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A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA, CONSIDERANDO SEUS ESCALÕES DE MANUTENÇÃO Por ELIANDRO MOTA DE SOUZA 1º TEN COM EMERSON OLIVEIRA CORDEIRO 1º TEN COM IVAN SILVA SANTANA 1º TEN COM 2005

A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

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A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA,

CONSIDERANDO SEUS ESCALÕES DE MANUTENÇÃO

Por

ELIANDRO MOTA DE SOUZA – 1º TEN COM

EMERSON OLIVEIRA CORDEIRO – 1º TEN COM

IVAN SILVA SANTANA – 1º TEN COM

2005

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A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA,

CONSIDERANDO SEUS ESCALÕES DE MANUTENÇÃO

Por

ELIANDRO MOTA DE SOUZA – 1º TEN COM

EMERSON OLIVEIRA CORDEIRO – 1º TEN COM

IVAN SILVA SANTANA – 1º TEN COM

Projeto Interdisciplinar apresentado à seção de

Manutenção de Aeronaves (SMA) do Centro de

Instrução de Aviação do Exército, como parte dos

requisitos para conclusão do curso de Gerência de

Manutenção de Aviônicos.

Taubaté, SP, segundo semestre de 2005

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SUMÁRIO

PAGINA

LISTA DE FIGURAS .........................................................................................................iv

LISTA DE QUADROS .......................................................................................................v

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.........................................................................vi

RESUMO ............................................................................................................................vii

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................8

2 BREVE HISTÓRICO DA IMPLEMENTAÇÃO DO OVN NA AVIAÇÃO ........11

3 IMPLEMENTAÇÃO DO OVN NA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO.

...............................................................................................................................................13

4 MANUTENÇÃO..........................................................................................................16

4.1 CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO .......................................................16

4.2 LIMITAÇÕES.........................................................................................................17

4.3 TIPOS DE MANUTENÇÃO...................................................................................17

4.3.1 Instruções de Manutenção ...........................................................................18

4.3.2 Inspeção e Manutenção Preventiva .............................................................18

4.3.2.1 Cheque operacional ..............................................................................18

4.3.2.2 Manutenção de 1º Nível .......................................................................19

4.3.2.3 Organização do quadro de procedimentos ...........................................19

4.3.3 Procedimentos para solucionar problemas mais comuns ............................23

4.3.4 Manutenção de 2º Nível ..............................................................................25

5 ESTRUTURA MONTADA PARA O FUNCIONAMENTO DA MANUTENÇÃO

E SUPRIMENTO ........................................................................................................29

5.1 INFRA-ESTRUTURA DE EXECUÇÃO................................................................29

5.1.1 Formação de pessoal........................................................................................29

5.1.2 Instalações........................................................................................................30

5.1.2.1 Estudo preliminar.................................................................................30

5.1.2.2 Ações realizadas...................................................................................31

5.1.2.3 Situação atual ......................................................................................32

5.1.3 Ferramental.......................................................................................................33

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5.1.4 Suprimento.......................................................................................................35

6 PROBLEMAS ENCONTRADOS PELA AvEx .......................................................36

6.1 PESSOAL ...............................................................................................................36

6.2 INFRA-ESTRUTURA ...........................................................................................36

6.3 FERRAMENTAL................................................................................................... 37

7 CONCLUSÃO .............................................................................................................38

REFERÊNCIAS .................................................................................................................40

ANEXO A – FERRAMENTAL ESPECIAL NECESSÁRIO PARA MANUTENÇÃO

DE 1º E 2º NÍVEIS .............................................................................................................41

ANEXO B – SUPRIMENTO MÍNIMO NECESSÁRIO PARA MANUTENÇÃO DOS

OVN .....................................................................................................................................43

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização da sala de OVN no B Mnt Sup Av Ex ............................................31

Figura 2 – Parte interna da oficina de manutenção de 2º nível ............................................32

Figura 3A – Maleta de calibração ANV-126 .......................................................................33

Figura 3B – Maleta de calibração ANV-126 .......................................................................34

Figura 4 – TS 4348/UV ........................................................................................................34

Figura 5 – TS 4348/UV.........................................................................................................35

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1.1 – Manutenção de 1º nível/cheque do operador..................................................19

Quadro 1.2 – Principais problemas apresentados ................................................................23

Quadro 1.3 – Inspeção de 90 dias ........................................................................................25

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGR – Arsenal de Guerra do Rio

ANVIS – Sistema de Imagens de Visão Noturna para Aviação

AvEx – Aviação do Exército

BAvEx – Batalhão de Aviação do Exército

B Mnt Sup AvEx – Batalhão de Manutenção e Suprimento de Aviação do Exército

CAvEx – Comando de Aviação do Exército

EB – Exército Brasileiro

EVN – Equipamento de Visão Noturna

I2 – Intensificador de Imagem

MOMEP – Missão de Observadores Militares no Equador e Peru

OM – Organização Militar

OVN – Óculos de Visão Noturna

TII – Tubo Intensificador de Imagens

U Ae – Unidade Aérea

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RESUMO

Este Projeto Interdisciplinar tem como objetivo descrever os procedimentos

propostos para a manutenção e suprimento dos óculos de visão noturna adquiridos pela

Aviação do Exército Brasileiro, considerando seus escalões de manutenção. Vários são os

equipamentos de visão noturna existentes e suas gerações. Na Aviação do Exército foram

adquiridos equipamentos de 3ª geração, tendo em vista a tecnologia agregada. Propõe-se

que manutenção dos OVN seja realizada em 2 níveis na AvEx. O 1º nível seria de

responsabilidade do operador (Unidades Aéreas) e aborda procedimentos antes, durante e

após o uso do equipamento. Já o 2º nível de manutenção envolveria procedimentos que

devem ser executados a cada 90 e 180 dias e, atualmente, são executados pelo 4º BAvEx e

em breve também pelo Batalhão de Manutenção e Suprimento de Aviação do Exército.

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1 INTRODUÇÃO

Recentemente, nos campos de batalha, os exércitos começaram a sentir

necessidade de prosseguir no combate de forma ininterrupta, necessitando combater

inclusive à noite, sendo esse período o que oferece excelentes oportunidades para a

dissimulação, além da possibilidade de surpreender o inimigo que esteja impossibilitado de

ver no escuro. Para se atingir o sucesso num combate, é essencial, mais que qualquer outra

informação, a imagem.

Os tempos modernos e os conflitos recentes têm demonstrado, à exaustão,

que a qualidade dos recursos humanos e a capacidade tecnológica constituem instrumentos

essenciais à condução vitoriosa da guerra.

A rápida evolução tecnológica da atualidade tem proporcionado o

surgimento de equipamentos cada vez mais sofisticados de observação, onde se inserem,

também, a vigilância do inimigo, além da possibilidade de realizar um ataque eficiente em

ambientes onde o olho humano não consegue enxergar.

Vários são os ambientes onde esses equipamentos de visão noturna podem

ser empregados para auxiliar nos combates noturnos ou de pouca luminosidade. Entre eles

podemos citar a região da selva amazônica (baixos níveis de iluminação no início do

entardecer), ou também locais com condições meteorológicas desfavoráveis (forte neblina

ou chuva), além é claro, de locais de luminosidade quase zero.

Em vista das razões acima mencionadas, forças terrestres de países de

primeiro mundo vêm desenvolvendo um intenso programa de Pesquisa e Desenvolvimento

a fim de construir equipamentos e dispositivos que associam conhecimentos avançados de

materiais semi-condutores, mecânica de precisão, óptica e eletrônica, constituindo o

domínio da optrônica, e conseqüentemente chegando aos dias atuais até a construção de

avançados óculos de visão noturna.

Os primeiros equipamentos de visão noturna (EVN) que surgiram eram

denominados ativos, pois, para serem capazes de perceber as imagens, necessitavam

iluminar os objetos com uma fonte de luz invisível, no infravermelho. Além de denunciar

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sua posição, quando observado por outro equipamento de visão noturna, tinham um alcance

bastante limitado.

Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de

amplificação da luz residual sem a necessidade de iluminação auxiliar. O resíduo de luz

existente no cenário era captado e amplificado. O componente responsável pela capacitação

do resíduo de luz, de sua amplificação e posterior conversão em luz visível é denominado

Tubo Intensificador de Imagens (TII).

Os óculos de visão noturna (OVN) que serão alvos de nosso estudo foram

amplamente utilizados na Guerra das Malvinas ou mesmo na Guerra do Oriente Médio. Os

avanços da optrônica propiciaram um remarcável desequilíbrio no poder de combate dos

contendores, levando, entre outros fatores, a decisão do combate para as operações

noturnas. Os beligerantes do terceiro mundo, a Argentina e o Iraque, cegos, ficaram

totalmente à mercê dos oponentes do primeiro mundo, a Inglaterra e os Aliados, Liderados

pelos Estados Unidos da América, respectivamente.

Diante dos fatos históricos ocorridos e preocupado com esse avanço

tecnológico, o Exército Brasileiro (EB) começou a dotar algumas de suas unidades com

EVN (equipamentos chamados de primeira geração), além de inserir, recentemente, na

Aviação, OVN para as atividades aéreas (equipamentos chamados de terceira geração).

Existem dois tipos de EVN para aviação: os Sistemas Intensificadores de

Imagens (I2) e os Sistemas de Imageamento Termal. Os Sistemas I2 amplificam tanto a

energia luminosa visível quanto a energia luminosa na faixa do infra-vermelho próximo.

Eles aumentam consideravelmente a visão noturna, contudo, necessitam alguma quantidade

de luz para funcionar. Os sistemas I2, portanto, não funcionarão adequadamente sob

ambiente de muito baixa luminosidade ou sob condições meteorológicas adversas. O mais

recente avanço no campo dos equipamentos de visão noturna é o Imageamento Termal, que

detecta a energia infra-vermelho. Os Imageadores termais detectam o calor irradiado pelos

objetos e não necessitam de luz para funcionar. Eles são menos afetados pelas condições

meteorológicas do que os sistemas I2.

Em nosso estudo, nos dedicaremos a abordar mais detalhadamente o Sistema

Intensificador de Imagens e seus equipamentos, por ser este o sistema adquirido pelo EB

para uso pelas tripulações da AvEx.

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Analisaremos em nosso trabalho tudo o que se refere à manutenção e

suprimento dos OVN, com ênfase no que já foi planejado, executado e nas necessidades

atuais para implementação da sistemática de manutenção. Leva-se em conta, em nosso

estudo, os escalões de manutenção, sendo 1º escalão (nível operador), o qual seria

basicamente uma manutenção visual e superficial, e 2º escalão (B Mnt Sup Av Ex), o qual

seria uma manutenção um pouco mais aprofundada do equipamento. Consideraremos o

último citado como sendo atualmente um ponto sensível no tocante à esse assunto na Av Ex

(Unidades de Taubaté).

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2 BREVE HISTÓRICO DA IMPLEMENTAÇÃO DO OVN NA AVIAÇÃO.

Os Sistemas Intensificadores de Imagens são divididos, conforme sua

evolução tecnológica, em QUATRO gerações:

GERAÇÃO 0 - Estes foram os primeiros EVN produzidos para uso militar. Eles requerem

a existência de lua cheia (ou um iluminador do tipo farol de busca com filtro

infravermelho) e um caminhão ou embarcação para transportá-los.

GERAÇÃO 1 - Estes são os sistemas de visão noturna mais comuns no mercado, sendo

considerados os primeiros equipamentos intensificadores de luz residual, completamente

passivos.

GERAÇÃO 2 - Os EVN de segunda geração empregam um método diferente para

amplificar os elétrons formados no fotocatodo. A amplificação é obtida por um dispositivo

chamado “PLACA DE CANAIS AMPLIFICADORES”.

GERAÇÃO 3 - A Geração 3 é bastante similar à Geração 2, no modo em que são

construídas. A principal diferença é que as unidades de terceira geração utilizam uma

superfície detectora para o fotocatodo, baseada no semicondutor Arseneto de Gálio (GaAs),

a qual é mais sensível ao espectro infravermelho, gerando assim uma maior amplificação da

luz.

A primeira vez que se demonstrou a utilização de um modelo de OVN para

pilotos em operações noturnas com helicópteros, foi no ano de 1969. Como àquela época a

doutrina de emprego tático dos helicópteros não requeria a execução do vôo noturno a

baixa altura ou desenfiado, o desenvolvimento do Sistema I2 foi interrompido.

Em 1971, contudo, o Exército Americano reavaliou o emprego tático dos

helicópteros e concluiu que operações de vôo desenfiado noturno seriam tão necessárias

quanto durante o dia.

Como resultado, os óculos modelo AN/PVS-5 foram adotados como um

sistema provisório de visão noturna para pilotos, uma vez que proporcionavam uma

significante melhoria em relação à visão noturna normal.

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A série AN/PVS-5 contém tubos intensificadores de imagens de 2ª geração.

Como o uso desse modelo se expandiu muito, sua maior limitação – falta de visão

periférica – tornou-se evidente. Subseqüentemente, seu desenho foi modificado a fim de

proporcionar a visão periférica.

As séries AN/AVS-6 e AN/AVS-9 foram desenvolvidas para superar ou

reduzir as limitações da série AN/PVS-5. Essas séries utilizam tubos intensificadores de

imagens de 3ª geração que aumentam a amplificação da luminosidade, aproximadamente,

duas vezes mais do que a série AN/PVS-5.

O AN/AVS-6 e AN/AVS-9 aumentam, também, a visão periférica do

aeronavegante e possuem um dispositivo que permite girar os óculos para cima, tirando-os

da visada do aeronavegante com um simples movimento.

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3 IMPLEMENTAÇÃO DO OVN NA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

“...Devido ao fato de que as ‘ameaças’ operam dia e noite, as tripulações devem ser capazes

de conduzir operações à noite tão bem quanto de dia. Os equipamentos de visão noturna permitem que a

aviação do exército opere durante as 24 horas do dia...”

Com essas palavras, constantes do Manual de Treinamento de Tripulações

do Exército dos EUA, pode-se verificar a importância que o vôo com EVN tem naquele

País, seja pela segurança que ele agrega ao vôo visual noturno, seja pela vantagem

operacional que ele assegura a quem domina sua técnica.

Consoante com essa doutrina de combate noturno, o EB vem procurando,

nos últimos anos, adestrar seus quadros na utilização de EVN. Mas o que vem a ser EVN?

De maneira bem simplificada, é o conjunto formado pelos dispositivos de visão noturna

instalados em uma aeronave (sistemas de visão noturna) e pelos óculos de intensificação de

imagem de cada tripulante (OVN).

Para que possamos verificar a implementação do EVN no EB, seguiremos o

seguinte cronograma:

- Desde 1995, o Comando de Aviação do Exército tem enviado, anualmente, oficiais pilotos

para os exércitos francês e norte-americano, para que os mesmos realizem os cursos de vôo

e Instrutor com OVN;

- Em 1997, a Aviação do EB adquiriu um pacote composto das aeronaves HM-2 Black

Hawk, de OVN modelo AN/ AVS-6 e suporte de manutenção das aeronaves, a fim de

compor um destacamento aéreo na Missão de Observadores Militares no Equador e Peru –

MOMEP. Para operar esses novos helicópteros, vários pilotos e mecânicos de vôo foram

enviados aos EUA, onde tiveram, além do treinamento específico da nova aeronave, o

primeiro contato em vôo com o OVN.

Durante o período em que permaneceram no Equador, essas tripulações

realizaram vôos com OVN, com o fim específico de se manterem aptas a cumprir alguma

missão determinada pelo Comando da MOMEP.

Com o término da citada Missão de Paz em junho de 1999, os helicópteros,

os OVN e alguns tripulantes foram transferidos para o 4º BAvEx (4º Esquadrão à época),

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que passou então a reunir condições suficientes para iniciar o vôo com OVN na AvEx:

aeronaves com iluminação interna e externa compatível com o OVN, pessoal experiente e

os próprios OVN. Assim, no ano de 2000, o Comandante daquele

Batalhão designou um Oficial para elaborar um projeto para que o vôo com OVN fosse

retomado de maneira segura. Ficou estabelecido que a instrução se daria sob a forma de um

estágio, composto de uma fase teórica e uma prática. A partir de então, os eventos mais

marcantes se deram na seguinte ordem cronológica:

- março de 2001 - curso de manutenção dos óculos, ministrado no próprio Batalhão por um

instrutor estrangeiro, para seis sargentos especialistas em aviônicos;

- maio de 2001 – fase teórica do estágio de OVN, ministrado por instrutores do 4º

Batalhão, para oficiais e sargentos, contando com a participação de oficiais da FAB. Foram

ministradas aulas de fisiologia do olho humano, interpretação do terreno, planejamento de

missão, meteorologia, segurança de vôo, e, é claro, técnica do material;

- setembro de 2001 – regulamentação da atividade aérea noturna com OVN pelo Comando

de Aviação do Exército (CAvEx) autorizando o início dos vôos;

- 20 de setembro de 2001 – primeiro vôo de instrução com OVN realizado no Exército

com o objetivo de requalificar tripulações de HM-2;

- 04 de dezembro de 2001 – dois pilotos e dois mecânicos concluíram o programa de

missões estabelecido. Esses dois instrutores deram continuidade aos vôos, requalificando os

demais tripulantes já habilitados ao vôo com óculos de visão noturna do 4º B Av Ex.

Após a chegada dos Helicópteros HM-2 no 4º BAvEx, foram adquiridos

mais 48 OVN, sendo eles distribuídos aos Batalhões de Aviação. Atualmente, os OVN

estão assim distribuídos: 28 óculos no 4º B Av Ex, 10 óculos no CIAvEx, 12 óculos no 2º B

Av Ex (seção de triagem do B Mnt Sup Av Ex) e 10 óculos novos na Cia Sup do B Mnt

Sup Av Ex. Vale ressaltar que mesmo os OVN sendo adquiridos em datas diferentes, eles

são semelhantes, diferindo apenas no que se refere ao ajuste para o piloto.

Estão sendo envidados esforços no sentido de compatibilizar 06 (seis)

aeronaves Fennec no uso do OVN, com contrato já iniciado e previsão de término para o

final do ano de 2006 (Contrato Nr 148/2004 – D Log/DMAvEx). Várias dificuldades estão

sendo encontradas, principalmente no que se refere à manutenção e suprimento do OVN.

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4. MANUTENÇÃO

4.1 CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO

Os Equipamentos de visão noturna passivos de intensificação da luz que

permitem aos tripulantes conduzir operações de vôo à baixa altura, em ambiente de baixa

luminosidade, incluindo noites de céu completamente encoberto (OVC). Proporcionam um

campo visual de 40°, semelhante aos da série AN/PVS-5e que sob condições ideais, a

acuidade visual noturna de 20/200 ou inferior, poderá ser aumentada para 20/40 com o

AN/AVS-6 e AN/AVS-9. O ANVIS-6 e o ANVIS-9 intensificam a luz ambiente de 2000 a

3500 vezes. Eles podem produzir imagens suficientemente intensificadas desde condições

de céu encoberto e com lua até céu claro e sem lua. Dentre estas podemos citar outras

características tais como:

a) Distância focal: o ANVIS-6 permite o ajuste do foco a partir de 28 (+/- 3 cm) até o

infinito (acima de 33 metros) e o ANVIS-9 permite o ajuste a partir de 41 (+/- 3 cm) até o

infinito.

b) Ampliação de imagem: 01 vez.

c) O ANVIS-6 pesa 550 gramas (ocular de 15 mm) ou 590 gramas (ocular de 25 mm) e o

ANVIS-9 pesa 540 gramas (ocular de 25 mm).

d) Podem ser alimentados por 02 (duas) baterias alcalinas (AA) ou por um conversor

instalado permanentemente na aeronave (acessório).

e) A fonte de energia utilizada também promove as funções de controle automático de

brilho (automatic brightness control - ABC) e de proteção contra iluminação intensa

(bright-source protection - BSP).

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f) Possuem um dispositivo de segurança destinado a separar o binóculo de sua base de

montagem no capacete, quando submetido à elevada carga de impacto (10 Gs ou mais -

AN/AVS-6 e 11 a 15 Gs - AN/AVS-9).

g) Temperatura de operação: -32º C a +52º C.

h) Temperatura de armazenamento: -35º C a +95º C.

4.2 LIMITAÇÕES

O nível de desempenho do equipamento depende do nível de iluminação do

ambiente, os fenômenos atmosféricos interferem diretamente no desempenho do óculos,

sendo menos efetivo quando existir chuva, neblina, geada, neve ou fumaça. A iluminação

noturna sofre redução quando se passa sob uma nuvem, ou enquanto se opera embaixo de

árvores ou à sombra de construções. O óculos é menos efetivo quando se olha em direção a

regiões de sombra e não é possível obter imagens através de fumaça densa. É necessário

que se tenha extrema cautela quando se voa sobre terrenos de baixo contraste, tais como:

áreas cobertas de neve, desertos de areia, grandes massas d’água ou montes gramados.

Iluminação de cabine não compatível com os óculos interferirá na performance de sua

imagem.

4.3 TIPOS DE MANUTENÇÃO

Para a manutenção de 2º nível dos OVN da Aviação do Exército serão

considerados dois tipos de inspeções previstas no manual TM 11-5855-263-23&P, onde

consta a documentação técnica e a ficha de inspeção de 90 e 180 dias.

A periodicidade da manutenção é de 90 dias. Entretanto esse intervalo pode

ser alterado em virtude da freqüência e utilização dos OVN, do cuidado dos tripulantes e

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das condições ambientais e de armazenamento. A manutenção deverá seguir o roteiro

previsto na ficha de inspeção de 90 e 180 dias.

Para que se tenha um melhor resultado e garantia do padrão da manutenção,

é necessário uma oficina apropriada, onde se tenha uma sala escurecida para se fazer os

testes com pessoal especializado e ferramental apropriado. Todas as inspeções devem ser

realizadas de forma centralizada em um local, tendo em vista as condições da oficina e a

fragilidade do material, bem como a concentração do ferramental.

Os equipamentos (OVN) existentes na AvEx, em Taubaté, podem ser

centralizados em um único local. Os óculos necessitam, antes de serem utilizados, passar

por teste em uma maleta de teste (TS-3895/UV) para verificação de suas condições de uso

para o vôo. Ressaltamos que existe apenas uma maleta na Gu Taubaté, que encontra-se

atualmente no B Mnt Sup Av Ex.

4.3.1 Instruções de Manutenção

Os cheques e funções de serviço deverão ser realizados em uma área de

serviço de reparação eletrônica. Uma bancada de trabalho eletrônico provê um local de

funcionamento adequado para as exigências de manutenção do Óculos de Visão Noturna. A

superfície da área deve estar livre de substâncias químicas, vapores e emissões que podem

danificar partes externas dos óculos. É necessário executar certas funções de serviço e

testes específicos em uma sala escura ou área escura na qual todos os lugares onde a luz

possa entrar ( por exemplo, janelas, portas e articulações de teto) sejam bloqueados. É

necessário uma adaptação de aproximadamente 10 min no escuro para o olho do reparador.

4.3.2 Inspeção e Manutenção Preventiva

4.3.2.1 Cheque Operacional

De uma maneira geral, deve-se executar os passos incluídos no quadro 1.1

antes de usá-lo, objetivando verificar se o equipamento está em boas condições de operação

e pronto para sua missão primária. Devem-se observar sempre as advertência e precauções,

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que aparecem nas tarjetas a isso destinadas, para prevenir danos sérios ao operador e ao

equipamento.

4.3.2.2 Manutenção de 1º Nível

A manutenção de 1º nível segue os procedimentos que constam no

“Operator’s Manual for Model M949 (OVN). Neste nível a ficha de inspeção será

confecionada tendo como referência o referido manual e os procedimentos de manutenção

executados antes, durante e após a utilização do OVN. Essa manutenção exige a maleta do

Test Set Eletronic System, TS-4348/UV, que também faz a checagem dos OVNs antes do

uso.

4.3.2.3 Organização do Quadro de Procedimentos

A. Número de Ordem: são incluídos números de ordem para ajudar a execução dos

cheques.

B. Item a conferir: especifica a localização e/ou artigo a ser conferido.

C. Procedimento que descreve os passos exigidos para conferencia ou inspeção do itens

listados na coluna para assegurar-se que o equipamento esteja pronto para o uso.

D. Não usar se: As informações desta coluna relacionam as falhas que impedem que o

equipamento execute suas funções. Ao fazer os cheques e resultar em faltas listadas nessa

coluna, não se deve operar o equipamento. Devem-se seguir os procedimentos padrões para

a manutenção do equipamento ou reportar as falhas ao pessoal especializado.

Quadro 1.1 Manutenção de 1º Nível/cheque do operador

PROCEDIMENTOS ANTES DE OPERAR COM ÓCULOS DE VISÃO NOTURA

Nº Item a conferir Procedimento Não usar se:

01 Compartimento da

bateria

Check por corrosão, dano por contato,

tensão da mola, dano ou quebra das

capas.

Contatos corroídos

ou danificados,

dobradiças rachadas

ou quebradas.

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02 Cabo de força da

fonte de alimentação

Verifique se há danos no cabo e nas

conexões, fácil soltura, quebra da

proteção.

Cabo danificado e/ou

conector inoperante

03 Indicação de bateria

baixa

Instale baterias boas em cada

compartimento. Coloque o interruptor

Power na posição UP (para cima).

Remova a bateria da direita

interrompendo o contato elétrico. O

indicador de bateria baixa deverá

piscar. Recoloque a bateria. Coloque o

interruptor Power na posição Down (

para baixo).Remova a bateria

esquerda. O indicador de bateria

deverá piscar.

Se a luz da bateria

baixa não piscar em

ambos os testes.

04 Função de switch Check a switch por operação Switch inoperante ou

solta

05 velcro Verifique se ele está seguramente fixo Velcro não segura a

fonte de alimentação

sobre capacete

seguramente

06 Protetor do visor Inspecione o protetor do visor por

rachaduras ou moldura excessivamente

gasta

rachado

07 Estrutura ESA Inspecione a estrutura ESA por falta ou

folga

Falta ou folga na

estrutura

08 Estrutura de

montagem

Inspecione a estrutura para verificar se

ela está seguramente fixa ao capacete e

ao visor, se os lados não estão

rachados, operações verticais

funcionando, botão de soltura e fixação

operando corretamente e se os contatos

Lado rachados, ajuste

vertical inoperante,

botão inoperante ou

faltando, contatos

corroídos ou gastos.

Page 21: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

estão limpos, sem corrosão e em uso.

09 Cabo de força da

estrutura de

montagem

Checar se o cabo está seguro, livre de

danos visíveis e se o conector fêmea

está livre de fragmentos.

Cabo ou conector

danificados

10 Conexão do visor Checar se a conexão do visor está

presente e não está rachada

Conexão com

rachaduras ou sem

condição de uso

11 Binocular montada Inspecione duplo contato por sujeira,

corrosão e se está gasto. Limpe com

álcool e algodão

Contatos estão

gastos, frouxos ou

faltando.

12 Lestes: objetiva e

ocular

Inspecione por sujeiras, arranhões,

fragmentos ou rachaduras. Se

necessário limpe e seque a lente

usando água limpa e papel para lentes

Fragmentada,

rachada ou arranhões

impedem a visão

como equipamento

ligado.

13 Foco da ocular Confira a ocular para ter certeza se está

montada inteira e não está solta e que o

anel de foco da ocular se movimenta

livremente entre as marcas +2 e -2 de

acordo com os furos de referência. Se

o anel de foco da ocular continuar

girando além dos furos de referência, a

ocular pode estar solta.

Ocular frouxa ou

solta

14 Foco da objetiva Confira a objetiva quando a tensão e

liberdade de movimento por todo o

curso

Objetiva solta ou

frouxa ou anel de

travamento está

perdido ou solto

15 PAS Inspecione por rachas, circuitos

elétricos quebrados, e a limpeza e

operação do mancal. Cheque e

assegure o movimento livre do botão

Rachadura, quebra

ou mancal

inoperante.

Page 22: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

de ajuste de nível

16 Assento da

monocular

Inspecionar a parte exterior por

rachadura ou danos

Rachaduras, danos

ou falta da válvula de

purga

CHECKS OPERACIONAIS (REALIZADOS SOMENTE EM LOCAIS COM

POUCA LUMINISIDADE)

17 ESTRUTURA Estar certo de que o equipamento

está desligado, segurar firme a

binocular coma ocular voltada para

o operador em com

aproximadamente 30 graus de

angulação. (demais cheques no

manual do operador)

Binocular não segura

firmemente

18 Fonte de

alimentação switch

ON-OF-ON

Colocar na posição ON. Procurar

pela luz verde em ambas oculares.

Cheque a outra posição ON

A luz verde não acender

nas duas posições

19 Imagens vistas Utilize o TSN-4348/UV de acordo

com o manual. Parágrafo 2-4:

critério pra intensificador de

imagem e check de resolução de

imagem

Falha na inspeção

parágrafo 2-4

Falha na resolução da

monocular

20 Indicador de bateria Conectar a fonte de alimentação

como cabo. Instalar

apropriadamente as baterias

(verificar esse procedimento no

manual)

Sem indicação

PROCEDIMENTOS APÓS A OPERAÇÃO

21 Verificação da binocular Colocar a cobertura das

lentes. Usar a distancia

dos olhos para ajustar a

Page 23: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

distância entre as

binoculares, não força ro

OVN em seu estojo.

22 Fonte de alimentação Colocar a switch em off,

retirar as baterias e

colocar a fonte de

alimentação e os cabos de

força (face para cima) em

seu estojo. Lançar

discrepâncias no Log

BooK

Obs: Os óculos de Visão Noturna são instrumentos eletro-ópticos de precisão e devem ser

manuseados cuidadosamente. Devem-se evitar arranhões ou tocar nas superfícies de lente

externas. Não deve-se usar materiais abrasivos para limpar os contatos banhados a ouro.

4.3.3 Procedimentos para solucionar problemas mais comuns

O quadro 1.2 lista as falhas mais comuns que podem ocorrer com o

equipamento. Os testes, inspeções e ações corretivas são apresentadas no quadro. Este

quadro não pode listar todos os problemas de funcionamento que podem ocorrer., todos os

testes e inspeções necessárias para detectar a falha, ou todas as ações corretivas para

corrigir as panes. Se a falha não estiver listada,o operador deverá recolher o óculos para

manutenção.

Page 24: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

Quadro 1.2 – Principais problemas apresentados

MAU

FUNCIONAMENTO

FALHA AÇÃO CORRETIVA

Baterias estão com defeito

Baterias gastas ou instaladas

erroneamente

Troque as baterias

Troque as baterias e verifique a

instalação

Contatos elétricos estão sujos

ou corroídos

Usar um pano sego ou borracha

de lápis para limpar contatos

elétricos

O conector do cabo de força

não está conectado

corretamente

Reconectar o cabo

OVN não liga

Cabo de força quebrado Recolher para manutenção

Operação intermitente Montagem defeituosa Recolher para manutenção

Qualidade da imagem

fraca

Lentes objetivas ou as lentes

oculares não focam

corretamente, estão embaçadas

Ajuste o foco das lentes ou

limpe-as. Se as lentes não

limparem ou a sujeira for

internamente, recolher para

manutenção

Objetiva não pode ser

focada

Mecanismo de foco solto ou

quebrado

Recolher para manutenção

Ocular não pode ser

focada

Ocular solta ou mecanismo de

foco quebrado

Recolher para manutenção

Ajuste ao olho não

pode ser feito

Mecanismo de ajuste com

defeito

Recolher para manutenção

OVN não rende no

suporte

O suporte de montar está sujo

ou quebrado

Limpe o suporte, se o problema

persistir, o mecanismo está

danificado. Recolher para

manutenção

Visor inoperante

quando montado

Visor e suporte instalados

incorretamente ou link do visor

Recolher para manutenção

Page 25: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

defeituoso

Indicador de bateria

baixa não acende

durante o teste

Baterias com defeito ou gastas

Conexão do cabo incorreta

Caixa de energia defeituosa

Troque as baterias

Instale corretamente e cheque o

conector

Recolha para manutenção

O operador sente

tensão no olho,

enxaquecas ou náusea

enquanto usa o OVN

Enquadramento ou foco

incorreto

Imagem fraca,PAS defeituoso

ocular defeituosa

Corrija o enquadramento e o

foco

Faça manutenção da ocular

PAS

4.3.4 Manutenção de 2º. Nível

Os procedimentos descritos no quadro abaixo encontram-se no manual

“Army TM 11-5855-263-23&P” e devem ser seguidos para a realização da manutenção.

Nesse nível serão executados os procedimentos para manutenção de 90 e 180 dias, sendo

que a manutenção de 90 dias seguirá os procedimentos constantes do quadro 1.3. A

manutenção de 180 dias seguirá os procedimentos constantes na ficha de inspeção de 90

dias (quadro1.3) e as seguintes inspeções preventivas: testes de corrente do sistema,cheque

de foco infinito, cheque de colimação e purga (esses cheques estão descritos no Army TM

11-5855-263-23&P.

Para a realização da manutenção nesse nível é necessária uma oficina

especial, como será visto no próximo capitulo. E é conveniente que essa manutenção seja

realizada pelo B Mnt Sup Av Ex, assim como é realizada pelo 4º B Av Ex.

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As manutenções que necessitem de intervenção considerada acima de 2º

nível, deverão ser realizadas pelo fabricante ou por uma empresa apta a realizá-la.

Quadro 1.3- Inspeção de 90 dias

Nº. TRABALHO A EXECUTAR

01

- Confira todos os itens constantes no inventario do LOG BOOK, que vem na bolsa

do óculos (fig 1-1 da pág 1-2); Bolsa, Chave de Fenda, Limpador de Lentes,

Manual do operador, Cordão, Binóculo, Suporte das Baterias (2) e Caixa de

Bateria.

CAIXA DE BATERIAS

COMPARTIMENTO DA BATERIA (Parte Interna e Suporte das Pilhas)

-Verificar se há corrosão;

-Verificar se os contatos estão danificados;

-Verificar se existem componentes faltando;

-Verifique a tensão das molas;

-Verifique se a tampa esta danificada;

02

-Verifique se o prendedor do cabo esta desgastado ou quebrado;

CAIXA (Parte externa da caixa)

-Inspecione a caixa por danos;

-Verifique se há componentes faltando;

03 -Inspecione a caixa quanto a arranhões, buracos ou pequenas mossas.

*Aquelas que não produzam rachaduras são aceitáveis.

CABO DE FORÇA

-Inspecione os cabos por danos;

-Inspecione os conectores por pinos corroídos ou empenados;

04 -Inspecione o engate rápido pela própria função;

Page 27: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

-Inspecione a capa protetora quanto a desgaste ou se esta quebrado

4 FONTE DE ALIMENTAÇAO

-Execute o teste da fonte de alimentação

05 -Fixe ou atualize a etiqueta colada com a data de vencimento para a próxima

inspeção;

5 BINOCULO

06

-Inspecione os dois contatos por sujeira, corrosão ou danos;

*se estiver sujo limpe com álcool isopropílico e seque.

-Inspecione quanto a arranhões externos, buracos ou pequenas mossas;

*Aquelas que não produzam rachaduras são aceitáveis.

LENTES

- Verifique as oculares, observando se o conjunto não esta solto;

07

- Verifique se há um movimento livre através de todo seu percurso;

* Normalmente o ponto de referencia, girando no sentido anti-horário é a marca de

dioptria +2 no segundo buraco da placa indicadora, e no sentido horário passar da

marca –6. Em algumas oculares a marca de referencia pode girar e no sentido

horário passar da –6 tão longe quanto o anel do foco da ocular passar de cada

extremidade do curso, porem esta situação é normal.

Se o anel de foco da ocular continuar a girar e o buraco das lentes girar com ele, é

sinal de que a ocular esta solta.

O zero (0) que marca a referencia da dioptria deve estar em 06 horas.

6 CONJUNTO DE FOCO DA OBJETIVA

08

- Cheque as objetivas, verificando se o conjunto não esta solto e se existe um livre

movimento através de todo seu curso;

* O anel de foco deve estar ajustado no mínimo por ½ RIDGE .

PAS (Figura 6)

- Segure o binóculo no nível dos olhos, gire o KNOB de distancia interpupilar

movendo os monóculos para os extremos internos e externos;

Page 28: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

- Verifique se os monóculos movem-se uniformemente e não para cima e para

baixo durante seu curso;

- Cheque por rachaduras, circuitos elétricos quebrados e se a carga da mola das

bilhas dos rolamentos estão limpas e próprias para operação;

09

-Cheque o curso total do ajuste dianteiro e traseiro;

7 CORPO DO MONOCULO

10 - Inspecione a superfície e as válvulas de purgar, por rachadura, dano ou perdas de

válvulas de purgua;

8 VERIFICAÇAO DE IMAGENS

- Use a maleta teste, TS-3895, para checar a verificação da imagem ligue o

aparelho em “Low-Light” e cheque

- Oscilação

- Brilho

- Emissão de pontos

- Cheque a resolução em baixa intensidade da luz

- Ligue o aparelho em “High Light” e cheque por defeitos no tudo

- Sombras

11

- Pontos brilhantes

(Continuação do item 11)

- Brilho

-Oscilações11

- Cheque de resolução em alta intensidade de luz

9 COLIMAÇAO12

- Verifique se a colimação esta dentro dos parâmetros do manual

DIOPTRIA

- Informe os valores do monóculo esquerdo;

13

- Informe os valores do monóculo direito;

14 10 DISTORÇAO

Page 29: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

- Inspecione por distorção no monóculo esquerdo;

- Inspecione por distorção no monóculo direito;

5 ESTRUTURA MONTADA PARA O FUNCIONAMENTO DA MANUTENÇÃO

E SUPRIMENTO

Inicialmente gostaríamos de ressaltar que o manual técnico TM 11-5855-

263-23&P atribui as funções de manutenção de acordo com a manutenção da Aviação do

Exército Norte-americano. Torna-se necessário, portanto, a adequação aos níveis de

manutenção utilizados pela Aviação do Exército Brasileiro, níveis esses que são citados

neste trabalho como forma de proposta.

5.1 INFRA-ESTRUTURA DE EXECUÇÃO

5.1.1 Formação de pessoal

No mês de março de 2001, foi realizado no 4º B Av Ex um curso de

manutenção de OVN, modelo AN/AVS-6, com carga horária aproximada de 30 horas e que

habilitou 06 (seis) mecânicos especialistas em aviônicos da Av Ex a realizarem a

manutenção até 3º escalão daquele equipamento.

Dos seis militares que realizaram tal curso, atualmente dois encontram-se

servindo no 4º B Av Ex, ocasionando uma dificuldade a mais no emprego de pessoal na

manutenção dos equipamentos das unidades de Taubaté. Os demais militares encontram-se

em diversas funções no B Mnt Sup Av Ex.

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5.1.2 Instalações

5.1.2.1 Estudo preliminar

Para manutenção de 1º nível, não é necessária a utilização de oficina

especial. Tal exigência passa a surgir apenas para a manutenção de 2º nível (90 e 180 dias).

Em virtude da necessidade de atendimento ao efetivo de OVN da Av Ex, e

devido à dificuldade logística do envio de todo esse efetivo para ter sua manutenção de 2º

nível na oficina do 4º B Av Ex, o Comando de Aviação estabeleceu que o B Mnt Sup Av

Ex, em conjunto com a OM de Manaus, realizasse a manutenção destes óculos, sendo

necessária, portanto, a construção de uma oficina capacitada para a realização de

manutenções preventivas de 90 e 180 dias.

O estágio realizado em Manaus teve como um dos resultados o

estabelecimento de pré-requisitos para construção de uma oficina destinada à manutenção

dos OVN, sendo referência inicial para o processo de construção da infra-estrutura para

manutenção na Gu Taubaté.

Mesmo sendo projetada seguindo o modelo da oficina já existente na OM de

Aviação de Manaus, viu-se a necessidade da consulta à outros especialistas para, inclusive,

ser possível a comprovação das condições da oficina de Manaus como adequadas às

atividades realizadas.

Foi realizada , em dezembro de 2003, pelo Ten Fábio Luiz, da Seção de

Engenharia do B Mnt Sup Av Ex, uma visita ao Arsenal de Guerra, no Rio de Janeiro

(AGR), OM pioneira dentro da Força Terrestre na realização da manutenção de óculos de

visão noturna de uso em campanha, tendo alcançado em seus anos de desenvolvimento e

evolução nesta área, a capacidade de realizar manutenção de até 4º nível dos óculos

fabricados pela empresa belga OIP SENSOR SYSTEMS, tanto o LUNOS (óculos) quanto

o MUNOS (monóculo).O intuito da visita foi consultar especialistas daquela OM quanto à

proposta de criação da oficina de manutenção de 1º e 2º níveis dos OVN no B Mnt Sup Av

Ex e definir efetivamente os pré-requisitos necessários para o desenvolvimento das

atividades da referida oficina, baseando-se, para isso, nos referidos manuais dos OVN

existentes nas OM de Aviação de Taubaté, e na atividade realizada na oficina de optrônica

Page 31: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

do AGR. Tal visita gerou um relatório emitido pelo B Mnt Sup Av Ex, tratando das

características das instalações da oficina de optrônica do AGR, e estabelecendo propostas

de critérios para construção da oficina no BMnt. Apesar de o AGR realizar manutenção de

óculos de fabricação diferente dos da Av Ex, os princípios são os mesmos, e a experiência e

capacitação técnica dos especialistas do AGR justificaria tal troca de informações.

5.1.2.2 Ações realizadas

Após todo esse estudo, foi designado o local para construção das instalações

onde deveria ser montada toda a infra-estrutura para manutenção de 90 e 180 dias (2º

nível), sendo no B Mnt Sup, acima das salas da SIPAA e do Cmt da Cia Lv Mnt, entre os

portões de acesso ao pátio de aeronaves (vide foto do local já construído). Iniciou-se a

construção da oficina, por uma empresa civil, ainda no primeiro semestre de 2004. A

empresa realizou a montagem das divisórias, instalação elétrica e colocação do ar-

condicionado. Após a montagem, a oficina foi pintada pelo próprio pessoal do B Mnt Sup

Av Ex e foram instalados os spots das lâmpadas e o dimer para o controle de iluminação.

Foi montada ainda, a semelhança do AGR, uma ante-sala da oficina.

Figura 1 – Localização da sala de OVN no B Mnt Sup Av Ex

Page 32: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

As condições da instalação montada estão de acordo com o que prevê o

manual do equipamento para as manutenções de 90 e 180 dias, porém, devido à limitações

principalmente no seu local de construção, não permite nenhuma intervenção além dessas.

Figura 2 – Parte interna da oficina de manutenção de 2º nível

5.1.2.3 Situação atual

A preparação da oficina como sala escura foi concluída, sendo necessário,

ainda, um teste com os OVN para a detecção de frestas de entrada de luminosidade não

percebidas a olho nu. A parede ao fundo da sala já possui o padrão “tipo grade”, utilizado

na colimação dos OVN. Os spots de luz estão colocados e o dimer instalado e em

funcionamento. Necessita-se ainda, de algum tipo de cortina ou anteparo à luz para cobrir a

porta de acesso à sala escura.

Apesar de tais quesitos ainda pendentes, considerando apenas suas condições

físicas, a sala está praticamente em condições de entrar em operação.

Page 33: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

5.1.3 Ferramental

A Gu de Taubaté ainda não dispõe do ferramental especial necessário para as

manutenções de 90 e 180 dias. Tal material já foi solicitado formalmente via cadeia de

suprimento, porém, até então, não foi constatada sua existência em nenhuma OM de Av da

Gu. O ferramental especificado encontra-se descrito no Anexo A – Ferramental especial

necessário para Mnt de 1º e 2º níveis.

Para manutenção de 180 dias, é prevista a utilização da maleta de teste ANV

– 126 – 001 (Figuras 3ª e 3B). Tal maleta encontra-se com sua calibração vencida

(periodicidade anual), e esta não pode ser feita na Av Ex, em virtude de não dispormos do

kit de calibração e manutenção para a valise. Além disso, não foi encontrada empresa no

Brasil que efetue tal calibração. O equipamento encontra-se na Seção de Triagem do B Mnt

Sup Av Ex aguardando o envio para calibração em empresa externa.

A maleta utilizada pelo 4º BAvEx para a mesma função possui um sistema

de auto-teste. Tal sistema dispensa a calibração periódica do equipamento. Um documento

de apresentação da maleta ANV-126, retirado do site do fabricante, indica um Kit de

calibração e manutenção como acessório da mesma, o que permite a calibração na própria

Unidade detentora do equipamento, tirando a necessidade do envio para calibração

anualmente em empresa externa. Para maiores informações a respeito, deve-se entrar em

contato com a Hoffman Engineering, fabricante do equipamento.

Figura 3ª – Maleta de calibração ANV-126

Page 34: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

Figura 3B – Maleta de calibração ANV-126

Para o teste do intensificador de imagem (1º nível), o B Mnt Sup Av Ex

possui 01 (um) “Test Set Eletronic System TS-4348/UV”.

Figura 4 – TS-4348/UV

Page 35: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

Figura 5 – TS-4348/UV

5.1.4 Suprimento

Tendo em vista que a sistemática de manutenção ainda não foi implantada de

forma efetiva na Gu de Taubaté, sugere-se que inicialmente seja utilizada a Lista Mínima

de Suprimentos fornecida pelo 4º B Av Ex para uma quantidade de 16 OVN (Anexo

suprimento). Após a implementação da manutenção, o B Mnt Sup Av Ex pode dimensionar

de forma a melhor atender às suas necessidades.

Page 36: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

6 PROBLEMAS ENCONTRADOS PELA AvEx

6.1 PESSOAL

Um dos fatores que mais implica na manutenção dos OVN é a questão da

mão-de-obra especializada. A Aviação do Exército possui uma oficina no 4º BAvEx, onde

inclusive alguns militares foram fazer um estágio para que pudessem executar a

manutenção no B Mnt Sup Av Ex. Porém, como a implantação da oficina não se efetivou,

nenhum desses militares estão, hoje, trabalhando com OVN. Para que seja colocado em

prática os ensinamentos que foram adquiridos junto à Equipe do 4º B Av Ex, seria

necessário uma reciclagem de conhecimentos e estes militares deveriam ter grande parte da

sua rotina de trabalho junto à oficina de manutenção dos óculos.

Uma outra vertente seria encaminhar militares ao exterior para a realização

de cursos junto ao fabricante do material, o que possivelmente geraria um custo mais

elevado. De uma forma ou de outra, é imperioso que se crie uma equipe especializada nessa

manutenção, tendo em vista as necessidades das inspeções e o relativo atraso em que as

mesmas se encontram.

6.2 INFRA-ESTRUTURA

Esse não é um grande problema da Av Ex, uma vez que já existe um local

em condições de começar a operação da manutenção dos equipamentos. O local, como

visto no capítulo anterior, sofre vibrações, em virtude de suas paredes não serem maciças, e

sim de material compensado, constituindo as divisórias. Outro obstáculo é o ruído causado

pelas aeronaves, o que poderia ser evitado se a oficina fosse montada em um local mais

afastado ou se as suas paredes fosses revestidas de isolante acústico. Porém, esses

problemas relatados não afetam de forma grave a manutenção periódica prevista.

Page 37: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

6.3 FERRAMENTAL

O B Mnt Sup Av Ex não possui o ferramental adequado para que se faça a

manutenção. Dessa forma, os equipamentos encontram-se com as inspeções vencidas. Para

a manutenção de 180 dias, é necessária à utilização da valise de teste ANV-126, que

necessita de calibração anual. Até a presente data, sua calibração está vencida e ainda não

pode ser feita no Brasil, devendo a mesma ser remetida possivelmente para o exterior. Esse

procedimento ainda implica na inviabilidade das manutenções periódicas, tendo em vista

que o B Mnt Sup Av Ex possui apenas uma unidade desse equipamento.

Como já foi citado, existe um acessório que possibilita a calibração da valise

ANV-126-085, cujo custo é de aproximadamente US$ 15.000,00. O treinamento para

utilização do equipamento ministrado nos Estados Unidos custa em torno de US$ 2.500,00

e tem duração de cerca de três dias. O mesmo treinamento no Brasil custaria cerca de US$

6.000,00. Além dessa maleta, ainda faltam algumas ferramentas utilizadas na manutenção.

Levando-se em consideração que o custo de cada OVN é superior ao custo

de aquisição do kit de calibração, julgamos ser interessante um estudo sobre a aquisição de

tal kit, ou talvez a aquisição de outras duas unidades da valise de teste.

Page 38: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

11 CONCLUSÃO

Este trabalho teve por objetivo verificar a situação da manutenção dos óculos

de visão noturna e propor linhas de ação para que todos os problemas apresentados até

então possam ser sanados.

Algumas conclusões foram obtidas, dentre as quais destacamos:

1) Com relação à centralização dos óculos existentes na Guarnição de Taubaté – Tendo em

vista o reduzido número de equipamentos, sente-se a necessidade de reunir todos os óculos

num único local. Este local seria o responsável por cautelar o equipamento para a Unidade

Aérea solicitante, além de verificar se o equipamento realmente se encontra em condições

de ser utilizado em vôo. Ao término da operação, a Unidade Aérea deverá devolver os

óculos em condições. A manutenção de 1º escalão, ou seja, a do operador, seria feita nesse

órgão centralizador. A sugestão é a de que todos os óculos, incluindo a maleta de Test Set,

fiquem centralizados no CIAvEx por se tratar da Unidade Escola responsável pela

formação dos militares de Aviação.

2) Com relação à Infra-estrutura de execução – Foi constatado através do estudo deste

trabalho que a instalação é adequada para a manutenção de 1º e 2º nível. Porém seria

recomendável que a oficina estivesse localizada num ambiente isolado e longe de ruídos. É

também imprescindível o treinamento do pessoal que irá realizar a manutenção, tal como

realizado no 4º BAvEx. Além disso, formar mais especialistas e se possível executar

estágios no AGR, uma vez que esse órgão possui uma oficina de optrônica e já possui certa

experiência na manutenção de OVN.

A grande precariedade da Aviação é a não existência de ferramental

adequado na GU de Taubaté. Isso impede que as inspeções sejam realizadas, tanto por falta

de ferramentas apropriadas quanto pelo fato de existir apenas uma valise de teste, e a

mesma não está em condições de uso devido à falta de calibração. Ressalta-se que o custo

do kit de calibração é de aproximadamente US$ 15.000,00, e o custo de um OVN é

aproximadamente US$ 24.000,00. Existe ainda a possibilidade de se adquirir mais duas

valises de teste, de forma que se possa fazer um rodízio com o 4º BAvEx. Também é

preciso que se adquira mais três maletas de Test Set, pois existe somente uma e ainda assim

Page 39: A MANUTENÇÃO E SUPRIMENTO DOS ÓCULOS DE VISÃO … · Surgiram, então, os equipamentos passivos, baseados no princípio de amplificação da luz residual sem a necessidade de

está inoperante devido à falta de componentes. É imperioso que as providências sejam

tomadas com certa urgência, pois a não realização das inspeções pode causar grandes danos

aos equipamentos, o que poderá gerar um gasto bem maior que a compra dessas

ferramentas.

O uso de um equipamento desse porte, por mais simples que seja, exige um

treinamento, além do aparato tecnológico pra sua manutenção. A aquisição dos Óculos de

Visão Noturna custou cerca de US$ 1.500.000,00 e mais da metade desses óculos podem

ser severamente danificados por falta de manutenção e acondicionamento apropriado.

Outros estudos já foram realizados na intenção de resolver esses problemas. Além disso,

pode-se constatar que a não prioridade dada a esses equipamentos deve-se ao fato dos

mesmos não estarem sendo utilizados com freqüência, por isso, a falta de manutenção não é

evidenciada, como ocorre com as aeronaves. Espera-se que, quando a utilização desses

equipamentos for inevitável, alguma medida eficaz já tenha sido realizada.

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REFERÊNCIAS

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EB, Taubaté-SP.

PEREIRA, Wilton Ney do Amaral – Cel QEM Com. Equipamentos para auxílio à visão

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LITTON, Electro-Optical Systems. Operator’s manual for model M 949: aviator’s night

vision imaging system (ANVIS). Publication NO. D205689-073. USA, 2001.

ARMY, Department of the. Manual Aviator’s Night Vision Imaging System, NA/AVS-6

(V)1 AND NA/AVS-6 (V)2. USA, 1992.

ANV- 126, Night Vision. Disponível em <http://www.hoffmanengineering.com>. Acesso

em 26 Ago 2005.

PÉGASUS, Revista nº 01, do mês de junho de 2003 e nº 02, do mês de setembro de 2003.

Disponível em <http://ciavex.ensino.eb.br/contendo/principal.htm>. Acesso em 20 Set

2005.

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ANEXO A

FERRAMENTAL ESPECIAL NECESSÁRIO PARA MNT DE 1º E 2º NÍVEIS

a. 1º Nível (UAe)

Nº ordem Tipo de

Inspeção

Nomenclatura NSN Qtde

01 Operador Test Set, Eletronic System, TS-4348/

UV

6625-01-323-9584 03

b. 2º Nível(B Mnt Sup Av Ex)

Nº ordem Tipo de

Inspeção

Nomenclatura NSN Qtde

01 90 dias Test Set, Eletronic System, TS-4348/

UV

6625-01-323-9584 00*

02 90/180 dias Tool Kit, Eletronics Equipment, TK-

101/G

5180-00-064-5178 01

03 180 dias Tool Kit, Eletronics Equipment, TK-

105/G

5180-00-064-5178 01

04 90/180 dias Test Set, Eletronic System, TS-3895A/

UV or TS-3895/UV

5855-01-134-7146

6625-01-301-6894

02

05 180 dias Collimation Attachment 5855-01-151-4216 01

06 180 dias Device Purge 5855-01-246-6815 01

07 180 dias Nitrogen, Technical 6830-01-124-2344 02

08 180 dias Purgue Adapter 5855-01-151-4211 02

09 180 dias Wrench, Locking ring 5120-01-175-7134 01

10 180 dias Wrench, Retainer, Tube 5120-01-170-5088 01

11 180 dias Tweezers, Craftsman 5120-00-247-0867 01

12 180 dias Soldering iron, Eletric (25W-115V) 3439-00-240-5641 01

13 90/180 dias Multimeter (AN/PSM-45) 6625-01-139-2512 01

14 180 dias Fire Control Purgue Kit 4931-00-065-1110 01

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15 180 dias Wrench Torque 5120-00-943-0941 02

16 180 dias Desoldering Tool 3429-00-132-1331 01

17 180 dias Magnifier, Folding Tool 6650-00-133-7743 01

18 180 dias Diopter Scope Assy 5855-01-151-4217 01

19 90/180 dias Light Infrared Transmitter 5980-01-275-8080 01

20 180 dias Torque, Screw-driver Kit 5180-01-007-8999 01

21 180 dias Key, Socket Head, Screw (0.35) 5120-00-203-5107 01

22 180 dias Wrench, Adjustable (15 inch) 5120-00-264-3793 01

23 180 dias Stripper, Wire, hand 5110-01-019-1772 01

24 180 dias Pliers, Diag. Cutting (4 ½ inches) 5120-00-240-6209 01

25 180 dias Pliers, Retaining Ring 5120-00-288-9716

5120-00-288-9717

01

* O B Mnt Sup Av Ex possui esse equipamento não sendo necessária a

aquisição para Mnt de 2º Nível.

c. Observações

a) O B Mnt Sup Av Ex já possui o Test Set, Eletronic System, TS-4348/ UV (nº de ordem 01, manutenção de 2º

Nível) para o teste de resolução, não sendo necessária a sua aquisição para esta U Mnt;

b) Cabe ressaltar a importância da aquisição de nitrogênio (nº de ordem 07) com 99.5% de pureza para purga do

equipamento (inspeção de 180 dias);

c) O Test Set, Eletronic System, TS-3895A/ UV ou TS-3895/UV (nº de ordem 04) é imprescindível para a Mnt

de 2º Nível (principalmente para inspeção de 180 dias), segundo o manual técnico “Army TM 11-5855-263-

23&P”, sendo que o 4º Esqd Av Ex já possui a referida maleta. Portanto, faz-se necessária a aquisição de mais

duas maletas, para que o B Mnt Sup Av Ex e o 4º Esqd realizem rodízios desse equipamento para aferição

(realizada a cada 12 meses). Atualmente o B Mnt encontra-se com a maleta TS ANV-126 para manutenção de

2º nível de OVN, que não consta como opcional para todos os testes previstos na documentação utilizada como

referência. Caso seja possível a utilização deste equipamento em todos os itens previstos para o “Test Set” na

manutenção de 180 dias, será necessária a aquisição de apenas uma maleta tipo TS-3895A/ UV ou TS-

3895/UV.

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ANEXO B

SUPRIMENTO MÍNIMO NECESSÁRIO PARA MANUTENÇÃO DOS OVN

Ordem Part N umber NSN Descrição Qtde01 5008900 5855-01-149-4104 Power Pack Assembly 0102 5002602-1 5855-01-151-4228 Carrying Case, (V) 1 0603 MS9021-021 5330-00-822-3691 O-Rin2, Obiective 06 ,04 MS9021-028 5330-00-551-8251 O-Rin2, Eyepiece 0805 M5501l9-F23 5340-01-133-0957 Lens Cap, Eyepiece 06

Eyepiece Assembly, 25 mm06 5009545 5855-01-380-5102

Eye ReDef04

07 5002569 5855-01-151-4226 Tube Retainer 02Image Intensifier Assembly,

08 5009100 M-851 5855-01-280-5096F9800A

04

09 SM-C-806612 5855-00-548-3429 PUl"2e Valve 0610 MS9021-OO2 5330-01-346-6177 O-Rin2, PUl"2e Valve 1811 5009524 5855-01-380-9669 Monocular Housin2 04

Objective Lens Assembly, No12 265761 --- LIF Adapter

02

Lens Cap Objective, No LIF13 5006831 5855-01-152-5849

Adapter12

Pivot-and-Adjust Sheif14 5009555 5855-01-381-6036

Assembly, (V) 102

15 ---- ---- Board, Eletronic 0216 ---- --- Grease (*) 01 tubo

17 218875-001 - PUl"2e Valve 02

TS-I0 Night Vision Leak Test18 ---- ----

and PUl"2e Kit (U)01

Observação: (*) Graxa de Lítio Branca - Nome ComercialKRYTOX;

(**) Fen-amenta de Especial para Campanha.