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20 Dezembro de 2011 www.briefing.pt Passeio Público A viajante da FOX Atitude, flexibilidade e disponibilidade para os desafios que vão surgindo todos os dias. São estas as características que definem Assunção Loureiro, 34 anos, directora-geral da FOX em Portugal, lisboeta de gema e “fanática” das viagens. Começou na comunicação corporativa e hoje não dispensa as noções de gestão e de negócio num sector onde qualidade da programação e audiências são factores-chave para o sucesso da estação em Portugal. Assunção está à von- tade nestes dois papéis, que misturam descontracção com responsabilização. É a primeira a defender que todos os seus colaboradores devem ter uma vida para além da FOX, mas também têm de estar em sinto- nia com “os valores, objectivos e desafios da empresa”. O mundo FOX bateu-lhe à por- ta em 2005, quando um tele- fonema de Madrid lhe abriu as portas de um novo rumo profissional. Para esta lisboeta de gema – nasceu, viveu e es- tudou em Lisboa – ficava para trás um percurso ligado à co- municação corporativa. Quan- do ainda estava a tirar o curso de Comunicação, na Universi- Ramon de Melo O mundo FOX bateu à porta de Assunção Loureiro em 2005 “À vontade não significa à vontadinha…”, diz Assunção Loureiro quando se refere ao ambiente que se vive nas ins- talações da FOX, em Lisboa. Isto quer dizer que apesar da informalidade, do espírito de equipa e da partilha de infor- mações há uma cultura de res- ponsabilidade e objectivos que todos sabem ser fundamental

A viajante da FOX

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A viajante da FOX

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20 Dezembro de 2011 www.briefing.pt

Passeio Público

A viajante da FOX

Atitude, flexibilidade e disponibilidade para os desafios que vão surgindo todos os dias. São estas as características que definem Assunção Loureiro, 34 anos, directora-geral da FOX em Portugal, lisboeta de gema e “fanática” das viagens. Começou na comunicação corporativa e hoje não dispensa as noções de gestão e de negócio num sector onde qualidade da programação e audiências são factores-chave

para o sucesso da estação em Portugal. Assunção está à von-tade nestes dois papéis, que misturam descontracção com responsabilização. É a primeira a defender que todos os seus colaboradores devem ter uma vida para além da FOX, mas também têm de estar em sinto-nia com “os valores, objectivos e desafios da empresa”.

O mundo FOX bateu-lhe à por-ta em 2005, quando um tele-fonema de Madrid lhe abriu as portas de um novo rumo profissional. Para esta lisboeta de gema – nasceu, viveu e es-tudou em Lisboa – ficava para trás um percurso ligado à co-municação corporativa. Quan-do ainda estava a tirar o curso de Comunicação, na Universi-

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O mundo FOX bateu à porta de Assunção Loureiro em 2005

“À vontade não significa à vontadinha…”, diz Assunção Loureiro quando se refere ao ambiente que se vive nas ins-talações da FOX, em Lisboa. Isto quer dizer que apesar da informalidade, do espírito de equipa e da partilha de infor-mações há uma cultura de res-ponsabilidade e objectivos que todos sabem ser fundamental

Passar de trabalhar em casa para uma estrutura de 30 pessoas num open space obrigou Assunção Loureiro a ganhar vários desafios

dade Católica, que terminou em 2000, trabalhou na Ofici-na Criativa, onde fazia textos para comunicação interna. “O dinheiro dava jeito para ter al-guns trocos”, recorda.Já depois de ter concluído o curso fez um estágio na So-cosmet, empresa que detém a representação de várias marcas na área da cosmética. Ficou por lá alguns meses mas aquele não era o seu sonho. Ela, que desde jovem sempre colocou as viagens e a desco-berta de novos povos e países no topo das suas prioridades, queria ter muito mais experi-ências e “alargar horizontes”. No ano 2000, chegou à Imago onde fez comunicação corpo-rativa para empresas ligadas a diversos sectores de activida-de, desde a banca ao cinema.

Já estava desligada da Imago quando surgiu a FOX. A “ope-ração” começou com um com-putador e foi em casa que tra-balhou os primeiros nove me-ses. Em 2007, foram lançados os primeiros dois canais e a partir daí foi sempre a crescer. A realidade de hoje é a prova desse crescimento: mais de 30 pessoas, três departamentos em perfeita sintonia – marke-ting, onair e programação -, 10 canais de televisão (FOX e Na-tional Geographic), audiências a crescer e muita atenção aos detalhes, como o grafismo, por exemplo.Passar de trabalhar em casa para uma estrutura de 30 pes-soas num open space obrigou Assunção Loureiro a ganhar vários desafios. Por exem-plo, o da gestão de recursos

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Começou a trabalhar para a FOX a partir de casa

22 Dezembro de 2011 www.briefing.pt

Passeio Público

China, 2006 Tanah Lot, Bali, 2007 Cuba, 2008

Reconhece que a adesão do público foi, desde o início das emissões, muito boa mas também existiu muito investimento ao nível da programação

que a adesão do público foi, desde o início das emissões, muito boa mas também exis-tiu muito investimento ao nível da programação. Por exemplo, em encurtar o espaço de tem-po entre a estreia de uma sé-rie nos EUA e a sua chegada a Portugal. “Aí tivemos um tra-balho importante”, afirma. Fã das séries “Boston Legal”, de

Há um brilho especial nos olhos de Assunção Loureiro quando recorda o que já viajou pelo mundo. Desde miúda que o dinheiro ganho era todo investido em viagens. A Ásia foi um dos seus destinos mais frequentes. Porquê? O racional é bem simples: fazer as viagens mais duras quando se é novo e há disponibilidade para andar com uma mochila às costas e “deixar os resorts para mais tarde”. De entre as muitas experiências que teve recorda as viagens de comboio na Índia, à noite, com homens e mulheres a viajarem em diferentes carruagens. Da China, onde esteve um pouco antes dos Jogos Olímpicos de 2008, fala, divertida, das dificuldades de relacionamento com um motorista de táxi que só falava mandarim. Nas suas actuais funções já foi, com a National Geographic, a Moçambique e à África do Sul. “Já são muitos anos a viajar”, conclui.

“Já são muitos anos a viajar”

EXPERIÊNCIAS

“Modern Family” e de “Family Guy” (imprescindível, afirma…), Assunção Loureiro diz que o seu maior desafio é consolidar a po-sição da FOX em Portugal. “Esta-mos a passar da fase start-up em que o mercado era pequeno para a consolidação. Portugal é dos mercados mais pequenos mas dos mais dinâmicos a nível euro-peu”, afirma.

humanos. A grande lição que aprendeu resume-se numa expressão: dar o exemplo. É preciso “estar ao lado e fazer, também”, afirma. Uma estru-tura muito flat, um espírito de equipa muito forte e uma po-lítica de porta aberta também ajudaram.A própria Assunção sentiu ne-cessidade de reforçar os seus conhecimentos e por isso jun-tou um curso de gestão avan-çada à sua formação em Co-municação. Reconhece que, se fosse hoje, talvez tivesse feito um curso de Gestão em vez de Comunicação pois na área onde está “há algumas noções de negócio que con-vém ter”. As suas responsabilidades na FOX em Portugal, que incluem também os países africanos de expressão oficial portuguesa, principalmente Angola, obri-gam-na a viajar com frequên-cia. Isso não é um problema para quem já passou “muitos anos a viajar” (ver caixa). Em termos de estrutura respon-de ao presidente da FOX, em Amesterdão, e não disfarça o orgulho quando diz que Por-tugal, com excepção do Reino Unido e da Italia, é o país da Europa que tem a maior oferta de canais da FOX. Reconhece