A oposição de direita e os desafios para a extrema esquerda - Passa Palavra.pdf

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    Tera-feira, 21 de Junho de 2016

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    Tempestade Perfeita? A oposio de direita e os desafios para a

    extrema esquerda (3)

    23 de julho de 2015Categoria: Brasil

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    O atrito entre PT e PSDB real e se processa como disputa de projetos de gesto do Estado correspondentes a projetos de controle do capital: o PTest mais ligado aos gestores e o PSDB burguesia.Por Pablo Polese

    Leia aprimeirae segundapartes da srie.

    Vem noite espessa e veste a mortalha dos mais pardacentos vapores do Inferno,

    que para minha fina afiada faca no ver a ferida que faz,

    que para o Cu no poder espiar atravs da coberta de escurido a tempo de gritar Pare, pare!

    Estrelas, escondam o seu brilho; no permitam que a luz veja meus profundos e escuros desejos

    Shakespeare emMacbeth

    O destino dos financiamentos de campanha enquanto indicativo dos atritos internos do capital

    TOP 20 Doadores da Campanha eleitoral de 2014, pormenorizando o TOP 10 Partidos que mais receberam.

    JBS S/A CNPJ/CPF: 02.916.265/0001-60 Total doado: 361,741,374.50

    PT 115,090,000.00

    PMDB 61,627,000.00

    PSDB 56,576,000.00

    PP 37,221,546.00

    PSD 22,200,000.00

    PR 19,010,000.00

    PC do B 10,049,000.00

    PROS 8,600,000.00

    PSB 6,940,600.00

    SD 6,370,000.00

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    CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ SA CNPJ/CPF: 17.262.213/0001-94Totaldoado: 83,183,572.13

    PT 34,680,000.00

    PSDB 26,340,900.00

    PMDB 11,650,000.00

    PSB 2,501,181.05

    PR 1,700,000.00

    DEM 1,300,246.08

    PTB 1,300,000.00PSD 1,250,000.00

    PP 800,000.00

    PRB 650,000.00

    CONSTRUTORA OAS S.A. CNPJ/CPF: 14.310.577/0030-49 Total doado:68,726,630.00

    PT 23,226,000.00

    PMDB 14,560,000.00

    PSDB 11,500,000.00

    PSB 4,750,000.00

    PP 3,650,000.00

    PR 3,050,000.00DEM 2,950,000.00

    PSD 2,150,000.00

    PTB 700,630.00

    PV 600,000.00

    CERVEJARIA PETROPOLIS S/A CNPJ/CPF: 73.410.326/0001-60Total doado:57,431,000.00

    PT 27,920,000.00

    PMDB 13,950,000.00

    DEM 6,136,000.00

    PSB 4,775,000.00

    PDT 3,400,000.00PTB 700,000.00

    PSC 500,000.00

    PC do B 50,000.00

    CONSTRUTORA QUEIROZ GALVAO S A CNPJ/CPF: 33.412.792/0001-60 Totaldoado: 55,843,921.00

    PMDB 15,830,000.00

    PT 15,100,000.00

    PSB 3,995,000.00

    PSDB 3,730,000.00

    PSD 3,539,081.00

    PDT 3,050,000.00

    PP 2,900,000.00

    DEM 2,750,000.00

    PR 2,000,000.00

    PTB 1,260,000.00

    U T C ENGENHARIA S/A CNPJ/CPF: 44.023.661/0001-08Total doado: 52,831,521.08

    PT 21,625,000.00

    PSDB 9,080,000.00

    DEM 4,765,000.00

    PMDB 3,900,000.00

    PC do B 3,040,015.08

    PR 2,550,000.00PDT 1,600,000.00

    PRTB 1,453,000.00

    SD 1,400,000.00

    PP 875,000.00

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    CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT S A CNPJ/CPF:15.102.288/0001-82 Total doado: 48,278,100.00

    PMDB 15,290,000.00

    PT 9,495,000.00

    PSDB 9,090,000.00

    DEM 4,440,000.00

    PSB 3,210,000.00

    SD 1,330,000.00

    PTB 703,100.00PP 690,000.00

    PSD 630,000.00

    PRB 600,000.00

    BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A. CNPJ/CPF: 51.990.695/0001-37Totaldoado: 40,201,852.82

    PSDB 11,882,919.46

    PMDB 6,625,000.00

    PT 6,150,000.00

    PROS 3,000,000.00

    PSD 2,450,000.00

    PSB 2,385,000.00SD 1,764,986.00

    PP 1,570,000.00

    DEM 1,100,000.00

    PTB 900,000.00

    CRBS S/A CNPJ/CPF: 56.228.356/0001-31 Total doado: 39,748,600.00

    PSDB 10,310,000.00

    PT 10,130,000.00

    PMDB 8,750,000.00

    DEM 2,510,000.00

    PP 1,260,000.00

    PTB 1,090,000.00PSB 730,000.00

    SD 650,000.00

    PROS 550,000.00

    PSD 550,000.00

    BANCO BTG PACTUAL S.A. CNPJ/CPF: 30.306.294/0001-45Total doado:37,300,275.00

    PMDB 12,000,000.00

    PSDB 10,100,000.00

    PT 8,500,000.00

    PSB 2,700,000.00

    PP 2,000,000.00PSD 1,450,000.00

    PMN 250,275.00

    DEM 250,000.00

    PDT 50,000.00

    COSAN LUBRIFICANTES E ESPECIALIDADES S.A. CNPJ/CPF:33.000.092/0001-69 Total doado: 30,631,000.00

    PSDB 9,350,000.00

    PMDB 9,175,000.00

    PT 6,300,000.00

    PSB 1,950,000.00

    DEM 1,200,000.00PP 750,000.00

    PPS 550,000.00

    PSD 525,000.00

    PC do B 200,000.00

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    PTB 200,000.00

    ARCELORMITTAL BRASIL S.A. CNPJ/CPF: 17.469.701/0001-77Total doado:29,221,865.00

    PSD 10,046,250.00

    PMDB 3,769,583.00

    DEM 2,123,875.00

    PDT 2,120,000.00

    PR 2,061,860.00

    PSDB 1,914,760.00PC do B 1,500,000.00

    PSB 1,165,000.00

    PT 1,163,250.00

    PV 1,145,000.00

    BRASKEM S/A CNPJ/CPF: 42.150.391/0001-70 Total doado: 29,030,000.00

    PT 10,270,000.00

    PSDB 6,200,000.00

    PMDB 5,340,000.00

    PP 1,450,000.00

    SD 1,230,000.00

    PSB 1,230,000.00DEM 640,000.00

    PPS 480,000.00

    PSC 370,000.00

    PTB 360,000.00

    GERDAU ACOS ESPECIAIS S.A. CNPJ/CPF: 07.359.641/0001-86Total doado:27,392,552.00

    PSDB 7,370,025.00

    PT 6,000,000.00

    PSB 4,740,000.00

    PMDB 3,890,333.00

    PP 1,710,000.00PDT 1,140,000.00

    DEM 740,000.00

    PTB 488,860.00

    SD 383,334.00

    PR 340,000.00

    ITAU UNIBANCO S.A. CNPJ/CPF: 60.701.190/0001-04 Total doado: 26,505,500.00

    PSDB 8,132,500.00

    PT 6,445,000.00

    PSB 3,395,000.00

    PMDB 2,515,000.00

    PSD 1,539,000.00DEM 1,232,500.00

    PP 762,500.00

    PTB 412,500.00

    SD 375,000.00

    PPS 355,000.00

    CARIOCA CHRISTIANI NIELSEN ENGENHARIA S A CNPJ/CPF:40.450.769/0001-26Total doado: 25,052,010.00

    PSD 3,880,000.00

    PMDB 3,720,010.00

    PT 3,002,000.00

    PSDB 2,220,000.00PSC 2,200,000.00

    SD 2,120,000.00

    PR 2,060,000.00

    PTB 1,900,000.00

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    PDT 1,750,000.00

    PSB 900,000.00

    AMIL ASSISTENCIA MEDICA INTERNACIONAL S.A. CNPJ/CPF:29.309.127/0001-79 Total doado: 21,191,225.00

    PT 9,400,000.00

    PMDB 7,250,000.00

    PSDB 2,350,000.00

    PTB 700,000.00

    DEM 450,000.00PP 450,000.00

    PSD 350,000.00

    SD 140,000.00

    PRB 100,000.00

    PC do B 1,225.00

    SUCOCITRICO CUTRALE LTDA CNPJ/CPF: 61.649.810/0001-68Total doado:21,048,000.00

    PSDB 10,025,000.00

    PT 6,000,000.00

    PMDB 2,973,000.00

    PSB 1,500,000.00PTB 200,000.00

    PSD 150,000.00

    SD 100,000.00

    PV 100,000.00

    VIA ENGENHARIA S. A. CNPJ/CPF: 00.584.755/0001-80 Total doado: 18,897,626.88

    PSDB 5,950,080.50

    PSB 5,685,152.24

    PT 4,040,000.00

    PR 1,050,000.00

    PMDB 1,050,000.00

    PP 506,849.31PSC 400,000.00

    DEM 200,000.00

    PTB 7,059.31

    PSL 4,950.48

    Passemos agora ao esmiuar da destinao das verbas para Dilma e Acio, na corrida presidencial.

    A candidata Dilma Rousseff do PT (coligao PT / PMDB / PSD / PP / PR / PROS / PDT / PC do B / PRB) teve um total de receitas de R$350,493,401.70, do qual R$ 336, 952, 000.00 foi aqui rastreado, mapeado e organizado, ou 96,1%. O PT teve um total de receitas de:$385,993,122.54. A alta porcentagem das receitas da Presidncia frente ao total arrecadado pelo Partido decorre do fato de que o PT primeirocentralizava as verbas no Comit da Presidncia, que ento repassava os valores para os demais candidatos.

    O candidato Acio Neves, do PSDB (coligao PSDB / PMN / SD / DEM / PEN / PTN / PTB / PTC / PT do B), teve um total de receitas de R$226,888,449.70, do qual R$ 204, 852,000,00 foi rastreado aqui, ou 90,2%. O PSDB teve um total de receitas da ordem de $629,323,035.76. Apenas ocandidato eleito a Governador de SP Geraldo Alckmin teve receita de $40,394,953.03, enquanto o Senador de So Paulo Jos Serra teve$10,701,447.98 de verbas.

    Os financiamentos de campanha foram somados, seus doadores e a rea e subrea das empresas foram

    identificados, sempre se optando pelo principal ramo da empresa, e alocados em setores e subsetores da economia divididos da seguinte forma:Agronegcio e Extrativismo

    Acar e etanol; agropecuria; alimentos; papel e celulose; petrleo e gs.

    Indstria

    Bebidas e fumo; comunicao e grfica; construo e engenharia; eletroeletrnica; empreendimentos imobilirios; energia eltrica; farmacutica e

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    cosmticos; materiais de construo e decorao; metalurgia, siderurgia e minerao; plsticos e borracha; qumica e petroqumica; txtil, couro evesturio; veculos e peas.

    Comrcio, Servios e Setor Financeiro

    gua e saneamento; bancrio e servios financeiros; comrcio atacadista e exterior; comrcio varejista; educao e ensino; mecnica; serviosespecializados; servios mdicos e planos de sade; tecnologia da informao & telecomunicaes; transportes e logstica;

    Vejamos ento como foi a disputa por setores, tendo por base os valores totais da corrida presidencial e a opo partidria das 5 maiores empresasrepresentantes do setor que financiaram doaes na Campanha de 2014.

    O quadro nos mostra que o PT vence o PSDB, quantitativamente, nos trs setores, tendo, no entanto, hegemonia quanto s principais empresasapenas no setor industrial. No setor A o PT o preferido da empresa JBS S/A, a maior financiadora de 2014. Uma anlise mais apurada de todos os

    financiamentos que somados atingiram, no mnimo, 50 mil reais, vai nos mostrar outras mincias importantssimas. No quadro abaixo vemos comoficou o financiamento especificamente quanto s verbas destinadas corrida presidencial.

    Quadro: Disputa por subsetor, tendo por base as verbas direcionadas para a disputa presidencial.

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    Essa tabela j nos fornece um panorama mais completo da correlao de foras interna a cada setor do capital no Brasil, refletida na preferncia pelasituao ou oposio, quanto sucesso presidencial. Infere-se da ausncia de financiamentos em alguns dos subsetores que tais setores no estoparticularmente interessados em influenciar a sucesso do executivo federal. Nos subsetores onde a quantidade de verbas para cada candidato atingiuum montante prximo tivemos tanto a situao de empresas doando quantidades idnticas a cada candidato, quanto situaes em que de fato hdisputa de projetos e preferncia empresarial por um ou outro candidato. Essa segunda situao particularmente importante para nosso texto, porisso a particularizao dos doadores ser feita em alguns momentos, visando esclarecer e fundamentar nossas hipteses sobre o carter da oposiode direita ao PT.

    Antes de passarmos prxima tabela convm tecer alguns comentrios sobre nossa pesquisa e algunsdos limites desse tipo de rastreio das contradies do capital a partir da anlise dos financiamentos de campanha superiores a 50 mil reais.

    Em primeiro lugar, cabe pontuar que as doaes das empresas no so feitas apenas aos candidatos preferidos, mas tambm aos candidatos que sepensa que podem vencer e que se pretende ter contribudo com tal vitria. Por isso, um mapeamento mais coerente teria que observar as datas dasdoaes e ponderar se naquela semana os dados de intenes de voto eram favorveis a tal ou qual candidato. Em 2014, por exemplo, tivemosalgumas semanas em que as pesquisas eleitorais apontavam chances reais de Marina Silva ser eleita, e a maioria de suas verbas afluiu para o PSBjustamente em tais semanas. No existe fidelidade no jogo eleitoral, e sim posicionamentos e apostas mais ou menos arriscadas, como por exemploo caso da Cervejaria Petrpolis, 4 maior financiadora das Eleies de 2014, que claramente optou pelo apoio total ao campo governista, no tendodestinado ao PSDB nem um centavo dos 57,4 milhes de reais que investiu. O Grupo Petrpolis, segundo maior produtor de cerveja no Brasil, temfortes ligaes com o PT h muitos anos. Em 2005 a Receita Federal investigou o Grupo com a suspeita de sonegao de impostos federais eestaduais no valor de 1 bilho de reais. Novas acusaes surgiram em 2008, mas foram arquivadas. Desde 2012 a empresa acusada pela Secretariada Fazenda de So Paulo de ter deixado de pagar 600 milhes de reais em impostos, entre 2006 e 2011.

    Em segundo lugar, muitas verbas originrias de uma empresa no foram destinadas ao candidato e sim aos Comits do Partido, que as repassou parao candidato. A JBS S.A, maior financiadora das Eleies de 2014, por exemplo, no fez nenhuma doao diretamente a Acio Neves, enquanto quepara Dilma Rousseff o montante chegou a 54 milhes de reais. Dos 361 milhes e 700 mil reais que a empresa investiu, 115 milhes foramdestinados ao PT, 61, 6 milhes ao PMDB e 56 milhes e meio ao PSDB. Por conta disso deve-se olhar com cautela, por exemplo, a subreaAlimentos, onde Acio aparece como tendo sido financiado em 30,4 milhes de reais por parte da JBS, que pode, por exemplo, ter doado essaverba para o Comit do PSDB tendo em vista outros candidatos a outros cargos, inclusive municipais e regionais. Por conta disso fizemos algunsajustes na pesquisa, nas tabelas a seguir, mas que no foram e no poderiam ser suficientes para abastar todos esses paradoxos o que exigiriaconhecimentos concretos de reais interesses e dvidas polticas e econmicas em jogo, o que se d nos bastidores da relao Estado e capital(empresas) e por isso na maioria das vezes inacessvel ao pblico. Em notcia de 17 de julho de 2014, no entanto, vimos a saber que JBS e BRFduelam nas gndolas (lembrando que a BRF optou prioritariamente em financiar o PSDB): Com perda de participao em quase todas as principaiscategorias nos ltimos anos, a BRF tem na volta s gndolas de produtos-chave da Perdigo, presunto e linguia calabresa, um trunfo para conter oavano da Seara principal marca da JBS Foods que cresceu na ausncia da marca Perdigo no mercado. Mas a JBS quer resistir Perdigo etambm desafiar a Sadia, marca da BRF dominante no mercado brasileiro. A reportagem informa uma briga judicial entre as empresas por conta deuma propaganda da Seara onde duas crianas pedem ao vendedor um presunto da marca que comea com S e termina com A, ao qu o vendedorresponde: Seara, lgico. A Sadia acusou a empresa de usurpar o slogan da Sadia para confundir o consumidor; a BRF tentou retirar a propagandapelo CONAR e Justia, mas a JBS conseguiu derrubar a liminar que a obrigava a retirar o filme do ar. Desde que se entenda a aparncia enquantoexpresso da essncia essas notcias e dados de financiamento informam significativamente aquilo que no acessvel por outras vias.

    Em terceiro lugar, a lista de maiores financiadores serve de ndice do grau de concentrao de capital em cada setor, porm os interesses empresariaisem financiamento de campanha sempre lembrando que estamos falando do financiamento s claras (legal e oficial) decorrem de interessesespecficos do setor em relao ao que os cargos pblicos podem ou no lhe beneficiar posteriormente. As empreiteiras e construtoras, por exemplo,tm grande interesse em cargos do Executivo estadual e nacional porque esto interessadas nas concesses estatais no setor, o que explica as grandes

    doaes provenientes desse setor, enquanto, por exemplo, o setor Mecnico e Eletroeletrnico no acusaram nenhuma doao acima de 50 milreais. H tambm o forte interesse, no s nesse setor, com respeito aos financiamentos estatais, por exemplo com recursos do BNDES. Oex-presidente da UTC Engenharia, por exemplo, afirmou em investigaes da Operao Lava Jato que doou 7,5 milhes de reais campanha deDilma por temer represlia e prejuzos nos contratos da Empreiteira com a Petrobras (ver aqui e aqui). J alguns setores de alta concentrao decapital em setores no to relacionados ou dependentes do Estado parecem no ter grande interesse nos financiamentos oficiais de campanha, oque explica, em parte, a ausncia de algumas grandes transnacionais na lista dos maiores financiadores. H casos curiosos, como por exemplo aquase inexistncia de transnacionais do setor automobilstico na lista, quando esse setor sempre fartamente beneficiado por medidas estatais deiseno de impostos etc. Por outro lado o dado acaba revelando questes econmicas, pois das trs empresas que fizeram doaes em 2014 duas,Hyundai e Mitsubishi, so empresas orientais que ainda esto buscando consolidar-se no mercado brasileiro. Por outro lado, h casos em que odesinteresse em financiar campanhas diz respeito apenas a alguns cargos em eleio, por exemplo o da Presidncia, enquanto os financiamentos sodirecionados para cargos locais (Vereadores, Deputados estaduais) e regionais (Deputados federais e Senadores). Esse dado aponta para o carterde atuao nacional ou regional da empresa doadora. Questo a se levar em conta se o foco da empresa transnacional visa ampliao dos negciosno Brasil ou fora dele, ou ainda num Estado especfico ou mesmo cidade especfica. Esse interesse especfico decorre tanto de interesses econmicosregionais quanto de interesses especficos mais diretamente relacionados ao Legislativo, por exemplo o interesse na aprovao ou impedimento dapromulgao de alguma lei de mbito regional ou nacional e de importncia central para a prtica da empresa etc.

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    Em quarto lugar, uma das consequncias do ponto 3 o de que a anlise das contradies internas aos

    setores do capital no Brasil pela via da anlise dos dados de financiamento de campanha acaba tendo poder explicativo to somente com respeito aogrande capital (setores com alta concentrao de capital, que podem doar acima de 1 milho de reais), e ainda assim com as ressalvas apontadas.Os interesses do capital de mdio porte (doaes de digamos at 500 mil reais) podem ser rastreados com esse mtodo, porm com limitaes aindamaiores que as apontadas quanto ao grande capital, em especial a ressalva de que s perceberemos os setores interessados em ter vnculos estreitoscom o Estado e o poder pblico legislativo e executivo regionais. Os interesses do pequeno capital, doaes menores, que no chegaram cifra de 50mil reais, passam pela peneira desse mtodo. So doaes insignificantes quando comparadas aos valores totais dos grandes players da poltica eeconomia brasileira, mas que certamente tm importncia quando estamos interessados em saber quais setores esto felizes ou infelizes com apoltica econmica do PT. Por conta disso a anlise dos financiamentos de campanha deve ser somada a outros dados que levem em conta outrosfatores a fim de ter seu poder explicativo potencializado, por exemplo, a anlise acerca do desempenho econmico de cada uma das reas e subreasno perodo recente. Em todo caso, analisar os interesses econmicos do grande capital certamente um timo comeo para entendermos os rumos dapoltica no Brasil e os setores com interesse e poder suficiente para influenciar os rumos da poltica e economia brasileira.

    Assim, o quadro acima j apresenta um panorama complexo e variado, mas como a destinao das verbas para a corrida presidencial no um fatorconfivel, posto que o Partido pode pegar uma verba destinada especificamente a um candidato local ou regional e direcion-la para a campanha

    presidencial, sem que as preferncias do doador coincidam, mais proveitoso observar as doaes por partido, ou seja, a destinao geral dasverbas, no embate entre PT e PSDB. isso que podemos apreciar no quadro abaixo.

    Quadro: Disputa por Setor e Subsetor, tendo por base a preferncia partidria das empresas representantes de cada subsetor(doaes para o Partido, independentemente da destinao final ser para o cargo de presidncia ou outro).

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    Esta tabela acima a mais importante at aqui. Observando-se a importncia relativa da empresa em cada subsetor, e sua preferncia partidria naseleies de 2014, podemos sintetiz-la assim:

    Tabela conclusiva

    Com isso conclumos que os setores que j na poca das eleies tinham interesses na sada do PT do poder (a ponto de financiarem a campanha dosadversrios) ou mera preferncia, ainda que pontual e conjuntural, por outro partido, estavam localizados especialmente nos setores de:

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    1) Agronegcio e Extrativismo: acar e etanol, agropecuria,2) Industrial: eletroeletrnica; empreendimentos imobilirios; materiais de construo e decorao; txtil, couro e vesturio; veculos e peas3) Servios: gua e saneamento; bancrio e servios financeiros; comrcio varejista; mecnica; transportes e logstica.

    Compunham setores em disputa, e que portanto continham capitais em conflito que por sua vez tinham interesses na permanncia ou sada do PT dopoder (o asterisco indica que o maior competidor de recursos o PMDB, da base aliada):

    1) Agronegcio e Extrativismo: papel e celulose*; petrleo e gs (excluda, formalmente a Petrobras) (lembrando que no setor de alimentos o PTobteve a preferncia do maior financiador de 2014, a JBS, e dividiu com o PSDB as preferncia da Brasil Foods)2) Industrial: construo e engenharia*; metalurgia, siderurgia e minerao*; farmacutica e cosmticos;

    3) Servios: comrcio atacadista e exterior; servios especializados;O PT conquistou a preferncia dos segmentos:

    1) Agronegcio e Extrativismo: alimentos2) Industrial: bebidas e fumo; comunicao e grfica; energia eltrica; plsticos e borracha; qumica e petroqumica;3) Servios: educao e ensino; planos mdicos e planos de sade; tecnologia da informao & telecomunicaes.

    Dadas as magnitudes dos investimentos/financiamentos eleitorais, nota-se a princpio um conflito entre o setor primrio como um todo (salvo oimportante caso da JBS S.A no ramo de Alimentos) e, no setor tercirio, o segmento Bancrio e de Servios Financeiros, que apoia majoritariamenteo PSDB. Afora o segmento de Bebidas e Fumo e de Planos Mdicos e Planos de Sade, todos os subsetores que apoiam o PT esto ligados s CGP(Condies gerais de produo) e, por isso, so setores tradicionalmente dependentes ou ligados s demandas e relaes ntimas com o aparatoestatal, seja no que diz respeito s demandas, seja no que diz respeito a isenes fiscais, financiamentos, licitaes e concesses estatais etc. Nessesentido, pode-se dizer que o PT atrai a preferncia dos setores interessados na relao ntima com o Estado, mas dado o carter estratgico das CGPpodemos entender porque a influncia no Estado apresenta-se como questo central mesmo para empresas no diretamente produtoras de

    mercadorias ligadas s CGP.

    No deixa de ser intrigante o apoio explcito do setor financeiro ao PSDB, que ademais o principal destinatrio das doaes de grandes capitalistasindividualmente considerados o que mostra, a nosso ver, que o PT quem representa os setores mais avanados do capital monopolistatransnacional, aquele que tem acionistas e gestores, que se divide em aes e no tem mais o tradicional grande capitalista como proprietrio, aqueleque onde ainda existe optou por financiar o PSDB. O setor financeiro um setor que tradicionalmente no toma partido, buscando se colocar comoneutro e indiferente s disputas pelo governo, e alm disso se trata de um setor que vem sendo h mais de uma dcada beneficiado pelos governospetistas. O que explica essa situao? Quanto a isso, algumas hipteses:

    Em dezembro de 2014 houve uma mudana na lei do supervit primrio, conseguida com muitadificuldade e dvidas do PT para com o PMDB. Se essa lei no fosse aprovada Dilma seria enquadrada na lei de responsabilidade fiscal. Com suaaprovao uma parte maior do supervit primrio pode ser deduzida de investimentos do PAC, portanto a aprovao dessa lei significa, em algumamedida, uma vitria das empreiteiras em face dos bancos. As preferncias dos bancos pelo PSDB podem estar relacionadas a isso, alm do fato deque o governo acenava j em 2014 que deixaria de colocar em prtica as medidas de manejo da taxa Selic que beneficiavam os bancos. No fosse atempestade perfeita a taxa teria comeado a cair novamente, voltando tendncia interrompida em abril de 2013?

    Outro fator que pode nos ajudar a compreender a opo do setor financeiro pelo PSDB diz respeito Caixa Econmica Federal ao Banco do Brasilenquanto inimigos dos bancos privados. De fato a Caixa atrapalhou os interesses dos bancos privados ao disponibilizar linhas de crdito muito maisvantajosas que as dos bancos privados. Inclusive, em 2015 tanto a Caixa quanto o BNDES vm sofrendo incisivos ataques por parte da grande mdia

    (ver, por exemplo, a recente matria do Jornal Valor intitulada Coutinho v desonestidade em crticas feitas ao BNDES aqui). No a toa que oBNDES ser alvo de uma CPI, encabeada pela Cmara e Eduardo Cunha (ver aqui e aqui). Em dezembro de 2014 a presidente Dilma chegou alanar a ideia de privatizao da CAIXA. (ver: Dilma confirma abertura de capital da Caixa e abre caminho para a privatizao da empresa ( aqui),Dilma afirma que vai privatizar parte da Caixa e, j em fins de fevereiro de 2015: Em posse, Miriam Belchior no descarta privatizar a CaixaEconmica (ver aqui e aqui).

    O ataque aos bancos estatais, especialmente, mas no apenas no campo da mdia, perceptvel. Enquanto o BNDES, por exemplo, lanou em 2014apenas 6 comunicados oficiais, sendo apenas um deles voltado a rebater acusaes publicitadas pela grande mdia, nos seis meses posteriores reeleio de Dilma o Banco j lanou os seguintes Comunicados:

    16/06/2015 :: Nota do BNDES: reportagem de O Globo sobre exportaes11/06/2015 :: Consideraes sobre o artigo Bolivarianismo no BNDES10/06/2015 :: Ilaes, equvocos e omisses em reportagem da BRIO sobre o BNDES08/06/2015 :: Resposta a coluna da reprter Raquel Landim

    05/06/2015 :: Carta do BNDES Folha de S.Paulo01/06/2015 :: Resposta do BNDES ao Estado26/05/2015 :: Deciso do STF dar segurana jurdica ao Banco22/05/2015 :: Esclarecimento sobre MP 66120/05/2015 :: Esclarecimento sobre MP 66312/05/2015 :: Resposta nota Entraves transparncia, da coluna Radar

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    12/05/2015 :: Carta do BNDES ao Correio Braziliense e ao Estado de Minas11/05/2015 :: Resposta do BNDES Revista poca04/05/2015 :: Carta do BNDES revista poca15/04/2015 :: Carta do BNDES a O Estado de S. Paulo07/04/2015 :: Carta do BNDES revista poca06/04/2015 :: Nota sobre coluna Dirio do Poder01/04/2015 :: Carta do BNDES ao jornal O Globo23/03/2015 :: Nota BNDES Seleo pblica13/02/2015 :: Carta do BNDES revista Isto 15/12/2014 :: Carta do BNDES ao jornal Opo (GO)

    Alm disso, com a tempestade perfeita o BNDES j foi forado a fazer inmeras mudanas em sua poltica de crdito, a qual, operando com taxasmuito favorveis e sendo o principal vetor de crdito para os megaprojetos do PAC, certamente deixava os bancos privados insatisfeitos. No poracaso o presidente do Bradesco afirmou, em entrevista Revista Veja em janeiro de 2014, que hora de ocupar o lugar do BNDES (ver aqui). Aentrevista nos fornece algumas pistas quanto aos possveis motivos do setor financeiro ter apoiado a oposio nas eleies de 2014. Um dosprincipais instrumentos, no plano miditico, de oposio ao PT, a Revista Veja pergunta ao presidente do Bradesco se a grande participao deBNDES, Banco do Brasil e Caixa na economia comprometeu de alguma forma a confiana nos bancos. Vejam o que segue:

    Para ns, muito natural que o papel dos bancos pblicos seja de estmulo em momentos adversos, j que eles so os mais adequadospara fazer poltica anticclica. Mas o ciclo de expanso do crdito pblico no um moto perptuo, pois o lastro dessa expanso oTesouro. O talento est em saber quando diminuir os estmulos para no comprometer a solvncia do Estado. Quando isso acontece, desastroso. O BNDES j revisou seu oramento e deu as diretrizes da nova poltica. Ento, agora a hora do funding via lanamentosde papis, debntures de infraestrutura. hora de criar condies para que outros ocupem o lugar do BNDES. E o Bradesco tem umespao bem definido no Brasil. Temos negcios com mais de 2 milhes de empresas e nossa misso ser um banco de crdito. Mas

    vamos, sim, ganhar mercado.

    O senhor se refere a financiar empresas como JBS e Marfrig?

    Essas empresas vo demandar instrumentos novos de financiamento e essa nossa misso. Emisso de dvida, mudar o perfil dosvencimentos, alongamento de dvidas. isso que vamos fazer.

    Mesmo reduzindo a atuao do BNDES, o Brasil ainda provoca dvidas no lado fiscal. H risco de as agencias de classificao de

    risco baixarem as notas que do ao Brasil. Isso se projeta no investimento?

    Isso acaba sendo um ponto de ateno. As agncias de classificao de risco so soberanas. Mas, mas no final do dia, vo considerara capacidade de solvncia do pas e sua disposio em fazer uma politica monetria ativa. O FMI deu projeo de crescimento superiora 2% para o Brasil, maior at que a de muitos economistas brasileiros. um momento de coerncia, de crena nos instrumentos que opas possui para cumprir suas metas. Mas, sem dvida, o que agrada ao mercado que o Estado, por mais forte que seja, abra caminhopara o investimento privado. a que as obras acontecem, pois o capital passa a trabalhar a favor do pas, aumentando a arrecadao

    de impostos, o emprego e a renda.

    Embora interessada a posio do Presidente do Bradesco no um raio em cu ensolarado. Ela expressa, em verdade, a posio dos grandesgestores do setor. Em livro dedicado ao Brasil ps-crise, organizado pelo economista Fabio Giambiagi e por Octavio de Barros:

    O BNDES precisa repensar os seus planos. O processo deve comear com uma reflexo acerca da sua misso e as razes para a suaexistncia. A pergunta relevante : continuaro a existir na prxima dcada, na economia brasileira, razes que justifiquem a existnciado BNDES? A nossa percepo que sim e estariam relacionadas a atividades cujo risco de subinvestimento poderia comprometer asperspectivas de crescimento do pas, em reas nas quais o realinhamento dos retornos privados e sociais requer instrumentos deinterveno que vo alm dos tradicionais incentivos fiscais, em funo do volume de recursos e do grau de incertezas envolvidos. Sosetores que, dada a magnitude e complexidade de suas externalidades, exigem um tipo de avaliao que est alm da expertise dosanalistas privados. Nas palavras de um dos interlocutores consultados na elaborao do artigo, o papel de bancos pblicos e dedesenvolvimento ser o de dar amparo aos deserdados pelo mercado e pelos investidores institucionais. (2009: 284)

    Os economistas concluem seu estudo acerca do futuro do BNDES enumerando uma agenda ps-crise, um guia para a instituio nos prximosanos:

    1) o BNDES poder encolher, em termos relativos.

    Em um pas estabilizado, com inflao baixa, juros menores e que tenha retomado o crescimento a partir de 2010, o setor financeiro privado passara se interessar por emprstimos de longo prazo. Assim, o BNDES pode se tornar uma instituio, em termos relativos, menor e ceder parte do seuespao no mercado de crdito;2) o Banco tem de fazer aquilo que o setor financeiro privado continuar sem fazer na escala adequada e/ou a custos muito altos.

    O BNDES deveria ocupar as lacunas de mercado e focar a sua atuao em reas em que o governo pode cumprir um papel fundamental e nas quais osetor privado no atua ou o faz de modo imperfeito ou insuficiente, gerando um quadro de subinvestimento e/ou juros elevados. Isso significapriorizar as reas de apoio exportao (ps-embarque), infraestrutura, inovao, setores sociais, pequenas e mdias empresas e projetosestruturantes, especialmente em regies menos favorecidas;3) o BNDES poder exercer uma funo importante como catalizador de grandes investimentos.

    Ele tem um papel como participante de operaes complexas, pela possibilidade de fazer avaliaes sofisticadas e pelo apoio do governo que a ao

    do Estado garantiria. Para isso, bastaria ter participao minoritria na engenharia financeira de grandes projetos;4) ser preciso modificar o funding do BNDES.Com o passar do tempo, a diferena entre o que o BNDES recebe de recursos da parte que lhe cabe da arrecadao do PIS-PASEP e o que ele pagaao FAT deve diminuir. H que identificar novas formas de captao, nos mercados interno e externo, evitando no futuro o recurso recorrente aosemprstimos do Tesouro Nacional;5) a referncia de juros ter de mudar.

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    necessrio caminhar na direo de um mecanismo que reflita melhor o custo de oportunidade do capital, para o setor privado e para o governo, demaneira que os incentivos do BNDES no fiquem revelia dos ciclos de poltica monetria. O ativo e o passivo do Banco deveriam estar maisatrelados remunerao dos ttulos de longo prazo;6) a avaliao dos programas e projetos fundamental.

    O Banco deve estabelecer um sistema de anlise ex-post dos investimentos, uma vez encerrada a liberao, para aferir se o projeto alcanou seusobjetivos, como forma de avaliar a eficcia de sua ao;7) a exigncia de transparncia ser crescente.

    O BNDES um banco 100% governamental. Portanto, como se fizesse parte de um Novo Mercado plus, por meio do qual pulverizou o seucapital entre a populao. Ele deve ter como princpios de atuao a adoo de regras claras de operao; comits organizados de acordo com asregras do Novo Mercado; gesto de risco fiel aos requisitos do Acordo de Basileia; Conselho de Administrao com representao do governo e dos

    acionistas minoritrios (ou seja, a populao, na forma de conselheiros profissionais), Conselho Fiscal e Comit de Auditoria independentes etc.;8) importante comear a pensar na autonomia da instituio.

    Pode-se pensar, por exemplo, em adotar mandatos fixos de quatro anos para os diretores que, a partir de seus CVs e sua experincia tcnica, seriamindicados pelo Executivo, com direito a uma reconduo e aprovados pelo Congresso, de forma intercalada no tempo. Isso isolaria a atuao doBanco do ciclo poltico e daria maior continuidade e previsibilidade s polticas adotadas.

    Em sntese, os economistas (Fabio Giambiagi, Gil Bernardo Borges Leal, Maurcio Mesquita Moreira e Paulo de Sa Campello Faveret Filho)esperam que gradualmente sejam removidos os obstculos que inibiram a entrada do setor privado no financiamento de longo prazo (p. 268) esugerem que a modernizao do BNDES deve ser parte do esforo do Brasil para se adequar a uma economia em mutao (p. 285). Pelos pontosda agenda vemos que de modo afinado com os gestores os economistas sugerem que o Banco siga sendo basicamente um garantidor de condiesgerais de produo (CGP) sem, com isso, atrapalhar a lucratividade dos setores privados.

    Acalmada a tempestade perfeita, temos as seguintes movimentaes, em si mesmas significativas:Governo quer aumento de taxao sobre o lucro dos bancos (21 de maio de 2015) e Governo eleva taxao aos bancos para pegar andar decima(aqui e aqui). A taxao visa um aumento de 3 a 4 bilhes na arrecadao estatal e seria usada politicamente no sentido de que as medidas deausteridade e o ajuste fiscal atingiriam tambm os mais ricos.

    Com o ataque e a crise da Petrobras passou ao primeiro plano uma crise econmico-poltica do setor petroqumico brasileiro. Ela abre espao, comobem notou Rodrigo Lima, para que uma concentrao de empresas ocorra: a depresso no valor da Petrobras foi muito bem recebida por algunsinvestidores, que passaram a centralizar maior quantidade de ativos da empresa (LIMA, 2015: 108). Alm disso, as perspectivas de explorao de

    petrleo no pr-sal passam a ser visadas por outras empresas gigantes internacionais( Os 30% do pr-sal esto ameaados. Valor Econmico.02/02/2015), do mesmo modo como o abrangente mercado das empresas de engenharia, formado pelas demandas crescentes de obras deinfraestrutura, tambm passa a ser visado por outras empresas gigantes internacionais, especialmente norte-americanas, que so cotadas, inclusive,como possveis parceiros nas relicitaes da Petrobras (ibid: op.cit).

    A Petrobras buscar fornecedores de bens e servios de forma a garantir procedimentos competitivos, visando contratar as melhorescondies para a companhia. Isso poder, eventualmente, envolver empresas estrangeiras. Quanto ao contedo local, caso se constatealgum obstculo ao cumprimento das metas, a Petrobras buscar alternativas para a soluo da questo.( Bloqueio pode impactarprojetos de Rnest e Comperj. Valor Econmico. 02/01/2015)

    Em notcia de 08 de julho, por exemplo, podemos ler que a Gaspetro, a companhia que rene os ativos de distribuio de gs da Petrobras, deve serdisputada pela japonesa Mitsui e a chinesa Beijin Gas (c.f. Gaspetro deve ser disputada por Mitsui e Beijin Gas em Valor Econmico 08/07/15).No mesmo dia o jornal noticia que a transnacional anglo-holandesa Shell, gigante do setor de explorao de petrleo, solicitou Agncia Nacionaldo Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP) mudanas no pr-edital e na minuta de um edital da 13 Rodada de concesses de explorao de

    petrleo e gs no Brasil, enquanto a prpria Petrobras d indcios de que no participar do leilo. Em 17 de julho o Valor Econmico informa ainteno da empresa de vender uma fatia de 10% dos 40% que detm de Libra, no pr-sal de Santos-SP, para Shell, a francesa Total, e as chinesasCNPC e CNOOC.

    Longe de vermos em todo esse processo uma casualidade decorrente de investigaes da Polcia Federal etc., conclumos que o ataque Petrobrasfoi orquestrado e correspondeu a interesses muito concretos. A investigao pode ter comeado por casualidade, mas o peso dos processossubsequentes, com a priso de tubares capitalistas do ramo de infraestrutura, no nos parece ser mera competncia do judicirio brasileiro, e simde setores do grande capital que estavam interessados em desmembrar a ntima e lucrativa relao existente entre Petrobras, governo, partidos eempresas. Interpretamos o ataque como mais um indcio de que a oposio de direita ao PT no se limita ao setor financeiro, e se reproduz em cadarea onde capitais internos e externos esto em disputa. No por acaso a Operao Lava Jato prendeu, durante a tempestade perfeita, vrios dosexecutivos de empreiteiras intimamente ligadas ao PT e aos lucrativos esquemas de inter-relacionamento entre Estado e capital. Basta pensar noexemplo da OAS, que apoiava o PT e estava envolvida nos esquemas de favorecimentos estatais a seus interesses, ou na Andrade Gutierrez eOdebrecht, tambm acusadas de praticar cartel, fraude a licitaes, organizao criminosa, corrupo e lavagem de dinheiro em contratos com aPetrobrs. Um processo como esse, envolvendo a priso de executivos de alto escalo, jamais se d automaticamente como consequncia do

    trabalho do poder judicirio. H interesses econmicos envolvidos, e o prprio desenrolar da Operao Lava Jato e outros ataques a empresas ligadasao PT j serve de indicativo de que a oposio de direita existe na mesma medida em que existem capitais em disputa e interessados em ter influnciano Estado e na apropriao do butim.

    O PT e sua base poltica precisam, como todo governo, manejar as contradies econmicas e polticas que formatam a sociedade e lhe do (ou tirama) sustentao no posto de gesto do Estado. O que interessa prioritariamente extrema esquerda no conhecer as mincias dessas contradies,

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    por exemplo, a parceria entre uma empreiteira e outra, ou seu conflito, e sua proximidade maior com este ou aquele partido etc. Essas contradiesinternas devem ser compreendidas em especial para mapearmos melhor o terreno econmico em que nos inserimos ao combater o capital e ogoverno, e para no ficarmos to atnitos quando diante de uma oposio de direita que vai s ruas e arrasta consigo fraes da classe trabalhadora.Ao posicionar-se politicamente em face do governo a extrema esquerda deve conhecer, sempre e na medida do possvel, no apenas quais so asforas sociais que sustentam o governo, mas tambm as foras econmicas que ele representa ou deixa de representar, abrindo margem para aexistncia de uma oposio de direita e para a articulao intercapitalista de sua sada ou permanncia no poder. No entanto, a esquerdaanticapitalista no pode cair na mesma logica de disputa pelo poder estatal. Enquanto os capitalistas disputam o Estado, a esquerda deve se organizarpara retomar o controle das empresas e construir rgos de poder poltico alternativos e exteriores ao Estado. O PT historicamente a ensima provaviva de que a estratgia de chegar ao poder para de l lutar pelo Socialismo em melhores condies um engodo, na melhor hipteseauto-enganador.

    O que a extrema esquerda deve priorizar nesse processo histrico de lutas o salvaguardar-se de prticas polticas conformadas aos interessesestratgicos do governo e do capital, bem como precaver-se de ser usada como massa de manobra que atende a esses interesses estratgicoscapitalistas, sempre tendo em mente que embora existam conflitos internos entre gestores e fraes do capital, todos so, igualmente, inimigos declasse. O quadro se complexifica se observarmos que a estratgia poltica do PT, a chamada Frente de Esquerda (ver aqui, aqui, aqui, e aqui),coloca na pauta poltica o PT enquanto mal menor em face da oposio de direita e, simultaneamente, busca se antecipar extrema esquerdacriando ele mesmo a alternativa ao governo e oposio de direita, tudo por fora do PT (por meio do Instituto Lula e demais rgos de articulaode interesses, includos movimentos sociais e sindicatos), visando manter o PT no poder em 2018. Manter-se no poder implica salvaguardar osinteresses do capital e se mostrar como o partido cuja capacidade de controle das massas trabalhadoras e cujo projeto de gesto do Estado so os quemelhor garantem a estabilidade poltica necessria para os negcios. Com a Frente de Esquerda o PT e demais organismos que firam em torno de suarbita buscam, portanto, ser situao e oposio, ao mesmo tempo. E parte da esquerda combativa (por exemplo o MTST e o MST) est cerrandofileiras e contribuindo com essa estratgia de reposio do PT enquanto alternativa de esquerda, sempre com o pano de fundo eleitoral do retorno deLula presidncia e a sombra do perigo da extrema direita. A extrema esquerda precisa estar atenta para no cair nesta armadilha e acabarcontribuindo mais com a manuteno do PT no poder e dos interesses capitalistas do que com seus prprios interesses de construo de uma

    alternativa organizativa de luta no plano dos interesses dos trabalhadores. A prpria sombra de uma extrema direita, se existe, reflexo da prpriapoltica petista de desarticulao dos rgos de luta da classe trabalhadora e atrelamento desses rgos ao aparato estatal, o qual lhes dita os limitesde suas demandas entre aquelas que so acomodveis ordem, e para as quais h dilogo, e aquelas que extrapolam os limites das concessescapitalistas, para as quais sobra a represso e o isolamento poltico. Graas a sua origem de esquerda e sua habilidade de assimilao dos rgos deluta dos trabalhadores, o PT consegue articular ambos os momentos sem que a classe se rebele contra o sistema, e isso que o qualifica como omelhor governo para os interesses do capital no Brasil.

    A criao da tempestade perfeita e os desafios postos extrema esquerda

    Temendo o custo poltico dos ajustes que a crise econmica e o grande capital impunham ao Estado brasileiro, Levy e o governo do PT precisaramlidar com o fato de que em meio a um cenrio de crise econmica a recomposio da taxa de lucros dos capitalistas atuantes no Brasil precisaria virpor um caminho que no fosse o do cancelamento em massa das polticas sociais, afinal por essa via o PT precisaria enfrentar protestos e perderiaqualquer legitimidade em face de sua base social e eleitoral. O caminho escolhido foi indireto: buscar recompor a taxa de lucros por meio da retiradada participao do Estado nos investimentos e financiamentos, pressupondo que o vcuo seria preenchido pela iniciativa privada, o que garantiria a

    retomada do crescimento econmico. Infundada a tese, as consequncias sociais das medidas de austeridade sero certamente o aumento dodesemprego, a reduo dos salrios e dos direitos sociais e, em sntese, a diminuio do nvel de vida da classe trabalhadora, sem que isso signifiquenecessariamente crescimento econmico e atendimento dos interesses do capital. A permanente preocupao com a inflao, especialmente da partedo setor financeiro, que poderia ser o principal prejudicado pelas respostas do governo crise e pelo aumento da inflao, poderia ainda aumentar odescontentamento popular e a instabilidade social, o que seria, por sua vez, pssima para os negcios. Ao invs de optar pelo combate inflao pelocontrole de preos o governo tem agido no sentido de reajustar as tarifas pblicas, o preo da gasolina, do transporte pblico, da energia etc., o quegarante os lucros desses setores, em detrimento do combate mais efetivo contra a inflao.

    Da parte da burguesia o que vemos uma presso pela reduo do nvel salarial dos trabalhadores,sempre com os argumentos acerca da perda de competitividade dos setores em face dos concorrentes externos que gozam de condies produtivascom menor custo salarial. Analisando a questo Patrick G. de Paula (2015) lembrou que se a poltica do ajuste fiscal no questionada por nenhumsetor capitalista, nem mesmo em meio grave crise poltica enfrentada pelo governo e a polarizao que a caracteriza, justamente por se tratar deuma poltica que os unifica e joga apenas sobre os ombros dos trabalhadores, que perdero salrio e emprego, o custo da crise.

    Outra questo da poltica econmica do governo, que no se pode ignorar, diz respeito destinao do valor a ser reduzido do supervit primrio, queem 2015 est fixado em 1,2%, algo em torno de 66,3 bilhes de reais (sendo 11 bi especficos dos estados e municpios). Como as medidas deausteridade integram a poltica de iseno de tributos que beneficiam grandes empresas, esse valor acaba sendo destinado, por vias outras, ao capital.No por acaso, mesmo com todas as medidas de austeridade o jornal Valor Econmico de 17 de julho informa que o supervit primrio fechou oprimeiro semestre de 2015 prximo de zero. Isso mesmo, zero, de modo que com isso, o Tesouro, o INSS e Banco Central tero que economizartodo o valor previsto na meta fiscal do ano R$55 bi no segundo semestre. Alm disso, h que se lembrar da Lei 13.053, de fins de 2014, que seno tivesse sido aprovada resultaria na criminalizao de Dilma por descumprimento da lei de responsabilidade fiscal; essa lei permite que uma

    parcela maior da meta do supervit seja descontado de obras do PAC, o que significa uma parcela desse valor indo para os bolsos do setor deconstruo e engenharia. Pode-se argumentar que essas obras so benficas para a sociedade, mas muitas delas so, hoje, to somente a concluso ouo pagamento de obras concludas de modo acelerado para os mega eventos esportivos. O especial Valor Setorial de junho de 2015 informa que ogoverno implementou um recente pacote de concesses para o setor de infraestrutura no valor de 198,4 bilhes de reais. O grande desafio domomento seria fazer com que tais concesses saiam do papel, uma vez que haveriam dvidas que vo desde o financiamento de obras em momentode crdito escasso, alta dos juros e exigncias de maior participao no mercado de capitais, at os desdobramentos da Operao Lava Jato, a qual

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    afeta os grandes players, alguns em recuperao judicial, e no se poderia garantir que empreiteiras de menor porte conseguiriam participar dasobras.

    Alm do pacote de infraestrutura, Dilma anunciou recentemente um pacote de 187,7 bilhes de reais para o setor do agronegcio, destinado ao planoagrcola de 2015-2016 (ver aqui). Um ano atrs Dilma havia anunciado a volta do mecanismo de estmulo aos exportadores, o chamado Reintegra,que devolve na forma de crditos tributrios um percentual (de 0 a 3%) do faturamento das empresas com as exportaes de produtos manufaturados.O Reintegra havia sido abolido em 2013. Alm dessa medida Dilma anunciou mudanas no novo Refis, o programa de refinanciamento de dvidasdas empresas. Curiosamente, as medidas foram chamadas poca de pacote de bondades. O Reintegra tem seu percentual variado conformeavaliao do governo quanto ao cenrio da economia, sendo acionado sempre que o dlar tirar competitividade dos exportadores. Orestabelecimento do Reintegra visava tanto estimular as exportaes e o saldo da balana comercial quanto retomar a entrada de cerca de R$ 3

    bilhes por ano aos cofres pblicos. J o Refis definiu que para dvidas at R$ 1 milho os empresrios precisam dar uma entrada de 10% do valor aser refinanciado, com a taxa indo para 20% no caso de valores acima desse montante. Na mesma poca Dilma anunciou a manuteno do PSI (oPrograma de Sustentao de Investimento), que concede financiamentos a juros baixos ao empresariado por meio do BNDES, avisando, no entanto,que as taxas de juros iriam subir, e anunciou a criao de uma comisso tripartite (governo, trabalhadores e empresrios) para rediscutir normas desegurana no trabalho consideradas pelos empresrios como exigncias exageradas na operao de mquinas etc. Claro, precarizar o trabalho eaumentar os riscos de acidentes de trabalho est sempre em pauta quando se mostra algo lucrativo.

    Quanto ao capital financeiro que, alis, est presente na totalidade do capital industrial que leva as obras do PAC adiante h ainda que observarque ele est atrelado ao oramento pblico, da o crescente intervencionismo do Estado, que no s opera polticas monetrias etc. benficas ao setorcomo ainda injeta diretamente bilhes nas instituies financeiras e setor produtivo, lembrando que s com o pagamento de juros e amortizaes dadvida o governo gastou R$ 878 bilhes de reais ou 45,11% de todo o Oramento Geral da Unio, executado em 2014. As medidas de austeridadeincidiram nos outros setores, deixando intocado o pagamento de uma dvida (mais juros e amortizao) que segundo a Auditoria Cidad da Dvida uma dvida altamente questionvel, pois produto de inmeras ilegalidades e ilegitimidades desde a sua origem espria no perodo da ditaduramilitar. Embora tenha uma viso muito limitada acerca do capital financeiro, identificado como o grande vilo dos problemas sociais e econmicos

    do Brasil e como algo contrrio e no complementar ao capital produtivo, a Auditoria Cidad informa algumas infmias que impactam a gerao dedvida pblica brasileira que nos parecem muito interessantes para pensarmos os mecanismos de diviso e apropriao do valor no capitalismobrasileiro:

    a) taxas de juros absurdas, estabelecidas sob influncia de banqueiros, utilizando-se o pretexto de combater uma inflao que nada tem aver com taxa de juros, mas com a alta de preos administrados pelo prprio governo (como luz, gua e combustveis) e da alta dealimentos, causada por fatores climticos;b) aplicao de juros sobre juros, prtica considerada ilegal, conforme Sumula 121 do STF;c) aplicao das mais altas taxas de juros do mundo, sem justificativa tcnica;d) utilizao da dvida interna onerosa para financiar a compra de dlares especulativos que ingressam no pas (sob o pretexto de evitarque o Brasil seja atingido por crises internacionais, mas que poderiam ser evitadas por meio do controle de fluxo de capitais), edestinao desses dlares para as reservas internacionais que no rendem quase nada ao pas;e) utilizao da dvida interna onerosa para financiar questionveis emprstimos do BNDES a juros subsidiados e prazos a perder devista para grandes empresas privadas que realizam obras no exterior. (Coordenadora Nacional da Auditoria Cidad da Dvida)

    Todos esses fatores, relativos ao modo de atuao do Estado na economia brasileira e as questes econmicas e polticas em jogo, nos ajudam apensar os elementos do quadro conjuntural recente, um quadro de crise e de intensas movimentaes polticas em especial por parte dos setoresdominantes a que estamos chamando de tempestade perfeita. No que diz respeito aos movimentos institucionais em estrito senso, o movimentoiniciado na campanha eleitoral (ou antes) se aprofunda j na sequncia imediata reeleio de Dilma, quando Renan Calheiros tenta derrubar o vetode Dilma manuteno dos subsdios sobre a energia eltrica para grandes empresas do Nordeste. Por apenas 2 votos Calheiros no teve xito, e sederrubado o Estado teria um gasto de R$ 5 bi, que comprometeria o ajuste fiscal j anunciado. Para pressionar a votao, Levy chegou a ameaarpedir demisso. Em meados de janeiro o Real, que vinha se valorizando frente ao dlar, comea a cair. Em 02 de fevereiro os linhas da tabela secruzam e de 30/01 a 12/03 o dlar se valoriza 25% (R$ 2,61 a 3,25).

    Em 30 de janeiro Levy afirma que no manter o cambio artificialmente valorizado. No perodo recente o Banco Central brasileiro sempre intervinhano mercado de cmbio, impedindo a desvalorizao do real por meio da venda de dlares vista ou prazo (contratos de swap em reais, queequivalem a compra de dlar em determinado prazo). Segundo o Jornal Folha de So Paulo de 14 de maro: Existem hoje US$ 112 bilhes emcontratos de swap, que costumavam ser renovados integralmente medida em que iam vencendo. Desde maro, no entanto, o BC reduziu o volumede renovao sinalizando que vai rolar apenas 80% dos contratos com vencimento em abril. Vimos ento um movimento de descompresso docmbio depois que Levy anunciou que no aumentaria a quantidade de swap e que a moeda obedeceria mais ao fluxo de divisas. Analistasressaltaram, naquele contexto, o peso da instabilidade poltica e o risco dela agravar a crise econmica. Em 01 de fevereiro h a nomeao deEduardo Cunha (PMDB) para Presidncia da Cmara. Em 24 de fevereiro a Petrobras perde selo de boa pagadora. Em 27 o governo faz novo arrochopara equilibrar as contas pblicas. Em 06 de maro a inflao atinge o maior patamar em 10 anos. Em 10 de maro o governo recua e amplia a faixade iseno do IR (imposto de Renda), visando conter os nimos revoltosos. Em 13 de maro h a tentativa de resposta antecipada do governo aosprotestos em massa que ocorreriam no dia 15.

    Com pouca capacidade de mobilizao, a CUT e demais rgos governistas e prximos ao governo marcam o protesto para a mesma hora e lugaronde haveria o protesto dos professores estaduais paulistas em greve. Ainda assim os protestos da oposio de direita, dois dias depois, foram muitomais numerosos, o que forneceu ao governo toda a munio para levantar o fantasma do golpe militar etc. e, assim, se autojustificar como o malmenor, tudo em conformidade com a estratgia bsica do PT para 2014/2018: a frente de esquerda e o retorno de Lula (ver aqui).

    Mas o autojustificar-se como mal menor tem ainda outro benefcio estratgico: Dilma foi reeleita com dificuldade, precisando mobilizar toda a basesocial do Partido e erguendo o arcabouo ideolgico das razes de esquerda do Partido, a Dilma corao valente e guerrilheira etc. Com isso ficou

    no ar, e muitos acreditaram, que o segundo governo seria mais esquerda que o primeiro, e que o quarto governo petista seria mais esquerda que osoutros trs. Porm, haviam imperativos econmicos que apontavam para a continuao e aprofundamento do governo direita: o pacote de maldadesj estava, em larga medida, previsto. Passar o pacote de maldades logo depois de uma reeleio apertada seria praticamente impossvel sem que o PTtivesse fosse acusado de estelionato eleitoral e tivesse que enfrentar oposies vindo de suas prprias fileiras, que esperavam a inclinao dogoverno esquerda. To difcil que mesmo com a tempestade perfeita tirando o foco das medidas tivemos protestos indignados contra o governoprovenientes das prprias fileiras petistas, embora em menor escala que os da oposio de direita.

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    No obstante as turbulncias polticas de maro e abril, foi a tempestade perfeita que permitiu a passagem do pacote de maldades com poucosprotestos populares. Evidentemente o quadro de debilidade dos protestos em sua totalidade envolve outros elementos, como a existncia de interessescapitalistas em comum, referentes ao sentido geral do pacote de maldades, o que leva a que se levante todo um aparato poltico e ideolgicofavorvel implementao das medidas, e o prprio atrelamento dos rgos de luta da classe trabalhadora ao Estado e, por conseguinte, ao governo esuas pendncias com o capital. So fatores que dificultam qualquer afirmativa sobre se realmente teriam havido protestos mais incisivos contra opacote de maldades se as classes dominantes tivessem tentado implement-lo num clima poltico mais tranquilo do que este da tempestade. Em todocaso, essas especulaes no importam, como tambm no cabe levantar hipteses de cunho conspiratrio sobre se a tempestade fora costuradapropositalmente e/ou pelo prprio PT em conluio com a oposio, ou se se deu de modo automtico como confluncia de interesses. A meu ver essahiptese no se sustenta, uma vez que um dos principais elementos da tempestade perfeita foi a crise da Petrobras, a qual significou o desmanche dolucrativo esquema trplice de articulao entre a estatal, o governo e as construtoras. Com o desmonte da rede, pela Operao Lava Jato, os trs

    setores saram perdendo: a estatal se desvalorizou, o que representou o rifar de parte do corpo de acionistas (burgueses) e administradores /executivos (gestores) e sua substituio por outros capitalistas que souberam se aproveitar do contexto e se apropriaram do butim; o PT viudesarticular-se um estrito esquema de financiamento do Partido, e o governo sofreu um desgaste gigantesco, de modo que em julho ainda se cogita oimpeachment de Dilma, e as construtoras, como por exemplo a Odebrecht e OAS, sofreram perdas monumentais de investimentos em obras queforam interrompidas e provavelmente sero continuadas por outras empresas, incluindo de capital externo.

    O que importa salientar que o PT e as classes dominantes no Brasil souberam aproveitar-se daconfuso e da cegueira que a tempestade criou e passaram uma srie de medidas que eram necessrias e muito benficas ao capital e, porconseguinte, prejudiciais aos trabalhadores.

    Quando se parte da constatao de que a classe dominantes dupla, ou seja, que existem duas classe capitalistas, a dos gestores e a da burguesia,amplifica-se a nossa viso acerca do lastro material para o atrito entre PT e PSDB, que at ento vnhamos lendo como algo superficial e, no limite,falso. O atrito entre PT e PSDB real e se processa como disputa de projetos de gesto do Estado correspondentes a projetos de controle do capital: oPT est mais ligado aos gestores (os capitalistas que controlam o processo de explorao e o pensam de modo estratgico e integrado) e o PSDB burguesia (os capitalistas proprietrios que esto interessados em rendas maiores e remuneraes mais rpidas de seu capital investido). Algunsindcios a favor dessa tese:

    1) O PSDB foi o preferido por todos os Bancos privados, os quais vm h mais de 10 anos batendo recordes de lucro ano a ano, com o PT no poder.

    O motivo que minha pesquisa aponta, ainda debilmente, que o atrito assenta no interesse em controlar os Bancos pblicos, ou ento em faz-los noatrapalhar a lucratividade dos Bancos privados. Penso no BB, Caixa e BNDES, como vimos. Eles so os veculos principais de aplicao daestratgia dos gestores sob os governos petistas. So eles que financiam as obras do PAC a juros baixos, e so eles que fornecem crdito a jurosbaixos para os trabalhadores consumirem. Tudo isso incomoda os Bancos privados, que deixam de abocanhar essas fatias da mais-valia, e alm dissoperdem o poder de gerir os rumos da economia brasileira, ou seja, a alocao dos investimentos. Vale lembrar que a burguesia, e no os gestores,quem est mais interessada em manter suas rendas altas no que diz respeito suas aplicaes em aes e ttulos pblicos remunerados pelos juros dataxa Selic etc. No que a burguesia no lucre via relaes com os bancos pblicos, comprando ttulos pblicos remunerados pela taxa Selic (alis porisso o interesse permanente em controlar outro banco, o Banco Central, autonomizando-o do Estado etc), mas as taxas baixas dos bancos pblicosdevem incomodar os lucros da burguesia que no chega a auferir as vantagens de tais juros baixos, enquanto amplia o poder dos gestores queadministram esses bancos e controlam a alocao dos recursos. Para mim isso que explica o porque dos bancos privados, em geral neutros nosfinanciamentos de Campanha, terem nas eleies de 2014 vestido a camisa e apoiado a oposio de modo firme.

    2) Apenas o PSDB tem, em sua lista de maiores financiadores, pessoas fsicas. So grandes capitalistas, burgueses de setores com alta concentraode capital que no entanto no foram ainda engolidos por grandes transnacionais e tomados pelo modelo de propriedade coletiva (picotada em

    infinitas aes, ao invs de nas mos e um grande capitalista) que tpico nas empresas onde atuam os gestores. Deduzo, ento, apoiado nisso, que oPSDB est mais ligado aos burgueses (capitalistas proprietrios, que vivem de rendas e remuneraes de seu capital investido), enquanto o PT s temfinanciamentos de grandes empresas que no fazem mais investimentos enquanto pessoa fsica e sim enquanto empresa, de propriedade coletiva dosacionistas e controlado por gestores.

    Do mesmo modo como uma mesma empresa maneja as duas classes, no h uma separao estanque entre burgueses para um lado, o do PSDB, egestores para o outro, o do PT. Por isso ao falar em embate de projetos deve-se ressaltar que se trata de tendncias, de acentos, de predominncia deuma ou outra esfera capitalista de interesses. Assim, h do lado do PT outras burguesias inimigas das burguesias do lado do PSDB, e do mesmomodo h gestores do lado do PSDB e em atritos com os gestores do lado petista, e isso sem falar de setores externos que no esto articulados com ogovernantes brasileiros, mas que esto de olho nas possibilidades de se aproveitar (ou at a colaborar na criao) de um ambiente conjunturalturbulento de possibilidades lucrativas imprevistas, como o caso, por exemplo, do ataque Petrobras e da rifagem das empresas fornecedoras daPetrobras (infraestrutura etc), abrindo espao para outros capitais se apropriarem do butim. A vitria de um projeto, portanto, no significa apredominncia absoluta de uma classe em detrimento da outra, mas to somente a gesto da economia de acordo com os interesses gerais de esferasdistintas. O antagonismo, assim, para alm do que a aparncia indica, no entre o financeiro do PSDB e o produtivo do PT. Essa contraposio

    no passa de um mito, pois o financeiro e industrial esto intimamente atrelados. A ideia do vnculo mais acentuado do PSDB com a burguesia e doPT com os gestores apenas um dos argumentos que nos ajudam a entender a conjuntura atual e o carter da oposio de direita ao PT. Outroelemento que aparentemente confirma essa hiptese diz respeito questo da administrao dos fundos de penso pelo PT; no por acaso a oposioj est articulando a CPI dos Fundos de Penso (ver aqui e aqui). O interesse no controle desses fundos, que se prev atingirem nada menos que 3,4trilhes de reais at 2035 (ver aqui) e de tomada de seu controle predominantemente petista (o qual vem dando prejuzos, ver aqui, aqui e aqui) entranesse quadro conjuntural da tempestade perfeita do primeiro semestre esclarecendo algumas lacunas. H ainda outros argumentos de menor potncia

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    que a meu ver corroboram a hiptese do atrito PT/gestores vs PSDB/burguesia, como por exemplo o interesse dos setores burgueses mais ligados aoPSDB em rifar a Petrobras e se apropriar do butim, recomprando as aes e ttulos desvalorizados, forando a venda de ativos que no se planejavavender (pr-sal etc) etc. para, logo a seguir, com a recuperao da empresa nos prximos meses, auferirem lucros astronmicos. Em todo caso, tantooposio quanto situao tinham interesse na implementao das medidas de austeridade e ataque aos direitos trabalhistas, da a tese de fundo de quetoda a turbulncia poltica do primeiro semestre foi habilmente aproveitada pelo PT para passar medidas que no conseguiria passar sem ter que sehaver com protestos populares ainda mais incisivos.

    Durante a tempestade perfeita o PT sofreu, verdade, um desgaste poltico, no entanto esse desgaste foi prioritariamente canalizado para a figura deDilma, que em todo caso no pode disputar nova reeleio em 2018. Lula, o nome petista para 2018, no teve sua imagem queimada junto aodesgaste poltico de seu Partido colocando-se, inclusive, como crtico no s ao governo Dilma como ao prprio PT tudo em conformidade com a

    estratgia da Frente de esquerda. Ainda assim, a conjuntura tambm tocou num ponto importante para o PT e as eleies de 2018: o financiamento decampanhas. A oposio emplacou mudanas legislativas visando inviabilizar o financiamento do PT. At o momento a medida que previafinanciamento exclusivamente pblico foi derrotada, e seguem as intenes de garantir legalmente a doao de empresas a partidos (ver aqui).

    Quem perdeu nesse processo foi a classe trabalhadora, e a constatao dessa conjuntura e de todo esse movimento do primeiro semestre de 2015deve servir de fundamento para que pensemos formas de nos fortalecer organizativamente contra a oposio de direita sem que isso signifique apoioao PT. preciso escapar da estratgia da frente de esquerda e da legitimao do PT como mal menor. Ao colocar-se como representante da esquerdano poder, e ao manter os rgos de luta dos trabalhadores atrelados ao Estado, o PT se mostra o mal maior, e no o mal menor. A alegao de que ociclo do PT chegou ao fim, e de que sua capacidade de mobilizao e de controle da classe est declinando, por conta do aumento do nmero degreves, uma hiptese muito problemtica, no s pelo carter integrado da maioria das greves, mas porque o fim do ciclo do PT enquanto rgoarticulador da classe s poder chegar a um verdadeiro esgotamento quando outras formas organizativas tomarem o lugar do PT e das organizaesque giram em sua rbita democrtico popular (CUT, MST, MTST etc) enquanto os principais rgos de luta dos trabalhadores predominantementeintegrada ordem e restrita a patamares de rebeldia aceitveis. Enquanto a alternativa de esquerda ao petismo no estiver organizada e em estgioavanado, sempre haver o perigo do PT se recolocar enquanto o legtimo representante dos trabalhadores, e o fantasma da oposio de direita e o

    outro lado da moeda, o PT como mal menor, visa justamente isso.As lutas autnomas dos trabalhadores organizados devem enfrentar as contradies do presente de modo realista, sem cair nas armadilhas que ocapital tenta lhes impor hora com a ttica da mo direita repressiva e assimiladora, hora com a ttica da mo esquerda assimiladora e repressiva. Emambos os casos o que se visa o apassivamento da classe trabalhadora e sua integrao ordem exploradora do capital. Desemaranhar-se doslabirintos da recuperao das lutas dos trabalhadores a tarefa central da extrema esquerda, e quanto mais conhecermos a fundo as contradiessociais e os projetos efetivamente em disputa melhor poderemos formular nossa estratgia de luta anticapitalista.

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    http://blogdaboitempo.com.br/2015/04/01/pl-4330-da-terceirizacao-a-quem-interessa-o-empobrecimento-da-classe-trabalhadora/

    Ricardo Mello. Retrocesso trabalhista. 06/04/2015

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ricardomelo/2015/