A PRIVATIZAÇÃO DAS ESTATAIS

NO BRASIL NOS ANOS 90

COLÉGIO PEDRO II – U.E.S.C. IIIDISCIPLINA: HISTÓRIA PROFESSORA: CLAUDIA AFONSO

ALUNOS: TURMA: 2302DANIEL DE MORAES LOBO DIOGO GONÇALVES DIASGABRIEL MATOSGABRIELLA ROCHA

INTRODUÇÃO

Abordaremos nesse trabalho uma questão muito importante para a compreensão da evolução de nossa economia e política através da exploração do tema da privatização de empresas estatais no Brasil nos anos 90, principalmente.

ASPECTOS GERAIS

Processo de venda de uma empresa ou instituição do setor público - que integra o patrimônio do Estado - para o setor privado quando não há mais lucros para se enfrentar um mercado competitivo ou quando há crises financeiras sérias.

No Brasil, consistiu principalmente em tornar o Estado um sócio minoritário, pois grande parte das empresas já eram de capital aberto e negociadas em bolsa de valores e o Estado Brasileiro, através do BNDES, continuou como sócio minoritário. Isto ocorreu em vários governos desde o século XIX até hoje.

O fim do regime militar nos anos 80, a crise econômica iniciada naquela década, a falta de recursos e a falência do modelo estatal na gestão de empresas de serviço público desencadearam o início das privatizações no Brasil

Privatização (ou desestatização)

PROPOSTAS DE PRIVATIZAÇÃO NO ANOS 90

GOVERNO FERNANDO COLLOR DE MELLO

(1990-1992 ) Plano Collor Criação do Plano nacional de Desestatização - PND

GOVERNO ITAMAR FRANCO (1992-1995) Desaceleração do programa de privatização

GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

(1995-2002) Criação do Conselho Nacional de Desestatização – CND Alargamento do alcance do PND Ápice das privatizações

HISTÓRICO DE ARRECADAMENTOS Programa Receita de

VendasDívidas transferidas

Resultado da Desestatização

Estadual 27.948,8 6.750,2 34.699,0

PND 30.824,2 9.201,4 40.025,6

Telecom 29.049,5 2.125,0 31.174,5

Resultado Geral 87.822,5 18.076,6 105.899,1Atualizado em 25/06/2009

Atualizado em 25/06/2009

Fonte: BNDES: Privatização no Brasil - Resultados & Agenda (em 21 de agosto de 2000).

Fonte: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/BNDES_Transparente/Privatizacao/resumo.html (em 07/10/2010)

Fonte:http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/BNDES_Transparente/Privatizacao/resumo.html (em 07/10/2010)

Percebe-se através do gráfico acima a intensificação das privatizações a partir de 1991 até 2002, com seu pico em 1997/1998 durante o governo FHC.

A tabela ao lado lista as empresas privatizadas desde

1990 até 2006. Sinalizadas as mais importantes

Fonte:http://www.bndes.gov.br/privatizacao/resultados/historico/history.asp (em 06/12/2006)

PRIVATIZAÇÕES E AS PROPOSTAS NEOLIBERAIS As propostas neoliberais derivaram do liberalismo clássico e pregam a não

intervenção do Estado na economia. Segundo seus teóricos a economia seria regulada pela lei da oferta e procura e que a intervenção estatal era um “câncer” na economia, que impedia o seu crescimento.

As reformas preconizadas pelo Consenso de Washington, em alguns países da América Latina, principalmente no Brasil, acarretaram um amplo programa de privatizações e desestatização da economia.

As idéias neoliberalistas de não-intervenção ou a menor possível intervenção do Estado na economia do país, afetaram o Brasil a partir do governo de Fernando Collor em 1990, pois durante a Era Vargas, foi predominado o nacionalismo, criando empresas, bancos e dando subsídios a criação de empresas privadas, como por exemplo a CSN.

PRIVATIZAÇÕES E O POVO Pesquisa realizada entre os dias 24 e 31 de outubro de 2007 pelo instituto

Ipsos, sob encomenda do jornal O Estado de S. Paulo aponta que:

62% da população é contra o processo de privatizações e apenas 25% dos brasileiros aprovam o método.Segundo o jornal "a percepção dos brasileiros é que as privatizações pioraram os serviços prestados à população nos setores de telefonia, estradas, energia elétrica e água e esgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão no segmento de nível superior e nas classes A e B“.Porém, em dezembro de 1994, uma pesquisa Ibope sobre privatização de bancos estaduais mostrou que 57% eram a favor de privatizá-los total ou parcialmente e só 31% eram contrários.O jornal afirmou que “A análise do Ipsos frisou que a população brasileira se posicionou francamente contra as privatizações, mas, se os serviços forem bons ou trouxerem benefícios para as pessoas, essa postura pode ser revertida.”

ENTREVISTA Trechos da entrevista:

“O governo através do BNDES (Banco nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assumia as dívidas das empresas estatais antes de vendê-las, fazia empréstimos à empresas privadas (nacionais e multinacionais) para a compra das estatais.”

“Com a privatização de setores estratégicos (mineração, siderurgia, bancos estaduais, telefonia, energia, transporte) o Brasil globalizado caracterizou-se por um processo de desnacionalização da economia.”

“A ampliação da presença do capital estrangeiro, via multinacionais, não elevou as taxas de crescimento econômico. O que ocorreu foi um processo de substituição da propriedade da empresa nacional pelo capital estrangeiro. Houve um aumento do índice de desemprego, seja devido a crise econômica, seja em virtude das transformações tecnológicas e de gerenciamento das atividades (terceirização) introduzidas.”

“No início do século XXI, entre as 500 maiores empresas do mundo, mais ou menos 400 possuíam filiais no Brasil.”

Entrevista realizada com a professora Margarida do colégio Pedro II UESC III

Profª Margarida (CPII UESCIII)

Entrevista:FHC e as Privatizações

Entrevista realizada pela revista Veja na data de 13/11/2009

CONCLUSÃO

A privatização foi um processo constante nos anos 90, tendo uma esfriada durante o governo de Itamar Franco, entre 1992 e 1995. A partir desta análise, possibilitou-se um melhor entendimento da mudança do papel que tinha o Estado e como a economia do país se modificou durante este período histórico.

As idéias neoliberais foram muito influentes na realização das propostas de privatização e dessa mudança de papel que o Estado fora submetido.

Apesar de possuírem mais aspectos negativos e críticas, as privatizações foram muito importantes para o desenvolvimento dessas empresas e crescimento do país principalmente do ramo tecnológico, gerou empregos e melhorou a qualidade de alguns serviços prestados.

Serra defende privatização das telecomunicações

Mesmo após 10 anos do governo FHC, vemos que a questão das privatizações continua presente. Percebemos isso através da matéria citada ao lado sobre a opinião do candidato a presidência José Serra acerca das privatizações no governo FHC e Itamar Franco. Segundo ele, a privatização das telecomunicações foi essencial para a difusão desse sistema de comunicação que através da privatização se tornou mais barato e mais popular, elogiando as políticas de privatização dos governos FHC e Itamar

site do jornal “o globo”, publicado em 06/10/2010

BIBLIOGRAFIA Site Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Privatização) consultado em 15/07/2010; Site Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Privatização_no_Brasil) consultado em

15/07/2010; Jornal O Estado de São Paulo, 13/11/2007; Site midiaindependente (http://www.midiaindependente.org/pt/red/2007/11/402283.shtml)

acessado em 15/07/2010 ; Site do jornal “O Globo” (http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/10/06/serra-

defende-privatizacao-das-telecomunicacoes-922724172.asp) acessado em 09/10/2010; Site do jornal “O Globo” (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/08/18/privatizacoes-se-

aceleraram-nos-anos-90-757468842.asp) acessado em 16/07/2010; Site infoescola (http://www.infoescola.com/economia/privatizacoes/) acessado em

17/07/2010; Site da revista “Veja” http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/privatizacoes/02.html) acessado

em 20/07/2010; Entrevista com a Professora Margarida, de Geografia, do Colégio Pedro II SC III realizada

em 15/08/2010; Entrevista FHCxPrivatizações retirada do site da revista Veja

(http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/o-pais-quer-saber/entrevista-com-fernando-henrique-cardoso-bloco-1/) em 08/10/2010.