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30.01.2013 15:22

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Carta Capital

Internacional

Geopolítica

A nova corrida pela África

 

por Márcio Sampaio de Castro

Nos anos que se seguiram à queda do Muro de Berlim e ao “Fim da História”, nos dizeres do

ideólogo neoliberal Francis Fukuyama, o continente af ricano foi abandonado à sua própria

sorte. Regimes como o apartheid sul-africano, retoricamente criticado, mas na prática tolerado

pelas potências ocidentais e encarado como um mal necessário frente à ameaça comunista,

caíram por falta do discreto apoio antes recebido. Países como Angola, Moçambique,

Zimbábue e Ruanda – de triste mem ória, foram esquecidos. Somente a Nigéria, por suas

significativas reser vas de petróleo, mereceu alguma atenção naquele período.

Quando a máquina de guerrafrancesa desem barcou no Mali, no

início de 2013, com o surrado

discurso de defesa do Ocidente

contra os terroristas da Al-Qaeda,

muita gente se perguntou: o que

realmente os franceses desejam em

um país com um dos m enores IDHs

do mundo? É preciso observar o que

ocorreu no continente africano durante o vácuo que se seguiu ao fim da Guerra Fria para

iluminar alguns elem entos que levem a poss íveis respos tas para esta pergunta.

Este espaço pós -Guerra Fria foi ocupado por Muammar Kaddafi e seu projeto de pan-

africanismo e, principalmente, pelos investimentos chineses no continente, que saltaram de 10bilhões de dólares em 2000 para 107 bilhões de dólares a partir de 2008. Em comum , os dois

novos atores jamais des envolveram a prática de perguntar a seus parceiros comerciais como

eles conduziam sua s políticas internas, limitando-se, principalmente no caso chinês , a trocar 

investimentos em agricultura e infraestrutura por recursos naturais, como petróleo, zinco, ouro,

diamante e cobre. O melhor exemplo des se m ovimento é Angola. Com a parceria dos

chineses , o país, com o fim da guerra civil que lhe rasgou ao m eio ao longo de três décadas,

tornou-se progressivamente, a partir de 2002, uma das economias com crescimento mais

vertiginoso no mundo, atingindo nos últimos cinco anos uma média de expansão de seu

Produto Interno Bruto da ordem de 9% ao ano.

Leia também:

Contrabando de cigarros alimenta a violência islâmica no norte da África

Internautas desaprovam ação francesa no Mali

 Atentos a es te movimento de expansão chines a no “continente esquecido”, os EUA e seus

aliados adotaram algumas medidas para recuperar o terreno perdido. Em 2007, além das

costumeiras ações de caridade empreendidas por ONGs dos m ais diversos matizes ou das

tradicionais promessas de financiamentos em troca de compromissos com os valores da

democracia de mercado, surgiria o Africom, o Com ando Militar da África, como fruto de uma

proposta de ação mais incis iva na região.

30 de Janeiro de 2013

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roberto disse:2013-01-30 19:53:14 A Af rica tem agricultura barata. A Af rica tem minerios baratos. E a Africa f ica do lado da China. O

Brasil precisa se industrializar, porque no futuro a Africa ira substituir o Brasil como fornecedor decomodidades

CHABU  disse:2013-01-30 19:44:43Quem invadiu o Iraque, a China? E quem está até hoje a ocupar o Afganistão, a China? Por acaso

foram os chineses que mataram mais de 5 milhões de vietnamitas? Foi a China que bombardeou e matoumilhares de líbios para ocupar seu país? Foi a China que bombardeou a Iugoslávia? E Gaza, foi a China queransformou aquele território em campo de concentração? A China mandou recentemente sodados paraocupar o Mali em busca de recursos minerais? Quantos países a República Popular da China já invadiu? Sr.Paulo Gustavo, tudo bem. Você está do lado dos assassinos estadunidenses, manchados de toneladas desangue, eu estou do lado dos Chineses e de todos os povos que sofreram a violência do imperialismo. O Sr está do lado dos colonizadores, eu estou do lado dos que lutam pela soberania e o desenvolvimento. Semproblema.

Seus idealizadores não contavam, contudo, que os países do continente, liderados por Kaddafi,

se recusas sem a fornecer uma sede para o órgão diretamente ligado ao Pentágono. Em

meados de 2009, a então secretária de Estado, Hillary Clinton, visitou sete países (Quênia,

 África do Sul, Angola , Congo, Nigéria, Libéria e Cabo Verde), pleiteando um loca l para a

instalação do quartel general do novo Comando. De todos os interlocutores, entre sorrisos

diplomáticos e tilintar de copos, ouviu a mesm a respos ta: não.

Como agora s e sabe, os dias de Kaddafi estavam contados e, coincidência ou não, a morte do

ditador sepultou o discurso pan-africano e os investimentos líbios, como a aquisição em julho

de 2010 de um satélite de comunicações pela União Africana, financiado em grande parte pelo

Fundo Soberano da Líbia. Rapidamente após a morte do ditador as consultorias militares,

treinamentos e ações humanitárias prestadas por homens uniformizados se espalharam por 

países como Djibuti, Uganda, Somália, Sudão do Sul, Argélia, Quênia, Etiópia e Congo. O

 Africom, que se movia com dificu ldade no continente, tem agora atuação des tacada no

combate ao terrorismo, às calamidades humanitárias, etc., etc.

Nesta queda de braço em nome da dem ocracia e da liberdade, 30 mil chineses fugiram às

pressa s da Líbia em 2011, e a China, além de perder seus investimentos, deixou de ter acesso

à maior reserva de petróleo do continente, precisará recomeçar do zero, observando de longe o

progresso das empresas dos países que apoiaram a queda do antigo ditador. Ass im como

outros emergentes, registre-se.

 A última volta do parafuso também envolve as operações na região do Saara, onde a França do

socialis ta François Hollande revive suas experiências coloniais em nome da defesa da

civilização ocidental. O governo norte-americano m antém conversas be m adiantadas com o

governo do Níger, rico em urânio, para a instalação de uma bas e de drones (aviões não-tripulados) no país vizinho ao Mali, com o aleg ado objetivo de m onitorar possíveis ações

terroristas.

Vale a pena des tacar que toda aquela região do Saara vem s e revelando rica, não só em

urânio, mas também em petróleo, maganês, bauxita e o nada desprezível diamante. O

“continente esquecido” como um todo produz hoje mais de 8 milhões d e barris de petróleo por 

dia. Uma produção equiparável à Arábia Saudita. O Congo sozinho possui 80% das reservas

mundiais de cobalto, fundamental para a indústria eletrônica. As res ervas de gás natural na

região do chifre africano se revelam a cada dia mais prom issoras e os chamados metais

raros, fundamentais para a indús tria de ponta, também apresentam res ervas nada

desprezíveis na região subsaariana.

Com pouco mais de cem anos d e diferença, a África revive hoje a corrida das potências

coloniais do final do século XIX. À época, dizia-se que o fardo do hom em branco era levar a

civilização aos “povos atrasados ”; em troca, explorava-se aquilo que a economia do período

demandava. Atualmente, a guerra ao terror e os enxovalhados valores humanitários disfarçam

muito mal aquilo que os números es cancaram à luz do dia.

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A nova corrida pela África

O que realmente os franceses desejam em um país com um dos m enores IDHs do m undo? A paz ou osminérios?

Total de Votos: 2.499

serviços (82%, 2.054 Votes)

Foi ruim. Quem vai pagar a conta agora é o Tesouro.Melhor seria se o dinheiro para o programa foss einvestido para a saúde e a educação (18%, 445Votes)

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