 40

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Introdução

No âmbito da Administração pública em geral, vem sendo utilizado uma

nova modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços chamada

pregão eletrônico. Se comparada às outras modalidades, esta vem gerando

vários benefícios, tais como: economia aos cofres públicos, celeridade no

processo licitatório, o cumprimento ao princípio da eficiência, maior

transparência, etc.

Com o avanço tecnológico por meio de sistemas de comunicação

globais “Internet”, a administração pública por meio de estudos e experiências

praticadas em seus procedimentos licitatórios, percebeu naquela (internet) uma

forma de tornar mais célere e eficiente suas aquisições, com a implementação

do pregão eletrônico, tornando ainda mais transparentes e acessíveis seus

processos licitatórios.

Com o passar dos anos, desde a implementação da lei 8.666/93, a

administração pública ainda que desse transparência aos seus procedimentos

licitatórios, carecia de uma forma prática, ágil e econômica para aquisição de

bens e serviços necessários para que ela pudesse ser eficiente e bem gerida.

O pregão eletrônico, mais do que uma nova modalidade licitatória, se torna

uma poderosa ferramenta aos gestores públicos para um gerenciamento mais

eficiente da máquina pública e seus vieses, em função do seu dinamismo,

celeridade e economicidade.

O objetivo geral deste estudo é analisar a modalidade de licitação

chamada - PREGÃO ELETRÔNICO – dissertando sobre suas vantagens pela

Administração Pública na aquisição de bens e serviços, bem como as

“vantagens da sua aplicabilidade”, através do seguinte questionamento: “Que

tipo de vantagens a Administração Pública pode obter utilizando o pregão

eletrônico na aquisição de bens e serviços?”, além de trazer informações

coletadas através de metodologia de investigação bibliográfica.

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O presente trabalho será organizado da seguinte forma:

O Capítulo I trará o conceito de Administração Pública e seus

principais princípios norteadores, também abordará a trajetória

das licitações públicas no Brasil, resgatando um pouco da

história para entendermos os acontecimentos presentes.

O Capítulo II tratará sobre o conceito de licitação, aplicação da

lei nº 8.666/93 (lei das licitações em geral), passando por seus

princípios básicos, tipos e modalidades;

No Capítulo III, será abordado as características do pregão, a

aplicação de Lei 10.520/02 (Lei do Pregão). Este capítulo dará

ênfase, é claro, à modalidade pregão eletrônico (objeto deste

estudo), citando suas características, demonstrando seu fluxo

operacional e seus benefícios. Também serão apresentados

gráficos e tabelas, que demonstrarão os reais benefícios desta

modalidade.

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Capítulo I

Conceito básico de Administração Pública

Conforme art.6° da Lei 8.666/93:

XI – Administração Pública – a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas; (Art.6º, XI, Lei 8.666/93)

“A administração pública também designa o conjunto de funções

desempenhadas para organizar a administração do Estado em todas as suas

instâncias, funções essas regidas por um sistema de normas.”

(Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Administração_pública).

No âmbito público, alguns autores percebem a administração pública

em dois sentidos, quais sejam:

a) em sentido formal, subjetivo, ou orgânico: é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importa a atividade que exerçam (como regra, evidentemente, esses órgãos, entidades e agentes desempenham função administrativa) (ALEXANDRINO; PAULO, 2013, p.19).

b) em sentido objetivo, material ou funcional: representa o conjunto de atividades que costumam ser consideradas próprias da função administrativa. O conceito adota como referência a atividade (o que é realizado), não obrigatoriamente quem a exerce. (ALEXANDRINO; PAULO, 2013, p.20, 21).

Então, resumidamente, podemos dizer que, ao se referir à sua

estrutura (órgãos e agentes) dizemos ser administração pública em sentido

formal, e no que se refere às suas atividades em administração pública em

sentido material.

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A Administração Pública também pode ser compreendia em sentido

amplo ou em sentido restrito:

a) em sentido amplo: abrange os órgãos de governo, que execrem função política, e também os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa. (ALEXANDRINO; PAULO, 2013, p.18).

b) Em sentido estrito: só inclui os órgãos e pessoas jurídicas que

exercem função meramente administrativa, de execução dos programas de governo. (ALEXANDRINO; PAULO, 2013, p.18).

Em suma, a administração pública é constituída de pessoas, órgãos e

atividades para a consecução das funções públicas, quais sejam:

Educação;

Saúde;

Segurança;

Etc...

Cabe ainda ressaltar que, os órgão e agentes integrantes da

Administração pública têm suas atividades e condutas regidas por normas,

princípios e leis. Diferentemente dos particulares (administração particular), que

pode fazer tudo menos o que a lei proíbe, a Administração Pública só pode

fazer o que a lei determina ou autoriza.

Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (este

último acrescentado pela Emenda Constitucional 19/1998), são alguns dos

princípios basilares que estão explícitos no art.37 da Constituição Federal de

1988 e que devem ser observados em todas as atividades e por todos os

agentes integrantes da administração pública. Alguns doutrinadores ainda

extraem diversos outros princípios do texto da referida Constituição, sendo

estes os chamados princípios implícitos.

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Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:

Princípios são as ideias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de seu modo de organiza-se. Os princípios determinam o alcance e sentido das regras de um determinado ordenamento jurídico. (ALEXANDRINO; PAULO, 2013, p.181)

Pelo princípio da Legalidade entende-se que, a atuação da

administração pública pode ser descrita de duas formas: estão restritas ao que

está determinado na lei (atuação vinculada), obedecendo estritamente ao que

se encontra estipulado nas leis, ou autorizado (atuação discricionária), esta

deverá observar os termos, condições e limites necessários na lei

(ALEXANDRINO; PAULO, 2013).

O princípio da Impessoalidade trata dos atos administrativos, ele traz

a ideia de que toda a atuação da administração pública deve ter como

finalidade a satisfação do interesse público, impedindo que seus agentes

atuem visando interesse próprio ou de terceiros, devendo sempre ater-se ao

que diz a lei (ALEXANDRINO; PAULO, 2013).

O princípio da Moralidade está diretamente ligado à atuação ética dos

agentes da administração pública, para isso é necessário que haja um

equilíbrio entre a letra da lei e o espírito da lei, para que assim o legal junte-se

ao ético (ALEXANDRINO; PAULO, 2013).

O princípio da Publicidade apresenta dois pontos importantes, o

primeiro é a exigência, como requisito de eficácia, que os atos administrativos

sejam divulgados em órgão oficial. O segundo ponto é a exigência de que a

administração pública atue com transparência (ALEXANDRINO; PAULO, 2013).

E, finalmente, o princípio da eficiência:

Princípio da eficiência – a ideia de eficiência aproxima-se de

economicidade, princípio expresso no art.70, caput, da

Constituição, referente ao controle financeiro da administração

pública. Busca-se o atingimento de objetivos traduzidos por

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boa prestação de serviços, do modo mais simples, mais rápido

e mais econômico, melhorando a relação custo/benefício da

atividade da administração. (ALEXANDRINO; PAULO, 2013,

p.207).

Podemos observar que todos os princípios funcionam em perfeita

harmonia e se complementam, não deixando margem à dúvida, de que, toda e

qualquer atividade da administração pública de todos os Poderes de todas as

esferas da Federação, devem seguir regras e normas, e que agentes e

gestores públicos ajam de acordo com um padrão moral e ético, perseguindo

sempre a satisfação do interesse público.

O princípio da eficiência, em especial, como princípio explícito recente

da Constituição, vem ratificar a necessidade de adequação das diretrizes e

princípios que regem a administração pública. Desta forma passamos de uma

administração burocrática, que acarreta morosidade nos processos,

desperdícios, baixa produtividade e ineficiência, para tornar-se uma

administração mais gerencial. Este princípio está diretamente relacionado com

o objetivo da utilização do pregão em sua forma eletrônica, uma vez que muitos

setores da administração vêm apontando uma enorme evolução dos processos

licitatórios, em que se faz uso desta modalidade, no que se refere à economia,

agilidade, transparência, maior alcance de fornecedores etc.

1.1. Trajetória da Licitação pública no Brasil

Conforme o texto “A Evolução da Licitação” de Geraldo Luiz Vieira

Ribeiro (2007):

No Brasil o processo licitatório sofreu várias transformações, tendo início com o Decreto nº 2.926/1862, que regulamentava as compras e alienações, que fora complementado com outras diversas leis, se estruturando dentro do âmbito federal com o Decreto nº 4.536/1922, tendo sua sistematização com o Decreto-Lei nº 200/1962 que estabeleceu a reforma administrativa no âmbito federal, sendo estendida à administração estadual e municipal através da Lei nº 5.45/1968. Todo este processo de estruturação da Licitação na

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legislação, ainda possuía muitas lacunas, pois dava margem a várias interpretações, resquícios de uma administração centralizadora e burocrática, que até certo momento fora viável. Através do processo de democratização, buscou uma nova maneira de governar, neste ínterim, o processo licitatório ganhou notoriedade através do Decreto-Lei nº 2.300/86, sendo atualizada em 1987, com os Decretos–lei nº 2.348 e 2.360, que pela primeira vez, se instituiu o Estatuto das Licitações e Contratos Administrativos, reunindo normas gerais e especificas relacionada à matéria licitação. Com o advento da Constituição de 1988, no art. 37, inciso XXI a licitação recebeu status de princípio constitucional, de observância obrigatória pela Administração Pública direta e indireta de todos os entes da Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Ratificando a importância da licitação, á Constituição/88 em seu art. 22 e inciso XXVII, estabeleceu: “Compete privativamente a União Legislar sobre: (...) XVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas (...)”, alicerçado ao preceito constitucional, que em 21 de junho de 1993 a União promulgou a Lei nº 8666, que institui normas gerais para licitações e contratos da Administração Pública, no âmbito da União, Estados e Municípios. A promulgação da Lei nº 8666/93, foi um marco na aplicação do processo licitatório em nosso País, no entanto as diversas modalidades instituídas por esta lei (concorrência, tomada de preço, convite, concurso e leilão), sofriam resquícios da administração burocrática, engessando o processo através dos prazos, análise documental prévia de todo licitante, recursos (...); enfim a administração estava perdendo agilidade processual. Em meio a este problema buscou a dinâmica necessária num processo licitatório medieval, o “vela pregão”, capturando sua essência na agilidade processual, aplicando uma nova roupagem legal, que em 4 de maio de 2000, através da Medida Provisória nº 2.026, fora instituída a nova modalidade licitatória, o Pregão. A Medida Provisória nº 2.026/2000, fora transformada na Medida Provisória nº. 2.182, reeditada sucessivamente por 18 vezes. Inicialmente o Pregão era instituído apenas no âmbito da União. (RIBEIRO, 2007, p.2, 3).

Dois anos depois da edição da MP 2.026/00, a mesma foi convertida

pelo Congresso Nacional na Lei 10.520/02. Atualmente, o pregão eletrônico é

utilizado amplamente como forma de aquisição governamental, sendo de

observância por todos os entes federativos.

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As modalidades licitatórias previstas na Lei 8.666/93, na maioria das

vezes, estavam muito aquém de conseguir proporcionar um mínimo grau de

celeridade ao processo de escolha dos fornecedores. As grandes reclamações

vindas de órgãos administrativos não tinham como alvo os contratos de grande

expressão e de maior complexidade, ao contrário, concentravam-se nos

contratos menores ou de mais rápida conclusão, prejudicados pela excessiva

burocracia do processo regular de licitação. Por consequência, foi editada a Lei

nº 10.520/02, na qual foi instituído o pregão como nova modalidade de

licitação, com disciplina e procedimento próprios, visando a acelerar o processo

de escolha de futuros contratados da Administração em hipóteses

determinadas e específicas (CARVALHO FILHO, 2007).

Outro ato que deve ser mencionado, pois se refere diretamente ao

pregão eletrônico, objeto desta pesquisa, é o Decreto 5.450/2005, que veicula

o regulamento federal do pregão eletrônico, editado em cumprimento à

determinação que consta no 1º parágrafo do art. 2º da Lei 10.520/2002, cujo

qual dispõe:

“Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de

tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.” (Lei

10.520/2002).

Complementando o que foi dito por Carvalho Filho (2007) em parágrafo

anterior, a administração pública, percebendo a morosidade nas suas

contratações e sua ineficiência em determinados certames, sentiu a

necessidade de inovar e desburocratizar seus processos para que a tornasse

eficaz e mais gerencial.

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Capítulo II

O que é Licitação Pública

Podemos dizer que licitação é um processo obrigatório, segundo art.37,

inciso XXI da Constituição Federal de 1988, que antecede qualquer contrato

feito pela administração pública para aquisição ou alienação de bens e

contratações de serviços e obras. É realizado formalmente, através de

procedimento administrativo, cujo objetivo é selecionar a melhor proposta,

dentre as quais, deverão cumprir requisitos básicos expostos em edital.

Nas palavras de Hely Lopes Meirelles:

Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. (MEIRELLES, 2010, p.274).

Podemos concluir que licitar é um procedimento, ou atividade

administrativa, pela qual os entes públicos, interessados em celebrar uma

contratação mais vantajosa para a administração pública, convocam

fornecedores de bens e prestadores de serviços a apresentarem suas

respectivas propostas.

Para (MAZZA, 2013):

A licitação é um procedimento obrigatório que antecede a celebração de contratos pela Administração Pública. A razão de existir dessa exigência reside no fato de que o Poder Público não pode escolher livremente um fornecedor qualquer, como fazem as empresas privadas. Os imperativos da isonomia, impessoalidade, moralidade e indisponibilidade do interesse público, que informam a atuação da Administração, obrigam à realização de um processo público para seleção

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imparcial da melhor proposta, garantindo iguais condições a todos que queiram concorrer para a celebração do contrato (MAZZA, 2013, p.297).

Desta forma Mazza (2013), destaca que a administração pública é

norteada por princípios e diretrizes de observância obrigatórias e deve prestar

contas de seus gastos, pois não detém recursos próprios e sim recursos

públicos, não tornando o processo licitatório de fácil execução, como os

aplicados por empresas privadas, na qual um gestor privado pode comprar com

qualquer fornecedor por meio de pesquisas de mercados simplesmente feitas.

A administração se torna burocrática e um tanto ineficiente, o que torna

necessário novas formas de licitação por meio de regras e diretrizes próprias e

eficazes.

2.1. Os Princípios basilares aplicados às Licitações

Conforme art.3°, caput, da Lei 8.666/93:

As licitações destinam-se a garantir a observância no princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.

Este artigo cita ainda expressamente princípios gerais da

administração pública, são eles:

a) Legalidade (na forma da lei); b) Impessoalidade (sem vínculos relacionais); c) Moralidade (ético); d) Igualdade (isonomia); e) Publicidade (transparência); f) Probidade Administrativa (probo); g) Vinculação ao instrumento convocatório (formalidade); h) Julgamento objetivo (imparcial).

Alguns destes princípios, como legalidade, impessoalidade, moralidade

e publicidade, embora já tenham sido conceituados no Capítulo I deste

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trabalho, serão mencionados novamente, a fim de que se compreenda a

maneira como estes são aplicados pontualmente no âmbito das licitações.

Di Pietro (2013) entende o princípio da Legalidade como se suma

importância, pois todo o procedimento licitatório deve estar inteiramente

baseado na Lei, menciona ainda que todas as fases das licitações estão

rigorosamente disciplinadas na Lei 8.666/93.

Para Di Pietro (2013) o princípio da Impessoalidade no âmbito das

licitações está ligado diretamente com o princípio da isonomia e do julgamento

objetivo, o que significa dizer que, os licitantes devem ter direitos e obrigações

iguais, todos devem ser tratados, pela administração pública, de forma

imparcial.

O principio da Moralidade e da Probidade Administrativa também

estão intimamente relacionados, pois exige que a atuação da administração

pública não esteja somente baseada em lei, mas também na moral, nos bons

costumes, na honestidade, entre outros (DI PIETRO, 2013)

Na visão de Di Pietro (2013), o princípio da Igualdade constitui um dos

alicerces da licitação, pois faz com que a administração pública persiga a

escolha da melhor proposta, como também permite uma maior segurança aos

fornecedores interessados em contratar de que estarão assegurados com

relação à igualdade de direitos. Sendo assim, a administração pública não

pode atuar de forma a beneficiar ou dar qualquer tipo de preferência em favor

de determinados licitantes em detrimento de outros. As exigências somente

poderão ser para qualificação de caráter técnico e econômico indispensáveis

para à garantia do cumprimento das obrigações.

O princípio da Publicidade, como dito anteriormente, não diz respeito

somente à divulgação do processo licitatório, mas também à transparência dos

atos administrativos com relação a todas as fases referentes ao procedimento,

para que todos tenham a possibilidade de fiscalizar a legalidade na execução

das mesmas (DI PIETRO, 2013).

O princípio da Vinculação ao instrumento convocatório refere-se

tanto aos licitantes quanto à Administração pública, no sentido de assegurar

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que sejam cumpridos todos os requisitos do instrumento convocatório, tanto em

relação à documentação quanto em relação às exigências estipuladas na

proposta (DI PIETRO, 2013).

O instrumento convocatório poderá aparecer na forma de edital, para

as modalidades concorrência, pregão, concurso, tomada de preços e leilão.

Como também pode se apresentar na forma de carta-convite, para a

modalidade convite.

O princípio do Julgamento objetivo se relaciona diretamente com o

princípio da legalidade, assegura que o julgamento das propostas feitas pelos

licitantes será feito conforme com os critérios estabelecidos anteriormente no

edital (DI PIETRO, 2013).

Podemos observar que, por se tratar de um procedimento

administrativo, os princípios basilares da administração pública também

incidem no que se refere às licitações, aliados aos princípios que são próprios

de sua natureza. Todas as leis e princípios a que fazem referência, formam

uma engrenagem vital ao funcionamento correto, eficiente e transparente da

máquina pública.

2.2. Tipos de licitação

Tipo de licitação não é a mesma coisa que Modalidade de licitação, por

isso, não devem ser confundidos.

Podemos afirmar que, Tipo – são os diferentes critérios de julgamento

das propostas utilizado pela administração pública para a escolha do

fornecedor que melhor lhe atenda. Esses critérios se aplicam a todas as

modalidades de licitação dispostas na Lei 8666/93, exceto à modalidade

concurso.

Conforme art.45, caput, da Lei 8.666/93:

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O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

Os quatro tipos de licitação previstos na referida lei, são:

I. A de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço (art.45, parágrafo 1º, lei 8.666/93).

II. A de melhor técnica – tipo de licitação utilizado exclusivamente para os serviços de natureza predominantemente intelectual (art.46, caput, lei 8.666/93).

Para o tipo “melhor técnica”, será adotado o procedimento previsto no

parágrafo 1º do art. 46 da Lei 8.666/93, explicitando no instrumento

convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a

pagar. É utilizado em especial, na elaboração de projetos, cálculos,

fiscalização, supervisão e gerenciamento de engenharia consultiva em geral,

assim como também na elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos

básicos e executivos.

III. A de técnica e preço - tipo de licitação utilizado exclusivamente para os serviços de natureza predominantemente intelectual (art.46, caput, lei 8.666/93).

Neste tipo de licitação, combinam-se os fatores técnica e preço para a

escolha da proposta, sendo a classificação feita de acordo com a média

ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, tudo de acordo

com os critérios estabelecidos no edital (art.46, parágrafo 2º da Lei 8.666/93).

IV. A de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso (art.45, parágrafo 1º, lei 8.666/93).

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Desta forma, entende-se que, cada tipo de licitação atenderá a uma

modalidade de licitação. Os tipos de licitação que foram citados anteriormente

são aplicáveis a todas as modalidades de licitação tratadas na Lei 8.666/93,

exceto à modalidade concurso. Nesta, há uma estipulação prévia de prêmio ou

remuneração, e a participação no certame pelo concorrente subentende-se

aceitação do prêmio oferecido.

Por ser pertinente a este estudo, cabe ainda ressaltar que, o tipo

”menor preço” é obrigatório, sem exceção, no caso do pregão, disciplinado pela

Lei 10.520/02, que será vista em tópico específico.

2.3. Modalidades de licitação

As licitações são classificadas em diferentes modalidades, a escolha

da modalidade mais adequada dependerá das características do respectivo

procedimento. Um dos principais fatores para a escolha entre as modalidades é

o valor estimado para a contratação, exceto quando se trata de pregão, pois

esta não se limita a valores.

Sendo assim, conforme artigo 22 da Lei 8.666/93, são modalidades de

licitação:

I – concorrência; II – tomada de preços; III – convite; IV – concurso; V – leilão.

Resumidamente este artigo caracteriza cada modalidade da seguinte

forma:

Concorrência é a modalidade de licitação que admite a participação

de quaisquer interessados, que possam comprovar, na fase inicial de

habilitação, através de documentação, as exigências mínimas estabelecidas no

edital para a execução de seu objeto (§1º, art.22, lei 8.666/93).

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Tomada de preços é a modalidade de licitação em que os

fornecedores interessados deverão ser cadastrados previamente ou que

atendam a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia

anterior à data do recebimento das propostas (§2º, art.22, lei 8.666/93).

Convite é a modalidade de licitação em que os fornecedores serão

escolhidos e convidados, levando em conta se o ramo de sua atuação é

pertinente ao objeto da licitação. Poderão ser cadastrados ou não (§3º, art.22, lei

8.666/93).

Concurso é a modalidade de licitação onde poderão participar

quaisquer interessados, para a escolha de trabalho técnico, científico ou

artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores

(§4º, art..22, lei 8.666/93). Esta modalidade não está relacionada como

concurso público para preenchimento ou provimento de cargos.

Leilão é a modalidade de licitação onde poderão participar quaisquer

interessados, sem necessidade cadastramento prévio, seu objeto é a venda de

bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente

apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, o vencedor

será quem oferecer lance igual ou maior ao valor do bem avaliado (§5º, art.22,

lei 8.666/93).

Conforme se vê, há todo um detalhamento mediante cada tipo e

modalidade de licitação, o que torna o processo licitatório um tanto complexo e

burocrático.

Tendo em vista toda essa burocracia, conforme dito no Capítulo II –

“Trajetória da Licitação pública no Brasil”, foi criado por medida provisória uma

outra modalidade de licitação, chamada de pregão, regulado pela Lei

10.520/02, que será tratada em tópico posterior específico, sendo assim, a

modalidade pregão não foi prevista na lei 8.666/93, por isso, a mesma não

consta no artigo 22 da referia lei.

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Capítulo III

Pregão

De acordo com a doutrina:

Pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública. O § 1º do artigo 2º da Lei nº 10.520/02 permite que o pregão seja realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia de informação, nos termos de regulamentação específica (DI PIETRO, 2014, p.420).

Uma importante característica observada no pregão é que, por ser uma

modalidade de pouca complexidade, por não vincular valores máximos ou

mínimos para que se justifique sua utilização, além de ser menos burocrática,

possibilita maior agilidade na contratação de bens e serviços comuns pela

administração pública, a disputa é feita por meio de propostas documentadas e

na sequência por lances em sessão pública, que serão acompanhados e

avaliados por um pregoeiro e sua respectiva equipe de apoio.

Na análise de Justen Filho (2001), o pregão apresenta um

procedimento extremamente simples e superficial, tornando-o procedimento

mais adequado para aquisições através de contratação desse gênero. Por isso,

o pregão é adequado apenas para licitações em que o objeto seja classificado

como “comum”, não necessitando de rebuscada avaliação.

3.1. Lei Complementar nº 10.520/2002

O pregão foi incorporado ao sistema brasileiro em 1997 pela LGT - Lei

Geral de Telecomunicações (lei 9472/97). Esta, foi a primeira lei a autorizar, em

seu artigo 56, à Administração Pública utilizar o pregão para licitar a

contratação de bens e serviços comuns. Devido á grande aceitação deste novo

processo pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), o Governo

24

Federal decidiu então, através da Medida Provisória 2.026/00, incorporar esta

nova modalidade a toda Administração Pública em esfera Federal, porém,

havia ainda muitas modificações acerca desta nova modalidade a serem feitas.

Mais tarde, em 2002, foi implementada a lei 10.520, a chamada Lei do

Pregão. Agora, o Pregão passa e estar presente não só na Administração

Pública Federal, assim como nos estados, no Distrito Federal e nos municípios.

Esta lei estendeu a aplicação do pregão a todos os entes federados e prevê,

em seu artigo 2º, duas modalidades de pregão: o presencial e o eletrônico.

Deste modo, surge um marco na história das licitações no Brasil.

De acordo com Ferreira (2011), a partir da edição da Lei n.º 10.520/02

as licitações sofreram sensíveis inovações no que se refere ao incremento da

competitividade e, sobretudo, agilidade nas contratações públicas. A

desburocratização dos procedimentos, decorrente de uma sequência

diferenciada das etapas do certame licitatório se configura como principal

característica para adoção cada vez mais frequente na administração pública

da modalidade licitatória denominada pregão instituída pela lei citada.

Segundo Marçal Justen Filho (2013):

Pregão é uma modalidade de licitação de tipo menor preço, destinada à seleção da proposta mais vantajosa de contratação de bem ou serviço comum, caracterizada pela existência de uma fase competitiva inicial, em que os licitantes dispõem do ônus de formular propostas sucessivas, e de uma fase posterior de verificação dos requisitos de habilitação e de satisfatoriedade das ofertas (JUSTEN FILHO, 2013, p.9).

Ainda de acordo com a referida lei:

Consideram-se bens e serviços comuns para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. (Art.1º, parágrafo único, Lei 10.520/02)

Conforme exposto até aqui, o pregão surge como um aperfeiçoamento

dos processos licitatórios, somando-se às outras cinco modalidades já

existentes na Lei 8.666/93 e proporcionando aos gestores públicos, na esfera

25

federal, estadual e municipal, uma alternativa para os processos de licitação

burocráticos e morosos, que muitas vezes causam grande desperdício de

verba pública para que se faça a seleção de interessados a celebrar contrato

de serviço. Desta forma, a administração pública em geral, pode atuar de uma

forma mais gerencial.

3.2. Pregão eletrônico

Com a crescente utilização do pregão, tornou-se necessária mais uma

modificação. Esta, veio através do Decreto Lei 5.450/05, que tornou obrigatório

a utilização do Pregão em âmbito federal, para licitações que envolvam

aquisição de bens e serviços comuns pela administração pública. A referida lei

também determina, em seu artigo 4º, o uso preferencial pelo pregão em sua

forma eletrônica e também deixa claro que, caso não seja utilizada, deverá ser

justificada pela autoridade competente.

Podemos citar os seguintes itens como exemplo de bens e serviços

comuns mais contratados pela administração pública, de acordo com dados

recentes do Ministério do Planejamento:

Tabela1(Fonte:http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf)

Na tabela 1, foi apresentada uma lista com os materiais (bens) mais

adquiridos pela administração pública, bem como o valor gasto com essas

aquisições no ano de 2014. Nela, observamos que o grupo de “Equipamentos e

Gráfico1(Fonte:http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf)

26

artigos para uso médico, dentário e veterinário” encontra-se como o mais

adquirido, somando um total de 4,7 bilhões de reais.

No gráfico 1 observamos o quanto, em temos percentuais, cada grupo

de materiais (bens), representou no total das aquisições feitas, através do

pregão eletrônico, pela administração pública.

Tabela2(Fonte:http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf)

Gráfico2(Fonte:http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf)

Na tabela 2, foi apresentada uma lista com os serviços mais adquiridos

pela administração pública, bem como o valor gasto com essas aquisições no

ano de 2014. Desta vez, ela aponta o grupo “Outros serviços de suporte” como

o item mais adquirido, somando um total de 1,4 bilhão de reais.

No gráfico 2 observamos o quanto, em temos percentuais, cada grupo

de serviços, representou no total das aquisições feitas, através do pregão

eletrônico, pela administração pública.

Conforme exposto anteriormente, o pregão eletrônico é uma nova

modalidade de licitação que busca incorporar nas contratações públicas maior

competitividade, agilidade e transparência. Esta modalidade licitatória é de

extrema importância, pois atende, dentre outros, porém, não menos

importantes ao princípio da eficiência e da economicidade, visto que, com ela,

pode-se alcançar um melhor aproveitamento e redução significativa de

despesas com dinheiro público, além de contribuir significativamente para

27

alcançar as metas de ajuste fiscal e reduzir os custos de funcionamento da

máquina pública.

Conforme os gráficos 03 e 04 extraídos do relatório gerencial de

contratações e compras públicas do ministério do planejamento, podemos

demonstrar esta evolução assim como seus gastos entre os anos de 2008 e

2014.

Gráfico3(Fonte:http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf)

Gráfico4(Fonte:http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf)

Analisando o gráfico 3, observamos um crescimento de 7% nos

processos realizados através da utilização do pregão eletrônico, entre os anos

de 2008 e 2014. Observa-se também um aumento de 20% em relação ao valor

destas compras.

No gráfico 4, o Ministério do Planejamento apresenta, de forma

simples, o resultado, no mesmo período, da economia para os cofres públicos

de 7,9 bilhões de reais (18%), gerada pela utilização desta nova modalidade de

licitação.

Como bem nos ilustra Marcelo Alexandrino e Vicente de Paulo (2013):

O objetivo do princípio da eficiência é assegurar que os serviços públicos sejam prestados com adequação às necessidades da sociedade que os custeia. A eficiência, aliás, integra o conceito legal de serviço público adequado (Lei 8987/1995, art. 6°, parágrafo 1°). A ideia de eficiência aproxima-se da economicidade, principio expresso no art. 70,

28

caput, da Constituição, referente ao controle financeiro da administração pública. Busca-se o atingimento de objetivos traduzidos por boa prestação de serviços, do modo mais simples, mais rápido, e mais econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração. (ALEXANDRINO e PAULO, 2013, p.207).

Mais uma vez, vimos aqui o objetivo de celeridade, economicidade e

desburocratização sendo apresentados por diversos autores acerca do

assunto, observamos assim, que o pregão eletrônico se torna uma inovação

que possibilita a adoção de uma administração mais gerencial e menos

burocrática, tornando-a eficiente e célere, ampliando as oportunidades de

participação nas licitações, atingindo maior número de fornecedores,

aumentando a competitividade, de forma mais econômica, como bem

demonstra o gráfico 04.

Ratificando a grande importância do pregão eletrônico, segue tabela

comparativa do Ministério do Planejamento, disponível no site

www.comprasgovernamentais.gov.br, referente á quantidade de compras

públicas, segundo o tipo de licitação, entre os anos 2008 e 2014.

Tabela3(Fonte:http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-

_2014.pdf)

Na tabela 3 observamos que a quantidade de aquisições feitas pelo

pregão eletrônico cresce a cada ano enquanto que a quantidade referente a

29

algumas outras modalidades como, convite, tomada de preços e até mesmo o

pregão presencial, vem caindo ao longo desses anos.

Logo abaixo, no gráfico 5, fica claro o crescimento quanto a utilização

do pregão eletrônico pela administração pública e confirma a transparência dos

processos, visto que as informações gerenciais de contratações e compras

públicas, bem como os dados estatísticos estão disponíveis a todos.

Gráfico 5(Fonte:http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-

gerais-_2014.pdf)

Os dados mostram que, nos anos de 2008 e 2013, quando comparado

as outras modalidades, o pregão eletrônico apresentou um crescimento de

20% nos processos de compra e 47% no valor dessas compras.

Desta forma, diante dos dados apresentados, podemos concluir que, o

pregão eletrônico vem cada vez mais consolidando sua utilização como uma

das principais formas de contratação do Governo Federal, haja vista a fluidez

deste processo, ainda que regido por regras e normas, além de auxiliar na

redução dos gastos públicos e proporcionar maior transparência, pois todos os

processos podem ser acompanhados através do Portal de Compras do

Governo Federal (www.comprasgovernamentais.gov.br).

30

3.2.1. Fases do pregão eletrônico

As fases do pregão podem ser divididas em duas etapas, a externa e

interna (preparatória).

De acordo com Mazza (2013) uma importante característica neste

processo é que o julgamento das propostas é realizado antes da habilitação

dos licitantes, desta forma, os principais objetivos para a realização desta

modalidade de licitação são alcançados, quais sejam: economia aos cofres

públicos e celeridade do processo licitatório. Para isso, somente serão

analisadas as documentações dos fornecedores que realmente oferecerem o

menor lance, as outras documentações serão devolvidas em envelope lacrado.

O art.9º do Decreto nº 5.450 descreve a fase preparatória:

Art. 9º Na fase preparatória do pregão, na forma eletrônica, será observado o seguinte: I - a elaboração do termo de referência pelo órgão requisitante, com indicação do objeto de forma precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou sua realização; II – aprovação do termo de referência pela autoridade competente; III – apresentação de justificativa da necessidade da contratação; IV – elaboração do edital, estabelecendo critérios de aceitação das propostas; V – definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, inclusive no que se refere aos prazose às condições que, pelas suas particularidades, sejam consideradas relevantes para a celebração e execução do contrato e o atendimento das necessidades da administração; e VI – Designação do pregoeiro e sua equipe de apoio (Decreto nº5.450/05).

Ou seja, a fase interna ou preparatória é o momento em que os

servidores requisitantes de bens ou serviços fazem o levantamento das

necessidades da administração pública, a fim de compor o edital, contendo

todas as informações pertinentes ao certame.

31

“No edital consta a data e hora do início da fase de lances, com sua

publicação, todos os fornecedores interessados sabem quando devem estar

conectados à plataforma de compras para participar do certame”.

(Fonte:https://www.atasvigentes.com.br/tags/24/fases-do-pregao-eletronico)

A fase externa do pregão eletrônico, inicia-se pela convocação dos

interessados, a divulgação do pregão tem que ser feita não só pela publicação

do aviso pela imprensa, como também por meio eletrônico, na Internet, no

Portal de Compras do Governo Federal - COMPRANET, no sítio<

www.comprasnet.gov.br> (art. 17, §1º, Decreto nº 5.450).

Nesta fase externa é onde se observa a diferença característica entre o

pregão presencial e o pregão eletrônico, neste não existe uma sessão pública

presencial para que haja o julgamento e a habilitação dos fornecedores, o

licitante vencedor só deverá comprovar as condições de habilitação

consignadas no edital quando for convocado a assinar o contrato, também não

ocorrem lances verbais, estes são feitos através da plataforma eletrônica (DI

PIETRO, 2013).

Em sequência, fase de lances, fase de classificação, fase de

aceitação, fase de habilitação, fase de adjudicação e fase de homologação.

No Decreto 5.540/05, que regulamenta o pregão em sua forma

eletrônica, existem algumas exigências e particularidades que devem ser

observadas por tratar-se de pregão eletrônico. Em seu artigo 13, inciso I, diz:

Art.13 – Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, em sua forma eletrônica: I – credenciar-se no SICAF para certames promovidos por órgãos da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e de órgão ou entidade dos demais Poderes, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municipal, que tenham celebrado termo de adesão;

32

Este credenciamento deve ocorrer previamente e se dará pela

atribuição de chave de identificação e de senha, pessoal e intransferível, para

acesso ao sistema eletrônico. A participação no procedimento dependerá da

utilização desta chave de identificação e da senha (DI PIETRO, 2013).

Percebe-se aqui, numa análise mais detalhada e criteriosa, que o

pregão eletrônico também apresenta um certo grau de complexidade, mas

ainda sim, muito mais ágil e menos burocrático para a administração pública,

assim como também para os próprios licitantes.

3.2.2. Fluxo operacional

O fluxograma a seguir foi desenvolvido no intuito de ilustrar, de maneira

esquemática, como funciona o pregão eletrônico, através de informações

obtidas no manual de simulação do pregão eletrônico, que encontra-se

disponível no Portal de Compras do Governo Federal – Comprasnet, no site:

http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/manuais/manual_pregao_e

etronico_treinamento_pregoeiro.pdf, e exemplifica, resumidamente, os

procedimentos para operacionalização do sistema de pregão eletrônico.

34

3.2.3. Benefícios

Economia, transparência, eficiência e celeridade nas compras públicas

são os principais benefícios do pregão eletrônico para os usuários e a

administração, além de aumentar a competitividade e acessibilidade do novos

fornecedores e contribuir para a redução de despesas, conforme dados

apresentados em tabelas e gráficos.

Análise e Decisão do Recurso (O sistema envia e-mail automaticamente para os demais licitantes registrarem a contra-razão igualmente. O pregoeiro registra a respectiva decisão do recurso)

Adjudicação e Homologação (Constatado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante é declarado vencedor, sendo-lhe adjudicado o objeto do certame. A homologação é um procedimento do ordenador de despesas que equivale à decisão final e/ou a ratificação dos atos do pregoeiro)

Ata do Pregão Eletrônico (Ao encerrar a Sessão Pública, o sistema emite a Ata do pregão, nela constam todas as informações relativas à Sessão Pública do pregão eletrônico)

Encerramento da Sessão Pública (Abre prazos para recursos. O sistema não permite o retorno às fases anteriores ao encerramento da Sessão Pública.)

Juízo de Admissibilidade (Nesta fase o pregoeiro deve acatar ou recusar motivadamente a intenção de recurso do licitante. Havendo intenção de recurso aceita, o pregoeiro informa os prazos para registro da razão do recurso, da contra-razão e da decisão)

Acompanha aceitação/habilitação e admissibilidade

Registro da Razão e da Contra-razão do recurso

35

A diretriz da Administração Federal teve por fundamento a necessidade de dar maior transparência ao processo seletivo, observar os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade, probidade administrativa e todos os demais aplicáveis às licitações em geral, e, finalmente evitar a concorrência de corrupção e outras condutas qualificadas como de improbidade administrativa (CARVALHO FILHO, 2010, p.329)

Segundo o diretor substituto de logística e serviços gerais da Secretaria

de Logística e Tecnologia da Informação do MPOG, Alexandre Quaresma,

desde a implantação do pregão eletrônico, em dezembro de 2000, “o governo

federal tem ganhado em quantidade e qualidade”, diz Alexandre, que ainda

complementa:

Houve economia nos processos licitatórios de 20% a 30%, e os dados apontam de oito a quinze dias para encerrar uma licitação, o que antes levava em torno de dois meses”, ressalta o secretário. E enfatiza: “A administração pública, em todas as suas instâncias, conta com uma modalidade de licitação ágil e geradora de economia para realizar suas compras e contratações.(Fonte: https://www.serpro.gov.br/noticias/pregao-eletronico-gera-economia-de-r-2-5-bilhoes-no-1o-semestre).

Como bem destaca Orlando Moreira Bastos, da Superintendência de

Planejamento, Orçamento e Gestão do Serpro:

O gerenciamento do processo melhorou e houve o aumento da transparência, pois atinge todos os envolvidos: governo, fornecedores, órgãos de controle e sociedade de modo geral.(Fonte:https://www.serpro.gov.br/noticias/pregao-eletronico-gera-economia-de-r-2-5-bilhoes-no-1o-semestre)

Sendo assim, podemos concluir que, já há alguns anos, a utilização do

pregão eletrônico pela administração pública vem, de fato, contribuindo para

uma real e significativa melhoria na administração das compras públicas,

tornando-se uma ferramenta poderosa na melhoria da qualidade da gestão

pública.

36

Conclusão

A partir da obrigatoriedade do uso da modalidade pregão e do uso

preferencial da sua forma eletrônica, expressos no art.4º do Decreto nº

5.450/05, o número de licitações utilizando o pregão eletrônico aumentou de

forma expressiva, e com ele verificou-se o aumento da economia gerada aos

cofres públicos nas aquisições/contratações a partir de sua adoção conforme

visto no presente trabalho. Esta nova modalidade licitatória, além de possibilitar

uma transparência absoluta em seu procedimento, também possibilita a

ampliação da disputa com a participação de um número maior de fornecedores

que não precisam se deslocar de outras cidades ou estados, como também é

possível uma maior fiscalização por parte da sociedade, que poderá

acompanhar o procedimento passo a passo através da Internet. Tudo isso

resulta em uma redução do tempo de duração das licitações, nos preços das

contratações, em maior acessibilidade de fornecedores, entre outros.

Consoante às informações pesquisadas e expostas, bem como os

anexos adicionados, é notória a importância da utilização desta modalidade de

licitação pela Administração Pública, pois quanto mais transparente e

democrático for o sistema de compras públicas, menos chance haverá para a

corrupção. A modalidade também se revela econômica para os fornecedores,

já que podem participar das licitações públicas à distância, facilitando a

inclusão de micro e pequenas empresas, ou seja, amplia enormemente o hall

das empresas licitantes. A instituição do Pregão como nova modalidade de

licitação pela Administração Pública é, de fato, um processo de evolução e

modernização do sistema de licitação, cujo objetivo é disponibilizar à

Administração um meio que proporcione maior eficácia, economia,

transparência e celeridade nas contratações, objetivo este que vem sendo

alcançado ao se estabelecer o Pregão Eletrônico como forma de realização

preferencial, otimizando os processos, aumentando a competitividade entre os

licitantes e a acessibilidade dos mesmos, alcançando fornecedores de diversas

regiões do país, reduzindo os custos e os valores das propostas.

37

Durante esta pesquisa não foram identificadas desvantagens que

fossem significantes para a não utilização do pregão eletrônico. Ao final dessa

pesquisa, pode-se considerar que, talvez futuras adequações na legislação de

compras possam ampliar a utilização do pregão eletrônico, quem sabe

substituindo por este, diversas das modalidades de licitação atualmente

existentes.

38

Bibliografia

- ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 21. Ed. ver. e atual – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013. - CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 17ªed., Editora Lumen Juris, 2007. - CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 23ªed., Editora Lumen Juris, 2010. - DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 27 ed. São Paulo, Atlas, 2014. - FERREIRA, Clodoaldo José. Pregão Internacional como modalidade licitatória. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 04 nov. 2011. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.33739&seo=1>. Acesso em: 06 jul. 2015. - FURTADO, Lucas Rocha. Curso de licitações e contratos administrativos: teoria, prática e jurisprudência, São Paulo: Atlas, 2001. - JUSTEN, Filho, Marçal. PREGÂO (Comentários à Legislação do Pregão Comum e Eletrônico). 6ª ed. São Paulo: Dialética, 2013. - JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão. São Paulo: Dialética, 2001. - MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. - MEIRELLES, Hely Lopes et al. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010. - RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In. BEUREN, Ilse Maria. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2006 - RIBEIRO, Geraldo Luiz Viera. A Evolução da Licitação. Portal da Classe Contábil, v. 1711, p. 1-4, 2007. Disponível em:<http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/21103-21104-1-PB.pdf>. Acesso em: 03 junho 2015.

39

- VIEIRA, Jair Lot. Licitações e Contratos na Administração Pública. 24. ed. São Paulo: Edipro, 2011. - DECRETO Nº 5.450, DE 31 DE MAIO DE 2005. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5450.htm>. - LEI No 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm>. - LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. - MORAES, Fábio. Tudo Sobre Licitações. Disponível em:< http://portaldaslicitacoes.blogspot.com.br/2012/01/principios-basicos-da-licitacao.html>. Acesso em: 17 junho 2015. - PEIXOTO, Ariosto Mila. Licitação na Década de 90 e nos Próximos 10 Anos. São Paulo. Disponível em:<http://licitacao.uol.com.br/apoio-juridico/artigos/4- licitacao-na-decada-de-90-e-nos-proximos-10-anos.html>. Acesso em: 15 junho 2015.

40

Anexos

Este espaço será utilizado para trazer conteúdos de apoio, objetivando

consolidar as questões e informações apresentadas, além de embasar e

aprofundar a prática da pesquisa. Sendo assim, exerce função de apoio na

confecção deste trabalho.

- Anexo I : Pregão eletrônico gera economia de R$ 48 bi nos últimos cinco

anos.

Fonte:http://www.planejamento.gov.br/conteudo.asp?p=noticia&ler=12285

- Anexo II : Uso do pregão eletrônico gera economia de R$ 7,8 bi em 2014

Fonte: http://www.planejamento.gov.br/conteudo.asp?p=noticia&ler=12096

- Anexo III : Celeridade da modalidade pregão

Fonte: https://pregaoeletronico.wordpress.com/2011/03/25/celeridade-da-

modalidade-pregao/

41

Anexo I

http://www.planejamento.gov.br/conteudo.asp?p=noticia&ler=12285

Ministério do Planejamento

Logística e Tecnologia da Informação

Pregão eletrônico gera economia de R$ 48 bi nos últimos cinco anos

Publicado: 22-04-2015

Última atualização: 22-4-2015

Modalidade acumula benefícios para governo federal

Economia de R$ 48 bilhões aos cofres públicos nos últimos cinco anos, verificação de

sobrepreço nas licitações e alerta ao pregoeiro da presença de sócios em comum nas

empresas participantes de um processo de compra. Essas são algumas das vantagens e

inovações implantadas no Sistema de Compras Governamentais do Governo Federal

(Comprasnet) para agregar qualidade ao gasto público em aquisições realizadas por

meio de pregões eletrônicos. O Comprasnet é gerenciado pelo Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão (MP).

Somente no último ano, a modalidade gerou uma economia de R$ 7,9 bilhões e foi

empregada em 33,8 mil processos licitatórios, com uma despesa de R$ 37,8 bilhões. A

economia gerada pela utilização do pregão eletrônico foi calculada a partir da

comparação dos valores de referência dos bens e serviços com os preços estabelecidos

no fim das licitações.

“O Comprasnet é um sistema estruturante que se adéqua às necessidades crescentes tanto dos órgãos públicos quanto do mercado. O pregão eletrônico tem se mostrado um

instrumento transparente e eficiente”, afirma Cristiano Heckert, secretário de Logística e

Tecnologia da Informação do MP. Segundo o secretário, o pregão também gera

desenvolvimento regional ao permitir a participação de empresas de qualquer estado

brasileiro e ainda pode ser acompanhado em tempo real por cidadãos interessados no

certame.

42

Pregão

Os primeiros pregões do Executivo Federal foram presenciais após a regulamentação

do Decreto 3.697, de 2000. Em 2005, o governo editou o Decreto 5.450, tornando

praticamente obrigatório o uso da forma eletrônica pela internet e alterando

significativamente o modelo de compras na esfera pública.

De acordo com o artigo 28 do Decreto n º 5.450, as empresas convocadas, dentro do

prazo de validade de sua proposta, que deixarem de entregar documentação exigida no

edital podem ficar impedidas de licitar e de contratar com a União, e ser

descredenciadas no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf), pelo

prazo de até cinco anos. As penalidades são obrigatoriamente registradas no Sicaf.

Portal

O Comprasnet é a plataforma para operar processos eletrônicos de aquisições e

disponibilizar informações referentes às licitações e contratações promovidas pela

Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. No sítio podem ser

consultados editais e atas e acompanhadas as licitações pela sociedade. São também

disponibilizados os manuais, a legislação pertinente, o cadastro de fornecedores, dentre

outras.

43

Anexo II

http://www.planejamento.gov.br/conteudo.asp?p=noticia&ler=12096

Ministério do Planejamento

Logística e Tecnologia da Informação

Uso do pregão eletrônico gera economia de R$ 7,8 bi em 2014 Publicado: 05-03-2015

Última atualização: 5-3-2015

Compras pela modalidade chegaram a R$37,8 bilhões de reais no período

A utilização do pregão eletrônico nas compras públicas realizadas pelo governo federal

resultou numa economia de R$ 7,9 bilhões (18%) aos cofres públicos em 2014. A

modalidade foi empregada em 33,8 mil processos licitatórios, com um gasto total de R$

37,8 bilhões. Equipamentos e artigos para uso médico, dentário e veterinário foram os

bens mais adquiridos. Os dados foram extraídos nesta segunda-feira (9) do Sistema

de Compras do Governo Federal, o Comprasnet, que é gerenciado pelo Ministério do

Planejamento (MP).

“A economia de 18% foi calculada na comparação dos valores de referência dos bens e serviços com os preços estabelecidos no fim das licitações”, explica Cristiano Heckert, secretário de Logística e Tecnologia da Informação do MP. De acordo com o Heckert, o

pregão eletrônico também é vantajoso por proporcionar maior transparência, tendo em

vista que todos os certames podem ser acompanhados em tempo real no Portal de

Compras do Governo Federal.

Em relação aos serviços, os mais contratados foram os de suporte com um gasto em

torno de R$ 1,4 bilhão. Eles envolvem trabalhos administrativos, de portaria e recepção,

informática e também de promoção de eventos.

Se comparado apenas às modalidades licitatórias, que não incluem a dispensa e

inexigibilidade de licitação, o pregão eletrônico foi responsável por 91,1% dos gastos

em aquisições. Já em número de processos, essa modalidade de contratação respondeu

por 94%.

44

Dados Regionais

Os órgãos públicos federais localizados no estado do Rio de Janeiro (RJ) foram os que

mais utilizaram o pregão eletrônico em quantidade no último ano. Foram 4.489

processos licitatórios utilizando a modalidade. Já em termos monetários, foram as

entidades do Distrito Federal (DF) que fizeram mais compras pela modalidade, com um

valor de quase 13,7 bilhões de reais.

Essas informações restringem-se ao âmbito da administração direta, autárquica e

fundacional, que são os órgãos integrantes o Sistema de Serviços Gerais (SISG).

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Anexo III

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CELERIDADE DA MODALIDADE PREGÃO

Uma das mais destacadas características do pregão, a celeridade, origina-se

na redução de prazos de publicação e recursais e na desburocratização dos

procedimentos, pela inversão de fases e análise de documentos de habilitação

apenas da proponente melhor classificada, o que torna a sessão de pregão

mais rápida.

Ao contrário de outras modalidades de licitação, o prazo de publicação do

edital, no pregão, é de 08 (oito) dias úteis, sendo para convite, 05 (cinco) dias

úteis; para tomada de preços, que não se refira a melhor técnica ou técnica e

preço, 15 (quinze) dias; para tomada de preços cujo critério de julgamento

inclua técnica, para leilão e concorrência, 30 (trinta) dias; e para concorrência

por técnica ou técnica e preço e concurso, 45 (quarenta e cinco) dias.

Além dos referidos prazos de divulgação dos editais, as aberturas de

envelopes de documentos e respectivas análises despendem muito tempo dos

participantes e dos membros da comissão de licitação.

Ilustrativamente, num certame onde haja participação de uma dezena de

concorrentes, serão dez envelopes a serem abertos e, considerando-se o

elenco descrito nos incisos do artigo 27 da Lei nº 8.666/1993, no mínimo 5

(cinco) documentos a serem analisados, um para cada comprovação:

habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira,

regularidade fiscal e cumprimento ao disposto no inciso XXXIII do art. 7º da

Constituição Federal. Devendo o Presidente da Comissão de Licitação ou os

demais membros, analisar criteriosamente os documentos para considerar a

habilitação dos concorrentes, conclui-se que realmente os procedimentos de

verificação de adequação dos 50 (cinqüenta) documentos apresentados

exigem tempo. Após esta etapa, seriam abertos dez envelopes com propostas

que, além de registrar os respectivos valores, também deveriam ser conferidos

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detalhadamente a fim de se assegurar que a descrição do ofertado

corresponde ao objeto exigido em edital.

Em contrapartida, no pregão, inicialmente, são abertas as propostas com

análise e registro de seus conteúdos, dando-se início à fase de lances por

parte dos proponentes, e, finda esta etapa, a análise documental para

comprovação de habilitação ocorre apenas sobre a empresa classificada.

Remetendo-se ao exemplo retromencionado, são conferidos apenas cinco

documentos.

Outro fator que acentua a agilidade do pregão é o fato de que a admissão de

recurso se dá apenas uma vez, quando do encerramento da sessão após a

habilitação do fornecedor, sendo que o interessado deve manifestar a intenção

de recorrer motivadamente e ao pregoeiro cabe analisar o fundamento da

intenção e admiti-lo ou não. Se admitido, concede-se o prazo recursal de 3

(três) dias, igual período para apresentação de contra-razões e até 15 (quinze)

dias para decisão do pregoeiro.

Com relação a este juízo de admissibilidade o Tribunal de Contas da União,

através do Acórdão nº 3.528/2007-Plenário, posiciona-se:

2. Compete ao pregoeiro verificar os requisitos de admissibilidade quando da

manifestação da intenção de recorrer por parte do licitante, que será sempre

objeto de novo exame quando da adjudicação e homologação da licitação por

autoridade superior.[1]

Nas outras modalidades licitatórias, o prazo recursal é concedido em dois

momentos: após a fase de habilitação, que se não houver expressa desistência

do intuito de recorrer por parte dos concorrentes, deve ser aberto prazo para

apresentação de razões, contra-razões e decisão e após o julgamento das

propostas, da mesma forma que para a fase anterior, ressaltando-se que são 5

(cinco) dias úteis para cada manifestação.

Finalmente, utilizando a base de dados do Banco do Brasil, traça-se um

comparativo entre os prazos médios para conclusão de processos licitatórios

nas diversas modalidades: Concorrência, 120 (cento e vinte) dias, Tomada de

Preços, 80 (oitenta) dias, Convite, 47 (quarenta e sete) dias e Pregão

Eletrônico, 20 (vinte) dias.[2]

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Assim, comparando-se apenas esses tópicos, consegue-se demonstrar a

celeridade que o legislador impingiu ao pregão, simplificando os procedimentos

e tornando-os mais eficazes.

[1] Relator Ministro Augusto Scherman.

[2] JUNCO, Edna Maria Durães. Licitações Públicas no Brasil e a Década do

Pregão Eletrônico. Revista Zênite de Licitações e Contratos-ILC, Curitiba:

Zênite. Janeiro 2010. p.56 . Publicado por pregaoeletronico em março 25, 2011 em Licitação, Prazos, Pregão

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