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José Luiz de Campos A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA. UNIFIEO OSASCO, SP 2014

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José Luiz de Campos

A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO

FINANCEIRA.

UNIFIEO

OSASCO, SP – 2014

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José Luiz de Campos

A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO

FINANCEIRA

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Curso de Pós-Graduação em Psicologia Educacional, do Centro Universitário FIEO, para obtenção do título de Mestre em Psicologia Educacional. Área de concentração: Ensino e Aprendizagem. Linha de pesquisa: Ensino e Aprendizagem no contexto social e político. Orientadora: Profª. Drª. Cleomar Azevedo

UNIFIEO

OSASCO, SP – 2014

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José Luiz de Campos

A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO

FINANCEIRA

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Curso de Pós-Graduação em Psicologia Educacional, do Centro Universitário FIEO, para obtenção do título de Mestre em Psicologia Educacional. Área de concentração: Ensino e Aprendizagem. Linha de pesquisa: Ensino e Aprendizagem no contexto social e político. Orientadora: Profª. Drª. Cleomar Azevedo

Banca Examinadora

Aprovado em: 27/agosto de 2014

_____________________________________

Profª. Drª. Cleomar Azevedo

Unifieo – Centro Universitário Fieo

_____________________________________

Profº. Drº. Julio Gomes de Almeida

Unicid – Universidade Cidade de São Paulo

_____________________________________

Profº. Drº. José Maria Montiel

Unifieo – Centro Universitário Fieo

UNIFIEO

OSASCO, SP – 2014

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“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. (Nelson Mandela, 1918 – 2013)

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A educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento

posta em prática. (Paulo Freire)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha

vida, е nãо somente nestes anos, mаs que еm todos оs momentos é o maior mestre

qυе alguém pode conhecer. Em especial a Profª. Drª. Cleomar Azevedo, pela paciência, orientação e apoio no desenvolvimento desta dissertação. Aos membros da banca que enriqueceram com sua presença, sugestões e conhecimentos este trabalho. Ao amigo e incentivador Prof. Laercio de Matos, sem o qual o caminho não teria sido percorrido.

À Profª. Ms. Adriana Menezes Felisbino pelo paciente trabalho dе revisão dа

redação.

A todos os familiares pelos momentos de ausência.

E também a todos que de forma direta ou indireta colaboraram para que o trabalho

fosse concluído.

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RESUMO

CAMPOS, José Luiz de. A Percepção de Alunos do Ensino Fundamental sobre Educação Financeira. 2014. 99 fls. Dissertação (Mestrado em Psicologia Educacional) – Curso de Pós-graduação em Psicologia Educacional, Centro Universitário FIEO, Osasco, São Paulo – Brasil.

Como o tema Educação Financeira tem sido incorporado em diversas discussões econômicas e sociais, tem se percebido que há necessidade de que as bases de nossa relação com o dinheiro seja construída desde a infância para que possamos alcançar resultados financeiros positivos. O modo como cada um lida com as finanças pode refletir em nossas emoções, ambições, valores e sentimentos de autoestima. Decorrente de um longo período de inflação e incertezas financeiras em nosso País constatamos que a ausência de uma Educação Financeira sólida em nossa formação dificulta o relacionamento com as questões que envolvem o planejamento e a sobrevivência no dia a dia da população. As gerações passadas por não ter esta aprendizagem, precisa de grande esforço para ensinar as novas gerações. Evidentemente que nada é definitivo em relação à falta de jeito para lidar com as finanças e,que não se possa, no decorrer da vida, aprender, mas o ideal é receber desde o inicio da escolaridade o como planejar e conviver com o dinheiro. A educação financeira pode contribuir com a formação do sujeito e sua relação com o dinheiro. Nesse sentido o presente trabalho tem como objetivo identificar qual é a percepção dos adolescentes do ensino fundamental em relação à Educação Financeira.

Palavras-chave: Educação financeira. Adolescentes. Ensino fundamental. Percepção

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ABSTRACT

CAMPOS, José Luiz de. A Percepção of Alunos on Educação do Ensino Fundamental Financeira. 2014. 99 fls. Dissertação em Mestrado Educational Psychology) - Course Post- em graduação Educational Psychology, University Center FIEO, Osasco, São Paulo - Brazil.

As Financeira tem or topic Educação em been incorporated various economic and sociais discussões, percebido tem is that it ha necessidade as freely relação nossa seja dinheiro com or built from a infância to possamos alcançar Financeiros positive results. O output mode as each com um finanças as prune refletir em emoções Nossas, ambições, sentimentos values and self-esteem. Decorrente de um longo period inflação and uncertainties em nosso Country financeiras find that a lack of solid Financeira Educação em uma nossa formação difficult or com Questões relacionamento as that envolvem or ea planejamento sobrevivência not every day gives população. As Gerações Passadas by this aprendizagem não ter, requires large esforço to ensinar Gerações as novas. Obviously nothing definitive em é à relação jeito for lack of lidar com as finanças e, which is possa não not decorrer gives life, learning, or more perfect or é receber from home gives escolaridade or e Conviver planejar dinheiro com or. A prune educação financeira formação do contribute to com e sua relação sujeito dinheiro com or. Nesse sense or present tem project é qual aim to identify two key ensino percepção teenagers do em Educação à relação Financeira.

Keywords: Educação financeira. Adolescents. Ensino fundamental. Perception.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AMBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais BACEN - Banco Central do Brasil BM & Fbovespa – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) CVM - Comissão de Valores Mobiliários ENEF - Estratégia Nacional de Educação Financeira FEBRABAN - Federação Brasileira dos Bancos LDB – Lei das Diretrizes e Bases MEC – Ministério da Educação e Cultura OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico PREVIC - Superintendência Nacional de Previdência Complementar SPC/SERASA – Serviço de Proteção ao Crédito / Centralização de Serviços dos Bancos. SUSEP - Superintendência de Seguros Privados

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Você sabe quanto uma pessoa precisa ganhar para sobreviver? ... 52

Quadro 2- Pensando em independência, quanto um jovem precisa ganhar para

sobreviver? ............................................................................................................ 53

Quadro 3 - Quando penso em Educação Financeira, penso em? ........................ 53

Quadro 4 - O que é uma pessoa consumista?......................................................... 57

Quadro 5 - Se na sua escola houvesse um curso sobre: Como utilizar o seu

dinheiro, você assistiria? Por que? ................................................................... 59

Quadro 6 – Aspectos positivos .................................................................................. 59

Quadro 7 – Aspectos negativos ................................................................................. 60

Quadro 8 – Sem influência .......................................................................................... 61

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Participantes ............................................................................................. 50

Gráfico 2 – Média de idade dos participantes .......................................................... 51

Gráfico 3 – Você sabe qual é o valor do salário mínimo vigente nos pais? ....... 52

Gráfico 4 – Você recebe mesada? ............................................................................. 54

Gráfico 5 – Como você controla sua mesada? ........................................................ 55

Gráfico 6 – O que você faz com sua mesada?......................................................... 55

Gráfico 7 – Seus pais já conversaram com você sobre como gastar ou guardar

o seu dinheiro ........................................................................................................ 56

Gráfico 8 – Você planeja os seus gastos? ............................................................... 56

Gráfico 9 – As propagandas veiculadas nos meios de comunicação

influenciam os seus gastos? .............................................................................. 58

Gráfico 10 – Você acompanha os seus pais em compras nos supermercados e

ou feiras?................................................................................................................ 58

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

1.1. Justificativa ................................................................................................. 20

1.2. Problema .................................................................................................... 21

1.3. Hipótese ...................................................................................................... 21

1.4. Objetivos ..................................................................................................... 21

1.4.1. Geral .................................................................................................... 21

1.4.2. Específicos ........................................................................................... 21

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 22

2.1. Colaboração da Psicologia Educacional ..................................................... 22

2.2. Desenvolvimento e Aprendizagem .............................................................. 22

2.3. Percepção ................................................................................................... 26

2.4. As relações familiares e a formação do sujeito ........................................... 28

3. MOEDA, INFLAÇÃO, MUNDO GLOBALIZADO, GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA, EDUCAÇÃO FINANCEIRA, CONSUMISMO, ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA. ..................................................................................................................................................31 3.1. Moeda: Instrumento de troca.........................................................................31

3.2. Inflação..........................................................................................................34

3.3. Mundo globalizado, suas origens e características.......................................35 3.4. Globalização financeira.................................................................................37 3.5. Educação financeira......................................................................................37

3.6. Consumismo..................................................................................................44 3.7. Endividamento...............................................................................................45 3.8. Inadimplência................................................................................................46 4. METODOLOGIA.................................................................................................48

4.1. Participantes ............................................................................................... 48 4.2. Caracterização da Escola ........................................................................... 48 4.3. Instrumentos ............................................................................................... 48 4.4. Análise dos Dados ...................................................................................... 50 4.5. Desenvolvimento da Pesquisa .................................................................... 50

4.6. Caracterização dos Participantes da Pesquisa.............................................50 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................................................62 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 66

ANEXOS .................................................................................................................. 72

Anexo A ................................................................................................................ 72

Anexo B ................................................................................................................ 73

Anexo C ............................................................................................................... 77

Anexo D ............................................................................................................... 77

Anexo E ................................................................................................................ 86

Anexo F ................................................................................................................ 94

Anexo G ............................................................................................................... 97

Anexo H ............................................................................................................... 97 Anexo I...................................................................................................................99

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A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO

FINANCEIRA

“O homem pode não apenas perceber as coisas, pode também refletir, fazer deduções de suas impressões imediatas. Às vezes é capaz de tirar conclusões mesmo quando não dispõe da correspondente experiência pessoal imediata”.

Alexander Romanovick Luria

1. INTRODUÇÃO

A primeira finalidade da educação básica, conforme parte do Artigo 22 da

LDB/96, é assegurar ao educando “a formação comum indispensável para o

exercício da cidadania”.

Ainda:

À medida que nos integramos ao que se denomina uma sociedade da

informação crescentemente globalizada, é importante que a Educação

se volte para o desenvolvimento das capacidades de comunicação, de

resolver problemas, de tomar decisões, de fazer inferências, de criar, de

aperfeiçoar conhecimentos e valores, de trabalhar cooperativamente.

(BRASIL, 2000, p.40)

A educação é um dever da família e do Estado, inspirada nos primórdios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e uma

qualificação para o trabalho. (Art. 2º, LDB, 1996)

Pois, a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na

vida familiar, na convivência humana, no trabalho. (Art.1º., LDB, 1996)

Todavia, para que os educandos possam resolver seus problemas, tomar

suas decisões de consumo, é necessário que haja uma participação mais crítica, por

meio de acesso a uma educação voltada também para o contexto financeiro-

econômico. (KISTEMANN JR., 2011, p.97)

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Neste sentido, o trabalho visa verificar a percepção dos alunos do ensino

fundamental sobre Educação Financeira, pois ela poderá contribuir para a

emancipação socioeconômica desses indivíduos.

Corroborando com essa mesma ideia, o artigo 32 da LDB/96, afirma:

O ensino fundamental tem como objetivo o desenvolvimento da

capacidade de aprendizagem, tendo como meios básicos o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo, a aquisição de conhecimentos

e habilidades e a formação de atitudes e valores, bem como, o

fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade

humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Desta forma, para que ocorra de modo adequado o crescimento integral da

criança, temos que desenvolver as competências apontadas pelo artigo 32 da

LDB/96, em especial, a prática da Educação Financeira com os nossos alunos do

ensino fundamental.

Para Kioyosaki (2000), a alfabetização financeira é essencial na formação das

crianças, que devem não só aprender e entender as letras, mas também os

números. O autor afirma que é essencial saber ler o que os números estão dizendo

e entender a história que está sendo contada por eles, estruturando os conceitos de

contabilidade. Nesse sentido, saber distinguir um ativo de um passivo e saber que os

ricos adquirem ativos e os pobres e a classe média, passivos. E define: “Um ativo é

algo que põe dinheiro no bolso e um passivo é algo que tira dinheiro do

bolso”. (p.73)

Contabilidade é o que chamo de alfabetização financeira. Uma

habilidade vital se você quer construir um império. Quanto mais dinheiro

estiver sob sua responsabilidade, mais acuidade é exigida ou a casa

desmorona. A alfabetização financeira é a capacidade de ler e entender

demonstrações financeiras. Isso lhe permite identificar os pontos fortes e

fracos de qualquer negócio. (KIOYOSAKI, 2000, p.125)

Ainda segundo Kioyosaki, (2000):

“Na contabilidade não importam os números, mas o que os números

contam”. É como as palavras. Não são as palavras, mas as histórias que

elas nos contam. A alfabetização financeira nos permite ler os números e

estes contam a história. (KIOYOSAKI, 2000, p.210)

De acordo com D’Aquino (2008): a função primordial da educação financeira

infantil é criar as bases para que na vida adulta estas crianças “possam ter uma

relação saudável, equilibrada e responsável em relação a dinheiro”. Dessa forma, a

educação financeira infantil vem como mecanismo de apoio e iniciação para que, na

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vida adulta, estas crianças venham a lidar bem com o dinheiro. Além disso, a autora

reforça que os ensinamentos sobre o ganho e os usos do dinheiro devem sempre

ser norteados pelos princípios da ética, podendo ser, dessa forma, estendidos a

outras esferas da vida.

Assim, ter planejamento de negócios e finanças bem elaborados é o alicerce

para um futuro de sucesso financeiro, e ao fazer esses projetos os sujeitos deverão

estar preparados para eventualidades que possam surgir no decorrer do tempo, não

devendo apenas se programar para um tempo curto de, por exemplo, um ano, mas

fazer estas provisões para anos decorrentes, quatro ou cinco anos à frente. O sujeito

deve conhecer suas prioridades para melhor trabalhar com suas finanças.

Em um século em que o maior desafio global é o realinhamento dos hábitos

de consumo, visando preservar a integridade do planeta para as futuras gerações,

além de combater o analfabetismo financeiro, este se consolida como conhecimento

vital, indispensável à formação de crianças, jovens e adultos de hoje e de amanhã.

No sistema capitalista no qual estamos inseridos, o dinheiro é um bem

necessário para a sobrevivência de qualquer indivíduo. Em um sistema, em que o

acúmulo das riquezas acontece de forma individual, é necessária a conscientização

dos sujeitos para que saibam dosar seus gastos, minimizando assim a possibilidade

de passar por dificuldades financeiras em alguma parte da vida.

Com o crescimento econômico do Brasil nos últimos anos, a oferta de crédito

aumentou, mas com isso observa-se também o endividamento cada vez maior da

população brasileira, que a partir de bens comprados com grandes prazos de

financiamentos, e que em sua maioria também cobram juros abusivos,

comprometendo grande parte da renda mensal, e com isso pouco ou nada é

destinado a uma poupança, o que poderia garantir, além da economia dos juros

gerados, a compra de qualquer produto por um melhor preço.

O desconhecimento de informações financeiras por parte do cidadão permite

que pessoas ou empresas mal intencionadas possam tirar proveito desta situação ao

oferecer um produto ou serviço que muitas das vezes não é ideal para o consumidor.

Ao ter acesso a informações financeiras, a população aumenta suas possibilidades

de boas escolhas frente à quantidade de ofertas disponíveis no mercado,

preservando seus recursos financeiros. Para tanto, necessitam de maior grau de

informação e conscientização.

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Esta conscientização pode e deve começar durante a infância, quando as

crianças estão adquirindo inúmeros conhecimentos, inclusive o do consumismo, e

que contribuirão para a formação da personalidade e de hábitos que o indivíduo leva

para a vida adulta. Esta nova geração precisa conhecer e crescer com um novo

conhecimento e consequentemente com uma nova mentalidade de finanças

pessoais, tendo a possibilidade de desenvolver um planejamento que vise

principalmente um processo em longo prazo e, com isto possa desenvolver uma

disciplina maior no controle de gastos do que nas gerações atuais.

No Brasil, ainda é lento o surgimento de iniciativas que possibilitem maior

difusão de informações financeiras para a população. A alfabetização financeira é

um processo de educação e de responsabilidade de pais, escolas, governo e

instituições privadas, envolvendo vários setores sociais.

Conforme Correia (2012): a Educação Financeira surge como resposta para

orientar a tomada de decisões, informando sobre os serviços financeiros ofertados,

sobre necessidades e desejos de consumo, de necessidades de poupança,

financiamento e juros, investimentos e rendimentos. Tal designação pode ser

entendida como o conjunto de informações que auxilia o sujeito a lidar com a sua

renda, com a gestão do dinheiro, com gastos e empréstimos monetários, poupança

e investimentos de curto e longo prazo.

Sendo assim, além da família os participantes no processo de Educação

Financeira são as escolas, as empresas, o governo, as instituições financeiras, e

outros, como as organizações não governamentais.

No Brasil, em novembro de 2007, foi constituído um grupo de trabalho

para desenvolver uma proposição de Estratégia Nacional de Educação

Financeira (ENEF). Esta iniciativa pretende trabalhar em ações que

promovam a educação financeira no país. A partir de 2010 o projeto foi

levado para algumas escolas selecionadas, os professores foram

treinados, e os alunos receberam material didático. Hoje o ENEF envolve

891 escolas públicas distribuídas entre os estados do Rio de Janeiro,

São Paulo, Ceará, Tocantins, Distrito Federal e Minas Gerais. A maioria

dos alunos participantes tem idade entre 15 e 18 anos (VIDA E

DINHEIRO, 2011).

O objetivo do projeto é garantir a efetiva aplicação dos materiais didáticos, em

que as Secretarias da Educação indicaram profissionais, ou mesmo multiplicadores,

ligados às escolas, para participarem da capacitação presencial e, desta forma,

poderem preparar os professores geradores que trabalhariam com os alunos.

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Recentemente um estudo elaborado pelo Banco Mundial - BIRD, com

alunos que participam do projeto ENEF no estado do Rio de Janeiro.

Este estudo concluiu que os alunos que recebem aulas de finanças

pessoais estão mais preparados para lidar com dinheiro e conceitos de

gasto e poupança, se comparados com aqueles que não recebem

nenhum tipo de orientação sobre o assunto. O programa não criou uma

matéria especifica de finanças nas escolas, mas o assunto foi tratado

nas aulas de disciplinas regulares do currículo, como matemática,

português e química (O GLOBO, 2011).

Neste sentido, autores afirmam que se a criança desenvolve os modelos de

comportamentos e o desenvolvimento cognitivo antes e durante a escola elementar,

a Educação Financeira deve ocorrer durante os primeiros estágios de

desenvolvimento e aprendizagem do sujeito.

Para outros, a Educação Financeira é uma ferramenta para a redução de

desigualdades sociais, evidenciando a importância da educação para o crescimento

financeiro de um sujeito, uma sociedade e um país. É notória esta relação quando

se analisa grandes nações que despertam para o crescimento econômico a partir da

educação, e possibilita o aumento de renda da sua população.

Nas sociedades capitalistas, dinheiro está associado a poder, talento,

habilidade, beleza, saúde, inteligência, além de funcionar como sinal de sucesso,

liberdade, independência, segurança, esperteza, bênção, merecimento, status e

bem-estar, enquanto pobreza estaria acompanhada de inadequação pessoal,

fracasso, prova de indolência, estupidez ou falta de caráter. Como o dinheiro afeta o

sentido mais profundo da identidade, autoestima, sentimentos de controle ou

dependência, segurança e, em alguns casos, potência sexual, a experiência de ir à

falência pode ser traumática para a autoimagem, com uma ressalva interessante, o

estigma representa um fardo menos pesado à medida que tal fato torna-se comum e

o dinheiro, mais abstrato. (Belk, 1999)

Os fatores emocionais que pesam sobre as decisões de compra, podem

causar verdadeiros comprometimentos no orçamento, se não forem compreendidos

e trabalhados. Dinheiro está relacionado à felicidade, e com um bom planejamento

financeiro, as pessoas podem alcançar sonhos, ou metas, e consequentemente,

serem felizes. Num mundo capitalista, aprender sobre dinheiro é também uma

contribuição à formação humana.

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Para Hafeld:

“Em uma sociedade de consumo, muitos confundem os verbos

necessitar e precisar com o verbo desejar”. (2007, p.24)

Já a especialista em finanças, D’AQUINO (2008), afirma que Educação

Financeira é a capacidade de entender finanças e assuntos relacionados. Mas

especificamente, refere-se à capacidade do sujeito fazer julgamentos bem

informados e decisões efetivas sobre o uso e o gerenciamento do dinheiro.

A Educação Financeira tem por propósito auxiliar o sujeito na administração

de seus rendimentos, nas suas decisões de poupança e investimento, em consumir

de forma consciente e em ajudar ainda a evitar que ele se torne vítimas de fraudes.

Esta educação ganha importância com a grande aceleração nos mercados

financeiros e de mudanças demográficas, econômicas e políticas. (OCDE, 2004)

A sigla OCDE significa Organização de Cooperação e de

Desenvolvimento Económico. É uma organização internacional,

composta por 34 países e com sede em Paris, França. A OCDE tem

por objetivo promover políticas que visem o desenvolvimento

econômico e o bem-estar social de pessoas por todo o mundo.

O combate à corrupção e à evasão fiscal faz parte da agenda da

OCDE tendo já conseguido resultados otimistas em alguns países.

Em 2011, a OCDE completou 50 anos e está entre as metas de

trabalho o apoio aos governantes no sentido de recuperarem a

confiança nos mercados e o restabelecimento de políticas saudáveis

para um crescimento econômico sustentável no futuro.

Conseguir ter uma boa administração de nosso dinheiro, sempre é um desafio

à parte. Controlar o próprio orçamento não é uma tarefa fácil. Mais difícil é ensinar o

sujeito a lidar com dinheiro. Não por acaso, crianças e jovens são vistos pelos

publicitários como o atalho ideal para o bolso dos pais. Por isso mesmo, os pais

devem começar bem cedo à educação financeira da família.

Gastar desenfreadamente, ter que pagar aquela conta que nem sabíamos

que existia ou ter algum problema imprevisto no meio do mês, são apenas alguns

dos motivos que tornam a administração do nosso dinheiro muito difícil.

Falar em dinheiro, em geral, rende polêmica e todo mundo tem alguma coisa

para dizer, uma história para contar, uma situação desagradável ao lembrar, um

suspiro de desejo de não precisar mais se preocupar com esse assunto. Cada

sujeito tem sua própria representação interna – psíquica e social – do dinheiro; e

esta repercute de maneiras distintas em cada um.

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O dinheiro possui representações múltiplas e fluidas, tanto do ponto de vista

interno ou psíquico como no que tange ao contexto cultural em que se encontra –

relaciona-se aos aspectos mais íntimos da cultura e da vida em geral, e permeia as

relações entre os sujeitos, seus sentimentos e maneiras de pensar. Pode ser

entendido como um signo arbitrário que se concebe e se substitui a outros signos

sob as mais variadas formas (FERREIRA, 2000, p.20).

Segundo Moscovici (1978, p.181):

A representação social é uma forma de conhecimento que articula diferentes elementos, tais como conceitos, explicações, valores, concepções, imagens, crenças, atitudes, que é construído nas interações sociais estabelecidas e que tem como função orientar os comportamentos e a comunicação entre os indivíduos e grupos.

(Moscovici,1990, p.286) apud Ferreira (2008, p.16) corrobora:

De todas as representações criadas pelo homem para tornar seu mundo suportável – ou seja, tangível ou intangível, o dinheiro é a mais arrojada, como também inevitável. Pois é com o enigma do dinheiro que o homem chega mais perto da plenitude do desejo, sendo o desejo do dinheiro o desejo do laço com o outro, talvez mesmo do desejo em geral.

Sendo, desse modo, tão evanescente e, ao mesmo tempo, tão poderoso

sobre as ações humanas, requer um instrumento igualmente delicado, abrangente e

afiado para tentar dar conta de suas inumeráveis esferas. (FERREIRA, 2008, pg. 15)

De modo geral, pode-se dizer que dinheiro é uma construção social.

Isso significa, entre outras coisas, que seu valor depende da cultura em que

está inserido e de um tipo de crença coletiva, isto é, ele só valerá alguma coisa se

todos aqueles que o utilizaram confiarem nesse valor. Nesse sentido, depende

também de como seu significado é transmitido às sucessivas gerações, por meio do

processo que recebe a denominação socialização econômica. (FERREIRA, 2008,

pg.18)

Ainda para o autor, as metáforas sobre dinheiro encontradas na linguagem

podem revelar nossa visão sobre o tema. Elas expandiriam as perspectivas mais

estreitas do funcionalismo econômico do dinheiro, que o definem como meio de

troca, estoque de valor, unidade de contabilidade ou padrão de pagamento adiado.

Além de todas essas funções, o dinheiro possui também dimensões simbólicas que

apontam para os lugares que ele ocupa em nossa vida.

Ratificando essas mesmas ideias, tem-se:

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Na área da Psicologia pode contribuir com o estudo do dinheiro:

psicologia do desenvolvimento, sobre como e quando conceitos e

comportamentos envolvendo dinheiro são aprendidos; psicologia

experimental, sobre distorções de percepção; psicologia ocupacional,

sobre o uso do dinheiro como recompensa e incentivo para o trabalho;

psicologia da personalidade, sobre diferenças individuais, psicologia

social, sobre atitudes individuais, grupais e sociais. (LEWIS et al,1995)

1.1. Justificativa

No Brasil, o despreparo da população no que se refere às questões de

finanças pessoais é notório e já foi identificado em diversas pesquisas acadêmicas,

como por exemplo: mau uso do cartão de crédito, cheques devolvidos por

insuficiência de fundos.

Com atraso de mais de 15 anos em relação aos países da Organização para

a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil começou um projeto

piloto para a introdução da educação financeira nas escolas de ensino médio e

fundamental.

O projeto faz parte das Estratégias Nacionais de Educação Financeira (Enef),

estabelecido pelo governo federal através do Decreto 7.397, de 22 de dezembro de

2010, que visa fortalecer a cidadania e a solidez do sistema financeiro nacional e a

tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores, portanto, merece todo

o apoio e incentivo. No entanto, a importância da questão nos leva a sugerir ir além.

O passo atual é muito pequeno e urge um movimento nacional mais abrangente,

começando pela introdução da disciplina de Educação Financeira no currículo de

todos os cursos superiores, principalmente nas licenciaturas. (Brasil Econômico,

2011)

Mas esta não é a preocupação maior, não se deve ater somente aos cursos

superiores, antes de tudo dever-se-ia pensar em introduzir a Educação Financeira

no currículo dos cursos fundamental e médio, pois é base de toda a formação

educacional de um sujeito.

Em função da crescente velocidade das informações que vivemos hoje no

mundo globalizado, a Educação Financeira adquiriu uma enorme importância, uma

vez que os jovens e adolescentes na maioria das vezes não têm o devido

conhecimento sobre finanças, ou seja, não sabem o real valor do dinheiro.

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Nós vivenciamos uma situação em que os jovens e adolescentes não são

orientados adequadamente sobre a questão do dinheiro, portanto, a pesquisa se

justifica no sentido de que deve haver uma preocupação maior na utilização deste

“bem” precioso.

1.2. Problema

Vivemos em uma sociedade capitalista que é extremamente consumista, o

sujeito não consegue planejar a sua vida financeira, assim não sabe como gerir as

suas finanças.

Desta forma, a problemática estudada neste trabalho se manifesta por meio

da seguinte pergunta: Por que as pessoas gastam dinheiro sem um devido controle?

1.3. Hipótese

Para evitar um futuro de dívidas, nada melhor que ensinar hoje, o caminho

certo para que o sujeito aprenda a administrar desde já aquelas poucas moedas do

cofrinho.

Ensinar para os filhos o valor das coisas é responsabilidade dos pais, mas se

lidar com dinheiro é complicado para adultos, passar esse conhecimento para

crianças é uma tarefa bem mais delicada.

Assim, o sujeito não aprende só a lidar com o dinheiro, mas entende que as

consequências da má administração do seu dinheirinho hoje podem determinar toda

a sua vida.

1.4. Objetivos

1.4.1. Geral

O objetivo deste trabalho é:” Descrever a percepção sobre Educação

Financeira dos alunos do ensino fundamental “.

1.4.2. Específicos

Discutir o real significado da aprendizagem na Educação Financeira, por meio

de levantamento da literatura disponível, a importância do conhecimento do sujeito e

como ela se desenvolve na atualidade, evidenciada para a faixa etária desta

pesquisa.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Colaboração da Psicologia Educacional

Em todo processo educacional há uma complexidade e ele deve estar

estruturado e organizado com a finalidade de promover o desenvolvimento e a

aprendizagem do ser humano. Por isso, existe a constante preocupação não apenas

de psicólogos e educadores, como também de pesquisadores de outras áreas.

Há várias formas de conceber o desenvolvimento e a aprendizagem enquanto

propriedades fundamentais do homem, propriedades estas que apresentam uma

relação recíproca com uma multiplicidade de fatores tanto intra como interindividuais,

bem como aqueles referentes às disponibilidades do meio material.

Diferentes visões e explicações podem ser adotadas na compreensão da

forma como o sujeito aprende e se desenvolve. (Palangana, p.7)

A autora destaca ainda, [...] de reconhecer no encaminhamento dessa

questão, a presença de posturas teórico-metodológicas divergentes entre si. Não

obstante, existe um aspecto básico do qual nenhuma dessas posturas pode

prescindir: o desenvolvimento e a aprendizagem pressupõem, sempre uma relação

entre o sujeito e o objeto de conhecimento.

2.2. Desenvolvimento e Aprendizagem

A questão central neste trabalho é verificar sobre os processos de

desenvolvimento e de aprendizagem do homem, face à complexidade e ao caráter

de transitoriedade que se imprime no cenário atual. O conceito de desenvolvimento

opera no espaço que se dá entre o indivíduo e o coletivo, o afetivo e o racional,

tendo como base as aprendizagens de um jeito de ser, de compreender e de agir

frente às solicitações de uma dada realidade. Os processos de desenvolvimento e

da aprendizagem se integram de tal forma que levam ao conhecimento como obra

cultural, produto das inquietações típicas de indivíduos e grupos diante da

perplexidade e dos desafios que as demandas concretas de vida lhes impõem.

O homem da atualidade encontra-se imerso em um mundo cujo

desenvolvimento tecnológico e científico acelera processos de produção, de

comunicação e de aplicação dos conhecimentos. Tais processos se dão em ritmos e

diversidades correspondentes às particularidades de cada grupo e contexto em que

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são produzidos e que, supõe-se, criam situações e fatos que interferem nas formas

de sobrevivência e nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento.

Os teóricos da complexidade têm afirmado que a sociedade atual desponta

como uma sociedade do conhecimento, que traz novas emergências e desafios ao

homem, diante de sua antiga necessidade de integrar, de conhecer, de organizar o

que se encontra disperso, bem como elucida dúvidas e inquietações que advêm de

seu estar no mundo e da perplexidade diante dele.

A sobrecarga de informações, as ofertas da propaganda e a mídia são

apenas alguns dos fatores externos, na realidade atual, que provocam mudanças

rápidas de valores e a proliferação dos sentidos que exigem cada vez mais da

capacidade de assimilação psicológica do ser humano.

O que têm em comum todos esses fenômenos é que eles se constituem

quase como um caráter universal, globalizante da realidade, o que nos leva a pensar

sobre o caráter antropológico da inquietude do homem atual. Ou, seja, parece que

não é mais possível atribuir um elemento diferenciador da experiência de inquietude

a cada sistema social, sendo os homens, independentemente do grupo social a que

pertencem, arrastados no turbilhão da inquietude gerada por macrossistemas.

E o que teria a inquietude do homem a ver com seus processos de

desenvolvimento e de aprendizagem?

Os desafios que o mundo real e concreto trazem, hoje, à compreensão do

homem, diante de um meio mutável pela aceleração dos processos e pela

transitoriedade das informações, parecem gerar novas formas de inquietação e, por

consequência, de desenvolvimento e de aprendizagem, que não guardam mais as

características das formas e dos conhecimentos duradouros. (Castanho, 2002, p.

251 e 252)

Aproveitando o desenvolvimento da ideia de Darwin, os principais psicólogos

funcionalistas, que queriam saber o que a mente faz e não o que ela é procuraram

estruturar o processo pelo qual o homem se ajusta ao meio ambiente. A

preocupação passou a ser a interação do homem com outros homens e com o meio

ambiente. As funções mentais como recordar, tomar decisões etc. agora passam a

ocupar lugar importante. Nesse contexto, nasceu o interesse pela educação da

criança, seu desenvolvimento e aprendizagem. (FILHO, 2005, pg.19)

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Jean Piaget, citado por Filho, um dos mais importantes estudiosos da

epistemologia genética, partiu da ideia estruturalista, de que a pessoa passa por

diversos períodos de desenvolvimento a partir do nascimento. Trabalhou com os

princípios da equilibração e da desequilibração; quando ouvimos ou vemos algo

novo, ficamos desequilibrados, começamos pelo processo de interação a incorporar

novos esquemas às nossas estruturas que, pelo processo de assimilação, vão aos

poucos se acomodando, se adaptando e se organizando até acontecer a

internalização, chegando à equilibração. Esse processo é dialético, porque o novo

equilíbrio vai ser quebrado coma presença de um novo conhecimento. (FILHO, 2005,

p. 23 e 24)

“O desenvolvimento, portanto, é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”.

Jean Piaget (2001, p.13)

VYGOTSKY (1999, p.95), trabalhou com ideias de formação de conceitos,

que podem ser espontâneos ou de senso comum e científicos, que são organizados,

sistematizados e aprovados pelos meios considerados científicos. Defendeu a

educação escolar como uma maneira de formar conceitos científicos. O professor

deve partir da zona de desenvolvimento real do aluno, trabalhando a zona de

desenvolvimento proximal, aumentando os percentuais de conceitos científicos, que

acabam sendo incorporados ao cotidiano.

Outro estudioso, Henri Wallon, preocupou-se com a psicomotricidade

humana, considerou as emoções em toda a formação da pessoa. Para ele, o ato

mental se desenvolve a partir do motor e a construção do “eu” se faz por fases, às

vezes predomina a inteligência e às vezes a emoção. Segue as ideias de Vygostsky

sobre a mediação da sociedade em todo o processo de desenvolvimento. (FILHO,

2005, p. 24)

O objetivo é difícil de ser alcançado, porque ensinar a criança a controlar as

emoções, sem desprezar valores humanos, evitando os traumas, as castrações,

buscando a emancipação de cada um, é considerado tarefa nobre e necessária

dentro dessa linha de visão da psicologia. (FILHO, 2005, p. 25)

Muitas variáveis interferem no processo de aprendizagem, entre elas

destacam-se em ordem de importância: a motivação, a retenção e esquecimento, a

maturidade, a prontidão e a superaprendizagem, a socialização, a educação criativa,

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a avaliação da aprendizagem, a satisfação das necessidades e as relações

familiares.

Para SOIFER (1983): A aprendizagem se inicia no lar, com atividades básicas

nas quais a família ensina o respeito, o amor e a solidariedade, o que é básico para

a convivência humana, e social e para estabelecer o equilíbrio entre os impulsos de

destruição internos. A criança chega à escola levando consigo aspectos

constitucionais e vivências familiares; porém o ambiente escolar será também uma

peça fundamental em seu desenvolvimento.

A aprendizagem escolar cumpre um importante papel no desenvolvimento da

criança e é determinada pela influência de fatores individuais e ambientais que

interferem em todo o processo de aquisição de conhecimento.

FREIRE (2000, p.47): “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar

as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

Entre os fatores individuais, destaca-se a influência dos aspectos afetivos,

que determinarão em grande parte da criança com a situação de aprendizagem

escolar, seu desempenho e seu desenvolvimento psicológico. A escola e a família

são consideradas, por Maturana (2000) fontes de recursos que ajudaram a criança a

construir seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.

Fernandez (1990), descreve a aprendizagem como um processo que não se

limita nem ao ambiente escolar nem exclusivamente à criança. Como experiência, a

aprendizagem constitui-se como elemento universal próprio do ser humano, já que,

ao possibilitar a transmissão do conhecimento, garante a continuidade do coletivo e

permite a diferenciação e transformação dos indivíduos. Aprender, para a altura,

pressupõe a associação entre cognição, desejos e necessidades.

A família é definida como estrutura social básica, com entre jogo diferenciado

de papéis, integrada por pessoas que convivem por tempo prolongado, em uma

inter-relação recíproca com a cultura e a sociedade, dentro da qual se vai

desenvolvendo a criatura humana, premida pela necessidade de limitar a situação

narcísica e transformar-se em um adulto capaz, sendo a defesa da vida seu objetivo

primordial. As funções básicas da família podem ser sintetizadas em duas: ensino e

aprendizagem. (SOIFER, 1983)

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2.3. Percepção

Toda pessoa tem seu sistema conceitual próprio, funciona como um filtro

codificador. O nome disso é padrão pessoal de referência. Esse filtro aceita ou não

as informações recebidas, isso vai depender de o quanto essa mensagem é ou não

ajustada às referências do indivíduo. Há uma percepção seletiva que atua como

defesa, bloqueando as não desejadas. Dessa forma, cada pessoa desenvolve seu

conjunto de conceitos para interpretar as experiências cotidianas.

Para Chiavenato (2006):

“Os padrões de referência são importantes, pois ajudam a entender o

processo de comunicação. Aquilo que duas pessoas comunicam é

determinado pela percepção que elas têm de si mesmas e do ambiente,

ou seja, as informações trocadas são relacionadas com as percepções

de cada um no ambiente em que estão envolvidas”.

Dessa interação entre dois indivíduos, ou mais, surge a percepção social. E

segundo Chiavenato (2006), a percepção social nem sempre é consciente ou

racional, é um meio pelo qual uma pessoa forma impressões sobre a outra com

intuito de compreendê-la, e então desenvolver empatia.

Percepção “é o processo pelo qual as pessoas tomam conhecimento de si,

dos outros e do mundo à sua volta”. O processo perceptivo é uma ferramenta

fundamental nos relacionamentos, pois aguça a interpretação de sinais interiores e

exteriores. Provoca reflexões críticas gerando nas pessoas a necessidade de

reavaliarem suas próprias crenças como mecanismo de preservação da qualidade

de vida e da sua identidade humana.

Mas para tanto é imprescindível o investimento no autoconhecimento e no

relacionamento interpessoal – incluindo a família, os amigos, chefes e colegas.

A percepção começou a ser estudada com mais profundidade no século XIX,

através dos estudiosos Hermann Von Helmhoz, Gustav Theodor Fechner e Ernst

Heinrich Weber (1860). É um dos campos mais antigos dos processos filosóficos e

cognitivos envolvidos. Portanto, por percepção, que deriva do termo latino

perceptivo, entendemos que é a função cerebral que atribui significado a estímulos

sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através da percepção, um

indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir

significado ao seu meio. Nesse sentido, a percepção consiste na aquisição,

interpretação, seleção e organização das informações, obtidos pelos sentidos. Do

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ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos

mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos

dados percebidos.

Para a psicologia a percepção é o processo ou resultado de tornar-se

conscientes sobre objetos, relacionamentos e eventos por meio dos sentidos, que

incluí atividades como reconhecer, observar e discriminar. Essas atividades

permitem que os organismos se agrupem e interpretem os estímulos. A percepção

de figura-fundo é a capacidade de distinguir adequadamente objeto e fundo em uma

apresentação do campo visual. Um enfraquecimento nessa capacidade pode

prejudicar seriamente a aptidão de aprender de uma criança. (APA, 2010, p.696)

A percepção é um processo cognitivo, uma forma de conhecer o mundo.

(Davidoff, 2001). Perceber é tomar conhecimento de um objeto, e um fator

determinante da percepção é o estado psicológico de quem percebe. Emoções,

motivos e expectativas fazem com que uma pessoa perceba, preferencialmente,

certos estímulos do meio. (BRAGHIROLI, 1990)

Assim o estudo da percepção, na perspectiva da Psicologia, é de extrema

importância porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que

fazem da realidade e não na realidade em si. Por esse motivo, a percepção do

mundo é diferente para cada um de nós, ou seja, cada pessoa percebe um objeto ou

uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si

própria. À medida que adquirimos novas informações, nossa percepção se altera.

Portanto, passe-se a considerar cada vez mais a importância da pessoa que

percebe, durante o ato da percepção. Por conseguinte, a presença e a condição do

observador modificam o fenômeno.

“Na civilização moderna, a instrução constitui um bem que deve ser partilhado por todos. Ninguém pode ser útil à coletividade ou a si próprio sem um mínimo de instrução”. Florestan Fernandes

A associação na aprendizagem e na memória teve significativa influência,

para os empiristas daquela época, a percepção sensorial é um processo passivo, em

que o percebedor quase não tem controle da realidade; é o meio ambiente que

estimula e a aprendizagem acontece pelos sentidos, sem a ideia da internalização.

A percepção consciente é a base do conhecimento humano. Nesse sentido, a

aprendizagem não é determinada pela pessoa que percebe. Só no início do século

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XX que os estudiosos se convenceram da completa interação entre os processos

mentais e corporais.

Para os filósofos do racionalismo alemão, as ideias dos empiristas não tinham

a menor importância e não explicavam nada. Não aceitavam e ainda hoje não

aceitam a percepção sensorial como muito importante, afirmavam que a mente

humana tem a capacidade inata de gerar ideias sem a necessidade da estimulação

externa. Para esses estudiosos, o observador faz a seleção e decide o que deseja

olhar, ouvir e aprender. Cada pessoa analisa, faz a filtragem dos dados sensoriais.

Há a preocupação de saber como a mente funciona e não como o que está na

mente. A mente tem as faculdades especiais para as atividades de realizar, perceber

e desejar. (FILHO, 2005, p.16 e 17)

Segundo STERNBERG (2000, P.110, apud MIRANDA et al, 2008, p.64):

Percepção e: “o conjunto de processos pelos quais reconhecemos, organizamos e entendemos as sensações recebidas dos estímulos ambientais”.

Portanto, com essas informações podemos entender o porquê de nos

comportarmos de forma tão diferente, estando no mesmo ambiente e tratando do

mesmo assunto.

2.4. As relações familiares e a formação do sujeito

SOIFER (1983, p.11), define:

“A família é um organismo destinado essencialmente ao cuidado da vida, anto individual como social, onde se dão e se aprendem as noções fundamentais para a consecução de tal fim que poderíamos resumir como se segue: procriação, cuidado da saúde, preservação da vida, aquisição de conhecimentos, aquisição de habilidades profissionais, aprendizagem da convivência familiar e social (amor, tolerância, solidariedade), transmissão, aperfeiçoamento e criação de normas sociais e culturais”.

As relações familiares constituem-se no alicerce estrutural de toda formação

humana. Pode contribuir para o equilíbrio emocional ou para o desequilíbrio durante

toda a vida.

Em nossa sociedade, caracterizada pelas situações de injustiças e de

desigualdades, a família continua senda a célula básica, o microcosmo social.

Segundo MINUCHIM (1985, 1988), a família é um complexo sistema de

organização, com crenças, valores e práticas desenvolvidas ligadas diretamente às

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transformações da sociedade, em busca da melhor adaptação possível para a

sobrevivência de seus membros e da instituição como um todo. O sistema familiar

muda à medida que a sociedade muda, e todos os seus membros podem ser

afetados por pressões interna e externa, fazendo que ela se modifique com a

finalidade de assegurar a continuidade e o crescimento psicossocial de seus

membros.

Os problemas sociais atingem, também, as crianças e interferem na

aprendizagem. São famílias desestruturadas, com pais bêbados, briguentos,

separados e muitas vezes vivendo abaixo da linha da miséria, economicamente

falando. As tensões, os conflitos, as indiferenças e os espaçamentos influem e

dificultam a vida do estudante. Por outro lado, o aluno vê na escola uma grande

oportunidade de melhorar de vida, mas também enfrenta reprovação, expulsão e em

muitos casos acaba sendo considerado incapaz ou culpado por tudo. Nas famílias

mais pobres, o número de pessoas em casa é grande e as dificuldades ainda são

maiores.

A família e a escola são consideradas as grandes agências de socialização

em que a criança vivencia relações verticais e horizontais. As relações verticais se

dão com os adultos, como pais, professores, através de vivências de poder desigual,

já que estes possuem mais idades e experiência e devem se valer de sua

autoridade, sempre que necessário. Os adultos atuam para garantir a sobrevivência,

segurança e proteção. (Filho, 2005, p.33)

As relações horizontais caracterizam-se por interações com pares, como

irmãos e colegas, que possuem certa igualdade de poder. Nessas relações ocorrem

exercícios de cooperação, competição, intimidade, entre outros. (MIRANDA et al,

2008, p.118)

WINNICOTT (1997), em sua teoria, sempre existiu a preocupação com uma

sociedade melhor, mais madura e solidária. Para tanto, ele desenvolve sua crença

de que a sociedade, constituída por indivíduos, alcançará sua maturidade com a

participação de pessoas emocionalmente mais saudáveis. Reforça o papel de

destaque atribuído à família, considerando o jogo afetivo vivido junto a ela como um

preparo perfeito para a vida. Para ele, a família, será sempre referida como o lugar

adequado para o desenvolvimento tanto da individualidade quanto da sociabilidade.

Porém, considera que, por melhor que possa ser e fazer por seus filhos, não haverá

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garantia total de alcance da saúde psíquica e da maturidade, uma vez que as

características individuais e a economia interna de cada ser humano apresentam

seus próprios riscos.

Já OSÓRIO (1996, p.16),

[...] família é uma unidade grupal onde se desenvolvem três tipos de relações pessoais: aliança (casal), filiação (pais e filhos) e consanguinidade (irmãos) e que a partir dos objetivos genéricos de reservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e fornecer-lhe condições para a aquisição de suas identidades pessoais, desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de transmissão de valores éticos, estéticos, religiosos e culturais.

Assim é necessário que os pais tenham maturidade emocional e entendam

que devem estar unidos em prol do bem-estar dos filhos, permitindo assim um clima

que favoreça o desenvolvimento dos filhos.

Féres-Carneiro (2008) em seus estudos aponta que:

“A família precisa ser um lugar onde os filhos possam crescer em segurança, ou seja, onde eles possam ter na figura dos pais, dos adultos por eles responsáveis, modelos de identificação saudáveis. É fundamental o modo como os adultos desempenham as suas funções parentais frente à criança”. (FÉRES-CARNEIRO, 2008, p.67)

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3. MOEDA, INFLAÇÃO, MUNDO GLOBALIZADO, GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA, EDUCAÇÃO FINANCEIRA, CONSUMISMO, ENDIVIDAMENTO, INADIMPLÊNCIA.

3.1. Moeda: instrumento de troca

Na história da humanidade sempre existiu a necessidade de compra. Mas em uma época onde não existia o dinheiro era utilizado o método da troca. E assim, se trocava o que possuía com o que necessitava. (D’AQUINO, 2008).

O conceito de moeda é entendido normalmente como derivado das funções

que esta desempenha, e que assim as caracterizam e distinguem de outros ativos

de carácter financeiro. Neste contexto, são atribuídas à moeda três funções

fundamentais: instrumento geral de trocas, medida comum de valores e reserva de

valor.

A moeda é considerada instrumento geral de trocas na medida em que é

utilizada como contraprestação das transações comerciais entre os agentes

econômicos. Sendo utilizada como instrumento de troca com aceitação geral, a

moeda vai automaticamente desempenhar o papel de medida comum de valores,

dado que o valor dos bens e serviços passa a ser traduzido em moeda, através do

seu preço. Finalmente, também na sequência da utilização como instrumento geral

de trocas, a moeda desempenha a função de reserva líquida de valor, na medida em

que dispõe de um potencial permanente com vista à aquisição de bens e serviços

que têm um determinado valor. Assim sendo, a moeda se constitui como reserva

perfeitamente líquida de valor disponível para a efetivação de transações.

O comércio existe desde que o ser humano começou a viver em comunidade.

A primeira operação mercantil do homem foi o escambo, ou seja, a troca de uma

mercadoria por outra mercadoria. Esse tipo de mercantilismo perdurou por muitos

séculos até que surgisse a moeda.

Entende-se por moeda o instrumento que atua como intermediário nas

transações mercantis, servindo para facilitar a aquisição de um bem ou mercadoria,

fixando-lhe um valor comparativo.

A mercadoria, diz Max:

É antes de mais nada algo que satisfaça as necessidades humanas,

sejam elas necessidades do estômago ou da fantasia. Qualquer

mercadoria, portanto, deve satisfazer uma necessidade nossa; não há

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mercadoria que não tenha uma utilidade, que não seja produzida para

atender a uma necessidade específica.

A data de origem da moeda é incerta. Os primeiros elementos usados com a

finalidade mercantil foram os metais, como cobre, ouro e prata, na forma de barras

ou em pó, no caso do ouro.

Pesquisas arqueológicas revelaram que os hindus já usavam barras de cobre

como moeda, na época dos Vedas, muito antes da Era Cristã. É esse o período que

se pode marcar como o aparecimento da moeda como elemento mercantil.

A origem do papel-moeda é ainda mais obscura, devido ao fato de ele ser

fabricado de material facilmente perecível. Sabe-se, porém que os primeiros bilhetes

de banco têm sua origem nos bancos de depósitos estabelecidos nos séculos XII e

XV, na Itália e em outros países. Esses bilhetes representavam o montante

depositado em metal no banco e podiam ser usados da mesma forma como se usa

hoje o papel-moeda.

O dinheiro de um país é um importante instrumento de comunicação entre as

pessoas. Do mais rico ao mais pobre, todos têm acesso a ele. Nas cédulas,

principalmente, encontramos retratadas a história, a geografia, as artes, as ciências,

a fauna, a flora, as paisagens, as etnias, os monumentos. O próprio povo, as

grandes personalidades da História e as ocasiões mais importantes da nação.

Através do dinheiro pode-se, por exemplo, conhecer o momento econômico

de um país: de abundância ou de escassez; de inflação alta ou baixa, etc.

Enfim, o dinheiro pode ser comparado a uma fotografia, pois é um retrato do

instante vivido pelo país e seu povo.

3.2. Inflação

A década de 1980, notabilizou-se por ser a mais profunda e complexa crise de

inflação que o país enfrentou, causando assim um grande problema de recessão

econômica que acabou transformando a inflação em um companheiro presente na

mesa de todos os brasileiros.

E, por inflação alta, entende-se de até 80% ao dia, quando batemos no fundo

do poço. Ou seja, não era brincadeira não. A situação econômica vivida na época, a

chamada “cultura da inflação”, que obrigava não apenas a remarcação furiosa de

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preços típica da inflação, ao lado de tentativas insuficientes de indexação e correção

monetária, como também sucessivos planos de governo com medidas para eliminá-

la, que com uma única e derradeira exceção, o Plano Real sempre falhou de modo

retumbante em sua missão.

As pessoas quando se referiam à vida financeira ou comentavam a situação

econômica do país, gerava o seguinte questionamento: por que alguns conseguiam

“se dar bem” naquele cenário, enquanto outros tinham extrema dificuldade para

manter as contas em ordem e, para outros ainda, não parecia fazer muita diferença

se havia inflação ou não? Se a condição inflacionária era o denominador comum,

presente em todo o país, a que atribuir, então, tantas diferenças individuais?

(Ferreira, 2008, p.2)

Tem-se que a abertura econômica, a partir de 1990, e a estabilização da

moeda em 1994, contribuíram para redução da inflação, fazendo com que os

indivíduos e a sociedade tivessem uma nova visão sobre a gestão financeira e

também, proporcionou um processo de mudança cultural e um novo aprendizado.

O resultado foi o aumento do poder aquisitivo, do crédito e o alongamento dos

prazos de financiamentos, além do aumento do consumo, poupança e investimento.

Diante deste cenário de grandes mudanças em um curto espaço de tempo, é

fundamental que seja dispensada atenção à forma com que os indivíduos estão

interagindo com elas. A qualidade das decisões financeiras particulares pode

influenciar toda a economia, e estão intimamente ligados a esta questão problemas

como: a inadimplência, endividamento familiar, falta de capacidade de planejamento

de longo prazo. Desta forma é possível estabelecer uma relação comparativa entre

uma organização e a vida de uma pessoa. Ambas precisam saber administração e

tomar as decisões corretas para obter êxito em seus empreendimentos. Sendo

assim, percebe-se a importância da gestão financeira para o indivíduo e a sociedade

na qual está inserido.

A inflação sofreu alterações em virtude da globalização, pois com a entrada

no mercado mundial dos países asiáticos como China e Coreia, fabricantes de

produtos industriais com a mão de obra barata, forçaram uma redução global de

preços e isso fez com que os preços caíssem, traduzindo uma inflação baixa.

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3.3. Mundo globalizado, suas origens e características

A Globalização pressupõe economia de mercado, desigualdade, capitalismo,

mudança de paradigmas educativos e exige que o modelo de humanidade

necessário aos homens que habitam o planeta seja repensado, a fim de que a vida

na Terra seja garantida e que todos tenham as mesmas condições de formação

tanto acadêmica quanto profissional. (Pinto)

A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX podem

ser consideradas uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de

transformações significativas: o término das revoluções burguesas, início das

revoluções socialistas; o surgimento das potências emergentes como os EUA, o

Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, principalmente com o

Império britânico; os avanços Mundo; expansão e tecnológicos que aumentam a

produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando o consumismo com

um aumento na exploração dos recursos naturais seguido de uma enorme

degradação ambiental; com a formação de mercados consumidores no Terceiro

posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma drástica a forma

de produção e, por consequência, a realidade sociocultural dos povos africanos,

americanos e da Ásia.

A disputa pela hegemonia mundial provoca a Primeira Guerra, a primeira

revolução socialista vitoriosa na Rússia, seguida da crise de superprodução do

sistema capitalista em 1929 e chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial

terminando, assim, com a fase do capitalismo industrial e iniciando o que hoje

classificamos de capitalismo financeiro.

Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical quanto

ao seu eixo de comando em que a "Nova Roma" (EUA) substitui os impérios

europeus. Para que isto ocorresse, os EUA precisavam de novas formas de parceria

como também de novas entidades internacionais que, por meio de suas ingerências,

transformassem os princípios da "Doutrina Monroe" (o comando da América), para a

"Doutrina Truman", assumindo o comando mundial. (BERTANI, 2013)

Muitas mudanças sociais, políticas e econômicas ocorreram nos últimos 30

anos da história da humanidade, dentre essas mudanças destaca-se a globalização.

Com certeza não aconteceram da noite para o dia, foram estruturadas a partir da

revolução industrial e de um modelo capitalista que está presente em nossos dias,

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praticamente em todas as sociedades. Arrighi, destacava que Max e Engels (2008),

já defendiam que a necessidade de expansão do mercado levaria a burguesia a criar

vínculos em todo o globo terrestre, ou seja, substituir as velhas indústrias nacionais

por indústrias “que não empregavam matérias-primas nacionais, e sim as que

vinham das regiões mais distantes, e cujos produtos se consomem não somente no

próprio país, mas também em todas as partes do mundo”.

Como consequência, o antigo isolamento de regiões e nações

autossuficientes “dá lugar a uma interdependência e intercâmbio universal das

nações”; essa interdependência universal traz em seu bojo o desenvolvimento

capitalista generalizado.

Portanto, podemos concluir que a globalização estava germinada muito antes

desse período e teve seu grande marco eclodindo nas duas últimas décadas.

Destaca-se que os maiores avanços da globalização é a chamada revolução

tecnológica, fazendo com que o estilo do consumismo associado às modernas

sociedades industrializadas do mundo ocidental difundisse por todo o planeta,

trazendo em sua esteira a máxima capitalista do consumo; e segundo Castells,

“atualmente a globalização dos mercados financeiros é a espinha dorsal da nova

economia global” (1999, p.147).

O conceito globalização surgiu em meados da década de 1980 substituindo

conceitos como internacionalização e transnacionalização, porém se voltarmos no

tempo, podemos observar que é uma prática muito antiga. A humanidade, desde o

início de sua existência, vem evoluindo, passou de uma simples família para tribos,

depois foram formadas as cidades-estado, nações e hoje com a interdependência de

todos os povos do nosso planeta, chegamos a um fenômeno natural, denominado

de "aldeia global". Globalização ou mundialização a interdependência de todos os

povos e países do nosso planeta, também denominado aldeia global.

As notícias do mundo são divulgadas pelos jornais, rádio, tevê, internet e

outros meios de comunicação, o mundo assistiu ao vivo e em cores, em 11 de

setembro, o atentado ao World Trade Center (as torres gêmeas), a invasão

americana ao Iraque. Quem não assistiu ao Brasil penta campeão mundial de

futebol? Com toda essa tecnologia a serviço da humanidade, temos a impressão de

que o planeta Terra ficou menor. Podemos também observar que os bens de

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consumo, a moda, a medicina, enfim a vida do ser humano sofre influência direta

dessa tal Globalização.

Hoje uma empresa produz um mesmo produto em vários países e o exporta

para outros, também podemos observar a fusão de empresas, tudo isso tem como

objetivo baixar custos de produção, aumentar a produtividade, então produtos

semelhantes são encontrados em qualquer parte do mundo.

A Globalização, analisada pelo aspecto econômico-financeiro, teve seu início

na década de 80, com a integração em nível mundial das relações econômicas e

financeiras, tendo como polo dominante os Estados Unidos. Analisando a

Globalização, podemos destacar o lado positivo como: o intercâmbio cultural e

comercial entre nações, importante para todos os povos, os riscos reais, entre

outros.

Porém, nem tudo é positivo, agora vamos ver o lado negativo: a Globalização

é crescente, os povos ficam cada dia mais interdependentes, porém os países

desenvolvidos são os maiores beneficiados ficando cada vez mais ricos, enquanto

os países em desenvolvimento ficam cada vez mais pobres. Então algumas medidas

deverão ser tomadas para tentar mudar este quadro.

Fala-se muito hoje em globalização, a informação simultânea, as migrações

de povos, o crime organizado, os conhecimentos científicos, a tecnologia, os

sistemas de poder, a produção e o trabalho humano e as finanças, tudo isso se

globaliza. Pode-se exaltar a globalização como oportunidade de crescimento

econômico e cultural dos povos. Pode-se ainda criticá-la em razão dos que a

conduzem, ou de como a conduzem, ou dos rumos que toma.

A globalização é irrefreável, sobretudo por corresponder a muitas exigências

dos seres humanos. Essa afirmação pode sofrer duas objeções: uma vem sustentar

que a globalização da economia corresponde hoje à acumulação de capital e de

poder em poucas mãos e ao predomínio das finanças internacionais sobre qualquer

outro interesse; outra é que o conceito e a natureza da globalização foram criados e

difundidos por forças neoliberais, com a intenção de levar os povos a crer que não

há alternativa e, assim, de negar a função da política e da democracia.

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3.4. Globalização Financeira

Segundo Plihon (2007), a Globalização Financeira pode ser definida como um

processo de interligação dos mercados de capitais aos níveis nacionais e

internacionais, conduzindo ao aparecimento de um mercado unificado do dinheiro à

escala planetária. A Globalização Financeira inscreve-se num processo histórico

longo e complexo, conduzindo à mundialização da economia. As suas causas são

múltiplas, de ordem política, demográfica e tecnológica. A Globalização Financeira

deu origem a análises divergentes, mais ou menos otimistas quanto aos seus efeitos

sobre o funcionamento da economia mundial. Há, no entanto, um consenso sobre a

necessidade de uma reforma da arquitetura financeira internacional, a fim de adaptar

esta à globalização dos mercados.

A Globalização Financeira modificou o papel do Estado na medida em que

alterou radicalmente a ação governamental que agora é dirigida quase

exclusivamente para tornar possível as economias nacionais, o desenvolvimento e a

sustentação de condições estruturais de competitividade em escala global. Faz-se,

por meio da intercomunicação dos mercados de capitais, acelerando a velocidade

na alocação do capital, smart-money. Se por um lado, a mobilidade dos fluxos

financeiros por meio das fronteiras nacionais pode ser vista como uma forma

eficiente de destinar recursos internacionais e para países emergentes, por outro, a

possibilidade de usar os capitais de curto prazo para ataques especulativos contra

moedas são considerados uma nova forma de ameaça à estabilidade econômica

dos países.

3.5. Educação Financeira

A Educação Financeira tem uma repercussão cada vez maior nos meios de

comunicação e está sendo inserida no meio escolar, familiar, de trabalho, ou seja,

tornou-se de fundamental importância ter informações sobre esse tipo de controle

financeiro pessoal. Educação Financeira é um tipo de saber que há alguns anos

antes, não fazia muito sentido, pois a economia do país sofria com choques e

mudanças frequentes. É importante verificar se os alunos, principalmente do Ensino

Fundamental têm conhecimentos e aptidão sobre como lidar com seus recursos

financeiros.

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Então, torna-se relevante que o aluno tenha uma formação adequada

durante sua vida escolar, pois terá uma base de fundamentos pouco mais

aprimorados durante o decorrer da sua vida, tanto na sociedade, quanto

profissionalmente. Se um aluno tem estudado na escola algo a respeito sobre

Educação Financeira, tem maior habilidade durante os negócios futuros.

A Educação Financeira também possui relevância por ser um assunto

bastante presente no cotidiano das empresas e pessoas, ainda é pouco discutido

pela população brasileira, por despertar pouca atenção nos meios acadêmicos e a

necessidade de ampliar o desenvolvimento do conhecimento refletido pela baixa

produção acadêmica e publicações científicas.

A Educação Financeira é a aptidão de saber de finanças e outros

relacionados, como também, utilizar esse saber no cotidiano. A Educação Financeira

não é parte do universo educacional familiar; tão pouco escolar. (D`Aquino, 2008)

Ainda tomando como base os estudos de D’Aquino (2008), é possível afirmar

que: a Educação Financeira é a capacidade de entender finanças e assuntos

relacionados. Mas especificamente, refere-se à capacidade do sujeito fazer

julgamentos bem informados e decisões efetivas sobre o uso e o gerenciamento do

dinheiro.

É importante se ter conhecimento sobre Educação Financeira desde a

infância, para se tenha um bom domínio sobre as finanças pessoais e até mesmo

empresariais. Muitas pessoas não têm noção do que possa vir a ser Educação

Financeira, e por isso não tem condições de tratar desse assunto com os filhos no

ambiente familiar. Seria viável que fosse tratado esse assunto nas escolas, para que

esses adolescentes adquiram algum conhecimento sobre a Educação Financeira.

Para compreender com maior propriedade a importância da Educação

Financeira na vida dos agentes econômicos é imprescindível ter uma clara definição

de seu significado e dos que a integram. Conforme proposta da Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, a definição de Educação

Financeira (2005) é:

Educação Financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que com informação, formação e orientação claras possam desenvolver os valores e as competências necessárias para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informa das, saber onde procurar ajuda, adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar e, assim, tenham a possibilidade de contribuir de modo

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mais consciente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro.

Ainda segundo a OCDE (2005), a Educação Financeira auxilia os

consumidores a orçar e gerir sua renda, a poupar e investir, e a evitar que se tornem

vítimas de fraudes.

Já para Braunstein e Welch (2002, p.445), além do benefício pessoal, a

Educação Financeira favorece o melhor desenvolvimento do mercado financeiro,

uma vez que o estimula a oferecer melhores serviços: [...] participantes informados

ajudam a criar um mercado mais competitivo e eficiente. Consumidores conscientes

demandam por produtos condizentes com suas necessidades financeiras de curto e

longo prazo, exigindo que os provedores financeiros criem produtos com

características que melhor correspondam a essas demandas.

A Educação Financeira é compreendida como o conjunto de conhecimentos

que estão acessíveis a qualquer um e que pode ajudá-lo a saber melhor empregar

seu dinheiro a fim de que possa conduzir sua vida da melhor forma possível.

Em Jacob et al (2000, p.8), o termo financeira “aplica-se a uma vasta escala

de atividades relacionadas ao dinheiro nas nossas vidas diárias, desde o controle do

cheque até o gerenciamento de um cartão de crédito, desde a preparação de um

orçamento mensal até a tomada de um empréstimo, compra de um seguro, ou um

investimento”. Enquanto que, educação para o referido autor: “implica o

conhecimento de termos, práticas, direitos, normas sociais, e atitudes necessárias

ao entendimento e funcionamento destas tarefas financeiras vitais. Isto também

inclui o fato de ser capaz de ler e aplicar habilidades matemáticas básicas para fazer

escolhas financeiras sábias”.

Não adianta saber ganhar muito dinheiro e gastar todo ele, ou evitar ao

máximo gastá-lo e não saber como empregá-lo a seu favor. Ambas as ideias podem

fazer parte de sua Educação Financeira, mas isoladas não podem ajudá-lo muito,

pelo contrário, podem até mesmo prejudicá-lo.

A Educação Financeira tem por propósito auxiliar o sujeito na administração

dos seus rendimentos, as suas decisões de poupança e investimento, consumir de

forma consciente e ajudar evitar que se tornem vítimas de fraudes. Esta educação

ganha importância com a grande aceleração nos mercados financeiros e de

mudanças demográficas, econômicas e políticas.

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A Educação Financeira surge como resposta para orientar a tomada de

decisões, informando sobre os serviços financeiros ofertados, sobre necessidades e

desejos de consumo, de necessidades de poupança, financiamento e juros,

investimentos e rendimentos. Pode ser entendida como o conjunto de informações

que auxilia o sujeito a lidar com a sua renda, com a gestão do dinheiro, com gastos e

empréstimos monetários, poupança e investimentos de curto e longo prazo.

Os participantes no processo de Educação Financeira são as escolas, as

empresas, o governo, as instituições financeiras, e outros, como as organizações

não governamentais. Alguns autores, afirmam que se a criança desenvolve os

moldes comportamentais e cognitivos antes e durante a escola elementar, a

Educação Financeira deve ocorrer durante os primeiros estágios de

desenvolvimento comportamental e cognitivo.

Para outros a Educação é a grande ferramenta para a redução de

desigualdades sociais, evidenciando a importância da educação para o crescimento

financeiro de um sujeito, uma sociedade e um país. É notória esta relação quando

se analisa grandes nações que despertam para o crescimento econômico a partir da

educação, o que possibilitou o aumento de renda da sua população.

A Educação Financeira nos países desenvolvidos tradicionalmente é de

competência da família, às escolas fica reservada apenas a função de reforçar a

formação que o sujeito recebe em casa.

Sabe-se que no Brasil há muito que se descobrir, pois não se tem a

preocupação referente à Educação Financeira, nem nas escolas e tão pouco no

ambiente familiar, conforme (D’Aquino, 2007), o que é uma grande falha no que

tange a respeito do indivíduo saber gerir seu dinheiro.

Segundo a consultadora financeira, Myrian Lund, citada por D’ÁQUINO

(2007): “As pessoas por muitas das vezes possuem pouquíssimo grau de instrução

sobre a Educação Financeira ou não o tem, infelizmente são poucas as escolas pelo

país que transmitem conteúdo financeiro efetivo”.

No ambiente familiar, a criança pode receber dos pais alguma base sobre a

Educação Financeira, isso pode ocorrer no cotidiano do relacionamento entre pais e

filhos. Essas pequenas ações, onde os pais fornecem aos filhos determinado

conhecimento sobre essa questão, por menor que seja, já contribui para o

desenvolver lógico que a criança terá ao tratar das suas próprias finanças, por

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menor que seja, mas que já terá um maior cuidado e percepção ao tratar desse

assunto pouco explorado. É importante que os jovens do Ensino Fundamental

possam aperfeiçoar seus conhecimentos para ter condições de conduzir suas

tomadas de decisões no tocante, finanças pessoais.

Educação Financeira não é aprender a trabalhar com finanças, nem se trata

de ser um profissional na área. Ter conhecimento a respeito dessa temática contribui

para a formação de um indivíduo mais capacitado no âmbito profissional. Tendo uma

boa instrução financeira a pessoa consegue saber quando, quanto e pode gastar, ou

seja, ele sabe fazer um planejamento sobre o seu dinheiro, o que colabora para as

tomadas de decisão. (SIMEÃO et al,2011)

A especialista em finanças, D’AQUINO (2008), diz:

Educação financeira não pode ser privilégio de crianças ricas ou de

classe média. É justamente as camadas menos favorecidas da

população que se deve dar prioridade neste aspecto. É sobretudo a

essas pessoas de pouquíssimos recursos a quem se deve dar a

conhecer, com urgência, como ganhar, gastar e poupar dinheiro.

Segundo Braga: com atraso de mais de 15 anos em relação aos países da

OCDE, O Brasil começou um projeto piloto para a introdução da educação financeira

nas escolas de ensino médio e fundamental. O projeto será implantado em 410

escolas da rede pública em seis unidades da federação e pretende atingir um

universo de 15 mil alunos.

É composto de um caderno, um livro texto, para o aluno e outro para o

professor e a capacitação a distância dos professores. Não existirá uma nova

disciplina educação financeira, mas o conteúdo será trabalhado “dentro” das

disciplinas já existentes.

O projeto faz parte da Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF,

instituída pelo Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, tem a finalidade de

promover a educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento

da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de

decisões conscientes por parte dos consumidores.

A iniciativa não partiu do MEC , mas é fruto do esforço conjunto de diversos

órgãos que compõem o Sistema Financeiro Nacional – Federação Brasileira dos

Bancos (Febraban), Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM),

Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e

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Superintendência de Seguros Privados (Susep) – e conta com o apoio de outras

entidades públicas e privadas, como a BM & Fbovespa e a Associação Brasileira das

Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima).

O projeto tem como objetivo ensinar as crianças a tomar decisões de

consumo; compreender o orçamento doméstico; conhecer sobre poupança,

investimentos, seguros, aposentadoria, financiamentos e a planejar o futuro.

O professor precisa ser formado com este conhecimento, como acontece na

maioria dos países desenvolvidos.

Um curso rápido para que ele aprenda a usar o material não será suficiente

para criar uma real condição de aprendizagem dos assuntos financeiros para seus

alunos. Sem que o professor viva esta realidade antes, pouco conseguirá agregar

aos seus alunos. Faltará a necessária vivência na área para dar respaldo ao que

está contido no material didático.

Para surtir o impacto necessário, a educação financeira não pode ser

colocada como um elemento complementar no currículo escolar, como querem

alguns especialistas em educação. Mas como elemento essencial.

Por que álgebra, geometria, trigonometria, genética, botânica e diversos

outros importantes temas são considerados superiores? Como educador, me

parece-me claro que não são; nem no aspecto de desenvolvimento cognitivo, nem

tampouco no aspecto de utilidade pragmática.

Para reforçar ainda mais a importância da Educação Financeira, Braga

sugere que os testes oficiais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),

incluam questões de finanças pessoais, de modo que os estudantes compreendam

o devido valor deste tema.

O Programa Educação Financeira nas Escolas foi desenvolvido para ajudar

os alunos a enfrentarem os desafios cotidianos e a realizarem seus sonhos por meio

do uso adequado de ferramentas financeiras, contribuindo assim para um futuro

melhor não somente para si como também para o país.

Este foi estruturado a partir da elaboração do documento "Orientações para a

Educação Financeira nas Escolas", que tem como propósito apresentar um modelo

conceitual para levar a temática aos espaços escolares, tendo sido elaborado a

partir de contribuições de especialistas de diversas áreas, apostando numa postura

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participativa e cooperativa. A proposta tem como característica a flexibilidade e

permite sua adaptação aos diferentes contextos da educação brasileira.

As escolas de Ensino Fundamental e de Ensino Médio poderão contar com

materiais didáticos – Livro do Aluno e Livro do Professor – construídos a partir das

diretrizes definidas pelo Grupo de Trabalho instituído para propor a Estratégia

Nacional de Educação Financeira (ENEF).

Para evitar um futuro de dívidas, nada melhor que ensinar hoje, o caminho

certo para que o sujeito aprenda a administrar desde já aquelas poucas moedas do

cofrinho. Ensinar para os filhos o valor das coisas é responsabilidade dos pais, mas

se lidar com dinheiro é complicado para adultos, passar esse conhecimento para

crianças é uma tarefa bem mais delicada.

Assim, o sujeito não aprende só a lidar com o dinheiro, mas entende que as

consequências da má administração do seu dinheirinho hoje podem determinar toda

a sua vida.

Como evitar: Os pais ou os responsáveis, que ensinam o sujeito a pensar a

longo prazo, certamente entendem que a educação financeira dada na infância,

resultará em adolescentes e adultos conscientes do valor de cada coisa e que

poderão poupar e planejar estrategicamente o que gastar e o que investir.

Segundo o especialista em Educação Financeira, Álvaro Modernell (2011): “o

grande desafio é ensinar os mais novos a encontrar o equilíbrio, para não estimular

nem demasiados poupadores nem gastadores exagerados”.

[...] o sujeito tem que aprender a diferença entre querer e precisar [...]

De acordo com D’Aquino (2008): o momento certo de começar a ensinar a

criança a lidar com as finanças é anunciado pela própria, na primeira vez que pede

aos pais para lhe comprarem alguma coisa. Isso costuma acontecer por volta dos

dois anos e meio, e nesta hora, o pequeno mostra que já percebeu o que é dinheiro,

e que o dinheiro “compra” as coisas que ele pode vir a querer. E ainda, a melhor

base para uma educação financeira eficiente é aquela transmitida por meio de

atitudes simples, na rotina do relacionamento entre pais e filhos. Assim que o sujeito

manifestar uma noção básica em relação a dinheiro, os pais já podem, de maneira

gradual, adotar uma postura educativa.

A falta de conhecimento financeiro, até mesmo em pessoas instruídas, gera

problemas nas finanças pessoais e familiares.

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O consumismo e a falta de planejamento financeiro se tornaram cada vez

mais comuns na realidade de grande parte da população. Com o advento da

globalização e a estabilização da inflação, criou-se a possibilidade de pessoas de

quaisquer classes sociais terem acesso a bens de consumo, bem como obtenção de

créditos com mais facilidade que outrora o teriam. Esta facilidade está criando um

ciclo consumista, podendo proporcionar, às pessoas despreparadas, experiências

muito desagradáveis no campo das finanças pessoais, ocasionando, por

consequência, stress, brigas conjugais e até doenças ligadas a fatores emocionais.

Para isso é necessário que haja conversas formais e abordagens de alguns

tópicos do tema, que sejam determinados em seus comportamentos e atitudes

financeiras, que tenham conhecimento de planejamento financeiro; orçamento

doméstico; avaliem o crédito nas compras a prazo; desenvolvam a consciência

ambiental, enfim, criar hábitos e costumes evitando assim o desperdício no sentido

de tornarem-se cidadãos corretamente conscientes.

É importante salientar que através de atitudes simples, como fazer um

orçamento ou calcular determinada taxa de juros de uma prestação aliada a um

plano de investimentos, pode-se garantir uma melhoria de qualidade, tendo em vista

o aumento da expectativa de vida de nossa geração, tanto no presente e, mais ainda

no futuro.

“A Educação Financeira é um degrau social relevante para o País e para

a humanidade. Façamos a nossa parte de difundir conceitos, princípios,

fundamentos e orientações para que mais pessoas possam alcançar,

subir e superar os degraus da desigualdade socioeconômica. E não nos

esqueçamos de praticar. Boas práticas em finanças pessoais podem

fazer grandes diferenças no futuro financeiro das pessoas”.

Álvaro Modernell (2010)

3.6. Consumismo

Cada vez mais as pessoas se deixam influenciar excessivamente pela mídia,

que de certa forma as induzem a comprar um determinado produto, sem às vezes

precisar.

Quando anunciamos diretamente para as crianças e adolescentes o tempo

todo, estimulamos o consumo em um público que ainda não tem condições de

avaliar se é bom ou não para ele ou até mesmo para o meio ambiente. E trabalhar

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com os jovens é garantia de que essa reflexão vai ser levada adiante por muito

tempo.

Portanto, consumismo é uma compulsão que leva o indivíduo a comprar de

forma ilimitada e sem a necessidade dos bens, das mercadorias e dos serviços, o

que é comum em um sistema dominado pelas preocupações de ordem material, na

qual os apelos do capitalismo calam fundo na mente humana. Não é à toa que o

universo contemporâneo no qual habitamos é conhecido como “sociedade de

consumo”. Depois da Revolução Industrial, que possibilitou o aumento da escala de

produção e incrementou o volume de mercadorias em circulação, o mundo se

modificou profundamente.

Ele atua muitas vezes movido por distúrbios emocionais, ou por motivações

sócio-econômicas, como uma espécie de compensação pela frieza do convívio

social, pela carência financeira, por uma autoestima deteriorada, ocupação,

personalidade, identificação com um determinado estilo de vida e por fim os fatores

psicológicos como a percepção, aprendizagem, motivação, crenças e atitudes.

(Denegri, 2007). O resultado dessa atitude impulsiva é geralmente o endividamento

crescente, então o indivíduo assume uma sobrecarga de trabalho, na tentativa de

eliminar as dívidas, consequentemente é submetido a um regime de exploração no

trabalho, novamente se vê emocionalmente frágil e se torna propenso de novo ao

consumismo feroz.

Por conseguinte, o consumismo é um mal que assombra a sociedade, pois

ele é irrefletido, ou seja, não pensado e não programado.

O consumo associado às facilidades de obtenção de crédito faz com que as

pessoas tornem-se cada vez mais adeptas do consumismo e mais endividadas.

3.7. Endividamento

O endividamento está relacionado ao consumo, pode ser entendido como:

analfabetismo financeiro, crédito fácil e marketing financeiro, seus efeitos são

avassaladores, pois podem causar: baixa produtividade, problemas conjugais,

desmotivação e baixa estima, problemas de saúde, entre outros.

Consumir com consciência está cada vez mais difícil. É preciso que tenhamos

um bom conhecimento de nossas condições financeiras e sobre o que realmente é

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necessário. Atualmente, os bancos, como estratégia, oferecem uma gama de

oportunidades e facilidades para que os clientes, inclusive os muito jovens, possam

ter cartões de crédito, abrir contas, contas consignadas e até mesmo conseguir

empréstimos.

Essa facilidade, porém, pode ser prejudicial, já que em geral, as pessoas que

optam por esses meios de obtenção de crédito, não possuem uma saúde financeira

boa, aumentando assim o número de endividados.

O indivíduo, no íntimo de manter um padrão de dignidade que ele mesmo se

impõe, endivida-se em demasia.

Para Descouvières (1998), o endividamento é um consumo antecipado em

que a pessoa utiliza o bem antes de pagá-lo. Para antecipar esse processo, os

indivíduos fazem uso de vários meios, dentre eles, o crédito entendido nesse

contexto como um contrato que permite pedir dinheiro emprestado por um

determinado período de tempo, partindo do pressuposto que quem pede emprestado

tem condições financeiras de honrar os compromissos.

3.8. Inadimplência

Pesquisas apontam que a população jovem do Brasil está cada vez mais

comprometida com a inadimplência. O interesse especial em fazer compras resulta

no gasto do salário e mesada antes do mês acabar.

Denegri (1999), autora bem conhecida no contexto da América Latina,

conforme descrito em Bessa (2008), defende o ensino da Educação Econômica, a

qual ela define como uma ação educativa que tem como objetivo favorecer a

construção de noções econômicas básicas e estratégias para tomada de decisões

pertinentes, que permitem crianças e adolescentes posicionarem-se diante da

sociedade de consumo como pessoas conscientes, críticas, responsáveis e

solidárias, a chamada Socialização Econômica.

Entende-se por Socialização Econômica, o processo de aprendizagem das

formas de relacionamento com o mundo econômico; processo este mediado pela

família, escola, nas relações com os pares e pelos meios de comunicação. É através

desta socialização que os indivíduos aprendem a interagir com a sociedade e com

os fatores econômicos que embasam as relações econômicas.

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Voltado para o mundo infantil e familiar Cantelli (2010), realizou uma

investigação inserida na área do conhecimento social que teve por objetivos

conhecer os procedimentos utilizados por pais e mães de diferentes estruturas

familiares e níveis socioeconômicos para a educação econômica de seus filhos. Os

dados indicaram que o comportamento econômico das famílias, bem como os

procedimentos utilizados para a educação econômica dos filhos são intuitivos e não

planejados, evidenciando a falta de informação dos pais sobre o processo de

construção das noções sociais relacionadas à compreensão dos eventos

econômicos. As famílias acreditam que a educação econômica deva fazer parte da

formação das crianças, embora não realizem nenhum esforço sistemático para

fomentar hábitos e condutas adequadas para o consumo.

Saber consumir, resistir às propagandas e ter condições para adquirir o

produto é um aspecto importante a ser direcionado para este público. É necessário

também conhecer a natureza e a forma como esses são influenciados e

direcionados pela mídia consumista em tempos de globalização.

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4. METODOLOGIA

A pesquisa classifica-se como descritiva, pois permite conhecer as

características da população estudada.

Quanto aos procedimentos a pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que

não pode ser mensurável, pois a realidade e o sujeito são elementos indissociáveis.

Assim sendo, quando se trata do sujeito, levam-se em consideração seus traços

subjetivos e suas particularidades. Tais pormenores não podem ser traduzidos em

números quantificáveis.

Van Maanem (1983, apud Easterby-Smith, Thorpe e Lowe, 1999, p.71)

caracteriza o método qualitativo como um conjunto de “técnicas interpretativas que

procuram descrever, decodificar, traduzir e, de alguma forma, chegar a um acordo

com o significado, não a frequência, de certos fenômenos que ocorrem de forma

mais ou menos natural do mundo social”.

Com base nesses princípios, afirma-se que a pesquisa qualitativa tem um

caráter exploratório, uma vez que estimula o entrevistado a pensar e a se expressar

livremente sobre o assunto em questão. Na pesquisa qualitativa, os dados, em vez

de serem tabulados, de forma a apresentar um resultado preciso, são retratados por

meio de relatórios, levando-se em conta aspectos tidos como relevantes, como as

opiniões e comentários do público entrevistado. É utilizada quando se busca

percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço

para a interpretação.

4.1. Participantes

Fizeram parte desta pesquisa 49 alunos de duas turmas, do ensino

fundamental, com idade de 13 até 16 anos, sendo 26 meninas e 23 meninos.

4.2. Caracterização da Escola

A pesquisa foi realizada em um colégio particular situado na zona Oeste de

São Paulo, as classes sociais predominantes são a “C e C+” eram do período da

manhã: turmas A e B.

4.3. Instrumentos

Os instrumentos utilizados nesta pesquisa foram:

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a) Questionário

O questionário, elaborado com 13 questões, sendo 07 (sete) de múltipla

escolha e 06 (seis) abertas, é tão somente um conjunto de questões aplicado a

determinado público com o objetivo de se levantar dados necessários, para verificar

se os objetivos de um projeto foram atingidos.

Mas, construir questionários não é uma tarefa fácil, e aplicar tempo e esforço

no planejamento do questionário é um requisito essencial para se atingir os

resultados esperados. Infelizmente não existe uma metodologia padrão para o

desenvolvimento de questionários, porém existem recomendações de diversos

autores com relação a essa importante tarefa no processo de pesquisa científica.

b) Entrevista semiestruturada

A entrevista Semiestruturada que tem como característica um roteiro com

perguntas abertas e é indicado para estudar um fenômeno com uma população

específica, neste caso um grupo de alunos.

A entrevista semiestruturada para alguns tem sido um procedimento de coleta

de dados amplamente utilizada em pesquisa em Ciências humanas. Ela pode ser

designada como um método, um instrumento de pesquisa ou até mesmo uma

técnica (NOGUEIRA, 1968; TRIVINÕS, 1987; REA e PARKER, 2000: MANZINI,

2006).

Não importa a abordagem teórica adotada, sempre serão necessários

cuidados que envolvam questões da linguagem e o roteiro a ser utilizado, necessita

ser cuidadosamente planejado, principalmente quando a entrevista é a do tipo

semiestruturada (MANZINI, 2003; 2004; 2006).

Na entrevista semiestruturada deve existir flexibilidade na sequência da

apresentação das perguntas aos entrevistados e o entrevistador pode realizar

perguntas complementares para entender melhor o fenômeno em questão. Além

disso, é importante que todas as perguntas, se relacionem a itens e conceitos a

serem pesquisados (GUNTHER, 1999), e que sejam realmente feitas durante a

entrevista, uma vez que a comparação de respostas na entrevista semiestruturada é

requerida na análise. Portanto, para que haja dados substanciais para serem

analisados, é necessário que a coleta seja bem estruturada.

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4.4. Análise dos dados

Os dados foram analisados utilizando-se o questionário e a entrevista

semiestruturada, e foram apresentados através de tabelas e gráficos (definidos em

valores absolutos e percentagens). A análise dos dados foram desenvolvidas no

decorrer da discussão dos resultados.

4.5. Desenvolvimento da pesquisa

Para levantar a percepção dos alunos acerca da educação financeira e do

uso do dinheiro os estudantes foram contatados na sala de aula, mediante

autorização da direção do colégio, dos professores e também dos participantes.

Validado o questionário, procedeu-se a aplicação dos mesmos; a coleta dos

dados foi feita no próprio colégio, mas especificamente nas salas de aulas pelos

professores das turmas, sem a interferência e participação do pesquisador, os

alunos foram solicitados a responderem às questões, via formulário; as respostas

foram organizadas e tabuladas.

4.6. Caracterização dos participantes da pesquisa

A caracterização dos estudantes inquiridos foi efetuada com base nas

variáveis sexo, idade.

Neste gráfico 1, destacamos que os participantes do sexo feminino é maioria

com (53%), enquanto que os participantes do sexo masculino totalizam (47%) do

total, havendo assim um certo equilíbrio.

Gráfico 1 – Participantes

Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

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No gráfico 2, os participantes foram identificados através de um número

escolhido aleatoriamente, o objetivo foi identificar a idade de cada participante,

divididos por sexo. Os participantes do sexo masculino levam uma pequena

vantagem em relação aos participantes do sexo feminino, mas na média, se

equivalem.

Gráfico 2 – Média de idade dos participantes Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

O gráfico 3, mostra que a maioria dos participantes (82%) sabem o valor do

salário mínimo vigente no país, portanto, podemos considerar que os adolescentes

não são tão dispersos como imaginamos e um fato a observar que 53% são

mulheres que estão a cada dia se interessando pelos assuntos econômicos.

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Gráfico 3 – Você sabe qual é o valor do salário mínimo vigente nos pais?

Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

Quadro 1 - Você sabe quanto uma pessoa precisa ganhar para sobreviver?

Respostas Participantes Frequência

Sim (até $ 700) 9, 15, 42 03

Sim (de $ 701 a $ 1.000) 8, 18, 22, 46 04

Sim (acima de $ 1.001)

1, 3, 5, 10, 11, 14, 19, 21, 23, 25, 26, 27, 28, 30, 32, 33, 35, 36, 40,

43, 47, 49.

22

Não 12, 16, 17, 39. 04

Estilo de Vida 2, 4, 6, 7, 13, 20, 24, 29,

31, 37, 38, 41, 44, 48. 14

Não responderam 34, 45 02 Total 49

Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados.

A pergunta do quadro 1, nos deixam um pouco preocupados, pois uma

grande maioria dos participantes (45%) responderam que para sobreviver precisam

ganhar acima de $ 1.000, será que esses participantes acompanham o crescimento

econômico no país? Outros participantes (29%) já responderam de uma forma um

pouco mais consciente, ou seja, depende do estilo de vida de cada um, o que é

realmente sensato nos dias atuais. Enquanto os demais participantes (26%) tiveram

outras opiniões que nos deixam preocupados também, pois indicam que não há um

certo conhecimento nas questões econômicas.

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Tendo em vista que, a classe social dos participantes, são formadas

basicamente pela (B e C), podemos dizer que a percepção dos adolescentes está

em formação.

Quadro 2- Pensando em independência, quanto um jovem precisa ganhar para sobreviver?

Respostas Participantes Frequência

Sim (até $ 1.500) 2, 7, 9, 15, 19, 22, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 36,

43, 46, 47. 16

Sim (de $ 1.501 a $ 3.000)

1, 3, 5, 14, 20, 21, 23, 24, 25, 27, 31, 42.

12

Sim (acima de $ 3.001) 6, 10, 11, 13, 16, 28, 37, 38.

08

Depende da região 4, 8, 12, 39, 41. 05

Suprir às necessidades 17, 18, 26, 40, 44, 48,

49. 07

Não respondeu 45 01

Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados.

Nesta pergunta, 33% dos participantes responderam que para ter

independência, o jovem precisa ganhar para sobreviver até $ 1.500, será que esses

jovens estão acompanhando o crescimento econômico do país?

Quadro 3 - Quando penso em Educação Financeira, penso em?

Respostas Participantes Frequência

Aprender a investir / economizar

1, 2, 3, 16, 17, 24, 25, 32, 33, 36, 39, 43, 44,

46, 47.

15

Entender o mundo capitalista

5 01

Dinheiro / Trabalho 40,41 02

Estudo / Escola / Cursos 6, 38, 45, 49. 04

Endividamento 4 01

Guardar dinheiro para gastar no futuro

7, 12, 29, 35. 04

Saber como gastar o dinheiro corretamente /

sustentavelmente

8, 9, 10, 11, 15, 26, 27, 42, 48.

09

Controle e consumo 13, 14, 18, 20, 22, 28, 30,

31. 08

Organização 19, 21. 02

Coisa chata 37 01

Não responderam 23, 34. 02

Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados.

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Esta pergunta do quadro 3, nos deixa muito confiante, pois 96% acreditam

que a Educação financeira é importante em algum momento da nossa vida,

observou-se que os adolescentes apesar de suas idades, pensam sim em terem um

futuro melhor, ajudando de certa forma a economia do país, pois saberão como

organizar, controlar e principalmente gastar o seu dinheiro conscientemente.

O gráfico 4, revelou que 43% dos participantes recebem mesada

frequentemente; enquanto que 57% não recebem ou recebem às vezes.

Gráfico 4 – Você recebe mesada? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

Como mostra o gráfico 5, entre aos participantes (71%) que recebem mesada,

51% poupam, 12% investem e 8% dos participantes não controlam, ou seja, gastam

no momento que recebem e 29% não recebem.

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Gráfico 5 – Como você controla sua mesada? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

Entre os participantes que recebem mesada (gráfico 6), ou seja, 71%, a

maioria 47% tem como hábito economizar, ou seja, guardar para usar futuramente;

enquanto que 24% deles gastam o dinheiro à medida que os recebem.

Gráfico 6 – O que você faz com sua mesada?

Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

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Este gráfico 7, mostra que realmente os pais estão preocupados com o futuro

financeiro de seus filhos, pois 76% dos participantes responderam “sim”; os 24%

restantes dos participantes responderam “não” o que não deixa de ser uma parcela

alta para os padrões econômicos nos dias atuais.

Gráfico 7 – Seus pais já conversaram com você sobre como gastar ou guardar o seu dinheiro Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

Podemos afirmar, conforme mostra o gráfico 8, que em consequência da

preocupação financeira dos pais com os seus filhos, esta pergunta nos revela que

67% dos participantes planejam os seus gastos.

Gráfico 8 – Você planeja os seus gastos?

Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

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Quadro 4 - O que é uma pessoa consumista?

Respostas Participantes Frequência

Que compra mais do que pode / veem pela frente

1, 11, 13, 18, 35, 36, 37, 38, 44, 45, 46.

11

Que acha que tudo é necessário para a sua

vida. 2, 8, 14, 15. 04

Que tem compulsividade às compras.

7, 12, 24, 33, 48. 05

Gastam tanto que às vezes ficam endividados.

3 01

Sociedade capitalista e consumista, pois o que

eu consumo diz quem eu sou.

4 01

Compram sem necessidades ou apenas

por desejos. 5, 17, 19. 03

Não sabem controlar / guardar o dinheiro.

6, 22, 29. 03

Pessoas que gastam muito e sem necessidade

9, 20, 23, 25, 26, 28, 30, 32, 39, 40, 42, 42, 43.

13

Pessoas que não pensam no amanhã.

16 01

Pessoas que não se satisfazem com aquilo

que tem. 31 01

Pessoas que não planejam os seus gastos.

49 01

Pessoas que vivem em um mundo capitalista.

27 01

Não responderam 10, 21, 34. 03

Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados.

Neste quadro 4, nota-se que com base nas respostas obtidas, que 94% dos

entrevistados já possuem uma percepção do conceito de consumismo; enquanto

que uma minoria (6%), ainda não possui esta percepção.

Esta pergunta do gráfico 9, revelou que as propagandas veiculadas nos meios

de comunicação têm influência em 50% dos participantes na ora de gastarem, mas

outros 50% responderam que as propagandas não os influenciam nos gastos,

mostrando assim um equilíbrio acentuado em relação a influência das propagandas

veiculadas nos meios de comunicação.

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Gráfico 9 – As propagandas veiculadas nos meios de comunicação influenciam os seus gastos? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

Esta pergunta do gráfico 10, também nos deixa um pouco confiante, pois 82%

dos participantes acompanham sempre ou às vezes os seus pais nas compras nos

supermercados e ou feiras. Em se tratando de adolescentes que não gostam de sair

com os pais, podemos considerar que é importante este relacionamento de querer

saber o real valor das coisas que consumimos; já 18% desses participantes não

estão preocupados em ter noção do que é gastar com consciência.

Gráfico 10 – Você acompanha os seus pais em compras nos supermercados e ou feiras?

Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados.

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Quadro 5 - Se na sua escola houvesse um curso sobre: Como utilizar o seu dinheiro, você assistiria? Por que?

Respostas Participantes Frequência

Sim

1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 23, 24, 26, 27, 28, 29, 34, 36,

40, 44, 46, 47, 49.

26

Não 4, 10, 16, 17, 18, 19, 22,

30, 31, 32, 33, 35, 37, 38, 39, 42, 43, 45,

18

Às vezes 7, 21, 25, 41, 48, 05

Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados.

Esta pergunta, quadro 5, está diretamente relacionada ao tema do trabalho,

pois 53% dos participantes responderam que assistiriam um curso sobre: como

utilizar o seu dinheiro, é um fato importante, pois mostra que os adolescentes estão

à medida que o tempo passa se preocupando com a questão financeira; já 37% não

estão preocupados com esta questão e futuramente poderão ser pessoas que

precisarão ter um controle muito grande para não serem consideradas consumistas;

os outros participantes (10%) ainda não estão com a maturidade suficiente para

saber se a questão financeira será ou não importante para o futuro.

Com relação ao quadro 5, dividimos em 3 partes, sendo: aspectos positivos,

aspectos negativos e sem influência.

Quadro 6 – Aspectos positivos

Respostas - Sim Participantes Frequência

Preparar para o futuro e manusear o dinheiro com

responsabilidade.

1, 6, 11, 12, 14, 24, 46, 47

08

Ajudará no futuro 2, 5, 36 03

Mesmo guardando e economizando, sempre é

bom aprender. 3, 9, 15, 23, 34, 44 06

Não quero viver na falência

8 01

Me considero um consumista

13 01

Aprender a ter dinheiro, para utilizar em passeios, roupas e outros, para não ficar sem ou com pouco

dinheiro.

49 01

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Para ter uma noção sobre consumo

20 01

Aprender como controlar / guardar o dinheiro

29, 40 02

Importante porque hoje em dia ninguém gasta

com consciência. 26, 27 02

Aprender a guardar/investir para dar

continuidade nos negócios familiares.

28 01

Total 26 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados.

Neste quadro 6, nota-se que 65% dos participantes possuem a percepção

que a Educação Financeira é importante nos dias atuais e que poderá ajudá-los no

futuro.

Quadro 7 – Aspectos negativos

Respostas - Não Participantes Frequência

Não acho economia um tema interessante

4, 37 02

Ouço bastante sobre o tema é sempre a mesma

coisa. 10, 43 02

Os pais explicam como gastar o dinheiro.

16, 22 02

Pois, sei me controlar/utilizar

17, 19, 35, 38, 42, 45 06

O tema não me interessa 18, 33 02

Utilizo-o como quero 30, 32 02

Sei como utilizá-lo e o que não sei, pergunto para

alguém. 31, 39, 02

Total 18 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados.

Já no quadro 7, apesar de terem respondido que não assistiriam, 33% dos

participantes dizem que sabem como controlar o seu dinheiro, o que não deixa de

ser um fator positivo; enquanto os 67% restantes demonstram que não estão

preocupados em como utilizar o seu dinheiro.

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Quadro 8 – Sem influência

Respostas – Às vezes Participantes Frequência

Acho necessário mas não prende a atenção.

7, 21 02

Depende do tempo/vontade

25, 41 02

Assistiria, se achasse interessante

48 01

Total 05 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados.

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DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O principal objetivo desse trabalho foi verificar a percepção dos alunos de um

colégio da zona oeste da capital de São Paulo, com relação à Educação Financeira,

percepção esta que em psicologia podemos definir como o processo pelo qual os

objetos, as pessoas e os acontecimentos se tornam conscientes.

Por meio dos resultados obtidos através da aplicação do questionário, pode-

se observar que os alunos pesquisados dependem financeiramente de seus pais,

portanto, é necessário ressaltar que a educação financeira vem de casa, como

qualquer educação. A família é a primeira responsável por esses ensinamentos. A

escola cabe apenas a função de fortalecer esse ensinamento.

De acordo com os resultados, vários estudantes já ouviram falar em

Educação Financeira e já tem algum conhecimento sobre o assunto, o que mostra

ser um resultado altamente positivo, sendo que esse conhecimento pode ser

aprimorado ainda mais se houvesse alguma atividade relacionada ao assunto com

os alunos, pois conforme os resultados obtidos a maioria dos estudantes assistiriam

um curso relacionado a Educação Financeira em sua escola, pois acreditam ser um

ambiente adequado para se tratar do tema.

Diante dessa realidade Modernell, salienta que: (...) O papel da escola cada vez mais é preparar as crianças para serem verdadeiros cidadãos e faz parte dessa missão ensiná-las a usar adequadamente o dinheiro. A educação financeira chegou para ficar e, assim como nas finanças, o fator tempo é preponderante. Quanto mais cedo, menores os sacrifícios e maiores os resultados. É necessário e deve ser feito de imediato!

(MODERNELL, 2010)

Sabendo que a grande maioria dos estudantes considera Educação

Financeira um tema importante, seria muito interessante que houvesse um empenho

de todos, governo e entidades privadas, no sentido de divulgarem, a fim de fazer

com que os alunos saíssem da escola preparados para encarar os desafios

financeiros do cotidiano, em especial para aqueles que não possuem nenhum tipo

de conhecimento sobre o tema.

Cabe ao professor atuar valorizando os aspectos positivos do aluno,

interagindo com ele, evitando dar continuidade à situação em casa. O educador

deve trabalhar com amor, considerar o aluno sujeito, sempre estar aberto às

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discussões, ser democrático, entender os momentos difíceis do aluno, não sendo

repressor ou castrador.

Sabemos que é mais difícil trabalhar com alunos da classe social menos

privilegiada economicamente, assim como, também não é fácil na maioria das vezes

levar a bom termo nosso trabalho com filhos únicos e filhos de pais com um poder

aquisitivo de classe “A e B”.

Vasconcelos (2003, p. 67) afirma que:

O professor se quer ser efetivamente professor, deve trabalhar com a realidade que tem em sala de aula; não adianta ficar se lamuriando, entrando em escapismos. São estes os alunos e com eles tem de trabalhar; é esta a escola, é este o país.

Todavia, para que os alunos de hoje se transformem em cidadãos

financeiramente conscientes, é necessário que antes tenham adquirido uma

percepção mais aguçada no seu convívio diário com a família, tenham tido um

desenvolvimento e uma aprendizagem no âmbito escolar, podendo assim se

tornarem pessoas um pouco mais críticas, contribuindo assim para que haja um

crescimento ordenado na educação e na economia do país.

Gonzales Rey, (2001, pg. 9-13), afirma que:

Um dos objetivos da educação não é simplesmente o de efetivar um saber

na pessoa, mas seu desenvolvimento como sujeito capaz de atuar no

processo em que aprende e de ser parte ativa dos processos de

subjetivação associados à sua vida cotidiana.

Portanto, cabe à família e a escola, proporcionar aos indivíduos a

oportunidade de entender melhor a aplicabilidade da Educação Financeira, podendo

assim melhorar muito os seus comportamentos e atitudes.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi descrever a percepção dos alunos do ensino

fundamental sobre a Educação Financeira, que aparece como uma habilidade

fundamental para a participação na sociedade moderna, levando-os a serem mais

responsáveis e conscientes financeiramente.

Com a orientação da Educação Financeira, podemos absorver alguns

conceitos importantes, como: contabilidade, finanças, economia, no sentido de

mostrar possibilidades de melhorar o entendimento de como consumir, poupar e

investir.

A Educação Financeira, está relacionada às crenças, valores, atitudes e

comportamentos, no sentido de como utilizar o nosso dinheiro, tem como objetivo

dissiminar a cultura de combater a causa de tanto endividamento.

A principal finalidade é contribuir para que os jovens do ensino fundamental

de hoje tenham condições de administrar no futuro os conhecimentos adquiridos em

Educação Financeira para uma vida saudável e consciente, fazendo uso dos

produtos financeiros existentes de uma forma adequada, reduzindo assim o perfil de

inadimplentes.

Corroborando com os autores citados, a Educação Financeira tem uma

importância relevante para que os jovens reflitam no seu dia a dia financeiro.

A família não pode ficar de fora, pois ela tem uma influência significativa no

que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem, tanto da Educação Básica

quanto da Educação Financeira dos jovens estudantes, por isso ela deve estimular e

trabalhar desde cedo alguns comportamentos e hábitos de consumo, porque sempre

será referida como o lugar adequado para o desenvolvimento tanto da

individualidade quanto da sociabilidade.

Além da família, o processo deve ser difundido nas escolas, as quais tem

pouca participação neste processo; observamos que há uma expectativa positiva

nas crescentes ações da iniciativa privada e órgãos governamentais no decorrer dos

anos. Portanto, para que os estudantes tenham uma maior autonomia financeira, é

necessário que haja por meio de uma postura desafiante do professor, tratar certos

aspectos financeiros do seu cotidiano.

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É importante ter um conhecimento básico sobre a Educação Financeira, pois

ela pode ser de certa forma, uma tentativa de se equalizar as necessidades do saber

financeiro dos estudantes do ensino fundamental.

É notável que os adultos sirvam de exemplos a serem seguidos e que

também será marcante fazer com que as crianças e os adolescentes entendam as

diferenças entre desejos, vontades e necessidades. Essa conscientização será

fundamental para que essas crianças e adolescentes se tornem financeiramente

educados e saibam quanto gastar para satisfazer seus eventuais desejos, de

maneira consciente e sustentável, sem interferir na realização de seus sonhos a

médio e longo prazo.

Todos que não aprendem a administrar sua vida financeira pessoal enfrentam

grandes dificuldades, que só serão percebidas quando se tornarem adultos e terem

a responsabilidade de lidar financeiramente com os seus negócios.

Estabelecer uma Educação Financeira consciente e sustentável é um

processo demorado, pois exige foco e comprometimento, os seus objetivos são de

longo prazo, visto que é primordial vencer o desafio de um consumo responsável. Os

resultados já são percebidos à medida que diversas ações incentivadas pela

iniciativa privada ou não estão em andamento e é por meio da Educação Financeira

que os jovens e adolescentes aprendem não só a lidar com o dinheiro propriamente

dito, mas também, entendem e exploram diversos conceitos econômicos, financeiros

e éticos, contribuindo assim para o futuro do país, que está presente na educação

que recebem hoje.

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ANEXOS

Anexo A

Quadro 1 – Participantes

Sexo Participantes Frequência

Feminino

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21,

22, 23, 24, 25, 26.

26

Masculino

27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44,

45, 46, 47, 48, 49.

23

Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados do DSC.

Quadro 2 – Média de idade dos participantes.

Sexo Participantes Idades Média

Feminino

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21,

22, 23, 24, 25, 26.

14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 16, 15, 14, 14, 14, 14, 14, 15, 14,

14, 16.

14,2

Masculino

27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44,

45, 46, 47, 48, 49.

16, 14, 15, 14, 15, 15, 15, 14, 14, 14, 14, 16, 14, 13, 14, 16, 14, 14, 14, 14,

14, 14, 14.

14,4

Total 49 14,3 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados do DSC.

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Anexo B

Questionário

Nome: ____________________________ Idade: ___ anos Sexo: ___

1.Você sabe qual é o valor atual do Salário mínimo vigente no país?

( ) Sim. Qual é o valor $_________

( ) Não

2.Você sabe o quanto uma pessoa precisa ganhar para sobreviver? Explique.

3.Pensando em independência, quanto um jovem precisa ganhar para se

manter sozinho?

4.Quando penso em Educação Financeira, penso em:

5.Você recebe mesada?

( ) Sim

( ) Não

( )Ás vezes

6.Como você controla a sua mesada?

( ) Poupando

( )Não controla

( )Investindo

7.O que você faz com a sua mesada?

8.Seus pais já conversaram com você sobre o como gastar / ou guardar o seu

dinheiro?

9.Você planeja os seus gastos?

( ) Sim

( )Não

10.Explique o que é uma pessoa consumista?

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11. As propagandas veiculadas nos meios de comunicação têm alguma

influência nos seus gastos?

( ) Sim, explique como.

( )Não

12.Você acompanha seus pais em compras nos supermercados e ou feiras?

( ) Sim

( )Não

( )Às vezes

13.Se na escola houvesse um curso sobre: Como utilizar o dinheiro, você

assistiria? Por quê?

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Anexo C

Entrevista Semiestruturada

O que é Educação Financeira para você? Fale sobre: O que você entende sobre o assunto. ........eu acho que é guardar dinheiro para gastar no futuro; é saber gastar o dinheiro corretamente, sustentavelmente;.....é aprender a investir, economizar...é saber controlar e consumir......................................................................................... Até quando um filho deve depender dos pais financeiramente? - Muitos responderam que não existe uma data específica, mas assim que concluírem o curso superior, devem começar a tomar o seu rumo. ...eu acho que depois de uma faculdade; também acho isso; depois de achar um emprego, estabelecer, se firmar, e no máximo até os 30 anos. ... eu acho que deveria ser até os 18 anos porque depois dos 18 cada um pode ter a sua vida, sozinho. ...a partir dos 18 até os 20 porque ai você pode se estabelecer com um emprego... eu acho a partir dos 18 é é que começa a ter mais direitos. ...com 26 anos, porque mesmo os seus pais trabalhando você ainda não tem uma estabilidade direito. ...até os 30 anos, mas se conseguir entre os 18 e 20 poucos anos estar estabilizado, ter um bom emprego, também uma faculdade, ai você já pode. ...ter maturidade, saber ter responsabilidade. ...eu acho que é melhor aos 26 amos por causa que o seguinte: quando você tem 18 anos acaba de entrar no mundo da lua e não tem conhecimento assim das coisas, aos 26 você já está em outra fase, seria melhor assim, pois você não dependeria tanto de seus pais. ...quando você consegue ter uma casa e um emprego bom e começa a ganhar bem. ...é é eu pretendo logo que acabar o ensino médio arranjar um trabalho, pra enquanto tiver trabalhando, terminar a faculdade e poder me estabilizar, porque não quero depender muito da minha mãe, quero depender de mim mesmo. ...eu não pretendo ficar pro resta da vida, eu pretendo concluir uma boa faculdade e quando conseguir me estabilizar profissionalmente, sair da casa de meus pais e viver com meu próprio trabalho. ...eles não têm a obrigação de nos sustentar até a morte. Você já pensou em como será sua vida sem a ajuda de seus pais?

- A maioria dos estudantes responderam: Não; pois pretendem morar com os pais

até estabilizarem as suas vidas. (Que é uma tendência muito forte nos dias atuais)

- Uma outra parte dos estudantes já acham que depois dos 21 anos cada um tem

que procurar o seu caminho (crescer na vida / sair de baixo das asas dos pais,

mesmo às vezes passando por alguns problemas)

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O que você pretende para o seu futuro?

...continuar os estudos, principalmente o superior.

...conseguir um trabalho dentro da formação obtida.

...morar com um amigo na natureza.

Como irá sobreviver sem a ajuda da família?

...se futuramente conseguir um bom emprego, pretendo dar um rumo na vida, ou

seja, ter um local para morar, continuar os estudos.

Como organizar-se com a sua mesada?

...poupando, investindo, guardando.

Normalmente um jovem depende da sua família para a sua formação profissional, você espera que isto aconteça até quando? - A grande maioria respondeu que nos dias atuais antes de concluir os estudos do curso superior, fica muito difícil, pois a concorrência em algumas áreas está muita acirrada e nem todos conseguem por vários motivos concluir o curso superior.

Fale sobre: Ajuda e manutenção dos seus estudos?

Já pensou no seu futuro?

Como irá sobreviver? Sozinho!

Experiência na administração da sua mesada?

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Anexo D

Resultados do questionário

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Anexo E

Questionário – tabulado

1) Você sabe qual é o valor do Salário mínimo vigente no país?

Respostas Participantes Frequência

Sim

1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 19, 20, 21, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 35, 36, 37, 38, 40, 42, 43, 44, 46, 47, 48,

49.

40

Não 2, 13, 17, 18, 24, 34, 39,

41,45. 09

Total 49

2) Você sabe quanto uma pessoa precisa ganhar para sobreviver?

Respostas Participantes Frequência

Sim (até $ 700) 9, 15, 42 03

Sim (de $ 701 a $ 1.000) 8, 18, 22, 46 04

Sim (acima de $ 1.001)

1, 3, 5, 10, 11, 14, 19, 21, 23, 25, 26, 27, 28, 30, 32, 33, 35, 36, 40,

43, 47, 49.

22

Não 12, 16, 17, 39. 04

Estilo de Vida 2, 4, 6, 7, 13, 20, 24, 29,

31, 37, 38, 41, 44, 48. 14

Não responderam 34, 45 02

Total 49

3) Pensando em independência, quanto um jovem precisa ganhar para

sobreviver?

Respostas Participantes Frequência

Sim (até $ 1.500) 2, 7, 9, 15, 19, 22, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 36,

43, 46, 47. 16

Sim (de $ 1.501 a $ 3.000)

1, 3, 5, 14, 20, 21, 23, 24, 25, 27, 31, 42.

12

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87

Sim (acima de $ 3.001) 6, 10, 11, 13, 16, 28, 37, 38.

08

Depende da região 4, 8, 12, 39, 41. 05

Suprir às necessidades 17, 18, 26, 40, 44, 48,

49. 07

Não respondeu 45 01

Total 49

4) Quando penso em Educação Financeira, penso em:

Respostas Participantes Frequência

Aprender a investir / economizar

1, 2, 3, 16, 17, 24, 25, 32, 33, 36, 39, 43, 44,

46, 47.

15

Entender o mundo capitalista

5 01

Dinheiro / Trabalho 40,41 02

Estudo / Escola / Cursos 6, 38, 45, 49. 04

Endividamento 4 01

Guardar dinheiro para gastar no futuro

7, 12, 29, 35. 04

Saber como gastar o dinheiro corretamente /

sustentavelmente

8, 9, 10, 11, 15, 26, 27, 42, 48.

09

Controle e consumo 13, 14, 18, 20, 22, 28, 30, 31.

08

Organização 19, 21. 02

Coisa chata 37 01

Não responderam 23, 34. 02

Total 49

5) Você recebe mesada?

Respostas Participantes Frequência

Sim

9, 13, 14, 16, 21, 23, 24, 27, 28, 30, 31, 32, 33, 37, 40, 41, 42, 43, 44,

46, 47.

21

Não 1, 8, 11, 17, 18, 19, 20, 22, 29, 36, 38, 39, 48,

49. 14

Às vezes 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 12, 15, 25, 26, 34, 35, 45.

14

Total 49

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88

6) Como você controla a sua mesada?

Respostas Participantes Frequência

Poupando

2, 3, 4, 5, 7, 9, 10, 12, 14, 15, 16, 21, 25, 26, 27, 30, 31, 32, 41, 42,

43, 44, 45 ,46, 47.

25

Investindo 23, 28, 34, 35, 37, 40. 06

Não controla 6, 13, 24, 33. 04

Não respondeu 1, 8, 11,17, 18, 19, 20,

22, 29, 36, 38, 39, 48,49. 14

Total 49

7) O que você faz com a sua mesada?

Respostas Participantes Frequência

Não recebo 1, 8, 11, 17, 18, 19, 20, 22, 29, 36, 38, 39, 48,

49. 14

Gasto 6, 7, 10, 12, 13, 14, 23,

24, 31, 33, 35, 46. 12

Economizo/Guardo

2, 3, 4, 5, 9, 15, 16, 21, 25, 26, 27, 28, 30, 32, 34, 40, 41, 43, 44, 45,

47.

21

Investimento 37 01

Lazer 42 01

Total 49

8) Seus pais já conversaram com você como gastar ou guardar o seu dinheiro?

Respostas Participantes Frequência

Sim

1, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 35, 36, 37, 38, 41, 44,

46, 47, 48, 49.

37

Não 2, 20, 21, 24, 33, 34, 39,

40, 42, 45. 10

Às vezes 5, 43. 02

Total 49

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89

9) Você planeja os seus gastos?

Respostas Participantes Frequência

Sim

2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 12, 15, 16, 20, 21, 24, 26, 27, 29, 30, 31, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 44, 45, 46, 47, 48,

49.

33

Não 5, 7, 11, 14, 17, 18, 19, 22, 23, 25, 28, 33, 42,

43. 14

Mais ou menos 1,13 02

Total 49

10) O que é uma pessoa consumista?

Respostas Participantes Frequência

Que compra mais do que pode / veem pela frente

1, 11, 13, 18, 35, 36, 37, 38, 44, 45, 46.

11

Que acha que tudo é necessário para a sua

vida. 2, 8, 14, 15. 04

Que tem compulsividade às compras.

7, 12, 24, 33, 48. 05

Gastam tanto que às vezes ficam endividados.

3 01

Sociedade capitalista e consumista, pois o que

eu consumo diz quem eu sou.

4 01

Compram sem necessidades ou apenas

por desejos. 5, 17, 19. 03

Não sabem controlar / guardar o dinheiro.

6, 22, 29. 03

Pessoas que gastam muito e sem necessidade

9, 20, 23, 25, 26, 28, 30, 32, 39, 40, 42, 42, 43.

13

Pessoas que não pensam no amanhã.

16 01

Pessoas que não se satisfazem com aquilo

que tem. 31 01

Pessoas que não planejam os seus gastos.

49 01

Pessoas que vivem em um mundo capitalista.

27 01

Não responderam 10, 21, 34. 03

Total 49

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90

11) As propagandas veiculadas nos meios de comunicação têm alguma influência em seus gastos?

Respostas Participantes Frequência

Sim

1, 5, 6, 8, 11, 13, 15, 17, 18, 19, 21, 22, 24, 27, 32, 33, 34, 35, 40, 44,

45, 47, 48, 49.

24

Não

2, 3, 4, 7, 9, 10, 12, 14, 16, 20, 23, 25, 26, 28, 29, 30, 36, 37, 38, 39,

41, 42, 43, 46.

24

Mais ou menos 31 01

Total 49

12) Você acompanha seus pais em compras nos supermercados e ou feiras?

Respostas Participantes Frequência

Sim 3, 4, 6, 8, 11, 21, 23, 25, 29, 36, 39, 47, 48, 49.

14

Não 7, 9, 13, 16, 26, 38, 44. 07

Às vezes

1, 2, 5, 10, 12, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 22, 24, 27, 28, 30, 31, 33, 34, 35, 40, 41, 42, 43, 45,

46.

26

Não respondeu 32, 37. 02

Total 49

13) Se na sua escola houvesse um curso sobre: Como utilizar o seu dinheiro, você assistiria? Por que?

Respostas Participantes Frequência

Sim

1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 23, 24, 26, 27, 28, 29, 34, 36,

40, 44, 46, 47, 49.

26

Não 4, 10, 16, 17, 18, 19, 22,

30, 31, 32, 33, 35, 37, 38, 39, 42, 43, 45,

18

Às vezes 7, 21, 25, 41, 48, 05

Total 49

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Respostas - Sim Participantes Frequência

Preparar para o futuro e manusear o dinheiro com

responsabilidade.

1, 6, 11, 12, 14, 24, 46, 47

08

Ajudará no futuro 2, 5, 36 03

Mesmo guardando e economizando, sempre é

bom aprender. 3, 9, 15, 23, 34, 44 06

Não quero viver na falência

8 01

Me considero um consumista

13 01

Aprender a ter dinheiro, para utilizar em passeios, roupas e outros, para não ficar sem ou com pouco

dinheiro.

49 01

Para ter uma noção sobre consumo

20 01

Aprender como controlar / guardar o dinheiro

29, 40 02

Importante porque hoje em dia ninguém gasta

com consciência. 26, 27 02

Aprender a guardar/investir para dar

continuidade nos negócios familiares.

28 01

Total 26

Respostas - Não Participantes Frequência

Não acho economia um tema interessante

4, 37 02

Ouço bastante sobre o tema é sempre a mesma

coisa. 10, 43 02

Os pais explicam como gastar o dinheiro.

16, 22 02

Pois, sei me controlar/utilizar

17, 19, 35, 38, 42, 45 06

O tema não me interessa 18, 33 02

Utilizo-o como quero 30, 32 02

Sei como utilizá-lo e o que não sei, pergunto para

alguém. 31, 39, 02

Total 18

Respostas – Às vezes Participantes Frequência

Acho necessário mas não prende a atenção.

7, 21 02

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Depende do tempo/vontade

25, 41 02

Assistiria, se achasse interessante

48 01

Total 05

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Anexo F

Roteiro – Entrevista Semiestruturada

O que é Educação Financeira para você?

Fale sobre: O que você entende sobre o assunto.

Até quando um filho deve depender dos pais financeiramente?

Você já pensou em como será sua vida sem a ajuda de seus pais?

O que você pretende para o seu futuro?

Como irá sobreviver sem a ajuda da família?

Como organizar-se com a sua mesada?

Normalmente um jovem depende da sua família para a sua formação profissional, você espera que isto aconteça até quando?

Fale sobre: Ajuda e manutenção dos seus estudos?

Já pensou no seu futuro?

Como irá sobreviver? Sozinho!

Experiência na administração da sua mesada?

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Anexo G

Presidência da República

Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 7.397, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010.

Institui a Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF, dispõe sobre a sua gestão e dá

outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Fica instituída a Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF com a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores.

Art. 2o A ENEF será implementada em conformidade com as seguintes diretrizes:

I - atuação permanente e em âmbito nacional;

II - gratuidade das ações de educação financeira;

III - prevalência do interesse público;

IV - atuação por meio de informação, formação e orientação;

V - centralização da gestão e descentralização da execução das atividades;

VI - formação de parcerias com órgãos e entidades públicas e instituições privadas; e

VII - avaliação e revisão periódicas e permanentes.

Art. 3o Com o objetivo de definir planos, programas, ações e coordenar a execução da ENEF, é instituído, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Comitê Nacional de Educação Financeira - CONEF, cuja composição compreenderá:

I - um Diretor do Banco Central do Brasil;

II - o Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;

III - o Diretor-Superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar;

IV - o Superintendente da Superintendência de Seguros Privados;

V - o Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda;

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VI - o Secretário-Executivo do Ministério da Educação;

VII - o Secretário-Executivo do Ministério da Previdência Social;

VIII - o Secretário-Executivo do Ministério da Justiça; e

IX - quatro representantes da sociedade civil, na forma do § 2o.

§ 1o Os representantes de que tratam os incisos I a VIII, bem como seus suplentes, serão indicados pelos seus respectivos órgãos e entidades, no prazo de quinze dias contados da publicação deste Decreto.

§ 2o Os representantes de que trata o inciso IX, bem como seus suplentes, serão indicados nos termos estabelecidos pelo regimento interno do CONEF.

§ 3o Os representantes indicados na forma dos §§ 1o e 2o serão designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda.

§ 4o O CONEF será presidido, a cada período de seis meses, em regime de rodízio e na ordem a seguir, pelo representante do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar, da Superintendência de Seguros Privados e do Ministério da Fazenda.

§ 5o O Banco Central do Brasil exercerá a secretaria-executiva do CONEF, prestando o apoio administrativo e os meios necessários à execução dos objetivos do Comitê.

§ 6o O CONEF poderá criar grupos de trabalho, por prazo determinado, destinados ao exame de assuntos específicos, bem como comissões permanentes, de atividades especializadas, para dar-lhe suporte técnico, integrados por representantes dos órgãos e entidades que dele participam.

§ 7o O CONEF poderá convidar representantes de outros órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil para participar e colaborar com a consecução de seus objetivos, na forma do seu regimento interno.

Art. 4o Ao CONEF compete:

I - promover a ENEF, observada a finalidade estabelecida no art. 1o, por meio da elaboração de planos, programas e ações; e

II - estabelecer metas para o planejamento, financiamento, execução, avaliação e revisão da ENEF.

Parágrafo único. Caberá aos membros do CONEF elencados nos incisos I a VIII do art. 3o aprovar, por maioria simples, seu regimento interno.

Art. 5o Para assessorar o CONEF quanto aos aspectos pedagógicos relacionados com a educação financeira e previdenciária, é instituído, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Grupo de Apoio Pedagógico - GAP, que terá em sua composição um representante de cada um dos seguintes órgãos e entidades:

I - Ministério da Educação, que o presidirá;

II - Banco Central do Brasil;

III - Comissão de Valores Mobiliários;

IV - Ministério da Fazenda;

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V - Superintendência de Seguros Privados;

VI - Superintendência Nacional de Previdência Complementar;

VII - Conselho Nacional de Educação; e

VIII - instituições federais de ensino indicadas pelo Ministério da Educação, até o limite de cinco, no máximo de uma por região geográfica do País.

§ 1o O Conselho Nacional de Secretários de Educação e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação serão convidados a integrar o GAP.

§ 2o O Ministério da Educação exercerá a secretaria-executiva do GAP, ao qual prestará o apoio administrativo necessário.

§ 3o Os órgãos e entidades representados no GAP deverão, em até quinze dias após a designação dos membros do CONEF, indicar os seus representantes e respectivos suplentes ao presidente do Comitê, a quem competirá designá-los.

§ 4o O GAP poderá convidar representantes de outros órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil para participar de suas reuniões, na forma do seu regimento interno.

§ 5o A primeira reunião do GAP será convocada pelo presidente do CONEF.

§ 6o O GAP aprovará o seu regimento interno por maioria simples, presentes pelo menos metade mais um dos seus membros.

Art. 6o A participação no CONEF e no GAP é considerada serviço público relevante e não enseja remuneração.

Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto Guido Mantega, Fernando Haddad Carlos Eduardo Gabas Henrique de Campos Meirelles

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Anexo H

Pai cria sistema de desconto em mesada a cada desobediência das crianças. “Meus filhos pediram para receber mesada e aceitamos, mas com algumas condições”, explica Vitor Yamada, criador da tabela de descontos que fez sucesso nas redes sociais.

O sucesso foi enorme e imediato. Em três dias, o post com a tabela de descontos da mesada de Giullia e Vitor foi compartilhado por mais de 85 mil pessoas. “Coloquei a foto da tabela para que familiares pudessem acompanhar a novidade: as crianças começaram a receber mesada. Era para ser uma coisa entre família e amigos. De repente, todo mundo estava compartilhando o post”, conta o juiz do trabalho Vitor Yamada, pai de Giullia, de 8 anos, e Vitor, de 6.

Segundo Vitor, a filha pediu à mãe para receber uma pequena quantia de dinheiro todo mês para poder efetuar algumas compras pessoais. Os pais analisaram o pedido e decidiram que a mesada seria concedida, mas as crianças teriam que cumprir algumas obrigações para poder receber o dinheiro integralmente no final do mês.

“Queríamos ensinar o valor do dinheiro, mas sem obrigar as crianças a desempenhar tarefas que não fossem condizentes com a idade delas”, explica Vitor. Entre as atitudes penalizadas estão não escovar os dentes (desconto de R$ 0,25), faltar, atrasar ou reclamar para ir à escola (desconto de R$ 1,00) e deixar brinquedos largados ou jogados (desconto de R$ 0,50).

Segundo o pai, mesmo depois de descontado o dinheiro devido a alguma desobediência, as crianças ainda assim precisam cumprir a tarefa penalizada. “Se não colocarem o cinto, a mesada vai ter desconto, mas mesmo assim precisam por o cinto de segurança”.

Todos de acordo

Vitor conta que os filhos foram consultados e concordaram com o sistema de mesada idealizado pelos pais. “Quando pensamos na tabela, conversei com meus dois filhos. Se eles não concordassem com o sistema de descontos, eu e minha mulher não faríamos isso”, afirma.

O valor do desconto de cada tarefa foi pensado de modo que as crianças não fiquem totalmente sem dinheiro no final do mês, segundo o pai. Ele afirma que as atividades que refletem os valores morais mais importantes para a família acarretam descontos maiores. Para os deslizes mais comuns, como não colocar o cinto de segurança ou deixar a luz acesa, o desconto é menor.

Após fechar a contabilidade do mês, Vitor deposita o dinheiro da mesada em uma poupança das crianças. “Depois de feito o depósito, vamos todos ao banco para que a Giullia e o Vitor possam retirar o dinheiro do mês. Não precisam usar todo o valor. Eu também dei um caderno para cada um e ensino que devem registrar o que gastam para controlar melhor o dinheiro”, explica o pai.

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No mês de setembro, quando foi implantado o sistema, o valor integral da mesada seria de R$ 50,00. A filha mais velha, Giullia, recebeu R$ 43,25. Já o mais novo, Vitor, ficou com R$ 30,50.

http://delas.ig.com.br/filhos/2013-10-10/pai-cria-sistema-de-desconto-em-mesada-a-cada-

desobediencia-das-criancas.html

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Anexo I

O programa Dinheiro no Bolso é uma competição sobre educação financeira

voltada para o público jovem, realizada pelo Canal Futura em parceria com a

BM&FBOVESPA. Visando estimular o consumo consciente e a responsabilidade de

gestão de patrimônio nas novas gerações, a atração transmite, de forma lúdica e

atrativa, conceitos sobre economia, finanças, investimento, mercado de ações,

crédito e empreendedorismo. A consultoria do programa é do especialista Gustavo

Cerbasi (autor de diversos livros sobre o assunto). A atração é comandada pelo

apresentador e ator Rafael Losso e também conta com participações do educador

financeiro Mauro Calil e do professor de finanças do Insper Ricardo Rocha.

Como funciona?

Dez participantes, na faixa etária de 18 a 24 anos, participam da competição

educativa. O game-show utiliza o formato de perguntas sobre raciocínio lógico e

criação de estratégias para levar educação financeira ao cotidiano dos jovens. Em

cada um dos dez episódios, é desenvolvido um tema – por exemplo, mercado de

ações e comportamento financeiro –, por meio de questões, vídeos, depoimento de

especialistas e da própria experiência de vida dos jovens. Ao longo do programa, os

competidores apontam as principais dificuldades e expectativas em relação aos

assuntos abordados e analisam seu desempenho.

A cada semana um participante é eliminado, até que apenas dois cheguem à grande

final. O vencedor ganha R$ 10 mil para investimento em ações.

http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/educacional/iniciativas/dinheiro-no-

bolso.aspx?Idioma=pt-br – acesso em 18/10/2013.