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A UTILIZAÇÃO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA COMO FERRAMENTA PARA TOMADA DE DECISÃO Kátia Cristine Romeiro Oliveira Sara Alexssandra Gusmão Franca Luciana da Silva Moraes RESUMO O presente trabalho tem como objetivo demostrar o uso dos métodos de custeio na formação do preço de venda como ferramenta para a tomada de decisão, à medida que examinará a importância dos métodos de custeio na formação do preço de venda, através da pesquisa foi exploratória, visto que envolve um levantamento bibliográfico, assim proporcionando uma familiaridade com o problema. O procedimento adotado para a realização desse trabalho no que diz respeito ao instrumento técnico, foi a pesquisa bibliográfica a qual permiti a análise de um tema sob novo enfoque ou abordagem, utilizando-se de livros, dentre outros materiais já publicados. Para uma gestão de custos qualificada é necessário conhecer os métodos de custeio, uma vez que a utilização do método apropriado irá executar a necessária informação de negócios que será fundamental no momento da tomada. Devido à industrialização do mundo e, posteriormente, a competitividade do mercado de trabalho, é importante que as empresas estejam constantemente à procura de novas estratégias, esta deve ser distinta e notável pelo mercado, assim, proporcionar à empresa, vantagens em relação aos seus concorrentes. Uma das estratégias que podem ser aplicadas pelas empresas é a busca de menores custos, Bacharelando do 8º Semestre do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade São Francisco de Barreiras FASB. E-mail: [email protected] Orientadora. Bacharel em Ciências Contábeis, Pós-graduada em Gestão Econômica de Negócios, Professora na Faculdade São Francisco de Barreiras FASB e na Universidade do Estado da Bahia UNEB no Curso de Ciências Contábeis. E-mail: [email protected] Co-orientadora. Bacharel em Ciências Contábeis, Mestre em Gestão Ambiental, Professora e Pesquisadora da Faculdade São Francisco de Barreiras FASB no Curso de Ciências Contábeis. E- mail: [email protected]

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A UTILIZAÇÃO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE

VENDA COMO FERRAMENTA PARA TOMADA DE DECISÃO

Kátia Cristine Romeiro Oliveira

Sara Alexssandra Gusmão Franca

Luciana da Silva Moraes

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo demostrar o uso dos métodos de custeio na

formação do preço de venda como ferramenta para a tomada de decisão, à medida

que examinará a importância dos métodos de custeio na formação do preço de

venda, através da pesquisa foi exploratória, visto que envolve um levantamento

bibliográfico, assim proporcionando uma familiaridade com o problema. O

procedimento adotado para a realização desse trabalho no que diz respeito ao

instrumento técnico, foi a pesquisa bibliográfica a qual permiti a análise de um tema

sob novo enfoque ou abordagem, utilizando-se de livros, dentre outros materiais já

publicados. Para uma gestão de custos qualificada é necessário conhecer os

métodos de custeio, uma vez que a utilização do método apropriado irá executar a

necessária informação de negócios que será fundamental no momento da tomada.

Devido à industrialização do mundo e, posteriormente, a competitividade do

mercado de trabalho, é importante que as empresas estejam constantemente à

procura de novas estratégias, esta deve ser distinta e notável pelo mercado, assim,

proporcionar à empresa, vantagens em relação aos seus concorrentes. Uma das

estratégias que podem ser aplicadas pelas empresas é a busca de menores custos,

Bacharelando do 8º Semestre do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. E-mail: [email protected] Orientadora. Bacharel em Ciências Contábeis, Pós-graduada em Gestão Econômica de Negócios, Professora na Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB e na Universidade do Estado da Bahia – UNEB no Curso de Ciências Contábeis. E-mail: [email protected] Co-orientadora. Bacharel em Ciências Contábeis, Mestre em Gestão Ambiental, Professora e Pesquisadora da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB no Curso de Ciências Contábeis. E-mail: [email protected]

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um fator importante na formação do preço de venda, que é um dos elementos

essenciais para que a empresa tenha o lucro como resultado, e posterior

permanência no mercado.

Palavras-chave: Custos. Métodos de Custeio. Preço de Venda. Margem de

Contribuição.

1. INTRODUÇÃO

A contabilidade, segundo Iudícibus et al. (2010, p.1), foi criada para as

seguintes funções: conciliar, assinalar, agregar, sintetizar e esclarecer os

acontecimentos que atingem as situações patrimoniais, financeiras e econômicas

tanto da pessoa física ou como da jurídica, sejam elas com ou sem fins lucrativos.

Nesse contexto percebe-se o quanto é amplo a utilização das informações

contábeis, no que se refere aos grupos de pessoas que usufruem de tais

informações.

A expansão inicial da contabilidade está agregada ao surgimento do

Capitalismo, o qual está relacionado em reconhecer os direitos individuais, ou seja, a

tomada de decisões da empresa não caberá mais ao governo, os lucros serão

distribuídos aos sócios e cada trabalhador receberá pelo ser trabalho. Em

decorrência da capitalização, mais precisamente pela necessidade de um maior

controle, surgi a Contabilidade de Custos, para contribuir na fixação dos custos dos

fatores, assim indicando o que, como e quando produzir.

O grande desafio das empresas está relacionado em como manter seu

negócio no atual mercado, ainda mais diante do efetivo cenário altamente

competitivo. Toda firma, independentemente de seu porte, necessita continuamente

de novas estratégias, as quais sejam diferenciais notáveis pelo mercado, assim

proporcionando à mesma, vantagens em relação aos seus concorrentes. Para tanto

a gestão de custos tornou-se uma das principais ferramentas, a qual auxilia o gestor

na inserção de um método otimizado para as suas escolhas.

Um dos objetivos da Contabilidade de Custos é fornecer suporte à tomada de

decisões gerenciais no que se refere à definição do preço de venda. Tendo em vista

a importância da qualidade na gestão de negócio, este trabalho tem por intuito

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apresentar a influencia da utilização do sistema de custeio na formação do preço de

venda, desta forma auxiliando o gestor na tomada de decisão.

Segundo Sousa (2010, p. 8), “O preço de venda é um dos fatores mais

importante para qualquer empresa que deseja ganhar espaço do mercado

competitivo...”. Sendo assim, a empresa que sabe formar corretamente o preço de

venda, terá como resultado o sucesso e consequentemente sua permanência no

cenário socioeconômico, destarte favorecendo a sociedade em geral, através da

geração de oportunidades de empregos.

A Contabilidade de Custo aborda vários métodos de custeio e a escolha do

tema proposto justifica-se pela necessidade do conhecimento destes métodos como

instrumento auxiliador na tomada de decisões, porquanto muitos empresários não

sabem como determinar o preço de venda para os seus produtos, e em decorrência

disso muitas empresas encerram seu exercício em menos de cinco anos de

existência, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

(2012), o qual aponta que “48,3% das empresas brasileiras fecham as portas depois

de três anos de existência”.

Assim percebe-se o quanto é importante que o gestor conheça qual o método

de custeio mais apropriado para ser utilizado na sua empresa. De acordo o exposto

é levantado a seguinte problemática: Qual a importância dos métodos de custeio na

formação do preço de venda para as empresas?

Custeio representa a apropriação de custos, nesse caso a importância dos

métodos de custeios é reconhecida pela necessidade de identificar os custos para

que os mesmo sejam integrados ao preço de venda.

O presente trabalho tem por objetivo geral analisar a significância dos

métodos de custeio na formação do preço de venda. E também possui os seguintes

objetivos específicos: Apresentar os diversos métodos de custeio e suas diferenças;

Enfatizar a importância da formação do preço de venda; Evidenciar como a margem

de contribuição auxilia no resultado da empresa, associado ao preço de venda.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. A CONTABILIDADE DE CUSTOS

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Em decorrência do aumento de empresas durante desenvolvimento

tecnológico (Revolução Industrial: época em que quase só existia a Contabilidade

Financeira), sucedeu a necessidade de uma gestão de qualidade, a qual

assegurasse a permanência da empresa no mercado competitivo através dos

investimentos de capitais e do controle de produção. Assim, surgiu o controle de

custos, o qual concede ao gestor conhecer o quanto cada produto ou serviço custa,

auxiliando-o na tomada de decisão, visto que os contadores de custos apontam,

aferem, definem e averiguam os custos.

Uma contabilidade de custos é desenvolvida para atingir finalidades específicas, que podem estar relacionadas com o fornecimento de dados de custos para a medição dos lucros, determinação da rentabilidade e avaliação do patrimônio, identificação dos métodos e dos procedimentos para o controle das operações e atividade executadas, de modo a prover informações sobre custos para a tomada de decisões e de planejamento através de processos analíticos. (CALLADO, Antônio & CALLADO, Aldo, 2003, p. 58-59).

Tão diferente é o modo como a Contabilidade Financeira era feita em meados

do século XVIII. Isto porque, para fazer o levantamento do balanço patrimonial, era

preciso somente a enumeração do estoque, no que diz respeito ao termo físico, uma

vez que os valores em moedas eram levantados conforme a fórmula a seguir: (custo

das mercadorias vendidas = estoques iniciais + compras – estoques finais).

Posteriormente as receitas de vendas eram confrontadas com o CMV, seguido das

demais despesas ocorridas no período. Com isso era levantado o lucro ou prejuízo

da entidade.

No decorrer do tempo, com o advento das indústrias, houve a necessidade de

uma melhor forma para o levantamento do balanço patrimonial, já que dificultou a

utilização dos mesmos critérios da empresa comercial na industrial. E através disso

a contabilidade de custos foi se desenvolvendo, não ficando concentrada somente

nas empresas industriais, uma vez que as empresas comerciais, financeiras,

prestadoras de serviços etc., já usufruem da mesma.

Essa é uma área da contabilidade que concede informações tanto para a

contabilidade gerencial quanto para a financeira. Porquanto ela aprecia e alega as

informações financeiras e não financeiras, referentes à obtenção e ao dispêndio de

recursos pela organização. O foco da contabilidade gerencial é assessorar os

gestores no alcance dos objetivos da organização, através da apreciação e alegação

das informações financeiras, bem como outras informações. Já a contabilidade

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financeira, centraliza-se nos demonstrativos direcionados ao público externo, no qual

proporciona informações acerca da performance da administração e da companhia

dos acionistas.

Para entendermos mais sobre “custos”, é necessário saber o seu significado

no que se refere à terminologia, pois confunde-se o mesmo como uma despesa.

Para Maher (2001, pg.64), “custo representa um sacrifício de recursos”, já Martins

(2008) afirma que custo é o “gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção

de outros bens e serviços”. Sendo assim, todo valor que é gasto para deixar o

produto pronto para a venda é considerado como um custo.

Gasto é o todo, ou seja, tudo o que gera um desembolso financeiro.

Desembolso é o momento em que se faz um pagamento referente à aquisição de

bem ou serviço. Entretanto, investimento é o gasto que é estocado no ativo. E, por

fim, a despesa ocorre quando um bem ou serviço é consumido direta ou

indiretamente com o intuito de obtenção de receitas, não estando ligado à produção.

Essas terminologias cabem tanto para empresas industriais, com também para as

demais entidades.

A contabilidade de custos classifica os custos quanto aos produtos e quanto

ao volume.

Quanto aos Produtos; Quanto aos produtos os custos podem ser

classificados como diretos ou indiretos. Custos Diretos são aqueles que

estão ligados a determinado produto e/ou serviço, podendo os mesmos

ser identificados sem a necessidade de um rateio, havendo somente uma

medida de consumo. Já os custos indiretos são aqueles relacionados a

determinado produto e/ou serviço, beneficia toda a produção, porém não

identificados a não ser por meio de um rateio.

Quanto ao Volume de Produção; No que tange ao volume de produção,

os custos são classificados como fixos e variáveis. Os custos que irão

existir, independentemente da quantidade produzida, são os conhecidos

como fixos. Já os variáveis são aqueles que se alteram na mesma

proporção que a produção, ou seja, quanto maior a produção maior será

os custos.

2.1.1. Métodos de Custeio

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Métodos de custeio são os modos que se usam para apropriar os custos, com

o intuito de fornecer informações essenciais para a gestão empresarial. Na década

de 1920, era utilizado o custeio tradicional. Porém, havia nesse método algumas

falhas, as quais fizeram com o mesmo perdesse a importância que tinha, visto que

não correspondia às necessidades dos gestores.

Para Martins (2010, p.298), as principais deficiências nesse método que

dificulta o processo de melhoria contínua são as seguintes:

Distorções no custeio dos produtos, provocadas por rateios arbitrários de

custos indiretos quando do uso dos custeios que promovem tais rateios; Utilização de reduzido número de bases de rateio, nesses mesmos

casos; Não mensuração dos custos da não qualidade, provocados por falhas

internas e externas tais como retrabalho e outras; Não segregação dos custos das atividades que não agregam valor; Não utilização do conceito de custo-meta ou custo-alvo; Não consideração das medidas de desempenho de natureza não

financeira, mais conhecidas por indicadores físicos de produtividade.

Dentre os diversos métodos de custeios, serão abordados apenas quatro, tais

como: Custeio Baseado em Atividades, Absorção, Padrão e Variável ou Direto.

Custeio Baseado em Atividades

Devido ao avanço tecnológico e, com isso, a grande distinção de produtos

fabricados, os custos indiretos também se elevam incessantemente. Por isso, há a

necessidade de uma melhor separação para esses custos. Para que isso ocorra é

utilizado o Custeio Baseado em Atividades, mais conhecido como ABC (Activity

Based Costing). O método mencionado foi elaborado na Universidade de Harvard,

pelos professores americanos Robert Kaplan e Robin Cooper, por volta dos anos 80.

Está relacionado às atividades que a instituição desenvolve no decorre da produção

de seus produtos. Esse procedimento tem as atividades como objeto fundamental

dos custos, neste caso, dando um tratamento diferente aos custos indiretos.

Para Martins (2010, p. 87), “é um método de custeio que procura reduzir

sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos”.

Assim, cada produto fabricado auferirá um fragmento do custo relacionado à parte

que usufruiu determinada atividade. Igualmente, os produtos que utilizarem mais

atividades passarão a ter uma maior parte dos custos indiretos, conforme Maffei

apud Moura Junior et al. (2010, p. 11) afirma acerca do método ABC:

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[...] almeja atribuir aos produtos individuais a parcela de gastos indiretos consumida por cada um deles. Isto é feito definindo-se as atividades relevantes da empresa, calculando-se o custo de cada uma delas, e então atribuindo este custo aos produtos com base no consumo de cada atividade por parte de cada produto.

Toda execução que envolver o consumo de recursos da empresa, com o

intuito de gerar bens ou serviços, será conhecida como uma atividade.

Para Abbas et al. (2012), a principal vantagem do método ABC está

relacionada ao reconhecimento e ao cálculo das atividades. Estas são as

responsáveis por produzir valor para o cliente. Desta forma, aquelas que não

gerarem valor serão descartadas do processo, por apenas acrescentarem os custos

dos bens e serviços.

Ainda podemos ter várias outras vantagens na utilização desse método.

Destas, pode-se destacar a diminuição dos rateios arbitrários. Devido a essa

diminuição dos rateios, temos os dados gerenciais mais seguros, como também a

identificação dos custos de cada atividade, dentre outros.

No entanto, vale ressaltar que há também algumas desvantagens. Dentre as

várias, destacam-se as seguintes: despesas elevadas para implantação, a precisão

de revisão contínua, dificuldade nas associações das informações entre

departamentos.

Segue abaixo, na figura 1, um esquema do método de custeio, para melhor

compreensão.

Figura I – Esquema do Custeio ABC

Fonte: Adaptado de Parceria Consultores, Controladoria e Finanças.

Custeio por Absorção

Nos itens 12 e 14 do Pronunciamento Técnico CPC 16 que trata da valoração

de estoques, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC está contemplado o

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Custeio por Absorção. O mesmo é oriundo do sistema elaborado na Alemanha no

início do século 20, conhecido por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit). No

método RKW, eram alocados à produção todos os gastos do período, ou seja, os

custos e despesas.

Provindo dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, o Custeio por

Absorção também é conhecido como custeio integral. Trata-se da associação de

todos os custos de fabricação, diretos e indiretos, fixos e variáveis. Neste caso,

todos os gastos relacionados à produção serão repartidos para todos os produtos

elaborados.

Esse método é utilizado na Auditoria Externa, mesmo não sendo lógico

devido ao rateio arbitrário. É obrigatória sua utilização na apuração do resultado e

para o balanço. Também é adotado pela legislação comercial e fiscal, como, por

exemplo, para o pagamento do imposto de renda. O conceito fiscal do custeio por

absorção é encontrado no Decreto-Lei nº 1.598/77, art. 13º, § 1º, que diz o seguinte:

Art. 13 - O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação. § 1º - O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente: a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou

serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto neste artigo;

Uma das vantagens na utilização desse método de custeio é que o mesmo

está de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade. Convém lembrar

que não é tão custoso, visto que não necessita separar os custos de manufatura nos

elementos fixos e variáveis, além de ser recomendado na obtenção de soluções a

longo prazo.

Por outro lado, há as desvantagens, tais como: o rateio arbitrário, não oferece

muita informação aos gestores para tomada de decisão e a presença dos custos

fixos no montante, independentemente da existência da produção.

O custeio por absorção pode ser mostrado abaixo na figura 2:

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Figura II – Esquema do Custeio por Absorção

Fonte: Adaptado de Martins, Contabilidade de Custos, 2010.

Custeio Padrão

O Custeio Padrão ou Standard é de origem americana (EUA). Tem como

conceito a predefinição do custo a ser gasto, ou seja, a determinação de um objetivo

que a instituição deseja alcançar.

O Dicionário de contabilidade de Lopes de Sá apud Leone (2000, p. 281)

define o Custeio Padrão como:

Custo determinado a priori, ou seja, predeterminado, e que se fundamenta em princípios científicos e observa cada componente de custos (matérias, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação) dentro de suas medidas de verdadeira participação no processo de produção, representando o quanto deve custar cada unidade em bases raciais de fabricação.

Nesse caso, os custos que devem ocorrer em determinado período são

levantados antes com base em experiências passadas e utiliza experiências

simuladas. Estas serão executadas conforme as condições normais de fabricação,

levando em consideração as perdas e as sobras de materiais que normalmente

acontecem, o ganho ou perda na produtividade que sucedem da mão-de-obra.

Existem dois tipos de custeio padrão. Trata-se do custeio padrão corrente e o

custeio padrão ideal.

Para se calcular Custeio padrão corrente, deve-se considerar as

deficiências da empresa, tais como: desperdícios, problema em algum equipamento,

dentre outros.

Custeio padrão ideal não é calculado levando em conta o mesmo que no

custeio padrão corrente (deficiências da instituição).

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Devido a esses conceitos, o custeio padrão corrente é mais utilizado, uma vez

que seu valor se aproxima mais com a realidade da empresa.

Para Bornia (2002, p.89), o método do custo padrão consiste em:

Fixar um custo padrão, que servirá de referência para a análise dos custos; determinar o custo realmente incorrido; levantar a variação (desvio) ocorrida entre o padrão e o real; analisar a variação, a fim de auxiliar na procura das causas (motivos) que levaram aos desvios.

Verifiquemos a figura 3:

Figura III – Esquema do Custeio Padrão

Fonte: Adaptado de Trevisan & Associados, Custo Padrão, 2005.

A subtração dos erros nos processo produtivos, o alcance das informações

com mais presteza, o controle mais aperfeiçoado, todos esses podem ser

considerados como vantagens na utilização do custeio padrão. Agora, no momento

em que os padrões forem estabilizados como inalcançáveis, as pessoas que

estiverem envolvidas poderão desmotivar-se, prejudicando, assim, o processo

metodológico da organização, sendo essa a principal desvantagem.

Custeio Variável ou Direto

Custeio Variável ou Direto está relacionado à separação dos gastos. Isto

indica a eliminação dos custos fixos, assim tendo como custo de produção apenas

os custos variáveis, aqueles que alteram conforme o volume de produção, sejam

diretos ou indiretos.

Tal método não é aceito legalmente, não só no Brasil como também nos

Estados Unidos, dentre outros países.

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Segundo Leone (2000, p. 322),

O critério do custeio variável fundamenta-se na ideia de que os custos e as despesas que devem ser inventariáveis (debitados aos produtos em processamento e acabados) serão apenas aqueles diretamente identificados com a atividade produtiva e que sejam variáveis em relação a uma medida (referência, base volume) dessa atividade.

Para uma melhor compreensão, vejamos a figura 4:

Figura IV – Esquema do Custeio Variável

Fonte: Adaptado de Costa, Proposta de modelo e implementação de um sistema de apoio a decisão em pequenas empresas, 1998.

No esquema visto, pode-se perceber que os custos fixos são levados

diretamente à DRE como despesa do período. Portanto serão incluídos nos custos

de produção dos bens e serviços, visto que, os mesmos acontecerão

independentemente se houver ou não a produção. Aqui já podemos destacar uma

vantagem na utilização desse método, uma vez que os custos fixos não são

analisados como encargos de um produto específico, mas como dever essencial

para que a empresa possa produzir adequadamente. Outra vantagem é que esse

método determina a margem de contribuição de casa produto, dessa forma

ajudando na tomada de decisão.

Entretanto há a desvantagem. Isto porque esse método não é aceitável na

preparação de demonstração contábeis de uso externo, e para Leone (2000, p. 341)

“as informações do custeio variável são bem plicadas em problemas cujas soluções

são de curto alcance no tempo”, nesse caso não é aconselhável a utilização desse

método caso deseje soluções a longo prazo.

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2.2. A CONTABILIDADE DE CUSTOS E O PREÇO DE VENDA

Devido à alta competitividade do mercado em que as empresas vivem, sejam

elas comerciais, de serviços ou até mesmo industriais, os custos tornaram-se fatores

importantes na hora da tomada de decisões. Porém, podemos perceber que, diante

dessa competição, somente os custos incorridos não são suficientes para a

definição do preço de venda, mas também é necessário que, além dos custos, a

empresa tenha como base os preços exercidos no mercado em que elas operam.

Vale ressaltar que ter conhecimento dos custos é essencial para que a

entidade saiba se formado o preço, o produto será lucrativo ou não. Aqui

percebemos a importância da contabilidade de custos, a qual, segundo Martins

(2010), “tem duas funções relevantes: o auxilio ao Controle e a ajuda às tomadas de

decisões”, através das informações úteis e tempestivas.

Podemos associar a formulação do preço de venda com o princípio da

continuidade, o qual não prevê o fim da empresa, mas sim que ela continue em

exercício.

2.3. A IMPORTÂNCIA DO PREÇO E VENDA

Além da qualidade dos produtos e/ou serviços, os clientes hoje em dia visam

muito o preço que é oferecido pelas empresas no mercado atual, estão

constantemente atrás de promoções, ofertas, queima de estoque, dentre outros.

Aqui se dá a importância da boa formação do preço de venda, uma vez que é

necessário que a empresa consiga atrair mais clientes para si através de seus

preços e sem obter prejuízo.

Há vários fatores que devem ser utilizados quando preço de venda estiver

sendo formado. Dentre eles, vale destacar o lucro e os custos. Estes devem

prevalecer, e não menos importante, o preço que determinado pelo mercado devido

à competição, como dito anteriormente.

Um fator também muito relevante que influencia na formação do preço de

venda é o valor pelo qual se adquirem as mercadorias. O ideal é que a empresa

tenha ótimos fornecedores, os quais possam oferecer valores oportunos e com

prazos favoráveis.

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Como exemplo, temos a lei da oferta e demanda. Por ventura, se a demanda

for maior que a oferta, os preços dos produtos tendem a subir, ou, caso contrário, os

preços cairão.

Segundo Cogan (2002), há algumas estratégias de formação de preços. São

elas: estratégias de preços distintos, estratégias de preços competitivos, estratégias

de precificação por linha de produtos e estratégias de preços imagem e psicológica.

Dentre esses, serão destacados:

Estratégias de Preços Distintos: estão envolvidos os descontos relacionados

ao mesmo produto que é oferecido de forma diferente aos clientes. Registra-se a

ocorrência da desnatação - que é a redução do preço do produto à medida que

ele fica no estoque parado (também conhecido com queima de estoque); e do

desconto periódico e randômico. Este corresponde aos periódico cujos

descontos não são previsíveis, ao contrário daqueles cuja característica é

justamente a previsibilidade.

Estratégias de Preços Competitivos: dentro desse grupo está quatro

processos. O primeiro seria igualando a estratégia a competição, até para

salvar-se da competição de preços muitas empresas optam por igualar seus

preços aos dos seus concorrentes. O segundo corresponde a cotar por baixo

do preço da competição. Nesta modalidade, as instituições escolhem preços

inferiores aos da concorrência. Já a opção por líderes de preços e seguidores

são as preteridas por empresas de grande porte, que cotem grande parte do

mercado que determinam o preço, e, assim, as outras tornam seus seguidores.

Por fim, destaca-se o preço de penetração. Trata-se da formação do preço com

a intenção de introduzir o mais rápido o produto no mercado; dentre outros.

2.4. FORMAÇÃO DE PREÇOS BASEADO EM CUSTOS

Aqui trataremos de três métodos existentes para a formação do preço de

venda, são eles: método baseado no custo pleno, no retorno sobre o capital

investido e no custo-padrão, além da aplicação do Mark-up.

2.4.1. Método baseado no Custo Pleno

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Esse método é baseado no Custo Pleno por apurar todos os custos dos

produtos e, posteriormente, acrescentar uma margem de lucro, conforme a figura 5 a

seguir:

Figura V – Custo Pleno

Fonte: Adaptado de Cogan, Custos e Preços; formação e análise, 2002.

Pode haver casos em que os de custos de transformação (composto pela

mão-de-obra e custos indiretos de produção) sejam maiores que os custos de

matérias-primas. Nesse caso, a margem de lucro será aplicada sobre o valor dos

custos de transformação. Isso é o que a figura 6 representa:

Figura VI – Custo Pleno sobre o custo de transformação

Fonte: Adaptado de Cogan, Custos e Preços; formação e análise, 2002.

2.4.2. Método baseado no Retorno sobre o Capital Investido

O cuidado desse método cuja base recai sobre o Retorno do Capital Investido

é a garantia de um retorno sobre o capital investido através da margem de lucro.

Assim, a empresa estabelece quanto de percentual quer ganhar sobre o capital que

investiu. Para este cálculo, temos a seguinte formula: P= [CT + ( R% x CI ) ] / V,

onde:

P: preço de venda

CT: custos totais

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R%: percentual do lucro desejado

CI: capital investido

V: volume de venda

Para um melhor entendimento, serve como exemplo a seguinte simulação:

supondo que uma empresa que vende 600.000 lápis por mês, com um capital de

$70.000,00 e seus custos totais sejam $76.000,00, deseje obter 20% de lucro em

cima do seu capital, teremos então o seguinte preço de venda: P= [76.000,00 +

(20% x 70.000,00) / 600.000], P= $0,15. Destarte, essa empresa obterá $14.000,00

de lucro.

2.4.3. Método baseado no Custo-padrão

Conforme o método ancorado no Custo- Padrão, a empresa estabelece o

custo-padrão dela com base em experiências passadas. Leva-se em conta os custos

variáveis e fixos. Estes devem ser separados adequadamente, e, posteriormente,

coloca a margem de lucro desejado. Vale ressaltar que o custo real vai variar em

relação ao custo-padrão, então para que tenha uma boa gestão na utilização desse

método, o ideal é que a empresa se baseie no principio da prudência citado na

Resolução nº 1.282/10, Art. 10, parágrafo único, o qual pressupõe:

O emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE SÃO PAULO, 2010).

Identifica-se, como fundamento desse princípio, o seguinte argumento: nunca

anteceder Lucros e sempre antever possíveis Prejuízos. Isto porque se assim

ocorrer, a empresa já estará preparada, e caso aconteça ao contrário, ou seja, a

empresa obter lucro, será mais uma vantagem à mesma.

2.4.4. Aplicação do Mark-up

A palavra Mark-up significa “marcar para cima”. É um índice empregado ao

custo de um bem ou serviço para formar o preço de venda. Ele salda uma série de

contas. É o que se analisa na figura 7 a aplicação do Mark-up:

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Figura VII – Aplicação do Mark-up

Fonte: Adaptado de Cogan, Custos e Preços; formação e análise, 2002.

2.5. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

A Margem de Contribuição é conceituada como sendo a diferença entre o

preço de venda e a soma dos custos com as despesas variáveis de cada produto. O

valor que der como resultado, ou seja, o valor da margem de contribuição não é o

lucro, mas sim, a garantia para o pagamento dos custos e das despesas fixas e para

a formação do lucro.

Para Martins apud Nascimento (2005, p. 35), margem de contribuição é a:

Diferença entre Receita e soma de Custo e despesa Variáveis, tem a faculdade de tornar bem mais facilmente visível a potencialidade de cada produto, mostrando como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e, depois, formar o lucro propriamente dito.

Para uma maior compreensão, verifiquemos a figura 8:

Figura VIII – Margem de Contribuição Unitária

Fonte: Adaptado de Martins – Contabilidade de Custos, 2010

A importância da margem de contribuição é dada pela necessidade que a

empresa tem de saber qual dos seus produtos e/ou serviços tem uma contribuição

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maior no pagamento dos custos e despesas fixas e, posteriormente, na obtenção do

lucro. Podemos perceber na figura 5 que o produto “B” possui uma maior

contribuição. Dessa forma, a venda do mesmo dever ser incentivada, e, em seguida,

a venda do produto “C” e, por último, do produto “A”.

A margem de contribuição também é importante. Isto porque mostra se a

empresa está investindo em algum produto em que não vale a pena, uma vez que o

mesmo pode está dando prejuízo à empresa.

Para se chegar à margem de contribuição total, necessário é multiplicar a MC

unitária pela quantidade de produtos e, em seguida, somar com as demais margens.

Esse procedimento é verificável na ilustração que a figura 9 registra:

Figura IX – Margem de Contribuição Total

Fonte: Adaptado de Martins – Contabilidade de Custos, 2010.

2.6. A MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO NA TOMADA DE DECISÃO

Acerca do valor assumido pela margem de contribuição na tomada de

decisão, convém destacar o que assevera Souza (2009, p.6):

Alguns pequenos empresários calculam o lucro aplicando o percentual sobre o custo e deduzindo os tributos e comissões, e posteriormente deduz as despesas fixas. Isso pode representar um valor equivocado, pois os ganhos sobre as vendas, não é necessariamente os percentuais aplicados sobre os custos.

Aqui podemos perceber a relevância da utilização da margem de contribuição

na tomada de decisão. Isto porque a mesma mostra a possibilidade de cada produto

e/ou serviço gerar receitas e os custos a eles relacionados. Dessa forma, antes de o

gestor tomar a sua decisão, é necessário conferir quais dos seus produtos são mais

vantajosos para a entidade.

A MC possibilita ao administrador o conhecimento das informações.

Igualmente, auxilia-o na sua escolha entre reduzir ou expandir uma linha de produto,

verificando, assim, se é relevante acatar a determinado pedido ou não.

2.7. FATORES RELEVANTES NA TOMADA DE DECISÃO

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Há vários fatores que devem ser levados em conta antes da tomada de

decisão. Dentre eles, dentre os principais destacamos um que será, a seguir,

abordado: o ponto de equilíbrio.

A palavra equilíbrio tem a origem latina, vem da palavra aequilibrium, formada

de “aequi” que significa “igual” e “librare” que significa “oscilar”. Nesse caso, o

sentido primeiro abstraído é oscilar igual.

Esse é um conceito das finanças que está relacionado ao grau das vendas

que cobrem os custos totais (fixos e variáveis). No ponto de equilíbrio, a instituição

não ganha e nem perde dinheiro. Passa, então, às vendas do ponto de equilíbrio. Do

mesmo modo, a empresa terá benefício, visto que estará faturando mais.

Segundo Robbins apud Bruni e Famá (2007, p.187), “é nos momentos de

decisão que o seu destino é traçado”. Podemos perceber que a importância do

ponto de equilíbrio na tomada de decisão é dada devido ao conhecimento que ele

nos mostra dos níveis de vendas que precisarão ser auferidos para obter o lucro

desejado.

Na contabilidade, há três tipos de pontos de equilíbrios: contábil, econômico e

financeiro.

2.7.1. Ponto de Equilíbrio Contábil

O ponto de equilíbrio contábil é o valor da receita cobrindo os custos totais,

conforme a figura 10 demonstra a seguir:

Figura X - Ponto de Equilibrio

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Podemos observar, conforme a figura anterior, que o ponto de equilíbrio

dessa empresa é: em quantidade – “100” unidades e posteriormente em valor – “R$

10.000,00”.

2.7.2. Ponto de Equilíbrio Econômico

A diferença entre esse ponto de equilíbrio e o contábil é que nesse deve ser

levado em conta o custo de oportunidade, ou seja, quanto a empresa estaria

ganhando se estivesse investindo em outro produto, ou quanto o dono da empresa

estaria faturando se estivesse investindo em outro negócio.

Para isso, temos a seguinte fórmula, com um custo de oportunidade de R$

2.000,00:

PEE= Custos Fixos + Custo de Oportunidade MC unit.

Considerando o exemplo da figura 10:

PEE= 5.000,00 + 2.000,00 = 140 unid. 50,00

Aqui o ponto de equilíbrio seria 140 unidades, e R$ 14.000,00.

2.7.3. Ponto de Equilíbrio Financeiro

Nesse ponto de equilíbrio, consideram-se os custos ou despesas não

desembolsadas, como, por exemplo: depreciação, amortização e exaustão. São as

despesas que diminuem o resultado econômico, porém não há saída de dinheiro do

caixa.

Sendo assim, ainda considerando o exemplo da figura 10, agora com uma

depreciação de R$ 1.500,00, temos:

PEF: Custos Fixos – Depreciação MC unit.

PEF: 5.000,00 – 1.500 = 70 unid. 50,00

Nessa simulação, o ponto de equilíbrio será 70 unidades, e R$ 7.000,00.

Vale ressaltar que sempre o PEE será maior que o PEC que é maior que o

PEF.

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3. METODOLOGIA

Metodologia é definida pelo caminho a ser percorrido para execução da

pesquisa, ou seja, os procedimentos adotados pelo pesquisador para a realização

de seu trabalho. Segundo Beuren (2004, p. 83), “os procedimentos na pesquisa

científica referem-se à maneira pela qual se conduz o estudo e, portanto, se obtêm

os dados”.

Em relação ao método de abordagem, esta pesquisa aplicou o método

dedutivo. Isto porque é mais generalizado, transformando enunciados universais em

particulares, permitindo, assim, afirmar inexistência de necessidade de uma

experimentação, portanto somente a base teórica é fundamental.

Quanto à natureza da pesquisa, foi utilizada a básica, cujo objetivo é a

geração de novos conhecimentos sem a necessidade de uma aplicação prática, ou

seja, sem finalidades imediatas.

Abordou-se o problema através da pesquisa quantitativa, assim como

qualitativa. Em relação a este último, denota que não há necessidade de transformar

em números as opiniões, tendo em vista que seu foco de interesse é amplo. Já a

pesquisa quantitativa considera que tudo seja quantificável.

Do ponto de vista dos objetivos, a pesquisa foi exploratória, visto que

envolveu um levantamento bibliográfico, assim proporcionando uma familiaridade

com o problema. Nesse caso, o primeiro objetivo foi auferido por meio de um

levantamento bibliográfico acerca da contabilidade de custos, mais especificamente,

sobre os diferentes métodos de custeio. O mesmo foi apresentado no capítulo II.

No que diz respeito ao segundo e terceiro objetivos, foram demonstrados pelo

pesquisador por meio de uma simulação de como formar o preço de venda e a

margem de contribuição, para posteriormente apresentar como a margem de

contribuição associado ao preço de venda auxilia no resultado da empresa. Tais

objetivos foram expostos, respectivamente, nos capítulos III e IV.

No que diz respeito ao instrumento técnico, Cervo e Bervian apud Beuren

(2004, p. 86) define a pesquisa bibliográfica com a que,

[...] explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.

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Diante do exposto, foi aplicada a pesquisa bibliográfica, a qual não é uma

simples iteração do que já foi escrito sobre determinado assunto. Entretanto, permiti

a análise de um tema sob novo enfoque ou abordagem, utilizando-se de livros dos

seguintes autores: Charles T. Horngren et al., Eliseu Martins, Michael Maher, René

Gomes Dutra, Silvio Aparecido Crepaldi, dentre outros.

4. CONCLUSÃO

Mediante os fatos expostos, verificamos que a contabilidade de custos surgiu

com a finalidade de aprimorar a gestão das empresas para que as mesmas

permanecessem no mercado de trabalho. A contabilidade de custo é um tipo de

controle interno das atividades realizadas pelas empresas. Sendo assim, torna-se

indispensável o uso da mesma.

Princípios da contabilidade, tais como: prudência, oportunidade e

continuidade estão relacionadas à importância de uma boa formulação do preço de

venda. O princípio da prudência nos alerta a sermos prudentes quanto às receitas e

despesas. Desta forma, provisiona-se a primeira para menos e a segunda para

mais. Já o de oportunidade é o percentual de lucro que os sócios desejam obter,

enquanto o princípio de continuidade evidencia que a empresa terá sua vida

continuada ao longo do tempo. E, em decorrência da competitividade, a aplicação do

preço de venda como forma de gerar resultados positivos é uma das estratégias

principais para que a empresa continue em exercício.

Atualmente a qualidade do produto não tem sido um fator tão importante

quanto o preço de venda para os consumidores na hora da compra. É importante

submeter-se à lei de oferta e demanda.

A parceria com bons fornecedores favorece a empresa na hora da formulação

do preço. Isto porque através dessa parceria a empresa conseguirá preços adeptos,

e uma boa forma de pagamento. Não se deve esquecer, porém, da qualidade dos

produtos, e de que a empresa não pede ficar preza a um só fornecedor. O ideal é

que ela tenha vários fornecedores, sendo possível a utilização de cotação.

A partir da contabilidade de custos, nasceram os métodos de custeios, os

quais apropriam os custos. De tal modo, esses métodos fazem com que a empresa

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conheça o custo de cada produto e/ou serviço vendido. Custeio representa a

apropriação de custos. Nesse caso, a importância dos métodos de custeios é

reconhecida pela necessidade de identificar os custos para os mesmo serem

integrados ao preço de venda.

Cada método aqui abordado tem suas vantagens e desvantagens. Assim, a

escolha desse sistema, para que o mesmo seja utilizado na empresa, irá depender

tanto do tipo de empresa quanto da finalidade que a empresa determinou ao

escolher esse sistema.

A determinação de qual método utilizar decorre de quem vai receber e o que

vai fazer com as informações, e também qual a sua necessidade, e não menos

importante, qual método é mais rentável. Há várias finalidades na utilização desses

métodos, tais como: controle; produção de dados informativos para fins de tomada

de decisão; ou, então, uma simples avaliação de estoque. A mensuração de estoque

será como auxílio ao gestor da empresa para tomada de decisão.

De modo geral, é essencial que a empresa conheça os custos de cada

produto auferido. Através do conhecimento desses custos, é possível identificar

aqueles que causam maior impacto na atividade operacional da empresa. Assim,

ter-lhe-á como auxílio na formulação de um bom preço de venda, e, dessa forma,

agradando de modo geral, ao consumidor e, consequentemente, à instituição,

através dos lucros adquiridos resultantes das receitas realizadas.

USE OF METHODS OF COSTING THE FORMATION OF SALES PRICE AS A

TOOL FOR DECISION MAKING

ABSTRACT

The current work is aimed to demonstrate the use of costing methods in training of

the sales price as a tool for decision making, as we examine the importance of

costing methods on the training of the sales price, through the research was

exploratory, since it involved a literature, thus providing a familiarity with the problem.

The procedure adopted to conduct this work in relation to the instrument technician,

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was the literature which allow the analysis of a subject in a new light, or approach,

using books, documents, among other materials published there. For a qualified cost

management is necessary to know the costing methods, since the use of the

appropriate method will perform the necessary business information which will be

necessary at the time of decision. Due to the industrialization of the world and

subsequently the competitiveness of the labor market, it is important that companies

are constantly looking for new strategies, this should be distinct and appreciable by

the market, thus provide the company advantages over its competitors. One of the

strategies that can be applied by companies is the pursuit of lower costs, an

important factor in the formation of the sale price, which is one of the essential

elements that the company has profit as a result, and subsequent stay in the market.

Keywords: Costs. Costing Methods. For Sale. Contribution Margin.

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