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A LUTA POR RECONHECIMENTO SOCIAL ATRAVÉS DO FUNK OSTENTAÇÃO E DOS “ROLEZINHOS” Fernanda Barros Macedo 1, Guilherme Vinícius de Andrade 2 , Marcos Antônio de Moraes Brito 3, Wellington Abreu Santos , Maurício Martins Al!es " , #ui$ %arlos Andrade de A&uino ' 1 Univap/Faculdade de Direito, [email protected]; 2 Univap/Faculdade de Direito, [email protected] Univap/Faculdade de Direito, dkno!"#@gmail.com $ Univap/Faculdade de Direito, !ellington%$%@gmail.com # Univap/Faculdade de Direito, mmalve&@univap.br ' Univap/Faculdade de Direito, a([email protected] Palavras-!av"# funk; o&tenta)*o; role+inho; reconhecimento; globali+a)*o; cultu $r"a %& C&'!"()"'*&# Direito R"s+)&# pre&ente artigo prop-e &u&citar uma refle *o &obre como a& manife&t funk o&tenta)*o e do& role+inho&0 &*o recebida& pela elite da &ociedade de 4ampo&, e &e 3 po&&5vel apontar ne&te& movimento& a&pecto& de reconhecimento como avaliar a import6ncia do conceito de 7u&ti)a bidimen&ional de Fra&er 9 re&olu)*o de ten&-e& &ociai&. <ara i&&o, fe+=&e um e&tudo bibliogr> manife&ta)-e& e anali&ou=&e artigo& 7ornal5&tico& da cidade entre o& ano& de re&ultado aponta (ue a &ociedade 7o&een&e encara e&ta& manife&ta)-e& com 7u5 negativo o (ue a leva a adotar medida& para coib5=la& &em re&ultado& &ociai& ?e&te conte to, a con&idera)*o do conceito bidimen&ional de 7u&ti)a poderia mai& efetiva& para toda a &ociedade, i.e. , o& 7oven& da periferia e a elite &ocial. I'*r&%+, & demanda &ocial de grupo& meno& favorecido& tem tran&itado no& Altimo& ano& da redi&tribui)*o para o reconhecimento FB CB, 9::9 . anife&ta)-e& culturai& de grupo& &ociai& marginali+ado& podem refletir e&te a&pecto. ?e&te &entido, a import6ncia de&te trabalho 3 ilu&trar a pre&en)a de a&pecto& relacionado& ao reconhecimento a partir da e pre&&*o mu&ical e manife&ta)-e& pAblica&. C&ta vertente con&idera (ue a mA&ica e pre&&a prote&to&do& grupo& marginali+ado& contra a realidade &ocial em (ue e&t*o in&erido&. &&im, con&idera=&e o funk o&tenta)*o0 e o& role+inho&0 como uma forma de e pre&&*o (ue permite a an>li&e da vi&*o de mundo, do& an&eio&e problema& do& 7oven& da periferia. Eradicionalmente atrelado vida na& favela& do Bio de 2aneiro, o funk carioca, originado da soul music norte= americana GH ? , 9:1:; GH ?? , 1%8" , ganhou grande vi&ibilidade na& Altima& d3cada&, inicialmente por cau&a de polImica& cau&ada& pelo conteAdo de &ua& letra& e, mai& recentemente, pela e pan&*o no mercado con&umidor englobando a cla&&e m3dia bra&ileira, foi ab&orvido pela& periferia& de cidade& do e&tado de *o <aulo, ma& tran&mutado& para &ua& realidade& (ue diferem da& do Bio de 2aneiroJ Cm *o <aulo, &urge o &ubgInero denominado funk de ostentação , (ue trata de tema& referente& ao &tatu& &ocial, incluindo elemento& caracter5&tico& do& rappers americano&. K...L na&cimento de um &ubgInero mu&ical, no no&&o ca&o, o funk de o&tenta)*o pode &er pen&ado a partir da& con&tru)-e& &ociai&, o territMrio do& &u7eito&, o lugar de& falante&J compo&itore& e con&umidore& do produto mu&ical. FBCHBC, 9:19 2> o fenNmeno &ocial denominado role+inho0 tornou=&e notMrio em *o <aulo entre o final de 9:1 e in5cio de 9:1$. gendado& pela& rede& &ociai&, o& role+inho&0 &*o encontro& (ue 1

A Luta Por Reconhecimento Social Através Do Funk Ostentação e Dos “Rolezinhos”

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A Luta Por Reconhecimento Social Através Do Funk Ostentação e Dos “Rolezinhos”. artigo científico abordando aspectos de justiça bidimensional de FRASER ao caso concreto dos rolezinhos de funk.

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A LUTA POR RECONHECIMENTO SOCIAL ATRAVS DO FUNK OSTENTAO E DOS ROLEZINHOSFernanda Barros Macedo1, Guilherme Vincius de Andrade2, Marcos Antnio de Moraes Brito3, Wellington Abreu Santos4, Maurcio Martins Alves5, Luiz Carlos Andrade de Aquino61 Univap/Faculdade de Direito, [email protected];2Univap/Faculdade de Direito, [email protected]/Faculdade de Direito, [email protected]/Faculdade de Direito, [email protected]/Faculdade de Direito, [email protected]/Faculdade de Direito, [email protected]: funk; ostentao; rolezinho; reconhecimento; globalizao; cultura;rea do Conhecimento: Direito

Resumo: O presente artigo prope suscitar uma reflexo sobre como as manifestaes de funk ostentao e dos rolezinhos so recebidas pela elite da sociedade de So Jos dos Campos, e se possvel apontar nestes movimentos aspectos de reconhecimento assim como avaliar a importncia do conceito de justia bidimensional de Fraser (2002) para resoluo de tenses sociais. Para isso, fez-se um estudo bibliogrfico sobre essas manifestaes e analisou-se artigos jornalsticos da cidade entre os anos de 2013 e 2015. O resultado aponta que a sociedade joseense encara estas manifestaes com juzo de valor negativo o que a leva a adotar medidas para coib-las sem resultados sociais positivos. Neste contexto, a considerao do conceito bidimensional de justia poderia trazer aes mais efetivas para toda a sociedade, i.e., os jovens da periferia e a elite social. IntroduoA demanda social de grupos menos favorecidos tem transitado nos ltimos anos da redistribuio para o reconhecimento (FRASER, 2002). Manifestaes culturais de grupos sociais marginalizados podem refletir este aspecto.Neste sentido, a importncia deste trabalho ilustrar a presena de aspectos relacionados ao reconhecimento a partir da expresso musical e manifestaes pblicas. Esta vertente considera que a msica expressa protestos dos grupos marginalizados contra a realidade social em que esto inseridos. Assim, considera-se o funk ostentao e os rolezinhos como uma forma de expresso que permite a anlise da viso de mundo, dos anseios e problemas dos jovens da periferia. Tradicionalmente atrelado vida nas favelas do Rio de Janeiro, o funk carioca, originado da soul music norte-americana (VIANA, 2010; VIANNA, 1987), ganhou grande visibilidade nas ltimas dcadas, inicialmente por causa de polmicas causadas pelo contedo de suas letras e, mais recentemente, pela expanso no mercado consumidor englobando a classe mdia brasileira, foi absorvido pelas periferias de cidades do estado de So Paulo, mas transmutados para suas realidades que diferem das do Rio de Janeiro:Em So Paulo, surge o subgnero denominado funk de ostentao, que trata de temas referentes ao status social, incluindo elementos caractersticos dos rappers americanos. [...] O nascimento de um subgnero musical, no nosso caso, o funk de ostentao pode ser pensado a partir das construes sociais, o territrio dos sujeitos, o lugar destes falantes: compositores e consumidores do produto musical. (FREIRE, 2012)J o fenmeno social denominado rolezinho tornou-se notrio em So Paulo entre o final de 2013 e incio de 2014. Agendados pelas redes sociais, os rolezinhos so encontros que renem dezenas de jovens da periferia nos shoppings centers. Os participantes se renem nos corredores de um determinado shopping center entoando batidas do funk ostentao. [...] Ostentao, palavra que eu gosto de ouvir / Se me quer do seu lado, tem que me fazer rir / Vem me buscar de Hornet, R1, RR / Me d condio / Deixa eu totalmente louca, chapadona de Chandon / Gosto de gastar, isso no novidade / Hoje eu j torrei mais de dez mil com a minha vaidade [...]. (Trecho da msica Mulher do poder cantada pela MC Pocahontas)

A problemtica apresentada neste projeto de pesquisa discutir a questo de como grupos marginalizados que buscam atravs de manifestaes pblicas, sejam elas musicais ou encontros sociais, uma tentativa de demanda por reconhecimento pela sociedade de consumo. Ou seja, a substituio da finalidade do estilo de msica funk, na qual, a busca pelo reconhecimento das demais classes e a auto-afirmao perante ao Estado, d lugar a um apelo mais capitalista, disseminando um estilo de vida fora dos padres do seu pblico alvo.A hiptese da pesquisa que estes fenmenos geram tenses sociais entre a elite da sociedade e a parcela da periferia, no qual h uma receptividade negativa das manifestaes desta por parte daquela, que podem ser detectadas nos relatos jornalsticos da imprensa da poca. Este artigo se prope a suscitar uma reflexo pelo leitor sobre duas interrogaes fundamentais ao tema: Como as manifestaes culturais da periferia, em especial o funk e os rolezinhos, so recebidas pela elite de uma determinada sociedade?; e se possvel apontar a importncia do conceito de justia bidimensional de Fraser (2002) neste contexto. MetodologiaO presente artigo se utilizar de reviso bibliogrfica de artigos cientficos sobre o entendimento do funk, letras destas canes, e do fenmeno dos rolezinhos no estado de So Paulo em conjunto com informaes jornalsticas sobre estas manifestaes culturais para detectar a tenso gerada especificamente na sociedade de So Jos dos Campos. Destaques para a obra de Nancy Fraser, artigos jornalsticos da regio metropolitana do Vale do Paraba, e de outros artigos cientficos relacionados aos temas. A abordagem do tema feita a partir de uma tica sociolgica.ResultadosA coleta de material jornalstico do jornal O Vale e do site de notcias G1 Vale do Paraba, por exemplo, referente cidade de So Jos dos Campos entre os anos de 2013 a 2015, cujo contedo tratava do funk e dos rolezinhos, permitiu constatar que, a exemplo do que ocorreu na regio metropolitana de So Paulo, a sociedade joseense no v com bons olhos essas manifestaes. No tocante ao funk, incluindo a vertente ostentao, as matrias do grande nfase ao transtorno que os encontros de funk em reas pblicas, tambm conhecidos por fluxos do funk, geram na vizinhana. Os fluxos do funk so considerados perturbao do sossego pblico, pois os jovens promovem o encontro com som automotivo alto, h consumo de bebidas alcolicas, drogas, promoo de rachas, violncia, dentre outros (SILVASTON, 2012; MARINI, 2013; ALVES, 2014). possvel perceber que h uma estigmatizao em relao aos fluxos de funk por parte das autoridades da cidade que segue, via de regra, a viso do restante do estado. Assume-se preventivamente que os encontros so promoes de desordem pblica sem considerar o contexto scio-econmico que levam os jovens a promoverem e a participarem de tais manifestaes. Esta percepo leva as autoridades a promover o combate desses encontros os tornando praticamente ilegais. A regulamentao da Lei do Silncio serviu para que as autoridades promovessem uma ofensiva contra os encontros de funk na periferia da cidade (LAM, 2014). No mesmo sentido, a Cmara Municipal iniciou discusses objetivando a proibio especfica do funk em locais pblicos (ROSA, 2014).Porm, o combate promovido pelo estado no parece estar surtindo o resultado desejado. Os fluxos de funk que ora eram restritos zona sul da cidade, particularmente no Campo dos Alemes (SILVASTON, 2012), Morumbi e Dom Pedro 1 (MARINI, 2013), passaram a ocorrer em outros bairros, tais como, Putim, Novo Horizonte e Galo Branco, regies leste e sudeste da cidade (ALVES, 2014).Neste perodo, So Jos dos Campos tambm no escapou das polmicas geradas pelo fenmeno dos rolezinhos. Logo aps a ocorrncia dos primeiros rolezinhos em So Paulo no final de 2013, os principais shopping centers da cidade de So Jos dos Campos recorreram justia, preventivamente, para impedir a realizao dessas manifestaes em suas dependncias alegando, dentre outros, a no autorizao para realizao de manifestao em propriedade privada, que o rolezinho poderia ameaar a segurana dos funcionrios e clientes, alm do patrimnio (FERNANDES, 2014). Alm disso, os shopping centers da cidade aumentaram o efetivo de segurana, passaram a fazer o monitoramento dirio das redes sociais para tomarem medidas (acionar o poder pblico por exemplo) no sentido de sufocar as manifestaes (FERNANDES, 2014; ALVES 2015). Novamente, percebe-se a estigmatizao da elite social diante de tais manifestaes ao praticamente retrat-las como os famosos arrastes no Rio de Janeiro.O Vale Sul shopping, por exemplo, atravs da sua proprietria Yorg Participaes do Brasil Ltda, conseguiu uma liminar contra o evento em janeiro de 2014. Esta deciso foi revertida em fevereiro de 2015, aps atuao da Defensoria Pblica. Esta recorreu da deciso da primeira instncia alegando que os tumultos e algazarras alegados pelo shopping na ao so uma questo de segurana pblica. O shopping no tem direito de fazer uma restrio na entrada de grupos e adolescentes. Pois isso promoveria prticas segregatrias (ALVES, 2015). O Tribunal de Justia de So Paulo invalidou a proibio obtida na primeira deciso, pois considerou que no havia ameaa de perturbao ou risco de prejuzo ao estabelecimento. DiscussoAlguns autores consideram que as manifestaes culturais representam uma viso poltica na luta pelo reconhecimento diante do contexto de globalizao e busca pela justia social (FRASER, 2002). Neste contexto insere-se o funk ostentao e os rolezinhos como fenmenos sociais oriundos do desejo dos jovens da periferia por reconhecimento. Estes fenmenos so criados por jovens de bairros perifricos com pouca ou nenhuma opo de lazer acessvel, imersos em uma sociedade capitalista que disponibiliza uma enorme gama de opes culturais e de entretenimento concentradas no centro. Os recentes avanos econmicos promovidos pelo governo federal favoreceram o aumento do desejo dessa camada social em pertencer a sociedade numa maior plenitude. Bombardeados por estmulos ao consumo, mas com uma realidade econmica que os impede de se inserirem neste ambiente, eclode-se com choque elite social. Pode-se dizer que o funk ostentao um estilo musical, variante do funk carioca com influncias da ostentao do rap norte-americano, que reflete o estmulo ao consumo em que esta populao est submetida, porm, sem ter os meios econmicos de faz-lo. uma forma escancarada de se idolatrar o consumismo, exagerando o que promovido no convvio social, que se mostra insustentvel a realidade dessa populao. A sociedade de consumo leva os jovens a acreditarem que s sero reconhecidos como membros se possurem bens de materiais. O funk ostentao no a causa do consumismo, mas, antes, um efeito do consumismo pregado pela sociedade levado a um extremo.Estas manifestaes de grupos marginalizados so recebidas pela sociedade com um juzo de valor negativo. Conforme aponta Vianna (1997, p. 67) as depreciaes mais comuns so: pobreza, cafonice, abandono, atraso. Este demrito do funk como cultura menor pela elite da sociedade nos remetem aos discursos do incio do sculo XX, que combatiam o samba e as gafieiras (FREIRE, 2012). De maneira semelhante, o fenmeno dos rolezinhos trouxeram tona trs importantes tenses e preconceitos presentes na sociedade brasileira: de classe, de raa/cor e de idade/gerao (PEREIRA, 2014). Este cenrio refora a importncia pontuada por Frazer (2002) de que necessrio que se tenha tanto a justia de reconhecimento quanto a de redistribuio, ligada ao aspecto econmico, para que se tenha uma justia efetiva e mais duradoura no ambiente globalizado. Considerar os aspectos da justia bidimensional de Frazer (2002) pode levar a aes mais efetivas de apaziguamento social que o combate e proibio, aes normalmente assumidas pelo poder pblico. Esta viso leva os envolvidos a considerar as demandas e necessidades dos jovens socialmente excludos quanto as do restante da sociedade.A no utilizao pelo poder pblico de estudos acadmicos que procuram compreender os movimentos sociais gera situaes que perpetuam o sentimentos de oprimidos e opressores, ricos e pobres, dominantes e dominados. O bom uso do arcabouo intelectual gerado pela pesquisa pode encurtar perodos de tenso social e levar a solues mais equnimes, justas e, por consequncia, mais duradouras.Por exemplo, So Paulo parece mudar de atitude diante dos fluxos de funk e ao invs de coibir, tenta regulament-lo. Por exemplo, uma proposta prev rodzio entre reas que recebem os eventos, controle de acesso do pblico, horrio de incio e de trmino, alm da disperso que j foi aplicada, por exemplo, no carnaval [] A ideia dividir a capital em 11 reas, cada uma com, no mximo, dois bailes funk por ms. Nas reas, vo ser escolhidos campos de futebol, praas ou ruas (RESK, 2015). Isso mostra que a coibio de movimentos no resolve os problemas e podem at a agrav-los.Da mesma forma, o governo federal acena positivamente para o funk ao permitir que o vale-cultura, benefcio de R$ 50 dado aos trabalhadores que ganham at cinco salrios mnimos para ser gasto com produtos culturais, tambm poder ser usado em bailes funk.Outro exemplo positivo da prefeitura de So Paulo o uso do Centro Cultural da Juventude (CCJ) para receber rolezinhos. Neste caso, a prefeitura oferece o espao e uma atrao, e a organizao e divulgao ficam a cargo dos jovens (PAULO, 2015). Esse tipo de soluo parece atender uma maior parte das demandas de diferentes setores da sociedade. Do lado da periferia, criam-se oportunidades e espaos para os jovens se expressarem com segurana. Para a populao residente em torno dos eventos h maior garantia de sossego e segurana, uma vez que as manifestaes so feitas em locais mais adequados. Os exemplos citados acima mostram uma atitude mais positiva em relao s manifestaes dos jovens da periferia que a inefetiva condenao ou proibio dos mesmos. Estas aes poderiam ser consideradas pelo poder pblico da cidade de So Jos dos Campos para uma melhor tratativa destes fenmenos. Essas iniciativas no excluem, em hiptese alguma, a obrigao do Estado estar presente nas periferias promovendo no apenas o combate ao crime, que mostra-se carregado de preconceito na sua atuao corriqueira, mas com prestao de servios pblicos adequados, eduo, promoo de oportunidades de incluso scio-econmica, etc. Esse o esprito da justia bidimensional.Concluso

O presente artigo identificou aspectos de reconhecimento abordado por Frazer (2002) em expresses artsticas como o funk e em movimentos sociais como os rolezinhos. Foi tambm analisada a percepo negativa corrente destas manifestaes por parte da sociedade e do poder pblico de So Jos dos Campos, interior do estado de So Paulo. A postura de preconceito e discriminao por parte dos proprietrios dos locais, dos demais segmentos sociais, e a passividade do municpio de So Jos dos Campos em no redistribuir locais adequados para uma demanda evidente e de quantidade considervel, prepara um solo frtil para a coibio das atividades destes muncipes e escancara uma faco social.Fazer com que estes eventos sejam coibidos no resolvem o problema e se distanciam do conceito de justia bidimencional proposto por Frazer (2002). As aes de disperso desses movimentos tendem a agravar as tenses sociais que podem se romper de maneira mais violenta futuramente.Aes positivas podem ser tomadas pelo municpio de So Jos dos Campos, a exemplo das que foram realizadas pela cidade de So Paulo, levando em considerao as demandas de diferentes setores da sociedade somados a estudos cientficos sociolgicos de relevncia para a populao do municpio, tornando a redistribuio uma soluo e no mais um problema. RefernciasALVES, Xandu. 'Fluxo do Funk' dribla cerco e muda de bairros em So Jos. O Vale. 5 de Janeiro. 2014. Disponvel em: < http://www.ovale.com.br/fluxo-do-funk-dribla-cerco-e-muda-de-bairros-em-s-o-jose-1.485066 >. Acessado em 17/05/2015.ALVES, Xandu. TJ derruba deciso inicial da Justia que proibia rolezinho em shopping de So Jos. O Vale. 25 de Fevereiro. 2015. Disponvel em: < http://www.ovale.com.br/tj-derruba-decis-o-inicial-da-justica-que-proibia-rolezinho-em-shopping-de-s-o-jose-1.580039 >. Acessado em 17/05/2015.FERNANDES, Suellen. Shoppings do Vale do Paraba esto em alerta contra 'rolezinho'. G1 Vale do Paraba e Regio. 17 de Janeiro. 2014. Disponvel em: < http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2014/01/shoppings-do-vale-do-paraiba-estao-em-alerta-contra-rolezinho.html >. Acessado em 17/05/2015.FRASER, Nancy. A justia social na globalizao: redistribuio, reconhecimento e participao. Revista Crtica de Cincias Sociais, 63. 2002. Disponvel em: < http://www.ces.fe.uc.pt/publicacoes/rccs/artigos/63/RCCS63-Nancy%20Fraser-007-020.pdf >. Acessado em 17/05/2015.FREIRE, Libny S. Nem luxo, nem lixo: Um olhar sobre o funk da ostentao. Entre.Meios , V. 9, p. 01-10, 2012. Disponvel em: < http://pucposcom-rj.com.br/wp-content/uploads/2012/12/4-Libny-Silva-Feire.pdf >. Acessado em 17/05/2015.LAM, Lauro. So Jos regulamenta Lei do Silncio e abre guerra ao funk. O Vale. 10 de Janeiro. 2014. Disponvel em: < http://www.ovale.com.br/regiao/s-o-jose-regulamenta-lei-do-silencio-e-abre-guerra-ao-funk-1.486874 >. Acessado em 17/05/2015.MARINI. Moradores denunciam morte no Fluxo do Funk na zona sul. Seu Planeta. 17 de Fevereiro. 2013. Disponvel em:< http://seuplaneta.com.br/S-J-dos-campos/2013/02/moradores-denunciam-morte-no-fluxo-do-funk-na-zona-sul.html >. Acessado em 17/05/2015.PAULO, Paula P. O mundo funk paulista. G1 So Paulo. 2015. Disponvel em: < http://especiais.g1.globo.com/sao-paulo/o-mundo-funk-paulista/ >. Acessado em 17/05/2015.PEREIRA, Alexandre B. Rolezinho no shopping: aproximao etnogrfica e poltica. Revista Pensata. So Paulo, V.3, n.2, p.01-16. 2014. Disponvel em: < http://www2.unifesp.br/revistas/pensata/wp-content/uploads/2011/03/v3n2-3.pdf#page=8 >. Acessado em 17/05/2015.RESK, Rodrigo. Aps queixas, SP ter rodzio de bailes funk. O Estado de So Paulo. 01 Abril. 2015. Disponvel em: < http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,apos-queixas-sp-tera-rodizio-de-bailes-funk,1662417 >. Acessado em 17/05/2015.ROSA, Moiss. Cmara quer proibir bailes funk em locais pblicos em S. Jos. Meon. 11 de Fevereiro. 2014. Disponvel em: < www.meon.com.br/noticias/regiao/camara-quer-proibir-bailes-funk-em-locais-publicos-em-s-jose >. Acessado em 17/05/2015.SILVASTON, Wilson. Baile funk volta a causar transtorno em So Jos. O Vale. 24 de Julho. 2012. Disponvel em: < http://www.ovale.com.br/nossa-regi-o/baile-funk-volta-a-causar-transtorno-em-s-o-jose-1.286718 >. Acessado em 17/05/2015.VIANA, Lucina R. O Funk no Brasil: Msica Desintermediada na Cibercultura. Revista Sonora. V. 3, n. 5. 2010. Disponvel em: < http://www.sonora.iar.unicamp.br/index.php/sonora1/article/viewFile/32/31 >. Acessado em 20/05/2015.VIANNA, Hermano. O baile funk carioca: festas e estilos de vida metropolitanos. Dissertao (Mestrado). UFRJ. Rio de Janeiro. 1987. Disponvel em: < http://www.overmundo.com.br/banco/o-baile-funk-carioca-hermano-vianna >. Acessado em 17/05/2015.VIANNA, Hermano. O Mundo do Funk Carioca. Rio de Janeiro, Ed. Jorge Zahar. 1997.se for preciso deletar por espao

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