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51 ANO 09 | Nº 51 | JUL/AGO | 13 A quem você dedica? A urgência dos afazeres diários compete com Deus, que geralmente fica em segundo lugar na vida humana. Para conscientizar sobre a importância desse encontro matinal com Cristo, pastores sugerem a melhor hora para desenvolver a comunhão, o relacionamento e a missão A PRIMEIRA HORA www.maisdestaque.com.br

A Primeira Hora

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A quem você dedica? A urgência dos afazeres diários compete com Deus, que geralmente fica em segundo lugar na vida humana. Para conscientizar sobre a importância desse encontro matinal com Cristo, pastores sugerem a melhor hora para desenvolver a comunhão, o relacionamento e a missão

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Page 1: A Primeira Hora

51nº

ANO 09 | Nº 51 | JUL/AGO | 13

A quem você dedica? A urgência dos afazeres diários compete com Deus, que geralmente fica em segundo lugar na vida humana. Para conscientizar sobre a importância desse encontro matinal com Cristo, pastores sugerem a melhor hora para desenvolver a comunhão, o relacionamento e a missão

a primeira hora

www.maisdestaque.com.br

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6 REVISTA MAIS DESTAQUE

índice

eViDÊNCiaS

Será que as pessoas inteligentes acreditam em Deus? Enquanto alguns escritores apostam apenas na possibilidade da existência de um Deus, estudos apontam que a mente humana foi projetada para acreditar em um ser superior

eSpeCiaLSão 150 anos de história. Saiba como foi o surgimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia e seu crescimento mundial

eSTiLo

É possível ressaltar a beleza feminina e masculina sem utilizar a maquiagem cosmética. Descubra como a maquiagem natural pode contribuir para melhorar o aspecto da sua pele

26104 96

A quem você dedica? O início da manhã é o momento mais propício para buscar a Deus. Quem não tem esse hábito fica sem a proteção dEle para enfrentar os desafios diários e sem forças para resistir às tentações. Pastores mostram a importância da comunhão, relacionamento e missão (CRM), que devem começar logo na primeira hora de cada amanhecer

60Capa a primeira hora Do Dia

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Diretor Executivo: Marcelo Inácio, Mtb 55.665/SP [email protected] | Diretor Comercial: Rafael Sampaio [email protected] | Editor de Conteúdo: Vanessa Moraes [email protected] | Direção de arte e Capa: Rogério Viola Júnior [email protected] | Colaboradores: Pâmela Meireles, Jéssica Guidolin, Vanessa Lemes, Emanuelle Sales, Michelson Borges, Valquíria Salles, Ricardo Vargas, Rogério Viola e Comunicação APLAC, APS, APSo, ARJ e ULB.

FALE COM A MAIS DESTAQUE (11) 3852-6404 | site: www.maisdestaque.com.br | e-mail: [email protected] twitter: @maisdestaque | facebook.com/maisdestaque

A Revista Mais Destaque é uma publicação da Seven Editora. “Os textos e opiniões dos autores subscritores dos artigos publicados nesta edição, não refletem necessariamente a opiniões dos editores, sendo de integral responsabilidade dos autores eventuais violações de direito de terceiros.”

Tiragem: 15.000 exemplares

Av. Ipiranga, 1208 - 12º andar - Centro - São Paulo

Cep: 01040-000

SeçõesEDITORIALENTREVISTA SAúDEAPSEDUCAÇÃOARJEVANGELISMO

APSOLOUVAIULBAPLACEMPRESARIAL FIQUE POR DENTROCONTA CORRENTE

HINOSINFANTILSEU DIREITOEVIDÊNCIASACONTECEU COMIGOREFLEXÃO

80 perFiLSérgio Azevedo fala sobre o início de sua carreira e vida profissional

SEU DIREITOBancos podem ser processados se enviarem cartão de crédito sem solicitação do cliente

ComporTameNToSer filho único não é sinônimo de egoísmo e solidão

SAúDEO leite não é um alimento recomendável para consumo. Saiba como substituí-lo

38 proFiSSÃoVeja quais são as atribuições de um arquiteto e urbanista

Um GraNDe amiGo“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com

alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus;

e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” (1

Tessalonicenses 4:16). Com tristeza, nos despedimos de

Elton de Oliveira, diretor administrativo da Faculdade

Adventista da Bahia (IAENE). Antes de cliente da

Mais Destaque, Elton era um grande amigo, cristão e

comprometido com a obra de Deus. Sua vida foi selada por

um acidente de carro, no dia 31 de maio de 2013. Deixou a

esposa Cláudia e os filhos Elton Cezar, Francielli e Jean Carlo.

Os versos bíblicos preferidos de Elton eram o Salmo

23, as Bem-Aventuranças e 2 Timóteo 4:7. No Hinário

Adventista, a canção “O amor de Jesus” era a que mais

apreciava. Gostava de jogar futebol com os amigos e

videogame com os filhos. Apoiava a Seven Editora desde

sua administração no Instituto Adventista Paranaense (IAP), onde foi lançada uma publicidade diferente nas

capas da Mais Destaque, que até hoje carrega sua ideia com os anúncios do IAENE. Dizia que a revista é uma

ótima ferramenta de marketing, já que os exemplares estão em muitas das Igrejas Adventistas, escolas e

órgãos administrativos da denominação.

A equipe da Seven Editora deseja que Deus conforte a família de Elton. Como dizia ele, “o melhor ainda

está por vir”. Que a esperança do retorno de Jesus nos acompanhe até este reencontro.

Na edição passada, no anúncio de aniversário da Mais Destaque, houve um erro de digitação no nome do palestrante oficial, “Erton Kiler”. O correto é Erton Köhler.

42 pÉ Na eSTraDaConheça as belezas de Roma e seus pontos turísticos

8102230324648

52547274768288

92 9498104110114

98ERRATA

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7REVISTA MAIS DESTAQUE

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Algumas pessoas têm condições financeiras para com-prar uma BMW, mas preferem um pálio. Outras não têm di-nheiro para adquirir um carro de luxo, mas se esforçam em juntar recursos para realizar tal vontade e, às vezes, levam a vida inteira para isso. Por que nossas prioridades são tão diferentes? Talvez para você, o que mais importa são os es-tudos, um projeto, a carreira profissional, a família, os bens materiais ou Deus.

O que está em primeiro lugar em sua vida? Sabemos que tudo o que vivemos nesta Terra é passageiro, mas, ofuscados pelas luzes do mundo, insistimos em desviar os olhos do que é eterno e perdemos de vista aquilo que realmente importa. A matéria de capa desta edição discute esse tema. Você irá descobrir a importância de colocar Deus em primeiro lugar e o poder que a oração tem quando é feita com sinceridade.

Podemos priorizar Jesus em todos os aspectos de nos-sa vida, inclusive por meio da saúde. É por isso que a Mais Destaque que você tem em mãos também trata sobre este assunto. Nesta edição, você saberá mais sobre o consumo do leite humano e animal e suas respectivas diferenças. Conhe-ça mais sobre as belezas de Roma na seção Pé na Estrada e saiba de que forma podemos preservar a beleza feminina ou masculina sem precisar recorrer especificamente à maquia-gem cosmética, na seção Estilo.

Se você ficou com um gostinho de “quero mais” na seção Evidências da edição passada, leia a segunda parte do tema “Pessoas inteligentes acreditam em Deus?” e veja o que as pesquisas relacionadas à mente humana dizem sobre a cren-ça em um ser superior.

Em 2013 a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) com-pleta 150 anos de existência e é claro que você não pode ficar fora dessa festa! A seção Especial conta mais detalhes sobre essa comemoração. As outras editorias também trazem as-suntos importantes. Confira Evangelismo, Comportamento, Profissão, Infantil e Aconteceu Comigo. Você vai se surpreen-der com a leitura de cada página. Que Deus abençoe ricamen-te a sua vida e seus planos.

Marcelo InácioDiretor [email protected]

DIV

ULG

AÇÃ

O

Primeiro Deus

editorial

8 REVISTA MAIS DESTAQUE

A edição 50 reuniu temas interessantes, que se en-caixam com a atualidade. Creio que a revista Mais Destaque conquista a admiração de vários públicos. A matéria de capa trouxe um assunto importante, pois é muito gratificante ver que a Igreja utiliza várias frentes para divulgar o evangelho.

Schermen Dias, representante comercial

Que surpresa ver uma Mais Destaque tão especial como foi a última edição! Fiquei feliz com a reporta-gem de capa, que apontou um projeto evangelístico. Como é bom saber que a Igreja Adventista está se movimentando para alcançar corações e abreviar a volta de Jesus. Amém por isso.

Walter Meireles, auditor

Confesso que não gosto de fazer caminhadas, amo co-mer doces e detesto academia. Na matéria de Saúde da edição 50 concluí que preciso mudar meus hábi-tos alimentares para ter mais qualidade de vida. As dicas foram excelentes e espero conseguir me man-ter firme para ter uma saúde equilibrada e ser mais feliz. Obrigada, Mais Destaque!

Larissa Passos, estudante

Quero dar os parabéns à revista Mais Destaque pe-las 50 edições já publicadas. A matéria que mais me chamou a atenção na última edição foi a que fala do livro Cinquenta Tons de Cinza. O texto me fez enten-der que devemos tomar muito mais cuidado com o que lemos e ouvimos e dar atenção àquilo que Deus deseja que sejamos, para Sua honra e glória.

Rafaela dos Santos, nutricionista

Participe da Revista Mais Destaque: Envie-nos seu comentário, sugestão ou crítica via email ou Twitter: [email protected] twitter.com/maisdestaque

Destaque-se

ANO 09 | Nº 50 | MAI/JUN | 13

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entrevista

a ComUNiCaçÃo Do eVaNGeLho

roGÉrio SorViLLo

O sucesso da propagação do evangelho não deve ser medido por fatia de mercado e sim pelo quanto cada cristão reflete Jesus

“A publicidade tem um poder tremendo. Quando é utilizada para maus propósitos, sem dúvidas, faz sérios estragos”

Por Vanessa Moraes

da sobre algum produto, com imagem e texto, como os que víamos em revis-tas. Quando apresentei o meu trabalho, ela gostou muito e enviou ao dono da agência. Resultado: ganhei um estágio! Eu tinha 14 anos de idade e esse foi o meu primeiro emprego. Aos 17, tive o privilégio de ser admitido pela CPB para trabalhar no departamento de artes e, durante o tempo em que estive lá, pude desenvolver a profissão. Foi um período muito feliz.

Por que você decidiu se tornar profes-sor universitário?

Não foi uma decisão tomada diante de uma aspiração profissional. Tornei-me professor por causa de um grande amigo, o pastor Assad Bechara. Quan-do o Unasp estava iniciando o curso de Comunicação Social, ele me convidou para dar algumas aulas. Com o tempo, me apaixonei pelos alunos, pelo curso e pela instituição. Desde então, foram 13 anos de muita alegria e aprendizado.

Qual é sua maior inspiração?Durante a vida, temos várias inspi-

rações. Pessoas, obras, ideologias, entre outras. Mas, há algum tempo, descobri o evangelho de Cristo. Pode parecer estra-nho eu dizer isso sendo, praticamente, adventista desde que nasci. O fato é que descobri esse evangelho perto dos meus 50 anos, como nunca havia descoberto. Antes, era apenas uma fonte de estudo, meditação, argumentação doutrinária e coisas assim, mas hoje, é um tipo de atmosfera que respiro. Não aconteceu nada de especial para que eu tivesse essa percepção. Simplesmente, um dia, enten-di que se as palavras de Jesus não fossem o filtro pelo qual eu deveria discernir todo o restante, então nada poderia ser discernido claramente. Fiz um propó-sito de ler cada evangelho de maneira

Profissional do ramo publicitário e formado em Comunicação So-cial e Marketing, Rogério Sor-villo Vieira, de 51 anos, atua

como professor no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), cam-pus Engenheiro Coelho, e também tra-balha na reitoria da instituição. Natural de São Paulo, capital, viveu muitos desa-fios profissionais, agregou à bagagem as experiências vivenciadas em vários mercados, mas foi na obra adventista que teve e ainda tem os momentos mais importantes de sua vida. Em 1977 deu início à carreira no departamento de artes da editora Casa Publicadora Bra-

sileira (CPB), e, desde então, coleciona oportunidades, desafios vencidos e cres-cimento. É casado com Lóide e tem qua-tro filhos: Giancarlo, Hadassah, Elissa e Eliza Vitória.

Como nasceu sua paixão pela área de comunicação?

Apesar de ter uma propensão na-tural, foi uma professora da escola ad-ventista que acendeu o meu desejo de ser publicitário. Em uma aula de língua portuguesa ela levou os alunos a uma pequena agência de publicidade em San-to André, São Paulo, e, depois da visita, pediu que fizéssemos uma propagan-

10 REVISTA MAIS DESTAQUEIMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

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Quando olho à minha volta e vejo o que a Igreja oferece em termos de condições para executar o meu trabalho, só posso agradecer”

entrevista

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simples, com a mente aberta para que o Espírito Santo fizesse Sua obra. Claro que leio outras partes da Bíblia e faço meus estudos normalmente, mas quando leio o evangelho, sinto-me aos pés de Jesus.

É muito difícil conciliar o trabalho publicitário com a vida de docente?

A publicidade é uma profissão que exige de você tempo integral. Isso acontece porque, se há um período de trabalho que você cumpre dentro da agência, empresa ou instituição, há períodos ininterruptos em que as ideias o acompanham. O fato de eu dar aulas de publicidade e trabalhar com ela, facilita tudo, pois muito do que faço em um dia vira aula no outro.

Quanto tempo você dedica à família e aos amigos?Sinceramente, menos do que deveria. Para lidar com essa

falta grave, tenho permitido que Jesus opere uma obra “impos-sível” em mim: desejar menos o acúmulo de coisas, entender que todo o meu esforço, se não for dirigido para o exercício de amar o outro, é inútil e egoísta e mesmo que eu esteja cercado de boas intenções e ações, pode me levar para a morte eterna.

Como cristão, de que maneira você encara a publicidade?Muita gente fala demais sobre os tremendos malefícios da

publicidade. Não quero ser arrogante, mas creio que falam sem conhecimento. A publicidade tem um poder tremendo. Quando é utilizada para maus propósitos, sem dúvidas, faz sérios estragos. Mas isso pode acontecer com qualquer ativi-dade e engenho humano porque não é a atividade em si, mas o coração do homem que é enganoso. Publicidade e propaganda, quando feitas por pessoas conduzidas pelo Espírito de Deus, são uma das práticas mais lindas e nobres que os seres huma-nos podem realizar.

Como você avalia o trabalho publicitário que a Igreja Adventista tem feito, por exemplo, no projeto “A Grande Esperança”, ao publicar propagandas em jornais, revistas, outdoors e até veicular anúncios na TV?

A Igreja Adventista não faz publicidade, faz propaganda. Faço essa distinção porque publicidade é toda atividade que procura vender produtos e serviços. A Igreja divulga uma ideologia e quando comunicamos isso, fazemos propaganda. É importante mostrar a diferença, pois isso serve para nos tirar da faixa do “comércio” e nos posiciona na dimensão do poder da mensagem. E, sem dúvidas, as campanhas têm tido grande sucesso em seus propósitos. Contudo, nunca devemos

esquecer que sucesso em termos de evangelho não é medido por fatia de mercado, número de aquisições ou valores finan-ceiros, mas sim pelo quanto cada um de nós reflete Jesus.

Em sua opinião, a área de comunicação tem contribuído para o crescimento da Igreja?

Não vejo como alguma área pode ser considerada contri-buinte, mesmo em parte, para o crescimento da Igreja. Se fosse possível contribuirmos com algo para a obra de Deus, haveria algum mérito nosso e isso é impossível. Embora usemos essa forma de expressão em nosso cotidiano, é importante termos em mente que o crescimento da Igreja não está na mão dos comunicadores ou de qualquer outro setor. Está nas mãos do Senhor. Somos apenas cinzel e martelo. Hoje a comunicação se destaca por suas características peculiares, mas ainda tenho o conceito de que o testemunho pessoal, em genuíno amor cristão, é mais poderoso que toda a tecnologia comunicativa.

Já pensou em algum projeto que ainda não existe, mas que poderia expandir ainda mais o evangelho?

Houve uma época em que eu tinha muitas ideias e projetos, entretanto, tenho notado que não há falta deles. Hoje existem até feiras internacionais onde você pode escolher um para o crescimento da Igreja e pregação do evangelho. Tudo isso tem seu valor, mas sinto que devo me dedicar ao melhor projeto que pode existir para que o evangelho cresça, e ele foi idea-lizado por quem não falha. Jesus disse: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15:5).

Acha que a comunicação da igreja carece de melhorias?Sem dúvidas, mas elas não tangem o espectro das técnicas

e tecnologias em primeiro lugar. Passam, antes de tudo, pela consciência do aperfeiçoamento dos servidores como cristãos. Quando olho à minha volta e vejo o que a Igreja oferece em termos de condições para executar o meu trabalho, só posso agradecer. Mas quando olho para mim mesmo, vejo o quanto careço de melhorias.

Deixe uma mensagem aos leitores da MD.Em uma manhã, antes de começar a luta diária, algo me

deu alento e quero compartilhá-lo com os leitores: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Ma-teus 11:29-30).

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comportamento

16 REVISTA MAIS DESTAQUE

Por Pâmela Meireles e Jéssica Guidolin

SoziNho sim, mimaDo nem

sempreA educação dos pais é a base vital para o desenvolvimento social e emocional do filho unigênito

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

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17REVISTA MAIS DESTAQUE

Mimado, egoísta, malcriado, solitário. Esses são alguns dos adjetivos dados aos filhos únicos. No entanto, especialistas afirmam que, apesar de ser um senso comum, essa não é uma regra. Tania Za-

gury é professora, filósofa, escritora e pesquisadora em educa-ção. Tem 21 livros publicados e afirma que em quarenta anos trabalhando nessa área, concluiu que tudo depende da criação dos pais. “Já vi pessoas com cinco filhos e todos são mimados”. Maria Eugênia Guimarães é terapeuta sistêmica de família e diz que não há nada que comprove tais verdades, mitos e/ou crenças. “São estereótipos. A terapia sistêmica vai de encontro a essas visões lineares de vida, visões engessadas que se pas-sam de geração em geração. A terapia nega isso. Uma criança pode ter problema com ou sem irmãos”, declara.

No entanto, quando se tem somente um filho, o cuidado precisa ser redobrado. Segundo Tania, o indivíduo tem mais

olhares sobre si e isso pode fazer com que ele se torne mi-mado. “Muitas vezes essas características ruins atribuídas aos filhos únicos são verdades. Como os pais só têm um filho, eles se concentram e acabam dando uma atenção muito maior. O conceito vem disso e não deixa de ser um fato verídico, carac-terizando-se como estereótipo. No entanto, não estou dizen-do que todo filho único seja assim. Se o pai tiver 200 reais, vai comprar algo com esse valor para seu único descendente. Mas, se houver dois filhos, são 100 para cada um”, exemplifica a pesquisadora.

Únicos, mas não egoístas

E como fazer com que toda essa atenção não mime a crian-ça? Tania responde que esse pode ser um tipo de atenção exi-gente, pois o filho tem de tudo, mas precisa corresponder sen-

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comportamento

18 REVISTA MAIS DESTAQUE

do educado e tirando boas notas na escola. No entanto, cada pai tem o seu conceito de mimo. Rosilene Fernandes é mãe de Beatriz. Ela diz que mima a filha de nove anos porque é natural para ela, que vem de uma família de 12 irmãos e diz que todos cresceram desta forma. “Faz parte facilitar a vida dos filhos, independentemente de serem únicos ou não”, diz. Mesmo as-sim, esse modo de vida não fez com que Rosilene e Beatriz se tornassem pessoas egoístas. A mãe sempre ensinou a menina a partilhar e ser prestativa com os amigos.

Gleice Galvão tem 22 anos, é filha única, estuda adminis-tração e conta que, além de não ser mimada, nunca ouviu essa palavra sair da boca de ninguém. Seu comportamento é resul-tado da educação dada pelos pais. “Quando eu era criança e falava ‘ah, isso é meu’, minha mãe repreendia e me ensinava a compartilhar e emprestar meus pertences. Conheço pessoas que têm irmãos e mesmo assim são muito egoístas.” A estu-dante acrescenta que seus pais não foram extremamente pro-tetores. “Eles deixaram eu aprender muitas coisas sozinha e quebrar a cara em alguns momentos. Não me acho mimada por eles terem me dado essa liberdade de poder seguir meu caminho”, justifica. Gleice sempre morou com os primos no mesmo quintal, por isso, nunca sentiu falta de companhia.

Solidão

“Ninguém nasceu para ser filho único”, diz com ênfase Ro-silene, que optou por ser mãe apenas de primeira viagem de-vido aos aspectos financeiros. “É vantajoso ser filho único so-mente pelo conforto, mas você sente falta de uma companhia”,

observa ela, pela experiência que percebe em Beatriz. Quem também reclama de ter sido muito solitário é o jor-

nalista Schermem Dias, de 22 anos. Ele cresceu brincando sozinho em um apartamento até começar a frequentar a es-cola. “Entrei no colégio aos seis anos. Era uma criança muito quieta e minha mãe conta que não desenvolvi meu corpo até os cinco anos. Eu era muito magro e baixo e só fui começar a me desenvolver quando passei a ir para a escola”, desabafa. Dias também afirma que por ter vivido muito tempo sozinho, hoje tem medo de decepcionar as pessoas, por isso é prudente demais em todos os aspectos de sua vida e aprendeu a viver assim. “Sou independente, faço as coisas sozinho, não preciso de companhia”.

Dennis tem 31 anos, mas sua mãe Cecilene teme que ele sinta solidão. “Hoje, como está mais velho, meu filho precisa casar com uma pessoa que tenha uma família grande. No caso de meu marido e eu morrermos, não tem gente mais próxima como um irmão, por exemplo”, apela.

Em contrapartida, a pesquisadora Tania Zagury esclarece que o fato de ter mais irmãos ou uma família grande não signi-fica que isso vai definir se um indivíduo será sociável ou terá com quem contar no futuro. “É bom que a criança tenha uma formação familiar com tios e primos, mas se a família é ruim, é melhor não ter. Às vezes, existem famílias grandes que só se reúnem para brigar e não ajudam uns aos outros. Qual é a ga-rantia de que ao se ter três filhos, eles se darão bem no futuro? Nenhuma”, reflete.

A melhor maneira de fazer com que o indivíduo aprenda a compartilhar e entenda os limites do outro ser humano é

“É vantajoso ser filho único somente pelo conforto, mas você sente falta de uma companhia“

IMAGENS: ROGÉRIO VIOLA JUNIOR

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comportamento

7,17

3,162,47

7,15

2,692,06

5,69

2,1 1,7

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2,381,9

20 REVISTA MAIS DESTAQUEFONTE: IBGE

ter contato com crianças de sua idade desde muito cedo. “É claro que um gêmeo começa a partilhar desde os primeiros momentos de vida, mas os pais podem levar o filho único ao parquinho, shopping ou clube para ensiná-lo a compartilhar e sociabilizar. Aprender a conviver, convivendo. Quanto a al-guém ser egoísta ou não, isso vai da personalidade de cada um. Algumas crianças naturalmente são generosas e outras não”, analisa Tania.

Velhice dos pais

Quando os pais de um filho único chegarem à velhice, a responsabilidade de cuidar de duas pessoas será somente de um filho. Rosilene e Cecilena, como mães, ainda não pensaram em como será esse futuro, somente têm a certeza de que seus descendentes tomarão as melhores decisões. Já Dias e Gleice, como filhos, pensam no assunto e se preocupam com o fato de ter uma boa estrutura de vida para estar sempre perto de seus pais.

Para Tania, esse não é um problema tão grande, pois, nessa específica situação, não há muita diferença entre ter apenas um herdeiro ou mais. “Ninguém deve ter filhos na esperança de que no futuro eles cuidem dos pais. E mesmo quando se tem irmãos, normalmente um cuida e o outro não. Vai depen-der da consciência individual, porque, no caso de irmãos, há o problema da expectativa, um fica esperando que o outro ajude e acaba se decepcionando. Aí dá briga”, ilustra.

Em relação à criação, Cecilena acha que a educação de Den-

nis não seria diferente se ele tivesse irmãos. “Sou preocupada por natureza, até mesmo com uma cachorrinha que tive. Não havia coragem de sair de casa e deixá-la sozinha. Se eu tivesse dois ou mais filhos, teria a mesma preocupação que tenho com o Dennis”, afirma a mãe.

Para a pesquisadora Tania, ter apenas um filho não é des-vantagem. “Não vejo problema algum em se ter uma criança unigênita. O pai é que precisa ter consciência, principalmente se pensar: ‘quero dar tudo para o meu filho’. Esse tudo é o quê? Educação de qualidade? Ótimo. Filhos únicos têm tendência a serem profissionais de sucesso por conta disso. Mas regra para o ser humano não existe”, conclui.

“Os pais podem levar o filho único ao parquinho, shopping ou clube para ensiná-lo a compartilhar e sociabilizar”

NorTe NorDeSTe

1940 2000 2010

SUDeSTe SUL braSiLCeNTro-oeSTe

Menos filhos

No ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que mostram a taxa de fecundidade da mulher brasileira em todas as regiões do país. Nos últimos 60 anos, a taxa caiu 61%. Só na última década, houve queda de 20,1%. Confira:

1,92

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LeiTe,iNDiSpeNSáVeL?

Um aLimeNTo

saúde

A adulteração de leite ocorrida no Rio Grande do Sul levantou discussões sobre a importância desse alimento, que não é recomendável ao consumo e pode ser

substituído por outras fontes de proteínas e sais mineraisPor Ricardo Vargas

22 REVISTA MAIS DESTAQUEIMAGENS: STOCK.XCHNG

Page 23: A Primeira Hora

23REVISTA MAIS DESTAQUE

Em maio deste ano, o Ministério Público do Rio Grande do Sul investigou, através da Operação Leite Compen-sado, a adulteração de leite no estado, realizada por empresas transportadoras que adicionavam água e

ureia para aumentar o rendimento do produto. O leite adulte-rado pertencia às marcas Italac, Mumu, Líder e Latvida. Além das prisões de alguns responsáveis pela ilegalidade, fechamen-to de postos de refrigeração, apreensão de milhares de litros e interdição de uma empresa, quem sofre com as consequências desses atos são os consumidores, já que o consumo do produ-to pode trazer malefícios a longo prazo ao corpo humano.

Durante muito tempo, o leite e seus derivados foram con-siderados alimentos indispensáveis para a saúde do homem. Hoje, o escândalo da adulteração coloca em cheque essa afir-mação. Mas, será que o leite é realmente indispensável? Quais alimentos podem ser considerados fontes de cálcio? Quais são os efeitos colaterais no consumo de leite a curto ou longo pra-zo e as consequências de ingeri-lo quando adulterado?

Alimento imprescindível

Quando um bebê nasce, uma de suas principais atividades é ser amamentado pela mãe. Nos primeiros dias, a mulher que acabou de dar à luz produz uma substância que recebe o nome de colostro, cujo papel é conferir imunidade ao recém-nasci-do. No terceiro dia, a mãe já produz o leite materno, que será alimento exclusivo da criança até os seis meses de vida, a não ser algumas exceções.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não se pode substituir o leite materno pelo de vaca ou pelo sucedâ-neo (leite artificial utilizado para substituir o materno quando necessário. Não tem a mesma composição, mas é melhor que o de vaca).

O leite materno é de fácil digestão e melhor absorção que os demais. Apresenta composição ideal para atender a neces-sidade da criança e não provoca efeitos colaterais, promoven-do o desenvolvimento adequado do recém-nascido. Após o período de seis meses, é preciso iniciar a introdução de ali-

mentos sólidos. Ao completar o primeiro ano de vida, a crian-ça deve comer os mesmos alimentos que os pais. Entretanto, é necessário extremo cuidado com o que se coloca na mesa. Além disso, o leite materno pode ser oferecido como comple-mento nutricional até os dois anos de idade.

Quando o leite materno parar de ser consumido, os pais não devem oferecer aos filhos, de maneira alguma, o leite de vaca e seus derivados. A Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, anunciou que o consumo de leite e seus derivados não é compatível com uma dieta saudável. As justi-ficativas apresentadas estão relacionadas ao aumento do cân-cer de próstata e de ovário.

Efeitos colaterais a curto prazo

Algumas pessoas indicam o consumo de leite para comba-ter a gastrite. Essa informação é considerada meia verdade, pois a gastrite geralmente está relacionada ao aumento do áci-do clorídrico no estômago. No processo inicial de digestão, o ácido se liga ao leite, diminuindo os efeitos da acidez, mas, no final da digestão estomacal, volta a agredir a mucosa e produz ácido lático, piorando os efeitos da inflamação.

A acidez gerada pelo consumo de leite favorece o refluxo, (quando o ácido volta do estômago para o esôfago, chegando a atingir a laringe e a faringe. Causa irritação e, algumas vezes, atinge os brônquios, o que resulta em pneumonia bronco-as-pirativa). A agressão gerada nessas regiões não produtoras de muco pode causar lesão e, se o caso não for tratado, aumenta o risco para desenvolver câncer, principalmente no esôfago.

Depois dos quatro anos de idade, a capacidade de digerir a lactose (açúcar do leite) cai sensivelmente e pode causar diar-réia. Com ela, perdem-se nutrientes e os micro-organismos que compõem a flora intestinal. Sem esse último recurso, há maior produção de gases e baixa produção da vitamina K.

O consumo do leite de vaca também pode produzir pro-blemas de constipação do intestino. Uma frequência baixa de evacuação promove o aumento da absorção intestinal, favore-cendo o ganho de peso. A produção de toxinas nesta região

O leite materno pode ser oferecido como complemento nutricional até os dois anos de idade

Page 24: A Primeira Hora

saúde

do organismo é grande, e elas são absorvidas para a corrente sanguínea. Agem no cérebro e interferem no humor.

A proteína do leite aumenta a produção de histamina na corrente sanguínea, o que gera processos alérgicos. O sistema respiratório é o mais afetado, mas algumas pessoas manifes-tam alergias cutâneas (pele). O aumento da histamina está relacionado à maior concentração de cortisol no sangue (hor-mônio do estresse e que pode promover efeitos colaterais no organismo da pessoa).

Consequências a longo prazo

No Brasil, o rebanho de bezerros é composto basicamente por gados da raça Nelore. Esse grupo de animais nasce com 25 quilos e no final do ano precisa pesar no mínimo 250, isto é, um aumento de dez vezes o peso de nascimento. Já o ser huma-no nasce com três quilos e no final de um ano deve pesar em torno de dez, ou seja, um aumento de três vezes o peso inicial. Sendo assim, o consumo elevado da proteína desse alimento gera alguns problemas no organismo.

Durante o processo de metabolização da proteína, a parte ácida é liberada, levando a uma redução de pH. Assim, cria-se um ambiente perfeito para o desenvolvimento de câncer. O corpo, na tentativa de conter essa acidez, usa o cálcio do leite para promover o tamponamento (manter o pH no nível adequado, que é de 7,4). O cálcio, então, deixa de ser utilizado para auxiliar na formação da massa óssea e isso pode gerar a osteoporose no futuro. Essa informação já tem comprovação científica, embora seja pouco divulgada.

O cálcio não pode circular na corrente sanguínea, pois é um dos fatores de coagulação e pode causar derrame. Ele é eliminado pelos rins, o que aumenta o risco de formar cálculo renal. Quando os rins estão sobrecarregados, a via de excreção é o fígado. Por causa disso, muitas pessoas podem sofrer com cálculo biliar no futuro, e o queijo é um dos alimentos que co-operam para esse fim.

Depois de anos de consumo de laticínios e sobrecarga nos rins e fígado, o corpo, já cansado, começa a depositar o cálcio nas articulações. O resultado final é a calcificação das juntas, dores e, muitas vezes, a deformação dos dedos.

Segundo a escola de Harvard, a gordura saturada dos lati-cínios e os produtos químicos utilizados durante sua produção são os grandes vilões para a formação de câncer e outros pro-blemas de saúde, como o aumento de colesterol, por exemplo.

Muitas pessoas podem sofrer com cálculo biliar no futuro, e o queijo é um dos alimentos que cooperam para esse fim

oS VeGeTaiS

Nos vegetais é possível encontrar alimentos com essas características. Veja:

• Vegetais verdes escuros (brócolis, espinafre, couve, rúcula, mostarda, agrião, escarola etc);• Leite de soja e outros alimentos enriquecidos;• Gergelim (o preto tem dez vezes mais cálcio que o leite de vaca. O branco integral, sete vezes e meia. O branco descascado tem quatro vezes mais);• Semente de girassol (com quatro vezes mais cálcio que o leite, fecha a lista dos principais substitutos).

IMAGENS: STOCK.XCHNG

Fontes de cálcio

O leite é rico em cálcio, porém, não pode ser considerado uma fonte, pois estas precisam ser ricas em magnésio. A pro-porção é de duas moléculas de cálcio para uma de magnésio, a fim de potencializar a absorção. O alimento fonte não pode ser rico em proteína.

Leite adulterado

O leite adulterado no Rio Grande do Sul gerou discussões. Nesse caso, ele foi modificado com a adição de ureia, rica em formol, e água não tratada. O formaldeído presente na ureia é o responsável pela toxicidade do leite. Essa substância é utili-zada na conservação de cadáveres e por isso gera problemas gastrointestinais. A exposição frequente tem efeito canceríge-no. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), não existe níveis seguros de exposição ao formol. Este tem forte associa-ção ao desenvolvimento de câncer de nasofaringe e leucemia.

A ureia foi utilizada para modificar o pH do leite. Prova-velmente, esse líquido ficou com alto grau de contaminação. Quando o leite chega ao laticínio, é realizado um teste de veri-ficação de pH. Quanto menor o valor encontrado, pior a qua-lidade. Isso ocorre pelo número de micro-organismos presen-tes que, durante a fermentação, produzem ácidos. É permitido um número máximo de Unidades Formadoras de Colônias (UFC). Quando o leite tem muitas delas, a ureia é adicionada para aumentar o pH na tentativa de mascarar a contaminação, o que explica a adição desse agente químico no alimento.

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especial

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IGREJA ADVENTISTAComemora 150 aNoS

De exiSTÊNCiaDenominação foi instituída no dia 21 de maio de 1863 na cidade de Battle Creek, Estados UnidosPor Vanessa Moraes

Este ano, a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) completa 150 anos de sua organização mundial. Desde 1863, a deno-

minação prega o evangelho anuncia-do na Bíblia. Com quase 18 milhões de membros em mais de 200 países, faz-se presente por meio de igrejas, hospitais, clínicas, colégios, centros universitários e projetos sociais. A criação da Associa-ção Geral, órgão que administra a Igreja Adventista mundialmente, foi estabele-cida no dia 21 de maio de 1863.

Interpretações bíblicas apontaram que Jesus voltaria à Terra no dia 22 de outubro de 1844. Quando o evento não se cumpriu, houve desapontamento por parte dos crentes que ansiosamente es-peravam ver o rosto de Cristo. De acor-do com o pastor Ted Wilson, presidente mundial da IASD, mediante o fato, um pequeno grupo de remanescentes não abandonou a fé. Em oração, pesquisa-ram as Sagradas Escrituras e durante os quinze anos seguintes, o grupo cresceu, como resultado de conferências bíblicas.

ILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN

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Para que a Bíblia fosse interpretada corretamente e as verdades nela impressas pudessem retomar a pureza, Deus escolheu Ellen White para ser sua porta-voz. Através do Espí-rito Santo ela teve milhares de sonhos e visões e orientou que a mensagem de salvação teria melhores resultados se fosse anunciada por meio de livros, revistas e folhetos, afinal, com a descoberta das verdades bíblicas, era necessário proclamar ao mundo para o conhecimento de todos.

Nesse tempo nasceu o ministério da produção e distri-buição de literatura para auxiliar o povo de Deus quanto ao conhecimento bíblico. A partir de então, foi notável a neces-sidade de construir uma organização que pudesse capacitar pessoas para cumprir a missão que Deus deixou. Desta forma, em 21 de maio de 1863, foi instituída a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Oficialização

Esse ano foi marcado por uma guerra civil que os Estados Unidos estavam enfrentando. O derramamento de sangue re-sultou na morte de 2% da população, ou seja, 625 mil homens. Nesse período, pessoas de vários estados se reuniram no nor-te do país, na cidade de Battle Creek, Michigan, para organizar uma denominação que fosse unida, a IASD.

O nome foi escolhido um pouco mais de dois anos antes, em 1º de outubro de 1860. Segundo Ted Wilson, “nos dois anos seguintes, as igrejas se organizaram em associações em sete estados, sendo que a Associação de Michigan foi a primei-ra, em 1861”.

Essa associação convidou representantes de associações de outros estados para se reunirem entre os dias 20 e 23 de maio de 1863 e organizarem oficialmente a denominação. A intenção era adotar um estatuto, eleger líderes e definir fun-ções e responsabilidades da liderança.

Na época já existiam várias denominações cristãs ao re-dor do mundo. O protestantismo estava crescendo na Europa, Estados Unidos e em território britânicos. Igrejas presbiteria-nas, luteranas, batistas, metodistas, entre outras, já funciona-vam. “O catolicismo romano também tinha bases fortes na Eu-ropa, América Latina e algumas partes da Ásia. Na América do Norte, o catolicismo era uma minoria crescente, e a primeira Igreja Católica em Battle Creek, Michigan, foi estabelecida em 1863 por imigrantes irlandeses e alemães”, descreve o pastor Ted Wilson.

DeSCoberTaS bÍbLiCaSSegundo Ted Wilson, à medida que estudavam as verdades da palavra de Deus, as quais passaram despercebidas por séculos, eram abertas e compreendidas por eles:

• A confirmação da segunda vinda de Cristo, literal, visível e pessoal;

• O ministério de Cristo no santuário celestial e o início do juízo investigativo no dia 22 de outubro de 1844;

• O sétimo dia da semana como o verdadeiro sábado do Senhor, para ser lembrado e santificado;

• O “sono” inconsciente dos mortos até o retorno de Jesus Cristo;

• As três mensagens angélicas de Apocalipse 14, que proclamam o “evangelho eterno” ao mundo inteiro, anunciam o julgamento, chamam todos para adorar o Criador, identificam a queda da “Babilônia” espiritual, alertam sobre a “marca da besta” e identificam no tempo do fim o povo remanescente como os “que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12).

Novas verdades

O presidente também explica que quando os crentes do Advento se reuniram, a intenção não era formar outra deno-minação, mas estudar a Bíblia e seguir o que aprendessem. Quando se depararam com as verdades fundamentais, conclu-íram que era necessário organizar a denominação oficialmen-te para avançar na missão dada por Cristo. “Somos chamados a divulgar uma mensagem de esperança na volta de Jesus. Essa é a nossa contribuição para a sociedade e a realizamos com alegria”, diz o pastor Erton Köhler, líder da IASD na Amé-rica do Sul.

Quando surgiu, a igreja estava em constante crescimento e aprendia novas verdades por meio das revelações de Ellen White. Deus abençoou o esforço dos pioneiros. A denomina-ção que foi iniciada com 125 templos e 3,5 mil membros, ama-dureceu, cresceu e expandiu-se, até chegar aos dias atuais. Hoje conta com mais de 17 milhões de fiéis em todo o mundo. “Louvamos a Deus pelas coisas maravilhosas que Ele tem fei-to. Portanto, ao comemorarmos o aniversário de 150 anos da Igreja, em lugar de enaltecermos ou deleitarmos com o passa-do, concluímos que não queremos comemorar mais aniversá-rios aqui, queremos ir para o lar”, almeja Ted Wilson.

Deus abençoou o esforço dos pioneiros. A denominação que foi iniciada com 125 templos e 3,5 mil membros, amadureceu, cresceu e expandiu-se até os dias atuais

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especial

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CreSCimeNTo Da iaSDA Igreja que começou com 3,5 mil membros, hoje conta com mais de 17 milhões. A IASD amadureceu, cresceu e expandiu-se. Veja qual é sua formação mundial nos dias atuais:

NUNCa eNVerGoNhaDoSPor Ted Wilson

Nunca se envergonhe de ser um adventista do sétimo dia, membro da igreja remanescente de Deus. Milhões de pessoas, em todo o mundo, estão esperando que os adventistas se levantem, falem e compartilhem a preciosa mensagem bíblica sobre a qual nossa igreja foi fundada. A proclamação das três mensagens angélicas foi a razão pela qual Deus levantou o movimento Adventista do Sétimo Dia. Temos um mandado do Céu para irmos pregar o evangelho eterno e a justiça de Cristo, para, destemidamente, proclamar a queda da religião apostatada de Babilônia e de advertir o mundo a não receber a marca da besta, e sim o selo da eterna marca da autoridade de Deus – o sétimo dia, o sábado.

Jesus em breve voltará! Em breve veremos no céu uma pequena nuvem escura, menor do que a mão de um homem. Ela vai crescendo mais e mais, tornando-se fortemente brilhante. O céu vai se desfazer nesse clímax da história. Todos O verão ao mesmo tempo, através de um milagre do Céu. E lá, sentado entre milhões de anjos, estará Aquele a quem esperávamos – não o Cordeiro, humilde, ferido; não o Sumo Sacerdote; mas o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, Jesus Cristo, nosso Redentor!

Ergueremos os olhos e diremos: “Este é o Deus a quem esperávamos.” Cristo olhará para baixo e dirá: “Bem está servo bom e fiel. Entra no gozo do teu Senhor”; e seremos elevados para nos encontrar com o Senhor nas nuvens, e ir morar com Ele para sempre – o maravilhoso final da jornada adventista!

Presença em 208 países

1,7 milhões de alunos

172 hospitais e sanatórios

133 lares para idosos e centros de aposentados

238 clínicas

36 orfanatos e lares para crianças

73.526 igrejas

67.276 grupos

Trabalha e publica materiais em 924 idiomas

7.883 escolas em todo o mundo

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

Fonte: adventistas.org

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uando você lê ou escuta a pala-vra “raiz”, pode pensar na base de uma planta ou talvez em ope-rações matemáticas. O mesmo

acontece com a palavra “banco”, que pode lembrar um assento ou um lugar para fazer transações financeiras. No português, diversas palavras são escri-tas e pronunciadas de modo idêntico, porém, os significados são completa-mente diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas.

As homônimas perfeitas não costu-mam fazer confusão às pessoas, com ex-ceção de algumas que são mais conheci-das por apenas um de seus significados. É o caso da palavra “ancião”, que sig-nifica uma pessoa sábia, experiente (e admite os plurais anciãos, anciães e an-ciões). O substantivo que vem do latim, pode significar também um homem de respeito ou presbítero, um título dado a líderes de uma igreja cristã. A Igreja Ad-ventista do Sétimo Dia (IASD) utiliza o termo com este último significado para

se referir a homens que, na possível au-sência do pastor, atendem às questões espirituais da igreja local.

Devidamente consagrados ao cargo, esses homens prezam por uma experi-ência cristã profunda, o que é promo-vido por meio de cursos, seminários e encontros. No primeiro semestre deste ano, a liderança da IASD na região Sul de São Paulo esteve reunida para par-ticipar da edição 2013 do Concílio de Anciãos. O evento aconteceu na Estân-cia Árvore da Vida, em Sumaré, interior paulista. Além dos inscritos, também compareceram ao evento os pastores da região e a liderança da Igreja Adventista para o estado de São Paulo, representa-da pelo pastor geral, Domingos Sousa, e pastor Edilson Valiante, responsável por fortalecer o trabalho desenvolvido por pastores locais e anciãos.

Com o objetivo de preparar melhor a liderança voluntária das igrejas e tam-bém de convidá-la a uma reconsagração a Deus, os líderes estabeleceram como

“O objetivo desse encontro foi levar os nossos líderes a refletirem: será que também estou andando com Deus como Enoque andou?”

IMAGENS: CARLOS POLLHEIM/ PRISCILLA STEHLING

LíDERES REAFIRMAM compromisso com Deus em ConcílioEvento reuniu quase mil anciãos da região Sul de São Paulo

aps

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INFORME PUBLICITÁRIO

Por Priscilla Stehling

Q

tema principal o exemplo de vida do personagem bíblico Enoque, descrito na Bíblia como um homem que andou com Deus. “O objetivo desse encontro foi le-var os nossos líderes a refletirem: será que também estou andando com Deus como Enoque andou?”, explicou o pastor Paulo Cilas, organizador e idealizador do programa. “Nos deveres da vida diá-

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Participantes recebem visita da Orquestra Sinfônica Jovem do Unasp campus São Paulo

ria, Enoque procurava andar com Deus”, esclareceu o pastor Luiz Carlos Araújo, líder geral da Igreja para a região Sul de São Paulo. “Creio que isso é uma tremen-da inspiração para nós, pastores e líde-res, nos dias em que estamos vivendo”.

O pastor e teólogo José Carlos Ra-mos, palestrante oficial do Concílio, falou aos anciãos sobre os desafios da comunhão diária com Deus na perspec-tiva escatológica adventista do sétimo dia, que é a visão oficial da denomina-ção sobre os últimos eventos da história do mundo. Ele ainda discorreu sobre os atributos necessários a esse grupo. “Considero os anciãos subpastores do rebanho, homens escolhidos para serem líderes e que, por isso, devem ter uma busca diária do poder de Deus para suas vidas”, ponderou. “Se tiverem comunhão íntima, Deus os conduzirá, mesmo com o problema do pós-modernismo”.

No encerramento da programação,

cada participante teve a oportunidade de atender ao apelo de aceitar a presen-ça de Deus em todos os momentos de suas vidas. Tomada a decisão, eles rece-beram uma coroa e puderam adentrar aos portais que, simbolicamente, fize-ram alusão aos da Cidade Santa. Durante a ação, diversos líderes reafirmaram o compromisso de serem mais compro-metidos com a missão de pregar a todo o mundo.

Carlos Alberto Peixoto exerce a fun-ção de ancião há cinco anos na igreja Jar-dim Independência II. Ele comenta que não apenas aceitou o convite, mas levará adiante tudo o que aprendeu. “O enri-quecimento espiritual que obtivemos nesse encontro foi muito grande para a nossa própria vida espiritual e também servirá para a vida dos membros aos quais somos líderes. Com certeza vou levar o que aprendi aqui para a minha família e para a igreja”, conclui.

Encenação da história do personagem bíblico Enoque, durante o programa

Durante a ação, diversos líderes reafirmaram o compromisso de serem mais comprometidos com a missão de pregar a todo o mundo

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A rotina começava às 7 horas da manhã. Logo que Carla de Souza* chegava à casa dos patrões, Jamille Duarte, de três anos, já havia acordado, mamado e estava pronta para mais um dia de atividades. Os pais da

pequena logo saíam para trabalhar e retornavam apenas no final do dia. Após a saída do casal, Jamille estava totalmente aos cuidados da babá. Das 7h às 9h, Carla realizava atividades pedagógicas, como leitura de livros, pintura de desenhos, ativi-dades com massa de modelar, aprendizado com formas ou sim-plesmente brincava com a menina. Depois dessas duas horas, a babá servia um lanche à pequena e a levava para passear ao ar livre em uma praça perto de casa. Mesmo nos dias frios, as atividades propostas não eram interrompidas. Até 11h30, Carla colocava Jamille para dormir, preparava o almoço, esterilizava as mamadeiras e, ao longo do dia, lavava e passava algumas peças de roupa da menina.

Depois de três anos cuidando de Jamille, essa relação de companheirismo foi quebrada. Carla teve que pedir demissão

por motivos pessoais. Pela circunstância, a consultora de ne-gócios em Tecnologia da Informação (TI), Elen Duarte, mãe da pequena, preferiu não contratar outra babá pela dificuldade de encontrar uma pessoa de confiança e, principalmente, pelas exigências da nova lei aprovada em março deste ano, conhecida como Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domés-ticas, que estende os direitos trabalhistas dos empregados domésticos (ou profissionais do lar).

Com a lei, segundo a Constituição Federal, no artigo 7º inciso IV, os trabalhadores têm direito ao salário mínimo (co-tado em 678 reais) para manter suas necessidades básicas e as de sua família. Nos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo, os empregados domésticos não podem receber salário inferior ao mínimo, têm direito ao décimo terceiro e remuneração do trabalho noturno superior ao diurno.

Mesmo tendo mais despesas com a escola de tempo inte-gral, Elen decidiu não contratar outra pessoa. “Com encargos e benefícios da babá, eu gastava mais ou menos 1,7 mil reais.

Por Vanessa Lemes

educação

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babá oU beabá?Com a nova lei das Domésticas, mães trocam babás pelas escolas de tempo integral

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO | ARQUIVO PESSOAL

Page 33: A Primeira Hora

babá oU beabá?

A criança sofre com a mudança de ambiente, mas esse sofrimento pode ser amenizado com a forma pedagógica com a qual a escola costuma trabalhar

Hoje pago mais na escola, cerca de 2,5 mil, porém, não corro o risco de processos trabalhistas, nem de faltas no trabalho, pois, quando minha babá faltava, era um transtorno para meu esposo e eu”, conta a mãe de Jamille, que não tinha com quem deixar a filha na ausência de Carla e a matriculou no Colégio Itatiaia, uma das escolas de tempo integral de São Paulo.

A mudança não foi fácil. Desde que nasceu, praticamente, Jamille ficou aos cuidados da babá. A mãe percebeu que a garota sofreu com a ausência de Carla, pois o vínculo afetivo foi rompido repentinamente. “Minha filha sentiu muita falta da babá e da rotina em casa. Mas, quando não se tem alguém de confiança, a melhor opção é a escola. Porém, a ida dela ao colégio foi uma grande mudança para toda a família. Mesmo assim, estamos indo bem”, declara Elen.

Outra realidade

Ter mais despesa com escola do que com babá não é a realidade de muitas famílias. Após as novas exigências sobre o direito dos empregados domésticos, as mães se refugiaram nas escolas de tempo integral para não sufocar o orçamento familiar. Esse foi o caso da gari Lucivânia Lima, mãe de Geo-vana, de sete anos.

Lucivânia trabalha o dia inteiro. Às 6 horas da manhã ela já está de pé, se arruma para o trabalho e dá o desjejum aos filhos. Após a refeição, ela levava a filha menor, Geovana, para a casa vizinha, onde mora a babá Rosa Gonçalves*. Era ela que cuidava da menina no período matutino, desde fevereiro de 2013. Na parte da tarde, a pequena ia para a escola e depois retornava à casa de Rosa e esperava a mãe buscá-la.

Aos finais de semana, Rosa também era responsável por Geovana, até meio-dia. Porém, com a nova lei, Lucivânia viu que não seria possível pagar a babá. Rosa recebia um salário simbólico de 200 reais e como esse valor teria que triplicar,

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preferiu matricular a filha em uma escola municipal de tempo integral em Jaraguá, Goiás.

Por ser um colégio municipal, Lucivânia não tem gastos com a educação de Geovana e consegue trabalhar tranquila. “Saben-do que minha filha está bem cuidada, fico despreocupada. Ela tem bons professores, recebe boa alimentação e adora passar o dia lá”, alegra-se a mãe.

Adaptação

No caso de Lucivânia, a filha se adaptou à nova rotina, tal-vez, devido à idade, mas, não foi o que aconteceu com Jamille. Algumas crianças sofrem com a mudança. Antes estavam em casa e, de repente, precisam ir à escola, até mesmo antes do tempo necessário.

Para a psicóloga Fernanda Rocha, em determinados casos, a criança sofre com a mudança de ambiente, mas esse sofrimen-to pode ser amenizado com a forma pedagógica com a qual a escola costuma trabalhar. Ela ainda ressalta que os pais devem saber conversar com o filho sobre tal mudança. “O segredo é falar a verdade, desde o princípio, da maneira que ele entenda”, afirma Fernanda, que atualmente trabalha com crianças.

Em relação à pedagogia da escola, a professora da primeira fase, Janaína Cardoso, diz que o colégio pode ser exaustivo para a criança, caso não tenha um bom direcionamento, ou seja, tempo para descanso, lazer e conteúdos apropriados para cada idade.

Pensamento semelhante tem a coordenadora educacional Elis Lima, que atua na educação infantil e fundamental I do Colégio Adventista Jardim dos Estados (CAJE). Para ela, essa adaptação depende de como a escola se prepara para receber a criança que antes ficava em casa e agora passa a ter uma rotina nos dois turnos. Elis acredita que não há um fator determinante para que a criança aja com falta de interesse pela escola. “Quan-

Para a professora Janaína Cardoso, o contato dos pais com seus filhos não é suprido pela escola

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educação

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to ao desinteresse ou não, vai de cada menino e menina, além de se observar a rotina fora da escola. Não podemos esquecer também do tempo de qualidade que os pais disponibilizam diariamente a eles”, aponta. A coordenadora acrescenta que quando os pais não podem estar com os filhos, pelo menos em um período, a escola de tempo integral pode ser a melhor saída.

Segundo Janaína, essa modalidade de educação deve ser aplicada à criança que precisa. É útil aos pais que trabalham o dia todo, pois supre a necessidade dos filhos, mas o contato entre eles não deve ser deixado de lado. “Os alunos que estu-dam apenas em um período do dia se desenvolvem mais, pois têm o acompanhamento diário do pai e da mãe em casa. Isso é extremamente importante. Por ter um bom relacionamento com eles, as crianças se sentem mais seguras e amadas. Isso pode refletir até mesmo nos relacionamentos futuros”, salienta a professora.

Escola integral

No início deste ano, o CAJE, localizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, passou a oferecer educação de tempo integral para crianças entre dois e cinco anos de idade. Para entender como funcionam os turnos, Elis explica como são ministradas as aulas durante o dia. “No período matutino, as crianças têm aula normal. Depois, alguns almoçam com os pais e outros na própria escola, onde o cardápio é cuidado por uma nutricionista. Após a refeição, eles passam por um período de

Quando os pais não podem estar com os filhos, pelo menos em um período, a escola de tempo integral pode ser a melhor saída

Segundo a coordenadora educacional do CAJE, Elis Lima, o cardápio das crianças é cuidado por uma nutricionista

Vista aérea do Colégio Adventista Jardim dos Estados (Caje), em Campo Grande, MS

descanso e, em seguida, têm acompanhamento na execução das tarefas e trabalhos acadêmicos, momentos de leitura, jo-gos, pintura, desenho, música, atividades físicas e momentos livres, sempre acompanhados por professores ou monitores”, descreve a coordenadora.

Graças às atividades lúdicas, as crianças têm apresentado resultados satisfatórios. “Elas gostam muito da rotina e da es-cola, por isso estão tendo um bom desenvolvimento. Algumas até melhoraram, pois agora têm pessoas que as acompanham nas tarefas”, revela Elis.

Babá versus escola

Entre essas duas opções, o que é melhor: a babá ou a escola? Para responder a esta pergunta, a professora Cejane Moraes afirma que a casa da criança, se a mãe puder cuidar, é o am-biente mais saudável. Se não há condições de os pais fazerem o acompanhamento necessário, a escola é a chance que uma criança tem para se desenvolver em vários aspectos. “Ela pode socializar com os colegas, ultrapassar obstáculos (de acordo com a idade) e brincar com crianças da mesma faixa etária. Com a babá, a mãe não tem a plena certeza de que seu filho está sendo bem cuidado”, finaliza a professora.

* Os nomes das babás são fictícios e foram empregados para preservar as fontes.

IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

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profissão

mÃoSem obraS

Como já dizia Vilanova Artigas, grande arqui-teto brasileiro, “arqui-tetura é construção e

arte”. Arquitetura é a arte de imprimir funcionalidade, con-forto, estética, paisagismo, ideias e sonhos em um edifício, de forma harmoniosa e equili-brada, a fim de cumprir o papel para o qual foi construído.

Você está na fase de decidir qual profissão seguir? Então, se é criativo e tem percepção espacial, poderá ser arquiteto e urbanista. Se gosta de cálcu-lo ou história, vai gostar desta profissão. Se prefere arte, dese-nho e pintura, você será muito bem-vindo nesta área. Se é bem relacionado com jardins, árvo-res e plantas, entende as cida-des e imagina suas possibilida-des, lida com gente, comunica-ção e acha que leva jeito para

ouvir as pessoas e entendê-las, pegue essa onda. Mas, princi-palmente, se é apaixonado por sonhar, planejar, criar e concre-tizar, seja arquiteto!

O curso de Arquitetura e Urbanismo, classificado pelo Capes (uma fundação do Mi-nistério da Educação [MEC]) como Ciências Sociais Aplica-das, engloba diversas áreas de aprendizado e abre para o pro-fissional uma enorme gama de opções no mercado de trabalho. Eles são generalistas e costu-mam ser pessoas cultas, enga-jadas política e socialmente.

Arquitetos podem projetar tanto um objeto, um quarto, praça, complexo ou edifício, quanto uma cidade. As atribui-ções profissionais, expressas na Resolução nº 21 da Lei Fede-ral 12.378 de 21 de dezembro de 2010, são as seguintes:

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

Por Valquíria Salles, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Unasp

Ser arquiteto é muito mais que projetar e construir. Apesar de desafiadora, a profissão é caracterizada por conseguir imprimir arte em cada tijolo ou barra de ferro

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Arquitetos podem projetar tanto um objeto, um quarto, praça ou edifício, quanto uma cidade

Projeto e Execução de Obras: Elaboração de projetos e execução de obras de arquitetura das edificações, de arquitetura de interiores e de arquitetura paisagística, assim como de reformas em geral e de monumentos. Elabo-ração de projetos e execução de obras de adequação da acessibilidade, de estruturas de diversos sistemas construtivos e sistemas estruturais e de instalações relacionadas ao conforto ambiental. Criação de mobiliário, projetos e execução de instalações prediais, elétricas, hidrossanitárias e de comunicação visual para edificações. Elaboração de rela-tórios técnicos de arquitetura e urbanismo. Projetos de urbanismo e desenho urbano, exe-cução de obras urbanísticas, de sistema viário, de acessibilidade, instalações e equipamentos referentes ao urbanismo, além de projetos e execução de obras relacionadas à recupera-ção do patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico.

Gestão: Coordenação e compatibilização de projetos. Direção, supervisão, condução, ge-renciamento, acompanhamento e fiscalização de obras ou serviços técnicos. Desempenho de cargo ou função técnica.

Atividades Especiais em Arquitetura e Urbanismo: Assessoria, consultoria, assistência técnica, vistoria, perícia, avaliação, laudo e parecer técnico, auditoria, arbitragem e mensuração.

Ensino e Pesquisa: Ensino de graduação e/ou pós-graduação, extensão, educação continu-ada, treinamento e ensino técnico profissiona-lizante. Pesquisa de tecnologia da construção e controle de qualidade, inovação tecnológica, elementos ou produtos construtivos, resistên-cia dos materiais e patologia das construções.

Engenharia de Segurança do Trabalho: Planos de gestão de segurança do trabalho, planos de emergência, de prevenção de ca-tástrofes e de contingência. Programas de prevenção de riscos ambientais, avaliações de riscos, mapa de risco das condições e meio ambiente de trabalho, relatórios para fins judi-ciais, laudos e outras atividades relacionadas à segurança do trabalho.

Meio Ambiente e Planejamento Regional e Urbano: Georreferenciamento e topografia. Zoneamento geo-ambiental, diagnóstico e relatório ambiental, estudo de impacto de vizinhança, estudo de impacto ambiental, planos de controle e manejo ambiental, planos de re-cuperação de áreas degradadas e gerenciamento de resíduos sólidos. Planejamento regional, desde o levan-tamento e diagnóstico socioeconômico e ambiental aos planos de desenvolvimento regional, metropolitano e de turismo sustentável. Planejamento urbano, que engloba, entre outras atividades, o levantamento ou inventário urbano, diagnósticos físico-territorial, socioeconômico e ambiental, bem como planos diretores, de interven-ção local, traçados de cidades, requalificação urbana, habitações de interesse social, regularização fundiária e também análise e aplicação dos instrumentos do es-tatuto das cidades.

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profissão

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Ufa! Achou muito? Não se preocupe, nós, arquitetos e ur-banistas, normalmente nos especializamos em uma ou duas das áreas mencionadas, a fim de atender nossos clientes com a devida qualidade.

Formação

Para exercer a profissão, é preciso cursar pelo menos cinco anos de graduação em Arquitetura e Urbanismo. O ofício é reconhecido pelo Ministério do Trabalho de acordo com a Lei Federal nº 5184/1966.

Hoje existem 293 cursos de Arquitetura e Urbanismo em 27 unidades da federação e 147 cidades do nosso país, de acordo com a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA). Segundo Lúcio Costa, arquiteto e urbanista brasileiro, que entre outros projetos elaborou e venceu o con-curso do Plano Piloto de Brasília, “arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando uma determinada intenção. E nesse pro-cesso fundamental de ordenar e expressar-se, ela se revela igualmente arte plástica (...). A intenção plástica (...) é precisa-mente o que distingue a arquitetura da simples construção”.

No livro “Considerações sobre arte contemporânea”, Costa (1995) defende que a arquitetura depende da época de sua ocorrência, do meio físico e social a que pertence, além da técnica decorrente dos materiais empregados e, finalmente, dos objetivos e recursos financeiros que são dispostos para a realização da obra. “Pode-se então definir arquitetura como construção concebida com a intenção de ordenar e organizar plasticamente o espaço, em função de uma determinada época, de um determinado meio, de uma determinada técnica e de um determinado programa” (p. 246).

Profissional limitado?

Alguns pensam que o arquiteto tem limitações quanto ao projeto e execução de obras devido às suas dimensões, mas isso não é verdade. Eles podem projetar e construir qualquer edifício, não importa a quantidade de andares ou metros qua-drados. Isso depende basicamente apenas da imaginação do profissional e da necessidade do cliente.

Não é verdade que os arquitetos precisam trabalhar com engenheiros, pois, eles aprendem não só a elaborar projetos arquitetônicos, mas também projetos estruturais e de instala-ções hidráulicas e elétricas, entre outros. O arquiteto pode ser o único profissional responsável pelo projeto, execução e geren-ciamento de uma obra. Mas, assim como é comum profissionais de diversas áreas trabalharem em equipe para a realização de grandes projetos, os arquitetos costumam trabalhar em con-junto com os engenheiros, contratando-os para desenvolver o cálculo estrutural e elaborar projetos de instalações prediais de grandes obras.

Também é mito o fato de que para ser arquiteto precisa ser artista. Desenhar bem, à mão livre, é um grande bônus e muito bem-vindo, mas, na faculdade, o estudante aprende técnicas de desenho arquitetônico e de desenho à mão livre, que o ajudarão a se expressar no plano de maneira correta, a fim de explicar uma ideia para o cliente ao elaborar um croqui (palavra fran-cesa traduzida como esboço ou rascunho).

Desde 2012, nós, arquitetos e urbanistas, temos o nosso pró-prio conselho de classe, conhecido como Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU). Antes, fazíamos parte do antigo Con-selho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA).

Na igreja

O arquiteto pode contribuir com a igreja quando participa de projetos de construções de templos, escolas e órgãos admi-nistrativos, como associações e uniões. Seu trabalho é essencial, principalmente na construção de novas igrejas, pois, neste caso, a maioria dos trabalhadores é voluntária. O arquiteto pode auxiliar, orientar e instruir, de modo que a casa de Deus tenha a melhor qualidade possível de estrutura.

Os arquitetos costumam trabalhar em conjunto com os engenheiros, contratando-os para desenvolver o cálculo estrutural e elaborar projetos de instalações prediais

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

CuriosidadeA graduação em Arquitetura e Urbanismo é o mais novo curso do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho. Para mais informações, visite o site www.unasp-ec.edu.br/curso/arquitetura-e-urbanismo.

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pé na estrada

42 REVISTA MAIS DESTAQUEIMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

Roma é uma das 20 cidades mais visitadas no mundo e atrai turistas por causa de seus cenários antigos e monumentaisPor Vanessa Moraes

Conhecida no mundo como “A Cidade Eterna”, Roma es-banja beleza em suas ruínas e monumentos, presentes na parte antiga da cidade. O famoso nome refere-se à história milenar (de acordo com a mitologia, Roma

foi fundada em 753 a. C. pelos irmãos gêmeos Rômulo e Remo, que foram criados por uma loba). No interior da capital está a Cidade do Vaticano, sede da Igreja Católica.

Com mais de 2,5 milhões de habitantes (censo de 2011), Roma é uma das 20 cidades mais visitadas no mundo. Os pontos turísticos que mais chamam a atenção são o Coliseu, Basílica de São Pedro, Arco de Constantino, Fontana di Trevi, Castelo de Santo Ângelo, entre outros.

Em julho de 2012, a jornalista Ketlin Brito foi passear em Roma com a família. A viagem foi curta, de apenas dois dias, mas deu para aproveitar as lindas paisagens que o cenário romano

oferece. “Eu amei! Você não precisa andar muito e já encontra inúmeras ruínas dos tempos romanos e até da época de Jesus. É uma mistura fantástica de antiguidade com modernidade”, comenta a jovem, que acrescenta ter conhecido a prisão onde Paulo esteve na época dos apóstolos.

Com uma estadia mais prolongada que a de Ketlin, a analista de marketing Priscila Melo teve a oportunidade de conhecer Roma por cinco dias, em novembro de 2011. Enquanto fazia intercâmbio na Europa, a garota aproveitou para ver de perto as belezas do lugar, junto ao namorado Luan. “O que mais me chamou a atenção lá foi a bagagem histórica nas ruínas, deixa-das pelo tempo. A arquitetura, belezas monumentais, museus e grandiosidade do Vaticano guardam uma quantidade enorme de arte e riqueza”, conta. Priscila pretende voltar à cidade, mas também almeja conhecer outros lugares da Itália.

O FASCíNIO DA CiDaDe eTerNa

Ruínas do Fórum Romano

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O anseio de conhecer o lugar, que praticamente já foi a capital do mundo, fez com que Andréia Moura, tam-bém jornalista, viajasse para a Europa em janeiro deste ano a fim de encontrar o amigo e estudante Thiago Ba-sílio. Juntos, resolveram compartilhar os momentos de aventura na capital romana, considerado por eles, um dos lugares mais cotados e bonitos do continente. Fo-ram apenas três dias de turismo. “Poder estar naqueles lugares onde grandes gênios fizeram história, foi viver uma sensação transcendental de puro fascínio. Absolu-tamente surreal. Especificamente em Roma, todas essas sensações foram ainda mais fortes, por ser uma cidade muito antiga, com paisagens medievais fantásticas. Há facilidade de acesso ao teatro, museus, espetáculos e literatura. As pessoas são mais civilizadas, no sentido de que prezam pela limpeza das ruas, respeitam filas, dão trocos de um centavo etc. E o transporte público funciona muito bem”, descreve Andréia.

Para Basílio, o fascínio foi tão grande quanto o da amiga. “As ruas contam histórias e os sítios arqueo-lógicos remontam aquilo que conhecemos em livros. Mas descobri uma Roma muito mais do que o Coliseu. Uma cidade complexa que consegue casar em perfeita harmonia o passado com o presente. Outra coisa muito legal é que o ingresso que você compra para o Coliseu (12 euros, na época, cerca de 33 reais) é válido também no Fórum e o Palatino (uma das atrações mais visadas da cidade) e eles são válidos por dois dias. Um lugar que me cativou muito por sua imponência e beleza foi o Monumento a Vitor Emanuel II da Itália, não conhecia nem em fotos e é um espetáculo”, narra o rapaz.

A experiência vivida por Ketlin, Priscila, Andréia e Basílio ainda não foi vivenciada pela contadora Fabiana Ribeiro. Apesar de ter passado a lua-de-mel na Europa, ela e o marido Maurício visitaram apenas Milão e Vene-za. A diversidade cultural da Itália gerou a curiosidade no casal, que pretende viajar para Roma em 2015. “Eu sempre tive muita vontade de conhecer aqueles italia-nos legítimos, que usam boinas e falam com as mãos, mas as pessoas do norte não possuem essas característi-cas. O povo do sul é mais caloroso e bonachão. Foi assim que surgiu a vontade de conhecer a cidade”, explica ela.

As expectativas do casal são grandes. O Coliseu é o primeiro lugar que querem visitar, além de ver o tumulto no trânsito, comer boa pizza e agregar mais conhecimento cultural. Fabiana usa a internet como ferramenta para conhecer Roma e presta atenção nas dicas dos amigos que já passaram por lá.

Thiago Basílio compartilha que, ao contrário do que as pessoas pensam, viajar não é caro. Se antes o acesso às viagens internacionais era difícil, hoje existem fa-cilidades, inclusive por meio de pacotes que ajudam o turista a passear muito e gastar pouco. “É só pesquisar. Outra dica é fazer um roteiro simples, mas permitir que a lugar te surpreenda. É o princípio básico do viajante”, completa o estudante.

Hoje existem facilidades por meio de pacotes que ajudam o turista a passear muito e gastar pouco

Priscila em frente à Basílica de São Pedro - Vaticano

As irmãs Ketlin e Kevlin se maravilharam com o tamanho do Coliseu

IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

Thiago e Andréia conheceram Roma em três dias de passeio

pé na estrada

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46 REVISTA MAIS DESTAQUE

Por Dina Karla

maNiFeSTaNTeS reCebem DVD “a ÚLTima eSperaNça” DUraNTe proTeSTo No rio De JaNeiroDiretor da ADRA do Rio de Janeiro observou a ação dos protestantes e distribuiu DVDs em frente ao estádio do Maracanã

Em meio às manifestações devido ao aumento da tarifa de ônibus, que teve reajuste no início de junho, e também pelos gastos com a Copa

do Mundo, o pastor Lourival Preuss, líder da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) do Rio de Ja-neiro, distribuiu DVDs “A Última Esperança” durante o protesto, no domingo 16 de junho.

Testemunhando o amor de Jesus, Preuss, que mora próximo ao estádio do Maracanã, observou a manifestação e resolveu levar esperança à população. Na ocasião, ele dis-tribuiu 60 DVDs em frente ao estádio e no parque Quinta da Boa Vista. “Foi uma opor-tunidade de apresentar a mensagem de Je-sus e mostrar que podemos sim melhorar o mundo. Consegui entregar o material aos manifestantes e também para a imprensa”, conta o pastor.

Esse não foi o primeiro protesto feito pe-los cariocas, mas a manifestação assustou os torcedores e a população que passava pelo local, pois a polícia entrou em ação e lançou gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes.

Após saírem do Maracanã, parte dos protestantes foi até o Quinta da Boa Vista e assentaram em frente ao museu do parque, enquanto eram observados por policiais. Eles só saíram de lá depois de negociarem com a polícia.

De acordo com o balanço divulgado pela PM, seis manifestantes foram detidos. A es-timativa oficial é de que o protesto reuniu cerca de 600 pessoas. As ações continuaram na segunda-feira, 17 de junho, e reuniu 100 mil no centro do estado.

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evangelismo

Eu sei que muitos não gostam de fazer evangelismo. Alguns se envolvem em projetos dessa área pelo medo e não pela graça

Rafael Rossi é pastor e secretário Ministerial Associado da DSA

FOI ISSO MESMO

QUe DeUS DiSSe?

Os equívocos cometidos em nome de Deus semprecustarão caro, já que a maioria deles é destrutiva

IMAGENS: ARTE SEVEN/ CANSTOCKPHOTO

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49REVISTA MAIS DESTAQUE

Outro dia ouvi alguém dizer que “a limpeza faz par-te da santidade” e que isso pode ser percebido nas páginas da Bíblia. Eu, particularmente, gosto muito de limpeza. Não aprecio bagunça e procuro sempre

deixar tudo organizado. O problema é associar essa questão à santidade. Se esse é realmente um conceito vindo de Deus, do-nas de casa têm todo o direito de se sentirem culpadas diante dEle se o seu lar não estiver perfeitamente limpo no dia a dia. Um executivo pode compartilhar do mesmo sentimento, caso a sua mesa de trabalho não esteja arrumada.

E o que dizer do seguinte chavão: “Deus ajuda aqueles que se ajudam”? Essa frase pode enfraquecer o ensinamento bí-blico de que a vida eterna é fruto da graça e não de esforços pessoais (Romanos 6:23). Em frações de segundo, uma pessoa pode ir das trevas para a luz. Essa é a dinâmica da salvação. Mas é arriscado levar ao extremo e dizer que se você quer ser salvo, basta apenas convidar Jesus para entrar em seu coração e nada mais importa.

Um convite

O texto usado para basear tal ideia está em Apocalipse 3:20, onde lemos: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo”. Com a frase “estou à porta e bato” em men-te, muitos veem a imagem do coração como uma porta onde

Jesus está implorando para que deixem-nO entrar, portanto, os perdidos são exortados a “convidar Jesus para entrar em seu coração”. Assim, as pessoas poderiam pensar que estarão salvas simplesmente fazendo uma oração com esse convite, e isso é completamente subjetivo. No entanto, esse versículo não é dirigido a quem está fora dos caminhos de Deus e sim aos cristãos. O verso 19 diz: “Eu repreendo e disciplino a todos quantos amo”. A passagem trata da igreja de Laodiceia, uma das sete da Ásia Menor que aparecem em Apocalipse 2 e 3. A sua riqueza, naquele momento, havia embalado a igreja em sono espiritual. Cristo descreveu essa condição desagradável como “morna” e a convida a se arrepender de seus atos, que-rendo torná-la o centro do Seu amor e adoração.

Além disso, em Apocalipse 3:20, Jesus diz que vai entrar na igreja e vir para a “ceia”. Essa era a principal refeição do dia na qual um convidado de honra participava. Era oferecida por meio de hospitalidade e conversação. A questão principal era a comunhão e não a salvação. Noventa e oito vezes no evan-gelho de João, o livro cujo propósito é nos dizer como receber a vida eterna (João 20:31), somos convidados a acreditar e a “confiar em Cristo como o nosso único caminho para o céu”.

Não há nada de errado com alguém que ora e diz a Deus que confia nEle, mas é imprescindível que a entrada de Cristo na vida de uma pessoa cause também mudanças. Invariavel-mente, com a presença de Jesus, a transformação acontece aos poucos, à imagem e semelhança dEle. Há uma continuidade

Não há nada de errado com alguém que ora e diz a Deus que confia nEle, mas é imprescindível que a entrada de Cristo na vida de uma pessoa cause também mudanças

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evangelismo

50 REVISTA MAIS DESTAQUEIMAGENS: CANSTOCKPHOTO

podemos auxiliar as pessoas em suas escolhas espirituais e, quando feitas corretamente, as decisões levarão à salvação

que foi prevista pelo próprio profeta. Se uma pessoa recusasse acatar a advertência de Deus por meio de Ezequiel, poderia esperar a morte física. Caso ele recusasse dar a mensagem di-vina para os que visitavam sua casa, seria culpado de assassi-nato. Ao dar um aviso, eximia-se da responsabilidade do juízo. Aqueles que ignoraram sua advertência só poderiam culpar a si mesmos. É perigoso aplicar esse conceito ao evangelismo, pois assim, nos tornamos, de repente, responsáveis pelo desti-no eterno de alguém.

É verdade que o nosso trabalho é levar Cristo aos perdidos. Também é verdade que podemos auxiliar as pessoas em suas escolhas espirituais e, quando feitas corretamente, as decisões levarão à salvação. A questão envolvida aqui é que esse traba-lho deve ser feito por amor e não por medo, peso ou obrigação. É uma resposta que dou a Deus por tudo o que Ele tem feito em minha vida e, além disso, posso ajudar outras pessoas a serem salvas.

Confissão

Tenha cuidado ao afirmar que se uma pessoa não está dis-posta a confessar Cristo publicamente não obterá a salvação.

Uma passagem usada para apoiar essa ideia está no livro de Mateus 10:32-33, onde Cristo declara: “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessa-rei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus”. Ao analisar o contexto, podemos obter a explicação de que a discussão se refere ao discipulado e não à vida eterna. A salvação é gratuita e instantânea, mas o disci-pulado envolve um custo e um processo.

A confissão não é uma questão de salvação, o discipulado sim. A confissão de Cristo é muito importante, mas não está relacionada à nossa salvação. Após confiar nEle, recebemos o dom da vida eterna. Ao confessá-lo firmemente e sem timidez, experimentamos de forma mais intensa a vitória que Ele nos concedeu na cruz.

Equívocos podem ser prejudiciais e contraproducentes. O resultado é uma confusão da mensagem, o questionamento de nossa própria salvação e a incompreensão da maravilho-sa graça que Deus concede a todos os seres humanos. Como proteção, questione a Bíblia: foi isso mesmo que Deus disse?

Que a sua vida seja abençoada e que o Espírito Santo o aju-de a compreender as sagradas verdades.

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A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) oferece, por meio do Clube de Desbravadores, atividades para meninos e me-

ninas de dez a 15 anos. O objetivo desse departamento é desenvolver habilidades manuais, novos talentos, percepções, es-tudo da Bíblia e gosto pela natureza.

Com a tecnologia digital, que chegou para todos em diferentes faixas etárias, os juvenis e adolescentes estão cada vez mais envolvidos com as ferramentas dis-poníveis. Pouco tempo sobra para desen-volver atividades físicas e manuais.

São gastas muitas horas diárias com jogos, internet, sites de relacionamentos e outros atrativos virtuais. Essa prática tem acarretado uma série de problemas para o desenvolvimento harmônico das

faculdades físicas, intelectuais e espiritu-ais do indivíduo.

Há 67 anos, o Clube de Desbravadores (sem definição de classe social, cor, ou religião) veio com a tarefa de suprir a necessidade de desafios e aventuras na vida dos juvenis, além de mostrar cami-nhos alternativos de uma forma dinâmica e equilibrada. Hoje são 90 mil sedes e quase dois milhões de participantes no mundo todo.

Na Associação Paulista Sudoeste (APSo), são 80 clubes com cerca de 2,6 mil desbravadores. A missão é desen-volver atividades espirituais, físicas, sócio-recreativas e intelectuais, visando conservar os juvenis e adolescentes na igreja e despertar neles o anseio de servir à comunidade e pregar o evangelho.

Campori de desbravadores

Uma das atividades desenvolvidas no clube é a arte de acampar. Saber montar uma barraca, conhecer os diferentes ti-pos de nós e amarras, construir portais, conhecer a natureza e retirar dela o sus-tento e outras habilidades fazem parte desta modalidade. Uma vez por ano, to-dos os clubes se encontram no Campori de Desbravadores.

A APSo já promoveu três edições de campori em sua sede própria, na cidade de Araçoiaba da Serra. O pastor José Ma-ria Barbosa Silva recebeu 1,8 mil desbra-vadores na última edição. No primeiro dia do campori acontece a montagem das barracas e dos portais. É neste momento que os juvenis e adolescentes colocam

Juvenis e adolescentes podem desenvolver faculdades mentais, físicas e espirituais por meio de um Clube de DesbravadoresPor Eber Pola

a miSSÃo DeSbraVaDora

IMAGENS: APSo

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53REVISTA MAIS DESTAQUE

Uma das atividades desenvolvidas no clube é a arte de acampar. Saber montar uma barraca, conhecer a natureza e retirar dela o sustento e outras habilidades fazem parte desta modalidade

Cerca de 400 barracas foram alojadas no acampamento que reuniu 58 clubes

nunca deve desistir, por mais difícil que seja. Montamos uma fogueira e apenas no último palito conseguimos acendê-la”, relata Kaique Bueno, membro do clube Capital dos Minérios, da cidade de Itapeva.

No campori acontece a investidura de líderes que dirigem os clubes de desbravadores. A cerimônia é o reconhecimento de que eles foram oficialmente aceitos pela Igreja Adventista. Pedro Filho, diretor dos clubes Águias do Rei e Mensageiros da Alvorada, entrou na igreja através do clube. “Para mim, ser investido como líder é a realização de um sonho”, emociona-se.

A finalidade do campori vai além de proporcionar mo-mentos de confraternização, carrossel de atividades, superar desafios, disciplina, louvor e adoração. “Os desbravadores são tesouros de Deus que precisam sempre brilhar e viver por Jesus. São soldados de Cristo que levam a mensagem da salva-ção nas ações sociais para a sociedade e no envolvimento nas atividades da igreja”, finaliza Venefrides.

em prática, mais uma vez, os ensinamentos adquiridos nas reuniões do clube.

Na abertura oficial do evento foi apresentado o título “A Rede”. Segundo o pastor José Venefrides, líder de desbravado-res para a região sudoeste de São Paulo, o tema traz a história do apóstolo Paulo. Uma vida incrível cheia de altos e baixos, mas que foi transformada por intermédio do relacionamento com Deus. “A intenção foi mostrar que ao lado de Jesus vamos ter mais acertos do que erros. Uma oportunidade única de todos consagrarem a sua vida a Deus”, diz.

Atividades

As provas e atividades que acontecem no campori são a oportunidade que os desbravadores têm para demonstrarem suas habilidades físicas e intelectuais. Provas como Batalha Na-val, Catapulta, Primeiros Socorros, Marcha de Evoluções, Práti-cas de Sobrevivência e outras, agitam o dia dos desbravadores quando estão no evento. “Nas provas, eu aprendi que a gente

Momento em que o desbravador Kaique Bueno é batizado

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Deus tem a música em Sua essência e a plantou no coração do ser humano para que ele pudesse louvá-Lo

AMANTES DO BELO

louvai

54 REVISTA MAIS DESTAQUEIMAGENS: CANSTOCKPHOTO

A música foi colocada na mente como uma poderosa ferramenta para expressão ou representação de nossos pensamentos e vontades

Társis Iraídes é pastor e Conselheiro Espiritual da Escola Bíblica da Rede Novo Tempo de Comunicação

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a primeira e mais importante verdade que a Bíblia nos ensina sobre música é que Deus, além de ser um esteta por excelência (veja Êxodo 26 e Ezequiel 43), tem músicaem Sua essência

Seus ritmos e estilos são variados e há gosto para todos os tipos. Como é bom ouvir música. Esse será o tema das próximas edições de Louvai. Particularmente, con-sidero esse o mais desafiador dos assuntos, devido à

quantidade de posições, estudos e discussões que o permeiam. Nesse primeiro artigo da série, quero apresentar a harmonia que existe entre estética e teologia, de acordo com o que está escrito na Bíblia Sagrada e no Espírito de Profecia.

Estética Divina

Existem três fatores que são considerados imediatos na felicidade humana: o bem, a verdade e o belo. Já a lógica, a moral e a estética são as ciências normativas que nasceram do estudo desses três fatores. Em seu livro “Introdução à estética musical”, Mário de Andrade diz o seguinte: “Quando o homem, buscando a felicidade, se serve do belo para agir, cria a Arte, que é o objeto da Estética” (p. 40). Portanto, a estética é a disciplina do saber que estuda a beleza, especialmente em suas manifestações humanas, a arte. De forma específica, ela estuda a música, suas manifestações e influência sobre a mente humana.

Pela obra de Andrade, alguns estetas afirmam que “Deus e o caos não são nem belos, nem bons, nem verdadeiros” (p. 87). Esse é um conceito contrário aos ensinos bíblicos. Deus é bom e é a perfeição da beleza (em Isaías 53:2, o profeta afirmou que o Messias não era tão belo. Isso ocorre porque, ao se tornar hu-mano, Cristo tomou nossa forma degradada pelo pecado. Veja Salmos 24:4, 50:2; Isaías 33:17 e Zacarias 9:17). Ele também é a plenitude da bondade (leia Salmos 23:6, 107:8 e Isaías 63:7) e a verdade personificada em Jesus (João 14:6). Na visão bíblica, o bem, a verdade e o belo são aspectos do caráter e criatividade inerentes de Cristo, estampados em toda Sua criação, aos quais podemos nomear de Estética Divina.

Vejamos importantes afirmações do Espírito de Profecia sobre tal estética: “Aquele que pôs as pérolas no oceano e a ametista e o crisólito entre as rochas é um amante do belo… Todo esplendor e beleza que adornam a Terra e abrilhantam os Céus falam de Deus” (A Ciência do Bom Viver, p. 412). “Um dos principais elementos da beleza física é a simetria, a harmônica proporção de suas várias partes. (...) Ele é o autor de toda a beleza, e unicamente ao nos conformarmos com Seus ideais, havemos de aproximar-nos da verdadeira norma de beleza” (Idem, p. 292).

A musicalidade de Cristo

No livro “Educação”, Ellen White escreveu algo que deve fa-zer parte constantemente da nossa rotina de estudos. “A glória de Deus nos céus, os incontáveis mundos nas suas sistemáticas revoluções, o ‘equilíbrio das grossas nuvens’ (Jó 37:16), os mis-térios da luz e do som, do dia e da noite” (p. 21). Diante dessas premissas, podemos afirmar que Jesus é o maior músico do universo por ser o criador da música (leia João 1:3, Efésios 3:9 e Apocalipse 10:6) e por estar acima dela e de todo e qualquer músico (Neemias 9:5). Vejamos isso de forma mais específica: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com

voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” (I Tessalonicenses 4:16).

A primeira e mais importante verdade que a Bíblia nos ensina sobre música é que Deus, além de ser um esteta por excelência (veja Êxodo 26 e Ezequiel 43), tem música em Sua essência (Salmos 47:5 e Efésios 5:27) e este é um aspecto de Sua natureza criativa. Em “Este dia com Deus”, Ellen White o denomina muito propriamente de “O Grande Artista-Mestre” (p. 101). Na ocasião em que nos deu Sua santa lei no monte Sinai, Jesus apareceu em uma nuvem ao som de trombetas. Pos-teriormente, ordenou a Moisés que fizesse esses instrumentos usando a prata. Eles seriam a extensão de Sua própria voz ou daqueles que o representassem, e tinham a função de emitir significados distintos, que modificavam-se à medida em que os sons eram alterados.

As trombetas eram utilizadas para convocação, reunião de todo o povo e dos príncipes de Israel, bem como de todos os Seus escolhidos para a salvação (Isaías 18:3), para as partidas dos arraiais, nas guerras contra os inimigos, para a alegria e regozijo nas convocações e nas festas solenes. As trombetas também eram parte efetiva da adoração e estavam intimamente associadas ao sacrifício do cordeiro. Somente os sacerdotes poderiam tocá-las (Números 10:8).

As trombetas representam a musicalidade divina, Sua bondade, justiça e juízo (Isaías 58:1), bem como Seu poder, inclusive para recriar (I Coríntios 15:52). Da mesma forma, ao criar-nos à sua imagem e semelhança, Deus nos deu o dom da música, assim como também o deu a todos os seres que criou na vasta imensidão do universo (Jó 38:7).

Estética humana e musicalidade

Nos livros “Atos dos Apóstolos” (p. 523) e “Mensagens aos Jovens” (p. 364 e 365) vemos que, além de ser um “amante do belo”, Deus “implantou no coração de Seus filhos o amor ao

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louvai

56 REVISTA MAIS DESTAQUEILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN

belo” e que “é justo amá-lo e desejá-lo”. Ele escolheu a música como um meio de expressão dos nossos louvores. A voz humana é sagrada, pois foi feita para louvá-Lo. “O cântico de louvor e as palavras proferidas pelos ministros de Cristo são os meios indi-cados por Deus para preparar um povo para a igreja lá de cima, para aquela mais elevada adoração” (Cuidado de Deus, p. 66).

A palavra de Deus ainda nos apresenta outra importante verdade: a musicalidade humana (veja Gênesis 4:21 e II Samuel 19:35). A música foi colocada na mente como uma poderosa ferramenta para expressão ou representação de nossos pensa-mentos, vontades, crenças, fé e visão de vida e mundo. A arte da comunicação com música é uma das maiores diferenças entre seres humanos e animais, e uma das maiores semelhanças que temos com Deus.

Essa musicalidade faz parte de um ser completo e inte-ligente, emocional, mas também racional, que tem direito à liberdade tanto de expressão quanto de escolha. Deus criou o homem com cinco sentidos e percepções muito aguçadas, com capacidade para alterar, recriar e interagir com as ma-nifestações de Seu amor. Somente pode cantar e louvar quem tem escolha própria. Por isso, agora entendemos porque Deus nos ordena a cantar com inteligência (Salmos 47:7), mas não condena nossas emoções (Provérbios 25:20), mesmo porque a música é expressão de Sua misericórdia e Seu profundo amor por todos os seres humanos.

Recentes pesquisas científicas descobriram que o cérebro, quando estimulado pela música, ativa mais regiões do que se imaginava há pouco tempo. O psicólogo Emmanuel Bigand afirma o seguinte: “Quando bebês de alguns meses ouvem uma melodia, manifestam forte reação de surpresa no momento em que uma nota é substituída por outra que infrinja as regras musicais… Deduzimos que os circuitos neuronais envolvidos nas atividades musicais se organizam bem antes e indepen-dentemente de qualquer aprendizagem explícita da música” (O Poder da Música: “Ouvido Afinado”, p. 61)

Deus escreveu música em nossas entranhas. Se retirássemos

todas as músicas do mundo e apagássemos toda a memória musical do homem, essa peculiaridade ainda existiria dentro de nós e, possivelmente, os músicos iriam compor as mesmas melodias e recriariam os mesmos estilos e instrumentos.

O Príncipe de nossa adoração

“Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles. Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação” (Hebreus 2:10-12).

“Antes de deixar o cenáculo, o Salvador dirigiu os discípulos num hino de louvor. Sua voz se fez ouvir, não nos acentos de uma dolorosa lamentação, mas nas jubilosas notas da aleluia pascoal” (O Desejado de Todas as Nações, p. 672 e 673). Cristo restaura a adoração na raça humana escrevendo o louvor em seu próprio corpo. Um corpo como o nosso, sujeito a falhas e pecados. Veio revelar-se a nós cantando louvores no meio da congregação. Nesse sentido, é um Deus mais que excelente, pois revestiu-se de nossa natureza e das características que Ele mesmo escreveu em nós, como nossa musicalidade e propensão à adoração. Tornou-se o maior dos músicos levitas, executando com a sua própria vida e morte o mais perfeito sacrifício de louvor a Deus.

O Senhor Jesus foi revelado como a maior referência mu-sical de Sua igreja. Por isso, podemos abrir-lhe a alma com hinos e cânticos espirituais adorando-O com prazer, santidade e reverência, reconhecendo humildemente Sua grandeza. Esse é o mais sublime e alto privilégio. “Entoai-lhe um novo cântico, tocai com arte e com alegria” (Salmos 33:3).

Com grande voz, cantemos: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças” (Apocalipse 5:12).

Recentes pesquisas científicas descobriram que o cérebro, quando estimulado pela música, ativa mais regiões do que se imaginava há pouco tempo

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a QUem VoCÊ DeDiCa a primeira hora Do Dia?

Deixar de receber as bênçãos de Deus no início do dia pode acarretar riscos à vida humana, afinal, sem a proteção dEle, não há forças para resistir às tentações. Pastores sugerem o melhor momento para a comunhão com o Autor da vida e mostram a importância da oração

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ILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN60 REVISTA MAIS DESTAQUE

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a QUem VoCÊ DeDiCa a primeira hora Do Dia?

Deixar de receber as bênçãos de Deus no início do dia pode acarretar riscos à vida humana, afinal, sem a proteção dEle, não há forças para resistir às tentações. Pastores sugerem o melhor momento para a comunhão com o Autor da vida e mostram a importância da oração

Por Vanessa Moraes

61REVISTA MAIS DESTAQUE

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62 REVISTA MAIS DESTAQUE

uliana Toledo acordou atrasada para o trabalho. Le-vantou depressa da cama, vestiu-se rapidamente, mal tomou o café da manhã e foi para o ponto de ônibus. Poucos minutos depois, o transporte chegou. Já assen-

tada em um dos bancos, Juliana lembra que sequer fez uma oração antes de sair de casa. Isso não é comum para ela, pois todos os dias de manhã reserva um tempo para estudar a lição da Escola Sabatina, ler a Bíblia e a meditação diária e fazer uma oração. “Eu me senti mal por não ter falado com Deus. Isso mostra que a pressa do dia a dia pode fazer com que esqueçamos dEle. Se algo importante surge e precisa-mos resolver logo, Deus fica em segundo ou terceiro plano”, relata a jovem.

A situação que Juliana vivenciou é muito mais comum do que parece. Os adventistas do sétimo dia somam quase 18 milhões de membros, presentes em 206 países. Infeliz-mente, nem todos eles buscam a Deus pela manhã. Como Juliana apontou, a correria que o homem vive todos os dias lhe rouba o precioso tempo que possui.

Para organizar melhor as tarefas diárias, alguns pro-duzem uma espécie de cronograma, na esperança de que haja tempo para resolver tudo o que desejam. A partir daí, nascem as prioridades. O que é mais urgente, obviamente, fica em primeiro plano, e assim, a escala de preferências se constrói de acordo com a necessidade de cada problema ou situação. Desta forma, Deus perde o primeiro lugar na vida de muitas pessoas.

A Igreja Adventista lançou um desafio em toda a Amé-rica do Sul, formado pelo tripé Comunhão, Relacionamento e Missão (CRM). Nessas palavras está o planejamento es-tratégico para mobilizações evangelísticas e sociais, além do crescimento da Igreja em termos de reavivamento e reforma. O CRM pode ser eficaz, mas precisa começar na primeira hora de cada dia.

Para fortalecer a ideia do relacionamento diário com Cristo, cada pastor e presidente de União da IASD fala sobre o assunto. Veja o que esses líderes religiosos têm a dizer para você:

O melhor horário para

ter comunhão com Deus é

ao despertar. “Nossa mente

está descansada e aberta para receber novas informações”

J

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

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De acordo com o pastor Moisés Moacir, o melhor horário para ter comunhão com Deus é ao despertar. “Nossa mente está descansada e aberta para receber novas informações. É por isso que as primeiras músicas e pensamentos recebidos são lembrados durante o restante do dia”, ressalta.

Moacir acrescenta que no livro “A Ciência do Bom Viver”, a autora Ellen White relata que antes mesmo do amanhecer, Jesus orava a Deus. “O dia todo atendia às multidões que iam ter com Ele e, ao anoitecer, ou bem cedo de manhã, retirava-Se para o santuário das monta-nhas em busca de comunhão com o Pai” (p. 55).

Jesus foi o maior exemplo que já existiu. Assim como Ele buscava o Pai ao amanhecer, os cristãos também de-vem fazê-lo. O pastor Maurício Lima alerta que Satanás está empenhado em levar os filhos de Deus a praticarem o pecado e, sem a comunhão diária, ele pode ser bem sucedido em seus planos malignos. “Sair de casa cor-rendo para as atividades do dia sem um encontro com o Senhor e se deparar com as diversas tentações que o inimigo coloca à nossa frente é uma receita para o fra-casso. Bem diferente disso é sair de casa depois de um encontro com o nosso amigo e salvador Jesus. Isso nos dará muito mais forças para enfrentarmos os problemas do dia e sairmos vitoriosos”.

Apesar de não existir uma tabela com horários fixos para manter comunhão com Deus, Lima expõe que as experiências relatadas na Bíblia podem ajudar a encon-trar, de forma bem clara, as orientações de Deus. Veja:

• 2 Crônicas 29:20 – “Então o rei Ezequias se

levantou de madrugada, e reuniu os líderes da

cidade, e subiu à casa do Senhor”.

• Salmos 63:1 – “Ó Deus, tu és o meu Deus, de

madrugada te buscarei; a minha alma tem sede

de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra

seca e cansada, onde não há água”.

• Marcos 1:35 – “E levantando-se de manhã, muito

cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um

lugar deserto, e ali orava”.

• Jeremias 35:15 – “E vos tenho enviado todos

os meus servos, os profetas, madrugando, e

insistindo, e dizendo: Convertei-vos, agora, cada

um do seu mau caminho, e fazei boas as vossas

ações...”

• Josué 7:16 – “Então Josué se levantou de

madrugada, e fez chegar a Israel, segundo as suas

tribos; e a tribo de Judá foi tomada”.

• Salmos 59:16 – “Eu, porém, cantarei a tua

força; pela manhã louvarei com alegria a tua

misericórdia; porquanto tu foste o meu alto

refúgio, e proteção no dia da minha angústia”.

• Salmos 5:3 – “Pela manhã ouvirás a minha voz,

ó Senhor; pela manhã apresentarei a ti a minha

oração, e vigiarei”.

• Isaías 50:4 – “O Senhor Deus me deu uma língua

erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma

boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me

todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que

ouça, como aqueles que aprendem”.

maDrUGaDa

maNhÃ

Pastor Maurício Lima, presidente da UniãoSudeste Brasileira (USEB)

Pastor Moisés Moacir, presidente da União Nordeste Brasileira (UNEB)

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66 REVISTA MAIS DESTAQUE

Cada dia traz uma oportunidade de

glorificar a Cristo e ninguém deve sair para a luta diária

sem buscar o poder do Espírito Santo

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

Mesmo que não exista uma definição específica so-bre o melhor horário para orar, o pastor Leonino San-tiago explica que algumas pessoas chamam de “Sala 57” o tempo entre 5 e 7 horas da manhã, indicando um bom momento para isso.

Quando Deus se torna prioridade para cada pessoa, acontece um movimento gradual e consciente de cresci-mento pessoal e espiritual em quem adquire e mantém esse hábito. “Quando você dedica seu tempo para Deus, está dedicando sua vida, afinal tempo é vida. Ao fazer isso, você está buscando sentido e significado vitais”, aponta Santiago.

As pessoas que não prezam por buscar a presença de Deus diariamente enfrentam as consequências dessa escolha. Segundo Santiago, a primeira delas é passar o dia inteiro sem uma agenda correta e coerente para sua vida. Em segundo lugar, o indivíduo desconhece quem é (um filho de Deus), de onde veio (criado por Deus para um propósito), o que faz aqui na Terra (missão) e para onde vai (futuro com esperança).

O pastor Hélder Silva concorda com os pensamentos de Santiago. Ele comenta que se o ser humano não recor-re a Deus nas primeiras horas do dia, arrisca-se a iniciar a jornada cotidiana sem as bênçãos que esse encontro poderia proporcionar. Se não há planejamento para começar o dia com Cristo, é porque, de alguma manei-ra, a importância disso ainda não foi verdadeiramente aceita. “Definir ter o Senhor como o centro de nossa vida é planejá-la para começar cada dia com Ele”, analisa.

Alguns preferem ter comunhão com Deus pela tarde ou no período noturno. Não há nada de errado nisso, afinal, cada um sabe seu melhor momento para orar. No entanto, Silva alerta que os que assim procedem, podem enfrentar um problema. “Quando deixamos para depois é diferente. Além de começar um novo dia sem as bên-çãos deste encontro, corremos o risco de não fazê-lo”.

Pastor Leonino Santiago, presidente da União Norte Brasileira (UNB)

Pastor Hélder Silva, presidente da União Centro-Oeste Brasileira (UCOB)

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Para o pastor Gilmar Zahn, existe uma receita bíblica de sucesso que produz resultados magníficos na vida de quem pratica a comunhão diária com Jesus. Em Mateus 6:33 está escrito: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Normalmente, o ser humano realiza atividades desde que desperta do sono. “Cremos que a orientação divina seja fundamental para o sucesso de qualquer projeto. Todo cristão no exercício da fé deveria lembrar que ao aceitar Jesus como Salvador pessoal, fez um pacto de entrega total da vida para Deus. Por isso, manhã após manhã, deveria colocar tudo sob o governo de Cristo, lembrando que as ações são humanas, mas o coman-do é divino. Ao assim fazermos, as ações estratégicas da vida vão produzir melhores resultados ao longo do dia”, explica.

Zahn conta que certa vez ouviu uma história impressio-nante de um rapaz chamado Willer Oliveira. Aos seis anos de idade, apareceu um nódulo em seu pescoço e com o passar

Pastor Gilmar Zahn, presidente da União Noroeste Brasileira (UNOB)

do tempo, cresceu e ficou do tamanho de uma laranja pe-quena. Depois de vários exames, a cirurgia para a retirada foi marcada para as 17 horas de uma sexta-feira. Os pais ficaram arrasados com a notícia e ao vê-los chorar, o garoto perguntou o motivo. Willer, então, soube que os procedi-mentos cirúrgicos poderiam se estender e interromper as horas sagradas do sábado. “Vocês não precisam ficar tristes, eu não vou precisar ser operado”, disse o menino. O pai viu a convicção em seu rosto e quis saber como ele tinha tanta certeza. “Eu orei e papai do céu vai me fazer ficar bonzinho”, respondeu Weller.

No dia seguinte, aquele nódulo, existente há muito tem-po, amanheceu bem menor. Na sexta-feira, havia pratica-mente sumido. Os pais ligaram para a médica e informaram que não compareceriam mais para a cirurgia. Ela pediu que levassem a criança no período da tarde ao consultório para uma nova avaliação. Após observá-lo, concluiu que não faria a cirurgia naquele dia, mas acompanharia o caso para ve-rificar a necessidade de operar no dia seguinte. Na semana posterior não havia mais nódulo. A médica não entendia o que tinha acontecido. Os pais de Willer contaram sobre as palavras e atitude de fé e oração do garoto e disseram: “Nós cremos no poder da oração. Acreditamos que Deus ouviu as orações do nosso filho e o curou”.

A oração sincera é poderosa. Não importa em que mo-mento do dia seja feita, mas precisa ser praticada, afinal, é a forma mais eficaz de ter contato pessoal e direto com o Pai.

A oração sincera é poderosa. É a forma mais

eficaz de ter contato pessoal e direto com o Pai

Questionar, contar problemas, pedir, agradecer e interce-der são alguns elementos que a oração proporciona. É como contar tudo o que se passa na vida para um amigo íntimo. A diferença é que não se pode vê-lo.

Deus ouve cada prece, cada súplica. Quando o ser hu-mano O agradece pela vida, reconhece que o ar que respira provém dEle. O fato de acordar pela manhã, é um motivo para render graças. O pastor Geovani Queiroz afirma que cada dia traz uma oportunidade de glorificar a Cristo e ninguém deve sair para a luta diária sem buscar o poder do Espírito Santo. Ele ainda acrescenta que a primeira hora do dia para cada pessoa pode ser diferente. “Um guarda noturno, por exemplo, não tem sua primeira hora no mesmo

Pastor Geovani Queiroz, presidente da União Leste Brasileira (ULB)

momento de alguém que dorme toda a noite e sai cedo para trabalhar”, ilustra.

De acordo com Queiroz, deixar isso de lado resulta em grande prejuízo espiritual. “A pessoa que sai para suas atividades diárias sem o alimento espiritual, logo está des-protegida, sem ‘blindagem’ contra os dardos inflamados do inimigo. É um desastre total”, relata.

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A oração faz parte do relacionamento com Deus. Em todos os aspectos, essa comunhão é o meio que Deus utiliza para dar ao homem dons e talentos. “Com isso, podemos realizar o sonho de Deus para a Igreja e Ele realiza o sonho dEle em nós. Ele só pede a disponibili-dade de tempo. O restante é com Ele”, acentua o pastor Domingos Sousa.

Todos os cristãos têm algo em comum: testemunhar e levar salvação às pessoas. Esses aspectos compõem duas maneiras de glorificar a Deus, inclusive. Para Sousa, nin-guém pode dar o que não tem. Para levar esperança aos outros, é necessário buscá-la na fonte. “Como eu posso ser um instrumento de Deus para salvar pessoas se não estiver com Ele?”, reflete.

Sousa comenta que Cristo deu um pacote de 24 ho-ras diárias, das quais oito são usadas geralmente para trabalhar, oito para dormir e outras oito são livres para serem usadas da maneira que cada indivíduo achar me-lhor. “Ninguém poderá dizer que não foi salvo por falta de tempo, pois Deus nos dá, mas quem administra somos nós. Nunca vi ninguém se arrepender por dedicar 30 ou 40 minutos a Deus. Pelo contrário, a pessoa se torna mais feliz”, alega.

Pastor Domingos Sousa, presidente da União Central Brasileira (UCB)

Uma das citações favoritas do pastor Marlinton Lo-pes, em relação a este assunto, está na página 70 do livro “Caminho a Cristo”, em que a autora Ellen White diz: “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa pri-meira tarefa. Seja vossa oração: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti’”.

Lopes assegura que o dia, a vida e a eternidade pas-sam a ter significado quando Cristo é prioridade, pois o ser humano foi criado para adorar ao Criador. “Se o céu me fascina, então o dono dele também deve me fascinar. E se o futuro ao lado dEle me empolga, então o tempo com Ele agora também deve me empolgar. A palavra chave para a sobrevivência do ramo (que somos nós) na parábola da videira é permanecer. A promessa do Agri-cultor é segura: ‘Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós... (João 15:4)’”, finaliza o pastor.

Pastor Marlinton Lopes, presidente da União Sul Brasileira (USB)

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Começar o dia com Deus significa dar a Ele o primeiro e o melhor tempo, além de passar as 24 horas com a bênção da Sua companhia. E tem mais, este é o momento em que a mente está lúcida e livre para en-

tender, aprender e aplicar as profundas verdades espirituais. São muitos benefícios que só quem experimenta conhece. Essa é a base e também o segredo para uma vida cristã feliz e vitoriosa.

Na Divisão Sul-Americana, escritório sede da Igreja Ad-ventista para a América do Sul, estamos trabalhando para levar cada adventista a experimentar uma vida de discipu-lado, baseada em três princípios, o CRM: uma vida de Comu-nhão, buscando a Deus na primeira hora de cada dia; uma experiência de Relacionamento, sendo parte de um Pequeno Grupo; e de compromisso com a Missão, levando pelo menos um amigo a Jesus. A comunhão, na primeira hora do dia, é o ponto de partida para essa experiência.

Antes de tudo, é preciso lembrar de que Deus sempre está à disposição para ser buscado e encontrado. Seus braços permanecem abertos como expressão de amor e aceitação. Mas, uma coisa é buscar o socorro dEle e outra, Sua compa-nhia. O socorro está sempre disponível, mas a companhia precisa ser uma prioridade. Se o dia começa sem esse en-contro e não há comunhão profunda, ficamos mais fracos e vulneráveis para enfrentar os desafios que virão e, ao mesmo tempo, mostramos de maneira clara que outras questões têm mais valor para nós.

Eu me pergunto se alguém pode ser cristão e não fazer de Cristo uma prioridade. Um carro sem combustível não anda, o corpo sem comida enfraquece, um equipamento eletrônico sem energia não funciona. A comparação é natural, pois o mesmo acontece com alguém que anda sem Deus, pois morre espiritualmente ou vive um cristianismo infeliz, só de fachada e palavras.

Experiência pessoal

Cada pessoa pode ter sua própria experiência, encon-trando a maneira mais confortável para buscar e ouvir a voz de Deus. Para ilustrar, vou contar a minha. Meu tempo de devoção pessoal começa de madrugada com um período de oração, onde peço por mim, minha família, pelos desafios que enfrentamos como Igreja e pelo batismo do Espírito Santo. Tenho uma lista de oração que apresento ao Senhor a cada manhã. Ela inclui pessoas, regiões e desafios. Sigo o projeto mundial da Igreja, “Reavivados por sua Palavra” (RPSP). Todos os dias leio e medito sobre um capítulo da Bíblia e, consciente da importância do bom uso das redes sociais, vejo o que tantos outros leitores participantes do projeto comentam no Twitter, em relação ao capítulo do dia, e envio mensagens que tentam resumir alguma ideia principal, que teve maior impacto em minha leitura. Leio as Meditações Diárias, estudo a lição da Escola Sabatina e leio os comentários adicionais de Ellen White. Isso me dá uma visão espiritual rica, profunda e proveitosa. Alimenta o meu dia e me coloca bem perto de Deus.

Estou ciente da responsabilidade que tenho sobre os meus ombros e reconheço que preciso renovar minha de-pendência do Senhor. A obra é dEle e sou apenas um instru-mento. Por isso, buscar a Deus na primeira hora de cada dia para mim é um hábito, uma necessidade e uma prioridade indispensável e insubstituível. Se não começo o dia de joe-lhos não vou ter condições de permanecer em pé.

Eu não posso desafiar a Igreja a buscar a Deus todas as manhãs, na primeira hora, se eu mesmo não o fizer. Não pos-so reivindicar um reavivamento e reforma no povo de Deus se eu não me envolver e colocar essa ação como prioridade. Não saio de casa sem buscar a presença, o poder e a vontade de Cristo em minha vida para cada dia.

prioriDaDe Diária

Cada pessoa pode ter sua própria experiência para buscar e ouvir a voz de Deus, mas não deve esquecer que o alimento espiritual da manhã é o que dá condições para permanecer em péPor Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista para a região Sul-Americana

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ULB

Por Heron Santana

Bahia promove expansãoda TV Novo TempoPelo menos três cidades receberão o sinal do canal

INFORME PUBLICITÁRIO

72 REVISTA MAIS DESTAQUEIMAGENS: DIVULGAÇÃO/ MARCELO INÁCIO

Terceira capital mais populosa do Brasil, a cidade de Salvador, Bahia, receberá o sinal da TV Novo Tempo em breve. O anúncio oficial aconteceu no dia 16 de maio. A conquista do canal da esperança em sinal

aberto é resultado de parceria entre empresários, fiéis e lide-rança da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). “Essa é uma conquista da unidade e do esforço individual de cada fiel da grande Salvador”, disse o pastor José Wilson, presidente dos adventistas para a região metropolitana da capital baiana. A TV Novo Tempo chegará a pelo menos três cidades: Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, podendo ser assistida por cer-ca de 3,5 milhões de pessoas.

A programação será retransmitida pelo canal 39, em fre-quência UHF, comum para propagações de sinais de televisão e de canais em alta definição – um sistema de transmissão com resolução de tela significativamente superior à dos formatos tradicionais. O novo canal surge com possibilidade de adapta-ção ao formato digital a ser lançado no Brasil em breve.

Esperança crescente No dia 21 de maio, a TV Novo Tempo foi anunciada em ca-

nal secundário na cidade de Vitória da Conquista, a 509 qui-lômetros de Salvador. Será retransmitida em sinal aberto, no canal 48. Essa é a terceira cidade mais populosa da Bahia, com cerca de 316 mil habitantes.

Com o slogan “O Canal da Esperança”, a TV Novo Tempo é uma rede de televisão brasileira com sede em Jacareí, no es-tado de São Paulo. A emissora surgiu em 1996, pelo Sistema Adventista de Comunicação, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Hoje a emissora é rede e possui retransmissoras que cobrem grandes e pequenas cidades, disponível por sinal aberto, sa-télite e a cabo. A programação que envolve entretenimento, saúde, educação, cidadania, jornalismo, cultura, gastronomia e difusão de valores familiares vem conquistando a simpatia dos brasileiros, a medida em que passam a ter contato com o canal e descobrem que seu conteúdo é diferenciado.

Sede da rede Novo Tempo de Comunicação, em Jacareí, SP

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73REVISTA MAIS DESTAQUE

Representantes da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) para a América do Sul votaram, no dia 19 de maio, a criação da mais nova sede administrativa da denominação na região nordeste do Brasil. A Missão

Bahia Norte, com escritório instalado na cidade de Juazeiro, a 502 quilômetros da capital Salvador, vai gerenciar as ativida-des eclesiásticas e institucionais para mais de 22 mil fiéis e 27 distritos pastorais.

Com população superior a 201 mil pessoas, o município de Juazeiro, no norte do estado da Bahia, à margem direita do rio São Francisco, conta com a industrialização e a agricultura irrigada como as principais atividades econômicas. É um dos exportadores de frutas fundamentais da região, mesmo fazen-

do parte da área conhecida como Polígono da Seca (território marcado por uma estiagem permanente). Junto com a cidade pernambucana de Petrolina, forma o maior aglomerado urba-no da região do semi-árido. A origem de seu nome vem de uma árvore tradicional da região, o juazeiro.

O pastor Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista para a América do Sul, ressaltou que o surgimento da nova sede mostra o crescimento da denominação na Bahia. Ele des-tacou a fidelidade e comunhão espiritual dos fiéis da região, apesar das dificuldades enfrentadas pela população, devido à seca. Em sua conta no Twitter, o pastor Everon Donato, diretor de Ministério Pessoal da Igreja para a América do Sul, também associou a nova organização ao crescimento da Igreja.

Por Heron Santana

Igreja aprova criação de nova região administrativaErton Köhler ressalta o crescimento adventista na Bahia

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Igreja da Asa Norte forma primeira turma de Capelania hospitalarVoluntários recebem treinamento para ajudar pessoas hospitalizadas

“Ajudar aqueles que precisam em um momento de dor

e sofrimento é um ministério de amor”

Por Liane Prestes

aplac

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INFORME PUBLICITÁRIO

IMAGENS: APLAC

uando Jesus esteve aqui, exerceu diferentes minis-térios em favor do ser humano. Através de palavras, sermões e milagres, Ele trouxe cura e salvação para as pessoas que teve contato. Palavras de conforto e amor foram proferidas nos momentos mais necessários,

restaurando corações e plantando esperança.Foi com o objetivo de seguir o ministério de Jesus que um

grupo de membros da Igreja Adventista da Asa Norte, Brasília, se dedicou a aprender como levar uma mensagem de esperan-ça para os que estão nos hospitais.

Para Solimar Sousa, organizador da primeira turma do programa na Igreja, é o Espírito Santo que habilita as pesso-as para desenvolverem esse ministério de amor ao próximo. “Ajudar aqueles que precisam em um momento de dor e so-frimento é um ministério de amor. É preciso estar disposto a servir, assim como em outros ministérios que a Igreja possui”, afirma Sousa.

O treinamento reuniu 13 pessoas de diferentes profissões e ocupações, além de amigos não adventistas que também se voluntariaram. Após receberem instruções técnicas e preparo emocional para atender pessoas que estão em unidades de in-ternação hospitalar, o grupo ganhou uma credencial que habi-lita a entrada nesses locais.

Ednardo Ferreira participou das 10 horas do curso e rece-beu o certificado e a credencial que foram entregues a todos que o completaram. Ele já vivenciou a realidade de trabalhar

no ambiente hospitalar por dois anos, com grupos de crianças. Para Ferreira, o fator que mais conta nesse ministério é a ami-zade. “Estar ao lado de pessoas que precisam, às vezes, apenas de companhia, é algo muito bom. Até Cristo, em sua derradei-ra noite, pediu que os amigos o acompanhassem. Estar ao lado de alguém nos momentos mais precisos, é muito importante”, comenta o participante.

O Conselho Federal Evangélico de Capelania Hospitalar no Brasil oferece treinamento para os que desejam desenvolver atividades complementares aos internos e familiares, após a alta médica ou óbito e, no último caso, estar à disposição para acompanhar o velório. Para saber mais sobre como se envol-ver ou receber preparo técnico, acesse o site www.capelania-federal.org.br.

Q

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Alunos de escola adventista distribuem sementes em CongressoAção buscou despertar a consciência de que é preciso utilizar todos os recursos possíveis para preservar o meio ambientePor Liane Prestes

Segundo dados da ONG “Oikos Brasil”, 54% das pessoas acreditam que o principal causador de problemas am-bientais é a população. No entanto, 48% delas defende que a resolução cabe ao poder público. Para mudar as

estatísticas e despertar a consciência de que é preciso usar todos os recursos possíveis para preservar o meio ambiente, alunos da Escola Adventista Milton Afonso (CEAMA), em Bra-sília, promoveram a Semana do Meio Ambiente.

Como parte da ação, um grupo de alunos se dirigiu ao Con-gresso Nacional no dia 5 de junho e entregou a senadores e deputados, na entrada do local e também nos gabinetes, pe-quenos envelopes com sementes de girassol.

No mesmo período, um grupo de alunos das séries iniciais da instituição visitou a sede administrativa sul-americana da Igreja Adventista, deixando as pequenas sementes para os funcionários. Aproximadamente 3,5 mil pacotinhos com se-mentes foram entregues.

Na sexta-feira, 7, os alunos dos primeiros anos realizaram uma cantata sobre o meio ambiente para os funcionários da Infraero. A entrega das sementes também ocorreu na rodoviá-ria e em algumas avenidas da capital.

Outras ações

A campanha pelo uso consciente de copos descartáveis e a reutilização de lixo reciclável para fazer arte são outras ações que a escola desenvolve, entendendo o papel fundamental que tem na educação socioambiental de seus alunos.

75REVISTA MAIS DESTAQUE

Alunos distribuíram pacotes de sementes a senadores e deputados no Congresso Nacional

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76 REVISTA MAIS DESTAQUE

Qualquer atividade que desvie o foco do cristão dos “tesouros do Céu” , torna-se perigosa e deve ser vista com cautela

IMAGEM: CANSTOCKPHOTO

A rápida lucratividade por meio de investimentos pode ser uma cilada. A verdade é que dinheiro limpo e correto nunca é ganho de maneira fácilPor Michelson Borges

empresarial

Muitas pessoas já receberam e-mails inconvenien-tes que prometem ganho fácil. Além disso, ulti-mamente, tem-se visto em várias igrejas pessoas que convidam outras para aderir a esquemas de

alta e rápida lucratividade, planos que têm o potencial de virar verdadeiras “febres” por algum tempo. Apesar de a propagan-da denominá-los de empresas de “marketing multinível” e de envolverem pequenas atividades que disfarçam sua real natu-reza, negócios como esses configuram verdadeiros esquemas ponzi (sofisticada operação fraudulenta de investimento, rela-cionada com o rendimento de altos lucros em forma de pirâ-mide. O nome refere-se ao italiano Charles Ponzi, que foi um dos maiores criminosos financeiros dos Estados Unidos).

Em pirâmides financeiras, o investimento de adesão dos novos associados, geralmente alto, gera renda para seus recru-tadores, bem como para os que estão acima na pirâmide, até certo nível. Para obter lucro, o associado do investidor princi-pal necessita recrutar outras pessoas. Nesses esquemas, os as-sociados precisam periodicamente fazer novos investimentos.

A legislação brasileira considera ilegais atividades des-se gênero. Conforme preceitua a Lei 1521/51, que dispõe os crimes contra a economia popular: “Art. 2º: São crimes desta natureza: IX - obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detri-mento do povo ou de número indeterminado de pessoas me-diante especulações ou processos fraudulentos (‘bola de neve’, ‘cadeias’, ‘pichardismo’ e quaisquer outros equivalentes)”.

Cristãos deveriam se preocupar com essa prática notada-mente exploratória e gananciosa, impedindo que ela seja dis-seminada nos templos, inclusive sob a alegação de ser “uma bênção de Deus para os participantes”.

É preocupante também a forma como os participantes buscam recrutar novos membros para seu esquema, com mui-to mais interesse e afinco do que tentam atrair ovelhas para o caminho de Deus. De igual modo, também causa incômodo ver o quanto as pessoas estão agindo inconsequentemente em busca de dinheiro, aplicando recursos (muitos até fazendo empréstimos) em negócios obscuros e ilícitos, mas que pro-porcionam alto lucro em pouquíssimo tempo.

Evidentemente, para que as “pirâmides” possam ser ca-racterizadas como crimes contra a economia popular, toda a

questão girará em torno da existência ou não de dolo por par-te daqueles que promovem essas atividades, isto é, se existe ou não vontade consciente de ludibriar, fraudar e/ou ganhar dinheiro fácil às custas da coletividade (algo que dificilmente se pode saber, de início). Como geralmente esses tipos de “cor-rentes” ou “pirâmides” funcionam à margem da lei, tornam-se instrumento fácil de sonegação de impostos e demais práti-cas irregulares, dentre as quais o próprio financiamento do tráfico de drogas, já que são atividades que por sua própria natureza informal não sofrem a fiscalização do poder público. Justamente a falta de fiscalização é que torna essas atividades extremamente perigosas.

Além do crime contra a economia popular, esse tipo de “es-quema” pode também, dependendo do caso, configurar este-lionato, tipificado no Artigo 171 do Código Penal. Veja:

“Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhen-tos mil réis a dez contos de réis.”

À luz da Bíblia e do Espírito de Profecia, não há dúvidas de que tudo que represente a aparência do mal deve ser evitado pelo cristão. Devemos, por precaução, ficar longe desse tipo de “investimento”. Dinheiro nunca é ganho de maneira fácil, senão com o “suor do rosto”. Qualquer atividade que desvie o foco do cristão dos “tesouros do Céu” e o focalize apenas no ganho fácil, torna-se perigosa e deve ser vista com cautela.

oS CriSTÃoS e aS pirâmiDeS

De LUCro FáCiL

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empresarial

meTa CrUCiaLmeNTe imporTaNTeA disciplina é o quesito número um para traçar planos e alcançar metas

Há pouco tempo, participei de um curso oferecido pela Associação Paulista Leste (APL), um órgão adminis-trativo da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), em que os anciões do campo eram o público-alvo.

As palestras oferecidas foram ministradas pela FranklinCovey, empresa especializada na melhoria de performance. Ela tratou do seguinte tema: “Quatro Disciplinas da Execução”. No mundo pós-moderno em que vivemos, o homem precisa ser versátil, resolver diversos problemas ao mesmo tempo, estar atento a tudo e pensar de forma rápida. Isso faz com que, muitas vezes, as decisões sejam tomadas precipitadamente.

Por meio de pesquisa, a empresa afirmou que o ser huma-no só consegue fazer com excelência uma tarefa de cada vez. É possível executar várias atividades ao mesmo tempo, mas sem diferencial. É necessário focar em menos para haver mais realizações. E de qualidade.

A empresa ressaltou que, através das “Quatro Disciplinas da Execução”, podemos detectar as prioridades dentro de nos-sas tarefas ou escolhemos apenas uma para dar atenção espe-cial. Assim, é possível obter um resultado interessante, conhe-cido como Meta Crucialmente Importante (MCI). A dificuldade não está em planejar, mas em colocar tudo isso em prática. A execução é o segundo passo e faz com que muitos projetos não saiam do papel e deixem de existir. As disciplinas da execução tornam esse desafio possível de ser vencido através do foco na meta, com as medidas de direção que apontam estratégias para atingi-la. É como os placares que mostram se estamos ga-nhando ou perdendo.

Podemos aplicar as disciplinas em qualquer área da vida, seja pessoal, familiar, profissional ou espiritual. Dentro do ambiente empresarial, somos absorvidos pelos redemoinhos, como o trabalho diário, rotina e tudo o que é necessário para que o negócio se mantenha em funcionamento. Isso esgota as nossas energias e acaba com as ideias para aquilo que, de fato, merece dedicação. As disciplinas não ensinam a esquecer e mudar tudo, mas realça a importância de organizar os traba-lhos de forma que haja dedicação a uma pequena parte dele, aquela que pode trazer resultado. O desafio é mudar o foco, sair do redemoinho e direcionar o objetivo. Em pouco tempo

será possível visualizar resultados impressionantes. Assim, a meta atingida hoje pode entrar em nosso redemoinho, impul-sionando-nos a definir outro alvo a ser alcançado.

Para que tudo isso aconteça em uma empresa, por exem-plo, é importante que cada integrante da equipe sinta-se parte do jogo, a peça da engrenagem que fará com que o grupo al-cance o que planejou. Esse método não é papel somente do líder, mas do time inteiro. O acompanhamento disso deve ser feito através de reuniões de prestação de contas, em que cada participante apresenta o que produziu na última semana e o que fará na próxima para que o placar se movimente a seu fa-vor. A reunião deve ter no máximo 20 minutos e tratar apenas de assuntos relacionados ao MCI. Outras pautas devem ser deixadas de lado. O líder coordena a equipe, mas quem dá pas-sos e traça estratégias são os membros do time. Desta forma, o jogo fica mais interessante, já que a vontade imposta não é a do chefe e sim a de seus subordinados.

Devemos estudar mais sobre este tema, afinal, só há uma escolha a fazer. Entre a dor da disciplina e a do arrependimen-to, recomendo decidir pela primeira, pois, além de doer me-nos, a disciplina nos torna mais realizados e competentes.

O líder coordena a equipe, mas quem dá passos e traça estratégias são os membros do time

Douglas Perez Barros é contador da Perez Barros [email protected]

IMAGENS: STOCK.XCNHG78 REVISTA MAIS DESTAQUE

O desafio é mudar o foco, sair do redemoinhoe direcionar o objetivo. Em pouco tempo será possível visualizar resultados impressionantes

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perfil

UMA ESCOLHA DE SUCeSSoIdealizador do projeto “Mutirão de Natal”, Sérgio Azevedo fala sobre o início de sua carreira e vida profissional

IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

Sérgio Azevedo teve muitas conquis-tas em sua jornada profissional, mas ele não dá o mérito a si próprio

Siloé Almeida é consultor e jornalista

Especialista em Marketing, Gestão de Qualidade e Liderança de Negócios, Sér-gio Azevedo, atual presidente da Collins Consultoria e da Associação Brasileira

de Anunciantes do Rio de Janeiro, é graduado em administração e já foi gestor de projetos de en-genharia da Sabesp (SP), gestor de produção da Ellus, diretor de Marketing, Comercial e Qualidade da Golden Cross e presidente da Fórmula Consul-ting. Junto com sua esposa, Marli Azevedo, criou o projeto “Mutirão de Natal”, trabalhado com forte ênfase todos os anos, principalmente na igreja de Botafogo, Rio de Janeiro, onde tudo começou. O casal tem dois filhos: Sérgio Júnior e Denise. O ad-ministrador é filho do pastor Roberto Azevedo, um dos maiores comunicadores da Igreja Adventista.

A carreira de Azevedo na área de marketing é longa. Em sua jornada profissional houve mui-tas conquistas e ele não dá o mérito a si próprio. “Agradeço primeiro a Deus, a minha esposa e fa-mília, meus mestres, colegas de trabalho e equipes fantásticas com as quais trabalhei e muito aprendi. Sem eles não teria realizado nada. Por isso, dedi-

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co os prêmios e honras que recebi a todos eles”, regozija-se. O presidente da Collins já ganhou o título de Marketing Man (Brasil) duas vezes, além de ser o primeiro no Top e Super Top de Marketing da ADVB (Prêmios máximos da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil). Escreveu o livro “Guia valor econômico de marketing para pequenas e médias empresas” pela editora Globo e colaborou com artigos para o jornal Valor Econômico. Na área religiosa, realizou o projeto “Textos Bíblicos Extraordinários”, em CD, junto ao apresenta-dor Cid Moreira e ao jornalista Celso Freitas, pela gravadora Novo Tempo. Além de outros trabalhos semelhantes, Azevedo dedicou parte de seu tempo para auxiliar a obra de Deus. Um exemplo disso foi sua participação nas gravações da Bíblia em áudio, com Cid Moreira. Tal produção é inédita no mundo e levou sete anos para ficar pronta.

Oportunidades

Azevedo sempre usa grandes oportunidades do mundo empresarial para projetar o nome da Igreja Adventista. Um exemplo disso é sua experiência com o já citado projeto “Mu-tirão de Natal”, um de seus feitos mais conhecidos. Em 2013, ele completa 20 anos de implementação. “Minha esposa teve a ideia de fazer algo diferente pelos necessitados. Deus nos usou para, em conjunto, desenvolver esse plano que mistura marke-ting, gestão e qualidade. Saúdo e agradeço o pastor José Sílvio, grande amigo, que sempre esteve disposto a ser pioneiro em muitos projetos. Ele entrou de coração e alma neste e, com sua liderança, foi possível obter resultados espetaculares”, come-mora o presidente.

Em dezembro de 1994, Marli percebeu que as prateleiras do departamento social da igreja estavam vazias. Apesar dos apelos da liderança, havia grande dificuldade para conseguir doações para a montagem de cestas de natal para necessita-dos. A Igreja de Botafogo conseguia arrecadar uma média de apenas 500 quilos por ano. Numa sexta-feira, durante o jantar,

ela intimou Azevedo para ajudar de alguma forma a conseguir alimentos. Ao final da refeição, ele elaborou uma gincana para fazer arrecadações. “Dividimos a igreja em três equipes. No dia seguinte lançamos as tarefas que deveriam ser executadas em uma semana. Ao final dos sete dias, para a honra e glória de Deus e surpresa de todos, a igreja arrecadou 54 mil quilos! Le-varíamos 108 anos para atingir essa quantidade. Desde então, o Mutirão hoje é praticado em milhares de igrejas no Brasil e exterior. Este ano, se Deus quiser, creio que na América do Sul arrecadaremos mais de sete milhões de quilos, além de rou-pas, agasalhos, livros, brinquedos e centenas de ações sociais para beneficiar pessoas carentes”, almeja.

Decisões

Aos 15 anos, Azevedo já esboçava a ideia de ser comunica-dor. “O músico Gilberto Siqueira precisava de uma voz grave para fazer um teste musical no Unasp (antigo IAE) e me con-vidou. Fiz minha primeira gravação. O maestro Costa Júnior ouviu e gostou, e em seguida já me fez um convite para gravar um spot de rádio para a Superbom. Lá, conheci gente da área e com 17 anos já fazia locuções profissionais. Em rádio e TV fiz de tudo. Trabalhei em diversas emissoras e gravei em dezenas de estúdios. O reconhecimento público e profissional veio es-pecialmente pelos trabalhos que fiz para a TV Bandeirantes e para a TV Globo”, revela.

Para quem está começando a vida ou precisa tomar uma grande decisão, Sérgio Azevedo deixa algumas dicas. “Primei-ramente, entregue seus planos a Deus e se dedique apaixo-nadamente por tudo o que fizer. Tenha metas arrojadas e se prepare para sempre crescer e se aprimorar, seja no campo espiritual, profissional ou familiar. Aceite novos desafios e seja um eterno estudante. Aprenda coisas novas todos os dias. Seja honesto, ético e humilde. Se doe a causas sociais e espirituais. Faça a diferença por onde passar e lembre-se de que ninguém faz nada sozinho”, conclui.

O Mutirão hoje é praticado em milhares de igrejas no Brasil e exterior. Este ano creio que na

América do Sul arrecadaremos mais de sete milhões de quilos”

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fique por dentro

Há 12 anos o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, promo-ve o Simpósio Universitário. Neste ano, o evento aconteceu nos dias 24 a 26 de maio com o tema “O

universitário Cristão e as Origens”. Durante o fim de sema-na, cientistas e pesquisadores do tema abordaram assuntos relacionados ao criacionismo, à teologia bíblica e à-s teorias científicas a respeito das origens. O objetivo foi esclarecer boa parte do conceito criacionista e preparar os universitários para enfrentar controvérsias no ambiente acadêmico e no fu-turo profissional.

O evento, organizado pelo Programa de Apoio ao Discente (Proad), trouxe palestrantes especialistas nas áreas de biolo-gia, física, geologia, química, teologia e jornalismo. Entre eles, o diretor da Geocience Research Institute (GRI), Lloyd James Gibson, e o diretor da Sociedade Criacionista Brasileira (SCB), Ruy Carlos Vieira. Segundo a professora Ana Perez, uma das organizadoras do Simpósio, foi importante a participação dos alunos nesse evento pela relevância do tema discutido. “Os estudantes puderam ter um esclarecimento maior sobre o criacionismo e o evolucionismo. E isso é imprescindível para quando eles enfrentarem situações no mercado de trabalho ou até mesmo no mundo acadêmico”, comenta.

No total, foram 850 inscritos e parte deles veio de dife-rentes estados do Brasil, como Maranhão, Alagoas, Amapá, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, além de algumas cidades do in-terior de São Paulo. Alguns alunos de universidades públicas também estiveram presentes.

O geólogo e diretor da GRI no Brasil, Nahor Neves, diz que o tema criacionismo ainda é pouco divulgado e sofre precon-ceito, por isso a importância de encontros como esse para a

Aprofundar o conhecimento nesta área foi um dos principais objetivos

Simpósio Universitário do Unaspdebate sobre criacionismo e ciência

Por Kimberly Cruz

Especialistas em teologia e ciência discutem sobre a origem humana

explicação e conhecimento do assunto. “O criacionismo, quan-do exposto, é feito de maneira implícita, e a falta de interesse faz com que as pessoas tenham menos conhecimento. Qual-quer um deve ter base do conhecimento científico e bíblico, por isso é necessário o aprofundamento da teoria”, explica. O jornalista Michelson Borges acrescenta que isso ajuda a des-pertar o interesse científico e bíblico dos participantes. “Um evento assim colabora por meio de palestras como as que fo-ram apresentadas. As pessoas percebem que o criacionismo é muito mais que um dogma, uma teoria ou algo parecido”, relata Borges.

Conhecimento e experiência

Os palestrantes também expuseram que o criacionismo, apesar do preconceito e falta de interesse por parte de al-guns cristãos na divulgação do tema, está mais em evidência do que no passado. Gibson comenta que a Igreja Adventista está comunicando a criação mais do que tem feito antes. “Per-cebemos que muitos ainda não sabem sobre a criação e pre-cisamos divulgar”, afirma. Ele também declara que em 2013 haverá ênfase no evangelismo sobre a criação com a veicula-ção de livros. Para o diretor, é mais um passo para as pessoas ouvirem sobre a mensagem do criacionismo.

Os estudantes das universidades públicas ficaram empol-gados com tudo o que viram e ouviram. Eles comentaram que essa experiência serviu para reafirmar suas crenças. “Vive-mos em um ambiente ateu e é importante conhecer um pouco mais da verdade do criacionismo”, conta Marianna Nogueira, estudante de neurociência da Universidade Federal do ABC (UFABC). “Vim ao Simpósio para obter mais conhecimento e conhecer pessoas que compartilham da mesma crença. Foi muito bom conhecer os pesquisadores do criacionismo”, res-salta Josué Cardoso, astrônomo e mestrando em física da Uni-versidade Estadual Paulista (Unesp).

Cláudia Rezende ficou sabendo do Simpósio pela internet e veio do Rio de Janeiro para assisti-lo. “Sempre acompanho os encontros criacionistas do país e esse foi maravilhoso por-que pude presenciar as verdades que esse assunto apresenta. Passei a ter mais noção e esclarecimento”, declara.

O evento também contou com a participação e presença de Marcos Eberlin, da Universidade de Campinas (Unicamp); Wellington Silva, professor de ciência e religião da Faculdade Adventista da Bahia (IAENE); o pesquisador e teólogo Van-derlei Dorneles e o biólogo Tarcísio da Silva Vieira, da SCB.

IMAGENS: MARIANA TROC

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fique por dentro

IMAGENS: CRIACIONISMO.COM.BR

Em 1990, cansados de ver nossos professores recebe-rem salários humilhantes, organizamos uma manifes-tação com cartazes, gritos de guerra e passeata pací-fica. A polícia acompanhou de perto, a TV apareceu,

mas depois cada um foi para sua casa. Os professores entraram em greve e nada mudou. Os anos se passaram e as reclamações de baixos salários por parte dos docentes viraram mantra de uma classe injustiçada e sem força política.

Em 1992, foi a vez de os “caras pintadas” irem às ruas exigir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Deu certo. Collor saiu. Mas as coisas mudaram para melhor? Houve mais investimentos nas tão faladas áreas da educação, saúde e segurança? A justiça social, a justa distribui-ção de renda e a integridade/honestidade política passaram a ser realidade? Pelo contrário. Com o escândalo do mensalão (2005 e 2006), ficou evidente que os homens e as mulheres que regem este país (com raríssimas e nobres exceções) são “farinha do mesmo saco”. Aqueles que em nossa juventude defendemos com discursos inflamados e para os quais demos nosso precioso voto agora estão aí fazendo quase nada do que prometeram. Infelizmente.

Sim, é emocionante ver as multidões nas ruas exigindo seus direitos (embora muitos nem saibam exatamente quais nem dependam tanto deles, por fazerem parte da classe média que quase nem anda de ônibus). Impressiona ver despertado um poder de mobilização que parecia não existir (e o povo tem mais é que se manifestar contra o desgoverno dos políti-cos). Mas a falta de organização também é gritante. Protestam contra os gastos com a Copa depois de os estádios terem sido construídos e bilhões de reais terem evaporado. Por que não protestaram quando algo poderia ter sido feito? Vão fazer o quê agora, demolir os coliseus do pão e circo modernos? Pro-testam contra a corrupção, mas votam nos protagonistas dos

O Brasil inteiro protesta por seus direitos. Acontece que a verdadeira batalha não é travada nas ruas, mas no coração das pessoas

Momento histórico de uma história

Por Michelson Borges

Passeata em Criciúma, Santa catarina: manifestação organizada em 1990 para mostrar simpatia à causa dos professores

Passeata em Brasília: manifestantes invadiram a área externa do Congresso Nacional no dia 17 de junho de 2013

escândalos e das maracutaias. Protestam contra a Globo, mas são as mesmas pessoas que garantem os altos índices de audi-ência da emissora que leva ao ar suas novelas alienantes e os big brothers da vida.

O Grande Conflito

O que se vê nas ruas passa e tudo volta ao “normal” (espero sinceramente estar errado, desta vez). Onde estarão daqui a cinco, dez, vinte anos esses estudantes que tomaram as ruas com seus cartazes? Estarão vestidos com seus ternos de grife em escritórios climatizados em busca do “vil metal” ou, quem sabe, escrevendo algum texto desiludido em um blog qualquer da internet?

Bem, antes que você pense que estou na segunda categoria, deixe-me dizer que, em 1990, eu não fazia ideia de que o Gran-de Conflito é muito maior do que as pessoas imaginam. Nossa luta não é simplesmente contra a corrupção e as injustiças so-ciais, por mais legítimo que isso seja. Eu não imaginava que a verdadeira batalha não é travada nas ruas, mas no coração das pessoas. E enquanto esse coração não for rendido Àquele que pode recriar (porque “retoques” não resolvem nada), manifes-tações e mais manifestações se seguirão e as coisas permane-cerão basicamente as mesmas.

Já se passaram mais de vinte anos após aquela manifesta-ção singela de estudantes sonhadores em Criciúma, Santa Ca-tarina, e eu continuo inconformado com as injustiças do mun-do. Mas hoje sei a que Autoridade recorrer. Hoje sei a quem posso levar minhas reclamações e pedir mudança. “Bem-aven-turados os que têm fome e sede de justiça, porque serão far-tos. (...) Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:6 e 10).

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fique por dentro

No dia 21 de maio, a Igreja Ad-ventista do Sétimo Dia (IASD) na América do Sul passou a contar com um novo portal

integrado. É reflexo direto de uma era da convergência de mídias, realidade da qual nenhuma organização consegue escapar. Grandes corporações de comu-nicação também já entenderam isso e criam portais capazes de fazer com que o usuário permaneça ali grande parte do seu tempo e encontre todos os con-teúdos que espera. A importância dos portais, em termos de publicidade on-line, demonstra a força da plataforma. Um relatório 2013 Brazil Digital Future in Focus, da ComScore, líder global em medições e análises digitais, mostrou que portais e redes sociais são as duas maiores categorias de conteúdo que for-necem os anúncios no Brasil, represen-tando no total, 45% do mercado.

O gerente do projeto, Rogério Fer-raz, explica que a nova configuração do Portal Adventista levou em conta não apenas as necessidades que a própria organização sentia em termos de visi-bilidade, mas os anseios dos próprios

usuários. “Fizemos uma pesquisa virtual com mais de 3,4 mil pessoas que costu-mam acessar nossos sites institucionais e elencamos os conteúdos de maior in-teresse apontados por eles. Compreen-demos a necessidade de integração de mídias e também com as redes sociais, e trabalhamos com a ideia de serviços práticos como busca de igrejas”, acres-centa. O projeto também está alinhado com as estratégias gerais desenvolvidas pela sede mundial da IASD.

Integração e fortalecimento

O pastor Erton Köhler, líder sul-ame-ricano adventista, ressalta que o novo portal tem duas grandes contribuições. A primeira é a de integrar os conteúdos disponíveis e produzidos pelas insti-tuições sul-americanas adventistas nos diferentes níveis (divisão, uniões e cam-pos – associações e missões). “Essa inte-gração fortalece a marca da IASD e, por consequência, ajuda em nosso trabalho de capacitação e orientação dos mem-bros para cumprirem com a missão de uma maneira mais eficaz”, destaca.

Na avaliação do pastor Marlon Lo-pes, diretor financeiro sul-americano da denominação, a ideia de um portal que unifica alguns padrões de design e conteúdo é totalmente compatível com a estratégia de unidade promovida pela Igreja. “Além disso, o portal integrado nos ajuda com a otimização de recursos, ou seja, o melhor aproveitamento possí-vel de pessoas, ferramentas tecnológicas e investimento financeiro”, esclarece o pastor Lopes.

Funcionalidades

Na prática, o novo portal, www.ad-ventistas.org, estruturado em português e espanhol, oferece em um único lugar todos os conteúdos relacionados ao programa geral da IASD em oito países sul-americanos. Isso inclui downloads, vídeos, conteúdo da Rede Novo Tempo de Comunicação e das editoras adven-tistas e permite interação dos usuários de redes sociais. Além disso, o portal foi desenvolvido com tecnologia adaptada para ser usado e acessado por meio de dispositivos móveis.

Novo site entrou no ar com um conceito de integração de mídias, idiomas, plataformas e linguagem acessível a todos os públicos

Adventistas na América do Sul

Por Felipe Lemos

lançam portal integrado

IMAGENS: PRINT DO PORTAL ADVENTISTAS.ORG

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conta corrente

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Com uma calculadora em mãos é possível planejar porcentagens de ganho e lucrar corretamente com as vendas

Lucro empequenos negócios

Pesquise e aprofunde-se no conhe-cimento empreendedor. Assim você garante que o prejuízo não chegue ao seu negócio.

Antonio Tostes é diretor geral da Rede Novo Tempo de Comunicação

IMAGENS: STOCK.XCHNG

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Corte e costura, confeitaria de doces, artesanatos, fa-bricação de produtos ou revenda de mercadorias po-dem garantir uma renda extra na família. No entanto, essas atividades implicam na apuração dos respecti-

vos custos e no cálculo de quanto se quer ganhar na venda de cada produto.

Para quem quer ter seu pequeno, mas próprio negócio, é importante ter conhecimento dos conceitos básicos de mar-gens de lucro para fixar o preço de venda do produto. Os negó-cios que envolvem venda de mercadorias e eventuais serviços dependem sempre de três fatores fundamentais que consti-tuem a seguinte relação:

PREÇO DE VENDA = PREÇO DE CUSTO + LUCRO

Existem critérios fáceis de serem aplicados para fazer a avaliação do lucro de modo a identificar para os administra-dores ou fabricantes se a transação vale a pena ou não. Para facilitar a definição e avaliação do lucro é necessário fazer a aplicação de alguns cálculos usando porcentagens. Percentu-ais são encontrados no cotidiano das operações comerciais quando se procura definir margens de lucro (que podem ser relacionadas ao preço de custo ou de venda) nas transações com mercadorias.

Como a fórmula é muito simples, a diferença entre o pre-ço de venda e o custo, obviamente, será o lucro da operação. Quando se quer saber quanto representa esse lucro compara-

do ao custo, basta dividi-lo pelo custo e obtém-se um percen-tual comercial que chamamos de mark up. Ele mostra o per-centual de ganho ao comparar os materiais aplicados em todo o processo de fabricação do produto (ou, no caso de comer-cialização, o custo de aquisição para revenda) com o preço de venda realizado. Após essa análise, é possível concluir se esse lucro é satisfatório em relação ao capital investido, ao tempo que o produto consumiu em sua fabricação e ao tempo que levou em estoque até ser vendido. Ou seja, a análise responde se vale a pena continuar trabalhando com esse produto. Então podemos entender a equação do mark up:

PREÇO DE VENDA = PREÇO DE CUSTO + % DO PREÇO DE CUSTO

Veja alguns exemplos:

• Uma blusa de seda custa R$ 21,00. Deseja-se um lucro de 40% sobre o preço de custo. Pegue sua calculadora e multipli-que 21 por (1 + 40%, que é o porcentual desejado), ou seja, multiplique por 1,40. O resultado será o preço de venda: R$ 29,40. Esse valor dará o lucro de 40% sobre o custo da blusa.

• Para preparar uma torta com vinte porções gasta-se R$ 11,20. O lucro desejado é de 150% sobre o custo. Qual será então o preço de venda ao consumidor? Vamos lá, pegue sua calculadora novamente e multiplique 11,20 por (1 + 150%, que é o percentual desejado), ou seja, multiplique por 2,50. O resultado de R$ 28,00 deve ser o preço de venda. Esse valor dará o lucro de 150% sobre o custo da torta.

O lucro na venda de uma mercadoria, tendo como referên-cia o próprio preço de venda, é muito importante para saber exatamente quanto o vendedor está ganhando. Por exemplo, se o vendedor de uma loja ganha 4% em cada venda que rea-liza, no final do expediente ele saberá quanto ganhou ao con-sultar o que vendeu durante o dia. O patrão, ao acompanhar o faturamento da loja, saberá quanto está ganhando, desde que conheça a chamada Margem sobre o Preço de Venda.

O lucro definido em função do preço de venda de uma mercadoria é o valor obtido pela diferença entre o preço de venda e o custo, dividido pelo preço de venda. O percentual obtido por essa relação, chamado de margem, é muito utiliza-do porque identifica o lucro em relação a qualquer faturamen-to realizado. Vamos às fórmulas:

PREÇO DE VENDA = PREÇO DE CUSTO + LUCRO

Para o caso do cálculo da margem, tem-se o lucro como um percentual do preço de venda:

PREÇO DE VENDA = PREÇO DE CUSTO + % DO PREÇO DE VENDA

Percentuais são encontrados no cotidiano das operações comerciais quando se procura definir margens de lucro nas transações com mercadorias

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conta corrente

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Nessas condições, toda vez que se apura o total vendido de um produto, ou mesmo o faturamento de uma empre-sa, conhecida como margem, é possível determinar o quanto se está ganhando. Veja mais alguns exemplos:

• Uma blusa de seda custa R$ 21,00 e deseja-se um lucro ou margem de 40% sobre o preço de venda. Pegue sua cal-culadora outra vez. Divida 21 por (1 – o percentual desejado de 40%), ou seja, divida por 0,60, o que resultará no Pre-ço de Venda de R$ 35,00. Esse preço vai proporcionar um lucro de 40% sobre o preço da venda da blusa, isto é, uma margem de R$ 14,00.

Vamos a outro exemplo para ficar mais claro:

• O custo para preparar uma tor-ta com vinte porções é de R$ 11,20 e deseja-se vender com uma margem de 50% (o mesmo que dizer: um lucro de 50% sobre o preço de venda). Vamos então determinar o preço de venda ao

consumidor. Divida R$ 11,20 por (1 – o percentual desejado de 50%), ou seja, divida por 0,50. O resultado será o Preço de Venda, ou seja, R$ 22,40. Esse valor dará um lucro de 50% sobre o preço de venda da torta. Ao mesmo tempo, esse resultado vai proporcionar um lucro de 100% sobre o preço da torta, isto é, o va-lor de R$ 11,20.

Conhecendo-se o preço de venda e o custo de qualquer produto, é possível identificar ao mesmo tempo o mark up e a margem desse produto. É importante ter em mente que, em geral, o preço de venda é estabelecido em função do mer-cado, que conta com vários concorren-tes, e estabelece o preço mais adequado para a venda. Costuma-se dizer em “eco-nomês” que, hoje em dia, “é o preço que faz o custo”. Em outras palavras, o preço de venda precisa estar compatível com o mercado, caso contrário, o produto se tornará inviável. Nesse caso, dado o pre-ço de venda, é necessário descobrir qual

é o lucro obtido na comercialização do produto e identificar o mark up e mar-gem verificados. Vale notar que sempre que o mark up for o dobro do custo, isto é, de 100%, a margem será de 50%; as-sim como vimos no último exemplo.

Esse já é um pontapé para iniciar um negócio. Mas não é só isso. Pesquise e aprofunde-se no conhecimento empre-endedor. Assim você garante que o pre-juízo não chegue aos seus serviços ou produtos. Sucesso e boas vendas!

O preço de venda precisa estar compatível com o mercado, caso contrário, o produto se tornará inviável

IMAGENS: STOCK.XCHNG

TV NOVO TEMPO | SKY CANAL 14DOMINGO, ÀS 18H30REPRISES: SEGUNDA ÀS 23H, QUARTA ÀS 20H, QUINTA ÀS 8H E SEXTA ÀS 10H www.novotempo.com/saldoextra

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hinos

A música deste hino, com seu título antigo Londonderry Air (Canção de Londonderry), é tradicional da Ir-landa do Norte. É considerada por

muitos como o seu hino nacional.Essa melodia, de autor desconhecido, foi

coligida por Jane Ross, de Limavady, conda-do de Londonderry, e foi publicada pela pri-meira vez pela Sociedade para a Preservação

das Melodias da Irlanda, editada por George Petrie. Ao longo dos anos, várias letras popu-lares foram escritas para essa música. Mas não há informações sobre onde e por quem foi escrita a letra de caráter religioso, intitu-lada “Lindo País”.

Tanto a melodia como a letra são de uma primorosa beleza. Este hino descreve o lindo país preparado por Cristo para receber os remidos: “E quando o Sol se põe no horizon-te, eu julgo ver em sonhos esse lar; vejo os amigos já ressuscitados, e todos nós o nosso bom Jesus louvar”. Que visão inspiradora!

Cantemos agora esse lindo hino, vendo pela imaginação aquele maravilhoso país, onde viveremos para sempre.

1ª estrofeHá um país nas terras de além rio,Cheio de flores, de prazer e luz;É destinado às almas resgatadas;Lá não terão mais lutas nem mais cruz.

Pois é ali que a morte não mais entra,Nem mais pecado o brilho tirará.Jesus, o Rei dessas mansões tão lindas,Os salvos todos com prazer abraçará.

2ª estrofeLindo país! Eu vejo a brisa mansaAcariciar campinas e jardins,E embalar as palmas prateadasDos perfumados vales com jasmins.E quando o Sol se põe no horizonte,Eu julgo ver em sonhos este lar;Vejo os amigos já ressuscitados,E todos nós o nosso bom Jesus louvar.

LiNDo paÍS “Porque, eis que Eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembranças das coisas passadas... Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que Eu crio; porque eis que crio para Jerusalém uma alegria e para o seu povo gozo” (Isaías 65:17 e 18).

Não há informações sobre onde e por

quem foi escrita a letra religiosa

Posso Crer no Amanhã Histórias inspiradoras dos grandes hinos da fé cristã

Tanto a melodia como a letra são de uma primorosa beleza. Este hino descreve o lindo país preparado por Cristo para receber os remidos.

Pr. Tercio Sarli

92 REVISTA MAIS DESTAQUE

ReflexãoSe nós estivermos lá naquele dia, teremos ganho tudo! Se não estivermos lá, teremos perdido tudo! Qual será a nossa escolha?

IMAGENS: FREEPIK

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Após a aula, o pequeno Marcos entrou em casa ba-tendo os pés fortemente no assoalho. Seu pai estava indo ao quintal fazer um trabalho na horta, mas viu o que ele fez e o chamou para uma conversa. Marcos,

que tinha apenas oito anos de idade, obedeceu e o acompa-nhou, com certa desconfiança. Antes que seu pai dissesse algo, ele falou irritado:

– Pai, estou com muita raiva! O Bruno não deveria ter feito isso comigo! Desejo tudo de ruim para ele!

O pai de Marcos era um homem simples e humilde, mas cheio de sabedoria. Ele escutou calmamente o filho, que con-tinuou a reclamar:

– O Bruno me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito! Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola!

O pai ouviu tudo sem dizer uma palavra. Depois, caminhou até o lugar onde guardava um saco cheio de carvão. Levou-o até o fundo do quintal e Marcos o acompanhou, calado. Ele viu o saco ser aberto e antes que pudesse fazer qualquer pergun-ta, o pai propôs um jogo.

– Filho, faça de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Bruno. Cada pedaço de carvão é um mau desejo seu para ele. Quero que jogue todo o carvão na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.

O menino achou que seria uma brincadeira divertida e co-meçou a mexer no carvão. O varal com a camisa estava longe dele e poucos pedaços a acertavam.

Uma hora se passou e Marcos terminou a tarefa. O pai, que espiava tudo de longe, aproximou-se do filho e perguntou:

– Como está se sentindo agora?– Estou cansado, mas alegre, pois acertei muitos pedaços

de carvão na camisa.O pai olhou para Marcos e disse com carinho:– Filho, venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar

uma coisa.O pequeno ficou em frente a um grande espelho, onde

pode ver seu corpo inteiro. Que susto! Ele estava todo sujo de carvão. Só dava para enxergar os dentes e os olhinhos. O pai, então, disse-lhe ternamente:

– Filho, você viu que a camisa lá no varal quase não se su-jou, mas olhe só para você. O mesmo acontece quando dese-jamos o mal aos outros. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos ruins, a sujeira, os resíduos e a fuligem ficam sempre em nós mesmos. Sei que você ficou muito chateado com o Bruno, mas é importante aprender a perdoar. Não é bom desejar coisas ruins para os outros. É você que sai perdendo com isso.

Marcos entendeu a lição. Ele e o pai se ajoelharam e ora-ram, pedindo que Jesus limpasse o seu coração, tirando todo o desejo mau contra o coleguinha. Ele aprendeu a perdoar.

O CarVÃo E O perDÃo Texto de domínio público | Adaptação: Bárbara Kopitar

ILUSTRAÇÃO: MADALENA IROKAwA

Essa e outras histórias você encontra no site:

www.tiahelenita.com.br

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infantil

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Maquiagem corretiva

Ressaltando a beleza com naturalidade

Maquiar. Se você pesquisar o significado dessa palavra no di-cionário, encontrará definições assim: “Ação de realizar me-lhorias em algo ou alguém para obter uma boa aparência” e “ação de encobrir alguma coisa”. Deus nos criou perfeitos.

Eva foi a mulher mais maravilhosa que já existiu no mundo. Antes de passar pelo pecado, ela não teve acne, olheira, pé de galinha, manchas e nenhum outro defeito. Para ela, não havia necessidade de tratamentos estéticos, uso de produtos cosméticos ou maquiagem. Infelizmente, as mulheres de hoje estão bem longe da realidade de Eva. Vivemos em um mundo que, há milhares de anos, tem sido destruído. A natureza está degradada e o simples andar ao ar livre, sem filtro solar, mancha e enve-lhece a pele. Os problemas corriqueiros resultam em estresse e noites de insônia, fazendo das olheiras uma característica bastante comum entre homens e mulheres.

A maquiagem corretiva é útil, principalmente para mulheres, porque enfrentam essas circunstâncias da vida. O que estiver ao alcance para ex-terminar ou evitar as defeituosidades, como melhorar o estilo de vida, é necessário fazer. Porém, muitos aspectos estão fora do poder, aí o jeito é aprender a lidar com elas: maquiando a imperfeição, por exemplo. Quan-do a maquiagem é usada como produto de correção, não muda a imagem criada por Deus para Seus filhos. Se precisar, melhore sua imagem, mas sem deixar de lado a naturalidade.

O conselho dado pelos dermatologistas é que deve-se evitar usar dia-riamente produtos que têm grande poder de obstruir os poros. Mesmo que sejam livres de óleo, dificultam a oxigenação da pele, causando tam-bém cravos e espinhas e até o envelhecimento precoce. Por isso, procure usar base e corretivo apenas em ocasiões mais especiais, como os finais de semana. Toda mulher merece se sentir bem ao olhar-se no espelho, desde que não baseie sua autoestima em algo que sai com demaquilante, água e sabão.

Não disfarce, resolva!

O dinheiro gasto com a compra de cosméticos pode ser usado para fazer um investimento em tratamentos de pele para eliminar manchas e cicatrizes. A mudança de hábitos alimentares também é importante para manter uma pele vistosa, evitando alimentos gordurosos e açucarados que causam espinhas. Adotar a prática de fazer exercícios físicos é outra dica, pois aumenta as chances de se ter uma pele bonita e sadia.

96 REVISTA MAIS DESTAQUE

estilo

A absorção de maquiagem e outros produtos de beleza, como hidratantes corporais, pode colaborar para o desenvolvimento do câncer. Os parabenos, agentes conservantes presentes nessa classe de produtos, foram encontrados em grandes quantidades em amostras de tumores de mama. Na pele, a absorção ocorre sem haver nenhum tipo de filtragem. As toxinas vão diretamente para a corrente sanguínea.

Emanuelle Sales, criadora do blog Bonita Adventista

Cuidado com os parabenos!

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO/FREEPIK

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seu direito

Bancos podem responder por

prática abusiva e dano moral, caso

enviem cartões de crédito sem solicitação do

cliente

CarTÃo De CrÉDiTo?

NÃo, oBRIGADo!

Se o cliente não solicitou, não deve aceitar, prin-cipalmente quando não sabe fazer bom uso do cartão de crédito

Ricardo Abrusio é a advogado Tributário e [email protected]

98 REVISTA MAIS DESTAQUE98 REVISTA MAIS DESTAQUEIMAGENS: CANSTOCKPHOTO

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A administradora foi condenada a pagar multa diária de 50 salários mínimos no caso de não interromper imediata-mente tal ação, incluindo não cobrar, a qualquer título, valores de taxas, encargos e anuidades.

Inconformada, a empresa apelou da sentença ao Tribunal de Justiça de São Paulo, cujo colegiado, por maioria, entendeu que a prática se resumia em “mera oferta”, uma vez que o car-tão enviado era bloqueado e sem cobrança de qualquer valor, não configurando, ao entender dos desembargadores, qual-quer violação ao CDC.

O Ministério Público não se contentou com a decisão de segunda instância e recorreu ao STJ, sustentando a ideia de que a ação adotada pela empresa é abusiva e vedada pelo CDC, ao interpretar que a lei não permite relativização, sendo claro que o código de defesa simplesmente protege o consumidor dessa prática.

Em seu voto, o ministro Sanseverino ressaltou que mesmo havendo bloqueio no cartão enviado, a situação vivenciada pelo consumidor gera angústia desnecessária, especialmente em pessoas humildes e idosas.

No caso em pauta, a Turma restabeleceu a sentença de pri-meiro grau, considerando a prática de envio de cartão de cré-dito abusiva e ilícita, porém, a decisão não foi unânime, já que o ministro Ricardo Villas Bôas Cueva não julga o caso como ilegal, pois constitui apenas proposta e não oferta de produto ou serviço.

Se o cliente não solicitou, não deve aceitar, principalmente quando não sabe fazer bom uso do cartão de crédito, que já vêm com limites bem acima da capacidade financeira do con-sumidor. E quantas pessoas lamentam ter aceitado tal serviço, pois estão endividadas e não sabem como resolver o proble-ma. Passam por situações constrangedoras, como ter seus nomes negativos pelos serviços de crédito, com cobranças de juros altíssimos, entre outras condições.

É cada vez mais comum ver bancos e operadoras en-viando cartões de crédito para pessoas – sejam clien-tes ou não –, sem aviso prévio ou solicitação. Conde-nada pelo artigo 39, inciso III do Código de Defesa do

Consumidor (CDC), é caracterizada como prática comercial abusiva e passível de danos morais, de acordo com a recente decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

A determinação foi anunciada em maio, durante o julga-mento de recurso do Ministério Público de São Paulo contra uma administradora de cartão de crédito. Em primeira ins-tância, a empresa já havia perdido a causa, sendo condenada em se abster dessa prática e a indenizar por danos morais os consumidores que haviam recebido cartões sem solicitação expressa, além de reparar possíveis danos materiais.

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, relator da turma de julgamento, reconheceu o caráter abusivo da conduta da administradora em enviar cartões sem que o cliente houvesse pedido. Na decisão, entendeu-se que o CDC protege os inte-resses dos consumidores no período pré-contratual, coibindo abusos de direito na atuação como fornecedores de serviço nesse mercado. Chegou-se à conclusão de que essa condição é absolutamente contrária à boa-fé objetiva, um dos princípios basilares nas relações de consumo.

Esse processo teve origem em uma Ação Civil Pública, uma vez que bancos e administradoras de cartões de crédito es-tavam agindo de maneira indiscriminada, embora seja do co-nhecimento de todos que o CDC proíbe tal prática em dois de seus artigos.

De oLho Na LeiAcompanhe a descrição dos dois artigos da CDC:

Art. 6º – São direitos básicos do consumidor:

Inciso IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

Art. 39 – É vedado ao fornecedor de pro-dutos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

Inciso III – enviar ou entregar ao consumi-dor, sem solicitação prévia, qualquer produ-to, ou fornecer qualquer serviço.

99REVISTA MAIS DESTAQUE

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seu direito

100 REVISTA MAIS DESTAQUE FONTE: PESQUISA SPC BRASIL

DE olhoS NAS CoNTAS!De acordo com a Serasa Experien, a inadimplência do consumidor cresceu 3,6% em março deste ano, em comparação com o mês anterior, fevereiro. Sendo assim, houve um aumento de 10,5% na inadimplência dos três primeiros meses de 2013 e crescimento de 8,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. O cartão de crédito é um dos responsá-veis por esses números e caracterizam as seguintes estatísticas:

Sexo feminino

63%Sexo feminino

52%Sexo masculino

37%Sexo masculino

48%

FAIXA ETÁRIA

25 a 34 anos

16%35 a 49 anos

27%50 a 64 anos

28%

FAIXA ETÁRIA

25 a 34 anos

34%35 a 49 anos

36%50 a 64 anos

12%

RENDA FAMILIAR

De R$ 906 a R$ 1.375

19%De R$ 1.376 a R$ 2.200

20%De R$ 2.201 a R$3.825

26%

RENDA FAMILIAR

De R$ 906 a R$ 1.375

19%De R$ 1.376 a R$ 2.200

28%De R$ 2.201 a R$3.825

22%

PAGAMENTO DA FATURA

100% na data de vencimento:

93%100% após a data de vencimento:

4%Mínimo/parte do valor:

3%

PAGAMENTO DA FATURA

100% na data de vencimento:

60%100% após a data de vencimento:

15%Mínimo/parte do valor:

24%

adimplentes inadimplentes

$ $RG RG

$ $85% não sabem qual é a taxa de juros do cartão

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peSSoaS iNTeLiGeNTeS

aCreDiTam em DeUS?

104 REVISTA MAIS DESTAQUE

evidências

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

Sabemos que a ação de Deus na história é velada pela ação humana, e não conflituosa com o livre arbítrio das criaturas

Rodrigo Silva é doutor em Teologia Bíblica

Argumentos contestam as teorias ateístas de que Deus não existe e pesquisas mostram que a mente humana foi projetada para crer em um ser superior

parTe 2

Page 105: A Primeira Hora

105REVISTA MAIS DESTAQUE

Na edição anterior de Evidências, você conheceu o neoateísmo e descobriu que algumas universida-des americanas, através de pesquisas, afirmam que a frequência religiosa reduz as chances de uma

pessoa adquirir doenças. O biólogo inglês Richard Dawkins pregou que é estupidez acreditar em “amigos imaginários”, referindo-se a Deus. Nesta edição, você vai saber quais são os argumentos contra as teorias ateístas e perceber que o estúpi-do que crê em Deus, como dizem os neoateístas, na verdade, podem ser inteligentes.

Recentemente, Andrew Newberg e Mark Waldman, dois neurocientistas famosos, lançaram o livro “Como Deus muda sua mente”. Esse livro foi uma revolução no mundo da neuro-ciência e é uma versão popular de pesquisas feitas por esses especialistas e acadêmicos em medicina da universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Os autores da obra apostam na existência de Deus como possibilidade, não certeza, e mesmo assim detectaram os bons efeitos da fé sobre o cérebro. A fé a que eles se referem está associada também à espiritualidade, meditação, e, por mais estranho que pareça, em Deus. Outros cientistas também fize-ram pesquisas semelhantes e, além de chegar a resultados pa-recidos, apresentaram conclusões adicionais ainda mais fortes à teoria chamada “ponto divino no cérebro humano”.

Entre esses cientistas estão os doutores Justin Burret, antropólogo, psicólogo experimental e professor da univer-sidade de Oxford, e Jordan Grafman, chefe do departamento de neurociência cognitiva do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame. Grafman também é autor de uma das pesquisas mais recentes sobre o assunto, publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Science. Es-ses pesquisadores concluíram que a mente humana foi proje-tada para crer em um ser superior. Quando isso não acontece, a tendência é compensar a carência de fé adorando algo no lugar de Deus.

Alguns desses doutores, como o próprio Newberg, que não é religioso praticante, sugeriram que a ciência deveria levar a sério esse assunto estudando o que eles chamam de neurote-ologia, um termo, hoje, aceito por especialistas de várias áre-as. Isso não implica em provar pela ciência as doutrinas da fé ou a veracidade das religiões. Também não prova a existência de Deus. Apenas aponta para o fato de que nós nascemos com propensão para nos voltar a algo superior que tem todas as características de Deus. Quanto às verdades da fé, por exem-plo, saber se Jesus é mesmo o filho de Deus, nascido de uma virgem, ou se o Apocalipse finalmente cumprirá todas as suas profecias são temas de outro departamento que não podem ser avaliados à luz do método científico.

Tais pesquisas se limitaram a comprovar que a nossa men-te é estruturada para crer. Em outras palavras, a natureza hu-mana foi projetada para raciocinar levando em conta a reali-dade espiritual do universo. Logo, querer exigir que um aluno ou pesquisador universitário deixe do lado de fora da faculda-de a sua fé e querer que ele veja apenas o aspecto material da realidade ignorando ou negando outros aspectos espirituais ou divinos, equivalem, em última instância, a pedir que ele in-

terrompa os mecanismos normais do raciocínio humano e que se limite a ser cético e realista. Isso é uma negação da capaci-dade de raciocinar, para não dizer mutilação arbitrária de suas potencialidades cognitivas. É como dizer a um pássaro: eu sei que você nasceu com potencialidades e propensão para voar, mas nesta faculdade não acreditamos em voo, então, se quiser estudar aqui, esqueça as nuvens. Ande sempre como se nunca pudesse bater asas e alcançar o céu.

A explicação religiosa ou teológica não devem ser a única ou exclusiva possibilidade de discussão. Qualquer cristão ra-cional, por mais conservador que seja, sabe que existe uma lei da gravidade e que o fato de um objeto cair no chão tem uma causalidade física. Não precisamos buscar um agente divino ou diabólico para derrubar um objeto no solo, nem invocar as forças do demônio para explicar a inflação. Também não é o estudo da gramática a partir da Bíblia Sagrada que fará o meu português ficar mais aguçado. Muitos aspectos da fé realmente não têm nada a ver com o método científico. Jamais podemos promover estudos que tendem a repetir como o mar vermelho se abriu ou provar que Jesus realmente poderia nascer de uma virgem ou caminhar sobre as águas.

Sabemos que a ação de Deus na história é velada pela ação humana. Ela não é conflituosa com o livre arbítrio das cria-turas. A verificabilidade desta ação divina, muitas vezes, es-capa à análise laboratorial. Por outro lado, porém, trabalhar com 100% de negação ou anulação do sagrado é quebrar um princípio do próprio método científico, composto por verifi-car todas as possibilidades lógicas na análise de um problema. Sendo assim, porque seria anticientífico trabalhar com a hipó-tese de um criador para justificar o surgimento do universo ou

105REVISTA MAIS DESTAQUE

A natureza humana foi projetada para raciocinar

levando em conta a realidade espiritual

do universo

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evidências

106 REVISTA MAIS DESTAQUE IMAGENS: DIVULGAÇÃO

fazer uma oração no momento de iniciar um teste de matemá-tica ou língua portuguesa?

Antes que estas recentes pesquisas fossem realizadas na neurociência, Viktor Frankl, fundador da terceira escola de psicanálise de Viena, Áustria, também havia chegado a con-clusões muito semelhantes. Como psicanalista, afirmou que o ser humano foi projetado para crer e adorar um ser superior. Neuroses sérias poderiam decorrer da mera negação desta re-alidade. Acadêmicos de diversas áreas também chegaram ao mesmo ponto a cerca da relação íntima do nosso cérebro e a fé em algum tipo de deus. Mas, o que os ateus disseram sobre tudo isso? Bem, eles também admitem essa “projeção” para o sagrado. Aliás, até mesmo Darwin admitiu isso ao dizer em seu livro “A origem do homem”, escrito em 1871, que a disposição

humana para crer em agentes espirituais é incrivelmente uma predisposição universal. Mas a explicação de um ateu é inte-ressante e bem diferente.

Inspirados no ateu Sigmund Freud, pai da psicanálise, eles dizem que a fé e a busca do sagrado são uma ilusão infantil danosa que precisa ser superada pelos seres humanos. Alguns chegam a ser mais radicais, como o escritor e psicólogo clínico Darrel Ray, autor do livro “O vírus de Deus”. Ele declara que a religião é um parasita que atinge o cérebro e enfraquece a pessoa. A mudança de hábitos e a conversão a uma nova fé religiosa é, para ele, o sintoma desse vírus que atinge a mente, e só há resolução por meio de um tratamento especializado.

Com este pensamento, seria correto afirmar que um tra-ficante de drogas que abandonou o narcotráfico por causa de

Até mesmo Darwin admitiu que a disposição humana para crer em agentes espirituais é incrivelmente uma predisposição universal

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evidências

108 REVISTA MAIS DESTAQUE

Muitas vezes, a pessoa que se diz ateia está apenas negando a caricatura de Deus que falsos religiosos desenharam para ela

alguma religião, seria, na verdade, alguém acometido por uma doença que precisa ser curada. Neste caso, tratá-lo significa fazer com que ele volte para o crime. Irônico, não? As evidências não apenas mostram que a fé é algo bom, mas algo compatível com o mundo acadêmico.

Uma enquete realizada em 2007 com 1646 acadê-micos de 21 renomadas universidades americanas de-monstrou que 60% de todos os físicos, químicos e biólo-gos entrevistados, afirmavam com segurança: “eu creio em Deus”. No mesmo ano, essa pesquisa foi publicada na revista “Social Problems”, especializada em assuntos de sociologia. Sendo assim, seriam mesmo estúpidos aque-les que creem em Deus ou, como dizem os neoateístas, os que creem em “amigos imaginários”? Se isso é verda-de, estamos na pior crise intelectual de todos os tempos, pois títulos de mestrado e doutorado estão sendo confe-ridos a pessoas estúpidas.

Certa vez alguém comparou a crença a Deus como acreditar em papai Noel. Entretanto, eu nunca vi títulos de PhD sendo dados a alguém por admitir a existência de papai Noel, mas muitas pessoas que acreditam na historicidade de Gênesis têm seus títulos conferidos por respeitadas universidades ao redor do mundo. E essas pessoas mostraram altíssimos resultados em testes de QI (quociente de inteligência) ou aptidão intelectual.

Então, o estúpido que crê em Deus seria um inteli-gente? O estúpido seria um gênio? Eu pensava que estu-pidez e inteligência eram coisas opostas. Ou será que o conceito de estupidez dos neoateus não passa de precon-ceito e racismo intelectual? Seria democrático uma uni-versidade impedir um aluno ou pesquisador de refletir racionalmente sobre a sua fé? Creio que não. Agora, por outro lado, os que se dizem crentes em Deus não devem pagar o mal com o mal. Jesus disse: “Amai vossos inimi-gos e orai pelo que vos perseguem” (Lucas 6:27). Esta foi a ordem do Mestre. Se você crê em Deus, precisa cumprir isso ao pé da letra.

Devemos nos conscientizar de que, muitas vezes, a pessoa que se diz ateia está apenas negando a carica-tura de Deus que falsos religiosos desenharam para ela, um deus amargo, frio, fanático e até sem graça, que eu mesmo rejeitaria se a única imagem que eu tivesse dele fosse essa. Por outro lado, alguns ateus apontam tantos erros cometidos em nome da fé, como guerra santa, in-quisição e atentado, por exemplo, que acabam imitando o modelo que tanto denunciam. Portanto, cuidado. Se você é um desses ateus militantes que atacam a fé por causa dos erros que ela cometeu no passado e os acentua ainda mais, novamente, cuidado. Pois “quando você con-templa demais o abismo, ele também contempla você”, como advertiu o próprio Nietzche, o príncipe dos moder-nos ateus.

Trabalhe pelo menos com a hipótese de Deus. Abrace de coração essa possibilidade. Isso é tudo o que o Espí-rito Santo precisa para entrar em sua vida e mostrar a realidade do céu e de Deus. Pense nisso com carinho.

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

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aconteceu comigo

Domingo, 6 de janeiro de 2013. Thayanne Lima dos San-tos acordou cedo para encontrar um grupo de amigos. O programa do dia se resumia em um passeio na gruta Buraco das Andorinhas, na cidade de Formosa, Goiás.

O local fica há cerca de 130 quilômetros de Brasília, é bastante conhecido na região, mas tem difícil acesso.

O dia estava levemente nublado. O pneu traseiro do carro do namorado de Thayanne amanheceu furado e sem ar. A procura por um borracheiro não teve sucesso, pois, é difícil encontrar um comércio em funcionamento às 7 horas da manhã de do-mingo. “Decidimos que o passeio não seria perdido, iríamos assim mesmo. O carro ficou no ponto de encontro e partimos no automóvel de um amigo”, conta a jovem.

Às 10 horas, Thayanne e seus amigos chegaram à gruta. O passeio deveria reunir poucas pessoas, mas 31 compareceram

ao local. Uma parte do grupo era experiente em exploração de cavernas, sendo que dois integrantes eram espeleólogos rígidos com questões de segurança. “Antes de iniciarmos a excursão, os mais experientes explicaram a natureza do pas-seio, características da caverna, possíveis riscos e qual deveria ser o comportamento do grupo diante de situações diversas. Estávamos devidamente preparados com equipamentos de primeiros socorros, mantimentos, água e lanterna, porém, nem todos os integrantes estavam com roupas apropriadas para a atividade”, afirma Thayanne. Ela acrescenta que a quantidade de coletes salva-vidas não era suficiente, embora fosse de uso imprescindível, já que a gruta possuía um lago. Para resolver o problema, o grupo se dividiu em quatro equipes, de modo que todos atravessaram o lago usando o colete, pois, após o uso de uma equipe, um membro experiente voltava com os coletes

110 REVISTA MAIS DESTAQUEIMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

“MEU DEUS, ME SAlVA!”

Por Redação MD

Thayanne só queria aventurar-se, mas não esperava que aquela manhã de domingo traria o amargo sabor da tragédia que quase lhe custou a vida

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para o grupo seguinte. Depois das instruções, todos pediram a proteção de Deus e a aventura começou. Thayanne estava equipada e pertencia à última equipe que atravessou o lago.

Aventura perigosa

“A entrada na caverna se faz por uma grande rampa, de apro-ximadamente 200 metros, com desnível acentuado, cobertos de vegetação e várias pedras, até a margem do lago. Depois dele, a caverna tem seu maior desenvolvimento, com um corredor de fácil acesso, pequenos trechos em desnível e diversos salões pequenos. Contudo, para acessar esse trecho, é necessário subir a parte mais perigosa da caverna: uma rampa muito inclinada, com diversos blocos soltos, de variados tamanhos e formas”, descreve a moça. Tudo estava bem até aí. Três equipes e uma parte do quarto grupo já havia subido a rampa. Thayanne co-meçou o trajeto e só faltava cinco integrantes fazerem o mesmo.

Thayanne ouviu alguém gritar “pedra”, ou seja, alguns blocos acima dela poderiam deslizar. Encostada na pedra maior para se proteger, outras menores rolaram sem atingi-la. “Retornei para a trilha e houve um novo aviso sobre pedras. Protegi-me no mesmo local, só que dessa vez não eram simples pedrinhas. Houve um deslizamento de blocos pequenos e grandes que me deslocaram e cobriram por completo”, diz. A jovem percebeu que algo estava errado e clamou “meu Deus, me salva! Me segu-re e me salva”. Foi nesse momento que a tranquilidade invadiu sua mente e ela teve a certeza de que tudo ficaria bem. As pedras deslizaram por cinco segundos e fizeram muito barulho. Quan-do finalmente pararam de cair, Thayanne olhou em volta, mas estava tudo escuro. “Aos poucos minha visão se acostumou ao breu e então pude identificar um grande bloco em cima de mim. Pesava toneladas e prendia minha cabeça. Vi um vão em frente ao meu tórax, por onde meus braços podiam se movimentar e minhas pernas estavam dobradas, cada uma para um lado, e presas entre pedras e terra. Não sei explicar ao certo como isso aconteceu, mas Deus fez um milagre. Ele segurou aquelas pedras de modo que não fui esmagada”, lembra.

A moça ouviu alguém chamá-la e resmungou algumas pala-vras. Os amigos perceberam que ela estava viva, mas não tinham ideia de sua localização exata. Thayanne encontrou uma fresta, por onde colocou a mão, de modo que foi vista pelo namorado. No momento, ele caminhava em cima do grande bloco que prendia a garota.

Dois amigos saíram da caverna para solicitar resgate ao Corpo de Bombeiros. O restante do grupo estava acima do deslizamento e não sabia exatamente o que havia acontecido. “Todos se uniram em oração pedindo a Deus o livramento. Os que estavam abaixo se organizaram para me retirar do local de forma segura e o mais rápido possível, antes que novos desli-zamentos ocorressem”, conta.

As pedras menores começaram a ser retiradas para que fosse possível saber o estado de Thayanne. A orelha direita quase foi decepada, o que gerou uma suspeita de traumatismo craniano. Ela sentiu que sua orelha estava machucada, mas ficou com medo de tocá-la. “Além do quadro traumático grave, a equipe percebeu que não seria possível me retirar daquela forma, pois todos os blocos eram instáveis, de forma que, se retirassem mais pedras de cima de mim, o grande bloco poderia se movimentar e me esmagar”, aponta a moça.

Tentativa de livramento

Enquanto os amigos tentavam encontrar uma forma de salvá-la, Thayanne queria livrar uma das pernas que estavam presas. Mas, além de não conseguir retirá-la das pedras, não encontrou o pé, pois a perna estava fraturada e foi dobrada na canela pelo peso dos blocos. Nessa situação, ela ficou apavora-da e começou a chorar. “Então meu namorado segurou minha mão bem forte e fez uma oração longa e fervorosa, que trouxe a calma novamente ao meu coração”, recorda.

Após avaliar a cena, as equipes perceberam que existia uma pequena fresta por baixo do grande bloco, tornando possível avistar as pernas de Thayanne. Os amigos concluíram que se soltassem os membros inferiores e o capacete, ela deslizaria para fora do amontoado de pedras. O problema é que ela estava próxima ao lago e havia o risco de escorregar e cair na água. Poderia se machucar mais e até mesmo começar a se afogar.

Enquanto cortavam as fivelas do capacete e o colete que Thayanne estava usando, um membro do grupo tentou soltar a perna esquerda, puxando-a. “Foi terrível! Senti uma dor profun-da e soltei um longo e sofrido grito. Em seguida, realinharam a perna, já que meu tornozelo estava quebrado e meu pé virado para trás”, ressalta a jovem. A agonia não parou por aí. Outro integrante do grupo ficou deitado para segurar a garota, en-

“Aos poucos minha visão se acostumou ao breu e então pude identificar um grande bloco em cima de mim.

Pesava toneladas e prendia minha cabeça”

111REVISTA MAIS DESTAQUE

Thayanne e seu namorado, Kariel Alexander, agradecem a Deus por Sua bondade e livramento

Page 112: A Primeira Hora

quanto um terceiro resguardava sua cabeça e a orientava para posicionar os braços. Uma corda foi passada por baixo de seu joelho direito para soltar a perna. Assim que foi puxada, Thayan-ne soltou outro grito de dor. Ela levantou os braços, conforme orientação, e começou a deslizar para fora dos blocos. “Mas não era tão simples assim. Fiquei livre apenas da cintura para baixo, com o tronco ainda preso ao bloco. Enquanto isso, meu namorado improvisava uma imobilização para minhas pernas e os outros se preparavam para me segurar e evitar que eu fosse parar no lago”, comenta.

Além da imobilização, um travesseiro inflável e um colete foram amarrados para que as pernas de Thayanne flutuassem. Seu corpo deslizou. A orelha foi limpa e recebeu um curativo para evitar contato direto com a água do lago e qualquer con-taminação. Os amigos vestiram-na com um colete e prenderam um travesseiro inflável na cabeça. Com tudo preparado, cinco pessoas se revezaram para atravessar o lago e tentaram manter a jovem, que reclamava de dor na região lombar, acordada.

Ao sair do local, os amigos de Thayanne montaram uma espécie de cama quente, composta de cobertores de emergên-cia e uma vela acesa, com o intuito de evitar hipotermia. “Meu namorado ficou orando comigo, enquanto esperávamos os bombeiros. Os membros da equipe que me conduziram, retor-naram para retirar os outros integrantes do grupo que ainda estavam do outro lado do lago”.

Resgate

Quando os bombeiros chegaram, Thayanne foi colocada em uma maca e transportada para fora da caverna. Como o acesso ao local era difícil, foi preciso um helicóptero para auxiliar no resgate. A jovem foi levada para o Hospital de Base de Brasília e, mesmo com a falta de médicos, foi atendida no exato momento em que chegou. “Os primeiros exames mostraram que minha coluna e cabeça haviam sido preservadas. Apesar das propor-

ções do acidente, estavam intactas”, comemora ela. O resulta-do dos demais exames apontaram um leve esmagamento em partes dos membros inferiores, duas fraturas graves na perna esquerda e uma na direita, orelha quase decepada, compressão parcial do nervo facial (o que ocasionou uma paralisa tempo-rária no lado direito do rosto) e escoriações na face, pescoço e pernas. A garota foi tratada e teve as duas pernas operadas naquela madrugada de domingo para segunda-feira.

Durante o acidente, os pais de Thayanne estavam em viagem no exterior e só conseguiram retornar ao Brasil na semana seguinte. “Mas nesse período recebi muito apoio das minhas irmãs, namorado, familiares, amigos e também da grande fa-mília que é a nossa igreja. Fui tão bem cuidada que, mesmo diante da ausência dos meus pais, não me senti desamparada em momento algum. As pessoas que estavam comigo na caverna oraram a meu favor. Recebi mensagens motivadoras e igrejas do país inteiro oraram por mim. Gente que eu nem conheço estava e continua orando”, alegra-se.

Para Thayanne, Deus demonstrou muita bondade e atendeu suas orações. Além das cirurgias terem sido bem sucedidas, a recuperação foi rápida. Os médicos lhe deram alta em apenas nove dias. “Recentemente passei por mais uma cirurgia na per-na direita e ela também foi um sucesso. Antes não podia andar, mas como a recuperação de todas as fraturas evoluíram muito bem, iniciei a fisioterapia nas pernas, abandonei a cadeira de rodas e estou de muletas”, relata. O tratamento fisioterapêutico ajuda na paralisia facial, que, segundo a jovem, está pratica-mente imperceptível.

Apesar de todos os transtornos que o acidente causou, Thayanne agradece a Deus pelo amor demonstrado não só a ela, mas a pessoas que ainda não O conhecem. “Eu pedi para Deus me salvar e Ele fez muito mais do que isso. Não apenas preser-vou a minha vida, como esteve presente em cada momento de angústia e sofrimento. Ele tem conduzido cada detalhe e me fez enxergar a vida sob uma nova perspectiva. Eu nasci na Igreja Adventista, e poder contar com Deus e sentir o poder da oração da forma que senti, trouxe mais certeza em tudo o que creio. Verdadeiramente não cochila ou dorme o guarda de Israel, Ele está sempre pronto a nos amparar”, emociona-se.

“Todos se uniram em oração pedindo a Deus o livramento”

aconteceu comigo

112 REVISTA MAIS DESTAQUE

Mesmo sem o apoio presencial dos pais, Thayanne recebeu apoio de amigos e familiares.

IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

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a ViTória Vem Do SeNhor

Como se tivessem dado uma volta ao mundo, todos “pararam no tempo” ao chegar e contemplar aquela cidade maravilhosa. Você já teve ou tem vontade de percorrer o mundo todo e conhecer aqueles alme-

jados países com suas belezas sem igual? Minha esposa e eu temos muita vontade de fazer uma viagem para Israel e conhe-cer cada lugar em que Cristo andou com seus discípulos. Seria realmente algo espetacular, de “congelar no tempo”.

Essa foi a sensação que o povo de Israel teve após uma jornada de quarenta anos em busca da terra prometida. Às margens do rio Jordão, o povo israelita contemplou a cidade de Jericó, com beleza exorbitante das palmeiras aos palácios. A escritora Ellen G. White nos revela com detalhes como era esse belo lugar. “Este vale abrigado tinha o clima dos trópicos; ali florescia o sitim, ou acácia, dando à planície o nome de ‘vale de sitim’” (Patriarcas e Profetas, p.478). O povo estava otimista, pois havia alcançado maravilhosas vitórias. Mas, será que naquele momento todos estavam realmente preparados para possuir a terra prometida? O que aconteceu exatamente quando Israel chegou aos limites de uma terra boa e ampla, que emanava leite e mel?

Os espias israelitas perceberam que os habitantes daque-la terra eram grandes e valentes. Para possuí-la, uma guerra santa precisava ser travada e o Senhor seria o varão que es-taria à frente do Seu povo. Se algum inimigo invadisse a terra sagrada que havia sido prometida para Israel, despertaria a ira de Deus.

Vencedores

No livro de Juízes temos abundantes ilustrações de ambos os aspectos de Guerra Santa, como o recrutamento, que podia ser feito com toques de buzinas, sinais visíveis nas colinas, en-tre outros. Antes de engajar-se em uma Guerra Santa, Israel, com as demais nações, consultava se o tempo era favorável para o projeto e Deus assegurava auxílio divino. Antes da ba-talha, sacrifícios deviam ser oferecidos para ganhar o favor de Deus, o Senhor.

Por meio da vitória pela Guerra Santa, compreendemos como Israel era um povo amado e abençoado por Deus, pois era obediente aos Seus ensinamentos. Hoje, o povo remanes-cente de Israel ainda recebe a vitória, basta apenas confiar e buscar o Senhor.

Todas as nossas vitórias acontecem porque Deus está na frente, desde que confiemos nEle. Apesar da presença do Se-nhor na vida do povo de Israel, Ele foi rejeitado. Hoje, muitas vezes, fazemos o mesmo. Interessante notar como a Bíblia re-pete advertências contra aventuras a terrenos perigosos que podem ser difíceis de abandonar (I João 2:15 e Tiago 4:4).

Ver a nova Jerusalém será, sem dúvida alguma, algo espe-tacular, de “parar no tempo”, mas só aqueles que colocam o Senhor à frente das suas vidas terão a vitória de habitar com Ele nesse lugar celestial. Já estamos cansados de ouvir que o nosso mundo vai de mal a pior. Com a entrada do pecado, vi-vemos esta realidade. Precisamos analisar a quem realmente estamos servindo. Pense, medite, veja sua vida. Se existe al-gum pecado acariciado, procure deixá-lo. É Deus quem nos dá a vitória.

Já estamos cansados de ouvir que o nosso mundo vai de mal a pior. Com a entrada do pecado, vivemos esta realidade

Rogério Cárcamo Viola é pastor distrital do Itaim Paulista (APL)

reflexão

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Os nossos méritos são repostas de Deus pela nossa obediência a Ele

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