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> >r aro Vieira Pinto 2: EDIÇÁ A QUESTÃO DA NIVERSIMDE

A Questão Da Universidade Alvaro Vieira Pinto - COMPACTA

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    aro Vieira Pinto 2: EDI

    A QUESTO DANIVERSIMDE

  • A Questo da Universidade, de Alv.uo Vieira Pinto, a expresso viva di < e idoneidade intelectual do aulor. K.sc illo na dcada de 60, com primeira cdl^io publicada pela editora da UMF.( Icm .iqoi.i sua segunda edio com o ohjellvo de recuperar o debate acerca da rcfotm.i universitria.A anlise do autor pe em evidncia o papel progressista do Movimento Estudantil em contraste com o carter conservador r., mesmo, reacionrio dos docentes, considerados em seu conjunto.De forma serena e refletiva A Questo da Universidade constitui um libelo de certo modo violento ao elitismo, conservadorismo e alienao das estruturas universitrias a servio da dependncia cultural imposta pelos interesses dos grupos dominantes.

    V_________________________________ J

    ISBN 8 5 - 2 4 9 - 0 0 3 2 - 6

    9 7 8 8 5 2 4 9 00 32 7

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Pinto, lvaro Vieira. 1909- P226q (A questo da universidade : lvaro Vieira Pinto - 2. ed. - So Paulo :

    Cortez, 1994. * v*r Kt

    ISBN 85-249-0032-6

    I. Reforma universitria - Brasil 9* Sociologia educacional - Brasil3. Universidades e escolas superiores 4. Universidades e escolas superiores - Aspectos sociolgicos 5. Universidades e escoas superiores - BrasilI. Ttulo. II. Srie. - V ' ?

    A \ .t 1 'M " ** CDD-378

    -370.193098186-0550 -378.81

    ndices para catlogo sistemtico:t1. Brasil: Educao e sociedade 370.19309812. Brasil: Reforma universitria : Educao superior 378.813. Brasil: Universidades : Educao superior 378.814. Educao superior: Aspectos sociolgicos 3785. Ensino superior 3786. Reforma universitria : Educao 378

  • lvaro Vieira Pinto

    A QUESTO MUNIVERSIDADE

    2f edio

    /aCORTZDITORfl

  • A QUESTO DA UNIVERSIDADE lvaro Vieira Pinlo

    Capa: Paulo Ferreira Leite Revis: Neide Rigo

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    Nenhuma parle desla obra pode ser reproduzida ou duplicada sein autorizao expressa do autor e do editor.

    Copyright by lvaro Vieira Pinto

    Direitos para esta edio CORTEZ EDITORA Rua Barlira, 387 - TeL: (011) 864-0111 05009-000 - So Paulo - SP

    Impresso no Brasil - junho de 1994

  • Sumrio

    Apresentao.............................................................................................. 5

    Duas observaes.......................................................................................... 9

    Em que condies se apresenta o problema da reforma universitria . . . 11

    Que a universidade................................................................................ 17

    O ponto de partida para a compreenso da reforma universitria......... 20

    Dois aspectos da questo universitria..................................................... 23

    A universidade e a classe dominante....................................................... 25

    A universidade e a totalidade do p a s ..................................................... 35

    Universidade e cultura............................................................................. 40

    Universidade e imperialismo................................................................... 45

    A universidade e os valores eternos.......................................................... 47

    Universidade e classes sociais................................................................... 51

    Aspectos do antagonismo entre as classes no mbito universitrio . . . . 60

    A execuo da reforma universitria....................................................... 70

    A essncia da reforma universitria.......................................................... 77

    Universidade e trabalho.......................................................................... 85

    A contradio da reforma universitria.................................................. 89

    Objetivos da luta estudantil ................................................................... 92

    Perspectivas prticas imediatas .............................................................. 95

    Medidas prticas da reforma................................................................... 99

  • Apresentao

    Este livro de lvaro Vieira Pinto foi escrito no alvorecer da dcada de 60 e publicado na poca pela editora da UNE (Unio Nacional dos Estudantes).

    Seu contedo a expresso viva da coragem e idoneidade intelectual do autor. De forma serena e refletida constitui, no entanto, um libelo de certo modo violento ao elitismo, conservadorismo, arcasmo e alienao das estruturas universitrias a servio da dependncia cultural imposta pelos interesses dos grupos que dominam economicamente e, por conseqncia, impem seu poder ao conjunto da sociedade.

    E importante situar e datar o livro. Escrito em 1961, situa-se no bojo do processo que ento se caracterizava como pr-revolucionrio. Esta situao demarca as lutas da poca. A sociedade tendia a se polarizar entre os que se colocavam a favor do objetivo revolucionrio, empenhando-se em tomar realidade a tendncia em curso, e aqueles que se colocavam contra, procurando preservar a ordem vigente e se utilizando de todos os recursos disponveis para frustrar os intentos transformadores.

    lvaro Vieira Pinto se posiciona resolutamente ao lado dasforas revolucionrias e luz dessa posio que ele desenvolveas reflexes agudas, penetrantes e extremamente lcidas sobre a questo da reforma universitria como uma dentre as diversas reformas de base pelas quais lutavam as foras progressistas naquele momento da vida do pas.

    Sua anlise pe em evidncia o papel progressista do Movimento Estudantil em contraste com o carter conservador e mesmo reacionrio dos docentes quando considerados em seu conjunto. E essa anlise, quando confrontada com outros estudos relativos quele perodo (ver, por exemplo, L. A. Cunha, A universidade crtica), estava correta. Hoje, as condies so outras. O movimento docente parece ter passado frente do Movimento Estudantil nas lutas em tomo da questo da universidade.

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  • Para compreender a mudana acima referida importa reter a diferena de situao. Em lugar de um momento pr-revolucionrio tal como o vivido quela poca, eu diria que hoje ns vivemos um momento pr-democrtico. Com efeito, aquele momento ocorreu ( num perodo de vigncia da democracia parlamentar, ao cabo do qual ocorreu a polarizao antes referida. O desfecho dessa polarizao foi o golpe militar de 64 com o conseqente fechamento poltico e o desmantelamento dos movimentos progressistas, entre eles, as organizaes estudantis. Subseqentemente, buscou-se ajustar a estrutura e organizao do ensino superior nova ordem poltica ento implantada, ajustamento este que assumiu ordenamento jurdico atravs da Lei 5.540/68, que ficou conhecida como a Lei da Reforma Universitria. Implanta-se, em conseqncia, uma estrutura de ensino que, atravs dos mecanismos de curso parcelado, regime de crdito, perodos letivos semestrais e matrcula por disciplina, consagrou a desmobilizao estudantil na organizao, estrutura e gesto da universidade. Com efeito, no mais organizados por turmas que permaneciam coesas durante todo o curso, ficaram os alunos impossibilitados de se constiturem em grupos de presso capazes de reivindicar a adequao do ensino ministrado aos objetivos do curso, bem como a consistncia terica e relevncia social dos contedos transmitidos.

    Paralelamente, adotou-se no campo educacional a diretriz segundo a qual as decises relativas educao no competem aos educadores. Aos professores, portanto, caberia apenas executar de modo eficiente as medidas cujas decises ficavam circunscritas ao grupo que, empolgando o poder, se arvorou em intrprete infalvel das aspiraes da sociedade, sem a prvia delegao desta. Tal processo de marginalizao poltica foi acompanhado do arrocho salarial que agravou consideravelmente as condies de salrio e de trabalho dos professores. Em relao a tal estado de coisas, os professores passaram a se organizar em associaes de docentes que em 1981 se aglutinaram na ANDES, a qual passou a liderar o movimento de professores na reivindicao por melhores condies de trabalho e de salrio e na busca de um novo modelo de universidade.

    Compreende-se que, nesse quadro, o horizonte das lutas em torno da questo da universidade tenha sido a liberalizao e democratizao das relaes de poder nas instituies de ensino superior. O momento pr-democrtico, nas condies vividas pela sociedade brasileira hoje, acabou por implicar a circunscrio do problema de universidade aos limites da democracia liberal burguesa. Eis por que tem ficado em segundo plano a questo da funo social da universidade enquanto agncia que, mantida pelo

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  • conjunto da sociedade, deveria estar comprometida com a realizao das aspiraes populares que impem a luta pela transformao da estrutura scio-econmica do pas; vale dizer, implicam a posio revolucionria.

    nesse quadro que a retomada da reflexo de lvaro Vieira Pinto assume a maior relevncia. Com efeito, ela nos permitir, pela via da recuperao da memria das lutas em torno da questo da universidade num momento crucial de sua histria, repor de forma vigorosa o problema das relaes entre universidade e sociedade e, em conseqncia, a responsabilidade e o compromisso sociais com os interesses da populao trabalhadora que o ensino superior precisa assumir.

    fi, pois, em boa hora que a srie Educao Contempornea da Cortez Editora e Editora Autores Associados reedita esta importante obra.

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    Dermeval Saviani

    So Paulo, dezembro de 1985.

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