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MAYARA NÁGILA SILVEIRA DA SILVA A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO TURISMO COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA EM UM COMPLEXO TURÍSTICO NO ESTADO DO CEARÁ Monografia submetida à aprovação Coordenação do Curso de Administração do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientadora: Prof. Rosangela Soares de Oliveira, Ms. FORTALEZA 2014

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MAYARA NÁGILA SILVEIRA DA SILVA

A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO TURISMO COMO ESTRATÉGIA

COMPETITIVA EM UM COMPLEXO TURÍSTICO NO ESTADO DO CEARÁ

Monografia submetida à aprovação

Coordenação do Curso de Administração do

Centro Superior do Ceará, como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Administração.

Orientadora: Prof. Rosangela Soares de

Oliveira, Ms.

FORTALEZA 2014

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MAYARA NÁGILA SILVEIRA DA SILVA

A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO TURISMO COMO ESTRATÉGIA

COMPETITIVA EM UM COMPLEXO TURÍSTICO NO ESTADO DO CEARÁ

Monografia submetida à aprovação

Coordenação do Curso de Administração do

Centro Superior do Ceará, como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Administração. Data de aprovação: _____ / _____ / ________.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________ Rosangela Soares de Oliveira, Ms.

Orientador

___________________________________________________________ Membro

___________________________________________________________ Membro

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AGRADECIMENTOS

Ao concluir este trabalho, fica-me a satisfação de, olhando-o retrospectivamente, perceber o

quanto pude contar com o apoio e suporte de tantas pessoas, que foram essenciais para a

conclusão do mesmo. Foi através do apoio da minha família e amigos, que realizo um dos

meus maiores sonhos e, neste momento quero expressar meus sinceros agradecimentos.

Em primeiro lugar sou grata a Deus, o centro e o fundamento de tudo na minha vida, que

iluminou o meu caminho durante essa jornada e me deu força e coragem para enfrentar todos

os obstáculos.

Aos meus pais (Edson e Mara) e minha irmã (Jéssica), que de forma especial e carinhosa me

deram incondicional apoio, me incentivando e compreendendo minha ausência no período de

construção desse trabalho.

À minha orientadora, prof. Ms. Rosangela Soares, que acreditou em mim, partilhando comigo

suas ideias e conhecimentos. Através da sua competência e profissionalismo, consegui o

objetivo de realizar o trabalho, abordando o assunto que eu mais desejava estudar.

A todos os professores que tive no decorrer do curso, que contribuíram de forma significante

em minha carreira. Em especial ao prof. Ms. Leandro Belizario, que me inspirou e despertou

em mim a paixão pela profissão.

À coordenadora do curso, Prof. Ms. Phryne, pelo excelente trabalho que fez no curso de

administração, desde que assumiu a coordenação e pelo total apoio dado a turma para que

fosse possível a realização do TCC, em um semestre tão curto.

Aos meus amigos Maryane Sacramento, Anagéssica Freitas, Patrícia e Danilo Chagas, que

além das palavras de incentivo, estiveram ao meu lado me dando forças para continuar firme

em meus objetivos. À Karine Pedrosa e Solange Teixeira que colaboraram para a realização

da pesquisa de campo.

Por fim e não menos importante, agradeço a todos os colegas de curso, que de alguma

maneira tornaram minha vida acadêmica cada dia mais desafiante. Em especial aos membros

da comissão do IV Encontro de Administração: Josenildo, Rair, Adelino, Danilo, Pedro,

Thiago, Alexandre, Ticiane, Alyne, Samara, Farbênia, Josimar, e Renato, que realizaram um

trabalho sensacional na faculdade, mostrando muita competência e profissionalismo.

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“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor,

mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que

deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes.”

(Marthin Luther King)

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RESUMO

Diante do notório crescimento no Brasil e no mundo, o Turismo tem se destacado na

economia e rapidamente tomado grandes proporções de mercado. Com esse crescimento do

setor turístico na atividade econômica, há uma evidente tendência de expansão de mercado e

consequentemente de concorrência. Dentro desse contexto, surge a necessidade de as

empresas do ramo turístico buscarem estratégias para se destacar diante de seus concorrentes.

O objetivo principal deste trabalho norteia-se na identificação da qualificação profissional no

Turismo como estratégia competitiva em um complexo turístico localizado no Ceará. Os

meios utilizados foram uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva, realizada por

meio de um estudo de caso. Trata-se de uma pesquisa de campo, utilizando como ferramenta

para coleta dos dados um questionário aplicado a 23 funcionários e uma entrevista aplicada ao

gerente do complexo, no mês e Março de 2014. De um modo geral, o estudo evidenciou que

existe uma relação direta entre a qualificação profissional no Turismo e as estratégias

competitivas do complexo turístico em estudo. Essa relação é reconhecida pela empresa,

contudo foram identificados alguns pontos de melhorias para que a empresa possa estar

ocupando uma posição competitiva favorável.

Palavras Chaves: Qualificação Profissional. Estratégia Competitiva Organizacional.

Turismo.

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ABSTRACT

Given the remarkable growth in Brazil and in the world, tourism has emerged in the economy

and rapidly taking major market. With this growth in the tourism sector and economic

activity, there is a clear tendency for market expansion and hence competition. In this context

arises the need of enterprises in tourism strategies seek to stand out from your competitors.

The main objective of this work is guided in identifying the professional qualification in

tourism as a competitive strategy in a tourist site located in Ceará. The resources used were a

literature, exploratory, descriptive and performed through a case study, survey a field survey

using as a tool for data collection was carried out a questionnaire administered to 22

employees and interview the site manager, in March 2014. Overall, the study showed that

there is a direct relationship between professional qualification in tourism and the competitive

strategies of the tourist site under study, this relationship is recognized by the company,

however some points for improvement were identified for that the company may be

occupying a favorable competitive position.

Keys Words: Vocational Qualification. Organizational Competitive Strategy. Tourism.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Representação das perspectivas de amplitudes das viagens ............................... 20

FIGURA 2 Educação corporativa: instrumento de qualificação profissional ....................... 27

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Os quatro níveis de conhecimento ...................................................................... 17

QUADRO 2 Número de viagens domésticas no Brasil ........................................................... 19

QUADRO 3 Cursos na área do Turismo ................................................................................. 21

QUADRO 4 As cinco forças competitivas básicas ................................................................. 25

QUADRO 5 Universo e amostra da pesquisa ......................................................................... 30

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Idade ................................................................................................................... 34

GRÁFICO 2 Escolaridade ....................................................................................................... 35

GRÁFICO 3 Cargo .................................................................................................................. 36

GRÁFICO 4 Tempo de empresa ............................................................................................. 37

GRÁFICO 5 Qualificação profissional nos últimos 12 meses ................................................ 38

GRÁFICO 6 Quantidade de treinamentos financiados pela empresa ..................................... 39

GRÁFICO 7 Participação da empresa em cursos de graduação e pós-graduação .................. 40

GRÁFICO 8 Papel para o alcance da estratégia competitiva .................................................. 41

GRÁFICO 9 A importância da qualificação profissional no setor de turismo ........................ 42

GRÁFICO 10 A influência da qualificação profissional na competitividade ......................... 43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo

IH Instituto de Hospitalidade

RH Recursos Humanos

OMT Organização Mundial do Turismo

SGS Sistema de Gestão e Segurança

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 13

2.1 Administração .................................................................................................................... 13

2.1.1 Conceito de administração.............................................................................................. 13

2.1.2 Evolução da administração ............................................................................................. 14

2.2 Qualificação profissional no turismo ................................................................................ 16

2.2.1 Qualificação profissional ................................................................................................ 16

2.2.2 O turismo ....................................................................................................................... 18

2.2.3 Qualificação profissional no setor turístico .................................................................... 20

2.3 Estratégia competitiva ...................................................................................................... 22

2.3.1 O conceito de estratégia ................................................................................................. 23

2.3.2 Estratégia Competitiva Organizacional .......................................................................... 23

2.3.3 Estratégia Competitiva no Turismo ................................................................................ 26

3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 29

3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................................ 29

3.2 Universo, população e amostra da pesquisa ...................................................................... 30

3.3 Método de coleta de dados ............................................................................................... 31

3.4 Método de análise .............................................................................................................. 32

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................................... 33

4.1 Conhecendo o objeto de estudo ........................................................................................ 33

4.2 Quanto à caracterização do respondente .......................................................................... 34

4.3 Quanto à qualificação profissional ................................................................................... 37

4.4 Quanto ao alinhamento das estratégias competitivas com a qualificação profissional ..... 40

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 46

APÊNDICE A ......................................................................................................................... 50

APÊNDICE B .......................................................................................................................... 52

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1. INTRODUÇÃO

O crescente uso da tecnologia da informação e a globalização da economia vêm

trazendo para as organizações a necessidade de se destacar frente aos seus concorrentes, e

essa tarefa tem se tornado cada vez mais difícil.

A concorrência está na essência do sucesso ou do fracasso dos negócios, é ela que

norteia as atividades e o dinamismo das organizações. O seu acirramento fez com que as

organizações, dentro de uma visão estratégica, passassem a se interessar por uma posição

competitiva favorável, visando estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as

forças que determinam a concorrência (PORTER, 1989).

A forma como as empresas administram essas estratégias evoluíram no decorrer

do tempo, adequando-se, de forma inovadora, aos novos desafios que as conduzem para

conseguir alcançar suas metas. Para se destacar em um mercado altamente competitivo, as

empresas utilizam diversos fatores e estratégias que contribuem para esse objetivo. Dentre

eles, o que se destacou e foi objeto de estudo deste trabalho é a qualificação profissional como

estratégia competitiva.

A qualificação profissional é um conjunto de características próprias das rotinas

de trabalho, expressa, empiricamente, como o tempo de aprendizagem no trabalho ou por

capacidades adquiríveis por treinamento (BORGES-ANDRADE et al, 2006).

Dessa forma, a qualificação profissional tem recebido destaque nos últimos anos,

inclusive na atividade turística, uma vez que um dos maiores diferenciais desse setor é seu

capital humano. Ao passo que o comportamento e a atitude dos funcionários exercem

reconhecida influência sobre os resultados organizacionais, tais como a qualidade dos

serviços e competitividade. (BARRETO, 2011).

As mudanças no cenário econômico, social e político, ocorridas de forma

acelerada nos últimos tempos, tornaram o ambiente organizacional extremamente competitivo

e exige que as empresas se alinhem, de maneira eficaz, às novas práticas.

No setor de serviços, o turismo tem se destacado na economia do Brasil,

crescendo rapidamente e tomando grandes proporções. Conforme dados do Ministério de

Turismo (2013), as atividades turísticas geraram uma receita cambial turística de US$ 2,4

bilhões. Em 2012, o recorde do indicador, foi de US$ 6,6 bilhões, apesar de barreiras como a

desvalorização do real em relação ao dólar e a crise nos países da Europa.

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Silva, Lucio e Barreto (2013) ressaltam que as empresas do setor turístico,

dependem fundamentalmente das pessoas para desempenharem seus serviços, necessitando

assim, cada vez mais desenvolvê-las de forma integrada.

Considerando que as estratégias são elementos cruciais na sucessão dos negócios,

que o setor turístico está em ampla expansão e que a qualificação profissional é importante

para o desenvolvimento organizacional, o interesse da pesquisa norteia-se no seguinte

questionamento: Como a qualificação profissional no turismo gera diferencial

competitivo em um complexo turístico no Estado do Ceará?

Nos últimos anos, o turismo tem sido visto como meio de geração de emprego

e renda nas economias dos países desenvolvidos e, recentemente, nos países emergentes.

No Ceará, o turismo apresenta um importante crescimento ao longo do tempo, mostrando

um acréscimo de 59,88% entre 1997 e 2001 (SETUR, 2009).

Tendo em vista esse crescimento do setor turístico na atividade econômica do

País e do Estado do Ceará, há uma tendência para o crescimento do mercado e,

consequentemente, de maior concorrência na área. Dessa forma, no ramo turístico, as

empresas já consolidadas e as iniciantes precisam elaborar estratégias para se destacar

frente a seus concorrentes.

Com as informações divulgadas no Documento Referencial Turismo no Brasil

2011-2014 pelo Conselho Nacional de Turismo (2011), pode ser aferido o crescimento

desse mercado através do número de ocupações registradas. Em 2008, foram geradas

457,51 mil ocupações, formais e informais, nas atividades características do turismo no

Brasil. O que representa um aumento de 32,70% em seis anos.

O Ministério do Turismo (2011) ressalta que, apesar do notório crescimento do

setor, existem alguns entraves que interferem na competitividade dessa indústria de

serviços no País. Uma delas é a qualificação profissional, que tem grande impacto na

qualidade dos serviços prestados e na valorização das demandas provenientes do turismo.

O complexo turístico em estudo fica localizado no Estado do Ceará, um dos

destinos mais procurados no País (SETUR, 2009). Atualmente recebe cerca de 10 mil

visitantes por mês, e é conhecido com umas das principais atrações turísticas do Ceará.

A metodologia aplicada para o estudo foi conduzida por uma pesquisa

bibliográfica, exploratória, descritiva e de estudo de caso, que são de fundamental

importância para identificar o que os autores pensam sobre o assunto em questão e quais

contribuições poderão trazer para fundamentar os estudos realizados, assim como as

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conclusões definidas. Tendo como referencial teórico o conceito e estudo de diversos

autores para dar embasamento teórico e credibilidade ao trabalho.

O objetivo principal desse trabalho monográfico é identificar a relação

existente entre qualificação profissional e estratégias competitivas em um complexo

turístico. De modo específico, os objetivos propostos são:

Relacionar a qualificação profissional às estratégias organizacionais competitivas;

Caracterizar a importância da qualificação profissional no setor turístico;

Verificar a eficiência da qualificação profissional dos colaboradores como estratégia

competitiva no complexo turístico em questão.

A estrutura do trabalho está dividida em cinco capítulos, incluindo esta

introdução, que evidencia a situação-problema, os objetivos pretendidos, a justificativa e a

relevância da pesquisa, bem como a estrutura de desenvolvimento deste estudo.

No segundo capítulo, apresenta-se o referencial teórico, que consiste em uma

revisão bibliográfica que embasa a qualificação profissional e a estratégia competitiva das

empresas, contemplando tópicos sobre: o conceito e evolução da ciência da Administração,

como se realizou o processo evolutivo da qualificação profissional nas organizações e sob

a perspectiva turística, bem como as estratégias competitivas organizacionais e do turismo.

A metodologia da pesquisa é apresentada no terceiro capítulo, onde são

abordadas as estratégias metodológicas, a tipologia do estudo, população e amostra, e o

procedimento de coleta e análise dos dados.

O quarto capítulo destina-se à apresentação do objeto de estudo. No quinto

capítulo, apresenta-se a análise dos resultados obtidos na pesquisa de campo, para

identificar a eficiência da qualificação profissional do complexo turístico como estratégia

competitiva.

As considerações finais destinam-se a apresentar as conclusões deste estudo e a

relação da teoria com os resultados obtidos através da pesquisa de campo.

Para finalizar, são apresentadas as Referências Bibliográficas, que

fundamentaram a metodologia da pesquisa e toda a revisão teórica do trabalho, bem como

os Apêndices com a estrutura do questionário e roteiro de entrevista, que foram aplicados

em pesquisa de campo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta as principais bases teóricas utilizadas no presente trabalho.

Os conceitos e as abordagens utilizados têm o intuito de sustentar a percepção sobre a

qualificação profissional no que concerne às estratégias competitivas organizacionais e uma

breve abordagem do mercado turístico, sendo necessário, primeiro, compreender algumas

definições e termos relacionados ao assunto em estudo.

2.1 Administração

Esta seção está fundamentada na pesquisa do conceito e evolução da

Administração. Nela, foi abordada cada fase da evolução dessa área do conhecimento, que foi

composta por uma teoria, que dava ênfase a aspectos técnicos, como tarefas, estrutura,

pessoas e ambiente.

2.1.1 Conceito da Administração

A ciência da Administração é classificada por Chiavenato (2007) como ciência

social aplicada, e através de métodos e funções bem elaborados, a Administração estuda os

empreendimentos humanos, com o objetivo de alcançar um resultado eficaz. Diante do

conceito tradicional da Administração, regem-se todos os planos estratégicos de uma

organização, que é definido por Maximiano (2004), como um processo dinâmico de tomar

decisões e realizar ações através de cinco processos interligados, que são eles: planejamento,

organização, liderança, execução e controle.

De acordo com Chiavenato (2007), a Administração é a condução racional das

atividades de uma organização. Ela trata do planejamento das organizações, da direção e do

controle de todas as atividades designadas através da divisão do trabalho.

A Administração está presente na sociedade desde os tempos mais remotos. A

seguir será abordado como se realizou a evolução da Administração, através das teorias e das

escolas, sob a ótica de autores como Maximiano (2004), Chiavenato (2007) e Kwasnicka

(2004).

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2.1.2 A evolução da Administração

Na civilização egípcia, na complexidade do Império Romano e nos impérios

coloniais, já podia perceber-se a presença da Administração. No entanto, só após a Revolução

Industrial, com o crescimento gradativo e complexo das organizações, a Administração

passou a ser estudada com afinco, podendo ser vista e desenvolvida como ciência.

A partir de então, com o crescimento das organizações e a necessidade de

otimização das máquinas e do processo produtivo, surge o estudo da Administração. Através

das teorias, esse estudo foi evoluindo de acordo com as necessidades de cada época

(KWASNICKA, 2004).

Em um primeiro momento, a ênfase nas tarefas e estrutura foi definida pela Escola

da Administração Científica, que segundo Chiavenato (2007) teve como principais enfoques a

divisão do trabalho em tarefas e a racionalização do nível operacional. Na visão do referido

autor, o destaque na estrutura teve como base a Teoria Clássica de Fayol, Teoria da

Burocracia de Weber e Teoria Estruturalista, cada teoria tinha seu devido enfoque.

Na Teoria Clássica de Fayol era focalizada a organização formal e a definição das

funções básicas da empresa. Na Teoria da Burocracia, de Weber é enfatizada a formalização e

adoção de normas legais e divisão do trabalho em hierarquias de autoridade. A Teoria

Estruturalista foi marcada por uma múltipla abordagem: a organização formal e informal e

análise inter e intra-organizacional, ela foi o elo entre as teorias clássica e das relações

humanas (CHIAVENATO, 2007).

Maximiano (2004) contribui, ao afirmar que a Escola da Administração

Científica, é um conjunto de princípios e técnicas criados para aumentar a eficiência da

produção por meio da racionalização do trabalho. De acordo com o mesmo autor, Taylor fazia

os estudos dos tempos e movimentos, dividindo os trabalhadores nas tarefas, chamando-as de

unidades básicas de trabalho. Como efeito disso, foi possível o pagamento de salários

relativamente mais altos. Ele reconheceu que o sucesso das fábricas estava na competência e

eficácia de seus trabalhadores.

Segundo Maximiano (2004), Fayol cuidou da administração das organizações a

partir do nível do executivo, suas ideias estavam ligadas a uma noção de empresa hierárquica,

onde o gestor é a principal fonte de energia para as operações. O referido autor destaca que foi

Fayol quem enumerou os 14 princípios administrativos: divisão de trabalho; autoridade e

responsabilidade; disciplina; unidade de comando; unidade de direção; subordinação do

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interesse individual para o interesse geral; remuneração do pessoal; centralização; cadeia de

comando; ordem; equidade; estabilidade; iniciativa e espírito de equipe.

Weber focou na administração burocrática, e as organizações eram vistas como

sistemas de normas impessoais e que possibilitam o exercício da autoridade e a obtenção da

obediência com precisão, disciplina, rigor e confiança. (MAXIMIANO, 2004)

Kwasnicka (2004) aponta alguns problemas no modelo de Weber:

A impessoalidade e a racionalidade do modelo não permitem liderança

competitiva, ou sobrevivência em um ambiente dinâmico. O modus

operandi, a Teoria das Relações Humanas e a Teoria do Comportamento

Organizacional destacam-se através das características humanísticas e

democráticas das organizações de sucesso. Promovendo as práticas que

levam à motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupos. São

focadas na integração dos objetivos organizacionais e individuais e na

mudança organizacional planejada (CHIAVENATO, 2007).

De acordo com Maximiano (2004), as teorias que enfatizam as pessoas abrangem

dois ramos. O primeiro foca no comportamento das pessoas como indivíduos e o segundo, no

comportamento coletivo nas organizações. O referido autor destaca ainda a experiência de

Hawthorne, um experimento famoso realizado nos Estados Unidos, nos anos de 1927 a 1933,

como principal componente da Teoria das Relações Humanas.

Conforme Chiavenato (2007, p. 118), a experiência de Hawthorne “revelou que a

Western Electric desenvolvia uma política em relação ao seu pessoal, que atendia às

necessidades básicas dos empregados. Uma vez satisfeitas essas necessidades, elas passaram a

não mais influenciar o comportamento dos mesmos.” A partir de então, passou a ser estudado

o comportamento de necessidades mais complexas, as necessidades psicológicas.

(MAXIMIANO, 2004).

A ênfase no ambiente remete à Teoria da Contingência, que teve como enfoque

principal a análise ambiental, as relações de interação entre as empresas e seus ambientes

como fator decisivo de sucesso. “As empresas bem-sucedidas são as que conseguem adaptar-

se e ajustar-se adequadamente às demandas ambientais.” (CHIAVENATO, 2007, p. 21). Para

Maximiano (2004) essa abordagem é vista como Teoria Geral dos Sistemas, onde o ponto de

partida é a ideia do sistema como um conjunto de partes que se interagem (empresa e

ambientes).

Kwasnicka (2004) considera que a abordagem sistêmica trata-se de uma

perspectiva interativa e tenta associar os elementos da ciência comportamental, administrativa

e clássica. Para o autor, esta abordagem foi uma contribuição para a Teoria Contingencial, que

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refere-se à abordagem que trabalha os sistemas em cada evento emergente e suas inter-

relações.

Ao longo dos anos, com o desenvolvimento das organizações, o avanço da

tecnologia e da globalização, a ciência da Administração passou por uma grande evolução em

um curto espaço de tempo. O conhecimento de todas essas teorias é muito importante para

compreender e fundamentar o crescimento das organizações, a adaptação do homem frente à

necessidade de alta escala de produção e a valorização das pessoas no ambiente

organizacional.

Diante da necessidade de valorizar as pessoas no ambiente corporativo, ressalta-se

a preocupação das organizações em buscar a qualificação de seus profissionais, como forma

de adaptar-se às constantes mudanças do mercado.

2.2 Qualificação profissional no Turismo

Esta seção aborda a breve evolução da qualificação profissional e alguns

conceitos, sob a óptica de autores como, Tartuce (2004), Ferreti (2004) e Deluiz (2011), bem

como uma revisão bibliográfica sobre os conceitos e contribuições acadêmicas, que norteiam

os estudos sobre turismo, a evolução do conceito, assim como seu atual crescimento, e a

qualificação profissional voltada para o setor turístico.

2.2.1 Qualificação profissional

Com o avanço da tecnologia e a eclosão das redes, e de ambientes informatizados

que proporcionam a difusão do conhecimento, veio a valorização do capital humano nas

empresas. A globalização impulsiona de forma cada vez mais rápida as transformações,

exigindo que os profissionais se qualifiquem e estejam em contínua atualização para

conseguir obter melhores resultados. (SILVA, LUCIO E BARRETO, 2013)

Brandalize et al (2005) afirmam que as organizações precisam de pessoas criativas

e competentes para enfrentar as dificuldades do mercado atual. Cada colaborador tem o poder

de se transformar em um elemento propulsor de resultados, constituindo vantagem

competitiva dentro da organização. Para os referidos autores, é necessário que sejam feitos

investimentos em treinamentos, capacitações e atualizações, qualificando o profissional.

O tema qualificação profissional reapareceu na Europa nos anos 1980 e no Brasil

entre os anos 1980 e 1990. Mas, só no final da década de 1990, através de um forte contexto

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de flexibilização das relações de trabalho e do crescente desemprego, o assunto qualificação

profissional começa a fazer parte da sociedade em geral, como solução dos problemas do

mercado de trabalho. O interesse pelo tema surge com o aprofundamento da divisão do

trabalho no capitalismo, desde o Adam Smith (XVIII) a Karl Marx (XIX). No século XX,

com o advento da Administração Científica do Trabalho, a questão da qualificação passou a

ser analisada sistematicamente. (TARTUCE, 2004; FERRETI, 2004)

Para Tartuce (2004), a qualificação profissional é um conjunto de práticas, que

visam relacionar o funcionamento do sistema educativo alinhado ao sistema produtivo. Deluiz

(2011) define o conceito de qualificação profissional como:

Um conjunto de conhecimentos, saberes e habilidades que provêm de várias

esferas, tais como: da formação geral (conhecimento científico), da formação

profissional (conhecimento técnico), e da experiência de trabalho e social

(qualificações tácitas) posto em ação para resolver problemas e enfrentar

situações imprevistas em uma situação concreta de trabalho. (DELUIZ,

2011, p.14)

Ao se tratar de qualificação profissional, Klein (2002) considera que, cada

profissional comanda um corpo de conhecimento, que precisa ser desenvolvido. Ele divide

esse corpo de conhecimento em quatro níveis de acordo com o quadro 01.

Níveis de conhecimento Descrição

Conhecimento cognitivo

(know-what)

Refere-se ao conhecimento que os profissionais atingem

através de treinamentos e certificações. Esse conhecimento é

essencial, mas não suficiente para o sucesso comercial.

Habilidades avançadas

(know-how)

É o nível em que o profissional consegue executar

eficazmente, os conhecimentos adquiridos em treinamentos e

qualificações nos problemas complexos do mundo real.

A compreensão dos

sistemas (know-why)

É um profundo conhecimento da teia de relacionamentos causa

e efeito. Neste nível o profissional, além de executar de

maneira eficaz os conhecimentos em problemas, ele consegue

antecipar-se aos problemas e consequências não previstas.

A criatividade

automotivada (care-why)

Consiste na vontade, motivação e adaptabilidade para o

sucesso. É o nível em que o profissional está altamente

motivado e criativo, sem a criatividade automotivada, os

líderes intelectuais perdem a vantagem de conhecimento, por

sua complacência.

Quadro 01 – Os quatro níveis de conhecimento Fonte: Elaborado com base no texto de Klein (2002)

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18

Para as organizações se destacarem competitivamente, elas precisam desenvolver

em seus colaboradores os quatro níveis de conhecimentos destacados no quadro acima. De

acordo com Silva, Lucio e Barreto (2013, p. 279),

É possível perceber que a área de Treinamento, Desenvolvimento e

Educação pode ser considerada como investimento empresarial que tem

como objetivo capacitar seus funcionários de desenvolver as competências

das pessoas nos negócios, visando melhores resultados para a organização

como um todo.

O treinamento tem como objetivo a aquisição e a otimização de conhecimentos e

habilidades para desempenhar mais imediatamente determinadas tarefas, já o

desenvolvimento é visto como a prática do treinamento com o aperfeiçoamento das

potencialidades das pessoas visando seu futuro. (MARCONDES; PAIVA, 2011 apud SILVA;

LUCIO; BARRETO, 2013)

Conforme explica Silva, Lucia e Barreto (2013, p. 280), desenvolver a educação

corporativa qualificando os profissionais, consiste em “formar e desenvolver os talentos na

gestão de negócios, promovendo a gestão do conhecimento organizacional (geração,

assimilação, difusão e aplicação), por meio de um processo de aprendizagem ativa e

contínua.”

Esse processo de formação e desenvolvimento de talentos deve ser direcionado

para cada tipo de negócio, de acordo com Silva, Lucio e Barreto (2013), o setor turístico, por

exemplo, depende fundamentalmente de pessoas para desempenharem seus serviços, necessita

desenvolver cada vez mais a qualificação de seus profissionais.

2.2.2 O Turismo

O primeiro conceito de turismo foi elaborado pelo economista Herman von

Schullard, por volta do século XX, que definiu o turismo como “a soma das operações,

especialmente as de natureza econômica, diretamente relacionadas com a entrada, a

permanência e o deslocamento de estrangeiros para dentro e para fora de uma país, cidade ou

região.” (IGNARRA, 1999, p.23)

Catambry e Costa (2004) definem o Turismo como uma combinação de inter-

relacionamentos entre produção e serviços, em cuja composição integram-se uma prática

social com base cultural, com herança histórica, a um meio ambiente diverso, cartografia

natural, relações sociais de hospitalidade e troca de informações interculturais.

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Para Ritchie, Goeldner e Mcintosh (2002) o turismo é um conjunto de serviços e

atividades que propiciam experiência de viagem voluntária, desde o seu translado à

hospedagem, compras, entretenimento, alimentação, atividades e serviços de hospitalidade.

Segundo Barretto (2008), o turismo consiste em um fenômeno social de

deslocamento voluntário e temporário de pessoas, que por motivos de recreação, descanso ou

cultura saem do seu local de residência para outro sem exercer nenhuma atividade lucrativa

ou remunerada.

O setor de Turismo tem crescido em todo o mundo, seu momento de ampla

expansão é notado por Cooper et al (2007) quando apresenta a pesquisa da World Travel and

Tourism Council, que já estimava, na metade dos anos 1990, que o turismo era a maior

indústria do mundo. A pesquisa aponta que o turismo gera direta ou indiretamente 204

milhões de empregos, equivalente a mais de 10% da força de trabalho do mundo.

Não obstante ao cenário mundial, no Brasil o turismo tem tomado grandes

proporções. Conforme o Ministério do Turismo (BRASIL, 2013) em 2012 o turismo

brasileiro cresceu 6%, dois pontos percentuais acima da média mundial anual.

Quadro 02 – Número de viagens domésticas no Brasil Fonte: Ministério do Turismo (BRASIL, 2013 p. 10)

No quadro 02, observa-se que esse número também tem crescido no que se refere

às viagens domésticas. O turismo interno brasileiro já responde por aproximadamente 85% da

receita do setor no País.

No entanto, para destacar-se competitivamente, as empresas do ramo turístico

precisam conhecer quem são seus consumidores. Conforme Lima (2006), a Organização

AnoViagens realizadas

(em milhões)

2005 138,70

2006 147,10

2007 156,00

2008 165,40

2009 175,40

2010 186,10

2011 191,00

2012 197,00

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20

Mundial do Turismo (OMT), com intuito de facilitar o desenvolvimento dos estudos sobre as

atividades turísticas, apresenta a classificação dos consumidores do produto turístico,

segmentados em três categorias de classificação a partir do conceito de visitante, podendo ser

enquadrado como turista, excursionista e veranista.

Ignarra (1999) destaca que a amplitude das viagens pode ser descrita em quatro

perspectivas, de acordo com a figura abaixo:

Figura 01 – Representação das perspectivas de amplitudes das viagens Fonte: Elaboradora com base nos dados de Ignarra (1999)

A representação abordada na figura 01, facilita a compreensão de onde os

consumidores dos produtos turísticos são demandados, permitindo que as empresas do

segmento turístico verifiquem qual a principal característica desses consumidores e

desenvolvam ações convergentes para atraí-los, qualificando seus profissionais de acordo com

cada estratégia proposta.

2.2.3 Qualificação profissional no turismo

O turismo é uma atividade econômica classificada como prestação de serviço,

pois possui algumas características, como: sua intangibilidade e imaterialidade, ou seja, os

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consumidores não podem vê-lo ou experimentá-lo antes da compra, além de sua

heterogeneidade, pois fatores sociais, culturais econômicos políticos e legais fazem com que a

demanda por um determinado produto seja heterogênea, gerando expectativas diferenciadas

em relação ao mesmo produto. (CATAMBRY E COSTA, 2004) Além de outras

características como, ser interativo, simultâneo e inestocável.

Diante desta definição do turismo, existe uma preocupação em desenvolver os

profissionais da área, haja vista o papel das pessoas estar diretamente ligado à produção do

serviço. Aguiar e Bahl (2006) ressaltam que o setor turístico é considerado uma das áreas em

que o ser humano jamais poderá ser substituído em suas ações de atendimento ao turista. Os

autores afirmam que a escassez de mão-de-obra qualificada tem dificultado o

desenvolvimento do setor.

Conforme Dencker (2004), o destino da atividade turística está associado ao

desenvolvimento de seus profissionais, ou seja, o profissional de turismo é visto como um

elemento chave no desenvolvimento dessa atividade.

A qualidade da capacitação desses profissionais deve ser vista como um dos

fatores para a competitividade do setor, devendo ser prioridade de todas as entidades

envolvidas diretamente com essa área (CATRAMBY; COSTA, 2004). Ainda conforme as

autoras, atualmente a oferta de cursos na área de turismo é bastante diversificada. Estes cursos

atendem aos vários níveis de demanda como: gestão (bacharelado e tecnólogo), supervisão

(sequenciais) e operacional (técnicos e ensino livre), conforme quadro 03 descreve cada um

deles.

Cursos Descrição

Nível

superior

São os cursos de graduação (bacharelado e tecnólogo), pós-graduação

Strictu Sensu (mestrado e doutorado), Lato Sensu (especialização e

aperfeiçoamento), extensão e sequenciais.

Sequenciais

São aqueles oferecidos em instituições de ensino superior, credenciados pela

Secretaria de Ensino, podendo ser de formação específica ou de

complementação (não são considerados cursos de graduação).

Técnicos

São os cursos profissionalizantes, são equivalentes ao ensino médio e pós-

médio completo. Procuram a formação técnico-profissional, como os cursos

de guia de turismo, sendo reconhecida com direito a carteirinha da

EMBRATUR.

Ensino

Livre

São aqueles cursos e programas não regulares, não exigem credenciamento

oficial e são orientados conforme às necessidades de formação, treinamento

e aperfeiçoamento para o mercado.

Quadro 03 – Cursos na área do Turismo Fonte: Elaborado com base no texto de Catramby e Costa (2004)

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A qualidade dos serviços prestados no turismo, está diretamente ligada à

qualificação da mão-de-obra. Nesta área é evidente a necessidade de qualificar os recursos

humanos que lidam diretamente com o público. (CATRAMBY; COSTA, 2004). As autoras

citam dados da OMT, que afirmam que o sistema de educação em turismo garante a sua

competitividade, através de princípios que consistem em: cruzamento das necessidades do

mercado e a ofertas de cursos; treinamento just in time; definição de parâmetros de qualidade;

e design do currículo e os conteúdos programáticos.

Além desses fatores, a OMT distingue a diferença entre educação e treinamento,

Catramby e Costa (2004) explicam que para OMT, educação é um processo que dá ao

indivíduo um conjunto de princípios. A educação para o turismo olha além de um setor

individual, oferece mais uma perspectiva geral do que uma abordagem específica. Já o

treinamento é definido como uma atividade muito mais específica, que se concentra na

aplicação detalhada, normalmente é utilizado para habilidades práticas.

Qualificar os profissionais na área de turismo significa, valorizar a educação como

forma de desenvolver o potencial intelectual dos profissionais envolvidos no ramo turístico,

transformando-os em fator de diferenciação da empresa frente aos concorrentes, ampliando e

consolidando sua capacidade de competir, aumentando, dessa forma, seu valor de mercado

através do aumento do valor das pessoas. (SILVA; LUCIO; BARRETO, 2013)

Lovelock, Wirtz e Hemzo (2011) contribuem afirmando que funcionários bem

treinados são profissionais qualificados, e sentem-se como tal. Os autores exemplificam o

caso de um garçom, que conhece possui grande conhecimento culinário, sobre comida,

cozinha, vinhos, etiqueta e sabe interagir com clientes de maneira eficaz; sente-se um

profissional, possui uma autoestima elevada e é respeitado pelos clientes.

Ao tratarem do assunto, Hoffman e Bateson (2008) reforçam que nos serviços

turísticos, a qualificação dos profissionais está diretamente relacionada com a satisfação do

cliente. Eles afirmam que “o pessoal constitui a essência do produto da maioria das empresas

de serviços” (HOFFMAN e BATESON, 2008, p. 286). Dessa forma, a qualificação

profissional fica diretamente relacionada às estratégias competitivas organizacionais.

2.3 ESTRATÉGIA COMPETITIVA

Esta seção tem o objetivo de apresentar uma base conceitual, que fundamenta o

estabelecimento das estratégias competitivas nas organizações. Para isso, foram abordados

temas relativos ao conceito de estratégia, a visão geral das estratégias competitivas

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organizacionais e voltadas para o Turismo, enfocados sob a óptica de Porter (1989;1998) e

Barney e Hesterly (2011).

2.3.1 O conceito de estratégia

Maximiano (2004) explica que o conceito de estratégia é originário dos confrontos

bélicos, quando a realização dos objetivos de guerra era superar o adversário, deixando-o

impedido de realizar os seus. As organizações militares já o utilizavam há muito tempo. Os

estrategos eram os generais e comandantes do exército.

Ao referir-se a tal assunto, Lima (2006) relata que do campo bélico para o campo

empresarial, os conceitos de estratégia migraram facilmente. Essa evolução foi rápida, mas só

foi disseminada na segunda metade do século XX, devido ao crescente nível de

competitividade no mercado.

De acordo com Oliveira (2011), a estratégia é definida como uma arte que utiliza

adequadamente os recursos tecnológicos, físicos, financeiros e humanos, com o objetivo de

minimizar os problemas empresariais e maximizar o uso das oportunidades identificadas no

ambiente empresarial. Na visão de Barney e Hersterly (2011, p. 4), “a estratégia de uma

empresa é definida como sua teoria de como obter vantagens competitivas. Uma boa

estratégia é aquela que realmente gera tais vantagens.” Os referidos autores ressaltam que as

estratégias de uma organização são baseadas em um conjunto de suposições e hipóteses de

como a competitividade será evoluída e explorada de forma a gerar lucros.

Através dos conceitos apresentados, nota-se a relevância do planejamento e da

escolha adequada das estratégias para a competitividade da organização. Esse planejamento

estratégico, quando bem definido, permite que as ações organizacionais sejam direcionadas

para o alcance de uma vantagem competitiva.

2.3.2 Estratégia Competitiva Organizacional

Com a expansão da economia, as organizações vêm passando por grandes

transformações advindas das pressões recebidas externa e internamente, pois a concorrência

tem crescido de maneira extraordinária e, da mesma forma, o grau de exigência dos

consumidores. Por conseguinte, para manter-se e destacar-se neste mercado amplamente

competitivo, as organizações precisam elaborar e desenvolver estratégias, visando seu

posicionamento.

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Porter (1989) afirma que a estratégia competitiva é uma busca de posição

competitiva favorável, ela visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as

forças que determinam a concorrência. Portanto, para se adquirir um posicionamento

competitivo favorável, as empresas devem desenvolver estas estratégias.

Para Porter (1998), a essência da formulação de uma estratégia competitiva está

em associar uma companhia ao seu ambiente. O autor enfatiza que “o desenvolvimento de

uma estratégia competitiva é, em essência, o desenvolvimento de uma fórmula ampla para o

modo como uma empresa irá competir, quais deveriam ser suas metas e quais políticas

necessárias para levar-se a cabo.” (PORTER, 1998, p.15).

Ao referir-se ao assunto, Barney e Hesterly (2011) concluem que ao conduzir uma

análise do ambiente externo, a empresa identifica as principais ameaças e oportunidades em

seu ambiente competitivo, e também consegue perceber como a competição em seu ambiente

provavelmente evoluirá. Os autores ainda enfatizam, ao relatar que através da análise do

ambiente interno, as empresas identificam quais seus recursos e capacidades são fontes

prováveis de vantagem competitiva.

Uma vez feita a análise dos ambientes, a empresa tem uma visão dos aspectos

gerais de competitividade, entretanto para mensurar a intensidade da concorrência, Porter

(1998) destaca que o grau da concorrência e da rentabilidade do negócio, depende de cinco

forças competitivas básicas: entrada de novos entrantes, ameaças de produtos ou serviços

substitutos, poder de negociação dos fornecedores, poder de negociação dos compradores e

rivalidade entre as empresas existentes.

O conjunto dessas cinco forças reflete o fato de que a concorrência não está

limitada aos participantes estabelecidos, “clientes, fornecedores, substitutos e os entrantes

potenciais são todos ‘concorrentes’ [...]. Concorrência neste sentido amplo poderia ser

definida como rivalidade ampliada” (PORTER,1998, p.24).

No quadro 04, Barney e Hesterly (2011) explicam como esses participantes

tornam-se ameaças para as organizações.

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Forças Competitivas Características Básicas

Ameaça de entrada

Os novos entrantes são empresas que iniciaram suas atividades

recentemente em um setor. Como resultado, os preços podem

cair ou os custos dos participantes podem ser inflacionados. A

ameaça de entrada depende das barreiras de entrada existentes. O

autor cita quatro importantes barreiras, economia de escala,

diferenciação de produto, vantagens de custo e regulamentações

governamentais para entrada.

Ameaça de rivalidade

É a intensidade da competição entre os concorrentes diretos de

uma empresa. A rivalidade se torna uma ameaça, pois ela reduz

os lucros econômicos da organização. Os altos níveis de

rivalidade em um setor são visíveis quando há cortes constantes

de preço, lançamento frequente de novos produtos, campanhas

acirradas de publicidade e ações e reações competitivas rápidas.

Ameaça de substitutos

Substitutos são aqueles produtos ou serviços oferecidos por rivais

de uma empresa, que atendem praticamente às mesmas

necessidades do cliente, mas de maneiras diferentes. Eles

impõem um teto aos preços que a empresas de um setor podem

cobrar e aos lucros que podem auferir.

Ameaça de fornecedores

A quarta ameaça ambiental são os fornecedores. Eles são

responsáveis por disponibilizarem para a empresa uma ampla

variedade de matérias-primas, mão de obra e outros bens

essenciais. Os fornecedores podem exercer poder de negociação

elevando os preços ou reduzindo a qualidade dos bens e serviços

fornecidos.

Ameaça dos

compradores

Os compradores são a última ameaça ambiental. Eles adquirem

produtos ou serviços de uma empresa e se tornam competidores

quando forçam o menor custo, barganhando por melhor

qualidade ou mais serviços. Principalmente em casos específicos

como, quando só existe um comprador e quando os produtos ou

serviços que estão sendo vendidos são padronizados e

indiferenciados. Quadro 04 – As cinco forças competitivas básicas Fonte: Elaborado com base no texto de Barney e Hesterly (2011)

Porter (1998) afirma que para enfrentar as cinco forças competitivas, existem três

abordagens estratégicas genéricas potencialmente bem-sucedidas para superar as outras

empresas. São elas: liderança no custo total, diferenciação e enfoque.

A estratégia, baseada na liderança em custo, consiste em uma empresa focar em

extrair vantagens por meio da redução de seus custos para níveis inferiores aos dos

concorrentes, não que ela abandone outras estratégias, mas que concentra seus esforços em

manter os custos baixos (BARNEY; HERSTERLY, 2011). Porter contribui, enfatizando a

importância de não usar esta estratégia isoladamente, “custo baixo em relação aos

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concorrentes torna-se o tema central de toda estratégia, embora a qualidade, a assistência e

outras áreas não possam ser ignoradas.” (PORTER, 1998, p.50)

A segunda estratégia genérica é a diferenciação. Para Barney e Hersterly (2011),

esta é uma estratégia por meio da qual as empresas buscam ganhar vantagem competitiva

aumentando o valor percebido de seus produtos ou serviços em relação aos concorrentes. Na

visão de Porter (1998), esta estratégia consiste em diferenciar o produto ou serviço oferecido

pela empresa, criando algo que seja considerado único.

A última estratégia genérica é o enfoque. No ponto de vista de Porter esta

estratégia consiste em:

Enfocar um determinado grupo comprador, um segmento de linhas de

produtos, ou um mercado geográfico; como diferenciação, o enfoque pode

assumir diversas formas. Embora as estratégias de baixo custo e de

diferenciação tenham o intuito de atingir seus objetivos no âmbito de toda

indústria, toda a estratégia de enfoque visa atender muito bem ao alvo

determinado, e cada política funcional desenvolvida levando isto em conta.

(PORTER, 1998, p. 52)

Para Porter (998), algumas empresas conseguem utilizar mais de uma abordagem

e obter sucesso, embora isso seja raramente possível. No entanto, as empresas que intentam

garantir continuidade devem desenvolver alguma estratégia e realizar ações direcionadas, para

garantir uma posição favorável em sua cadeia de valores com o objetivo de enfrentar, com

sucesso, os concorrentes no segmento de atuação na sua área (LIMA, 2006). Cada segmento

do mercado deve procurar uma estratégia a que melhor se adapte. A seguir, serão abordadas

quais melhores estratégias no setor de Turismo.

2.3.3 Estratégia Competitiva no Turismo

Como o Turismo enquadra-se no setor de serviços, já mencionado anteriormente, cabe

citar o trabalho de Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010), que aponta o ambiente competitivo

dos serviços como um setor que apresenta grandes desafios, como poucas barreiras de

entrada, substituição de produtos e oportunidades limitadas para economias de escala. No

entanto, os mesmos autores apresentam três estratégias genéricas que permitem uma empresa

superar sua competitividade.

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Três estratégias genéricas têm tido sucesso na formulação de estratégias que

permitem a uma empresa superar seus competidores. As estratégias de

liderança global em custos, diferenciação e focalização no mercado são

abordagens que empresas de serviços têm adotado de várias formas para

obter vantagens competitivas. Em cada uma dessas estratégias, entretanto, a

administração não dever perder de vista o fato de que somente o foco nos

clientes e na satisfação de suas necessidades resultará em uma clientela leal.

(FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2010, p. 60)

Com o crescimento do turismo, é notório o aumento de empreendimentos turísticos,

aumentando consequentemente a competitividade do setor. Dessa forma, as empresas estão

buscando cada vez mais espaço, posicionando-se de forma competitiva diferenciando-se em

meio às demais.

Do ponto de vista de Silva, Lucio e Barreto (2013), a única fonte permanente de

vantagem competitiva da organização é a capacidade de aprender antes que os concorrentes, e

nenhuma força externa é capaz de lhe subtrair o ímpeto dessa vantagem. Uma vez que o

produto gerado pelo Turismo apresenta diversas especificidades, como a intangibilidade e a

simultaneidade na sua produção e venda (Ignarra, 1999).

Investir na educação corporativa, como forma de qualificar o capital humano, significa

elevar o patamar de competitividade empresarial, através do desenvolvimento, da instalação e

da consolidação das competências críticas empresariais e humanas (SILVA; LUCIO;

BARRETO, 2013). Esta relação é explicada na Figura 02, da seguinte forma:

Figura 02 – Educação corporativa: instrumento de qualificação profissional Fonte: Adaptado ao de Eboli (apud SILVA; LUCIO; BARRETO, 2013, p. 280)

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Conforme Figura 02, é apresentado as relações entre competências, gestão do

conhecimento, aprendizagem e um sistema de educação corporativa que integra e articula

esses conceitos.

Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010) destacam que os investimentos em qualificação

profissional, que resultam em um aumento na qualidade de serviços, são uma vantagem

competitiva difícil de copiar. Os referidos autores garantem que as empresas líderes em seu

ramo de atividade são conhecidas por seus concorrentes, pela qualidade de seus programas de

treinamentos.

Segundo Hoffman e Bateson (2008), estrategicamente as pessoas são uma importante

fonte de diferenciação de produto. Para uma organização de serviços, é um desafio se destacar

de outras organizações semelhantes no pacote de benefícios que oferece ou no sistema de

prestação de serviços. Os autores apontam que a capacidade de obter vantagem competitiva é

na forma como as práticas da organização são realizadas. Um pouco dessa diferenciação vem

das equipes de pessoal. Uma equipe profissionalmente qualificada consegue se diferenciar no

meio de mercado altamente competitivo.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Nesta seção será apresentada a metodologia utilizada para elaboração do presente

trabalho de pesquisa, quanto ao objeto de estudo, à abordagem, ao procedimento técnico, ao

universo e à amostra, bem como a descrição do processo de coleta e tratamento dos dados.

3.1 Tipos de pesquisa

Para realizar o presente trabalho utilizaram-se abordagens bibliográfica,

exploratória, descritiva e estudo de caso. Tendo o objetivo de compreender qual a percepção

de um determinado complexo turístico, localizado no Estado do Ceará, quanto à qualificação

profissional de seus funcionários em relação às estratégias competitivas organizacionais.

Conforme Vergara (2009), existem dois tipos de pesquisa que são classificados

quanto aos fins e aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa encontra-se dividida em descritiva,

exploratória, explicativa, metodológica, intervencionista e aplicada. Assim como quanto aos

meios, está dividida em pesquisa de campo, pesquisa de laboratório, bibliográfica,

documental, experimental, ex post facto, participante, pesquisa-ação e estudo de caso.

Esta pesquisa é de abordagem bibliográfica, pois é feita uma revisão da teoria

sobre os componentes presentes na temática focalizada, como: administração, qualificação

profissional, estratégias competitivas e turismo, por meio de autores clássicos como Porter

(1998), Oliveira (2011) e Cooper (2207). Conforme Gil (2002, p. 44), a pesquisa bibliográfica

“é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e

artigos científicos.” Na visão de Mattar (2008), o levantamento bibliográfico é uma das

formas mais rápidas e econômicas de amadurecer ou aprofundar um problema de pesquisa,

através do conhecimento dos trabalhos realizados por outros.

Segundo Cervo, Alcino e Silva (2007) uma pesquisa é exploratória quando nela

são realizadas descrições precisas da situação, descobrindo as relações existentes entre seus

elementos e componentes. Esta pesquisa se caracteriza como exploratória, pois por meio do

referencial teórico e pesquisa em campo, busca alinhar a relação existente entre a qualificação

dos profissionais e a estratégia competitiva do complexo turístico em estudo.

Para Mattar (2008), a pesquisa descritiva é utilizada quando o pesquisador

pretende detalhar as características de grupos, ou descobrir e verificar a existência de relação

entre variáveis. Dessa forma, esta pesquisa é caracterizada como descritiva exploratória, pois

busca descrever a relação existente entre a qualificação profissional e a estratégia competitiva

in loco, tendo como base o estudo de diversos autores e pesquisadores da área.

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O estudo de caso consiste no estudo profundo de um ou poucos objetos, de forma

a tornar possível um conhecimento amplo e detalhado. É frequentemente usado no

levantamento de características e parâmetros de funcionamento ou operação de sistemas e

processos, normalmente utilizado em único caso (GIL, 2002). A presente pesquisa

caracteriza-se como estudo de caso, pela concentração e o consequente aprofundamento do

estudo em um determinado complexo turístico, localizado no Estado do Ceará.

3.2 Universo, população e amostra da pesquisa

Conforme Andrade (2009, p. 132), “o universo da pesquisa é constituído por

todos os elementos de uma classe, ou de toda população”. De acordo Marconi e Lakatos

(2008), a amostra é uma determinada parcela selecionada do universo (população). Para as

autoras, a amostra é um subconjunto do universo. Diante dessas definições, esta pesquisa tem

como universo todo o corpo funcional de um Complexo Turístico, localizado no Estado do

Ceará.

Dentro desta população, foi utilizada uma amostragem aleatória simples, que

conforme Gil (2002, p. 121) “consiste em atribuir a cada elemento de maneira casual”. Essa

escolha foi feita, pois se identificou que toda a população estava apta a responder o

questionário, facilitando, desta forma, uma maior precisão dos resultados da pesquisa. No

caso, foi somada a quantidade de funcionários por setor, tirou-se 20% de cada, uma vez que a

empresa limitou o número de respondentes. Ficando a amostra definida no quadro abaixo:

Quadro 05: Universo e Amostra da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

Conforme quadro 05, o universo do complexo em estudo é composto por 113

elementos, e amostra de acordo com os critérios escolhidos anteriormente, corresponde ao

número de 22 respondentes. A seguir será abordado como se deu a coleta de dados desses

respondentes, para que os mesmos fossem analisados pelo pesquisador.

SETORES UNIVERSO AMOSTRA

ADMINISTRATIVO 6 1

ENTRETENIMENTOS 75 15

REFEITÓRIO 28 5

SEGURANÇA PATRIMONIAL 4 1

TOTAL 113 22

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31

3.3 Método de coleta de dados

Neste estudo utilizou-se como instrumento de coleta de dados dois questionários,

como forma de obter uma solução para a problemática da pesquisa. De acordo com Mattar

(2008), instrumento de coleta de dados é o instrumento através do qual as perguntas e

questões serão apresentadas aos respondentes e onde são registradas as respostas dos dados

obtidos.

Os dois questionários utilizados na pesquisa foram bem estruturados. O primeiro

(APÊNDICE A), com dez perguntas, sendo duas semiabertas e oito fechadas, direcionadas

para os funcionários do complexo turístico em estudo. As primeiras perguntas foram voltadas

para a caracterização do respondente, e as demais foram baseadas na escala de Likert, que, na

ótica de Baker (2005), trata-se de uma escala em que o entrevistado demonstra o grau de

concordância ou discordância com determinada afirmação. O segundo questionário

corresponde a um roteiro de entrevista (APÊNDICE B), onde se encontram quinze perguntas

abertas, mais técnicas, aprofundando o alinhamento das estratégias competitivas

organizacionais com a qualificação profissional dos funcionários.

O primeiro questionário foi entregue aos funcionários, para que fosse respondido

a próprio punho, já o segundo questionário por ser um roteiro de entrevista, foi aplicado

somente ao gerente da empresa, onde as respostas foram transcritas pela própria

entrevistadora. O objetivo do estudo é analisar se a qualificação profissional é utilizada como

estratégia competitiva em um Complexo Turístico, localizado no Estado do Ceará.

O pré-teste foi realizado no próprio complexo turístico, tendo como objetivo a

minimização de possíveis interpretações equivocadas por parte da amostra estudada. O pré-

teste, de acordo com Lakatos e Marconi (2008), tem a funcionalidade de testar os

instrumentos da pesquisa sobre uma pequena parte da população do “universo” ou da amostra,

e deve ser feito antes de ser aplicado definitivamente, com objetivo de evitar que a pesquisa

chegue a um resultado falso. A realização do pré-teste foi de grande valia, pois, ao ser

aplicado, foi possível identificar falhas que dificultariam o entendimento do entrevistado,

sendo necessário o ajuste para melhorar a compreensão das perguntas.

Os questionários foram aplicados no mês de março de 2014, pela própria

pesquisadora, in loco, no complexo turístico.

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3.4 Método de análise

Após a coleta dos dados, os mesmos foram tabulados e analisados, sendo utilizado

o programa Microsoft Excel, versão 2010. Todos os dados foram dispostos em planilhas, para

que fossem elaborados os gráficos e os resultados finais da pesquisa.

No capítulo a seguir, apresentam-se o objeto de estudo desta pesquisa e a análise

dos resultados, como premissa para o entendimento da relação existente entre a qualificação

profissional e as estratégias competitivas em um complexo turístico no Estado do Ceará.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo apresenta-se o objeto de estudo realizado na pesquisa e a análise

dos resultados do estudo realizado em um Complexo Turístico localizado no Estado do Ceará.

Os resultados, obtidos através da entrevista e de questionários, respondidos por alguns

funcionários e pelo gerente do complexo, foram analisados graficamente para uma melhor

compreensão.

4.1 Conhecendo o objeto de estudo

O objeto de pesquisa é um complexo turístico, pertencente a um grupo familiar

tradicional do Estado do Ceará. A história dessa empresa se inicia, em 2000, quando um de

seus funcionários mais antigos recebe um grupo de visitantes para conhecer as instalações da

primeira unidade industrial do Grupo, que acabara de ser desativada. Na oportunidade, o

funcionário teve a ideia de fazer daquela unidade um museu, onde os visitantes poderiam

conhecer toda a história da empresa através do acervo de mapas, documentos, fotos, filmes e

maquinários, expostos no próprio prédio desativado. A ideia foi aprovada pelo presidente do

Grupo, e logo o Complexo Turístico começou a receber vários grupos de visitantes vindos de

diversas localidades, inclusive do exterior.

No decorrer do tempo, foram introduzidas outras atrações de entretenimento,

deixando de ser um museu e passando a ser chamado de Complexo Turístico. Atualmente o

complexo recebe cerca de 10 mil visitantes por mês, e é conhecido como umas das principais

atrações turísticas do Ceará. Emprega hoje, cerca de 100 funcionários, de acordo com as

informações da empresa, 95% do quadro funcional encontra-se nas atividades operacionais do

complexo, já que as atividades administrativas são realizadas pelo corporativo do Grupo, ao

qual ele pertence. Sua denominação é de natureza familiar e S/A, com capital fechado, tendo

como atividade principal o turismo de aventura e entretenimentos.

As atrações do complexo turístico estão distribuídas em três campos. Em cada um

deles, há atividades e jogos para todas as idades, desde as mais lúdicas, como passeios de

pedalinho no lago, até as mais radicais, como as tirolesas secas e molhadas, com alturas que

variam de 200m a 240m. Segundo dados obtidos pela empresa, tudo sob a supervisão de uma

equipe de monitores treinados de acordo com o Sistema de Gestão e Segurança (SGS),

garantindo tranquilidade, segurança e qualidade dos serviços aos seus visitantes.

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Após o conhecimento do objeto de estudo, apresenta-se na subseção a seguir a

análise dos resultados obtidos na pesquisa de campo.

4.2 Quanto à caracterização do respondente

O questionário fechado foi aplicado com todos os respondentes definidos na

amostra do complexo turístico, totalizando o número de 22 funcionários. As primeiras

questões abordaram informações pessoais como idade, escolaridade, cargo e tempo de

empresa, com o intuito de conhecer o perfil dos respondentes para coletar informações

necessárias para aplicação do conceito teórico em estudo. A entrevista aconteceu em uma sala

de reunião reservada, no próprio complexo e foi permitida pelo diretor da empresa. Os

gráficos a seguir, apresentam a idade, o nível de escolaridade, o cargo e o tempo de empresa.

4.2.1 Idade

Gráfico 01 – Idade Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

Os dados apresentados no Gráfico 01 demonstram que 45% dos pesquisados (10

pessoas) são de idade entre 18 e 25 anos, e que 32% (7 pessoas) são de idades de 26 e 33

anos. Representando que mais de 70% dos respondentes são pessoas jovens, fator que facilita

o grau de flexibilidade em relação a mudanças e atualizações, pois conforme mencionado em

capítulos anteriores, a globalização impulsiona de forma cada vez mais rápida as

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transformações, exigindo que os profissionais se qualifiquem e estejam em contínua

atualização para conseguir obter melhores resultados.

4.2.2 Escolaridade

Gráfico 02 – Escolaridade Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

O Gráfico 02 apresenta que 59% dos respondentes (13 pessoas) possuem apenas o

ensino médio completo, e 9%, que representa o número de 2 pessoas, possuem ensino médio

incompleto. Com esses dados, nota-se que a empresa não exige nível de escolaridade de seus

funcionários, o que pode comprometer o processo de qualificação dos mesmos.

Apenas 3 pessoas, equivalente a 14% dos respondentes possuem nível superior

completo. E 18 % (4 pessoas) estão cursando nível superior, representando que mesmo com o

pequeno número de profissionais com formação acadêmica, existem funcionários que buscam

melhor se qualificar profissionalmente.

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4.2.3 Cargo

Gráfico 03 – Cargo Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

De acordo com o Gráfico 03, verifica-se que a maioria dos respondentes fazem

parte da área de entretenimentos, onde 45% desempenham a função de Monitor de

Entretenimentos, 4 pessoas ocupam o cargo de supervisão, sendo 9% (2 pessoas) dos

respondentes Supervisores de Entretenimentos, 5% (1 pessoa) Supervisor de Museu, 5% (1

pessoa) Supervisor de Atividades e 5% (1 pessoa) Supervisor de Atendimento.

Os outros cargos servem como suporte à área de entretenimentos, como o

refeitório, representando 9% de cozinheiro industrial e 14% de assistente de cozinha, a

segurança patrimonial, com um vigilante, representando 5% dos respondentes e a

administração sendo representada com um funcionário ocupando o cargo de assistente

administrativo.

Dessa forma, torna-se claro que os participantes da pesquisa atendem ao objetivo

principal desse estudo, que é identificar a relação existente entre a qualificação profissional e

as estratégias competitivas em um complexo turístico no Estado do Ceará, uma vez que eles

trabalham diariamente e diretamente com os clientes e possibilitam mostrar sua qualificação

profissional, como estratégia competitiva organizacional.

Em seguida, foi perguntado aos respondentes o tempo de empresa, considerando

que quanto maior o tempo que se passa em uma organização, mais conhecimento obtém-se

dela.

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4.2.4 Tempo de empresa

Gráfico 04 – Tempo de empresa Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

Em relação ao tempo de empresa, o Gráfico 04 apresenta que, apenas 4% dos

respondentes (1 pessoa) trabalha há mais de 10 anos na empresa, esse número se justifica pelo

fato de que a empresa possui menos de 14 anos de existência. O maior percentual encontrado

foi dos funcionários que trabalham na empresa entre 4 e 6 anos, representando 50% dos

pesquisados (11 pessoas). Já os que trabalham há menos de 1 ano na empresa representam

18% da pesquisa.

O tempo de duração do funcionário na empresa é importante para identificar o

nível de experiência deles no complexo turístico. A pesquisa revelou que metade dos

funcionários que participaram da pesquisa possuem mais de quatro anos de empresa, o que

representa um possível grau de maturidade deles em relação aos processos internos.

4.3 Quanto à qualificação profissional

Nos gráficos a seguir, tem-se a representação gráfica das respostas dos

funcionários, com relação à atual situação de sua qualificação profissional e se os mesmos

recebem ou receberam investimento da empresa para sua qualificação. E a análise das

perguntas elaboradas para o gestor do complexo, com o intuito de aprofundar-se na pesquisa.

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4.3.1 Qualificação profissional nos últimos 12 meses

Gráfico 05 – Qualificação Profissional nos últimos 12 meses Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

Foi perguntado aos respondentes se eles haviam passado por alguma qualificação

profissional nos últimos 12 meses, e qual tipo de qualificação. Foram dadas as seguintes

opções: línguas, informática e outros. Dos 22 respondentes, conforme Gráfico 05, 23%

afirmaram não ter participado de nenhuma qualificação profissional no período perguntado.

Os 77% dos respondentes (17 pessoas) que afirmaram ter passado por algum tipo

de qualificação profissional, citaram cursos como Espanhol (1 pessoa), Inglês (3 pessoas),

Atendimento ao Cliente (7 pessoas) e Liderança (4 pessoas), outros não especificaram qual

tipo de qualificação passaram.

Esses dados comprovam que apesar do nível de escolaridade não ser tão alto, a maioria dos

respondentes passaram por algum tipo e qualificação profissional nos últimos doze meses. Esse tipo

de conhecimento adquirido é considerado por Klein (2002), como conhecimento cognitivo, aquele

que os profissionais atingem através de treinamentos e certificações.

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4.3.2 Quantidade de treinamentos financiados pela empresa

Gráfico 06 – Quantidade de treinamentos financiados pela empresa Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

O Gráfico 06 demonstra, que 61% dos respondentes (11 pessoas) participaram de

mais de um treinamento financiado pela empresa nos últimos doze meses. Os demais

respondentes participaram pelo menos de um treinamento financiado pelo Complexo,

representando que todos os funcionários respondentes receberam algum tipo de qualificação

custeada pela empresa.

Ao perguntar ao gestor, quantos treinamentos tinham sido realizados nos últimos

12 meses, foi respondido que no período entre Março de 2013 e Março de 2014, foram

realizados uma média de 40 treinamentos, correspondendo ao valor aproximado de R$

35.000,00 investidos em qualificação para os funcionários. Foram realizados cursos de

atendimento ao cliente, liderança, primeiros socorros, técnicas verticais, salvamento aquático,

entre outros bem específicos como o de utilização de desfibrilador, para o serviço médico.

Conforme entrevista com o gestor do Complexo, a empresa pretende investir

fortemente em treinamentos em 2014. O entrevistado informa que, nos últimos três meses, já

foram investidos R$ 20.000,00 em treinamentos totalmente voltados para área de atendimento

ao cliente. Com isso, a empresa busca uma forte estratégia de diferenciação dos concorrentes,

através da excelência no atendimento aos clientes.

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4.3.3 Participação da empresa em cursos de Graduação ou Pós-Graduação

Gráfico 07 – Participação da empresa em cursos de graduação e pós-graduação Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

O Gráfico acima mostra que apenas um dos respondentes, recebe ou recebeu

participação financeira da empresa nas mensalidades dos cursos de graduação e pós-

graduação. Esse número justifica o nível de escolaridade dos funcionários, não havendo um

incentivo por parte do complexo em inserir os profissionais em um nível acadêmico.

Na entrevista com o gestor do complexo, foi identificado que existe um programa

de bolsa de estudos administrado pelo RH do Grupo, porém com orçamento muito limitado. O

que justifica a pequena parcela de funcionários que recebem essa ajuda de custo.

4.4 Quanto ao alinhamento das estratégias competitivas organizacionais com a

qualificação profissional no turismo

É demonstrado nos gráficos a seguir, a percepção dos respondentes quanto ao seu

papel dentro das estratégias competitivas organizacionais e a importância da qualificação

profissional no turismo como fator de competitividade.

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4.4.1 Conhecer o papel para o alcance da estratégia competitiva da empresa

Gráfico 08 – Papel para o alcance da estratégia competitiva da empresa Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

Conforme Gráfico 08, a maioria dos respondentes (54%) concorda totalmente ao

afirmar que conhece seu papel para o alcance das estratégias competitivas organizacionais, e

os demais concordam parcialmente (32%), ou simplesmente concordam (14%).

Ao perguntar ao gestor do complexo se os funcionários conheciam seu papel para

o alcance das estratégias competitivas organizacionais, foi apontado pelo entrevistado que os

funcionários com mais tempo de empresa possuem uma forte visão em relação ao seu papel

nas estratégias, e o complexo procura orientar bem os novos funcionários para que eles

possam ter ciência de sua importância dentro da organização.

Tal fato justifica a resposta dos funcionários, em que 100% concordaram de

alguma maneira com a afirmativa. Indicando que os funcionários reconhecem sua importância

dentro da organização, como parte impulsionadora dos resultados competitivos do complexo.

Essa informação demonstra que as estratégias organizacionais estão alinhadas com todos

funcionários da organização, conduzindo a empresa a uma posição competitiva favorável,

pois, conforme Barney e Hersterly (2011), a estratégia de uma empresa é definida como sua

teoria para obter vantagens competitivas, estratégia bem definida e alinhada com toda a

organização, é que realmente gera tais vantagens.

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4.4.2 A importância da qualificação profissional no setor turismo

Gráfico 09 – A importância da qualificação profissional no setor turismo Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

Ao perguntar sobre a importância da qualificação profissional no setor de turismo,

27% dos respondentes (6 pessoas) concordaram com a afirmativa e 73% (16 pessoas)

concordam totalmente. O gestor também concordou com essa importância ao afirmar que o

setor de turismo é feito essencialmente por pessoas, e quando elas são capacitadas e

qualificadas, atendem bem, conseguem agradar ao cliente, gerando resultados positivos para a

empresa através da satisfação deles.

Tal fato indica que os funcionários dessa empresa reconhecem a relevância da

capacitação e qualificação dos profissionais da área de turismo, uma vez que possuem contato

direto com os clientes. Catramby e Costa (2004) reforçam o fato, ao afirmar que a qualidade

dos serviços prestados no turismo, está diretamente ligada a qualificação da mão-de-obra.

Nessa área é evidente a necessidade de qualificar os recursos humanos que lidam diretamente

com o público.

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4.4.3 A influência da qualificação profissional na competitividade

Gráfico 10 – A influência da qualificação profissional na competitividade da empresa Fonte: Dados da pesquisa, elaborado pela autora, 2014.

No Gráfico 10, é apresentado que 41% dos respondentes concordam totalmente

com a afirmação: “a minha qualificação profissional afeta a competitividade da empresa”.

Demonstrando que esses funcionários estão alinhados com a estratégia organizacional. Outros

14% discordaram dessa afirmação.

Ao perguntar ao gestor qual a relação existente entre a qualificação profissional e

as estratégias organizacionais competitivas, o entrevistado respondeu que a qualificação dos

profissionais está diretamente ligada às estratégias da empresa. Conforme o entrevistado,

(linha mestra) o fundamento das estratégias competitivas do complexo é capacitar e qualificar

seus funcionários, para não só atender, mas encantar os clientes.

Foi percebido que dentro das empresas é possível encontrar alguns funcionários

que ainda não acreditam que a qualificação seja um aspecto favorável a eles e à empresa, ou

que não influencie diretamente nos resultados obtidos. A maioria dos entrevistados, no

entanto, acredita que sua qualificação afeta a competitividade da empresa, gerando, dessa

forma, uma autogestão do conhecimento. Para Silva, Lucio e Barreto (2013), qualificar o

funcionário significa elevar o patamar de competitividade empresarial, através do

desenvolvimento, da instalação e da consolidação das competências críticas empresariais e

humanas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta desse trabalho foi evidenciar a importância da qualificação profissional

no setor de turismo, tendo como objetivo geral identificar a relação existente entre a

qualificação profissional e as estratégias competitivas em um complexo turístico no Estado do

Ceará. Para melhor analisar os dados obtidos, foi levada em consideração a seguinte

problemática: como a qualificação profissional no turismo gera diferencial competitivo em

um complexo turístico no Estado do Ceará?

Diante da problemática, foi aplicado um questionário aos funcionários e uma

entrevista com o gerente do complexo turístico em estudo. Foram colocadas perguntas

referentes à qualificação dos funcionários e à percepção dos mesmos diante das estratégias

competitivas organizacionais.

Ao analisar os dados obtidos na pesquisa, foi possível identificar que no complexo

turístico são os profissionais da área de turismo que possuem o contato direto com o cliente, é

através do desempenho do funcionário que vai ser determinada a imagem que o cliente vai

levar da empresa. Para que se obtenha bons resultados e boa posição competitiva, faz-se

necessário que os funcionários conheçam sua participação no que concerne às estratégias

competitivas e, para isso, sejam devidamente qualificados.

Quanto aos objetivos específicos deste trabalho, foi possível perceber, pelos

resultados obtidos, que, de maneira geral, os funcionários do complexo em estudo, conhecem

bem o seu papel como coadjuvantes no alcance das estratégias competitivas organizacionais.

Essa informação demonstra que as estratégias estão alinhadas com todos da organização.

Dessa forma, é possível levar a empresa a uma posição competitiva favorável.

No que se refere à importância da qualificação profissional no turismo,

identificou-se que os funcionários reconhecem a relevância da capacitação e da qualificação

dos profissionais dessa área, uma vez que são eles que possuem contato direto com os

usuários do serviço turístico. Tal fato indica que a empresa busca a conscientização de seus

funcionários em relação a evidente necessidade de preparo profissional para lidar diretamente

com o público.

No tocante à influência da qualificação profissional na competitividade do

complexo, observou-se certa divergência de opiniões entre os respondentes. Mesmo com a

maioria dos funcionários concordando com a afirmativa de que a qualificação profissional

afeta diretamente a competividade da empresa, percebeu-se que uma pequena parcela de

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funcionários não sente que sua própria qualificação é responsável pelo nível de

competitividade do complexo, ou que não influencia diretamente nos resultados obtidos.

A maioria dos respondentes, no entanto, acredita que sua qualificação afeta a

posição competitiva da empresa, gerando dessa forma uma autogestão do conhecimento,

elevando o nível de competitividade empresarial, através do desenvolvimento de

competências humanas.

Em linhas gerais, pode-se perceber que o complexo turístico em estudo reconhece

que a qualificação profissional está diretamente relacionada com as estratégias competitivas

organizacionais. Apesar de algumas limitações, a empresa pode melhorar a elaboração do

planejamento dos treinamentos ministrados, para que possam gerar resultados eficientes,

capacitando melhor seus profissionais e medindo a eficiência dos treinamentos investidos.

Ainda como sugestão, a empresa pode elaborar programas para incentivar os funcionários a

um curso superior na área e a treinamentos mais voltados para área de turismo, como curso de

idiomas.

Os resultados obtidos com a presente pesquisa foram satisfatórios em relação à

problemática, ao objetivo geral e aos objetivos específicos. É importante destacar que todas as

análises foram repassadas para o gestor da empresa, para que possa contribuir com o

desenvolvimento do complexo. Vale ressaltar, contudo, a necessidade de novos estudos sobre

o tema, ficando como sugestão a análise da percepção dos clientes quanto a qualificação dos

profissionais do complexo.

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SILVA, Fabíola Fernandes; LUCIO, Emellyne Marcella de Melo; BARRETO, L.M.T.B.

Treinamento, desenvolvimento e educação de pessoas em turismo: case Disney. Revista

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<http://www.spell.org.br/documentos/download/19994%E2%80%8E>. Acesso em 17 de fev.

de 2014.

TARTUCE, G.L.B.P. Algumas reflexões sobre a qualificação do trabalho a partir da

sociologia francesa do pós-guerra. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 25, n.87, p. 353-

382, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v25n87/21461.pdf>.

Acesso em 10 de abr. de 2014.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 10ª

edição. São Paulo: Atlas, 2009.

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Apêndice A

Questionário – Funcionários do Complexo Turístico

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18 - 25 anos 42 - 49 anos

26 - 33 anos 50 - 58 anos

34 - 41 anos Acima de 58 anos

Ensino Médio Incompleto Superior Completo

Ensino Médio Completo Pós-Graduação Incompleto

Superior Incompleto Pós-Graduação Completo

Menos de 1 ano De 7 - 9 anos

De 1 - 3 anos De 10 - 12 anos

De 4 - 6 anos Acima de 12 anos

Sim Não

Nenhum

Apenas 1

De 2 - 3

Mais de 3

Sim

(Seu ponto de vista) (0 - 5)

Conheço meu papel para o alcance da

estratégia competitiva da empresa

A qualificação profissional é muito

importante no setor de turismo

A minha qualificação profissional afeta a

competitividade da empresa

Línguas - Qual? ____________________________________

Informática - Qual? __________________________________

Outros - Qual? _____________________________________

6 - Participou de quantos treinamentos financiado pela empresa

nos últimos 12 meses?

7 - Recebeu ou recebe ajuda de custo da empresa nos cursos

de graduação ou pós-graduação?

Não

Afirmativas Grau de Concordância

Utilize a escala de 0 a 5 para atribuir notas para o seu grau de

concordância com cada afirmação.

8 - Em que grau de concordância as afirmações listadas abaixo

refletem a sua realidade.

Pesquisa de campo para a composição da monografia

Pesquisadora: Mayara Nágila Silveira da Silva

Orientadora: Professora Ms. Rosangela Soares de Oliveira

Este questionário é um instrumento de pesquisa acadêmica, e

tem como finalidade levantar informações para subsidiar a

elaboração de uma monografia do curso de Administração da

Faculdade Cearense. Por este instrumento, estamos objetivando

obter informações sobre a qualificação profissional como

estratégia competitiva em complexo turístico no Estado do

Ceará.

QUESTIONÁRIO

5 -Você passou por alguma qualificação nos últimos 12 meses?

1 - Qual a sua faixa etária?

2 - Qual seu nível de escolaridade?

3 - Que cargo você ocupa?

4 - Há quanto tempo você trabalha na empresa?

DiscordoTotalmente Discordo

ConcordoParcialmente Concordo

ConcordoTotalmente

0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 4,0 4,5 5,03,5

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Apêndice B

Roteiro de Entrevista – Gerente do Complexo Turístico

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ROTEIRO DE ENTREVISTA

Pesquisa de campo para a composição da monografia

Pesquisadora: Mayara Nágila Silveira da Silva

Orientadora: Professora Ms. Rosangela Soares de Oliveira

Cargo: ____________________________

Formação:__________________________

Tempo de empresa: __________________

1 – Você considera a qualificação profissional importante no setor turístico?

2 - Em sua opinião, qual a relação existente entre a qualificação profissional e as estratégias

organizacionais competitivas?

3 - O Complexo consegue alinhar suas estratégias de gestão de pessoas e a estratégia

competitiva organizacional?

4 - O Complexo consegue executar a sua estratégia competitiva organizacional?

5 - Os funcionários conhecem seu papel para o alcance da estratégia competitiva

organizacional?

6 - Quantos treinamentos foram executados para os funcionários nos últimos doze meses?

7 - Quanto foi investido em treinamento de funcionários nos últimos doze meses?

8 - O complexo financia de formal parcial ou integral curso de idiomas para seus

funcionários? Se sim quantos funcionários receberam esse financiamento nos últimos doze

meses?

9 - O complexo financia de formal parcial ou integral curso de graduação e pós-graduação

para seus funcionários? Se sim quantos funcionários receberam esse financiamento nos

últimos doze meses?

10 – Qual o percentual do valor investido em capacitações e financiamentos de estudos para

os colaboradores representa em cima do faturamento do Complexo?

11 – Como é elaborada a grade de treinamentos dos colaboradores? É realizado algum

bechmarking com empresas do mesmo ramo?

12 – O complexo mede a eficiência da qualificação profissional de seus colaboradores?