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 Trabalho Acadêmico a Disciplina de Psicofarmacologia Professor Avelar Alves da Silva Teresina, outubro de 2015 A Utilização de Medicamentos em Pacientes Psiquiátricos Luciana Ribeiro Araújo Ferreira  Acadêmica de Psicologia O Uso de medicamentos no tratamento de pacientes psiquiátrico possibilitou um tratamento mais humanizado, menos sofrido e sem utilização de eletrochoque ou internação em hospitais manicomiais com utilização de camisas de força, fazendo assim com que esses pacientes consigam viver melhor em sociedade (KIMURA, 2005). Nos estudos de Margarido (2012) é possível perceber com clareza que os medicamentos psicotrópicos muitas vezes estão sendo utilizados de forma inadequada. Para o tratamento de depressão severa e grave, o medicamento é indispensável, porem está sendo utilizado para depressão leve ou outros transtornos que não há necessidade, onde o medicamento pode ser dispensado. Um outro ponto que o autor citado acima trata é a questão de antidepressivos comuns que estão sendo utilizados e recomendados em pacientes que não sofrem de depressão e que passam por situações que geram a ideia de sofrimento como por exemplo mau humor ou TPM (tensão pré-menstrual). Essas situações que causam esse sentimento de mal-estar e de sofrimento psíquico, assim com depressão leve ou moderada, respondem com satisfação a tratamentos não medicamentos, diferentemente do caso de depressão severa e grave. Cordioli (2008) relata em seus estudos a importância do uso correto de medicamentos e a recomendação de um psicofármaco vai depender muito do diagnóstico do paciente e das possíveis comorbidades. Assim como Margarido (2012), Cordioli (2008) acredita que o medicamento deve ser utilizado com casos graves, como esquizofrenia, transtorno bipolar, em depressões graves ou no controle de ataques de pânico. Em outros casos, o mesmo relata da importância de tratamentos psicoterápicos como a primeira opção e em outr as situações a combinação de tratamento medicamentoso com psicoterapias.

A Utilização de Medicamentos em Pacientes Psiquiátricos

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7/25/2019 A Utilização de Medicamentos em Pacientes Psiquiátricos

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Trabalho Acadêmico a Disciplina de Psicofarmacologia

Professor Avelar Alves da Silva

Teresina, outubro de 2015

A Utilização de Medicamentos em Pacientes Psiquiátricos

Luciana Ribeiro Araújo Ferreira

 Acadêmica de Psicologia

O Uso de medicamentos no tratamento de pacientes psiquiátrico

possibilitou um tratamento mais humanizado, menos sofrido e sem utilização

de eletrochoque ou internação em hospitais manicomiais com utilização de

camisas de força, fazendo assim com que esses pacientes consigam viver

melhor em sociedade (KIMURA, 2005).

Nos estudos de Margarido (2012) é possível perceber com clareza

que os medicamentos psicotrópicos muitas vezes estão sendo utilizados de

forma inadequada. Para o tratamento de depressão severa e grave, o

medicamento é indispensável, porem está sendo utilizado para depressão leve

ou outros transtornos que não há necessidade, onde o medicamento pode ser

dispensado.

Um outro ponto que o autor citado acima trata é a questão de

antidepressivos comuns que estão sendo utilizados e recomendados empacientes que não sofrem de depressão e que passam por situações que

geram a ideia de sofrimento como por exemplo mau humor ou TPM (tensão

pré-menstrual). Essas situações que causam esse sentimento de mal-estar e

de sofrimento psíquico, assim com depressão leve ou moderada, respondem

com satisfação a tratamentos não medicamentos, diferentemente do caso de

depressão severa e grave.

Cordioli (2008) relata em seus estudos a importância do uso corretode medicamentos e a recomendação de um psicofármaco vai depender muito

do diagnóstico do paciente e das possíveis comorbidades. Assim como

Margarido (2012), Cordioli (2008) acredita que o medicamento deve ser

utilizado com casos graves, como esquizofrenia, transtorno bipolar, em

depressões graves ou no controle de ataques de pânico. Em outros casos, o

mesmo relata da importância de tratamentos psicoterápicos como a primeira

opção e em outras situações a combinação de tratamento medicamentoso com

psicoterapias.

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Professor Avelar Alves da Silva

Teresina, outubro de 2015

É importante compreender que os tratamentos medicamentos,

mesmo com os efeitos colaterais, ainda possuem uma ação mais rápida do que

os tratamentos psicoterápicos ou seja, há “uma aceleração do que diz respeito

à abolição de sintomas” (CORRÊA; BAIERLE, 2011, p.98) 

Kimura (2005) já mencionava a diferença na ação entre o tratamento

psicoterápico e o farmacológico e ainda afirma que a mídia apresenta a

sociedade a ideia de que ninguém precisa mais ficar angustiado e que os

medicamentos estão prontos para serem utilizados e findar os seus

sofrimentos. A mesma faz a crítica de que “Desenvolvidos inicialmente para

tratarem de sujeitos acometidos pela patologia psíquica, os psicofármacos se

popularizaram até mesmo entre pessoas sãs.” (KIMURA, 2005, p.7) 

Cordioli (2008), fala da ação dos medicamentos como os

benzodiazepínicos se dá por efeitos sedativos, ansiolíticos e hipnóticos. Esses

medicamentos inibem o efeito do ácido aminobutírco (GABA  –  principal

neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central). As buspironas são

drogas que do grupo das azapironas, que não possuem sedação e

dependência, não interagem com o GABA e nem diretamente com o canal de

cloro e por isso não produz sedação, interação com o álcool, não interfere na

performance motora, e não apresenta potencial de abuso.

O mesmo ainda fala sobre os antidepressivos que são classificados

de acordo com sua estrutura química e os seus mecanismos de ação:

tricíclicos e tetracíclicos (são utilizados mais em casos de depressão grave),

(ISRS) inibidores seletivos da recaptação da serotonina (semelhantes aos

tricíclicos, porém possuem poucos efeitos colaterais), inibidores da

monoamino-oxidase (IMAO), inibidores duplos, entre outros. Os antipsicóticos

ou neurolépticos atuam bloqueando os receptores da dopamina (D) nos típicose bloqueando dos receptores dopaminérgicos e serotonérgicos (5HT) nos

atípicos.

Conclusão  – Impressão Pessoal

É importante que haja o reconhecimento da importância do

tratamento medicamentoso para determinados diagnósticos, eis que surge a

importância de um diagnóstico bem feito e uma prescrição medicamentosabaseada no paciente e não em generalizações das patologias.

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Trabalho Acadêmico a Disciplina de Psicofarmacologia

Professor Avelar Alves da Silva

Teresina, outubro de 2015

O uso do medicamento não deve ser dispensado em pacientes com

esquizofrenia ou grande sofrimento psíquico como o caso de depressão grave

onde o paciente apresenta um quadro de insônia, tem sua afetividade alterada,

perda de energia e interesse, falta de apetite, sentimentos de culpa e

pensamentos de morte e suicídio. Para esses pacientes, além do tratamento

medicamentoso, é importante o tratamento psicoterápico e o incentivo a

mudanças de hábitos como por exemplo começar a praticar atividades físicas.

O que é importante compreender é que assim como a psicoterapia

tem sua importância o tratamento medicamentoso também tem sua importância

no processo evolutivo do paciente. Para alguns casos, só o medicamento não

produz resultados satisfatórios, assim como a psicoterapia sozinha não evolui

sem a ajuda de medicamentos.

É necessário que os profissionais tenham domínio na hora do

diagnóstico e das possibilidades de não utilizar o medicamento e que quando

for necessário a prescrição de medicamentos, os mesmos conheçam os

medicamentos com suas indicações e contraindicações, efeitos colaterais,

dependência e mecanismo de ação, tendo um maior cuidado para não os

banalizar.

Referências Bibliográficas

CORDIOLI, A.V. Psicofármacos nos Transtornos Mentais.  Rio Grande doSul, 2008

CORRÊA, G; BAIERLE, T. C. Preciso de um remédio! Revista Polis e Psique. Vol.1, Nº 1. Porto Alegre – RS, 2011

KIMURA, A.M. Psicofármacos e Psicoterapia: A Visão de Psicólogos sobremedicação no tratamento. São Paulo, 2005

MARGARIDO, F. B. A Banalização do uso de ansiolíticos e antidepressivos.

Encontro: Revista de Psicologia. Vol. 15, Nº 22, Julho de 2012