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A sociedade é mutável e as - jornaldosindico.com.br · ções, gerenciamento dos funci- ... a pessoa da responsabilidade de responder pelo tempo em que ... crise econômica. Porém,

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A sociedade é mutável e asleis e regras que a regem de-vem acompanhar suas mudan-ças. O Jornal do Síndico jáabordou em outra oportunida-de, por exemplo, a nova ondados serviços de locação com-partilhada, como o oferecidopelo aplicativo Air BNB, noqual o dono do apartamentopode locar o imóvel ou partedele (um quarto) por uma cur-ta temporada, como se fosseuma hospedaria.

Nesta edição de setembroda nossa publicação, trazemosmais uma discussão acercadessa necessidade de atualizaras normas do condomínio afimde abranger novas modalida-des de relações estabelecidas.A convenção do condomínioe seu regimento interno nãosão textos imutáveis, eles po-dem ser atualizados para acres-

centar novas disposições deacordo com a dinâmica do pré-dio, obviamente desde queessa alteração seja feita com aanuência da assembleia.

Nesse mês, fazemos refe-rência específica ao uso - cadavez mais frequente - dos apar-tamentos como Home Office,termo em inglês usado paradesignar os escritórios monta-dos dentro do próprio ambien-te doméstico. Há condomíni-os novos que já possuem re-gras para essa atividade, masos mais antigos não têm. Sai-ba um pouco mais sobre o quesão os home offices na nossamatéria da seção “Cotidiano”.

Outra matéria de destaqueem nosso JS deste mês é so-bre a vacância no cargo de sín-dico. Na ausência dele - sejapor renúncia, doença ou fale-cimento - você sabe como o

condomínio deve proceder? Alegislação não é taxativa sobreo assunto e os procedimentospodem variar de acordo comas convenções condominiais.De todo modo, essa é uma si-tuação da qual nenhum con-domínio está isento, e é inte-ressante ter um plano de açãoimediato, caso seja necessário.Saiba mais em nossa seção“Administração”.

Setembro é o mês que fi-naliza o inverno e traz a pri-mavera. Desejamos a todos osnossos leitores um excelentemês, com essa nova estação,com novos projetos e muitaforça em prol dos interessescoletivos do condomínio.

A todos, uma ótima leitu-ra!

Os editores

O síndico é a pessoa eleitademocraticamente por meio devotação para gerir o condomí-nio em nome do benefício co-letivo. A ele cabe a responsabi-lidade pelas finanças, manuten-ções, gerenciamento dos funci-onários, conciliação dos interes-ses dos condôminos, obras... Asatribuições não são poucas e al-gumas vezes pode acontecer dea pessoa eleita para o cargo nãoquerer mais ocupá-lo.

Nessas situações, quem as-sume o condomínio? A mesmapergunta se aplica aos casos demorte ou doença que impossi-bilite o síndico de exercer suafunção. Para o advogadoNeemias Souto a medida a sertomada será orientada pelo quediz a convenção do condomí-nio.

“A maioria dos prédios jáelegem, junto com o síndico, oseu vice, o qual deve assumir

de imediato sendo observada avacância do cargo. Outras con-venções podem estabelecer opresidente do Conselho Fiscalcomo síndico interino até queseja convocada uma nova elei-ção”, explica Souto.

Segundo o jurista, os proce-dimentos variam, pois a lei querege os condomínios não étaxativa sobre como agir nes-sas situações. Caso a conven-ção seja omissa a respeito dotema e não haja nenhuma outraliderança com poderes instituí-dos para assumir a sindicância,é necessário realizar umaassembleia extraordinária paradeliberar sobre o assunto emcaráter de urgência, pois o con-domínio não pode ficar sem umrepresentante.

“É válido ressaltar que a re-lação do síndico com o condo-mínio não é de empregado eempregador, sua atividade é de

caráter voluntário e ele é livrepara abdicar de suas funçõesseja alegando ou não algummotivo para tal”, complementa.O advogado, contudo, alertapara o fato de que nada impedeque o ex-síndico seja posterior-mente responsabilizado poralgo irregular no condomíniodurante seu tempo de gestão,mesmo depois de deixar de sersíndico.

Cargo vazio: na falta do síndico,quem assume o condomínio?

“Infelizmente, sabemos quemuitas vezes a renúncia se devepelo medo de ser penalizadopor alguma falha cometida pordescuido ou má fé na adminis-tração, mas é preciso deixar cla-ro que sair do cargo não isentaa pessoa da responsabilidade deresponder pelo tempo em queo ocupou”, esclarece Neemias.

E se ninguém se voluntariarpara ocupar o cargo vago? Esse

é um problema que pode ocor-rer, mas que pode ser contorna-do com a contratação de um sín-dico profissional, carreira quecresce cada vez mais nas gran-des cidades. Isso pode ser umasolução definitiva ou temporá-ria, até que algum condôminoofereça seu nome para ocupara administração do condomí-nio.*Jornalista e colaboradora do JS

Com o grande crescimento dascidades, número de construções eprogramas de moradias tambémtornou-se mais complexo a admi-nistração e atendimento as váriassituações que podem envolver osmoradores de condomíniosedilícios.

Em regra, tratando-se de con-domínio, o Síndico é responsávelpela maioria das ocorrências queenvolvem a vida condominial,sendo uma de suas responsabili-dades providenciar as manuten-ções do prédio, zelar pelo bemestar coletivo, segurança, entreoutras.

Atualmente, é crescente o nú-mero de ações judiciais que envol-vem quedas e arremessos de ob-

jetos pelas janelas dos prédios, eisso tem gerado grandes prejuízosaos condomínios.

Mas quem responde por que-da e arremesso de objetos dosapartamentos?

Para ser um bom condômino,não basta apenas você estar em diacom o pagamento da sua cotacondominial, você também preci-sa andar de acordo com as regrasde convivência em condomínio.

No caso de queda e arremes-sos de objetos dos apartamentos,há duas hipóteses. Vejamos: - Possibilidade de identificaçãodo apartamento que deu origem àqueda ou arremesso do objeto:sendo possível tal identificação, aresponsabilidade é do respectivo

condômino.- Impossibilidade de identificaçãodo apartamento que deu origem àqueda ou arremesso do objeto: nãosendo possível identificar o apar-tamento causador do dano, a res-ponsabilidade é do próprio condo-mínio.

E, entre as hipóteses acima re-feridas, há de se observar as suasclassificações: - Objetos que são arremessados:neste caso, existe a intenção dearremessar um objeto, como porexemplo, bituca de cigarro;- Objetos que caem acidentalmen-te: nesse caso, mesmo que nãohaja a intenção de se arremessarum determinado objeto, como porexemplo, um vaso de flor que es-tava na janela, o morador assumeo risco por seu ato.

Na prática, ambos são passí-veis de punição administrativa,com a aplicação de multa puniti-va condominial.

Tal multa poderá constar naconvenção ou regimento internodo condomínio, bem como pode-rá ser aplicada diretamente pelosíndico ao tomar conhecimento dofato.

Desse modo, a identificaçãodo apartamento infrator é funda-mental, pois é através da identifi-cação que, além da multa admi-nistrativa, o condômino responde-

rá pelo risco do dano causado.Assim, se o dano causado for

interno, a resolução se dará de for-ma administrativa, porém se ex-terno e envolver terceiros, pode-se buscar o amparo do Poder Ju-diciário.

Importante saber que, em am-bos os casos, também é possívelacionar o seguro do condomínio.

Na prática: caso o condomínionão identifique o apartamento deonde caíram ou foram arremessa-dos os objetos, este assumirá odano sendo a despesa rateada en-tre os condôminos.

Ainda, quando a ocorrênciaenvolver terceiros, há de se termuita cautela ao fornecer dadoscadastrais do condômino infrator.

Hoje em dia, a fim de evitar aresponsabilidade civil, a maioriados condomínios, tem inseridocláusulas punitivas no seu regi-mento interno, referente a quedae arremessos de objetos, conside-rando-se que o trabalho de fiscali-zação do prédio deve ser realiza-do pelo síndico, funcionários econdôminos.

No entanto, se o problema daqueda for decorrente da falta deconservação da fachada do prédio,a responsabilidade é do condomí-nio, não impedindo que o mora-dor providencie os reparos, emcaso de urgência, e após solicite o

respectivo reembolso.Apesar da queda e arremesso

de objetos ser um grave problema,a simples colocação de câmeras demonitoramento no topo do condo-mínio ou até mesmo no térreo,neste caso, devendo estas estaremvoltadas para cima, pode ser umasolução muito eficaz.

A vida em condomínio impli-ca direitos e deveres, sendo neces-sário que cada um respeite seuslimites e os limites dos demaismoradores.

Um bom trabalho deconscientização, junto aoscondôminos, pode trazer grandesmudanças de comportamento, evi-tando assim o surgimento de situ-ações desagradáveis e que possamtrazer algum tipo de risco ou pre-juízo ao condomínio.

Portanto, caberá ao síndico docondomínio avaliar cada ocorrên-cia sempre buscando a melhor so-lução para cada situação de con-flito, a fim de que uma situaçãosimples de se resolver não se trans-forme em uma ação judicial emdesfavor do próprio condomínio.

Conheça nosso Blog e cadas-tre-se para receber gratuitamenteconteúdos e atualizações. http://simonegoncalves.com.br/blog/

* Advogada e colaboradora do JS

Condomínio: quem responde pelaqueda de objetos dos apartamentos?

Cada vez mais populares, osescritórios do tipo home officeconquistaram vários adeptos noBrasil, sobretudo em tempos decrise econômica. Porém, o fun-cionamento deles devem passarpelo crivo do condomínio, umavez que isso influencia na rotinado prédio e seus moradores.

O chamado home office é otermo em inglês usado para de-signar um escritório doméstico,ou seja, aquele ambiente de tra-balho montado dentro da própriacasa, o que traz benefícios comoa economia com aluguel, contade energia, água, pagamento defuncionários, por exemplo.

Para o usuário, tal modalida-de de ambiente é cheia de vanta-gens, no entanto, para o condo-mínio talvez isso não seja tãobem visto. Trabalhar em casa nãoé algo ilegal, mas em determina-das situações, pode trazer incon-veniências aos demais condô-minos e funcionários.

O síndico Josias Machado, de

Fortaleza (CE), relata alguns pro-blemas que enfrentou. “Percebe-mos no condomínio, um fluxomaior de visitantes que o que eracostume em um determinadoapartamento, várias pessoas dei-xando encomendas e envelopesna portaria, as vagas de garagempara visitantes sempre ocupadaspor “visitas” deste mesmo con-domínio, reuniões no salão defestas. Tomei a iniciativa de ir fa-lar com o inquilino do aparta-mento e descobri que ele haviatransferido a empresa dele parao seu endereço domiciliar”, rela-ta.

Não havia nada sobre o as-sunto na convenção do condomí-nio, mas a situação foi concilia-da amigavelmente, conta o sín-dico. “Expliquei para o moradorque aquilo constituía um desvioda finalidade do condomínio, queé habitação. No entanto, eu tam-bém sabia que ele passava por ummomento profissional delicado enão era meu interesse de nenhum

modo prejudicá-lo, então estabe-lecemos algumas regras de co-mum acordo”.

Dentre as medidas acertadas,estava: proibição do uso dos por-teiros como “secretários particu-lares” para recepção de pessoase documentos, estabelecimentode uma faixa de horário para re-ceber visitas relacionadas ao tra-

Funcionamento de Home Officenecessita autorização do condomínio

balho, proibição das áreas co-muns do prédio para encontrosprofissionais, máximo cuidadocom o respeito à lei do silêncio.

O caso citado foi contornadopacificamente, mas isso nemsempre acontece, pois falta mo-deração e bom senso de ambasas partes. Portanto, uma iniciati-va válida é agregar este tema à

convenção condominial, orientao advogado Victor Lima. “Anti-gamente não havia a cultura dohome office, e por isso não sercomum também não havia dis-posições sobre o tema em con-venções. No entanto, é necessá-rio que se acompanhem as mu-danças que chegam com o tem-po, e é interessante que se discu-tam em assembleias os termospara o uso do domicilio para finsprofissionais”, comenta.*Jornalista e colaboradora do JS

...“Expliquei para o morador que aquiloconstituía um desvio da finalidade docondomínio, que é habitação...

A crescente violência vematingindo também os condo-mínios, antes considerados umtipo de moradia extremamen-te segura. Na falta de medidasefetivas por parte das autori-dades públicas para combatera criminalidade, os próprioscondomínios dedicam hojeparte de seu orçamento parareforçar como pode a seguran-ça do seu prédio e seus usuári-os.

Dentre as estratégias pos-síveis, a instalação de cercaselétricas é uma adotada porquase todos os edifícios atual-mente, pois alia baixo custocom bom efeito intimidadorpara barrar a entrada de inva-sores. Tanto a sua acomodaçãoquanto a manutenção devemser acompanhadas por empre-sas especializadas nesse ramo,afim de garantir o melhor de-sempenho do equipamento eevitar possíveis acidentes.

A cerca elétrica está enqua-

drada na categoria de equipa-mentos protetores de períme-tro, ou seja, faz a segurançados limites do terreno do pré-dio, sendo instalada, portanto,nos muros. O mercado de uti-lidades para incrementar a se-gurança predial inova a cadadia e atualmente há diferentestipos de cercas elétricas dispo-níveis, com marcas e modelostrazendo novas funcionalida-des, contudo o princípio defuncionamento permanece omesmo: usar a eletricidade

para repelir invasor sem cau-sar risco de morte.

A tensão elétrica elevada,entre 8 a 12 mil volts, a qualpercorre os fios de inox da cer-ca não possui amperagem su-ficiente para matar um ser hu-mano, nem mesmo um animalde estimação (cães e gatos, porexemplo), que porventura ve-nham a tocar a instalação. Ochoque elétrico disparado é obastante para repelir o invasor,fazendo com que se afaste domuro.

Cercas elétricas reforçam a segurança do prédio

As cercas elétricas possu-em um dispositivo de seguran-ça que faz soar um alarme casohaja dano à corrente elétricaque supre o equipamento, sejapor curto-circuito ou mesmocorte dos fios. Há dois mode-los que são frequentementeusados em condomínios: o pri-meiro é a cerca elétrica con-vencional (feita de hastes ver-ticais ligadas entre si atravésdos isoladores por fios de açoinox) e a segunda é a cerca elé-trica concertina (feita com ara-

me farpado de alta tensão deruptura, em formato de espi-ral, contendo lâminas de açoperfurantes e cortantes).

Um kit para instalação decerca elétrica contém, de modogeral, os seguintes itens: cen-tral eletrificadora (utiliza aenergia de 110V ou 22V paragerar a tensão dos fios), bate-ria (garante o funcionamentoda central mesmo em caso defalta de energia), cabos de altatensão, fios de aço inox, has-tes de sustentação e sirene(para soar o alarme em casosde interrupção da corrente pelosistema).

Lembre-se: o trabalho comeletricidade é potencialmentemortal e só deve ser realizadopor profissionais devidamen-te capacitados e certificadospara tal atividade. Jamaisdeve-se tentar instalar o pro-duto por conta própria.

*Jornalsita e colaboradora do JS

Todos os anos, centenas de acidentes com eletricidade ocor-rem em todo o território Brasileiro, segundo o Anuário EstáticoBrasileiro dos Acidentes de Origem Elétrica -2017, promovidopela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigosda Eletricidade (ABRACO-PEL), demonstra que anos de 2015e 2016 ocorreu um significativo aumento no numero de aciden-tes com eletricidade, seja com vitimas de choques elétricos fa-tais e não fatais.

Os efeitos da exposição da corrente elétrica pelo corpo hu-mano dependem principalmente da sua intensidade e do tempode circulação.

Medidas de proteção contra choques elétricosDR - Dispositivo de Proteção à Corrente Diferencial – Residual

O que é DR?O DR- Dispositivo de Prote-

ção à Corrente Diferencial – Re-sidual é uma das medidas obriga-tórias prescritas na NBR-5410, equando instalado de acordo comos padrões técnicos descritos se

e, no geral, em áreas internas mo-lhadas em uso normal ou sujeitasa lavagens.

Como deve ser instalado?O item 5 da NBR5410 nor-

matiza a aplicação ; “ A proteçãodos circuitos pode ser realizadaindividualmente, por ponto de uti-lização ou por circuito ou por gru-po de circuitos”.

Somente o com o uso do DRem minha residência, estou pro-tegido?

Não! É de extrema importân-cia observar o item 5.1.3.2.1.2 quediz; “A utilização de tais disposi-tivos não é reconhecida comoconstituindo em si uma medida deproteção completa e não dispen-sa, em absoluto, o emprego deuma das medidas de proteção

estabelecidas em 5.1.2.2 a 5.1.2.5.( que definem proteções básicasassegurada por isolação das par-tes vivas ( condutores expostos )e/ou por barreiras ou invólucros)dentre outras medidas.”

Toda e qualquer instalaçãoelétrica, deve ser dotada de dis-positivos de proteção para evitardanos a pessoas, animais e patri-mônios. Além de garantir segu-rança, instalações elétricasprojetadas, executadas e repara-das por profissionais habilitadose capacitados, tendem a apresen-tar um ganho econômico seja emeconomia de material ou consu-mo de energia.

*Engenheiro eletricista eColaborador do [email protected]

torna uma medida eficiente deproteção.

Segundo o item 5.1.3.2.2“Qualquer que seja o esquema deaterramento, devem ser objeto deproteção adicional por dispositi-vos a corrente diferencial-residu-

al com corrente diferencial-resi-dual nominal igual ou inferior a30 mA.”

Onde deve ser instalado?De acordo com a NBR-5410,

item 5.1.3.2.2 o DR deve ser ins-talado nos seguintes casos;a) os circuitos que sirvam a pon-tos de utilização situados em lo-cais contendo banheira ou chuvei-ro;b) os circuitos que alimentem to-madas de corrente situadas emáreas externas à edificação;c) os circuitos de tomadas de cor-rente situadas em áreas internasque possam vir a alimentar equi-pamentos no exterior;d) os circuitos que, em locais dehabitação, sirvam a pontos de uti-lização situados em cozinhas, co-pas-cozinhas,lavanderias, áreasde serviço, garagens e demais de-pendências internas molhadas emuso normal ou sujeitas a lavagens;e) os circuitos que, em edificaçõesnão-residenciais, sirvam a pontosde tomada situados emcozinhas,copas-cozinhas, lavan-derias, áreas de serviço, garagens

A vida em grandes centros ur-banos por si só já prevê a exposiçãoa diversos tipos de poluição. Den-tre elas, a auditiva nem semprerecebe a atenção devida até que,após danos cumulativos, cau-se um prejuízo irreparável àsaúde. Foi com a justificativade evitar a poluição sonora quea Câmara Municipal do Rio deJaneiro regulamentou recente-mente neste ano a Lei 6.179/2017, Decreto 43.372, que versasobre o limiar de som tolerável.

A partir de agora, quem excederao limite máximo de decibéis per-mitido e perturbar o bem-estar e osossego público ou da vizinhançaficará sujeito a multas de R$ 500(pessoas físicas), e R$ 5 mil (pesso-as jurídicas). O artigo 1º esclareceque a Lei dispõe sobre medidas parao combate eficaz à poluição sonoraprejudicial ao meio ambiente, à saú-de, à segurança ou ao sossego pú-blico.

Barulhos produzidos por ani-mais domésticos, voz humana, sommusical, obras, reformas e meios detransporte são alguns dos ruídosclassificados como “poluição sono-ra” pela nova legislação. Para rece-

ber as denún-cias, foi criado o canal de comuni-cação telefônica, através do número153.

A nova lei do RJ vem a regula-mentar o que já existe em outras ca-pitais brasileiras e o que é popular-mente conhecido nos condomínioscomo “Lei do silêncio”, onde os sonsconsiderados altos (acima de 55decibéis) são proibidos pelo Regi-mento Interno do prédio e a infra-ção a essa regra pode ser penalizadacom advertência e multa.

Nos condomínios, via de regra,é possível descrever dois tipos debarulho que sobressaem das demais:

“Lei do silêncio” controlaintensidade do barulho no RJ

aquele contínuo, seja uma festa nosalão, área de lazer ou no interiorda própria unidade; e aqueles que

são irritantes, porém breves: la-tido de cães, o caminhar comsalto alto, vozes em alto volu-me, arrastar móveis, aparelhoseletrodomésticos que costu-mam fazer muito barulho, den-tre outros desagradáveis ruídos.

Como proceder em tal situ-ação na qual o limite de decibéis

já foi superado e o barulho está in-comodando além da conta? Primei-ramente, se o seu condomínio esti-ver em uma cidade com legislaçãoespecífica para isso, como o RJ, ésó ligar para o canal de denúncias.Caso contrário, é válido testar umaprimeira tentativa diplomática e pe-dir com educação para que o ruídoseja evitado. Persistindo o proble-ma, a Polícia pode ser chamada paraconter o barulho excessivo já que,segundo o art. 54 da Lei 9.605/98,ruídos que podem causar danos àsaúde são considerados crime, po-dendo levar o infrator a reclusão de1 a 4 anos.

*Jornalista e colaboradora do JS

Luvas de segurançaVocê sabia que as mãos - e especifica-mente os dedos - são as áreas do cor-po mais comumente atingidas em epi-sódios de acidente laboral? Somadas,mãos e dedos, são as áreas que repre-sentam 31% dos acidentes que acon-teceram entre 2012 e 2016, mais de800 mil casos de acordo com o Obser-vatório de Segurança Digital de Saú-de e Segurança do Trabalho, elabora-do pelo Ministério Público do Traba-lho (MPT) e a Organização Internaci-onal do Trabalho (OIT).É válido lembrar que garantir os equi-pamentos e ambiente adequado que ga-rantam a plena segurança dos funcio-nários é uma responsabilidade do con-tratante. As luvas de proteção sãoexemplo de um tipo de Equipamentode Proteção Individual (EPI) que deveser fornecido ao trabalhador. As luvaspodem ser feitas de vários materiais,como raspa de couro, látex, PVC,neoprene, lona, dependendo do uso aque se destina.

Dicas para reformaNão são raros os casos em que umareforma é concluída com um customuito maior que o inicialmente esti-mado. Isso acontece por alguns moti-vos que podem ser evitados, desde quehaja um planejamento minucioso pré-vio. O primeiro passo é fazer uma pes-quisa de mercado para ver o valormédio que cada material que será usa-do e, com base nesse preço, fazer umorçamento, lembrando de acrescentarum percentual a mais já considerandoum possível reajuste.Junto ao planejamento de preços, éfundamental que sejam listados abso-

lutamente todos os materiais necessá-rios, desde o número de sacas de ci-mento à uma trena. Em parte, é funçãodo arquiteto ou engenheiro forneceressa informação ao cliente. Por fim,outra dica útil é negociar o pagamentoda mão de obra por etapas e jamais an-tecipadamente, pois corre-se o risco delevar calotes. O pagamento por diáriatambém não é o ideal, pois a obra podeser atrasada propositalmente.

Lâmpadas LEDEcológicas e econômicas, as lâmpadasdo tipo LED têm sido uma opção cadavez mais recorrente em condomíniosque visam reduzir a conta de energia.Deve-se ter bastante atenção ao adqui-rir esse produto: Desde 17 de julho de2017, está proibido o comércio de lâm-padas LED (com regulador integradoà base) sem certificação do Inmetro.O consumidor deve ficar atento e pre-ços muito baixos devem servir de aler-ta, pois há no mercado produtos irre-gulares com selo falsificado e com ou-tras informações inverídicas que po-dem trazer sérios riscos.A certificação visa garantir um padrãode qualidade de iluminação, baixo con-sumo e, também, segurança, evitandoa comercialização de modelos irregu-lares, que oferecem riscos de supera-quecimento, choque e curto-circuito.Todos os produtos certificados deveminformar nas embalagens o selo deidentificação do Inmetro, número deregistro, o comparativo de equivalên-cia da potência do LED em relação àslâmpadas fluorescentes e àsincandescentes (W), temperatura dacor (K) e a eficiência energética (Im/W).

É certo que cabe ao síndico fazera guarda das áreas comuns e cuidarda edificação como um todo, e paraisso em alguns casos ele precisariaadentrar em uma unidade. Algumasconvenções trazem em seu bojo pré-autorizações perigosas, para que ossíndicos entrem em residências alhei-as, uma vez que não contam com aprévia autorização do morador.

Lembrando que a pré autoriza-ção da convenção, não pode se so-brepor ao que diz a lei, especifica-mente a Constituição Federal, a qualtrata acertadamente o domicíliocomo asilo inviolável, salvo em si-tuações taxativas devidamenteexplicitadas no texto da lei, quandoo ingresso sem autorização ser per-mito somente em caso de flagrantedelito ou desastre, ou para prestar so-corro, ou, durante o dia, por deter-minação judicial. (art. 5º, inciso XI,Constituição Federal).

E adentrar em uma moradia semprévia autorização poderá fulminarem invasão de domicilio por parte dosíndico, zelador, ou de quem o fizersem prévio consentimento do mora-dor.

Código PenalArt. 150 - Entrar ou permanecer,

clandestina ou astuciosamen-te, oucontra a vontade expressa ou tácitade quem de direito, em casa alheiaou em suas dependências:

Pena - detenção, de um a três me-ses, ou multa.

A situação em que o síndico se

encontra no caso de querer penetrarem domicílio alheio sem prévia au-torização, é a mesma do policial quequer cópia das imagens do circuitointerno de TV ou do policial que queradentrar no condomínio sem manda-to judicial. O condomínio também éconsiderado domicílio nos termos doIII, § 4º Art. 150 do Código Penal.

Assim, a Constituição asseguraa moradia o asilo inviolável, do qual,sem prévia autorização do dono ouocupante ninguém nela pode pene-trar, salvo por ordem judicial ou seali estiver ocorrendo algum desastreou crime, ou ainda para prestar so-corro.

Desta forma, em caso de neces-sidade, por mais que ali esteja ocor-rendo uma obra irregular, um vaza-mento ou qualquer outra situação, osíndico precisa de autorização domorador para ingressar na unidade.Caso esta autorização lhe seja nega-da, ele não deve entrar em proprie-dade alheia, e sim notificar o ocupan-te e se necessário ingressar com me-dida judicial para que lhe seja auto-rizado o acesso ou paralisada a obra.

Se na unidade estiver ocorrendoum vazamento ou uma obra irregu-lar, por exemplo; se o morador nãopermitir a entrada, este responderápelos prejuízos causados na esferacivil e o síndico deverá ingressar commedida judicial para paralisar a obrase necessário ou obrigar o moradorao reparo.

Mas se ali estiver uma pessoa ca-

ída/acidentada, precisando de ajuda,ou se um crime estiver ocorrendo,respectivamente, o síndico e a polí-cia poderão adentrar a unidade, con-forme autoriza a Constituição Fede-ral, para esses casos específicos.

Para as unidades vazias, sem quese localize o morador e se ali algoque poderá gerar dano, risco ou pre-juízo a terceiros estiver ocorrendo,podemos encaixar nas hipóteses doinstituto da gestão de negócios.

O Código Civil nos traz a figurado gestor de negócios que é a con-duta de um estranho, sindico ou não,que interfere em negócio de tercei-ro, que pode ser em uma residência,a fim de evitar-lhe um prejuízo, agin-do conforme o terceiro teria agido setivesse conhecimento do fato.

É uma atividade excepcional. Éexemplo desta gestão o vizinho quezela pela casa de quem se ausentousem deixar notícias ou o síndico queingressa na unidade vazia e fecha atorneira ou estanca um vazamento.

O Art. 861 do Código Civil, aduz:“Aquele que, sem autorização do in-teressado, intervém na gestão de ne-gócio alheio, dirigi-lo-á segundo o in-teresse e a vontade presumível de seudono, ficando responsável a este e àspessoas com quem tratar. ”

Lembrando que se o ato pratica-do for contra a vontade manifesta oupresumível do dono, o gestor respon-derá até mesmo pelos prejuízosimprevisíveis Art. 862 do CC.

*Advogado e colaborador do JS

Condomínio: Invasão dedomicílio pelo síndico

A presença de animais domésticosem condomínios residenciais é umtema que ainda gera muita polêmica,pois há diferentes interpretações porparte dos juristas acerca disso, o quealimenta ainda mais as discussões so-bre o direito do condomínio em vetara permanência dos pets. Em agosto, a4ª Turma Cível do TJDFT modificoupor decisão unânime sentença de 1ªinstância, que havia negado o direitode permanência de animal de estima-ção em um condomínio.

A autora da ação afirmava ser ido-sa e cardiopata, possuía um cão de pe-queno porte, raça Shih Tzu, o qual lhefazia companhia. Em julho de 2016,recebeu um comunicado de “advertên-cia” do condomínio, solicitando a ime-diata retirada do animal do apartamen-to, sob alegação de descumprimento àlegislação condominial, que proíbe amanutenção de animais domésticos nasunidades autônomas.

A senhora destacou que firmoucontrato de locação em 22/04/2016,sendo que o regimento interno proi-bindo animais foi discutido e votadoem assembleia realizada em 14/07/2016, ou seja, após a celebração de seucontrato de locação. Apesar disso, ocondomínio sustentou aobrigatoriedade de observância à suaconvenção, cujas normas proibitivasforam legalmente instituídas por von-tade dos condôminos, devendo, por-tanto, prevalecer sobre o interesse in-dividual da moradora.

Ao analisar o recurso, o magistra-do relator do caso afirmou que o vetoa animais só se justifica em casos nosquais a finalidade seja preservar a se-

gurança, o sossego e a saúde doscondôminos, de modo que a proibiçãode animais domésticos tem que serrelativizada, caso a caso, e nuncataxativa, generalizando todo e qual-quer animal, mesmo não havendo ra-zões para bani-lo.

Desse modo, o relator acrescentou“a vedação estabelecida na Convençãoe no Regimento Interno deve ser apli-cada somente aos casos em que, a pre-sença do animal oferece risco aos vi-zinhos, ou perturbação do sossego. Demais a mais, não há notícia, tampoucoalegação, de qualquer reclamaçãoquanto a barulho excessivo, mau chei-ro, risco à saúde, ao sossego ou à se-gurança por parte dos demaiscondôminos”.

Assim sendo, o magistrado con-cluiu que não havia fundamento jurí-dico para impedir a permanência doanimal nas dependências do Condomí-nio. “Por conseguinte, não se susten-tam os efeitos jurídicos decorrentes dainfração à proibição sob análise e aeventual multa deixa de ser exigívelnesse específico caso”, determinou.

Diante disso, o Colegiado deu par-cial provimento ao recurso da autorapara assegurar-lhe a criação e perma-nência do seu atual animal (cachorroda raça Shih Tzu) no Condomínio emque mora, em Águas Claras (DF), du-rante o período de locação da respec-tiva unidade residencial; e suspenderos efeitos da notificação emitida peloCondomínio, pela suposta infração àrespectiva Convenção e Regimento In-terno.

*Jornalista e colaboradora do JS(Redação com TJDFT)

Proibição de animaisem condomínio deve

ser relativizada