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Universidade Candido Mendes Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Diretoria de Projetos Especiais Projeto “A Vez do Mestre” A MÚSICA COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Tatiana Pereira Aragão Orientadora: Profª Ms. Ana Cristina Guimarães Rio de Janeiro Janeiro 2005

A MÚSICA COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA … PEREIRA ARAGAO.pdf · seus benefícios e recursos para tratamentos e curas de doenças. A relevância educacional deste

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Universidade Candido Mendes

Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento

Diretoria de Projetos Especiais

Projeto “A Vez do Mestre”

A MÚSICA COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM

DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Tatiana Pereira Aragão

Orientadora: Profª Ms. Ana Cristina Guimarães

Rio de Janeiro

Janeiro 2005

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Universidade Candido Mendes

Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento

Diretoria de Projetos Especiais

Projeto “A Vez do Mestre”

A MÚSICA COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM

DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Apresentação de monografia à

Universidade Cândido Mendes, como

condição prévia para conclusão do

curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Psicopedagogia.

Por Tatiana Pereira Aragão

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, primeiramente, pois foi quem

planejou toda essa experiência para minha vida e, também

por ser o Grande Socorro e Sustento, nas horas de aperto.

E por ter me dado a oportunidade de adquirir novos

conhecimentos.

A meus pais, por terem me colocado no mundo e por

terem proporcionado a minha ida com 1 ano e 8 meses para

a Educação Infantil.

A meus novos amigos, que me proporcionaram estar em

suas companhias e a dar boas gargalhadas, na hora do

desespero. E também, por poder contar com sua Amizade.

Ao Corpo Docente, que participou desse processo,

oferecendo-me subsídios para chegar a essa pesquisa. Em

especial, a Mary Sue, que a cada dia me deixava mais

apaixonada por esse tema e por acreditar em mim. A Ana

Paula Lettieri, que foi meu sustento numa hora difícil,

ajudando-me a aceitar os Planos de Deus para minha vida.

E enfim, a Ana Cristina, que me auxiliou na estruturação

deste trabalho e pela sua paciência.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho acadêmico a todos os

apaixonados por música, por seus efeitos em suas vidas e

que acreditam que ela seja uma grande aliada para a

Educação.

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RESUMO

Esse trabalho é uma reflexão sobre a prática musical

com crianças da Educação Infantil.

Prática que bem estruturada, traz grandes benefícios

para o desenvolvimento gradativo, processual, global e

pleno desses pequenos indivíduos.

A música é uma grande fonte de conhecimentos que

leva a criança a querer buscar sempre mais outros tipos

de conhecimentos, não só musicais.

Ela é uma grande aliada para os professores, já que

os pequenos têm uma forte ligação com a música, sons,

desde o ventre materno.

Desenvolver esse assunto foi uma forma de revigorar

a minha energia, adquirir novos conhecimentos para

desenvolver um trabalho coerente e significativo para as

crianças que trabalho e que irei trabalhar.

Trabalhar consciente de que a música, com seus usos

e recursos, que são infinitos, é poder acreditar que a

teoria dá certo, que podemos lutar e seguir em frente,

derrubando todos os obstáculos que estão em nosso

caminho.

Palavras-chaves: Educação Infantil, Música, Criança.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa

bibliográfica, que me levou a um grande aprofundamento no

assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I 11

CAPÍTULO II 23

CAPÍTULO III 37

CONCLUSÃO 42

REFERÊNCIAS 44

ÍNDICE 47

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

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INTRODUÇÃO

Partindo de uma experiência musical vivida por mim e

da experiência também vivida pelas crianças, da Educação

Infantil, que convivo e convivi, despertou-me o interesse

pelo tema: MÚSICA, precisamente para crianças de 0 a 6

anos. Observando seus efeitos e que uso podemos fazer

dela, em todos os seus aspectos, decidi aprofundar o

despertar por este assunto e buscar novos conceitos

referente ao mesmo e tudo o que nos tem a oferecer.

Falar de educação musical para crianças é relembrar

uma experiência de minha própria vida e dos benefícios

que foi proporcionado com a prática da mesma.

Como estamos vivendo numa sociedade cheia de

informações e turbulenta, precisamos direcionar esses

pequenos indivíduos, para que, no futuro, possam ser

capazes de sobreviver em meio a tantos desafios. E a

música é uma grande aliada neste caminhar.

Como esse trabalho foi intitulado de: A música como

facilitadora da aprendizagem da criança na Educação

Infantil, busquei deixa bem claro algumas questões.

No Capítulo I, a Educação Infantil e a Música,

abordei um pouco sobre o que é a Educação Infantil hoje e

o que ela nos traz de referências para essa primeira

educação oferecida às crianças pequenas. Um breve relato

sobre a musicalização como base do começo da educação

musical e como se dá essa mesma educação musical na

Educação Infantil, na escola.

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Já no Capítulo II, a Criança e a Música, falei um

pouco sobre o desenvolvimento infantil e como a

aprendizagem é despertada; e também, sobre a criança e a

música, como ela reage diante dos sons e de seus usos.

Enfim, no Capítulo III, os efeitos da música,

relatei os poderes da música para o ser humano global, os

seus benefícios e recursos para tratamentos e curas de

doenças.

A relevância educacional deste estudo é mostrar que

a criança uma vez estando em contato com uma experiência

musical, num ambiente escolar desde a sua primeira

infância, estará sendo estimulada a refletir sobre o meio

que a cerca, podendo ser mediada, através de um

profissional capacitado, a levá-la a descobrir,

naturalmente, a verdadeira batalha que irá ter a cada

estágio de sua vida.

Com a pouca discussão sobre o assunto e tendo em

vista a necessidade de conscientizar as pessoas

interessadas sobre a importância da criança de ter

comunicação com essa experiência musical num ambiente que

lhe proporcione novas descobertas e que a leve a

solucionar desafios do cotidiano, procurei apresentar o

tema de maneira sutil e encantadora, para que as pessoas

que forem ler esse trabalho fiquem contagiadas pela mesma

felicidade que senti fazendo essa pesquisa e me lançando

a novas buscas para minha vida.

Falar um pouco sobre a Educação Infantil, a Música e

a Criança é remeter o começo de uma caminhada, ao início

da minha infância.

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Espero que eu possa contribuir com o meu trabalho

com pistas para os velhos e novos educadores, para que se

tenha mais abertura as artes, que são tão significativas

para nossas vidas.

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CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO INFANTIL E A MÚSICA

1.1- A Educação Infantil

Segundo Cuberes (2002), a Educação Infantil é uma

fase na vida do indivíduo que abrange de os 0 aos 6 anos

de idade. Está dividida em dois ciclos: Maternal (de 0 a

3 anos) e Jardim de Infância (de 3 a 6 anos).

A Educação Infantil é um complemento junto à família

no desenvolvimento e na educação das crianças.

Ela surgiu a partir de novas idéias sobre a criança

e a sua infância, e através da educação torná-la um

indivíduo sociável e ajustado à sociedade.

Como os contextos históricos, social e econômico

tiveram uma grande modificação, as mulheres tiveram que

trabalhar para ajudar no orçamento de casa. E as famílias

tiveram que ter uma nova estruturação. A partir dessas

transformações foi criada a Educação Infantil com o

objetivo de compartilhar com as famílias o

desenvolvimento social, cognitivo, psicomotor e emocional

desses pequenos indivíduos.Portanto, a Educação Infantil

não é uma fase que apenas antecede ao Ensino Fundamental,

e sim, uma formação com suas próprias características.

Para Nicolau (1986), a finalidade que a Educação

Infantil tem é de criar condições satisfatórias para

saciar as necessidades básicas da criança, oferecendo-lhe

um ambiente de bem-estar social, emocional, psicomotor e

cognitivo, mediante a realização de atividades lúdicas

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que promovam a curiosidade e a espontaneidade,

estimulando novas descobertas e estabelecendo novas

relações a partir do que já se conhece.

Segundo Bujes (apud CRAIDY, 2001), para acontecer a

educação da criança na primeira infância são necessários

dois processos complementares e indissociáveis: educar e

cuidar. As crianças nesta faixa de idade necessitam de

atenção, carinho e segurança. E, também, ter contato com

o mundo que a cerca, através de experiências com as

pessoas e o meio. Se não existir atividades voltadas para

o cuidar e o educar, não haverá possibilidades das

crianças se inserirem neste mundo. Então, pode-se ver que

cuidado e educação são entendidos de forma estreita.

“A criança vive um momento fecundo, em que

a interação com as pessoas e as coisas do

mundo vai levando-a a atribuir

significados àquilo que a cerca. Este

processo que faz com que a criança passe

a participar de uma experiência cultural,

que é própria de seu grupo social, é o

que chamamos de educação. No entanto,

esta participação na experiência cultural

não ocorre isolada, fora de um ambiente

de cuidados, de uma experiência de vida

afetiva e de um contexto material que

lhes dá suporte”. (BUJES apud, CRAIDY,

2001, p.16)

Em algumas instituições de classes populares a

prática tem-se voltado para a submissão, o

disciplinamento, o silêncio, a obediência e, também, de

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forma perversa, ocorre a “escolarização precoce”. As

experiências que podemos ver na maioria das escolas

fundamentais são: atividades com lápis e papel, jogos na

mesa, alfabetização precoce, não flexibilidade dos

horários, rotinas repetitivas e pobres.

A descrição anterior desconhece, na prática, na

dimensão educativa, um modo como devemos ver as crianças

atualmente: como indivíduos que vivem uma realidade que

tem como características o sonho, a fantasia, a

afetividade, a brincadeira, as manifestações de caráter

subjetivo. A infância passa a ser um momento passageiro,

que deve ser apressado, como tudo na vida.

As crianças estão mais ativas e mais capazes de

lidar com as coisas do seu mundo, se lhes forem

oportunizado um ambiente propício.

Como vive-se contextos culturais e históricos em

permanente transformação, as crianças também participam

dessa mudança e são modificadas com as experiências deste

mundo que é dinâmico.

Um grande desafio que temos que enfrentar diante das

crianças é de perceber o quanto são diferentes e que essa

diferença não deve ser desprezada.

“A experiência da Educação Infantil

precisa ser muito mais qualificada. Ela

deve incluir o acolhimento, a segurança,

o lugar para a emoção, para o gosto, para

o desenvolvimento da sensibilidade; não

pode deixar de lado o desenvolvimento das

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habilidades sociais, nem o domínio do

espaço e do corpo e das modalidades

expressivas; deve privilegiar o lugar

para a curiosidade e o desafio e a

oportunidade para a investigação”.

(BUJES, apud CRAIDY, 2001, p.21)

Por tudo isso, a Educação Infantil é indispensável

para a sociedade. Solução para o novo panorama social,

criado a partir de novas formas de organização familiar e

da participação da mulher na sociedade e no mundo do

trabalho.

É um lugar que por muito tempo vai levar as crianças

a descobrirem o mundo.

Segundo Bassedas (1999), “a entrada na escola supõe

uma ampliação importantíssima do meio da criança; graças

a tal ampliação, pode acender a novas relações, a novas

emoções e a novos conhecimentos.” (p. 283)

Segundo Seber (1995), a criança é social desde o seu

nascimento.

Aos poucos, ela tem necessidade de ter um contato

maior com um número maior de pessoas fora do âmbito

familiar.

Quando a criança vai para a escola é importante que

o professor compreenda que tipo de relação ela estabelece

com o adulto e com as outras crianças. Com os adultos,

ela sofre influências no seu modo de pensar, mas tudo o

que ela assimila é do seu ponto de vista. E com as

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crianças, ela troca porque há um estreitamento de idéias

já que o seu nível de desenvolvimento é igual. Por isso,

é necessário ressaltar as interações criança-criança.

Para Oliveira (2002), o papel do professor em

relação às crianças é propiciar a elas, diferentes

situações. Comumente, vemos no ambiente de sala de aula a

relação que as próprias crianças atribuem a elas mesmas:

atos cooperativos, imitações, diálogos, disputas de

objetos e mesmo brigas; essas ações são grandes momentos

de desenvolvimento. Portanto, os educadores devem

propiciar as condições necessárias para lidar

positivamente com elas.

A função que as crianças de mesma idade exercem uma

sobre as outras, é a de polarizar as atenções recíprocas,

constituindo fonte de interesse, imitação e percepção das

diferenças, favorecendo a manifestação de saberes já

adquiridos e a construção de um conhecimento partilhado.

Na relação com os parceiros, elas aprendem a

conviver em grupo, desenvolvendo competências e valores.

Essa interação criança-criança é uma valiosa arena de

crescimento pessoal.

A Educação Infantil tem que atender as necessidades

da criança superando a individualidade presente em nossa

sociedade. A criança quando interage com outras crianças

e adultos busca construir sua identidade dentro de um

clima de segurança, exploração e autonomia.

Para acontecer a construção da identidade da criança

é importante considerar a criação de um ambiente cheio de

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estímulos, priorizando o desenvolvimento da imaginação,

do raciocínio e da linguagem.

Segundo Zagury (2002), além dos ganhos afetivos e

sociais desenvolvidos na Educação Infantil, também vale

ressaltar o trabalho realizado pelos educadores, que

influenciarão por toda a vida da criança na escola e no

seu futuro.

Trabalho esse, que se for bem desenvolvido pode

despertar as potencialidades de cada pequeno indivíduo e

suas habilidades.

Para Meira (2002), é na Educação Infantil que a

criança aprende que nós, os adultos, não somos superiores

a ela. Somos também gente que chora, que ri e que

desenvolve outras atividades, enquanto ela aprende a

descobrir o mundo.

E que para essa descoberta do mundo aconteça, faz-se

necessário dar subsídios e lançar a criança a novas

atividades que propiciem novos saltos, que almejam o

desenvolvimento global de cada indivíduo na idade de 0 a

6 anos. E um desses subsídios que pode ajudar nesse

crescimento é a música.

1.2 – Breve relato sobre a musicalização

Segundo Bréscia (2003), a música desperta prazer

sobre os que a criam, a exercem e a ouvem.

Produz também efeitos nas pessoas, nos aspectos

psicológico, social, emocional e cognitivo.

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A musicalização nos indivíduos traz uma vasta

vivência e manuseio das habilidades musicais, acrescido

da estimulação do desenvolvimento global dos mesmos.

Para Maffioletti (apud CRAIDY,2001), o homem criou a

linguagem musical para expressar suas idéias e

sentimentos, deixando-a tão perto de todos.

Para Brito (2003), o processo de musicalização

acontece, para bebês e crianças, de maneira espontânea,

intuitiva, por meio do contato com sons do cotidiano em

que vivem.

Quando a criança aprende através da música

combinando sons, ela consegue compreender os sons de sua

cultura e capturar as aprendizagens através das trocas

sociais.

“Quando a mãe ensina para o seu filho a

canção ‘Atirei um pau no gato’ ao mesmo

tempo em que se aproxima dele pelo clima

afetuoso que o canto propicia, está da

mesma forma preparando seu afastamento,

porque sua aprendizagem vai possibilitar

sua integração na cultura. É nesse

movimento de aproximação e afastamento

que a criança aprende a conhecer a si

mesmo e aos outros, utilizando a música

como uma fonte de vínculos e de

aprendizagens afetivas e sociais”.

(MAFFIOLETTI, apud CRAIDY, 2001, p. 130)

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Com esse lançamento da criança ao mundo, através de

sua mãe, e pela música, constata-se que quando ela inicia

a sua vida escolar, a música é uma grande aliada na

adaptação ao novo espaço e a nova etapa da vida do ser

humano. Ela faz com que se sinta segura e forme os

primeiros vínculos essenciais com o novo ambiente,

tornando-o aconchegante e familiar.

O desenvolvimento da musicalidade nas crianças deve

estar conforme a sua vivência musical. A gênese da

musicalização na criança se dá ainda em casa, quando é

oferecido a ela uma infinidade de ferramentas que a leva

descobrir os sons e seu universo, através canções,

instrumentos, objetos sonoros variados, gravuras

relacionadas, etc. Na escola no entanto, deverá se

realizar um direcionamento deste interesse para o

desenvolvimento de outros aspectos ligados à criança

(criatividade, coordenação motora, lateralidade, lógica,

estética, etc).

1.3- A música na Educação Infantil

Para o RCNEI (1998), a música através de cantos,

brinquedos de roda, parlendas, trava-línguas fazem parte

do brincar do universo infantil e, também, de sua

cultura. Mesmo que tenham sido trocados pela música que a

mídia nos apresenta, ainda está muito presente na vida

das crianças e no dia-a-dia da Educação Infantil. Muitas

vezes, a música é somente utilizada como suporte para a

aquisição de conhecimentos gerais, ou por meio de

formação de hábitos e atitudes, já que existe uma

afinação natural, a identificação da criança com a

linguagem musical e seu envolvimento positivo com as

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atividades musicais. Mas como a criança tem mecanismos

para expressar-se corporeamente e musicalmente, cabe ao

educador estimulá-la a desenvolver a expressão infantil,

através da música somada ao movimento corporal.

Pode-se perceber que o musical está sempre acrescido

do corporal. E esta sintonia está em constante movimento.

Quando não existe esse movimento, encontramos o silêncio.

Se não existir o silêncio, não há som, pois a música é a

organização entre esses dois elementos: som e silêncio. E

a combinação desses elementos nos permite ter sensações e

emoções, sendo de grande importância para a vida da

criança na criança na Educação Infantil.

“A criança interage ativa e criativamente

com a música, construindo seu percurso e

elaborando seu conhecimento. Aprendendo a

ouvir a cultura musical infantil, ou

seja, conhecendo, entendendo e

respeitando o modo como percebem e se

expressam, será possível ampliar e

enriquecer o trabalho musical que se

pretende desenvolver”.(RCNEI, 1998, p.

174)

Para que o trabalho musical seja bem desenvolvido

por parte do educador, é necessário que o mesmo respeite

como a criança faz a música presente em sua vida, e a

partir desta observação traçar estratégias para

desenvolver um bom trabalho musical.

“A tônica do trabalho pedagógico é

possibilitar um ambiente de descoberta e

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revelação dos imaginários infantis,

buscando a organização da forma e a

conquista de outros possíveis, a partir

do fazer musical – forma que, inerente à

linguagem musical, deve ser estruturada

no dia-a-dia da sala de aula em sua

totalidade, estou querendo dizer que a

música deve ser desenvolvida na amplitude

de seu acontecer, o que inclui não

somente cantar musiquinhas no dias das

mães ou melodias específicas para lavar

as mãos, sentar, guardar os brinquedos,

mas também, e principalmente, compor,

improvisar, explorar o seu corpo como um

instrumento musical, conhecer, manipular,

classificar, registrar, identificar,

escutar sons e músicas, tocar,

movimentar-se no espaço, apreciar a

literatura universal da música, refletir,

participar de performance enfim, produzir

e pensar música”. (LINO, apud CUNHA,

2002, p. 68)

O professor tem que levar a criança ao fazer

musical, e não somente cantar músicas e pensar que está

fazendo música, vai muito além disso. Para que haja esse

fazer musical, a criança tem que ser levada a descobrir

minuciosamente todos os elementos que a música nos

oferece.

Para Pereira (2002), as atividades musicais deveriam

ser realizadas diariamente, e não só quando são

oferecidas como atividades extras, em uma ou duas vezes

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por semana e com duração de vinte a trinta minutos.

Vivenciando essas atividades, as crianças podem se

desenvolver individual e coletivamente, despertando os

sentimentos: de solidariedade, cooperação, interação,

socialização, sensibilidade e, principalmente, o de estar

em grupo.

A música enriquece a vida das crianças e desperta

novos conhecimentos para suas vidas.

Com ela pode-se mergulhar em diversas formas de

trabalho, chegando ao maior objetivo, que é o

desenvolvimento global desses pequenos indivíduos. A

música pode ser utilizada através da apreciação musical,

do ouvir; da expressão corporal, através dos efeitos que

ela nos traz, fazendo com que os movimentos sejam livres

e prazerosos; e cantar em conjunto, harmonizando e

desenvolvendo a respiração, a vocalização, a dicção,

enriquecendo o vocabulário e a expressividade.

“Assim como abrimos os olhos e enxergamos

todo um campo visual em nosso redor, o

mesmo acontece com o nosso ouvido:

escutamos quase todo o contexto sonoro

que nos envolve. Educar esse ouvir é a

tarefa principal da escola onde a escuta

se amplia à medida em que promovemos

estratégias que levam as experiências de

produção, percepção, reflexão e

representação musicais. Para que possamos

ser agentes dessa construção, é

necessário que, enquanto professores,

acreditemos que somos capazes de fazer

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música, ser produtores e pensadores

musicais, capazes de gostar de música,

arriscar-se a descobri-la, investigar,

cantar, dançar, perceber, apreciar,

refletir, etc. O professor deve viver a

experiência sonora, passando por sua

expressão e percepção que levam à

comunicação; afinal, a música é linguagem

e, como tal, um meio de comunicação. O

fundamental é que você, como professor,

tenha paixão de ensinar e aprender”.

(LINO, apud CUNHA, 2002, p. 68-69)

A autora expressa nesta citação, toda a preparação

que o docente tem que ter para desenvolver o trabalho com

a música na Educação Infantil. Se esses passos forem

desenvolvidos pelo educador, logo se pode preparar o

educando para essa experiência apaixonante através da

música.

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CAPÍTULO II

A CRIANÇA E A MÚSICA

2.1- Desenvolvimento Infantil

Segundo Bassedas et al (1999), o desenvolvimento

está ligado à formação das funções propriamente humanas

(linguagem, raciocínio, memória, atenção, estima). É um

processo que se descobrem as potencialidades dos

indivíduos, isto é, que passamos da dependência para a

autonomia.

O desenvolvimento humano é o resultado da maturação

com o estímulo do meio em que se vive.

Para Oliveira (2002), o desenvolvimento humano é um

processo de construção. Construção do homem em sua

permanente atividade de adaptação a um ambiente. A

criança cria seu próprio meio dando-lhe um significado,

adotando uma maneira de agir que irá transformar sua

maneira de expressar-se, pensar, agir e sentir.

Segundo Gesell (1999), o desenvolvimento é um

processo contínuo com início na concepção avançando

através de fases em seqüência ordenada.

Essas fases representam um grau ou nível da

maturidade do desenvolvimento.

Como não existem crianças iguais, as variações

individuais ligam-se através de características estáveis

do desenvolvimento de acordo com a faixa etária.

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“Durante a faixa etária de 2 a 7 anos,

aprendem a falar, a desenhar, a

gesticular, a manejar sistemas de mímica,

de número e de música. Além disso,

efetuam esta aprendizagem com tal

velocidade e eficácia que parece razoável

vê-las em sua entrada na escola como

fluentes usuárias de símbolos. Nessa

etapa, as crianças claramente atingiram

habilidade em diversos meios: seus

desenhos, suas histórias, suas melodias e

seqüências gestuais são competentemente

executados e podem, em grande parte, ser

‘lidos’ ou decodificados por outros na

sociedade. Podemos, então, falar neste

momento de um conhecimento ‘primeiro

rascunho’ de certos procedimentos e

normas de prática artística”. (GARDNER,

1999, p. 90)

Segundo Gessell (1999), “os primeiros cinco anos do

ciclo de desenvolvimento da criança são os mais

essenciais e os mais formativos pela razão simples, mas

suficiente, de serem os primeiros. A sua influência sobre

os anos que depois se seguem é incalculável”. (p.17)

“O desenvolvimento humano é um processo

integrado que abrange todos os aspectos

da vida humana. Isto faz com que o ser

condicione o conhecer, o que, por sua

vez, condiciona o ser, a partir de sua

interação com o mundo. Na verdade, não

existe uma aprendizagem formal

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circunscrita a um determinado momento na

vida e a um lugar específico. O processo

de desenvolvimento é integrado, amplo e

muito mais rico do que se supunha até

então.”(MORAES, 2003, p.49)

Desenvolver é conviver com mundo, com próximo,

havendo a troca com seus pares, é cuidar do outro como

cuida de si próprio. É se inter-relacionar com o meio,

com toda a sua complexidade. É estar conectado com a

grande teia da vida.

“Nos primeiros anos de seu

desenvolvimento, as crianças assimilam o

sistema básico de símbolos de cultura,

porém tal conquista tem uma dimensão

pessoal. Com certeza, as crianças

pequenas exploram as possibilidades de

tais sistemas, experimentando e brincando

ativamente com eles, e, nesse processo,

atingem resultados bastante prazerosos

para si e maravilhosos para os

outros”.(GARDNER, 1999, p.94)

Por isso, segundo Felipe (apud CRAIDY, 2001), o

desenvolvimento infantil é dinâmico. As crianças

interagem com o seu corpo, com outras crianças, com os

adultos e com seu meio. A partir dessa interação

desenvolvem a capacidade afetiva, a sensibilidade e a

auto-estima, o raciocínio, a linguagem e o pensamento. E

esse desenvolvimento se dá de forma simultânea e

integrada, existindo a articulação entre o

desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo.

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O papel do adulto nesta fase é proporcionar, aos

pequenos, experiências enriquecedoras e diversificadas,

para que possam fortalecer a auto-estima e desenvolver

suas capacidades.

2.2- A Aprendizagem

Para Silveira (2004), o desenvolvimento do cérebro

ocorre mais rápido nos primeiros anos da vida da criança.

O desenvolvimento sadio do mesmo atua sobre a capacidade

cognitiva. Quando esta capacidade é ativada pelas funções

como linguagem, matemática, arte, música ou atividade

física facilitam para que as crianças desenvolvam seu

potencial e sejam futuros adultos inteligentes,

confiantes e articulados.

Os ambientes enriquecidos e estimulados com recursos

materiais, prática de exercícios físicos e uma boa

alimentação influenciam no desenvolvimento da memória e

da aprendizagem.

Para que a memória funcione adequadamente no

processo de informação é necessário que haja uma busca da

integração dos dois hemisférios, equilibrando o uso de

nossas potencialidades. E, também, é de suma importância

manter a atenção ativada, já que o ser humano se distrai

facilmente. Portanto, recorrer a música pode ajudar nesse

processo, pois quando é usada apropriadamente diminui o

ritmo cerebral, e contribui para a equilibração no uso

dos hemisférios cerebrais.

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Para Maturana e Varela (apud MORAES, 2003), o

cérebro não é a única estrutura responsável pela

construção de conhecimento. Ele é parte da estrutura pela

qual a cognição opera. Cognição é o processo de conhecer.

E conhecer não é somente pensar, raciocinar e medir, esse

processo é muito mais amplo, pois a vida é dinâmica. E

para que essa dinâmica seja perfeita, também, são

necessárias a percepção, a ação e a emoção.

Portanto a música é a grande colaboradora no

processo de construção do conhecimento. Ela desperta

esses elementos que são importantes nesse processo.

Segundo Moraes (2003), para que essa aprendizagem

seja totalizadora é preciso trabalhar a autonomia, a

criatividade, a criticidade, adotar o enfoque reflexivo

na prática pedagógica, para que os educandos possam

evoluir como seres humanos e futuros cidadãos. É preciso,

também, resgatar o prazer em aprender, despertando o

sentimento de satisfação e alegria por estar superando

mais um desafio.

“Daí a importância da educação procurar

desafiar a curiosidade de nossas

crianças, levá-las a refletir, a desejar

e a querer investir a sua energia

psíquica e o seu tempo na descoberta de

algo novo e desafiante, para que elas

possam incorporar em suas memórias as

sensações de prazer e de bem-estar. É

esta memória do prazer em aprender

materializada em seu corpo que,

certamente, a levará a continuar

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aprendendo ao longo da vida, a estar com

o espírito sempre aberto às

possibilidades de aprendizagem contínua”.

(MORAES, 2003, p. 67)

A citação acima explica o importante papel da

educação nos primeiros anos de vida do indivíduo. É

preciso estar atento aos sinais que as crianças nos

enviam, seja de interesse, seja de desmotivação. É

fundamental viabilizar experiências estimulantes e

prazerosas. É a todo o momento lançar um novo desafio,

pois é a cada fase desse desafio, que perceberão o quanto

temos que aprender para saltarmos um obstáculo e

vencermos na vida,construindo assim um novo conhecimento.

“A música, tanto para aquele que executa

como para o que ouve, é uma informação

auditiva organizada e ajuda a organizar a

mente que escuta, reduzindo assim o

estresse, a entro pia psíquica e a

desordem”. (CSIKSZENTMIHALYI, apud

MORAES, 2003, p. 71)

Nesse processo de novos desafios, a música é bem

vinda, já que ela tem o poder de reorganizar o indivíduo

com o todo.

Para Moraes (2003), escutar certos tipos de música:

relaxa, acalma e enriquece a vida. Se for “saboreada” com

atenção pode evocar sentimentos bastante significativos

para vida do ser humano.

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“Os momentos de escuta musical atenta

proporcionam a sensação de pertencimento

a um mundo maravilhoso ao qual nos

sentimos integrados, o que nos dá a

sensação de que somos únicos na espécie

humana, especiais em nossa singularidade.

Mas, ao mesmo tempo em que reconhecemos

as nossas especificidades nos diluímos

como personalidade num universo que

transcende a nossa dimensão corporal e

percebemos que somos apenas um fio de uma

teia que tece e é tecida na própria trama

da vida. São momentos de diferenciação e

de integração que fazem com que a

criatura se expanda em direção ao

Criador, e sinta uma sensação única de

gratidão pela vida, fazendo com que o ser

se desprenda de uma série de

mesquinharias do dia-a-dia e se

transforme em pessoa mais consciente,

generosa e feliz”. (MORAES, 2003. p. 72)

A música seria, para nós, uma espécie de

sintonizador, que nos levaria a uma sintonia pura, onde

acharíamos a estação da vida, conseqüentemente elevaria o

nosso ser a novas aprendizagens.

“A música não poderia ser vista como algo

supérfluo no ambiente escolar. Utilizá-la

adequadamente seria uma forma de

trabalhar a energia psíquica dos

sujeitos, ajudando-os a diminuir a

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agressividade e a violência nas escolas”.

(MORAES, 2003, p. 72)

Se fosse aproveitada de maneira correta, como forma

de aprendizagem, a música seria algo que levasse os

indivíduos a vivê-la além do que é normal, ela nos dá

prazer, nos transforma, quando trabalhada de maneira

séria, harmoniza o ser humano a ordenar a sua

consciência.

“Educar as crianças desde a mais tenra

idade em um ambiente enriquecedor,

estimulando a linguagem falada, cantada,

escrita criando um clima estruturado com

afetividade diversificando positivamente

as sensações, com a presença de cor, de

música, de interações sociais, de jogos

visando o desenvolvimento de suas

capacidades cognitivas e memórias

futuras, favorecendo assim o seu

processo”. (SILVEIRA, 2004, p.2)

Completa Maffioletti (2004), que se a criança canta

e recita versos, ela apreende melhor a estrutura de sua

língua materna e consegue reconhecer o valor da

sonoridade das palavras. Aprende, também, que uma simples

entonação muda o sentido das palavras e que essa relação

é necessária na comunicação.

A escola tem uma importante missão, que é a de

aproveitar o potencial de inteligência de seus alunos

para conquista do sucesso no processo de aprendizagem.Os

educadores são os principais mediadores, por meio do

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desenvolvimento de projetos de interesse para a realidade

do ensino e aprendizagem. Quando compreendem que

aprendizagem envolve cérebro, corpo e sentimentos, adotam

uma ação mais competente, levando em conta a influência

das emoções para o desenvolvimento na construção de

conhecimento.

2.3- A CRIANÇA E A MÚSICA

Para Bogomoletz (2000), é ainda no útero de sua mãe,

que o bebê inicia a sua aprendizagem musical.

Segundo Lino (apud CUNHA, 2002), a criança começa a

perceber a música a partir do meio e da relação que

estabelece com as pessoas do seu convívio. O primeiro

contato da criança com a música é quando ela ainda está

na barriga de sua mãe, pelo som do seu coração. Depois

ela é lançada a novas experiências, através dos sons

internos de sua mãe e/ou da voz ou de pessoas que

conversam com a criança ainda bebê.

“As crianças que são levadas a explorar

expressões musicais desde os primeiros

meses, ouvindo a voz de seus pais,

balbuciando, gorgolejando, realizando

emissões vocais em diferentes situações,

imitando o fraseado rítmico e melódico de

adultos e crianças a sua volta, sendo

realimentadas sonoramente, bem como

acompanhando essas expressões musicais

com movimentos motores e rítmicos,

estarão mais aptas a organizar

mentalmente os sons de forma a ordená-los

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num espectro de altura que lhes permita

realizar glissandos ou esboços do

contorno melódico-rítmico de canções”.

(LINO, apud CUNHA 2002, p. 73)

É grande a importância de lançar as crianças no

mundo musical, desde os primeiros meses de vida. Nesse

primeiro momento, é preciso investir em alguns passos,

para que a musicalidade que existe em cada criança desde

a sua concepção seja despertada: cantar para o bebê, pois

a voz humana é insubstituível em sua ternura e expressão,

acarretando uma maior fluência na musicalidade infantil;

realimentar as expressões sonoro-rítmicas do bebê,

repetindo os sons que este produz enquanto fonte preciosa

de comunicação e desenvolvimento da musicalidade; imitar

sons ou ruídos que aparecem no meio ambiente do bebê;

inventar canções para o bebê; escolher uma ou duas

músicas e cantar diariamente para o bebê; colocar o bebê

em contato com outros bebês, para que possa vivenciar as

sonoridades características de cada um; demonstrar

afetividade diante das expressões musicais do bebê,

principalmente seus improvisos vocais; movimentar os

membros do corpo do bebê enquanto canta, acompanhando o

pulso, o ritmo e o estilo de música, ou mesmo percutindo

caminhos de som pelo seu corpo livremente; cantar

acalantos para o bebê; prestar atenção às emissões

sonoras e rítmicas do bebê, pois, mais tarde, serão

idênticas às utilizadas na fala; dançar com o bebê; fazer

massagem no bebê como hábito de relaxamento de todas as

partes do corpo, entoando ou escutando uma música suave;

e cantar e/ou inventar pedaços de música para o bebê,

deixando a deixa para que ele continue a canção.

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A música está presente na vida das crianças desde o

nascimento. Sua presença nas mais diferentes e variadas

situações do cotidiano faz com que elas iniciem seu

processo de musicalização de maneira muito intuitiva.Nas

interações que se estabelecem com o meio, os bebês

constroem um repertório que lhes permite iniciar uma

forma de comunicação por meio dos sons.

Do primeiro ao terceiro ano de vida, as crianças

ampliam os modos de expressão musical pelas conquistas

vocais e corporais. Podem articular e entoar um número

maior de sons, explorando gestos sonoros, como bater

palmas, pernas, pés, especialmente depois de conquistada

a marcha, a capacidade de correr, pular e movimentar-se

acompanhando uma música.

A expressão musical das crianças nessa fase é

caracterizada pela ênfase nos aspectos intuitivos e

afetivo e pela exploração (sensório-motora) dos materiais

sonoros.

A partir dos 3 anos, o modo de característico desse

idade integra gesto, som e movimento. Ocorre um maior

domínio com relação à entonação melódica. A criança

memoriza um repertório maior de canções. Ela é uma boa

improvisadora “cantando histórias”, misturando idéias ou

trechos dos materiais conhecidos, recriando,

adaptando,...

Aos poucos, começa a cantar com maior precisão de

entonação e a reproduzir ritmos simples orientados por um

pulso regular. Os batimentos rítmicos corporais (palmas,

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batidas nas pernas, pés,...) são observados e

reproduzidos com cuidado.

Além de cantar, ela mostra interesse pelos

instrumentos musicais, buscando entender a sua

construção. E, também, pelas músicas veiculadas pela

mídia, demonstrando a sua preferência.

“A criança é um ser ‘brincante’ e,

brincando, faz música, pois assim

relaciona com o mundo que descobre a cada

dia. Fazendo música, ela,

metaforicamente,’transforma-se em sons’,

num permanente exercício: receptiva e

curiosa, a criança pesquisa materiais

sonoros, ‘descobre instrumentos’, inventa

e imita motivos melódicos e rítmicos e

ouve com prazer a música de todos os

povos.” (BRITO, 2003. p.35)

Segundo Gardner (1999), dentro da importância

musical para o ser humano, a criança potencializa durante

o primeiro ano de vida: a capacidade de imitar os padrões

de entonação das estruturas lingüísticas que ouvem ao seu

redor, constituindo um tipo de habilidade básica sobre a

qual a conquista musical final será constituída.

O desenvolvimento musical dificilmente está completo

aos cinco anos de vida, mas as crianças expressam a

música usando a voz, o corpo ou instrumento livremente.

Howard (1984), afirma que em nenhum momento qualquer

ação da criança pode ser desconsiderada. Ela consegue

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prestar a atenção, quando pensamos que não está. Ela tira

som de qualquer coisa que tem nas mãos, não podendo ser

subestimada. O ato da criança é científico, pois primeiro

estuda os elementos constitutivos daquilo que lhe é

apresentado. Depois, reage aos fenômenos isoladamente

antes de estabelecer relações entre eles.

“O desafio da educação musical é respeitar

e construir sobre as habilidades e o

entendimento da música da própria criança

pequena, em vez de simplesmente impor um

currículo projetado principalmente para

assegurar performances musicais adultas

competentes. A pronta exploração de

segmentos e senso intuitivo da forma e

contorno de uma peça são experiências

preciosas que não deveriam ser

desconsideradas se desejamos que um

desabrochar completo de talento musical

ocorra posteriormente na vida”.(GARDNER,

1999, p.140)

A música, para as crianças, tem a função de

despertar as habilidades musicais que há em cada uma para

que no futuro possam descobrir a verdadeira vocação que

têm para a mesma.

Não é aconselhado para a criança da Educação

Infantil, o aprendizado musical que é através de manuseio

técnico de um instrumento musical, e sim a musicalização

que bem trabalhada desperta na criança o gosto e o

vínculo com a música.

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Completando a idéia acima, Maffioletti (2004) fala

que se não houvesse atividades espontâneas infantis, o

processo de desenvolvimento seria orientado pelo ponto de

vista dos adultos, isto é, as crianças seriam mini-

adultos, verdadeiros reprodutores das reações e idéias

dos mais velhos. Mas felizmente não é assim, as crianças

produzem e reproduzem sua cultura, uma cultura

direcionada para as sua necessidades psicológicas,

sociais e intelectuais.

“Precisamos reconhecer que a cultura

musical infantil existe e cumpri o

importante papel de promover

aprendizagens essencialmente humanas,

porque estão apoiadas no desenvolvimento

das interações sociais e na musicalidade

que nos caracteriza.” (MAFFIOLETTI, 2004,

p.38)

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CAPÍTULO III

OS EFEITOS DA MÚSICA

Para Bréscia (2003), não se discute os efeitos da

música sobre o ser humano e a sociedade. Ela tem o poder

de curar, elevar, acalmar, iluminar, nutrir e fortalecer.

A música está acessível a todos, independente de qualquer

coisa, fatores econômicos, sociais, raciais, religiosos e

de idade. Está disponibilizada a todo momento e é

gratuito. Pode ser reproduzida pelo corpo ou através de

instrumentos. Pode ser dada ou recebida. É fonte de

entretenimento e também um recurso de crescimento e

desenvolvimento humano.

“A música constitui ferramenta auxiliar da

educação, da mesma forma que participa de

tratamentos recuperativos, integrando

programas de desenvolvimento de condições

físicas e mentais do indivíduo (sem

prescindir da conclusão racional de

outras disciplinas médicas, paramédicas e

psicológicas)”. (SEKEFF, 2002, p.67)

Segundo o estudo realizado pelo Instituto de

Psicologia da USP(apud Sanchez, 2004),a música desperta a

atenção dos hiperativos, pois quando escutam o heavy

metal, eles se concentrem nas atividades motoras e não

metais.E para os que preferem os clássicos, aumentam as

conexões entre os neurônios e melhora o raciocínio

matemático.

Segundo Sanchez (2004), os efeitos da música são

bons para o nosso corpo.

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Para Muszkat (apud Sanchez, 2004), ela interage com

as atividades biológicas do organismo.E completa Corrêa

(apud Sanchez, 2004), as vibrações sonoras musicais

entram em ressonância com as do organismo, podendo causar

reações motoras e psíquica, equilibrando o que estiver em

desequilíbrio.

“A influência e o poder que caracterizam

a música como coadjuvante do processo

integral do ser humano aparecerão

especialmente destacados no caso de

indivíduos que apresentam deficiências ou

problemas físicos, afetivos, mentais ou

de integração social. Nesses casos, a

dimensão educativa se amplia para dar

lugar à função terapêutica.”(GAINZA,

1988, p.88)

A musicoterapia está longe de ser apenas um

tratamento para o paciente por meio de melodias.

No caso do mal de Alzheimer, os terapeutas estimulam

a memória com músicas que o paciente reconheça

facilmente. Para o derrame, procuram-se atividades e

músicas que acionem a parte do cérebro afetada. Os

autistas, indiferentes a tudo, reagiram muito bem as

experiências com sons graves e de baixa freqüência, como

os batimentos cardíacos ou de água em movimento.

Os efeitos da música sobre o nosso organismo chegam

a impressionar. Em dois hospitais, em Paris, a música é

utilizada como “anestésico”, pois melodias harmoniosas e

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reconfortantes acalmam as crianças e ajuda na recuperação

desses pequenos indivíduos.

Ela é também uma grande aliada no tratamento de

psicóticos, já que estes têm dificuldades de comunicação

verbal.Quando tocam um instrumento, sentem necessidade de

conversar.

Enfim, a música é uma grande parceira no tratamento

de pessoas com doenças mentais.

Handsell (apud, Costa, 1989) acredita que na

musicoterapia, a música é usada para liberar pulsões

sexuais e agressivas reprimidas; para ajudar a “eliminar

associações inapropriadas que o indivíduo aprendeu e

substituí-las por outras mais apropriadas”; para ajudar o

indivíduo a desenvolver seu maior potencial como ser

humano; em situações grupais para desenvolver a

capacidade de relacionamento e comunicação; e desenvolver

a capacidade do indivíduo de lidar com uma sociedade em

constante mudança.

Portanto, faz-se necessário a mediação da música

através de um especialista. Ela é facilitadora para se

estabelecer relações inter-pessoais, propiciando um

contato direto com o grupo social.

Gardner (1999), diz que a música tem “poderes”

comunicativos. De modo, que ela pode expressar

sentimentos como: alegria, raiva, conflito, paixão,

orgulho, pompa e circunstância. É claro, que a música não

pode mostrar com clareza essas reações. Mas, funciona de

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forma simbólica, criando metáforas através de seus

recursos.

Sekeff (2002) descreve a música como recurso

emocional, social, intelectual, pois com a prática

musical o educando aprende a organizar seu pensamento, a

estruturar o saber adquirido, é recurso de prazer e

sublimação, além de ser considerada como auxílio a saúde

física e mental, com a musicoterapia.

A música se relaciona sempre com o homem, pois nasce

na mente, fala de suas emoções e de sua percepção com o

mundo.

Ela é um poderoso agente de estimulação motora,

cognitiva, social e emocional. Tem, também, o poder de

evocar, associar e integrar experiências.

Em termos psicopedagógicos, ela age sobre a

capacidade de atenção do educando.

O poder da música vai ainda mais longe. Ela mobiliza

a nossa atividade motora, devido ao seu ritmo. E a ação

desse ritmo no nosso corpo, age em todo o nosso sistema

respiratório, circulatório, digestivo, por toda a

oxigenação, dinamismo nervoso e do humor, e sobre a nossa

estrutura mental.

“O trabalho de musicalização deve ser

encarado sob dois aspectos: aos aspectos

intrínsecos à atividade musical, isto é,

inerentes à vivência musical:

alfabetização musical e estética e

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domínio cognitivo das estruturas

musicais; e os aspectos extrínsecos à

atividade musical, isto é, decorrentes de

uma vivência musical orientada por

profissionais conscientes, de maneira a

favorecer a sensibilidade, a

criatividade, o senso rítmico, o ouvido

musical, o prazer de ouvir música, a

imaginação, a memória, a concentração, a

atenção, a auto-disciplina, o respeito ao

próximo, o desenvolvimento psicológico, a

socialização e a afetividade, além de

originar a uma efetiva consciência

corporal e de movimentação”. (BRÉSCIA,

2003, p. 15-16)

A citação acima descreve bem e detalhadamente os

efeitos que a música, como um todo, causa na vida dos

indivíduos, e todo o benefício que ela desperta no ser

humano e na sua relação com o mundo. E também, revela-nos

que, o ser humano que se desenvolve é musical, pois

sempre está sensível aos sons e se deixa tocar e envolver

pela música.

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CONCLUSÃO

Durante a minha pesquisa para realização deste

trabalho, pude observar que o que está na teoria não é

utopia. Teoria e prática podem muito bem caminhar juntas,

desde que o educador tenha clareza de que é importante

haver essa relação.

Pude perceber também que, o tema: música é bastante

rico e enriquecedor. E que através da música, as crianças

podem se desenvolver em todos os aspectos de sua vida.

Trabalhar conceitos musicais na vida das crianças

pode despertar muitos sentimentos bons, e às vezes ruins,

mas esse tipo de reações pode ajudar a compreender

algumas questões significativas para os pequenos

indivíduos.

Descrevi sobre conceitos norteadores que, quando

somados, auxiliam os educadores a tomarem decisões certas

em relação a musicalização infantil.

Desfiz vários conceitos errôneos com essa pesquisa,

que enriqueceu mais a minha vida e que me faz a cada dia

ficar mais encantada pela música.

Na construção deste “projeto” observei quantos

pontos em comum me deparei através da minha experiência

com os referenciais teóricos.

A cada leitura passava um filme no meu pensamento e

via a importância de perseverar quando acreditamos em

algo.

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No futuro pretendo me aprofundar mais na educação

musical de crianças com menos de 6 anos e tentar provar o

quanto é importante caminharmos juntos para que o

desenvolvimento dessas crianças não seja parcial, mas sim

global, pleno e processual.

Espero que tenha contribuído com essa pequena

pesquisa para despertar o interesse de outras pessoas

envolvidas com essa causa, para que possam realizar um

bom trabalho e terem um comprometimento maior e digno com

a Educação Infantil.

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www.artmed.com.br/patioonline. 29/09/2004. 10:30. PELAEZ,

Neyde Carstens Martins.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

Título da Monografia: A música como facilitadora da

aprendizagem da criança na Educação Infantil

Autor (a): Tatiana Pereira Aragão

Data de Entrega: 01/02/2005

Avaliado por: Profª Ms. Ana Cristina Guimarães __________

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ATIVIDADES CULTURAIS