A Velha Teologia Dos Anjos

7/29/2019 A Velha Teologia Dos Anjos

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Mrcio Rodrigues

A velha Teologia

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Copyright 2011Por Mrcio Oliveira Rodrigues

Todos os direitos reservados ao autor.

proibida a reproduo total ou parcial sem a expressa

autorizao.

Permitida a transcrio em partedesde que citada a fonte.

Titulo:

A Velha Teologia dos Anjos

Projeto Grfico: Kosher Biblioteca

Contatos com o Autor:E-mail:[email protected]

Ilustrao da capa:Renilsom Mascarenhas
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]


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Para Sandro Rogrio;amigo de quem tenho muito orgulho.


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Por que seus anjos no me socorrem agora nessa hora de agonia Senhor?Estou cercado de duvidas e tormentos... Vi um grande facho de luz... Asas

farpeavam... Espadas tilintavam, dissipando raios para toda direo... Quemso vocs... De onde vm... Por que alguns so alados e outros no?Somos do exrcito de Deus... Suas perguntas no obtero respostas agora...

Da mesma forma que vocs nos acham exticos, estranhando nossaaparncia corprea; observamos vocs nessa mesma perspectiva... Hmuitas coisas sobre ns que no podemos dizer agora nem ser possveldizer em momento algum... Vocs no tem idia... A sombra da noite que

cerca as coisas eternas... A noite um dia dar lugar ao dia desses mistrios... s confiar... Assim eles me deixaram. Pareciam relmpagos cortando ocu... A dor foi embora e, ento acordei!Isso tudo que lembro!


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Sumrio

Uma ligeira palavra..................................................................................11

Introduo..............................................................................................15

A teologia dos anjos.................................................................................18

Anjos e heresias.......................................................................................21

As discordncias......................................................................................24

Novas polmicas......................................................................................31

O episdio dos filhos de Deus.................................................................37

Os vinte e quatro Ancios........................................................................41

Consideraes Finais...............................................................................43


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Apresentao

Ele meu nico filho! Fiquei muito desesperada quando

o vir daquele jeito. Seus olhos pareciam denunciar seu suicdio,foi ento que orei: Senhor envia teu socorro e livra meu filho damorte!

Quando ele chegou, seu semblante refletia uma pazclica; seu olhar demonstrava arrependimento. Correu emminha direo e me abraou forte dizendo: Me, eu no seiexplicar, um anjo me livrou da morte!

Essa histria foi contada por uma senhora que noacreditava na existncia dos anjos, porm, depois dessaeventualidade, passou a se interessar por tudo que diz respeitoa essas criaturas exticas.

Os anjos sempre despertaro a curiosidade dos mortais.H quem diga que recebeu em sua casa a visita de um deles, e


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eu no disponho de nenhum senso de incredulidade quanto essa experincia ser verdade, pois j tive ocorrnciassemelhantes. O fato que, o universo dos anjos to real

quanto o nosso! possvel meu caro leitor que voc j tenhaesbarrado com um e no o tenha identificado - Deus tambmveste seus anjos de cala jeans e camisetas; de terno ou de umuniforme que lhe seja propicio ao momento.

Muitas linhas j se escreveram sobre os anjos e muitascoisas j disseram a seu respeito; na Velha Teologia dos Anjos

veremos que os Pais da Igreja tambm tinham sua viso acercadeles. Embora boa parte da crena desses primeiros telogosseja extica aos ditames da moderna teologia, suas ideiasfuncionavam como teologia oficial para igreja.

At que ponto podemos conhecer os anjos? Quando elesentram em ao? Na verdade, a doutrina dos anjos sempremexeu com a cuca dos intelectuais e mesmo os leigos acabamtendo sua opinio sobre eles. John Milton conheceu o mundodos seres espirituais depois que perdeu a viso, e mesmo sendocego escreveu uma das obras que a considero clssica quando sefala de Angelologia. Em sua obra1Milton diz que Os espritos(anjos)podem, quando querem, um dos sexos tomar, e ambosem um tempo; a essncia que os compe, presta-se a tudo. Atque ponto John Milton estava certo, meu caro amigo?

A Velha Teologia dos Anjos um convite, que sugere umainvestigao na opinio dos primeiros telogos da igreja.Recomendo esses pequenos comentrios marginais a pessoas,que de alguma forma, saibam que nem tudo que sabemos deve

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- Paraso Perdido


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ser visto como verdade absoluta e nem toda verdade absolutadevemos julgar que sabemos. E mesmo que estejamos corretosem nossas opinies teolgicas no devemos ignorar as opinies

alheias.


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Introduo

Se por um acaso algum me perguntasse se conheoalgum telogo ou escritor que seja autoridade no campo da

Angelologia, eu prontamente responderia que existem dois; sque, um j morreu e o outro est para nascer. No existeningum com conhecimento suficiente a respeito dos anjos aoponto de ser reconhecido como autoridade mxima. Isso digoporque ainda que algum consiga acumular o maior volumepossvel de informaes sobre os seres angelicais,ficar-lhe-

faltando ainda a experincia de um encontro pessoal com umdeles,se bem que tal coisa tambm muito possvel (j tive essaexperincia meu nobre leitor). E se acontecesse o contrrio, eaps ter um encontro pessoal com um anjo o bendito passassea se interessar pelo assunto, chegaria o mais longe possvel, aponto de se tornar especialista no assunto?Sim e no. Primeiro

o no.


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No: Isso porque vrias pessoas aps haverem sidoabenoadas por um anjo j se aplicaram em conhecer omximo a respeito dos seres espirituais e s ir at aonde outros

j foram. Isso se d unicamente pelo motivo de haveremtomado os rumos j percorridos.Sim: possvel que algum havendo se encontrado com

um anjo manifeste o desejo de conhec-lo um pouco mais.Sque para isso ele precisa ir at aonde os outros no foramainda.Isso ,ele precisa descobrir!

Seria isso possvel?Claro que sim. Afirma-se que a cincia acrescenta duasmil pginas de conhecimento a cada dia, ento por que motivoa teologia seria to incapaz de no se estender um pouco mais acada ano?H muito para se descobrir. Os apstolos fizeramdescobertas, os pais da igreja dos sculos seguintes fizeramdescobertas e os reformadores seguiram a mesma senda.

No notam quanta coisa maravilhosa a Escatologia estdescobrindo a cada dia?

No campo da Angelologia pode acontecer o mesmo.Penso, porm que, aqueles que o esto tentando no progridemtanto porque o fazem de maneira errada.

Conhecem-se apenas duas formas de investigaoanglica e ambas no satisfazem as mais exigentescuriosidades. A primeira mstica. Uma forma infantil emuitas vezes arriscada de se especular acerca dos anjos. Asegunda forma crist, que tem o ponto de vista acadmico e to enfadonha que deixa qualquer um com a tmporalatejando.


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Acontece que essas duas formas de investigao surgiramde outra, a primeira original, e que acabou sendo esquecida,dado ao advento do cristianismo. Chamo-a de A Velha

Teologia dos Anjos, e no melhor nem pior que as outras,masfoi pouco explorada e por isso pode nos ajudar a entendermelhor aos nossos amigos invisveis.


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I

A Teologia dos Anjos

onvenhamos de antemo que em lugar algum da terrae em qualquer ramo do cristianismo nunca houve ouhaver uma teologia oficial sobre os anjos. Todas as

denominaes evanglicas possuem suas teologias, que emboradivergentes em alguns pontos sejam, contudo semelhantes emsua essncia. O que as denominaes reconhecidamenteensinam sobre Deus, Jesus, homem, pecado, justificao,arrependimento, juzo etc. formam o cnon oficial de um credoque podemos dizer comum ao cristianismo histrico. Mas noque concerne aos anjos no h l muito equiescncia. Daconverge que qualquer teologia de anjos que se cr ou se ensinaser sempre subjetiva, ou seja, ser sempre uma "verdadeparticular," no tendo o mesmo valor para os que ficam de fora.

Mas dizamos no poder existir uma teologia de anjosoficialmente aceita sequer em uma denominao crist em seutodo. Digo isso pelo fato de que a Angelologia (doutrina dos

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anjos em grego)no uma teologia puramente crist, e de fatoela anterior ao advento da igreja, e surgiu como teologiadurante um perodo sombrio da histria de Israel,estando

portanto muito mesclada com crendices, supersties religiosase com folclore regional,alm do misticismo comum,j que deuma forma ou de outra a existncia destes seres sempre foiconhecida desde o mais remotos dos tempos.S para dar umexemplo o leitor deve estar lembrado que os povos mais antigosa despeito de suas diferentes religies conheciam perfeitamente

a existncia dos deuses,dos homens e das entidades espirituaisque no eram deuses nem humanos,ao que estamosconvencionados a chamar de anjos-bons e maus.

O que aconteceu foi que os judeus, em comparao aospovos civilizados, estavam muito atrasados em questesculturais. Da que numa brecha do tempo, exatamente duranteaquele perodo que chamamos de inter-bblico, ou maisprecisamente entre a formao do Antigo e do NovoTestamento, eles passaram a se interessar maisorganizadamente com os assuntos culturais. Foi a que osSaduceus, menos dado s supersties, no admitiam quaisquertipos de ensinamentos religiosos que no estivessem bemesclarecidos nos cinco livros de Moiss (Pentateuco).Elesrejeitavam doutrinas como ressurreio eterna,inferno, ouqualquer existncia de espritos de homens ou de anjos. Cabe-nos aqui abrir um parntese para uma explicao deinestimvel valor ao ensinador crist. Apesar da atualpopularidade da doutrina da tricotomia, digo do homemdotado de esprito, alma e corpo, ela no era conhecida dos


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antigos, e muito menos dos judeus. Eles conheciam apenas ohomem "nephesh-basar"-alma e corpo - ou seja: o homem cominteligncia, mas sem um esprito imortal. At mesmo o que

pensavam acerca de Deus como esprito era muito vago.Vindo, porm a poca do helenismo surgiu com ele filosofia dos gregos e por sua vez a doutrina do ser humanocomposto de esprito, alma e corpo. Os Saduceus, muitoconservadores, rechaaram a tricotomia. O que no foi difcilpara os progressistas fariseus abra-la, j que surgia como

ncora para idias muito embrionadas. Devemos, portantoaos fariseus muito da nossa teologia quer hoje se adota no seioda cristandade.


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II

Anjos e Heresias

que sabemos, muito possvel que em busca deampliarmos nossos horizontes em conhecer os anjosenveredamos por rumos suspeitos que levam as

heresias. Mas convenhamos que as heresias de uns sejam asverdades de outros e vice-versa. Sem truques ou jogo de

palavras devemos concordar que a heresia muitas vezes nopassa de um ponto de vista. Observem: Cremos que o EspritoSanto Deus em potencial e terceira Pessoa da Trindade. Jpara as Testemunhas de Jeov o Esprito Santo uma fora ouenergia de Deus e no um Ser pessoal. Dizemos que isso umaheresia, mas s por se trata das Testemunhas de Jeov, porque

os judeus ancorados em sua inabalvel f em Deus e no AntigoTestamento no aceitaram tal ensinamento, haja vista existirum s Deus, Criador de todas as coisas, a idiaVeterotestamentria mesmo de um Esprito de Deus emforma de energia. Ademais, a doutrina da Trindade mesmohoje no meio teolgico de difcil compreenso.

Numa definio simples heresia tudo aquilo que

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contraria os dogmas preestabelecidos por qualquer gruporeligioso. Mas no querendo encorajar meus leitores a erraremasseguro que as heresias podem existir a parte de qualquer

credo.Em se tratando dos anjos existem mais crendices do querheresias. E por ser um assunto to pouco conhecido o perigo deerrar sempre grande, principalmente quando se arriscaafirmar algo novo. Mas Orgenes, que reconhecidamente umdos maiores mestres de histria da igreja, e que possua

inimitvel habilidade nas lnguas originais da Bblia, pesquisousobre os anjos, e tinha crenas compartilhadas por inmerosdos primeiros cristos e Pais da igreja, mas que hoje possuemum tom hertico aos doutores em teologia.

Interpretando textos das Escrituras ele afirmou quequando o Senhor criou os anjos, f-los "machos e fmeas." Eujamais concordaria com tal assero e duvido que telogos denossos dias tambm concordem. O que importa que noconheo doutor algum em teologia que j tenha imaginado serOrgenes um herege. Deve pesar o fato de haver ele sido umdos maiores mentores da teologia crist.

Em suma, aps ter Toms de Aquino sistematizado sdisciplinas teolgicas tal como conhecemos hoje, e haverescrito um tratado sobre os anjos no af de desmistificar oassunto, veio a Idade Mdia, quando a pregao da igreja giravaem torno do inferno e das atividades dos demnios, da foiapenas um passo para que o interesse pelos anjos semanifestasse. Mas vieram tambm a cabala e outros sistemasmisteriosos os quais elevaram os anjos aos nveis do


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misticismo, de modo que ensinar a respeito dos seresespirituais tornou-se um risco muito grande de enveredar-sepelo erro. O resultado foi que a igreja acabou abandonando os

estudos da Angelologia. Isto por vrios sculos.Embora no possamos afirmar com plena certeza,podemos nos persuadir que o que ocasionou o retorno doestudo sobre os anjos igreja foi o surgimento dasdenominaes pentecostais. No incio eram as expulses deespritos demonacos, em seguida os mistrios angelicais. A

partir de ento entre a verdade e o mito foi-se desenvolvendouma nova Angelologia do ponto de vista crist.


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III

As Discordncias

e uma coisa no se pode duvidar: os escritores doNovo Testamento falaram e escreveram sobre os anjosinspirados em fontes extras-testamentrias. Casos h

em que entendemos haverem eles feito uso da revelao divinaque lhes foi dada gradualmente, mas eles tambm citaramcoisas que no esto escritas nos livros do Antigo Testamento,e que sabemos em definitivo que no lhes foi revelado porDeus.

Casos h em que citam os livros que chamamos apcrifos(do grego: apkryphos - oculto, escondido), em casos outrosfalam da prpria crena nacional, e em terceiro plano eles sevalem de mitologias de outras naes. Por isso s nossostelogos teriam material suficientes para rechaar a doutrinados anjos como uma superstio da igreja. Mas no o podem! Eapesar de fecharem os olhos para ensinamentos antigos sobreos seres espirituais, o mximo que podem fazer em refutao se apegarem a prpria incredulidade.

Apesar de nada ter contra a Teologia o tenho contra os

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telogos ( claro que h exceo), principalmente por nopossurem a liberdade de interpretar a prpria Escrituras e a suaTeologia. So muitos convencionados e raramente dizem algo

ordinariamente captado por seu esprito. Para eles a verdade oque dez ou quinze estudiosos admitem como tal. Com o restono podem aquiescer.

Quem dera pudssemos indicar todos os pontos em queos telogos erraram atravs da histria e continua a errar aindahoje. Mas no esse o propsito do nosso trabalho. O fato

que quase tudo que se escreveu ou foi dito sobre os anjos visto sobe suspeita. E at mesmo numa eventual teologiaoficial sobre os anjos pode e h interpretaes suspeitas. Oexemplo mnimo o tem na viso dos serafins pelo profetaIsaias. Tais anjos so mencionados apenas naquele texto, masos interpretadores da teologia (no falo com desdm) oclassificam como uma categoria anglica na hierarquiaespiritual.

Como no possuem uma ncora firme para tal conceito,no podem reagir razoavelmente queles que discordam dainterpretao, pois embora o meu leitor no o saiba existempessoas que desconfiam que os Serafins sejam os mesmoQuerubins mencionados em vrios textos das Escrituras. E sequerem saber, essa forma de interpretao que no nova,embora pouqussima conhecida tem argumentos muito maisfortes que o ponto de vista mias comum. O grande problema que os nossos telogos raramente do o brao a torcer, eembora Scrates tenha admitido que o homem sbio deva svezes mudar de opinio, eles o acham vergonhoso. Vale


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lembrar ao pesquisador: no mundo dos anjos muita coisa podeser emblemtica; a isso temos que avaliar quaisquer expressesde um escritor!

Os Serafins da viso de Isaias

Primeiro temos um argumento favorvel. bem verdade

que para os telogos uma doutrina s pode ser reconhecidaquando o texto sugerido corroborado pelo menos a outrostrs, quatro textos das Escrituras. Em tal caso eu possoconcordar que embora os Serafins sejam mencionados umanica vez na Bblia ainda assim poderia ser considerados umacategoria angelical, desde que o texto deixasse bem claro que o

so. Mas no o caso de Isaias.Segundo, argumento contrrio. No estou certo sequaisquer de meus colegas telogos desconsideram os Serafinscomo parte da hierarquia angelical, mas vamos considerar oseguinte: todo o restante da Bblia deixa muito evidente que osnicos anjos que atuam diretamente com o Trono de Deus so

os querubins. O vocbulo, segundo os versados em hebraico,significa: "aqueles que abenoam" ou "aqueles que oram", mas,tambm significa "aqueles que guardam"- isso explica aconstante atuao junto ao Trono do Altssimo, ou guardandoa entrada do paraso do den. Vemos os mesmo na nave dotemplo de Salomo e tambm no propiciatrio da sagrada arca.Em tudo isso, temos exemplo do oficio dos querubins.


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Os serafins, mencionados uma s vez, tambm estodiante do Senhor. A palavra tambm no plural significa"aqueles que queimam ou ardem." Deve estar diretamente

associado purificao do profeta, quando um deles voou,tocando-o com uma brasa tirada do divino altar. Acontece,porm o seguinte; Ezequiel teve a mesma viso de anjos queestavam diante de Deus e que tiravam brasas vivas de diantedo Senhor, s que este profeta os chama de querubins e noserafins (confira Ezequiel 10:1-7).

De outra forma temos as semelhanas. Isaias v serafinscom seis asas. (Is.6:2) Ezequiel viu querubins com quatroasas.(Ez.1:6) Seria este motivo suficiente para notarmos duascategorias distintas de anjos? Todavia no Apocalipse (4:8), Jooao falar dos querubins de Ezequiel os narra como tendo seisasas e cantando uma orao muito parecida com aquelacantada pelos serafins da viso de Isaias.

Mas como os telogos no voltam atrs... No fim sestamos tentando mostrar que mesmo a tradicional linha depensamento a respeito dos anjos pode ser reconsiderada. Se noem seu todo pelo menos o deve em parte.

Temos ainda um problema maior e diz respeito screndices que ensinadores cristos muitas vezes despreparados


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transmitem no em forma de doutrina, mas em seus sermes.Uma dessas crendices, a mais comum de todas a da existnciados anjos da guarda. Ensinadores inflam o peito quando falam

dos anjos que cada cristo tem ao seu lado vinte e quatro horaspor todo tempo de sua vida terrena. A citam um nmeroilimitado de textos bblicos, todos eles no peneiradosdevidamente pela prpria lgica da coisa.

A prpria definio escrituristica dos anjos nos reza:

Ora, se so enviados, logo eles no esto aqui em tempointegral. O bvio desam a oferecer os seus servios e logoretornem s hostes no cu. Bastante ler com ateno ostextos bblicos para se dissipar a dvida. Em um texto muitoaplicado pelos defensores dos anjos da guarda, Salmo 34:7, diz-se que o anjo do Senhor se acampa, mas com toda fora dapalavra evidente que se ele se acampa to lgico que antesno estava ali. Daniel quando salvo da boca dos lees disse aorei que Deus enviou o anjo e o protegeu. Observe que Deusenviou - e quando fez isso? - Exatamente quando o profetapassava por perigo. Acerca de Pedro est escrito que o anjo odeixou to logo o tirou da priso. Mas era um anjo da guardadeveria acompanh-lo sempre.

Temos ainda um exemplo interessante. Diz o ocorridocom Daniel em outra ocasio. Um anjo foi "enviado do cu" atrazer respostas ao profeta. Aconteceu que o anjo ficou


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interrompido nos ares por vinte e um dias, lutando contra umdemnio poderoso que o impedia de descer. Esse anjo noestava com Daniel, mas foi mandado por Deus direto do seu

Trono, pois em outro lugar da Bblia o mesmo anjo afirma queassiste, ou seja, est sempre diante de Deus.E tantos outros exemplos podem ser tirados das

Escrituras que provam que os anjos no esto o tempo todocom as pessoas. Mas insistem os faladores a dizer que o "o anjodo Senhor se acampa ao redor do crente," enquanto que o

"diabo, rugindo qual leo, fica ao nosso derredor." - Compare osalmo 34:7 com I Pedro 5:8.E so to pobres de espritos tais ensinadores que no se

do conta que tanto as palavras ao redor como ao derredor tmo mesmo significado. Eles, porm no conseguem fazer uso deum dicionrio. Acho que Agostinho tinha razo em dizer queas pessoas crem na Bblia, mas crem mais em si mesmas. Porisso sugiro que o ideal no o ler muitos livros e sim o exercitardo esprito. Se no se tem um esprito investigativo todo oconhecimento passar diante dos olhos sem que se perceba.

Igualmente, vejam como certas afirmaes podembloquear a percepo das pessoas de modo que por uma vidainteira no possam entender a mensagem bblica. Pelo menosnoventa e cinco por cento das pessoas que lem as Escrituraspensam sem reservas que aquele quarto homem da fornalha deNabucodonosor Jesus Cristo em pr-apario. Isso se deveporque o rei babilnico ao v-lo caminhar no meio da fornalhaexclama que este semelhante ao filho dos deuses. Numainterpretao grosseira entendeu-se que Nabucodonosor estava


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se referindo ao Filho do Deus de Israel. Mas ele s estavaquerendo dizer que o quarto homem era semelhante aoconceito que eles tinham a respeito das entidades espirituais

superiores aos homens e inferiores aos deuses os anjos? Sim,mas eles no os chamavam por esse nome evidentemente.Logo que conhecimento possua Nabucodonosor a

respeito de Jesus? Teria ele recebido revelaes que haviam sidoverdades aos judeus, o povo da promessa? Claro que no. O reibabilnico viu um anjo que nossos telogos transformaram em

Jesus. E as pessoas jamais corrigem as interpretaes errneasque fazem das Escrituras. por esse motivo que a doutrina dosanjos permanece algo novo, incompleto, um campo de estudoaonde ainda h muito a ser descoberto. , ns bem poderamostratar das coisas corriqueiras que se tem ensinado sobre osanjos, nas quais muitos imaginam possuir habilidadespedaggicas. Mas qual seria logo a nossa contribuio se apenastratssemos das coisas que tanto se conhece? Bom deixar ovu cair.


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IV

Novas Polmicas

gora chegamos parte mais difcil de nosso estudo eficar parecendo que este autor se afastousobremaneira dos conceitos bblicos e da forma comum

do pensamento crist.No duvido. As pessoas nunca esto preparadas para

abandonarem os seus conceitos mais antigos. Entenda, pormmeu nobre leitor, que existem conceitos sobre os anjos que jestavam em voga antes que surgissem os primeiros telogoscristos. Igualmente, a Angelologia como j disse um estudoanterior ao cristianismo e tentar entend-lo sob perspectivasbblicas pode no nos levar muito longe. Os telogos apelam

para a autoridade das Sagradas Escrituras e neste ponto estocertssimos, mas devem levar em conta que nenhum conceitobblico ou extra-bblico ou deve ser tomado como dogma aoreferisse aos anjos. Portanto no obstante as notas que iremosabordar no sejam de cunho comum ao pensamento cristmoderno, saibam que este autor no tem oscilado na f em

Cristo Jesus, permanecendo a crer integralmente em todo credo


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da genuna f crist. E isso que nos torna pessoas salvas,porque a salvao consiste em recebermos do Senhor arevelao da verdade; no h um salvo se quer que de Deus no

tenha recebido tal graa. O resto no passa de opinio pessoalou coletiva.A Angelologia no uma doutrina especificamente crist.

Ns a adotamos como tal. Os registros arqueolgicos nos tmprovado que todas as naes anteriores ao nascimento deIsrael j possuam conhecimento a respeito dos anjos. Claro

que ao falar de naes estamos nos referindo quelasmencionadas no livro do Gnesis. Mas at naes maisdistantes como os da Amrica pr-colombiana escreveram epintaram figuras angelicais.

Nossos telogos, conservadores por natureza, s fazemuso das descobertas arqueolgicas quando as tais esto deacordo com os seus conceitos j estabelecidos, quando no elesnem mencionam. Mas verdade que no antigo Egito, Sria eregies da Mesopotmia os querubins j eram descritos talcomo a Bblia os mostrou posteriormente. H casos at depinturas e estatua de anjos que chegaram a ns.

Em Israel a atuao dos anjos sempre foi constante, masfoi apenas durante e aps o cativeiro babilnico que elespassaram a investig-los como doutrina. No mesmo perodosurgia o desenvolvimento da literatura apocalptica em que otrabalho angelical assume propores jamais conhecidas.Sabemos perfeitamente que se tratava de uma importante faseda literatura e da cultura dos judeus, e que no geral talliteratura de natureza banal e folclrica.


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Ainda assim telogo algum pode negar que a Angelologiacrist dos primeiros cinco sculos apoiou-se em muito do queos livros judeus do perodo intertestamentrio haviam

registrado. E para surpresa de todos tanto Jesus quanto osApstolo e os primeiros doutores da igreja fizeram uso defontes que dizemos (eu tambm) apcrifas.

Vejamos ento as principais crenas do Novo Testamentoque j faziam parte da Velha Teologia dos Anjos.

A existncia do Hades

Aqui no se trata de se o tema da existncia do infernoera ou no conhecida dos que escreveram o Antigo

Testamento. Diz respeito natureza deste inferno. Em Lucas16:19-31 o Senhor apresenta o inferno lateral do seio deAbrao, separados por um grande e intransponvel abismo. Naliteratura intertestmentaria o Hades ou morada dos mortosera dividido da seguinte maneira: de um lado ficavam as almasdas pessoas justas nos campos Elsio; do outro lado o Cocito,

uma espcie de lago de fogo, para onde seguiam as almasmpias. No abismo havia o Trtaroo, priso tenebrosa em quejaziam os tits, seres que estavam acima dos humanos e abaixodos deuses (tal como anjos). Foram ali trancados aps umaderrota diante dos deuses. Aqui um paralelo com a rebelio deLcifer e seus anjos. Lembrando ainda que os Apstolos Pedro,


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Judas e Joo escreveram sobre os espritos que esto presos noabismo.

A Existncia dos Arcanjos

Um importante telogo, por quem mantenho granderespeito, escreveu que o termo arcanjo aparece duas vezes na

Bblia e em ambos os casos est no singular. E j que asEscrituras chamam Miguel de arcanjo (archangelogre. Miklel - heb.) de se supor que exista apenas um.

Apesar de todo o meu respeito pelo referido telogo devodizer que no bem assim. Foi o Apstolo Judas o nicoescritor do Novo Testamento a chamar Miguel de arcanjo, masquando o faz ele usa claramente o texto de uma fonte apcrifa

que est anexada ao livro de Enoque (popularmente,Apocalipse de Enoque). Chama-se A assuno de Moiss.Mas foi Enoque o primeiro quem escreveu sobre os anjos, e noadianta a relutncia de nossos telogos, Judas disse que foiaquele mesmo Enoque, o stimo depois de Ado quem oescreveu (Jd.v.14,15). Foi ele o primeiro a delinear uma

doutrina de anjos, e quando o fez disse existirem sete, e noapenas um arcanjo. Ele mesmo d-nos seus nomes: Uriel,Rafael, Jeremiel, Secael, Gabriel, Raquel e Miguel. Da vem quese pudermos nos valer das fontes s quais recorreram osescritores do Novo Testamento no estaremos errados ao dizerexistirem outros arcanjos. Possivelmente, Lcifer tambm era


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um.

Os Espritos Territoriais

Foi tambm Judas quem nos informou haver Deus noprincipio estabelecido alguns anjos sobre determinadosterritrios aos quais chamou principado. J no livro de Danielhavamos tomado conhecimento dos espritos territoriais. Eoutra vez foi Enoque quem se antecipou a nos escrever que

Deus ordenou aos sete arcanjos a que ocupassem certasprovncias da terra; Miguel ficaria com o mais precioso dosprincipados. Por meio de Daniel sabemos que se trata daNao de Israel, ainda no existente nos dias de Enoque.

A respeito de Enoque cabe-nos uma explicao. Judas emto poucas linhas, disse que se trata do Enoque que andou com

Deus e foi tomado. Ele, alm de profeta, deve ter feitoinimaginveis perguntas a Ado, j que se conheceram;provavelmente deve de ter tomado conhecimento de coisas queno mundo jamais chegaremos a saber. Dizem at que Enoquesignifica aquele que sabe muito. Se isso puder ser

comprovado os rumos de alguns segmentos cientficos devem

ser alterados. Destarte, ele ainda teria criado aritmtica e aastronomia. Seu (ou seus) livro deve ter sido guardado por Nodurante o dilvio, podendo assim chegar at ns.

Evidentemente h muito da teologia dos anjos que foiadotado de fontes intertestamentria e no dispomos de espaopara maiores esclarecimentos, mas a vai o mais dificultoso de

todos.


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O episdio dos filhos de Deus

ostumo assegurar que cometemos suicdio quandotratamos deste tema. As grandes maiorias dosestudiosos acham que heresia qualificada, e no se

deve dar ouvidos aos que se aventuram a tal interpretao das

Escrituras e da prpria natureza dos anjos. Pergunto, porm: Oque sabemos da real natureza dos anjos? Nada. Ns quepossumos to limitado conhecimento a respeito da nossaprpria natureza, julgamos entender a dos anjos?

A maioria dos entendidos vira o rosto, mas isso se deve aprpria ignorncia e ao preconceito de que ao fato de lhes soarestranho. No possuem argumentao sustentvel, e o quemais incrvel : eles apelam para uma resposta que no temparalelo bblico. Os filhos de Deus de Gneses 6 so osdescendentes piedosos de Sete, dizem eles. Mas qualquerpesquisador srio sabe que tal afirmao ainda mais absurda!

No Gnesis 6 est escrito que os filhos de Deus seenamoraram das filhas dos homens. Mesmo no havendo apoio

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nas Escrituras eles dizem que no se trata dos anjos, mas dosfilhos de Sete.

Judas nos diz o seguinte: Deus estabeleceu alguns anjos

sobre determinados pontos do mundo, mas alguns deles serebelaram. De que maneira? Estaria o Apstolo se referindo aantiga rebelio dos anjos? Ou o texto sugere algo novo?

Difcil ao comentarista salientar que houve duas revoltasentre os anjos. muito difcil. Notemos, todavia que os anjosliderados por satans permaneceram soltos, ao passo que

aqueles que recusaram dignidade de principado foram mantidoacorrentados em cavernas sombrias.Telogos querem justificar que so espritos

violentssimos, mas seriam estes piores que satans? Achamque sim.

A resposta pode no estar na Bblia. Vejam bem, Enoqueescreveu um capitulo paralelo ao Gneses 6. No tendo emmos o texto de Enoque em portugus, solicitei um amigoprendado no ingls que me fizesse a traduo.

I Enoque 6:8 Os Filhos de Deus

Naqueles dias quando os filhos dos homens se multiplicaram,aconteceu que lhes nasceram filhas formosas. E os anjos, osfilhos do cu, viram-nas e as desejaram. Disseram ento unsaos outros vamos, e escolhamos esposas para ns mesmos de

entre as filhas dos homens e geremos descendentes... Entotodos juraram juntos (o texto sugere que blasfemaram).


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A partir da o texto toma linguagem que se no forhiperblica deveras exagerada. Os anjos desceram sobre osmontes de Hermom e tomaram mulheres para si. Uma para

cada um. Logo lhes nasceram o uso da medicina, o emprego deervas curadoras, os encantamentos, feitiarias... Quando lhesnasceram filhos estes se tornaram gigantes, mas no comosugerem nossos telogos. Tais gigantes consumiam asplantaes dos lavradores que logo ficaram aborrecidos. Porultimo os tais filhos dos anjos se voltaram para os humanos

com a inteno de com-los. No demais prevaricaram contra asaves, e os animais selvagens, os rpteis e os peixes, comendosuas carnes cruas e bebendo sangue.

Em todo caso temos aqui uma narrao parecida comaquela descrita no Gneses, s que acrescida de detalhes muitopertinentes. No querendo ou no podendo admitir que ainterpretao de Enoque seja verdica, nossos telogos apelampara exegtica da natureza dos anjos. Asseveram que os filhosde Deus (ben Elohim) ali citados so os descendentes de Seteque se casaram com mulheres mpias. Mas o texto de Gneses6 realmente parece querer narrar algo extraordinrio. Mesmoporque a interpretao da descendncia de Sete no tem ecosnas Escrituras que tanto evocam. A opo, pelo contrario,surgiu tardiamente na histria da igreja, no quarto sculo,ocasio a qual se atribuiu a origem real da obra O tratado de

Coelesti Hierarchia que alguns diziam ser autorizada por

Dionsio do Arepago ou Dionsio o Areopagita, como queira.Em contraste a opo em favor da interpretao dos filhos

de Deus como sendo anjos tal como foi narrada por Enoque,


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era aceita pelos mestres mais importantes da igreja dosprimeiros sculos. Ademais temos registros de que pelo menosnomes de peso tais como os de Justino, Irineu de Lyon,

Orgenes, Clemente de Alexandria, Procpio, Tertuliano,Lactncio e Eusbio de Cesaria eram em favor de umainterpretao a partir dos anjos, ou na mesma hipteseconcordavam com os ensinamentos de Enoque.

Em suma os telogos tm todo direito de noconcordarem com essa interpretao, s no devem se apegar a

argumentos to ridculos no af de a rejeitarem, nem nospodem acusar de heresias por havemos acreditado naquilo queacreditaram os mestres da igreja. De sobra escritores da Bbliarecorreram ao mesmo Enoque quando trataram da Angelologia,e quantas coisas mais esto implcitas em nossa doutrina dosanjos que no descobrimos quando e como tiveram origem...?

Verdade que alm, muito alm da Velha Teologia dosAnjos, os escritores do Novo Testamento em alguns casostambm trataram dos seres espirituais a partir da divinarevelao e esta sem duvida foi a parcela de contribuio finalna constituio da doutrina dos anjos. Hoje sabemos maissobre os seres invisveis graas s revelaes interessantes dePaulo e Joo. A ns cabe o dever de ampliar tal campo deconhecimento.


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VI

Os Vinte e Quatro Ancios

ntes, porm de fecharmos essas nossas consideraes,

caro leitor, iremos trazer a tona outro temapouqussimo discutido.Diz respeito quela viso em que Joo nos fala de vinte e

quatro ancios que esto diante do Trono de Deus e doCordeiro (Ap.4:4,10,11). No lembro de haver lido muita coisaa respeito deste texto, mas uma interpretao infantil sugereque representam os vinte e quatro ancios, as doze tribos deIsrael e os doze apstolos do Senhor. Entendemos, todavia queso anjos, a mais elevada categoria de seres espirituais criados.A palavra ancio tambm significa Senador, e se a nossapercepo estiver correta, os vinte e quatro anjos so o corpo deum senado. Paulo os chama de Tronos ou Soberanias (Cl.1:16),e a palavra no permite nada acima deles seno o Senhor que


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os criou. Eles fazem-nos recordar tambm das vinte e quatroordens Sacerdotais que o Senhor ordenou sobre Israel, porque otabernculo e a lei eram simbologias das coisas que Moiss viu

no cu quando esteve no Sinai.Ademais, a lei apesar de divina (digo o declogo ou os dezmandamentos como mais conhecido) no foi diretamentedada por Deus. Quando a Escritura afirma que foi escrita pelodedo de Deus apenas para revelar sua origem celestial.Hebreus 2:2, Glatas 3:19 e Atos 7:53 deixam claro que foram

os anjos que consignaram a lei judaica. Qual destas categoriasde anjos teria ordenado a lei? Os anjos da guerra? Osresponsveis pela adorao? Ou teriam sido os Tronos,membros do Senado de Deus? Sabemos que nas republicas emonarquias antigas a autoridade do Senado era quaseilimitada.


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Consideraes Finais

A chamada Velha Teologia dos Anjos no faz parte de umateologia oficial, sendo apenas uma fonte alternativa que opesquisador pode explorar se o desejar. meu dever tambmadmoesta-lo que todo cuidado necessrio quando se trata deassuntos como a natureza dessa disciplina.

Devemos tambm partir sempre da ideia de uma sugesto ejamais de uma imposio ou dogmtica da angelologia.Sabendo que h duas maneiras de se ser acusado de heresia. Aprimeira ferindo o que fundamental nas Escrituras: Jesus divino; a Bblia inspirada por Deus, o sangue de Jesus purificao homem do pecado, arrebatamento etc. A segunda maneira

fundamentar doutrina baseando-se em supostas revelaes. Oque tratamos em nossas consideraes soam somente comouma sugesto ao leitor que deseje ter o maior nmero deinformaes sobre os seres angelicais. Sabendo que quando setrata dos anjos qualquer fonte de estudo ou teologia poder serapenas uma opo subjetiva, j que nem todos podem


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concordar com tudo. Desse modo, deve o leitor continuar suaspesquisas tendo, porm, a certeza que s na eternidade que asombra por onde agora enxergamos essas criaturas sero

dissipadas; ento, a verdade deixara de ser uma mera sugestode um escritor.


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Documents

A Velha Teologia Dos Anjos