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A política do salário mínimo
O Governo Federal, em 2007, lançou a proposta de uma regra de reajuste para o
salário mínimo (SM) que seria utilizada para o quadriênio 2008/2011. Nessa regra, o
aumento real anual do SM tem como referência a revisão anual do INPC somada a
variação do PIB. Após esse período, uma nova política de reajustes do salário deve ser
implantada, dando continuidade e ou não a política anterior.
Sabemos que a política pública para o reajuste tem impactos importantes na vida
dos trabalhadores e em relação aos gastos públicos. De acordo com a nota técnica
distribuída pelo Dieese, podemos verificar como paulatinamente o SM foi obtendo
ganhos reais:
Considerando o gráfico acima, podemos perceber que a escolha política de
valorização do salário ocorrem sob a intenção de redistribuição de renda se levarmos em
conta que atinge diretamente na vida econômica das famílias de baixa renda. No Brasil,
a elevação do valor do salário mínimo significa uma melhora na vida das pessoas por
meio dos efeitos, diretos e indiretos, decorrentes do aumento do consumo. A elevação
da renda real teria como principal impacto, além de aquecer o mercado interno, o
crescimento sustentado da economia.
Resta ainda lembrar que este novo modelo institucional de política do salário
mínimo, comparado ao modelo anterior, iniciado com o plano real, refleta uma melhora
considerável do ganho real do SM. É o que aponta Afonso et ali em artigo publicado em
2011 intitulado O salário mínimo como instrumento de combate à pobreza extrema:
estariam esgotados seus efeitos?:
Desde a deflagração do Plano Real, o SM tem sofrido aumentos reais sucessivos praticamente todos os anos. Tendo como base a situação em dezembro de 1994 e adotando o IPCA como deflator, os aumentos reais foram da ordem de 29,5% no primeiro governo Cardoso (1995/1998), 10,0% no segundo (1999/2002) e de 46,6% nos 6 primeiros anos completos (2003/2008) do governo Lula, totalizando um crescimento acumulado de 108,3% em 14 anos. (AFONSO et alii, 2011)
O ano de 2016 será mais um momento de reavaliar a continuidade ou não da
política de valorização do salário mínimo, período em completará uma década. Dentro
desta lógica, poderemos avaliar com maior eficácia, dentro de uma série histórica, o
modelo adotado e as tendências e expectativas que o modelo da economia brasileira
oferece para o trabalhador assalariado.