10
VALTER HUGO MÃE Um dia, a princesa disse que queria ser enfermeira e imediatamente correu pelo reino que a rapariga estava palerma. Era comum que andasse ao pé dos bichos, a ver-lhes as patas e as barrigas, a fazer cócegas até aos galináceos mais cacarejantes e destituídos de afecto. Sabiam todos que muitos animais não tinham cultura suficiente para apreciar um carinho, mas a princesa, a crescer para mais tarde herdar a coroa e decidir os destinos do seu povo, gostava de acreditar que o carinho e a ajuda faziam sempre sentido. Conto de Natal A princesa palerma 0 21 DE DEZEMBRO DE 2014 0 OUTRAS EDIÇÕES

A Princesa Palerma - PÚBLICO

  • Upload
    cmiguel

  • View
    218

  • Download
    2

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista 2 Público - Valter Hugo Mãe

Citation preview

  • VALTER HUGO ME

    Um dia, a princesa disse que queria ser enfermeira e

    imediatamente correu pelo reino que a rapariga estava

    palerma.

    Era comum que andasse ao p dos bichos, a ver-lhes as

    patas e as barrigas, a fazer ccegas at aos galinceos mais

    cacarejantes e destitudos de afecto. Sabiam todos que

    muitos animais no tinham cultura suficiente para apreciar

    um carinho, mas a princesa, a crescer para mais tarde herdar

    a coroa e decidir os destinos do seu povo, gostava de

    acreditar que o carinho e a ajuda faziam sempre sentido.

    Conto de Natal

    A princesa palerma 0 21 DE DEZEMBRO DE 2014 0OUTRAS EDIES

  • O velho rei, todo alterado de preocupao, mandou que lhe

    chamassem a filha. Que ali fosse diante do trono a explicar-

    se. E ela l compareceu. Desarranjada, com o vestido

    manchado pela verdura das ervas, as mos a cheirarem ao

    bafo dos ces, encolhia-se, muito mal preparada para um

    raspanete. Estava sempre suja, nem penteada direito. E

    voltou a dizer: quero ser enfermeira, para cuidar das pessoas

    racionais e irracionais. O rei, espantado e furioso, gritou: tu

    ests palerma? Aquilo que se dizia boca fechada passou a

    ser notcia de jornal. Publicavam-se fotografias das suas

    unhas com terra, das bainhas das saias descosidas, at das

    peugadas de terra no cho lustrado do palcio. Tudo servia

    para mostrar que a princesa era demasiado misturada, no

    estava instruda para a soberania e para o recato.

    Uma rainha no tinha profisso, para l de ser mandona e

    vigiar contas e estradas. As rainhas no arranjavam tempo

    para mais nada. s vezes, se estivessem bem-dispostas,

    faziam carinhos nas crianas pobres. Mas apenas se

    parecessem lavadas e sem piolhos. E apenas se no

    corressem o risco de lhes desaparecerem os anis de

    brilhantes. As rainhas tomavam conta das jias. Expunham

    a riqueza dos reinos, como uma garantia de fartura

    suficiente para os cuidados elementares. E os ces eram para

    a caa e deviam estar arredados das moas ou mulheres

    perfumadas e bem vestidas. Tinham pulgas, eram

    lambentos, lambiam tudo, queria dizer, transmitiam

    doenas e nojo. Ningum gostaria de uma rainha doente,

    enojada ou nojenta. Seria a runa de uma dinastia. Uma

    desgraa. O rei dizia estas coisas, gesticulava em crculos

    aflitos, e todos os sbditos se apiedavam dele. Os sbditos

    diziam que sim, que sim. O rei era sapiente, equilibrado,

    muito justo. A sua preocupao era uma cincia poltica

    madura. Dependiam completamente da maneira culta como

    ele at ento gerira os patrimnios e os humores, as

    esperanas e as colheitas rduas de cada ano.

  • A jovem princesa, a estender o vestido para disfarar o

    amarrotado no colo, gaguejava e procurava ter razo.

    Gostava que fossem todos saudveis e ficassem contentes.

    Era o melhor. Que os cidados pudessem ser saudveis e

    contentes. O rei, estupefacto, com os olhos a saltarem-lhe da

    cara, dizia que aquelas eram ideias absurdas. Um povo

    contente nunca se vira. O contentamento era como um dia

    de domingo, e aos domingos no se sustentavam impostos.

    Que horror. Gritava o rei sem respirar direito. Que horror.

    Tinha uma nica filha herdeira e no conseguira ensinar-lhe

    o essencial sobre o comando de um reino. Era urgente que

    fosse internada, medicada, curada. Era urgente que a

    metessem de castigo, que lhe dessem juzo, que lhe tirassem

    da cabea uma to grande palermice. Era urgente que lhe

    escolhessem comprimidos, supositrios ou vacinas. Estava

    doente, deficiente, habitada por um marciano, estava torta,

    mal-disposta, estragada, enganada, desconcentrada,

    casmurra. Estava muito palerma.

    E o povo comentava: a princesa palerma. A princesa

    palerma. E diziam: acudam-nos, vai deixar este reino de

    rastos, vamos todos passar fome porque a princesa gasta os

    dias a pensar em ter um emprego normal. Os empregos

    normais no so bons para as pessoas que no so normais.

    Toda a gente comentava. As princesas no so normais. No

    lhes nasciam os olhos na testa nem sete braos, eram

    parecidas com moas convencionais, mas de convencionais

    no tinham nada. Eram cuidadas a gua de rosas e miolo de

    frutos raros para poderem aceder a grandes ideias e vises

    de futuro. As princesas nasciam em atenes para poderem

    concentrar-se na prospeco espantosa da vida, descobrindo

    e guiando os cidados comuns e feridos de profunda

    opacidade. As princesas eram pessoas de transparecer.

    Deviam ver atravs delas mesmas e atravs das outras

    coisas. Como se para elas o mundo fosse de cristal. Era isso

    que justificava a sua preciosidade e importncia.

  • Metida para os seus luxuosos e solitrios aposentos, a

    aprendiz de enfermeira choramingava. Tinha de entreter-se

    a bordar e a estudar piano, vinham afinar-lhe a voz, uma

    oitava e duas oitavas, mandavam-na nadar porque era

    importante ter os ombros definidos para os decotes e para o

    busto. Um bom busto era fundamental para as esculturas e

    para os retratos que se faziam dos nobres. Era imperioso ter

    belos ossos, belas linhas para o carisma e para a confiana.

    Nada, filha. Dizia o rei todo convencido de que as boas

    tarefas eram suficientes para fomentar as boas ideias. E

    assim a princesa passava os dias e terminava as noites,

    sozinha, choramingando procura de uma soluo.

    Chegava-se s janelas do palcio para ver como pareciam as

    coisas e ningum mudara nada. O quotidiano do reino

    seguia a sua rotina sem mais sobressaltos. Os jornais

    explicavam que a princesa estava em educao de rigor e o

    povo descansara. A palermice no havia de ser pior do que

    uma forte gripe. Com tanta esperteza no reino, seria at fcil

    devolver a lucidez a uma princesa confusa.

    No entretanto, animavam-se as pessoas porque se abeirava

    o Natal e inventavam-se presentes e j se colhiam frutos

    secos para doarias e outras comilanas gulosas. Andavam a

    enfeitar os postes da luz, inclusive os que alumiavam o

    palcio, e a cidade punha-se vaidosa de alegria e menor

    preocupao.

    A princesa, nos seus aposentos sempre espera, achava que

    no Natal, por prioridade, se deviam enfeitar os olhos dos

    tristes. Era como pensava nas coisas. Sentia urgncia em

    procurar os tristes e faz-los sorrir. Depois, lembrava-se.

    Certamente encontraria alguns sujos, apanharia piolhos,

    talvez apanhasse pulgas dos ces vadios e com frio. Voltaria

    a ser vista como uma princesa desmazelada, o que era

    injusto. O sujo do trabalho no um desmazelo, um

    esforo. O sujo do trabalho devia ser sempre belo. Ela

    pensava assim.

  • Davam-lhe folga ao sbado de manh. Numa dessas alturas,

    a princesa levantou-se discretamente e vestiu-se de rapaz.

    Escondera o rosto com um capuz largo, ficavam-lhe as

    pernas muito finas dentro das calas bambas mas, vista

    pressa, era um moo qualquer, sem coroa nem tempo a

    perder. Saiu rua para saber dos ces e dos pintainhos.

    Queria ver as capoeiras e o lugar dos pombos. Os animais

    no se enganavam. Conheciam-na por qualquer nesga de

    pele. Animavam-se. Sentiam, afinal, a sua falta. Mais ela se

    convencia de que eram pessoas irracionais, o que no

    significava que fossem exactamente estpidos ou

    ignorantes. A princesa assim os cumprimentou, tambm ela

    alegre, chegou-lhes comida e gua fresca e, despreocupada,

    sujou-se.

    Subitamente, sem se dar conta, tombou-lhe o capuz mesmo

    diante de toda a gente. Continuava de cara voltada para o

    cho, convencida de um bom disfarce, era como se lhe desse

    um problema no pescoo. E as pessoas viram-na assim, j

    no se admiraram, e comentaram frustradas: a princesa

    continua palerma. Foram chamar algum ao palcio. Depois,

    vieram busc-la com urgncia, todos atarantados como

    quando se caava um animal em ziguezague.

    O rei, por ser Natal, e depois de muito lho pedir a filha e as

    criadas mais antigas, no internou a princesa mas prometeu

    intern-la logo em Janeiro. Passadas as festas, ia para um

    colgio de freiras onde rezaria e estudaria com austeridade.

    Passaria a ocupar-se das matemticas mais complicadas, de

    filosofia antiga, que a moderna era um delrio, e escreveria

    para treinar a redaco das leis e dos importantes

    comunicados que teria de elaborar. Iam aumentar-lhe o

    empenho nos bordados durante as horas de lazer. Saberia

    bordar at tapetes. Poderia, por graa, conservar alguns para

    pr nas paredes como arte rgia. Para o povo, era valioso que

    os nobres revelassem alguma sensibilidade. O colgio

  • interno faria dela uma princesa sensvel e rapidamente todos

    esqueceriam os episdios lamentveis que se andavam a

    verificar.

    O problema foi que a princesa trazia os bolsos cheios de uns

    ovinhos pequeninos de passarinho. Apanhara nas gaiolas

    um ninho abandonado e os ovos estavam pesados, tinha a

    certeza de que se chocavam. Se no se mantivessem

    aquecidos, iam morrer. As criadas barafustavam com ela e

    ela no queria que lhe mexessem. Exigia despir-se sozinha

    na sua casa de banho. Dizia que se lavaria sem ajuda. Queria

    pensar. As criadas at acharam bem. Podia ser que ganhasse

    maior afeio higiene. Deixaram-na despachar-se. Ficaram

    porta dos banhos a comentar as ideias absurdas da futura

    rainha e riam-se incapazes de conter um carinho gracioso.

    A princesa colocou os sete ovinhos numa toalha seca e

    inclinou sobre ela um candeeiro forte. No sabia ser uma

    me-pssaro, mas esperava que pudesse enganar a natureza

    s um bocadinho. Ningum o haveria de saber. Se

    descobrissem que cuidava do choco dos ovos, iam dizer que

    queria ser uma galinha. A diferena entre as enfermeiras e

    as galinhas era muito grande. S os preconceitos podiam

    considerar algo igual.

    Saiu da sua imensa casa de banho, trancou a porta chave e

    guardou a chave no bolso do seu vestido cheio de brilhos. As

    criadas fungaram. No fazia mal. Estava lavada e arranjada.

    O importante era que aparecesse nessa decncia. Foram

    sent-la mesa para o almoo e estavam orgulhosas com o

    resultado. Por seu lado, a princesa sentia-se cada vez mais

    aprisionada com o seu destino. Achava que preparar-se para

    rainha precisava de ser uma coisa boa, mas, at ali, s se

    previa como algo de muito mau. Era uma obrigao cheia de

    regras e parecia implicar atributos que ela no tinha. Desde

    logo, com tanta natao, no tinha ombros para bustos

    impressionantes. As suas esttuas seriam mais mirradas.

    Aumentara-lhe pouco o peito como, afinal, acontecia a

  • tantas moas que no eram nobres. Com o ter pouco peito

    at nem se importava. Preocupava-se mais com outros

    assuntos. E ela disse: pai, posso aprender duas vezes mais

    filosofia antiga e duas vezes mais matemticas, juro que

    nado todos os dias e me lavo, penteio, falo baixinho, sou

    educada, eu prometo que bordo e sorrio mas, por favor, no

    me tire daqui. Ainda que no possa ver as pessoas todas,

    sinto que estou no meio delas, ainda que no possa ver os

    animais, sinto que estou no meio deles. Estou perto, pai. Se

    no me puderem ver ou tocar, ao menos que se saiba que

    estou aqui e que penso na felicidade deles como se faz um

    desejo de Natal. Talvez se salvem as pessoas todas s porque

    o desejamos quando o desejamos tanto. Mesmo que elas

    no nos entendam, mesmo que ningum nos entenda.

    Talvez o Natal seja um aviso para que as coisas boas

    aconteam sem precisarem de explicaes complexas.

    O rei, carregado de ponderao, respondeu que pensaria

    acerca do seu pedido. Almoaram como desconfiados do

    silncio. O que se dissera pairava ainda. Era uma ideia to

    forte que se tornara uma visita. Uma ideia que era uma

    visita. Acontecia porque nada mais podia ser visto ou

    pensado sem a presena daquela formulao. O rei e a

    princesa estavam profundos. Surgira entre eles uma

    esperana que nenhuma outra inteligncia conseguiria

    combater.

    noite, sempre s escondidas, a princesa ia ver como

    estavam os ovos de passarinho que cuidava sob a luz quente

    de um candeeiro. As peles transpareciam minimamente.

    Percebia como l dentro se faziam pessoas irracionais que

    podiam ser de todas as cores. A dada altura, mexiam-se.

    Deviam ajeitar as posies das asas e das patas. Os ovos

    comeavam a ficar pequenos para bichos que s sabiam

    crescer. Ela estava ansiosa. Ia dar-lhes nomes, limpar-lhes

    as penas, conversar com eles acerca de voar. Ia prepar-los

    como soubesse, talvez at pensassem que era me deles e o

  • comentassem na lngua de palavrinhas pequenas que os

    pssaros tinham. No se importava nada com o que

    pensassem os pssaros. Achava que estariam sempre do

    lado dela, muito melhor entendidos acerca da liberdade do

    que as verdadeiras pessoas do reino.

    Numa noite, acordada de surpresa, a princesa escutou o

    piado magrinho de um passarinho. Ficou atnita. Na

    escurido, ainda, esperou at escutar novamente aquele

    piado muito fraquinho que vinha da casa de banho. Os seus

    passarinhos haviam nascido. A princesa nem se conseguiu

    levantar imediatamente. Ela ficou to grata por a natureza se

    ter deixado enganar com um candeeiro que se comoveu.

    Depois, acendeu a luz e correu a ver. Estavam os sete

    pintainhos de pssaro numa trapalhice divertida dentro do

    ninho improvisado. Uns de pernas para o ar, outros j

    abrindo os olhos, piavam a conversar a perplexidade e o

    cansao de nascerem. Eram lindos. Pssaros lindos e

    verdadeiros. Iam saber voar. A princesa limpou-os e

    comeou a fazer clculos sobre como os deveria alimentar.

    Estava radiante.

    Assim chegou o Natal. O palcio muito engalanado e as

    criadas entusiasmadas, traziam vestidos novos e ideias para

    penteados ainda mais requintados e belos. As mesas

    ostentavam as toalhas cheias de ornamentos e pousavam-se

    j comidas frias que coloriam tudo. O rei tinha sado para

    cumprimentar e fazer promessas ao povo. Demorava sempre

    muito tempo nessas actividades protocolares e era bonito

    que os cidados pudessem v-lo e at conversar com ele para

    se queixarem e pedirem melhor. O rei, nos eventos de Natal,

    voltava cheio de presentes, porque os camponeses lhe

    levavam queijos e compotas de morango. Levam-lhe metros

    de tecidos e faziam recomendaes de felicidade. O rei era

    ajudado pelos seus criados e gostava que se enchessem as

    cozinhas e as despensas do palcio com as ofertas generosas.

  • tarde, por ser solene, a presena da princesa era

    obrigatria e ela teria de estar na varanda, mais bonita do

    que nunca, acenando e mostrando s pessoas todas como

    estava feliz e orgulhosa de si mesma e do seu reino. A

    princesa atarefou-se a esconder os passarocos ainda

    atordoados e a fechar a casa de banho. Deu ordens para que

    ningum ali entrasse. Inventara que no queria gente

    metedia nas suas privacidades e puxaria at as orelhas de

    quem se atravesse a desobedec-la. As criadas, rindo-se, j

    haviam combinado que, naquela tarde e porque no se

    poderia passar o Natal com imundices no palcio, abririam a

    porta e limpariam as mrmores e os espelhos para que tudo

    ficasse impecvel. Depois que a princesa saiu, afastaram as

    portadas e as janelas para cima, o sol fresco entrou em raios

    de arco-ris e, subitamente, ouviram um piado e acharam

    impossvel. Calaram-se. Ouviram outra vez. Vinha da casa

    de banho. No havia erro. Com a chave-mestra

    destrancaram a porta e uma pequena nuvem de sete

    pssaros voou sobre as suas cabeas espantadas e rodou

    duas vezes pelo quarto at se sumir janelas fora. As criadas

    ficaram boquiabertas.

    Entretanto, na praa acumulavam-se as pessoas para a

    mensagem de Natal do rei e comentavam tambm o quanto

    a princesa estava bonita, to comportada, quando os sete

    pssaros voaram diante da varanda e chilreavam como a

    dizerem coisas alegres pressa. Falavam todos ao mesmo

    tempo e a princesa reconheceu-os de imediato e sorriu feliz.

    Os seus pintainhos de pssaro voavam e eram livres. O rei

    mandou perguntar de onde vinham aqueles bicharocos,

    mesmo no frio do Inverno. Foi quando, incrivelmente, os

    sete pssaros pousaram nos ombros da princesa que se

    levantou num orgulho impossvel de conter. E eles

    continuavam felizes a falar ao mesmo tempo e formavam de

    ponta a ponta uma linha colorida e toda a gente achou que

    nunca se vira uma princesa mais bela, misturada entre

    linhos e rendas, penteado, coroa, e pssaros de todas as

  • cores. A princesa disse: a mais bela linha de ombros que

    poderia ter. Se algum dia se fizer o meu busto, que seja

    assim. Porque a natureza nos d a oportunidade de ocupar

    os lugares mais improvveis. Porque a natureza uma obra

    em aberto que nos compete aceitar e potenciar. A princesa

    disse: desejo-vos neste Natal, e em todos os dias do ano, o

    esplendor livre da natureza. Desejo-vos a liberdade.

    O rei, sem outra explicao que no a do Natal, sorriu e

    pediu que toda a gente aplaudisse a princesa herdeira. Havia

    um milagre s na sua esperana. Era, afinal, apenas isso.

    Um milagre guardado na esperana. E quem guardava a

    esperana manifestava uma enorme inteligncia.

    MAIS DESTA EDIO

    merceariasbaixa

    OPINIO

    No FicesDiga morte queestouescrevendo

    procura doamor-prprio

    OPINIO

    Porque simOs colgios doensino especial

    COMENTRIOS