12
Órgão Oficial da Irmandade de São Bento da Porta Aberta · Rio Caldo Fevereiro 2016 Ano LVII. n.º 638 0,50(IVA INCLUIDO) SÃO BENTO da PORTA ABERTA Ano Santo da Misericórdia 08 de Dezembro 2015 a 20 de Novembro de 2016 «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me dada misericórdia» (1Tim 1,13): a conversão de S. Paulo É preciso que tenhamos sempre presente no nosso espírito que todos os homens são rodeados por imensas manifestações do amor de Deus. Se a jusça vesse precedido a penitência, o universo teria sido aniquilado. Se Deus esvesse pronto para o casgo, a Igreja não teria conhecido o apóstolo Paulo, não teria recebido um homem assim no seu seio. É a misericórdia de Deus que transforma o perseguidor em apóstolo; é ela que muda o lobo em cordeiro; foi ela que fez de um publicano um evangelista (Mt 9,9). É a misericórdia de Deus que, comovida com o nosso desno, nos transforma a todos; é ela que nos converte. Ao ver o glutão de ontem pôr-se hoje a jejuar, o blasfemador de outrora falar de Deus com respeito, o infame de angamente não abrir a boca a não ser para louvar a Deus, podemos admirar esta misericórdia do Senhor. Sim, irmãos, se Deus é bom para com todos os homens, é-o parcularmente para com os pecadores. Quereis mesmo ouvir uma coisa estranha do ponto de vista dos nossos hábitos, mas verdadeira do ponto de vista da piedade? Escutai: ao passo que Deus Se mostra exigente para com os justos, para com os pecadores não tem senão clemência e doçura. Que rigor para com os justos! Que indulgência para com o pecador! É esta a novidade, a inversão, que nos oferece a conduta de Deus. … É que assustar o pecador, sobretudo o pecador inveterado, seria privá-lo de confiança, mergulhá-lo no desespero; e lisonjear o justo seria embotar o vigor da sua virtude, levando-o a afrouxar no seu zelo. Deus é infinitamente bom! O seu temor é a salvaguarda do justo, e a sua clemência faz mudar o pecador. São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Anoquia, bispo de Constannopla, doutor da Igreja

«A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

Órgão Oficial da Irmandade de São Bento da Porta Aberta · Rio Caldo

Fevereiro 2016Ano LVII. n.º 638

0,50€ (IVA INCLUIDO)

SÃO BENTOdaPORTA ABERTA

Ano Santo da Misericórdia08 de Dezembro 2015 a 20 de Novembro de 2016

«A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me dada misericórdia» (1Tim 1,13): a conversão de S. Paulo

É preciso que tenhamos sempre presente no nosso espírito que todos os homens são rodeados por imensas manifestações do amor de Deus. Se a justiça tivesse precedido a penitência, o universo teria sido aniquilado. Se Deus estivesse pronto para o castigo, a Igreja não teria conhecido o apóstolo Paulo, não teria recebido um homem assim no seu seio. É a misericórdia de Deus que transforma o perseguidor em apóstolo; é ela que muda o lobo em cordeiro; foi ela que fez de um publicano um evangelista (Mt 9,9). É a misericórdia de Deus que, comovida com o nosso destino, nos transforma a todos; é ela que nos converte. Ao ver o glutão de ontem pôr-se hoje a jejuar, o blasfemador de outrora falar de Deus com respeito, o infame de antigamente não abrir a boca a não ser para louvar a Deus, podemos admirar esta misericórdia do Senhor. Sim, irmãos, se Deus é bom para com todos os homens, é-o particularmente para com os pecadores. Quereis mesmo ouvir uma coisa estranha do ponto de vista dos nossos hábitos, mas verdadeira do ponto de vista da piedade? Escutai: ao passo que Deus Se mostra exigente para com os justos, para com os pecadores não tem senão clemência e doçura. Que rigor para com os justos! Que indulgência para com o pecador! É esta a novidade, a inversão, que nos oferece a conduta de Deus. … É que assustar o pecador, sobretudo o pecador inveterado, seria privá-lo de confiança, mergulhá-lo no desespero; e lisonjear o justo seria embotar o vigor da sua virtude, levando-o a afrouxar no seu zelo. Deus é infinitamente bom! O seu temor é a salvaguarda do justo, e a sua clemência faz mudar o pecador.

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja

Page 2: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

EDITORIALCARLOS AGUIAR GOMES

O mês de Fevereiro continua, na nossa Basí-lica , a ser tempo de peregrinação . Prati-camente todos os dias aqui chegam pere-grinos ou simples turistas, isoladamente,

em família ou em grupos organizados. Sentimos que a Basílica de S. Bento da Porta Aberta, hoje lugar privi-legiado de Fé , continuando, de forma reforçada, 400 anos de devoção ao Santo patriarca dos Monges Oci-

dentais e Pai e Patrono da Europa, S. Bento, é um centro religioso para onde con-

fluem multidões ao longo do ano, para, tantas vezes de forma sim-

ples, ( re) encontrar Deus. Este ano, a Basílica tem a particularidade de ser um cen-tro onde se podem ganhar indulgências, desde que se cumpram as exigências canó-nicas, quer por ainda se estar

abrangido pelo dom do Papa Francisco, ao elevar o santuário

à categoria de Basílica e, simul-taneamente, lucrar as indulgências

pelo facto do Senhor Arcebispo de Bra-ga ter eleito a Basílica como uma das igrejas

jubilares, com na respectiva “porta jubilar”. A nossa Basílica, fica, assim, duplamente “enriquecida”. Como seria bom que todos os peregrinos tomassem nota desta graça e dela podessem usufruir, aplicando as indulgências pelos vivos e também pelos cristãos já falecidos! Vir a S. Bento da Porta Aberta, também deverá ser ocasião para se conhecer mais e melhor esse grande Homem nascido no século V ( 480 ) em Núrsia ( Itália ). Na Casa das Estampas, o peregrino pode adquirir vários livros que o podem ajudar na procura desse co-nhecimento e todos a preço bastante acessível. Basta perguntar aos trabalhadores da Casa! Tem-se consta-tado, infelizmente, que nem todos os que aqui che-gam, movidos ou não pela Fé, conhecem a vida e obra de S. Bento. E é pena. É pena, de facto, desconhecer este Homem, figura ímpar na vida da Igreja. A Basílica de S. Bento da Porta Aberta goza de uma situação notável para os amantes da Natureza que pa-rece , também ela, querer chamar-nos a atenção para a beleza da vida de S. Bento. Abraçada pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, a Basílica é, igualmente, e sobretudo, um espaço de oração. A Natureza do Parque criam um ambiente propício à contemplação! Como seria bom vermos mais grupos em retiro, jorna-

“O NOME DE DEUS É MISERICÓRDIA”

Tal é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório. E nós, devotos de S. Bento, venerado com o cognome

da Porta Aberta, aqui nesta Basílica que o Se-nhor Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas mandatou , faz um ano a 21 de Março p.f., como a “ nova cátedra da misericórdia” e que o Papa elevou nesse memorável dia a Basílica.

Na realidade a misericórdia é o nome de Deus!

Este Ano Santo da Misericórdia, iniciado em 8 de Dezembro em Roma e a 13 em muitas cate-drais e igrejas de todo o mundo, também nesta Basílica, tem de ser um desafio para todos nós, os baptizados. O Ano Santo da Misericórdia, convocado pelo Papa, tem de ser um ano trans-formador!

Já lemos a Bula que o Papa divulgou, “ Miseri-cordiae vultus “ ( O rosto da Misericórdia ), um pequeno livro , de leitura fácil e cheio de pistas para a nossa mudança?

De facto não interessa, mesmo nada, abrirmos e fecharmos as portas santas, se nada mudou na nossa vida. De nada vale ornamentarmos essas portas se a nossa vida continua em “ mau estado de conservação cristã”!

das de estudo e de reflexão , aproveitando o “ silêncio “ habitado “ , no dizer extremamente feliz, de Luigi-no Bruni ( in Redescobrir a Árvore da Vida , Ed.Cidade Nova ). Infelizmente, a nossa sociedade vive num ruí-do ensurdecedor , poluição visual e noite de valores. Tudo à nossa volta nos convida à alienação, à fuga do essencial e ao “ mergulho” no vazio e no efémero. A felicidade , que procuramos, não mora nestes ambien-tes, podemos ter a certeza. Porque desperdiçamos esta riqueza que, por e com S. Bento , Deus coloca à nossa disposição, aqui neste espaço abençoado? Em S. Bento da Porta Aberta há muitos espaços de “ silêncio “ habitado “ que temos de saber usufruir para nosso bem e da sociedade. De mais a mais neste ano, ANO SANTO DA MISERICÓRDIA, em que somos convocados para a nossa conversão de forma mais veemente. A terminar, deixo um convite: ler em espírito de oração a Bula “Misericordes vultus” do Papa Francisco, acessível a todos.

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

2

Page 3: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

3

A Irmandade de S. Bento da Porta Aberta tem, desde ontem, renovada uma comissão adminis-trativa que vai gerir o património do santuário edificado há 400 anos no território de Rio Caldo.

Esta comissão resulta de uma dificuldade em encontrar uma mesa que proceda de um normal processo eleitoral.

Embora as normas da Conferência Episcopal Portu-guesa apontem que os mandatos das comissões admi-nistrativas devam ser concedidos anualmente, o Arce-bispo de Braga, D. Jorge Ortiga justificou a concessão de um mandato de três anos para que a mesma encontre a estabilidade necessária para que se proceda a eleições, porventura, antes de esgotado o atual mandato.

O prelado apelou, no ato da posse, que os atuais responsáveis procedam a uma «reflexão» que possibi-lite a normalização estatutária dos órgãos de gestão da irmandade. «Agradeço profundamente o trabalho feito em prol do santuário», frisou D. Jorge Ortiga, reconhe-cendo que, nos últimos anos, os problemas «não têm sido poucos» e que «só o empenho e sacrifício pessoais, aliados a um grande amor à Igreja e devoção a S. Bento da Porta Aberta» tem possibilitado a sua resolução.

D. Jorge Ortiga elogiou o trabalho que tem sido di-namizado em torno do santuário que, na sua opinião, «é hoje muito mais conhecido a nível nacional e até

mundial». O prelado fala da procura crescente que aquele local tem granjeado de peregrinos «oriundos de outros hemisférios».

A concessão do título de basílica menor não é alheia ao crescimento da procura do santuário e as renovadas condições que o hotel e as instalações proporcionam também têm ajudado à consolidação desta mesma pro-cura por parte de turistas e devotos.

Por parte da comissão administrativa, o cónego Fernando Monteiro agradeceu ao Arcebispo Primaz «a confiança depositada na equipa» e o facto de o manda-to se estender por três anos.

O sacerdote apontou a necessidade da irmandade continuar os trabalhos de preservação e valorização do santuário, concretamente no procurar aumentar os «espaços físicos» disponíveis para o acolhimento ao «peregrino moderno».

Por isso, a aposta nas condições logísticas de aco-lhimento, a criação de um pórtico, de uma via-sacra, a instalação de uma estátua de S. Bento e a criação de um fontanário, estão entre os projetos a desenvolver ao longo dos próximos anos.

Álvaro Magalhães(Diário do Minho, 29.01.2016)

SANTUÁRIO DE S. BENTO DA PORTA ABERTA COM COMISSÃO PARA TRÊS ANOS

Page 4: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

4

Novo bispo de Braga promete servir à maneira de Cristo

O novo bispo auxiliar de Braga, de 53 anos, escolheu como lema episcopal o mesmo da ordenação sacerdotal, “Estou entre vós como aquele que serve”, citação retirada do

Evangelho de São Lucas. Os primeiros tempos do seu ministério episcopal em Braga, acrescentou, serão para conhecer "os cantos à casa" e também as pessoas e as comunidades onde estão inseridas.

Na alocução da ordenação episcopal, D. Nuno pe-diu, por intercessão de Maria, a graça de que o minis-tério episcopal que lhe foi conferido seja vivido na fé.

Ao Papa Francisco, agradeçeu esta eleição que, se-gundo disse, aceitou com «humildade e confiança na graça de Deus».

«A fidelidade, comunhão, obediência e gratidão que quero expressar, neste momento, ao Papa Francis-co, traduz-se, também, em acolher o caminho e a dire-ção que ele aponta: fazer-me próximo, prioritariamen-te, de quem sofre, de quem errou ou pecou, de quem vive triste e sem esperança», declarou.

(Diário do Minho, 01.02.2016)

Page 5: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

Vida no Santuário

FEVEREIROPROGRAMA:DIA 7 – DAS 14H00-16H00 EXPOSIÇÃO DO

SANTISSIMO SACRAMENTO E BENÇÃO.

15H30 – ORAÇÃO DE VÉSPERAS

16H00 – EUCARISTIA

DIAS 8 E 9 – DAS 15H00 - 17H00 EXPOSIÇÃO

DO SANTISSIMO SACRAMENTO E BENÇÃO

17H00 – EUCARISTIA

Dia 10 – INICIO DA QUARESMA

N.B.: A EXPOSIÇÃO DO SANTISSIMO SERÁ

FEITA NA BASILICA.

PROGRAMA:10:00H – ACOLHIMENTO DOS DOENTES10:30H – EUCARISTIA, BENÇÃO AOS DOENTES. N.B.: PRESIDE O ARCIPRESTE DE TERRAS DE BOURO.– ESTAMOS NO ANO DA MISERICÓRDIA– SÃO BENTO DA PORTA ABERTA É UMA DAS IGREJAS JUBILARES.

2 DE FEVEREIRO

10h00 – MOMENTO DE ORAÇÃO PELOS

CONSAGRADOS/AS

10H30 – EUCARISTIA

N.B.: JUNTA-TE A NÓS PARA REZARMOS

A DEUS NOSSO PAI PELO AUMENTO DA

VOCAÇÕES Á VIDA CONSAGRADA. TIVEMOS

O ANO DEDICADO AOS CONSAGRADOS/AS.

ESTAMOS AGORA NO ANO DA MISERICÓRDIA.

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

5

Page 6: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

«“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar»

Mensagem do Papa Fran cisco para a Quaresma 2016

1. Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada

Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o con-vite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a miseri-

córdia de Deus» (Misericordi? Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.

Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predesti-nou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida espo-sa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evan-geliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia apa-rece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bon-dade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.

2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdiaO mistério da misericórdia divina desvenda-se no de-curso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a der-ramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo?nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.

Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordi? Vultus, 8). Na realidade, Je-sus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efei-tos, filho de Israel. E é?o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é úni-co! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.

Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a miseri-córdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressusci-tado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes ma-neiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordi? Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d’Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.

3. As obras de misericórdiaA misericórdia de Deus transforma o coração do ho-mem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam?nos que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais have-

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

6

Page 7: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

«“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar»

Mensagem do Papa Fran cisco para a Quaresma 2016

mos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá?lo. Por isso, expressei o desejo de que «o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de mi-sericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privi-legiados da misericórdia divina» (Ibid., 15). Realmente, no pobre, a carne de Cristo «torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutri-do, em fuga... a fim de ser reconhecido, tocado e assis-tido cuidadosamente por nós» (Ibid., 15). É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (cf. Ex 3, 5); e mais ain-da, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé.

Diante deste amor forte como a morte (cf. Ct 8, 6), fica patente como o pobre mais miserável seja aque-le que não aceita reconhecer-se como tal. Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres. E isto porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder, não para servir a Deus e aos outros, mas para sufocar em si mesmo a consciência profunda de ser, ele também, nada mais que um pobre mendigo. E quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. Chega ao ponto de não querer ver sequer o pobre Lázaro que mendiga à porta da sua casa (cf. Lc 16, 20-21), sendo este figura de Cristo que, nos pobres, mendiga a nossa conversão. Lázaro é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e talvez não vejamos. E esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de omnipo-tência, no qual ressoa sinistramente aquele demoníaco «sereis como Deus» (Gn 3, 5) que é a raiz de qualquer pecado. Tal delírio pode assumir também formas so-ciais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus ir-relevante e reduzir o homem a massa possível de ins-trumentalizar. E podem atualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas

e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los.

Portanto a Quaresma deste Ano Jubilar é um tem-po favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras cor-porais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visi-tados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as es-pirituais nunca devem ser separadas. Com efeito, é precisamente tocando, no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por esta estrada, também os «soberbos», os «poderosos» e os «ricos», de que fala o Magnificat, têm a possibili-dade de aperceber-se que são, imerecidamente, ama-dos pelo crucificado, morto e ressuscitado também por eles. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder colmar mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir. Mas permanece sempre o perigo de que os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa de um fechamento cada vez mais hermético a Cristo, que, no pobre, continua a bater à porta do seu coração – acabem por se condenar precipitando-se eles mesmos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno. Por isso, eis que ressoam de novo para eles, como para to-dos nós, as palavras veementes de Abraão: «Têm Moi-sés e o Profetas; que os oiçam!» (Lc 16, 29). Esta escuta ativa preparar-nos-á da melhor maneira para festejar a vitória definitiva sobre o pecado e a morte conquistada pelo Esposo já ressuscitado, que deseja purificar a sua prometida Esposa, na expectativa da sua vinda.

Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Vir-gem Maria, a primeira que, diante da grandeza da mi-sericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (cf. Lc 1, 48), confessando--Se a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38).

Vaticano, 4 de Outubro de 2015Festa de S. Francisco de Assis

FRANCISCUS

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

7

Page 8: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

MANIFESTO

POR UMA CULTURA

DA VIDA1. Sobre os portugueses está a ser exercida

uma pressão tremenda, nos meios políti-cos e em quase todos os média, para uma aceitação, como sinal de modernidade, da

compaixão e da autonomia pessoal, da eutanásia e do chamado “suicídio assistido”, tudo em nome do que os “lobbies” chamam, usando um eufemismo, de “morrer com dignidade”.

2. É um direito de toda a pessoa humana viver e morrer com dignidade, no respeito pelo carácter invio-lável da vida humana, direito que nada nem ninguém pode conferir, pois é-lhe inerente.

3. O direito à vida, da concepção à morte natural, é, igualmente, um direito irrenunciável de todos e não compete ao legislador determinar quem tem direito a viver ou como deve morrer.

4. A História ensina-nos, e não temos de recuar muito, que sempre que o Estado legisla sobre a vida e o destino de cada pessoa, tudo acaba em mal. Estão ainda presentes nas nossas memórias os genocídios cometidos do século XX em nome da dita “pureza da raça” ou das tendências políticas ou sexuais de tantos milhões de seres humanos que foram assassinados legalmente. Assistimos, também, hoje, em países que legalizaram a eutanásia, a uma deriva perigosa e gravemente ameaçadora.

5. Não podemos aceitar que o Estado se torne nosso tutor, sobretudo nos momentos de maior fragili-

dade. Àquele compete, somente, criar condições para a protecção e cuidados que os mais frágeis e vulneráveis carecem.

6. Por que razão tardam tanto, por exemplo, en-tre nós, a criação, em número satisfatório e acessíveis a todos, dos chamados “cuidados paliativos”, mas há pressa em facilitar e promover a morte de quem, qua-se sempre só quer aliviar o seu sofrimento psico-físico e, não raras vezes, de solidão?

7. Como seria louvável ver o mesmo empenho em criar unidades de “cuidados paliativos” tal como cons-tatamos o encarniçamento da promoção de “unidades de morte”!

8. Por que razão não se diz claramente que a sus-pensão da chamada “obstinação terapêutica” é um im-perativo mas que isso não é eutanásia?

9. A legalização da eutanásia é mais um sintoma de uma sociedade que cada vez mais mergulha numa cultura da morte.

10. Assim, com este manifesto, queremos alertar todos os cidadãos para o perigo de os nossos legis-ladores se assumirem como donos e promotores de uma “cultura da morte”, abrindo portas que não sa-bemos para que saídas vão dar. Gostaríamos de os ver mais empenhados em serem verdadeiros promotores e facilitadores de uma “cultura da vida”.

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

8

Page 9: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

De mãos vazias e impotentes perante a tra-gédia que está a fazer sucumbir o Iraque e a Síria, os Patriarcas D. Sako e D. Gregorios im-ploram as nossas orações e um dia de jejum

nesta Quaresma. Tudo o resto já falhou. As imagens de atrocidades, de cidades devastadas,

de pessoas em fuga no Iraque e na Síria atropelam-se já na nossa memória e parecem anestesiar-nos com tan-to horror. A Síria e o Iraque são dois países devastados pela guerra. As comunidades cristãs foram expulsas de suas casas e perderam praticamente tudo o que ti-nham. Nunca, nos tempos recentes, uma comunidade religiosa viveu uma tragédia com uma dimensão assim. É preciso recuar até à II Guerra Mundial para se com-preender, com o drama dos judeus, o que está a acon-tecer aos cristãos no Médio Oriente.

O avanço jihadista em países como a Síria ou o Ira-que está a levar à extinção do cristianismo nesta região. De mãos vazias e impotentes perante esta tragédia imensa, os Patriarcas da Síria e do Iraque escreveram à Fundação AIS para nos implorarem que não os esque-çamos. Pedem as nossas orações e um dia de jejum. Pedem-nos, no início desta Quaresma, um gesto con-creto que mostre ao mundo que os cristãos do Médio Oriente não foram esquecidos. Que os cristãos do Mé-dio Oriente não podem ser esquecidos.

Duas cartasEstas cartas são apelos dramáticos de quem sabe

que só pode mesmo contar com Deus para voltar a

conhecer o dom da paz. São duas cartas distintas mas muito próximas. D. Gregorios e D. Sako pedem-nos um dia de súplica a Deus. O que se vive nestes países tem já “dimensão apocalíptica”, dizem. Só Deus pode reverter esta catástrofe humanitária.

Tanto D. Sako como D. Gregorios já estiveram no nosso país e conhecem bem o esforço solidá-rio dos portugueses para com os cristãos do Mé-dio Oriente. Como diz Louis Sako, “sem a AIS, mui-tos de nós estaríamos mortos, teríamos morrido de fome ou de frio, ou já teríamos fugido. A AIS é como uma mãe para nós. Sei que também fazem isso por amor a Cristo”.

Ambos os patriarcas pedem as nossas orações e o gesto concreto de um dia de jejum pela paz no Mé-dio Oriente. A Fundação AIS não podia ignorar este dramático apelo e por isso convocou os cristãos em todo o mundo para rezarem e jejuarem na Quarta--feira de Cinzas pelos irmãos e irmãs que sofrem no Iraque e na Síria. Desde há cinco anos que vivem por lá uma verdadeira via-sacra. Estão impotentes e de mãos vazias. Como escreve D. Gregorios, “é impossí-vel que o Senhor não escute as orações e os sacrifí-cios dos Seus Filhos unidos”. Todos nós temos, nesta Quaresma, muitos dias ainda para os oferecermos, em jejum e oração, por estes cristãos perseguidos no Iraque e na Síria. É um gesto que depende apenas da nossa vontade. Apenas disso.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

VAMOS OFERECER UM DIA DE ORAÇÃO E JEJUM PELA SÍRIA E IRAQUE?

APELO DRAMÁTICO

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

9

Page 10: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

10

Quem é que nunca viu uma criança a cho-rar e lançar-se para os braços da sua mãe? Seja o que for que lhe tenha acon-tecido – uma coisa pequena ou grande

–, a mãe enxuga as suas lágrimas, cobre-a de carí-cias e pouco depois a criança volta a sorrir. Basta--lhe sentir a presença e o carinho da mãe. Assim procede Deus connosco, comparando-se a uma mãe.

É com estas palavras que Deus se dirige ao seu povo quando regressava do exílio da Babiló-nia. Depois de ter visto destruir as suas casas e o Templo, depois de ter sido deportado para uma terra estrangeira, onde experimentou a desilusão e o sofrimento, o povo regressa à sua pátria e tem de recomeçar a partir das ruínas que a destruição deixou. A tragédia vivida por Israel repete-se ago-ra para muitos povos em guerra, vítimas de atos terroristas ou de exploração desumana. Casas e estradas destruídas, lugares-símbolo da sua iden-tidade arrasados, bens roubados, lugares de culto devassados.

Quantas pessoas foram raptadas, milhões são obrigadas a fugir, milhares encontram a morte nos desertos ou nas rotas do mar. Parece um apoca-lipse.

Esta Palavra de Vida é um convite para acredi-tar na ação amorosa de Deus, até naqueles lugares onde não se sente a Sua presença. É um anúncio de esperança. Ele está ao lado de quem sofre perse-guição, injustiças, exílio. Está connosco, com a nos-sa família, com o nosso povo. Ele conhece a nossa dor pessoal e a dor da humanidade inteira. Fez-se um de nós, até morrer na cruz. Por isso, sabe com-preender-nos e consolar-nos. Precisamente como uma mãe que pega na criança ao colo e a consola.

É preciso abrir os olhos e o coração para O “ver”. Na medida em que experimentarmos a ter-nura do Seu amor, conseguiremos transmiti-la a todos os que vivem no sofrimento e na provação, e

tornarmo-nos instrumentos de consolação. É isso mesmo que o apóstolo Paulo sugere aos coríntios: «(…) que também nós possamos consolar aque-les que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus» (2 Cor 1, 4).

Esta foi também uma experiência íntima, con-creta, de Chiara Lubich: «Senhor, dá-me todas as pessoas sós... Senti no meu coração a paixão que invade o teu por todo o abandono em que está imerso o mundo inteiro. Amo cada ser doente e só. Quem consola o seu pranto? Quem chora com ele a sua morte lenta? E quem estreita ao seu próprio coração um coração desesperado? Faz, meu Deus, que eu seja no mundo o sacramento tangível do teu amor: que eu seja os teus braços, que abraçam e consumam em amor toda a solidão do mundo»1.

«COMO A MÃE CONSOLA O SEU FILHO, ASSIM EU VOS CONSOLAREI» (IS 66, 13)

PALAVRA DE VIDA FABIO CIARDI

FEVEREIRO DE 2016

1) De: Chiara Lubich, Meditações, Cidade Nova, Abrigada 2005, p. 22.

Viveremos esta Palavra – escolhida por um grupo ecuménico da Alemanha – juntamente com muitos irmãos e irmãs de várias Igrejas, para nos deixarmos acompanhar, durante todo o ano, por esta promessa de Deus.

Page 11: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

11

“ADMIRA O SENHOR NÃO SOMENTE PORQUE FEZ O SOL E O CÉU,

MAS PORQUE FEZ TAMBÉM A FORMIGA.”S. João Crisóstomo

Filo

men

a Ar

aújo

Page 12: «A mim, que fui blasfemador e perseguidor…, foi-me … fevereiro 2016...al é o título do livro do Papa Francisco que acaba de sair e cuja leitura é abso-lutamente obrigatório

Ficha Técnica

Propriedade: Irmandade de São Bento da Porta Aberta (c/aprovação eclesiástica) Rua 1, São Bento, n.º 91/97, 4845-026 Rio Caldo Gerês Tel. 253 390 180 Fax 253 390 181 Presidente: Cónego Fernando Monteiro Reitor de S. Bento da Porta Aberta: Adelino Costa e Sousa Director: Carlos Aguiar Gomes Concepção gráfica e produção: Empresa do Diário do Minho, Lda. Assinatura anual: Portugal 7,5 euros; Estrangeiro 20 euros

Periodicidade mensal Depósito legal n.º 1695/83 Registo ERC: Isento ao Abrigo do Decreto Regulamentar 8/99 de 9/6, artigo 12.º, n.º 1, alínea a.

Aviso Informam-se todos os interessados que o HOTEL S. BENTO DA PORTA ABERTA já abriu. A Mesa

400.o aniversário do nosso Santuário

Vamos comemorar!

1615-2015

INFORMAÇÕES ÚTEISA Basílica tem serviço de enfermagem disponível

Os peregrinos podem fazer refeições, a preços muito acessíveis, no Restaurante Self-Sevice do Hotel. Este também tem serviço de restauração, para visitantes ou festas familiares ou de convívio, além de serviço de quartos com excelentes condições que o tornam hotel de 4 estrelas. Para grupos a Basílica dispõe de casas para reuniões, retiros ou jornadas de estudo ou de oração, adaptadas a diversas modalidades.

Em cada dia 7 do mês, rezar-se-á pelos mártires cristãos contemporâneos e, no dia 15, pelas famílias.

EUCARISTIAS DOMINICAIS

7:30; 9:30; 11:30; 16H15:30 – Rosário

VESPERTINAS

16H – Eucaristia estatutária15:30 – Rosário

N.B – Nos dias de todos os Santos (1 de Novembro), Natal e Páscoa, não há eucaristia às 16H.Durante a semana às 10:30 eucaristia ou celebração da Palavra.

HORÁRIO DAS MISSAS

1.ª QUINTA DE CADA MÊS NA CAPELA DA ADORAÇÃO, das 15H-17H.2.º DOMINGO DE CADA MÊS NO SANTUÁRIO, das 15-16H.SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO (CONFISSÕES), todos os dias, antes e depois da eucaristia. Fins-de-semana: 9H -12H e 15H-16 H.

EXPOSIÇÃO DO SANTISSIMO SACRAMENTO

Sugestão para peregrinos e simples devotos de S. Bento: Transformem sempre a vossa caminhada numa verdadeira “ BUSCA DE DEUS “, tendo S. Bento como modelo.Livros recomendados, de leitura simples, estão à venda na Casa das Estampas que ajudarão a retirar o maior proveito deste encontro com S. Bento

INFORMAÇÕES GERAIS Basílica de S. Bento da Porta Aberta

A Basílica de S. Bento da Porta Aberta nasceu de uma pequena ermida mandada construir em 1614 pelo Visitador do Arcebispo de Braga, Dom Frei Aleixo de Menezes, Cónego Miguel Figueira. Executou esta ordem o Pároco de Rio Caldo, P. João Rodrigues que dedicou esta ermida a S. Bento, em 1615, em homenagem ao grande monge nascido em Núrsia, Itália, no ano de 480. Em 21 de Março de 2015, Sua Santidade, o Papa Francisco, a pedido de Sua Excia Reverendíssima, o Senhor Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, Dom Jorge da Costa Ferreira Ortiga, por proposta da Mesa Administrativa, elevou à dignidade de Basílica o santuário de S. Bento da Porta Aberta, assinalando os 400 anos da fundação da primeira ermida. A partir desta data, os peregrinos podem usufruir de inúmeras graças, para si e pelos defuntos, cumprindo os requisitos necessários para obterem as indulgências concedidas por Sua Santidade .

Reitor – P. Adelino Costa e Sousa

A Basílica está aberta todos os dias do ano das 06h00m às 20h00m. O Trono de S. Bento está acessível todo o ano das 06h00m às 20h00 m Nos meses de Julho e Agosto está acessível 24 horas.

Festas principais: 21 de Março (dia do Trânsito ou Morte de S. Bento em 547); Dia 11 de Julho (S. Bento, Pai e Padroeiro da Europa); 12 de Julho (S. João Gualberto, monge beneditino, Padroeiro das florestas); 12 a 15 de Agosto (grande romaria popular em honra de S. Bento).Ouras celebrações significativas ao longo do ano – 11 de Fevereiro (Dia Mundial do Doente); 19 de Março (Dia do Pai); 1o Domingo de Maio (Dia da Mãe e do Trabalhador); 1 de Junho (Dia Mundial da Criança); 26 de Julho (Dia Nacional dos Avós) . Nestes dias haverá sempre uma oração e bênção própria. Cada dia 7 haverá oração pelos cristãos perseguidos e no dia 15, oração pelas famílias.

SÃO BENTO da PORTA ABERTA . FEVEREIRO 2016

12