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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS FACULDADE DE DIREITO A NOVA ÓTICA DO ORDENAMENTO JURÍDICO SOBRE A VIVÊNCIA SOCIAL DO IDOSO Anderson Ludovico Tavares Petrópolis 2008

a nova otica do ordenamento juridico sobre a vivencia social do idoso monografia

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A nova otica do ordenamento juridico sobre a vivencia social do idoso, enfocando o direito do idoso em optar a se aposentar, continuar trabalhando ou voltar ao trabalho.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

FACULDADE DE DIREITO

A NOVA ÓTICA DO ORDENAMENTO JURÍDICO SOBRE A VIVÊNCIA SOCIAL

DO IDOSO

Anderson Ludovico Tavares

Petrópolis

2008

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

FACULDADE DE DIREITO

A NOVA ÓTICA DO ORDENAMENTO JURÍDICO SOBRE A VIVÊNCIA SOCIAL

DO IDOSO

Monografia apresentada à Faculdade de

Direito da Universidade Católica de

Petrópolis como requisito parcial para

conclusão do Curso de Direito.

Anderson Ludovico Tavares

Professora Orientadora:

Márcia Sueli Ferrari Muniz

Petrópolis

2008

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Aluno: ANDERSON LUDOVICO TAVARES Matrícula: 02375303

A NOVA ÓTICA DO ORDENAMENTO JURÍDICO SOBRE A VIVÊNCIA SOCIAL

DO IDOSO

Monografia apresentada à Faculdade de Direito da Universidade Católica de

Petrópolis como requisito parcial para conclusão do Curso de Bacharel em Direito.

AVALIAÇÃO

GRAU FINAL: ______

AVALIADO POR

Prof. Dr. _________________________________

Prof. Dr. _________________________________

Prof. Dr. _________________________________

Petrópolis, __ de _______ de 2008.

Prof. Dr. ________

Coordenador

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DEDICATÓRIA

Ao meu pai Antônio e a minha mãe Liliana que

não somente proporcionaram através de suas atividades

laborais o custeio de meus estudos, mas também toda a

minha jornada de vida.

Aos meus irmãos Bruno e Patrícia, os quais

foram fielmente tolerantes com minha rispidez.

A minha namorada Deise, por ter passado

junto a mim os mesmos problemas referentes à

elaboração da monografia e ainda assim ter ficado ao

meu lado e por ter me apoiado.

Aos meus mentores espirituais, os quais me

ajudaram a cada dia ter mais energia, força, garra e

confiança.

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AGRADECIMENTOS

A minha Ilustre orientadora professora e

amiga, Márcia Suely, por ter tido paciência e

compreensão durante todo o momento entre os estudos

em sala de aula e principalmente no que tange a

orientação deste trabalho.

A todos os amigos que estiveram ao meu lado

nesta jornada de estudos.

E por último, e não menos, agradeço a todos

aqueles que mesmo após verificarem as dificuldades

que tive no caminhar de meus estudos, continuaram,

tentando fazer com que eu desistisse ou fracassa-se.

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TAVARES, Anderson Ludovico. A Nova Ótica Do Ordenamento Jurídico Sobre A

Vivência Social Do Idoso. Monografia. Universidade Católica de Petrópolis. Petrópolis,

2008.

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo sobre a vivência social do idoso especialmente

com relação a sua inserção no atual mercado de trabalho ressaltando que a aposentadoria,

o processo de envelhecimento e a sociedade, estão associados e ao mesmo tempo

subordinados ao Estado e às normas jurídicas que o compõem.

Compreendem-se, ainda, as mudanças sociais sofridas pelo jovem devido à

passagem da juventude até a chegada da senectude, demonstrando, muitas vezes, total

despreparo ao processo de envelhecimento e de aposentadoria.

Durante o labor, o jovem possui uma vida social ativa, pois é através da

remuneração salarial que este adquire o escopo de sobrevivência. Entretanto, após a

decorrência dos anos e a juventude transformando-se em senectude, o antigo jovem e

agora idoso viverá a mercê da política estatal de combate ao desemprego e à aposentadoria

precoce.

Em vias de organizar o labor do idoso, o Estado atualmente encontra-se em fase

de rejeição social, ou seja, a falta de políticas sociais, tanto para o jovem que futuramente

irá se aposentar quanto ao longevo já em fase de aposentar-se faz com que a chamada

gratificação pelos anos de serviços se torne a quebra de uma rotina.

A convivência diária com os amigos, colegas e conhecidos de trabalho criavam

certa crença de inserção social e o rompimento destes laços, entre a ida de casa ao

trabalho gera efeitos psicológicos que ao passar dos anos leva o aposentado idoso ao

isolamento.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Art. - Artigo

CNI - Conselho Nacional do Idoso

Etc. - et cetera.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LOAS - Lei Orgânica Da Assistência Social

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNI - Política Nacional do Idoso

PNSI - Política Nacional de Saúde do Idoso

WHO - World Health Organization

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9

1 ESTATUTO DO IDOSO ....................................................................................... 10

1.1 ASPECTOS GERAIS DO ESTATUTO DO IDOSO .................................. 10

1.1.1 Divisão e Estruturação ............................................................ 11

1.2 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO ...................................... 12

2 A PESSOA IDOSA E A VIVÊNCIA SOCIAL ...................................................... 16

2.1 A MUDANÇA SOCIAL DA PESSOA IDOSA .......................................... 16

2.2 DIRETRIZES E REFLEXÕES DO IDOSO NA INCUMBÊNCIA DE

OPTAR ENTRE A APOSENTADORIA E A CONTINUIDADE DO LABOR .. 18

2.3 A EXIGÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO.................................... 18

3 O DIREITO DO IDOSO AO TRABALHO E A PROFISSIONALIZAÇÃO NO

ORDENAMENTO JURÍDICO.................................................................................. 20

3.1 O DIREITO DO IDOSO AO TRABALHO E A PROFISSIONALIZAÇÃO 23

3.2 O IDOSO COMO LABOR COM EFICIÊNCIA PRODUTIVA .................. 28

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 32

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INTRODUÇÃO

A presente monografia pretende demonstrar de forma contínua que com aumento

progressivo da longevidade e o baixo índice de natalidade, o Brasil em poucos anos terá

uma população de idosos maior do que a de jovens. Tal fenômeno nunca antes observado

altera a visão da sociedade e do ordenamento jurídico em relação aos idosos.

O primeiro capítulo do presente trabalho tem por finalidade demonstrar de forma

sucinta os direitos e garantias fundamentais elencados no TÍTULO II da lei nº 10.741,

Estatuto do Idoso.

O Brasil apesar de estar simultaneamente em fase de desenvolvimento,

diferentemente dos países já desenvolvidos, assemelhasse a muitos outros ainda

subdesenvolvidos. Isto, porque, verificou-se que a população de idosos vem crescendo

cada vez mais e na contramão deste crescimento, o país está ficando com um déficit muito

alto no quesito de reorganização e melhoria das condições de vida dos idosos.

Assim, o capítulo segundo trata da questão da vivência entre o longevo e a

sociedade, de forma a estremar principalmente o sofrimento, a exclusão e a falta de

políticas nacionais, que visem dar maiores proteções e suporte aos Idosos.

No intuito de estremar o ser humano longevo, deve-se em primazia delinear o seu

perfil social e assim, por conseguinte discorrer sobre a política nacional, baseando-se

fundamentalmente nas garantias constitucionais.

O Estatuto do Idoso embora tenha sido criado para garantir a dignidade do idoso e

até mesmo seja um dos grandes avanços na política nacional do idoso, necessita outrora de

absoluta representação aos longevos, em virtude da estagnação do estado.

Por fim, e não menos importante, em vias de se fazer verificar os direitos e

obrigações gerados pelo Estado, em face tanto do avanço tecnológico quanto ao crescente

número de idosos em situação politicamente ativa, o capítulo terceiro visou enfatizar as

políticas nacionais voltadas a resguardar o Direito do Idoso em dar continuidade com seu

trabalho, bem como optar em retornar ou não às atividades laborais

O presente trabalho utilizou-se de pesquisa bibliográfica e jurisprudencial.

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1 ESTATUTO DO IDOSO

A positivação de um direito em uma lei é um marco para todo e qualquer sistema

jurídico, não sendo diferente para o ordenamento jurídico pátrio. Considerado um país em

desenvolvimento, o Brasil, necessitava suprimir as reivindicações e os conflitos sociais

relativos à pessoa idosa.

No sentindo de norma jurídica a Constituição Federal de 1988 dispõe em seus

artigos 3º inciso IV, 203, I e 230, os direitos e garantias da pessoa idosa regulamentadas

pela lei 8.842 de 1994, que previu a Política Nacional do Idoso e o Conselho Nacional do

Idoso. Todavia, toda essa regulamentação ainda era insuficiente para atender o aumento e

as reivindicações da população maior de sessenta anos.

Sendo assim, foi apresentado e posteriormente aprovado o projeto de lei nº

57/2003, conhecido como Estatuto do Idoso, aprovado em 23 de setembro de 2003 por

unanimidade tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal e em seguida

sancionado pelo Presidente da República, mas só entrando em vigor 90 (noventa) dias

após sua publicação.

Embora o Estatuto do Idoso tenha regulamentado os direitos e garantias já

mencionadas no art. 3º, IV da Constituição Federal, a inovação da aplicabilidade dos

benefícios no ordenamento jurídico pátrio teve por finalidade possibilitar a harmonia entre

a sociedade e seus membros da terceira idade, vez que esses sofrem, muitas vezes,

preconceitos, diferenciação e até mesmo desprezo em razão do seu tempo de vida.

1.1 ASPECTOS GERAIS DO ESTATUTO DO IDOSO

O Estatuto do Idoso tem como uma de suas finalidades atalhar os conflitos entre

gerações, uma vez que a estrutura jurisdicional, em particular, desorganizada dificulta o

exercício da cidadania por parte da pessoa idosa e em muitas vezes em razão da sociedade

não ter conhecimento sobre seus direitos e garantias, o que acarreta um processo ineficaz

de política pró-idoso.

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A necessidade da promulgação de uma norma com o intuito de possibilitar

maiores garantias e de sanar os problemas relacionados à tutela da vida, da saúde, da

honra, da integridade física, da liberdade, da imagem e do patrimônio do idoso, obrigou o

legislador a criar e instituir o Estatuto do Idoso, que enfatizou os dispositivos já elencados

na constituição de 1988, bem como regulamentou a idade da pessoa idosa.

Em face ao crescimento das atrocidades cometidas contra os idosos, o

ordenamento jurídico preocupou-se em adotar a tipificação penal para alguns atos

perpetrados contra os longevos para assim assegurar sua proteção integral e a

sobrevivência.

1.1.1 Divisão e Estruturação

Após intensa participação das entidades de defesa dos interesses das pessoas

idosas, em 2003 foi aprovada a Lei n. 10.741, que dispõe sobre o Estatutodo Idoso. Trata dos mais variados aspectos da sua vida, abrangendo desdedireitos fundamentais até o estabelecimento de penas para crimes maiscomuns cometidos contra as pessoas idosas. O Estatuto é composto por118 artigos e está disposto em sete títulos, a saber:

I - As disposições preliminares definem quem é idoso, reafirmam o seu"status" de cidadão, estabelecem a condição de prioridade de seus direitoscivis e as competências para seu atendimento.

II - O direito à vida; à liberdade, ao respeito e à dignidade; a alimentos; àsaúde; à educação; cultura, esporte e lazer; à profissionalização e aotrabalho; à previdência social; à habitação e ao transporte são garantiasdos direitos fundamentais.

III - As medidas de proteção definem quando e por quem devem seraplicadas.

IV - A política de atendimento ao idoso determina a co-responsabilidadedas instâncias públicas e privadas no âmbito da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios; estabelece as linhas de ação dasentidades de atendimento por meio de normas e sanções.

V - No direito de acesso à justiça, reafirma-se a prioridade deatendimento aos idosos e dispõe-se sobre as competências do MinistérioPúblico para atendimento aos idosos.

VI - A identificação dos tipos de crimes contra os idosos, classificando-os como de ação penal pública incondicionada e estabelecendo sanções.

VII - As disposições finais e transitórias descrevem inclusões no CódigoPenal que dizem respeito ao idoso; estabelecem as fontes de recursospúblicos para o atendimento aos programas e ações voltadas aos idosos;prescrevem a inclusão de dados sobre os idosos nos censos demográficosdo país; condicionam a concessão do Benefício de Prestação Continuada

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previsto na LOAS ao nível de desenvolvimento socioeconômico do País(KUCZKOWSKI, 2007).

1.2 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO

A pessoa ao desenvolver a personalidade percorre um longo caminho no qual é

levada a alcançar a chamada senilidade, que significa, a afirmação pela qual o Estatuto do

Idoso veio intervir de forma positiva nos direitos fundamentais dos cidadãos, garantindo

assim a inclusão social de todos aqueles que atingiram a marca dos sessenta anos de idade.

Os direitos e garantias fundamentais são disposições que limitam o poder estatal

de forma a evitar interferências na esfera individual. Antes mesmo de abordar o aspecto

do direito fundamental deve-se elucidar brevemente o direito humano.

Os Direitos Humanos são invariáveis no tempo e no espaço, ou seja, mesmo que

não sejam declarados serão sempre inerentes aos seres humanos sendo conhecidos como

os alicerces da Constituição Federal, isto por integralizar o princípio da dignidade da

pessoa humana.

Os Direitos Fundamentais designam direitos essenciais às pessoas humanas,

quando positivados, uma vez que são espécies de direitos humanos, pois estão dispostos

pelo ordenamento jurídico, com a característica de variarem no tempo e no espaço por

dependerem de reconhecimento do Estado.

Basicamente, os direitos fundamentais da pessoa idosa são os direitos humanos

ou pessoais que foram proclamados, reconhecidos, e protegidos pelo Estado Brasileiro na

Constituição Federal a qual exprime no Título II as normas jurídicas no qual em cinco

capítulos, determinando os direitos e garantias fundamentais.

(I) Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;

(II) Dos Direitos Sociais;

(III) Da Nacionalidade;

(IV) Dos Direitos Políticos e

(V) Dos Partidos Políticos.

Logo no início, são proclamados os direitos pessoais do indivíduo:

direito à vida, à liberdade e à segurança. Num segundo grupo encontram-se expostos os direitos do indivíduo em face das coletividades: direito ànacionalidade, direito de asilo para todo aquele perseguido (salvo os

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casos de crime de direito comum), direito de livre circulação e deresidência, tanto no interior como no exterior e, finalmente, direito depropriedade. Num outro grupo são tratadas as liberdades públicas e osdireitos públicos: liberdade de pensamento, de consciência e religião, deopinião e de expressão, de reunião e de associação, princípio na direçãodos negócios públicos. Num quarto grupo figuram os direitos econômicose sociais: direito ao trabalho, à sindicalização, ao repouso e à educação(BASTOS, 2000, p. 174:175).

O Estatuto do Idoso expõe de forma muito ampla os direitos e garantias

fundamentais e por assim ser, será apresentada uma breve análise destes, excetuando-se o

disposto nos artigos 26 a 28 (Profissionalização e do Trabalho) que será tema da

exposição do presente trabalho.

a) DO DIREITO À VIDA:

Compreende-se à Vida como o decurso iniciado no nascimento, transpondo o

desenvolvimento evolutivo, e terminando na morte. A transposição evolutiva do ser Idoso

transuda no envelhecimento, ou seja, é inerente ao ciclo natural da vida dos seres

humanos, sendo, entretanto, um processo individual, no qual cada ser envelhece de forma

variada do outro.

Assim, o direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos,

já que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos osdemais direitos....... e A Constituição Federal proclama, portanto, odireito à vida, cabendo ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção,sendo a primeira relacionada ao direito de continuar vivo e a segunda dese ter vida digna quanto à subsistência (MORAES, 2003, p. 63:64).

b) DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

A dignidade da pessoa humana, preceito fundamental elencado no art. 1° da

Constituição Federal, é enfatizado no Estatuto do Idoso no art. 10 como sendo o protetor

de uma filosofia de vida melhor para o longevo, no qual este possui o condão da

autonomia de tomar suas próprias decisões (DAVID, 2004, p. 3).

c) DOS ALIMENTOS

A prestação de alimentos, pelos familiares, como obrigação solidária; o acordo de

alimentos pode ser firmado perante o Ministério Público, valendo como título executivo

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extrajudicial; os alimentos são obrigação do Estado quando a família não puder provê-los

(DAVID, 2004, p. 3).

d) DO DIREITO À SAÚDE

A atenção integral pelo SUS, no tratamento e na prevenção das doenças, inclusive

no atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; atendimentodomiciliar para o idoso impossibilitado de locomoção; reabilitação;fornecimento gratuito de medicamentos de uso continuado, próteses eórteses; proibição de discriminação em plano de saúde; direito aacompanhante, na internação; direito de opção pelo tipo de tratamento;treinamento específico dos profissionais de saúde, dos cuidadoresfamiliares e dos grupos de auto-ajuda (DAVID, 2004, p. 3: 4).

e) DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

O acesso à educação, com observância de currículos, metodologia e material

didático adequados, técnicas de comunicação, computação e demaisavanços tecnológicos; criação da universidade aberta para os idosos;publicação de livros e periódicos em padrão que facilite a leitura pelosidosos; acesso ao esporte, à cultura e ao lazer e diversões, com descontode 50% nos bilhetes de ingresso; participação do idoso em eventoscívicos e culturais, visando à transmissão de conhecimentos às novasgerações; programação especial para os idosos nos meios de comunicação(DAVID, 2004, p. 4).

f) DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO

Esse instituto será mais bem apreciado mais adiante, vez que é o alicerce do

presente trabalho.

g) DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Os critérios de reajuste devem preservar o valor real dos benefícios de

aposentadoria e pensão; a aposentadoria por idade será concedida, mesmoapós a perda da “qualidade de segurado”, desde que o tempo decontribuição corresponda ao período de carência (15 anos); não havendocomprovantes das contribuições pagas a partir de julho de 1994, obenefício terá o valor de 01 (um) salário mínimo; os benefícios pagoscom atraso, por responsabilidade da Previdência Social, serão atualizadospelos índices de reajustamento dos demais benefícios; a data base dosaposentados e pensionistas é o dia 1º de Maio (DAVID, 2004, p. 4).

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h) DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Redução da idade, de 67 para 65 anos, para o direito ao benefício da LOAS;

proibição do cômputo do benefício concedido a outro membro da famíliano cálculo da renda familiar; obrigação de contrato de prestação deserviços, tratando-se de entidade de longa permanência; a cobrança departicipação, por entidades filantrópicas, não pode exceder a 70%(setenta por cento) do benefício previdenciário ou assistencial recebidopelo idoso (DAVID, 2004, p. 4).

i) DA HABITAÇÃO

Moradia digna, preferencialmente com a família;

as instituições devem cumprir o padrão mínimo de habitabilidade; osprogramas habitacionais, financiados com recursos públicos, devemobservar a reserva de 3% (três por cento) das unidades para os idosos, ofinanciamento compatível com a aposentadoria ou pensão e a eliminaçãode barreiras arquitetônicas e urbanísticas (DAVID, 2004, p. 4).

j) DO TRANSPORTE

Gratuidade nos transportes coletivos urbanos e semi-urbanos,

para os maiores de 65 anos; no transporte coletivo interestadual, 2 (duas)vagas gratuitas, por veículo, e desconto de 50% (cinqüenta por cento) napassagem dos idosos excedentes que tenham renda de até 2 (dois) saláriosmínimos; prioridade no embarque em transporte coletivo; e reserva de5% (cinco por cento) das vagas em estacionamentos (DAVID, 2004, p.4).

O papel social de indivíduo (e de cidadão) é

uma identidade social e de caráter nivelador e igualitário. Essa seria suacaracterística ideal e normativa, de modo que, como cidadão, eu só clamodireitos iguais aos de todos os outros "homens". O conjunto de cidadãos,assim, é um conjunto de unidades teoricamente idênticas e absolutamenteiguais e paralelas... (DAMATTA, 1997, p. 69:70).

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2 A PESSOA IDOSA E A VIVÊNCIA SOCIAL

O envelhecimento é um processo natural, inevitável que sofre com a interferência

contínua da complexa sociedade, uma vez que esta influencia o idoso em todos os sentidos

possíveis e imagináveis.

Assume-se que o envelhecimento populacional é uma das principais conquistas

sociais da segunda metade do século XX, mas que traz grandes desafios.Um deles é o de assegurar que o processo de desenvolvimento ocorracom base em princípios capazes de garantir a dignidade humana e aeqüidade entre os grupos etários na partilha dos recursos, direitos eresponsabilidades sociais (CAMARANO; PASINATO, 2007, p. -10).

De acordo com o UOL CIÊNCIA E SAÚDE,

“A população brasileira vem envelhecendo a cada ano, com o aumentocontínuo dos residentes com mais de 40 anos. Em comparação aos dadosde 1992 a 2007...”.

“...A faixa de 40 anos ou mais aumentou 4,2% e equivale agora a 33,2%da população, sendo que a de mais de 60 anos representa 10,5% - um leveaumento em relação a 2006, quando era 10,2%” (UOL, 2008).

A sociedade Brasileira considera o idoso como sendo, muitas vezes, um estorvo

sócio-familiar. A pessoa ao envelhecer padece incrédula não somente com os castigos que

o ciclo natural da vida lhe impõe, mas também com a indiferença e o descaso relacionados

a questões graves de direito, as quais deveriam ser resolvidas na esfera governamental.

2.1 A MUDANÇA SOCIAL DA PESSOA IDOSA

Os idosos possuem papel primordial em muitos outros países. Em determinadas

culturas são tidos como sendo ponto de referência para a sociedade, uma vez que exercem

grande influência para as gerações futuras. Já o povo brasileiro vislumbra o idoso, como

sendo apenas mais um entre muitos seres que transpuseram o ciclo natural da vida.

Apesar de serem relegados à marginalização pela sociedade, os idosos adquiriram

e acumularam durante o ciclo natural da vida, sabedoria, discernimento e experiências,

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que embora muitas vezes esquecidas, são de grande valia para o atual estado decadente de

mão de obra especializada.

As mudanças físicas e psicológicas decorrentes da longevidade são refletidas aos

membros mais jovens da sociedade, como sendo algo incapaz de lhes atingir e por assim

ser, só existirá preocupação com os longevos, após a conscientização de que a terceira

idade é inevitável e quando os jovens estiverem próximos a ela.

O período do envelhecimento é tido como sendo uma fase inelutável da vida do

ser humano, pois este sofre com grandes alterações biológicas, sociais e até mesmo

psicológicas. As mudanças e alterações sofridas pelo idoso para se adaptarem, exigem

demais do longevo.

Diante da realidade inquestionável da transição demográfica, na qual a população

de idosos aumenta a cada ano, o conceito da transposição entre a juventude e a terceira

idade abrange uma série de aspectos relacionados com a auto-estima e ao bem-estar

pessoal.

A auto-estima e o bem-estar pessoal estão diretamente interligados ao estado

emocional e interação social da pessoa idosa. Ao se falar em estado emocional e interação

social, deve-se primeiramente verificar a variabilidade do conceito de qualidade de vida

da pessoa idosa, tanto na transição, quanto no decorrer da terceira idade.

A chamada interação social é vista por muitos como sendo apenas a inserção em

outra faixa etária, todavia, para estes é simplesmente fácil vislumbrar o que seria a

transposição para a terceira idade, uma vez que ainda não se encontram nem se quer perto

dessa mudança.

A chamada qualidade de vida deve ser vista de forma pessoal apesar de todos

serem iguais perante as leis, assim, a literal mudança de vida do idoso deve envolver um

estudo pessoal e detalhado.

Apesar da variabilidade individual, na qual cada ser humano atinge a chamada

senectude de forma diferenciada, em muitos casos deve-se generalizar alguns aspectos do

conceito de qualidade de vida, para que não se cometa injustiças ou favores a

determinadas pessoas .

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2.2 DIRETRIZES E REFLEXÕES DO IDOSO NA INCUMBÊNCIA DE

OPTAR ENTRE A APOSENTADORIA E A CONTINUIDADE DO LABOR

A cultura ou a falta de informação leva a população brasileira a pensar

erroneamente que aqueles que atingem a terceira idade são aposentados ou aqueles que já

são idosos, são aposentados. Tal visão influencia em muito a sociedade em optar pela

aposentadoria, muitas vezes, precoce.

A chegada da chamada terceira idade, em muitos casos, requer uma maior atenção

por parte daqueles jovens que irão se tornar idosos, isto porque, na atual sociedade, nem

sempre a opção de se aposentar é atribuída à chegada da terceira idade.

A senectude pode ser considerada por muitos, uma das opções da aposentaria

precoce, todavia, devido à falta de uma infra-estrutura orçamentária familiar a opção do

idoso por dar continuidade com o labor é tida muita das vezes como sendo fator

fundamental.

Isto se deve pelo fato de muitos idosos, já na idade da aposentaria, necessitarem

continuar exercendo atividades laborais, garantindo assim uma melhor qualidade de vida

não só para si, mas como também para os membros de sua família, que muitas vezes,

encontram-se a mercê do grande índice de desemprego no país.

Assim surge uma nova estrutura na hierárquica familiar na qual o idoso é tido

como chefe de lar, não por ser o mais velho ou o mais sábio, mas sim pelas circunstâncias

que o tornam o maior e muitas vezes o único sustento ou representante financeiro de

determinadas famílias.

2.3 A EXIGÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO

O Brasil é um país que vem atravessando uma série de mudanças demográficas,

culturais e econômicas. Um acontecimento importante é oenvelhecimento da população, o que está fazendo com que a sociedaderepense vários aspectos, como aposentadoria e o que fazer após a mesma.Para autora, as pessoas, tendo uma maior expectativa de vida, começam aquestionar-se a respeito de alguns sonhos “esquecidos”, como retornar àfaculdade (o que hoje é até estimulado por algumas instituições deensino), ou, ainda, a segunda profissão, que, no passado, era realizadacomo hobby ou complemento familiar e, hoje, se torna a profissão

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principal, dando um novo rumo para o trabalhador da terceira idade nomercado de trabalho (Sá, 2006, apud SANTOS, 2007, p. 11).

O mercado de trabalho, tanto no Brasil como no mundo, sofre com a chamada era

da informatização. A criação de novas técnicas para imprimir maior agilidade e eficiência

ao trabalho vem substituindo a mão-de-obra operária pelas máquinas e programas

resultando assim na especialização de determinadas profissões e o desaparecimento de

outras. Como por exemplo, é a inserção do caixa eletrônico em substituição aos chamados

caixas de banco.

A informatização não afetou somente o trabalhador, mas também as empresas,

uma vez que estas necessitam cada dia mais e mais de profissionais capacitados a

desenvolver e a operar mecanismos que não param de se atualizar.

As empresas precisam da melhor mão-de-obra que o mercado de trabalho possa

oferecer e é exatamente neste ponto que os idosos, apesar de considerados ociosos, se

apresentam, diferenciados dos mais jovens, pois dispõem não somente da vontade, mas

também da experiência.

O desaparecimento de determinadas profissões gerou também uma condição de

trabalho que regula o interesse e a qualidade do empregado a chamada empregabilidade,

ou seja, este novo termo faz a empresa requerer a melhor mão-de-obra do mercado e, por

conseguinte, o empregado deverá se socorrer de meios e métodos que o torne qualificado.

Observa-se ainda, que atualmente, o trabalho é tido como sendo a principal

atividade do homem, pois é parte integrante de sua identidade.

A exigência do mercado de trabalho quanto à precocidade da idade do trabalhador

não guarda correlação fundamentalmente fática com questõesfisiológicas, psíquicas ou estruturais que pudessem interferir na produçãodo trabalhador. E, em vista disso, o Estado e a sociedade como um tododeve repugnar veementemente tal tipo de discriminação (Araújo).

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3 O DIREITO DO IDOSO AO TRABALHO E À PROFISSIONALIZAÇÃO NO

ORDENAMENTO JURÍDICO

Os direitos e obrigações gerados em razão da regulamentação das regras de

convívio social entre as pessoas e o Estado são chamados de direito material. Já o direito

Processual, tem como finalidade a regulamentação das regras de existência dos processos

judiciais desde sua formação até sua extinção.

O ordenamento jurídico tem sua constituição baseada na fusão instrumental entre

o direito material e o Direito processual e como todo sistema normativo, é estabelecido de

forma à regular os direitos subjetivos, os deveres, a organização, a competência e o

conjunto de normas de conduta.

O ordenamento jurídico brasileiro possui sua norma basilar de organização

jurídica do Estado na Constituição Federal de 1988.

Para Alexandre de Moraes, Constituição deve ser entendida como sendo

a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentesà estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma degoverno e aquisição do poder de governar, distribuição de competências,direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Constituiçãoque individualiza os órgãos competentes para a edição de normasjurídicas, legislativas ou administrativas (MORAES, 2003, p. 37).

Em suma, a Constituição é tida como sendo “mãe de todas as normas”, ou seja,

baseada em sua redação é que os legisladores criam e regulam novas normas.

Como se sabe, a Constituição da República Federativa do Brasil possui em sua

composição uma vasta compreensão de normas jurídicas e sua redação abrange tais

normas de maneira superficial, gerando assim, a necessidade de criação e implementação

de leis específicas, as quais visão a regulamentação da vivência da sociedade como um

todo.

O processo de criação e promulgação de novas normas muitas vezes se torna um

tanto ou quanto árduo devido à grande extensão de normas e por essas ainda serem

expressas de forma superficial.

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Na atual sociedade, por exemplo, algumas normas que levem dez anos para serem

promulgadas se tornam obsoletas. Dizer que uma norma é obsoleta é dizer que sua redação

não mais condiz com o atual estado da sociedade sendo considerada ultrapassada.

Assim, o legislador infraconstitucional ao deixar de promulgar de forma mais

condensada a Constituição Federal de 1988 gerou a necessidade bem como a obrigação de

criar uma Política Nacional, de cujo objetivo fosse regular as normas e as leis de maneira

mais específica. Tendo como exemplo, a necessidade de criação de uma política voltada a

respaldar os direitos e garantias do idoso, foi criado o Estatuto do Idoso.

Apesar da existência de leis anteriores a Magna Carta de 1988, somente após sua

promulgação, é que se deu início às Políticas Públicas voltadas a preocupar-se com a

pessoa idosa. Por ser a norma suprema do ordenamento jurídico brasileiro, viabilizou

algumas conquistas sociais de suma importância, tais como a Lei Orgânica da Assistência

Social.

Tendo em vista o quantioso número de autores, doutrinadores, em fim, estudiosos

acerca da compreensão dos direitos dos Idosos, muitos entendem como sendo o marco

inicial, a lei ELOY CHAVES. a qual de acordo com o DECRETO Nº 4.682 “criou em

cada uma das empresas de estradas de ferro existentes no país, uma Caixa de

Aposentadoria e Pensões para os respectivos empregados”.

A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), lei 8.742 promulgada em

dezembro de 1993, fez se prevalecer como direito do cidadão e dever do Estado à política

de Seguridade Social em vias de atender as necessidades básicas da pessoa humana.

Assim ficou evidenciada no artigo 20, a obrigação do Estado e, prover um salário mínimo

aos Idosos maiores de 70 anos que não possuem, nem seus familiares, condições de prover

o próprio sustento.

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um)salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de provera própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família (BRASIL,1993).

As ações e estratégias legais, sociais voltadas para o amparo do idoso, são

consideravelmente recentes no Brasil. O marco inicial, com intuito de assegurar os

direitos sociais dos idosos, foi a implementação da lei 8.842, de 04 de janeiro de 1994,

regulamentada pelo Decreto nº 1.948 de 03 de julho de 1996, a qual deliberou sobre a

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Política Nacional do Idoso (PNI) e criou o Conselho Nacional do Idoso (CNI)

direcionando as competências dos diversos setores da administração pública.

O Ministério da Saúde baseando-se na PNI promulgou através da portaria 1.395,

de 09 de dezembro de 1999 a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI), tendo como

objetivo permitir o envelhecimento saudável do idoso, mantendo na melhor forma

possível o nível de qualidade de vida, a capacidade funcional e a autonomia.

O Estado, apesar de temer o rápido envelhecimento da população, releva a

necessidade de criação de uma política de planejamento, voltada aos setores de

profissionalização e trabalho do idoso. Isto porque quando se pensa em envelhecer, pensa-

se em saúde.

Esquecendo-se que o labor é uma das formas de evitar doenças e maiores custos

com saúde, isto porque o ser que trabalha vive a maior parte de seu tempo ocupado,

evitando que a fadiga do ócio absorva suas energias vitais causando doenças

psicossomáticas e outras mais.

A palavra trabalho vem do latim tripalium: instrumento feito de três paus

aguçados, com o qual os agricultores batiam o trigo; era usado tambémpara prática de tortura. Devido a isso, o termo trabalho era relacionado àdureza e a dificuldade. Somente a partir do século XI passou a significara dedicação da força de uma pessoa em favor da outra. Segundo Souza,para o filósofo Hegel (1770-1831) o trabalho passou a ter importânciacapital no processo pelo qual o homem toma responsabilidade por simesmo, surge como conquista da subjetividade. (SOUZA 1995 apudSANTOS, 2007, p. 8).

Em vias de suprimir à dureza e a dificuldade, expressas na citação supramencionada, o

Estado destacou no capítulo VI do Estatuto do Idoso o seguinte:

CAPÍTULO VI

DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade pro ssional,respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

Art. 27. Na admissão do idoso em qual quer trabalho ou emprego, évedada a discriminação e a xação de limite máximo de idade, inclusivepara concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.

Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso públicoserá a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.

Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:

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I - pro ssionalização especializada para os idosos, aproveitando seuspotenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;

II - preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedênciamínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais,conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais ede cidadania;

III - estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho(BRASIL 2003).

Para Elida Séguin (O Idoso: Aqui e agora), o provérbio popular, “o trabalho

dignifica o homem”, realça ainda mais as características do ócio criadas com a

aposentadoria, ou seja, muitos trabalhadores ainda não estão aptos a aceitarem a punição

que a aposentadoria traz. Assim, inúmeras empresas já adotam o PPA (Programa de

Preparação da Aposentadoria).

Elida Séguin ressalva ainda o fato de muitos longevos não estarem preparados

para conviver com o ócio, continuam trabalhando para se auto-afirmarem e também a fim

de ajudarem suas comunidades de maneira a prosperarem, mesmo que seu labor seja de

forma não remunerada e sem a devida valorização social necessária.

Atualmente, o trabalho que tem por objeto suprir ou produzir as necessidades

humanas está intrinsecamente relacionado com o valor monetário, ou seja, todo o labor

humano tem como escopo a necessidade da remuneração pecuniária, não se fazendo

diferente para aqueles que já atingiram a terceira idade e a aposentadoria.

3.1 O DIREITO DO IDOSO AO TRABALHO E A PROFISSIONALIZAÇÃO

Conforme mostra Peres (2007, p.10) desde os primórdios da industrialização, a

atribuição de valor social aos indivíduos era considerada conforme a capacidade produtiva

do trabalhador. O ser idoso era visto, pelo Estado e a sociedade empresarial, como sendo

uma classe de trabalhadores fisicamente enfraquecidos e inabilitados a proficiência

laborativa. O ser Idoso, ou por assim dizer o direito de envelhecer até o fim do século

XIX, ainda não possuía nenhuma lei e ou política que lhe atribuísse proteção ou

reconhecimento. A falta de uma política que ensejasse Direitos aos longevos era devido ao

reduzido número de pessoas que conseguiam transpor a juventude chegando até a velhice.

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No final do século XIX, vivendo em condições precárias, muitas vezes de

miséria, os trabalhadores idosos excluídos de suas atividades laborais, não possuíam

garantias de sobrevivência na velhice. A primeira política pública voltada a assegurar aos

trabalhadores uma forma de sustento na aposentadoria foi criação do Decreto nº 4.682,

conhecida como a lei ELOY CHAVES.

As dificuldades de acesso aos benefícios previdenciários quanto o valor irrisório

pago pelos mesmos – principalmente nos países em desenvolvimento –,somados ao prolongamento da vida, têm determinado o fenômeno dotrabalho na velhice, comumente identificada como fase improdutiva nocapitalismo industrial. Em diversos países do mundo e também no Brasil,diversos idosos têm que continuar trabalhando para garantir uma rendaque supra as suas necessidades individuais e familiares, sendo que muitosdeles continuam na condição de chefes de família (CAMARANO, 1999).Tal situação tem levado a uma nova configuração etária da força detrabalho, com um crescimento significativo no número de trabalhadorescom mais de 60 anos de idade... (Peres, 2007, p.13).

Seguindo a grande tendência mundial, o crescente aumento da população Idosa e

a conversão para uma nova política etária de força de trabalho, tendo como percussores os

longevos, gerou-se uma crise política social na qual, na realidade já antiga, a necessidade

emergencial de rever a situação do idoso na sociedade deveria ser vista principalmente no

que tange o trabalho, a saúde, a vida pública.

A filosofia de vida do povo brasileiro, diferentemente dos demais países

considerados de primeiro mundo, encontra-se em vias de colidir com os direitos

fundamentais elencados no Estatuto do Idoso. Tal colisão é tida como sendo conseqüência

ao despreparo do Estado em face ao desenvolvimento da medicina e ao grande

crescimento da população idosa.

O envelhecimento do ser humano é visto como sendo um processo natural da

vida, no entanto, esse processo natural vem se tornando um grande problema para a

sociedade e o Estado em geral, isto porque, o Brasil atualmente detém, como sendo jovem,

a maior parte da população e como bem se sabe futuramente essa juventude irá

envelhecer, tornando-se idosa.

A queda acelerada das taxas de fecundidade e da mortalidade registradas no

Brasil provoca mudanças rápidas no ritmo de crescimento da população.A mais importante, de acordo com o Ipea (Instituto de PesquisaEconômica Aplicada), é o envelhecimento dos brasileiros.

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De acordo com a pesquisa "Pnad 2007: Primeiras Análises", a taxa defecundidade total no ano passado foi de 1,83 filho por mulher. A médiafoi inferior à chamada taxa de reposição (de 2,1), que significa o mínimode filhos que cada brasileira deveria gerar para que, no período de 30anos, a população total do país seja mantida.

A queda teve início na segunda metade dos anos 60 e poderá, a partir de2030, refletir em uma população "super envelhecida" no Brasil,reproduzindo experiências de países da Europa Ocidental, além de Rússiae Japão.

A projeção é que a população brasileira irá atingir o seu máximo em2030, com um contingente de aproximadamente 204,3 milhões dehabitantes. Para 2035, a expectativa cai para 200,1 milhões.

Como conseqüência direta, a população com idade inferior a 15 anos, querepresentou 33,8% da população total em 1992, passou a responder por25,2% em 2007. Já a população idosa que, em 1992 representava 7,9% dapopulação, passou a responder por 10,6% no ano passado.

O estudo mostra que, além do envelhecimento da população total, aproporção de pessoas com idade superior a 80 anos está aumentando. Opercentual de brasileiros nesse grupo passou de 1%, em 1992, para 1,4%,no ano passado, o que representa um universo de 1,6 milhões de pessoas.

Os dados, de acordo com o Ipea, indicam uma maior demanda porcuidados de longa duração e por pagamento de benefícios previdenciáriose assistenciais por um período de tempo também mais longo.

Segundo o instituto, alguns grupos populacionais no país jáexperimentam taxas negativas de crescimento, como as pessoas commenos de 3 anos de idade. Entre 2030 e 2035, os únicos grupospopulacionais que deverão apresentar crescimento positivo, de acordocom o estudo, são formados por pessoas com idade superior a 45 anos(FOLHA ONLINE, 2008).

Diante do envelhecimento da população brasileira e da baixa qualificação dos

jovens, as empresas estão demonstrando grande interesse na contrataçãode pessoas com idade superior a 65 anos, trazendo inúmeras vantagenspara o empregador. Entretanto, as adversidades encontradas pelo idoso nomercado de trabalho são várias, uma vez que a sociedade contínua aalimentar o preconceito contra a mão-de-obra daquele que já não maisconta com vigor e força da juventude, mas antes, possui a maturidade e aperseverança imprescindíveis para a execução de um serviço de qualidade(SANTOS, 2007. p.8).

O envelhecimento populacional requer medidas tanto na área de saúde quanto na

de profissionalização, isto porque,

Com o aumento da expectativa de vida da população (hoje já se aproximados 70 anos) e a conseqüente organização dos idosos, que passaram a

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lutar por um sistema de aposentadoria capaz de garantir-lhes dignidade,por um sistema de saúde adequado, por espaços de lazer, por leis maisduras contra atos de violência contra eles praticados nos próprios lares, aquestão do envelhecimento transformou-se em questão pública (RAMOS,2004).

Não há dúvida de que com idade avançada a população da terceira idade

dependerá de seus familiares, ou seja, nos países em desenvolvimento, os idosos que

precisam de assistência tendem a confiar na ajuda da família, emtransferências de serviços informais e em economias pessoais. Hápouquíssimos programas de serviço social nesses locais e, em algunscasos, redistribui-se a renda para minorias da população menos carentes(WHO, 2005).

A realidade, muitas vezes, diverge em muito em vista daquilo que é apresentado

pelos meios de comunicação. Alguns apontamentos trazidos pela mídia são inerentes a

apenas determinam o percentual de trabalhadores idosos, ou seja, a verdade perpetuada

diariamente pela classe de longevos demanda um estudo mais profundo, isto porque o

estilo de vida do idoso varia de região para região.

A divergência supramencionada resvala na situação financeira da região, ou seja,

o resultado de um estudo realizado com uma popular com um maior poder aquisitivo será,

logicamente, diferente daqueles hipossuficientes e desta forma os considerados de baixa

renda continuam a exercer atividades laborais em pro de uma vida mais digna.

A inter-relação entre participação da população idosa no mercado de trabalho e

funcionamento dos sistemas previdenciários tem recebido atençãocrescente, principalmente nos países desenvolvidos (Bertranou, 2005).Essa relação não é muito direta, pois em alguns países, como o Brasil, aaposentadoria não significa, necessariamente, saída do mercado detrabalho. A legislação brasileira permite que o aposentado retorne a elesem qualquer restrição (CAMARANO e PASINATO 2007. p.20).

Em muito se contradiz com aquilo que se encontra em vias de direção a declínio

de mão-de-obra especializada

As adversidades encontradas juntamente com as exigências do atual mercado de

trabalho, classificam o Idoso como sendo mão-de-obra desvalorizada e desnecessária.

Em face ao que predispõe o artigo 26 do Estatuto do Idoso, “O idoso tem direito

ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e

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psíquicas” (BRASIL, 2003, p.19), há de se convir que com a retomada do idoso ao labor,

deve-se atentar para dois tópicos importantes, quais sejam:

O primeiro abrange tanto o retorno do idoso ao labor, quanto à sua continuação,

ambos devido à inópia financeira;

O segundo tópico trata do retorno ao trabalho como sendo uma prerrogativa ao

desfazimento do ócio, convertendo-o em satisfação física, metal e também em muitas

vezes, esse retorno se dá apenas como sendo método ou maneira de ocupar o tempo livre.

Os itens anteriormente narrados devem ser vistos com total relevância uma vez

que estão diretamente correlacionados, ou seja, ambos buscam salientar a necessidade e a

dificuldade que o idoso possui em voltar a trabalhar ou apenas dar seguimento ao labor.

Constata-se ainda que o primeiro tópico possui um grande significado tanto para

o idoso quanto para a sociedade.

O idoso diante da necessidade de retornar ao labor ou a se manter trabalhando,

face aos problemas de cunho financeiro, propicia, muitas vezes, como único, a

manutenção orçamentária de uma família o que significa a continuação de uma rotina de

trabalho.

Apesar da grande disposição que muitos idosos possuem em enfrentar o novo, o

retorno ao trabalho muitas vezes é tão doloroso quanto à saída dele, isto por que, ao se

depararem com a necessidade de retornar a trabalhar o idoso verifica a necessidade de

deixar de lado alguns prazeres que a vida guardou como, por exemplo, ver os netos

crescerem.

Algumas das dificuldades do idoso não estão necessariamente relacionadas à

tentativa de retornar ou o dever em dar continuidade ao emprego, mas, o simples fato de

ter que abandonar o sonho de aposentar-se e ver-se obrigado a abandonar o repouso e a

alegria em ver o crescimento do neto, frutos da compensação pelos anos de vida dedicados

ao trabalho.

Ressalva-se ainda que necessidade que o idoso possui em retornar ou continuar

exercendo atividades laborais, muito das vezes ocasiona para muitos a impressão de ser

uma obrigação, no entanto, tais prerrogativas estão relacionadas ao livre arbítrio bem

como com os direitos fundamentais, excluindo-se assim a possibilidade de dever ou

obrigação.

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3.2 O IDOSO COMO LABOR COM EFICIÊNCIA PRODUTIVA

Os avanços tanto da tecnologia bem como da medicina alteraram o perfil de saúde

da pessoa idosa, isto por que devido à transposição demográfica populacional o agora,

longevo, deixa de se preocupar com as doenças infecto-contagiosas para preocupar-se com

as doenças crônicas não transmissíveis. Isto se dá devido à presença de grandes riscos à

saúde, face à longa duração e a maior freqüência de cuidados específicos. (FARINASSO,

2004, p.25).

A preocupação do idoso deve-se também ao fato de tais doenças estarem

diretamente relacionadas com seu desempenho funcional o qual vai se deteriorando pouco

a pouco o que está interligado ao declínio funcional do próprio envelhecimento acabam

limitando o idoso no desempenho de suas atividades. (FARINASSO, 2004, p.25).

Os fatores psicológicos, que incluem a inteligência e capacidade cognitiva

(por exemplo, a capacidade de resolver problemas e de se adaptar amudanças e perdas), são indícios fortes de envelhecimento ativo elongevidade (Smits e cols., 1999). Durante o processo de envelhecimentonormal, algumas capacidades cognitivas (inclusive a rapidez deaprendizagem e memória) diminuem, naturalmente, com a idade.Entretanto, essas perdas podem ser compensadas por ganhos emsabedoria, conhecimento e experiência. Freqüentemente, o declínio nofuncionamento cognitivo é provocado pelo desuso (falta de prática),doenças (como depressão), fatores comportamentais (como consumo deálcool e medicamentos), fatores psicológicos (por exemplo, falta demotivação, de confiança e baixas expectativas), e fatores sociais (como asolidão e o isolamento), mais do que o envelhecimento em si (WHO,2005).

O advento da modernidade, decorrente da globalização, traz consigo uma visão

futurística, ou seja, uma nova realidade social onde o tradicional e o passado não possuem

apego diante da importância da sociedade moderna.

A ruptura ocasionada com a chegada da sociedade moderna e o esquecimento do

que antes era chamado de tradicional, causam uma grande reviravolta no estado

laborativo, tanto do jovem quanto do longevo, isso devido avanço científico e tecnológico,

que significa expansão de sistemas de produção, como por exemplo, implementação de

máquinas em fábricas no lugar da mão-de-obra operaria.

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Numerosos são os aposentados que não querem parar de trabalhar, aindaque não necessitam aumentar a renda familiar. (...) Assim, em certoscasos, o retorno ou a permanência no trabalho após 60/65 anos, para osdois sexos, não está somente focalizado na manutenção do mesmo nívelde vida que detinham antes da aposentadoria mas, também, no desejo decontinuarem ativos por mais longo tempo possível. (...) Há tambémaqueles que procuram preencher o tempo livre da aposentadoria devido àdificuldade em suportar as longas jornadas e a ausência de um ritmoregulado pela rotina do trabalho. (...) Mas há também aqueles para osquais o trabalho tem a função importante de “ocupar a cabeça”(PEIXOTO, 2004, p. 72-73, apud PEREZ , 2007, p. 335).

Os avanços tecnológicos, conseqüentemente da medicina e da saúde ocasionam a

chamada aposentadoria ativa, ou seja, com a melhoria na saúde, a expectativa de vida do

idoso aumenta, bem como sua disposição em exercer atividades, sejam elas laborais ou de

lazer.

A bem da verdade, com o aumento da expectativa de vida, os seres passam a se

questionar a respeito de pensamentos e vontades anteriormente esquecidas, levando assim

os idosos a dar continuidade com suas vidas.

Como ressaltado anteriormente a tecnologia aliada com a baixa taxa de natalidade

e o grande número de jovens inexperientes que almejam possuir a referida primeira

profissão ou simplesmente o primeiro trabalho, fazem com que as empresas repensem a

decisão de demitir um funcionário com mais experiência, bem como este funcionário

também reflete sobre a possibilidade de aposentadoria.

A realização de uma reflexão por parte daqueles que estão prestes a se aposentar é

um dos alicerces de continuidade ao labor, isso porque ao tempo de refletir sobre a

aposentadoria ou o trabalho, o idoso se depara na primeira condição verificando a

necessidade financeira da continuidade bem como a necessidade que a empresa possui em

resguardar seus conhecimentos.

A vasta falta de mão-de-obra experiente faz do idoso a essência de uma empresa,

aumentando a oportunidade de demandar melhores rendimentos e até mesmo cargos de

elevada estima.

Diante dessas condições de trabalho, a reflexão sobre a aposentadoria ou o direito

de colher os frutos do longo período de labor, se torna um pensamento quase que único na

cabeça do idoso.

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Em se tratando de empresa, muitas companhias deixam de contratar mão-de-obra

mais barata devido à falta de conhecimento dos pretendentes, outras, verificando o baixo

número de mão–de-obra, criam em suas próprias empresas, setores que ensinam e

aperfeiçoam funcionários, a fim de resguardar e assegurar futuramente a chamada mão–

de-obra qualificada.

Ressalta-se ainda que até mesmo os idosos, que possuem maior conhecimento e

experiência, aproveitam essas oportunidades de profissionalização para além de possuírem

mais e melhor experiência, possuírem um certificado.

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CONCLUSÃO

Buscou-se com este trabalho verificar a possibilidade da continuação e a inserção

do idoso no mercado de trabalho.

Apesar da criação de novas normas jurídicas que visaram complementar as já

elencadas na constituição Federal e a implementação do Estatuto do Idoso com o escopo

de dirimir os conflitos entre gerações, bem como o de atalhar as injustiças e desigualdades

que o ordenamento jurídico acomete contra a pessoa idosa, resta dizer que ainda é um

tanto ou quanto insuficiente.

É de se dizer ainda que, a busca por uma conclusão sobre a inserção do idoso no

mercado de trabalho tornou-se uma tarefa um tanto ou quanto árdua, uma vez que a

sociedade carece e o Estado necessita implementar uma política estatutária, que atenue a

obrigação que os idosos tem em competir com os mais jovens

Afinal, por tudo que foi explanado, o hodierno mercado de trabalho brasileiro

encontra-se em vias de urgente necessidade de propor medidas para a possível adequação

da sociedade em re-inserir o idoso aposentado no mercado de trabalho e também assegurar

num futuro próximo o processo de envelhecimento e de aposentadoria para os atuais

jovens.

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