A Nacionalidade No Brasil e No Mundo

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    A nacionalidade no Brasil e no MundoCynthia Alves Burlamaque

    INTRODUO

    Em funo das diferenas existentes h sculos entre o nacional e oestrangeiro, que no desfrutavam dos mesmos direitos dos cidados, fe comque essa !usca constante atravs das gera"es, trouxe com o avanar dotem#o e a era da glo!aliao, novos ares #ara esse discut$vel e to #oucoex#licado assunto%

    &o estas ra"es que fieram com que este tra!alho !usca'se adentrar acerca

    de um assunto #ertinente ao (ireito Constitucional e )nternacional *+!licomerecedor de toda ateno%

    A finalidade deste tra!alho !uscar um entendimento maior acerca do tema,uma definio adequada #ara a nacionalidade e seus conceitos, definindotam!m a naturaliao e suas es#cies, ex#ondo a viso de diversos autorese textos relacionados ao assunto%

    este tra!alho, o (ireito de acionalidade ser a!ordado em seus maisdiversos as#ectos, tratando, inicialmente, de sua conceituao -ur$dica e suases#cies, com#reendidas entre #rimria e secundria%

    &ero comentados ainda os sistemas e as formas de aquisio denacionalidade, a#resentando, inclusive, variantes modos existentes deaquisio no direito constitucional, e a #erda desta, que #ode ser caracteriadaatravs da naturaliao% .inaliando o #rimeiro ca#$tulo, falar'se' a res#eitoda reaquisio da nacionalidade e como ela #ode ser conquistada dentro do/m!ito constitucional%

    o segundo ca#$tulo, ser discutido a res#eito do !rasileiro nato e o !rasileironaturaliado, e as diferenas em suas condi"es -ur$dicas, a!rangendo

    tam!m, um leve comentrio a res#eito dos meios #recisos #ara anaturaliao em outros #a$ses, #rinci#almente da 0nio Euro#ia,considerados #a$ses de #rimeiro mundo, somente #or uma questocom#arativa, reafirmando a a!ertura maior que dada aos naturaliados noBrasil% *osteriormente sero a!ordadas as diferentes formas de naturaliaono direito interno !rasileiro e sua caducidade e invalidade em que consiste a#erda e a reaquisio da nacionalidade !rasileira

    Em seu terceiro e ultimo ca#$tulo, sero destacados no /m!ito internacional,alguns tratados, que #rocuram reduir os #ro!lemas e dificuldades da a#atridiae #oli#atridia, ora traendo a ordem geral, Estados excessivamente

    a!sorventes, ora #elo contrrio% 1raendo assim, #equenas refer2ncias aConveno de 3aia, a Assem!lia 4eral das a"es 0nidas, a Conveno

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    Americana, cele!rada em &o 5os da Costa 6ica, todas acentuando o direitoa nacionalidade de acordo como ela ocorrer%

    Ainda neste mesmo ca#$tulo sero a!ordados os conflitos da a#atridia ou aaus2ncia da nacionalidade, e a #oli#atridia ou a du#la'nacionalidade, como

    forma de #odermos o!servar suas caracter$sticas no (ireito ConstitucionalBrasileiro e no (ireito )nternacional *+!lico%

    .inaliando, ser a#resentada uma concluso do assunto ora #ro#osto%

    1. A NACIONALIDADE NO BRASIL E NO MUNDO

    1.1 CONCEITOS HISTRICOS

    as #rimeiras civilia"es a religio era im#ortante fator de coeso social,como o estrangeiro em geral, #ossu$a religio diferente, no lhes eram

    reconhecidos direitos, tal como ocorreu na Antig7idade 8riental e Clssica,sendo assim, eles no tinham direitos a uma nacionalidade local%

    5 no feudalismo, o estrangeiro deveria -urar lealdade ao senhor feudal, so!#ena de ser reduido a servo% essa #oca, os -udeus, s$m!olos deestrangeiros, eram !astante discriminados% 9C.% CE:&8 ME::8, o!% cit;

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    A #alavra nacionalidade derivada do voca!ulrio latino ntio, que significanascer% 94AMA; (ireto )nternacional% GG, #% G=? &egundo Aurlio Buarquede 3olanda 9(icionrio da :$ngua *ortuguesa, ?, nacionalidade @

    I%%%condio ou qualidade de quem ou do que nacional%%%*a$s de

    nascimento%%%Condio #r#ria de cidado de um #a$s, quer #ornaturalidade%%%quer #or naturaliao%%%8 com#lexo dos caracteres quedistinguem uma nao, como a mesma histria, as mesmas tradi"es comuns,etc%%%I

    1.2.1 DEFINIO DA NACIONALIDADE

    A definio de nacionalidade est vinculada ao conceito de #ovo, que consisteno aglomerado de indiv$duos ou comunidades e a naoque #rov2m doaglomerado de territrios e comunidades, ligados #or valores culturais e moraisao territrio em que vivem, e a um Estado, em!ora este, no se-a

    necessariamente o!rigatrio% Este conceito foi criado recentemente, nos scs%FJ))) e F)F, #ela !urguesia, com a finalidade de su!stituir a relao arcaica do#ovo, do territrio e do Estado%

    Anteriormente ao conceito de naoe at mesmo ao termo sditoo conceitoexistente vinculado aos homens da comunidade e aos direitos e valores quedetinham estava dentro do conceito antigo de cidadania% 8 cidado era oindiv$duo nascido e oriundo nas cidades'estados, como Atenas e 6oma, #orexem#lo, ligado a valores, crenas e costumes desta cidade%

    Ento cidadania o direito de intervir no #rocesso governamental, so!retudo#elo voto, diferindo danacionalidade, que um statusindividual cu-o conte+dos se esclarece #or contra#osio ao do estrangeiro%

    E dentro da viso -ur$dica atual a cidadaniavincula'se ao goo dos direitos#ol$ticos e institucionais em um #a$s ' a nao que a somatria do #ovo maiso territrio ' exercidos #elos indiv$duos que tenham nacionalidade vinculada aodeterminado #a$s, ou se-a, o conceito moderno de cidadania est im#l$cito noconceito de nacionalidade que tem como !ase o ideal de nao%

    &egundo *81E& (E M)6A(A, Inacionalidade o v$nculo -ur$dico'#ol$tico

    de (ireito *+!lico interno, que fa da #essoa um dos elementos com#onentesda dimenso #essoal do EstadoI% 9*81E& M)6A(A, acionalidade, ,#% >K%?

    *orm A:0L&)8 (A6(EA0 (E CA6JA:38 nota a falta de -uridicidade dotermo nacionalidade, que #artindo da idia de nao, englo!aria somente osindiv$duos, que #ertencessem a determinado gru#o ligado #ela raa, religio,h!itos e costumes% 948ME& CA81):38 e J)1A: M86E)6A, Constituioda 6e#u!lica *ortuguesa, GGG, #% K?

    E #ara 58& .6AC)&C8 6ENEO, Pacionalidade o vinculo #ol$tico entre

    Estado so!erano e o indiv$duo, que fa deste um mem!ro da comunidadeconstitutiva da dimenso #essoal do Estado% )m#ortante, #ortanto no direito das

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    gentes, esse v$nculo #ol$tico rece!e, entretanto uma disci#lina -ur$dica dedireito interno 9%%%?Q%

    Ento o direito de nacionalidade, ou se-a, a #ossi!ilidade do indiv$duo estarinserido em um Estado significa a ligao, de carter -ur$dico e #ol$tico, que une

    a #essoa a este Estado determinado colocando'a, dentro da sua dimenso#essoal, lhe conferindo os direitos de #roteo e im#ondo'lhe os deveresadvindos desta ordem estatal%

    1.3 AQUISIO DA NACIONALIDADE

    A nacionalidade #ode ser adquirida #or diferentes formas% :evando'se emconsiderao o tem#o, #ode'se classificar a nacionalidade em duas categorias@nacionalidade originria e nacionalidade derivada, tam!m chamada desecundria ou, im#ro#riamente, adquirida%

    *ara a atri!uio da nacionalidade originria, aquela se alcana #elonascimento, #ode'se a#ontar dois sistemas legislativos@jus soli ejus sanguinis%6essalte'se, contudo, que esses sistemas no so adotados de formainflex$vel, admitindo'se tem#eramentos%

    8 sistema dojus soli, outro grande #rinc$#io de atri!uio da nacionalidadeem!asado nos ordenamentos -ur$dicos% Consiste na concesso danacionalidade em funo do local do nascimento, o direito do solo. QuemNasce no territrio do Estado, desse Estado nacional 9(E:R8:M8,(ir )nter%*+!lico, GG, #%

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    #oss$vel a adoo dojus sanguinis, fixando'se a nacionalidade #elo critriodojus soli% 8 critrio dojus sanguinis foi adotado na Antig7idade Clssica e8riental% *osteriormente, com a 6evoluo .rancesa, movimento que #Ts fimao Antigo 6egime e, com ele, lem!ranas do feudalismo, #assou a ser maisutiliado% &imetricamente ao que acontece com o sistema dojus soli, ojus

    sanguinis adotado #elos #a$ses de emigrao, so!retudo os euro#eus, quedese-am manter v$nculos com seus nacionais% (estaca (elR8lmo@

    Q9%%%? que no se conhece caso atualmente de Estado que este-a adotando o -ussanguinis de forma a!solutaQ% 9(E:R8:M8,Curso de direito )nternacional*+!lico% GG, #%

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    a? os nascidos na 6e#+!lica .ederativa do Brasil, ainda que de #aisestrangeiros, desde que estes no este-am a servio de seu #a$s;

    !? os nascidos no estrangeiro, de #ai !rasileiro ou me !rasileira, desde quequalquer deles este-a a servio da 6e#+!lica .ederativa do Brasil )) '

    naturaliados@

    c? os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade !rasileira, exigidas aosoriginrios de #a$ses de l$ngua #ortuguesa a#enas resid2ncia #or um anoininterru#to e idoneidade moral;

    1 -Aos #ortugueses com resid2ncia #ermanente no *a$s, se houverreci#rocidade em favor de !rasileiros, sero atri!u$dos os direitos inerentes ao!rasileiro, salvo os casos #revistos nesta Constituio%

    U V ' A lei no #oder esta!elecer distino entre !rasileiros natos e

    naturaliados, salvo nos casos #revistos nesta Constituio%

    U KV ' &o #rivativos de !rasileiro nato os cargos@ ) ' de *residente e Jice'*residente da 6e#+!lica; )) ' de *residente da C/mara dos (e#utados; ))) ' de*residente do &enado .ederal; )J ' de Ministro do &u#remo 1ri!unal .ederal; J' da carreira di#lomtica; J) ' de oficial das .oras Armadas; VII ' de Ministrode Estado da (efesa%

    U =V ' &er declarada a #erda da nacionalidade do !rasileiro que@

    ) W tiver cancelado sua naturaliao, #or sentena -udicial, em virtude deatividade nociva ao interesse nacional;

    )) ' adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos@

    a? de reconhecimento de nacionalidade originria #ela lei estrangeira;

    !? de im#osio de naturaliao, #ela norma estrangeira, ao !rasileiroresidente em estado estrangeiro, como condio #ara #erman2ncia em seuterritrio ou #ara o exerc$cio de direitos civil;

    8s titulares da nacionalidade originria tam!m chamada, #rimria ou deorigem, so os brasileiros natos% As formas de aquisio originria denacionalidade so de com#et2ncia do legislador constitucional, no seadmitindo que lei infra' constitucional constitua novas hi#teses de suaocorr2ncia%

    8 critrio de atri!uio da nacionalidade #elo -us sanguinis reinou quase quea!solutamente na maior #arte da histria, estando ainda #resente em muitos#a$ses% &ua #reval2ncia atualmente ocorre entre os Estados mais #o#ulosos%

    (estaca (E:R8:M8, QX%%%Y que no se conhece caso atualmente de Estado que

    este-a adotando o -us sanguinis de forma a!solutaQ%

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    Criou'se, #ortanto, ao arre#io do art% FJ, da (eclarao 0niversal dos (ireitosdo 3omem, uma #ossi!ilidade de filhos de !rasileiros no exterior seremconsiderados heimatlos, a#tridas% 1al ocorreria, #or exem#lo, quando umcasal de !rasileiros tivesse um filho na )tlia, #ais que adota ojussanguinis. 1endo em vista essa situao, tramita, no Congresso acional,

    #ro#osta de emenda constitucional que visa em#ed$'la%

    *ara que o filho de !rasileiro ou !rasileira, nascido no exterior, #ossa adquirir anacionalidade !rasileira, dever vir residir no Brasil e o#tar, a qualquer tem#o,#or ela% o caso, adota'se o critrio da filiao, acrescido de mais doisrequisitos@ resid2ncia no Brasil e o#o #ela nacionalidade, a qualquer tem#o%

    Manifestada a o#o, no se #ode recusar o reconhecimento da nacionalidade,#or isso que se trata denacionalidade potestatia% A aquisio da nacionalidadede#ende a#enas da vontade do interessado, am#arada #or direito su!-etivo#+!lico%

    )nteressante discusso gira em torno de se sa!er como deve ser tratado onascido no estrangeiro, de #ai !rasileiro ou me !rasileira, que venha a residirno Brasil, enquanto no o#te, o que #ode faer a qualquer tem#o, #elanacionalidade !rasileira%

    Com efeito, havendo #rao, a o#o no constitutiva da nacionalidade, #ormatesta sua definitividade, a o#o teria efeitos retroativos% esse caso, anacionalidade ficaria sus#ensa, enquanto o o#tante no se definisse% Ex#irandoo #rao, no incidiria mais a nacionalidade #otestativa%

    1.3.2 A NACIONALIDADE DERIVADA

    A nacionalidade derivada comumente chamada de naturaliao% &uaconcesso, em regra, feita discricionariamente #elo Estado, segundo suasconveni2ncias% (esse modo, ainda que #reenchidos determinados requisitos,#or no haver, em #rinc$#io, direito #+!lico su!-etivo S naturaliao, #ode aoestrangeiro ser negada a aquisio da nacionalidade !rasileira% o Brasil, aconcesso da naturaliao de com#et2ncia exclusiva do *oder Executivo,da esfera administrativa%

    Zuando a naturaliao ocorre de forma voluntria, o naturaliado #erde anacionalidade anterior, constituindo'se manifestao do direito de ren+ncia,que, em algumas legisla"es, #ode ser tcita% *ara a concesso #elo Estadoda naturaliao, alm da vontade daquele que !usca outra nacionalidade,influem ojus domicilii e ojus laboris% 9:E) H>[G, art K, ))) e art =, ))%?

    *ara Accioly, a naturaliao #ode ser #or !enef$cio da lei ou #or #ermisso dalei 9C., ME::8, #%

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    A nacionalidade originria de#ende da vontade do Estado, e a nacionalidadederivada, de#ende da vontade do homem@ a #rimeira uma nacionalidade deatri!uio, a segunda uma nacionalidade de eleio%

    um as#ecto mais glo!al #odemos citar alguns #a$ses e suas caracter$sticas

    neste as#ecto, da naturaliao@

    Encontramos o casamento como um modo de aquisio da nacionalidade #araa mulher na Alemanha, Blgica, Bulgria, Costa 6ica, .inl/ndia, 4r'Bretanha,4rcia, 4uatemala, 3aiti, Es#anha, 3olanda, 3ungria, MTnaco, icargua,*ortugal, *eru, 6om2nia, &u$a, 1urquia e Jeneuela%

    3, ainda, os Estados em que S nacionalidade #ode, alm dos modos acimamencionados, ser adquirida@

    a? *or e!eitos da naturali"ao do che!e de !am#lia, como na)nglaterra, Blgica,

    Bulgria, Estados 0nidos, China, (inamarca, Es#anha, .inl/ndia, 3olanda,3ungria, )tlia, 5a#o e oruega;

    !? *or legitimao, como na Alemanha, Blgica, (inamarca, Es#anha, .rana,.inl/ndia, 4rcia, 3olanda, 3ungria, )tlia, oruega, 6om2nia e &u$a;

    c? *oradoo, como na China, 5a#o e *olTnia;

    d? *elojus laborisou atiidade pro!issional,acom#anhada de resid2nciadurante um certo tem#o, como no 3aiti, *anam, 6+ssia e 0ruguai;

    e? *or aceitao de emprego pblico ou penso do $oerno, como naAlemanha, 4uatemala, 3aiti, )tlia, El &alvador e &ri :an\a;

    f? *orprestao deserio militar, como na Alemanha, Argentina e )tlia;

    g? *orprestao de serios releantes ao #a$s em que o estrangeiro estdomiciliado, como na Argentina, Egito e 0ruguai;

    h? *ormeio de rea%uisio da nacionalidade #erdida, como na Blgica, Bol$via,Brasil, Bulgria, Chile, China, costa 6ica, Cu!a, (inamarca, Equador, Es#anha,

    Estados 0nidos, .rana, 4rcia, 4uatemala, 3aiti, )tlia, icargua, oruega,*araguai, *anam, )r, El &alvador, &ucia, 1urquia, 0ruguai e Jeneuela%

    A legislao de )srael tam!m !astante curiosa, esta!elecendo que anacionalidade israelense #ode ser adquirida@

    ' *elo simples retorno do imigrante -udeu a )srael;

    ' *ela resid&ncia do e'(sdito palestino em )srael, o!servadas certascondi"es; ' *ela !iliao@ filhos de #a$s ou me israelita;

    ' *or naturaliao, uma ve #reenchidas as condi"es da lei;

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    ' *or e!eito da a%uisio da nacionalidade do #ai, em relao aos filhosmelhores de anos%

    a )tlia adquire'se a cidadania itlica #ela filiao 9!ili"ione?, iussanguinis,#elo nascimento em territrio italiano, ius solis, mediante o

    casamento, ius conubii 9MA6O], Elementos do (ireito6omano, anos ou que concluam aqui o #rimeiro ciclo doensino !sico;

    d? Admite'se a aquisio da nacionalidade #or naturalizaoaos imigrantesde segunda gerao9que aqui tenham nascido? quando atin-am

    a maioridade, tendo aqui #ermanecido nos +ltimos G anos 9ainda que emsituao irregular?%

    2. uma lei justa e equilibrada, contra a excluso social% o um#rocedimento alternativo #ara a legaliao extraordinria de imigrantes%

    Zuem nasceu em *ortugal verdadeiramente nem imigrante@ no imigrou #aralado nenhum% Estamos a falar de pessoas que nasceram em Portugal, tmaqui a sua vida, muitas vezes so crianas andam aqui na escola, nofalam outra lngua seno o portugus e nunca viram outro Pas senoPortugal%

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    A nova lei no confere a nacionalidade automaticamente a todos os quenasam em *ortugal, ainda que de #ais ilegais W nenhum *a$s euro#eu o fa%&eria um incentivo S imigrao clandestina e uma irres#onsa!ilidade na gestode uma fronteira que - no a#enas nossa, mas euro#ia%

    8 sistema continua a #rivilegiar o ius sanguini 9na aquisio originria #orfiliao no h, #raticamente, outros requisitos, enquanto que #ara o ius soli hnormalmente a regra da legalidade dos #ais?, mas h um reforo significativodo ius soli, retomando uma tradio legislativa a!andonada em

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    6icardo 4ama classifica a #erda da nacionalidade em dois ti#os@

    9%%%? A voluntria marcada #elo ato da #essoa em no mais querer manter anacionalidade, enquanto a involuntria conta sem#re com o decreto estataldeterminando a #erda% Motivadamente, como mais comum ocorrer, o Estado

    extingue a sua ligao com a #essoa% Mas, #oss$vel que a #essoa decida #orno mais manter determinada nacionalidade, ense-ando a ru#tura dov$nculo% 94AMA, )ntroduo ao (ireito internacional% GG, #% =D'=%?%

    Jia de regra #ortanto, seriam a#enas dois casos de #erda de nacionalidade@

    Cancelamento da naturaliao #or sentena -udicial, em virtude de atividadenociva ao interesse social 9tam!m chamada de 5#"'0-5)4(&%?; Aquisio deoutra nacionalidade #or naturaliao voluntria 95#"'0-)'04&0?% Comoregulamenta o instituto constitucional a seguir@

    PArt% @

    U=^@&er declarada a #erda da nacionalidade do !rasileiro que@

    ) ' tiver cancelada sua naturaliao, #or sentena -udicial, em virtude deatividade nociva ao interesse nacional;

    )) ' adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos@ 9Alterado #ela EC6'GGG%GGK'

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    *ara o caso da 5#"'0-5)4(&%de nacionalidade #revista aqui no Brasil, umaAo de Cancelamento de aturaliao #ro#osta #elo Ministrio *+!lico.ederal, e que uma ve #erdida a nacionalidade mediante sentena transitadaem -ulgado desta ao, somente ser #oss$vel readquiri'la #or meio de aorescisria e nunca #or novo #rocesso de naturaliao%

    Exce"es constitucionais nas al$neas ae bdo inciso )) do artigo , U=^,res#ectivamente, resguardando aquele adquirente de outra nacionalidade #oraquisio originria e #rotegendo o constrangimento de !rasileiros que, #orfora de contratos, tinham que exercer atividade #rofissional em #a$ses querequeiram naturaliao #ara tra!alhar em seu territrio; ou quando norma deoutro Estado im#"e a naturaliao do !rasileiro nele residente, como condiode #erman2ncia em seu territrio ou do exerc$cio de direitos civis%

    Como se verificou acima, a #erda da nacionalidade ocorre #elos mesmosmotivos que #rev2em a aquisio, #ois uma conseq72ncia da outra em

    relao ao Estado que #erdeu o nacional e a o!teno da nacionalidadesem#re gera a extino da nacionalidade anterior%

    1.8 A REAQUISIO DA NACIONALIDADE

    o Brasil, reaquisio da nacionalidade #revista na :ei de estrangeiros 9:ein%V [=

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    Art% KD PA verificao do dis#osto nos U V e KV, do artigo anterior, quandonecessria, ser efetuada #or intermdio do Ministrio das 6ela"esExteriores%I

    A condio !sica #ara tal #re#osto, a resid2ncia e domic$lio do ex'nacional

    no Brasil, isto , res#ectivamente, o indiv$duo deve deter o /nimo definitivo deresidir no territrio nacional e o /nimo de #ermanecer num determinado local%

    Aqueles que tiverem #erdido a nacionalidade #or motivos inexistentes naConstituio de

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    estrangeiro ser negada a aquisio da nacionalidade !rasileira% o Brasil, aconcesso da naturaliao de com#et2ncia exclusiva do *oder Executivo,da esfera administrativa%

    PAssim a naturaliao um ato unilateral e discricionrio do Estado no

    exerc$cio de sua so!eraniaQ% 9(E:)4E6, (ireito )nternacional *rivado% GG,#%D>?

    Em sede terica, reconhece'se no solo #trio duas es#cies de naturaliao@tcita ou ex#ressa%

    Como exem#lo de naturaliao tcita, #odemos a#ontar aquela que ficouconhecida como Iam#la naturaliaoI% 1rata'se de clusula constitucional de

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    (e acordo com os critrios dados acima, #odemos classificar ainda mais cadaum dos ti#os de !rasileiros natos@

    19 +s nascidos na 9epblica :ederatia do 3rasil@

    A#lica'se aqui o critriojus soli, que se fundamenta no local em que a #essoanasceu% este contexto, im#ortante se fa a definio do que o territrio!rasileiro@

    a? *rimeiramente, as terras delimitadas #elas fronteiras geogrficas, com rios,!a$as, lagos, golfos, ilhas, !em como o es#ao areo e o mar territorial, queforma o territrio #ro#riamente dito;

    !? 8s navios e as aeronaves de guerra !rasileiras, onde quer que seencontrem, tam!m so considerados territrios nacionais;

    c? 8s navios mercantes !rasileiros em alto mar ou em #assagem em marterritorial estrangeiro;

    d? As aeronaves civis !rasileiras em vTo so!re alto mar ou de #assagem so!reguas territoriais ou es#aos areos estrangeiros%

    1odas as #essoas que nascer em um destes lugares acima citados #ara efeitos-ur$dicos sero consideradas !rasileiras natas% A exceo, quanto ao lugar emque nasceu, ca!e nos casos em que os #ais se-am estrangeiros a servio deseus #a$ses%

    29+s nascidos no e'terior, de pai ou me brasileira, desde %ue %ual%uer delesesteja a serio da 9epblica :ederatia do 3rasil

    Esta classificao esta em!asada no critriojus sanguinis, levando'se emconta a nacionalidade dos #ais%

    8utrossim, o !rasileiro nato em nenhuma hi#tese #ode ser extraditado, o que- no ocorre com o naturaliado, que #oder ser entregue S 5ustia de outro#a$s, com#etente #ara -ulg'lo e #uni'lo, em caso de crime comum, cometidoantes da naturaliao, ou de com#rovado envolvimento em trfico il$cito de

    entor#ecentes ou drogas afins, na forma da lei%

    A constituio, no art%, U KV, reserva tam!m alguns cargos aos !rasileirosnatos, em ateno S linha sucessria 9art% D< e G? e S segurana nacional%(essa forma, so #rivativos de !rasileiro nato os cargos de *residente e Jice'*residente da 6e#+!lica, de *residente da C/mara dos (e#utados, de*residente do &enado .ederal, de Ministro do &u#remo 1ri!unal .ederal, dacarreira di#lomtica e de Ministro de Estado da (efesa%

    8 art%

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    #odem ser !rasileiros naturaliados, no lhes est vedada S #artici#ao norgo referido%

    A constituio ainda #rescreve em seu Art% , que a #ro#riedade de em#resa-ornal$stica e de radiodifuso sonora e de sons e imagens #rivativa de

    !rasileiros natos ou naturaliados h mais de de anos, aos quais ca!er ares#onsa!ilidade #or sua administrao e orientao intelectual% o se tratade im#edir, de forma a!soluta, aos naturaliado tais #ro#riedades, mas decondicion'la a #rao de de anos de naturaliao% 1endo em vista a notvelinflu2ncia na formao da o#inio #+!lica, andou !em o Constituinte nesse#asso, #ois no seria com#at$vel com o interesse% 9C.[ , art% ?

    2.2.2 BRASILEIRO NATURALIADO

    A forma de atri!uio de nacionalidade secundria , !asicamente, anaturaliao, o +nico meio derivado de aquisio de nacionalidade #elo qual

    se #ermite ao estrangeiro que detm outra nacionalidade, ou ao a#trida,destitu$do de qualquer nacionalidade, assumir a do #a$s em que se encontramediante a satisfao de requisitos constitucionais e legais%

    o que se refere S concesso da naturaliao !rasileira, que mais do que aaquisio da nacionalidade em que narra o art%D^da lei n^ [=

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    >' de carreira di#lomtica;

    H' de oficial das .oras Armadas;

    D' de Ministro de Estado de (efesa;

    1am!m vedado ao !rasileiro naturaliado, a funo de mem!ro do Conselhoda re#+!lica 9art%V, :), C.[?, o que no #oder ocorrer com o !rasileiro nato%

    Art% >^ 1odos so iguais #erante a lei, sem distino de qualquer naturea,garantindo'se aos !rasileiros e aos estrangeiros residentes no *a$s a

    inviola!ilidade do direito S vida, S li!erdade, S segurana e a #ro#riedade, nostermos seguintes@

    9%%%?

    :) W enhum !rasileiro ser extraditado, salvo o naturaliado, em caso de crimecomum, #raticado antes da naturaliao, ou de com#rovado envolvimento emtrfico il$cito de entor#ecentes e de drogas afins, na forma da lei; 9%%%? 9 C.[,Art >^, :) ?

    Em diversos #a$ses nem sem#re to sim#les o #rocesso de aturaliao, aseguir #rocederei alguns comentrios atuais, que regem o #rocesso denaturaliao no /m!ito internacional%

    As regras #ara o!ter nacionalidade dentro da 0nio Euro#ia variam de acordocom o #a$s% Em alguns lugares, os imigrantes s #odem ser naturaliados secom#rovarem que t2m em#rego e renda suficiente #ara se manter% Maisrecentemente, foram im#lementados Itestes de conhecimentoI so!resociedade, histria e cultura #ara os que se candidatam a rece!er anacionalidade em alguns Estados da 0E%

    A situao diferente nos tr2s Estados !lticos, EstTnia, :etTnia e :itu/nia% 8teste #ara o!teno da naturalidade englo!a no somente conhecimentos dehistria, mas tam!m so!re a constituio do #a$s, a seguir segue alguns#aises@

    N0 D(400",0, os candidatos #recisam ter morado oito anos no #a$s ecom#rovar conhecimentos da l$ngua em um n$vel corres#ondente ao ensinofundamental com#leto e so!re a sociedade dinamarquesa%

    N0 F"04&0, exigido o m$nimo de cinco anos de resid2ncia no #a$s e tam!ma#licam testes de conhecimento% E *aris d ainda um #asso adiante com a

    seleo criteriosa de quem rece!e a naturaliao@ somente tra!alhadoresaltamente qualificados so dese-ados%

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    N0 E*504:0 %) I;+(0, quem quiser se tornar cidado es#anhol ou italiano#recisa ter morado #elo menos de anos no #a$s% Enquanto a )tlia no exigenenhum teste de conhecimento, a Es#anha testa seus candidatos em umaentrevista%

    N0 H%+04'0, os holandeses tornaram mais com#licado o #rocesso denaturaliao de estrangeiros% 8s candidatos que no v2m de outros #a$ses da0E #recisam faer um teste na em!aixada holandesa de seu #r#rio #a$s antesmesmo da viagem% 8 teste a#licado #elas em!aixadas holandesas com#osto#or quest"es so!re l$ngua e sociedade% *ara #assar no exame, sonecessrias KGG horas de aulas #re#aratrias, ficando a cargo do candidato asua #re#arao% *or cerca de H= euros, #ode'se adquirir o livro e o filmeex#licativo recomendados%

    N0 A+#04:0, #ara melhor integrao, os candidatos S nacionalidade alemdevem com#rovar conhecimento da l$ngua e estar familiariados com o sistema

    #ol$tico e legal% Essas condi"es tam!m valem na `ustria W onde o con-untode leis #ara naturaliao foi agravado recentemente% 8s imigrantes #recisamfaer um teste de geografia% #oss$vel que mesmo alemes e austr$acos noconsigam res#onder a muitas das #erguntas%

    2.3 A NATURALIAO COMUM OU ORDINRIA

    8 Estatuto do Estrangeiro 9lei nV H%>[G? tam!m define os #rocedimentosque devem ser seguidos no caso de estrangeiros que residam no territrio!rasileiros h mais de quatro anos ininterru#tos, desde que o naturaliandorequeira ex#ressamente ao Ministro da 5ustia sua vontade de tornar'se umnacional deste #a$s%

    (e acordo com o art% da lei H%>[G, #odemos o!servar as condi"esnecessrias #ara a naturaliao, segue a!aixo@

    Art% ' &o condi"es #ara a concesso da naturaliao@

    Ca#acidade civil, segundo a lei !rasileira;

    &er registrado como #ermanente no Brasil;

    1er resid2ncia cont$nua no territrio !rasileiro #elo #rao m$nimo de quatroanos, imediatamente anteriores ao #edido de naturaliao;

    :er e escrever a l$ngua #ortuguesa, consideradas as condi"es donaturaliando;

    Exerc$cio de #rofisso ou #osse de !ens suficientes S manuteno #r#ria e dafam$lia;

    Bom #rocedimento;

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    )nexist2ncia de den+ncia, #ron+ncia ou condenao no Brasil ou no exterior #orcrime doloso a que se-a cominada #ena m$nima de #riso, a!stratamenteconsiderada, su#erior a um ano; e !oa sa+de% 9%%%?

    Zuanto ao art% da lei nV H%>[G, o!serva'se a reduo do #rao de

    resid2ncia fixado no art% , inciso ))) da mesma, caso o naturaliando#reencha quaisquer das seguintes condi"es@

    9%%%?

    )' 1er filho ou cTn-uge !rasileiro;

    ))' &er filho de !rasileiro;

    )))' 3aver #restado ou #oder #restar servios relevantes ao Brasil, a-u$o doMinistro da 5ustia;

    )J' 6ecomenda'se #or sua ca#acidade #rofissional, cient$fica ou art$stica;

    9%%%?

    *argrafo +nico@ A resid2ncia ser, no m$nimo, de um ano, nos casos dos itens) a ))); de dois anos, no do item )J; e de tr2s anos, no item J%

    2.7 A NATURALIAO E anos ininterru#tos e sem condenao #enal%8 #rao anterior, queera de KG anos, foi alterado #ela EC6 n% GK[anos, tem#o suficiente #ara se faer o#o #ela naturaliao%

    A #reviso legal encontra'se no art%, inciso )), al$nea ! da C.[%

    1anto nesta es#cie de naturaliao quanto na naturaliao ordinria,chama'se de !rasileiro naturaliado aquele que adquire a nacionalidade!rasileira%

    Art%

    )) ' aturaliados@

    !? os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na 6e#+!lica.ederativa do Brasil h mais de quine anos ininterru#tos e sem condenao#enal, desde que requeiram a nacionalidade !rasileira%

    esse caso, que, com a exig2ncia do #rao maior de resid2ncia no territrionacional, as exig2ncias so um #ouco menores e, conforme relata 4AMA@

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    P9%%%? assim que deve ser, #ois h um #er$odo considervel no qual a #essoaassimilou a l$ngua e os costumes nacionaisQ% 94AMA, )ntroduo ao (ireito)nternacional% GG #% K=?

    2.8 A NATURALIAO ES!ECIAL

    Esta naturaliao est #revista nos dois +ltimos casos do art% K, inciso ) e ))e art% = da lei nV H%>[G, o qual dis#"e o seguinte@

    (is#ensar'se' o requisito da resid2ncia, exigindo'se a#enas a #erman2ncia noBrasil #or trinta dias, quando se tratar@

    )% de cTn-uge estrangeiro casado h mais de cinco anos com di#lomata!rasileiro em atividade; ou

    ))% de estrangeiro que, em#regado em Misso (i#lomtica ou em 6e#artio

    Consular do Brasil, contar mais de de anos ininterru#tos%

    &egue a a#resentao do art%= da mesma lei@

    8 estrangeiro que #retender a naturaliao dever requer2'la ao Ministro da-ustia, declarando@ nome #or extenso, naturalidade nacionalidade, .iliao,sexo, estado civil, dia m2s, ano de nascimento, #rofisso, lugares ande ha-aresidido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfa o requisito a quealude o art% , inciso J)) e se dese-a ou no traduir ou ada#tar o nome Sl$ngua #ortuguesa 9%%%?%

    necessrio #ara que se-a concedida a naturaliao que no ha-a den+ncia,#ron+ncia ou condenao de crime doloso no Brasil ou no exterior%

    2.= A NATURALIAO !ROVISRIA

    deferida em favor do estrangeiro fixado de forma definitiva no territriodurante os #rimeiros cinco anos de vida% 94AMA, )ntrod% ao (ireito)nternacional% GG, #% K>?%

    Este ti#o de naturaliao #ossui #reviso legal no art% > do Estatuto do

    Estrangeiro, o qual menciona@

    8 estrangeiro admitido no Brasil durante os cinco #rimeiros anos de vida,esta!elecido definitivamente no territrio !rasileiro, #oder, enquanto menor,requerer ao Mistrio da 5ustia, #or intermdio de seu re#resentante legal, aemisso de certificado #rovisrio de naturaliao, que valer como #rova denacionalidade !rasileira at dois anos de#ois de atingida a maioridade%

    Esta emisso do certificado #rovisrio de naturaliao requisito essencial#ara a confirmao da nacionalidade !rasileira, que se d atravs danaturaliao definitiva; sem esse documento a #essoa no #ode #romover a

    naturaliao no #rao limite de at dois anos de#ois de atingir a maioridade%

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    2.> NATURALIAO DEFINITIVA OU SIM!LES

    Essa modalidade se ex#ressa como o#o do menor em confirmar anaturaliao #rovisria, tornando'a #ortanto, definitiva%

    A #reviso encontra'se no #argrafo +nico do artigo > da :ei H%>bG que#rev2@

    A naturaliao se tornar definitiva se o titular do certificado #rovisrio, atdois anos a#s atingir a maioridade, confirmar ex#ressamente a inteno decontinuar !rasileiro, em requerimento ao Ministro da 5ustia%

    &endo assim se constata que, #ara ser concedida a naturaliao definitiva,deve'se #rimeiramente ter adquirido a naturaliao #rovisria, e estaconfirmao da nacionalidade !rasileira um #rocesso mais sim#les, - que acom#lexidade do #rocedimento #ara a o!teno do certificado #rovisrio de

    naturaliao, envolve uma srie de exig2ncias #ara sua aquisio%

    2.? CADUCIDADE E INVALIDAO

    A caducidade ocorrer a #artir do momento que o naturaliado no solicita aentrega do certificado de naturaliao no #rao limite que esta fixado no#argrafo +nico do artigo da lei n H%>bG que #rev2@

    A naturaliao ficar sem efeito se o certificado no for solicitado #elonaturaliando, no #rao de doe meses, contados da #u!licao do ato, salvomotivo de fora maior devidamente com#rovado%

    A invalidao ser declarada quando se fier #resente qualquer v$cio que aautorie e no incidiro so!re ela os efeitos da #rescrio ou da decad2ncia%esse caso, ao a#resentar algum documento falso ou equivocado, umainformao inver$dica, #ara o!ter alguns dos requisitos exigidos, onaturaliando, estar #raticando ato criminoso, e viciando o Estado acaracteriar a #erda da nacionalidade, mesmo que ela tenha existido%

    3. NATURALIAO E O DIREITO INTERNACIONAL

    3.1 COMENTRIOS

    este #onto, #assemos em vista alguns dos atos internacionais cele!rados#elos Estados, que diem res#eito S situao -ur$dica do estrangeiro, a fim deevidenciar aqueles #rinc$#ios do direito das gentes que servem de !ase #araatuao do Brasil em relao S matria estudada%

    (estaca'se, de in$cio, a D#,+0"0&% U4(@#"*0+ '%* D("#(%* '% H%#, quedis#"e, em seu art%>, que P1odo o homem tem direito a uma nacionalidadeQ% Eem seu art% V, serem os direitos #or ela enunciados comuns a todas as#essoas, sem distino quanto S origem nacional%

    O C'(% B)*004#, no art% V, #rescreve que@

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    Ios estrangeiros que #ertenam a qualquer dos Estados contratantes goam,no territrio dos demais, dos mesmos direitos civis que se concedem aosnacionais% Cada Estado contratante #ode, #or motivos de ordem #+!lica,recusar ou su-eitar a condi"es es#eciais o exerc$cio de determinados direitoscivis aos nacionais dos outros, e qualquer desses Estados #ode, em caos

    id2nticos, recusar ou su-eitar a condi"es es#eciais o mesmo exerc$cio dosnacionais do #rimeiroI%

    esse artigo, esto #resentes o #rinc$#io da igualdade entre nacionais eestrangeiros quanto aos direitos civis, e o #rinc$#io da reci#rocidade, que #odeassumir fei"es negativas, de re#reslia% A reci#rocidade, quando negativa, no adotada #elo direito !rasileiro%

    8 art% V do Cdigo Bustamante refora o anterior, esta!elecendo igualdadeentre nacionais e estrangeiros quanto Ss garantias individuais, Isalvo asrestri"es que em cada um esta!eleam a Constituio e as leisI% Em relao

    ao acesso Ss fun"es #+!licas e ao exerc$cio de direitos #ol$ticos, o di#lomaadmite o tratamento desigual entre ind$genas e alien$genas%

    5 a C%4@#4&% '# H0@040, V, o dever detodos os Estados Iconcederem aos estrangeiros domiciliados ou de #assagemem seu territrio todas as garantias individuais que concedem a seus #r#riosnacionais e o goo dos direitos civis essenciaisI%

    A C%4@#4&% '# H0(0, de de a!ril de

  • 7/25/2019 A Nacionalidade No Brasil e No Mundo

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    A adoo de critrios distintos de atri!uio de nacionalidade #elos Estados#ode suscitar in+meras situa"es em que a #essoa nasa legalmente investidade mais de uma nacionalidade%

    1am!m chamada de #oli#atridia 9conflito #ositivo?, a du#la nacionalidade

    ocorrer sem#re que uma criana nascida em #a$s que adota o -us soli se-afilho de #ais estrangeiros nacionais de um Estado que admite o -us sanguinis%Assim, na hi#tese de um casal italiano que visitasse o Brasil e nessa ocasionascesse seu filho, estar'se'ia diante de um caso de du#la nacionalidade, acriana seria italiana, #or seus #ais #ossu$rem essa nacionalidade, - que a)tlia adota o -us sanguinis, e !rasileira, #ois o Brasil admite o -us soli% Ainda sefossemos adiante neste simulado, e contando que esses #ais tivessem du#lanacionalidade, esta criana tam!m herdaria as mesmas%

    o /m!ito do (ireito )nternacional *+!lico surge #ro!lema com #essoasdetentoras de du#la ou m+lti#la nacionalidade quando elas tiverem que invocar

    somente uma delas% este caso, tem'se o!servado que cada Estadoreconhece, como o Brasil, a sua #r#ria nacionalidade, desde que o !inacionala #ossui%

    &o!re a temtica em questo, #ertinente aos ensinamentos de 5os .rancisco6ENEO ao esclarecer que@

    1Nas hipteses de dupla ou mltipla nacionalidade, %ual%uer dos Estadospatriais pode proteger o indi#duo contra terceiro Estado. + endosso ,contudo, imposs#el de dar(se numa reclamao contra um dos Estadospatriais isto resulta, de resto, do princ#pio da igualdade soberana%Q

    Ainda so!re a mesma temtica, (E:8:M8 afirma que@

    1- tend&ncia moderna o abrandamento da repulsa, to acentuada em outrostempos, ao instituto da mltipla nacionalidade ou plurinacionalidade, ou, ainda,polipatridia.

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    o #oderia, no entanto, o #a$s continuar a fechar as #ortas a esses filhos que,muitas vees em situa"es'limite, migraram S #rocura de o#ortunidades aquiinexistentes% At #orque de todo o interesse #ara o Brasil manter o v$nculo#ol$tico'-ur$dico da nacionalidade com esses !rasileiros, seno #or outromotivo, ao menos #ara facilitar'lhes o retorno, quando lhes for conveniente%

    8utro no foi o o!-etivo da mudana em#reendida na Constituio de

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    1al #ossi!ilidade surgiu com a su#resso, #ela Emenda Constitucional de6eviso n% K, de GD[GH[ W

    1odo homem tem direito a uma nacionalidade%

    ingum ser ar!itrariamente #rivado de sua nacionalidade, nem do direito demudar de nacionalidade%

    (iversos fatores #odem originar a a#atr$dia, conflito negativo de nacionalidade@

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    ' conflito de legisla"es entre o -us soli e o -us sanguinis;

    ' o indiv$duo se naturalia nacional de um Estado, #erde sua nacionalidadeoriginria e, #osteriormente, a naturaliao que lhe foi concedida retirada;

    ' fatores #ol$ticos, como a legislao da revoluo comunista, que retirava anacionalidade russa dos emigrados%

    8!serva'se que o filho de !rasileiro nascido em territrio que adote ojussanguinis, outro caminho no h que registr'lo em re#artio !rasileiracom#etente, so! #ena dele ser um a#trida% Enquanto que se ele nascer em#a$s que adote ojus solis, #oder vir a ter du#la nacionalidade, de#endendo doque dis#user a legislao existente nos Estados envolvidos%

    Celso ME::8, refora conceituando que@

    I8 a#trida est su!metido S legislao do Estado onde se encontra% Ele regido #ela lei do domic$lio; em falta deste, #ela da resid2ncia% Em =, emova )orque, foi conclu$da uma conveno que deu aos a#tridas os mesmosdireitos e tratamento que rece!em os estrangeiros no territrio do Estado%I9ME::8, Curso de (ireito )nternacional *+!lico, GGG, #%

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    (esde a conceituao geral, S #tria, S #erda e S aquisio, a condio dea#atridia e #oli#atridia, !uscou'se a#resentar um #anorama geral e #eculiar dotema em foco%

    este $nterim de estudo, concluiu'se que a legislao #tria vigente, uma das

    mais li!erais e inovadoras - #ostas em #rtica% )novadora #or tratar o nacionalde outro #a$s como igual, desde que ha-a reci#rocidade, e mesmo esta noexistindo, servindo de exem#lo #ara outros Estados o tratamento res#eitosodis#ensado ao ser humano de qualquer nacionalidade que aqui se encontre%

    Acrescenta'se mais ainda no sentido da ex#ectativa que tal tratamentoservindo de es#elho, #ara outros #a$ses, certamente contri!uindo na melhoriadas condi"es de vida de diversas #o#ula"es de diversos Estados%

    8utro as#ecto im#ortante que vale lem!rar nesta concluso que a#s todoeste estudo reafirma'se que a construo da nacionalidade deve ser tam!m a

    democratiao da sociedade%

    E que o conv$vio com indiv$duos que #raticam e dividem direitos e deveres emfuno de uma sociedade, nos d a viso do devermos ser iguais #erante oEstado%

    )gualdade esta de costumes, direitos e deveres formaliados no ter umanacionalidade, tornando o cidado ca#a a exercer tam!m seus direitos ego'los am#lamente com as devidas restri"es im#ostas #elo Estado%

    *or fim o estudo da nacionalidade, assim a#resentado neste tra!alho, nos falem!rar dos #rimrdios da civiliao, num #rocesso de crescimento m+tuo,sociedade e cidado, onde o v$nculo gerado se torna ao mesmo tem#o a rai ea criao da #ersonalidade do indiv$duo, que #oder assim agir e interagir, se-ano solo #trio, se-a na comunidade internacional%

    B(+(%"0$(0ACC)8:], 3ilde!rando% M04)0+ '# D("#(% I4#"40,(%40+ !+(,%.% ed% Jer%&o *aulo@ &araiva,

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    .E66E)6A, Aurlio Buarque de 3olanda% +icionrio ur#lio da-ngua Portuguesa. ed% 6io de 5aneiro@ ova .ronteira, %ed% Jer% &o *aulo@ &araiva,

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    )nforma"es &o!re o AutorCynthia Alves Burlamaque