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departamento pessoal
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Departamento de Desenvolvimento Profissional
Departamento Pessoal
Valrio Lopes Toledo
Rio de Janeiro
02/2015
_____________________________________________________________________________________________________ Rua 1 de Maro, 33 Centro Rio de Janeiro/RJ Cep: 20.010-000
Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 [email protected] www.crc.org.br
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SUMRIO
Assunto
1 Introduo
2 Atribuies do DP
3 Fluxograma de Recrutamento e Seleo
4 Admisso de Empregados - Procedimentos
5 Contrato de Trabalho
6 Jornada de trabalho
7 Folha de Pagamento
8 Frias
9 - 13 Terceiro Salrio
10- Contribuio Sindical
11 Aviso Prvio
12 Resciso de Contrato de Trabalho
13 Homologao
14 Seguro Desemprego
15 Obrigaes Mensais Trabalhistas e Previdncirias
16 - Obrigaes Peridicas Trabalhistas e Previdncirias
17 - Tabela de Multas a Legislao Trabalhista
18 Definies do e-Social (SPED-Folha)
19 - Bibliografia
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INTRODUO
Infelizmente, vivemos num pas com uma total instabilidade jurdica. As instituies so atingidas diretamente pelas mudanas na legislao de regncia das normas que regulam nossa atividade contbil do dia a dia. Infelizmente, estas mudanas constantes vem atingindo em cheio os profissionais da contabilidade com amplos reflexos nas rotinas fiscais, trabalhistas e previdencirias executadas dentro do depto de pessoal. Na vanguarda dos interesses de seus membros, o rgo de Fiscalizao Profissional promove aes dentro do programa de educao continuada visando a formao e a informao que atualiza o profissional filiado. Inicialmente, nossa proposta trazer formao bsica, analisando passo a passo, as rotinas deste importante departamento da empresa. Estudamos as rotinas de admisso, como o recrutamento e seleo, os documentos a serem apresentados, o registro etc... Na fase de permanncia do empregado na empresa, abordamos os procedimentos para concesso de 13 salrio, Frias, Folha de Pagamento com o clculo, desconto e recolhimento dos encargos incidentes. Comentamos tambm, as contribuies devidas aos sindicatos como a sindical, confederativa, assistncial, social, alem do estudo das convenes coletivas de Trabalho. Finalmente, estudamos os procedimentos para o desligamento de empregados. Trazemos tabelas prticas de incidncias de FGTS, INSS, IRRF. Esperamos assim, que esta humilde obra, possa servir com instrumento de trabalho confivel para profissionais que atuam no departamento de Pessoal.
VALRIO LOPES TOLEDO
Fevereiro/2015
Disse Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ningum vem ao Pai se no por mim.
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Departamento de Pessoal
Nas empresas de menor porte, normalmente inexiste o Departamento Pessoal, pois as atividades so normalmente supridas pelo "Contador" da empresa.
J nas empresas de maior porte, podemos quase sempre encontr-lo, de estrutura meramente simples ou ento at os mais sofisticados, em nvel de Diretoria.
Basicamente o Departamento Pessoal, constitudo por trs setores: Admisso, Compensao e Desligamento.
O setor de Admisso de Pessoal tem por atribuio cuidar de todo o processo de integrao do indivduo na empresa, dentro dos critrios administrativos e jurdicos. Tem incio na busca do profissional no mercado de trabalho, adequar nas funes do cargo e efetuar o registro de acordo com as conformidades da legislao do trabalho.
O setor de Compensao de Pessoal tem por atribuio cuidar de todo processo de controle de freqncia, pagamento de salrios e benefcios, bem como de pagamentos de taxas, impostos e contribuies. A partir da integrao dos empregados na empresa, tem incio no controle do fluxo de freqncia ao trabalho, elaborao da folha de pagamento, controle de benefcios e finaliza em clculos de tributos.
O Setor de Desligamento de Pessoal tem por atribuio cuidar de todo processo de desligamento e quitao do contrato de trabalho, estendendo-se na representao da empresa junto aos rgos oficiais (DRT, Sindicato, Justia do Trabalho, etc.) e cuidar de toda rotina de fiscalizao. Tem incio a partir do desligamento do empregado e termina quando da sua efetiva quitao do contrato de trabalho.
DEPARTAMENTO
PESSOAL
SETOR DE ADMISSO SETOR DE
COMPENSAO SETOR DE
DESLIGAMENTO
Atribuies:
Recrutamento e Seleo Integrao Registro
Atribuies:
Jornada de Trabalho Folha de Pagamento
Benefcios Tributao
Atribuies:
Resciso do contrato de Trabalho
Justia do Trabalho Fiscalizao
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I Posio do Departamento de Pessoal no Organograma Simplificado da Empresa
II Organograma Simplificado do Departamento de Pessoal de Grande Empresa
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Fluxograma Convencional de um Processo de
Recrutamento e Seleo
O candidato deve ser analisado segundo critrios e exigncias decorrentes da natureza e importncia do cargo a ser preenchido.
REQUISIO DE
PESSOAL
DIVULGAO
RECEPO DE
CANDIDATOS
ENTREVISTA
INICIAL
APLICAO DE
TESTES
ENTREVISTA
FINAL
ENTREVISTA
PELO RGO
REQUISITANTE
EXAME MDICO
APTO
ADMISSO E
REGISTRO
INAPTO
RESULTADOSDESFAVO-
RVEIS
RESULTADOS
DESFAVO-
RVEIS
ABAIXO DO
PADRO
DECISO
NEGATIVA
REJEIO
PREENCHIMENTO
DA SOLICITAO DE
EMPREGO
TRIAGEM
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4 - Admisso de Empregados: Procedimentos
Solicitao de Documentos
Admisso procedimentos da empresa
- CTPS (arts.13 e 29 da CLT e Portaria MTE n 41/2007)
Anotaes:
- na data-base;
- a qualquer tempo, por solicitao do trabalhador;
- no caso de resciso contratual;
- necessidade de comprovao perante a Previdncia Social.
As anotaes podero ser feitas mediante uso de carimbo ou etiqueta gomada, bem como de qualquer meio mecnico ou eletrnico de impresso, desde que autorizado pelo empregador ou pelo seu representante legal. A CTPS deve ser devolvida em 48 horas para o registro do contrato de trabalho ou qualquer outra anotao.
Certificado Militar Pode ser apresentada a Reservista para quem serviu ou o Certificado de Dispensa de Incorporao.
Exames Mdicos Os exames so admissional, peridico, de retorno ao trabalho, de mudana de funo e demissional.
A periodicidade de 1 ano quando menores de 18 anos e maiores de 45 anos.
2 anos para trabalhadores com idade entre 18 e 45 anos. Com intervalos menores, a critrio mdico, notificao da inspeo do trabalho, ou ainda, como resultado de negociao coletiva de trabalho e para os trabalhadores expostos a condies hiperbricas (submersos ou sob ar comprimido.
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O exame de retorno dever ocorrer sempre que o empregado se afastar por perodo superior a 29 dias por motivo de doena, acidente de natureza ocupacional ou parto.
O Exame mdico de mudana de funo, realizado desde que exponha o trabalhador a risco diferente daquele anterior na funo que exercia e ser obrigatoriamente realizado antes da data da mudana.
O Exame Mdico Demissional dever ser realizado at a data da homologao da RCT.
O Exame peridico tem validade de 135 dias para as empresas de grau de risco 1 ou 2, segundo o Quadro I da NR-4; e 90 dias para as empresas de grau de risco 3 ou 4, segundo o Quadro I da NR-4.
Para cada exame mdico realizado, o mdico emitir o Atestado de Sade Ocupacional (ASO), em duas vias; sendo a primeira arquivada no local de trabalho, disposio da fiscalizao e a segunda via entregue, obrigatoriamente, ao trabalhador mediante recibo na primeira via.
NR7 PCMSO Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional.
A norma estabelece a obrigatoriedade da elaborao e implementao por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados com o objetivo de promoo e preservao da sade do conjunto de seus trabalhadores. Todos os trabalhadores devem ter o controle de sua sade de acordo com os riscos a que esto expostos. Assim o mnimo que requer o programa um estudo in loco para reconhecimento de riscos ocupacionais existentes no local de trabalho, informaes sobre ocorrncias de acidentes de trabalho e doenas ocupacionais, atas de CIPA, mapas de risco, estudos bibliogrficos, estatsticas e etc.
PPRA Programa de Preveno de Riscos Ambientais O empregado no desempenho de suas tarefas fica na maior parte do tempo exposto a agentes fsicos, qumicos e biolgicos, que podem comprometer a sua sade. As empresas tm obrigao legal de minimizar ao mximo os riscos a que seus empregados esto sujeitos, devendo para isto elaborar programas de preveno.
Todos os empregados com exceo do domstico, esto obrigados elaborao e implementao do Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA).
O referido Programa tem como objetivo a preservao da sade e da integridade dos trabalhadores, atravs da antecipao, reconhecimento, avaliao e conseqente controle da ocorrncia de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.
O PPRA deve ser articulado com o Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO).
Consideram-se riscos ambientais os agentes fsicos, qumicos e biolgicos existentes nos ambientes de trabalho que, em funo de sua natureza, concentrao ou intensidade e tempo de exposio, so capazes de causar danos sade do trabalhador.
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Fotografia 3x4 para registro.
CPF Cadastro de Pessoa Fsica
Documentao para Salrio-Famlia O salrio-famlia ser devido a partir do ms em que for apresentada empresa ou ao rgo gestor de mo de obra ou ao sindicato dos trabalhadores avulsos ou ao INSS, a documentao abaixo:
I - certido de nascimento do filho (original e cpia);
II - caderneta de vacinao ou equivalente, quando dependente conte com at seis anos de idade;
III - comprovao de invalidez, a cargo da Percia Mdica do INSS, quando dependente maior de quatorze anos; e
IV - comprovante de frequncia escola, quando dependente a partir de sete anos.
Declarao de Dependentes para I.R. Necessrio apenas para funcionrios com ganhos superiores a faixa de iseno da Tabela de I.R. que em 01/2015 de R$ 1.868,22
Declarao para Vale Transporte Se a empresa optar por contratar funcionrios, ser necessrio fornecer a eles o vale transporte.
Ao contratar um funcionrio, a empresa precisa fornecer um requerimento de vale transporte que deve ser preenchido pelo prprio funcionrio, com seu endereo atual e os meios de transporte utilizados para chegar ao trabalho ( incluindo linha e numero de nibus se for o caso) e o numero de vezes que utilize os meios de transportes.
Esse requerimento deve ser atualizado anualmente ou caso o funcionrio mude de endereo. Tambm preciso que a empresa corrija os valores utilizados caso haja aumento nas tarifas. Direito de todo trabalhador para deslocamento residncia-trabalho e trabalho-residncia. Desconto de 6% apenas do salrio bsico do empregado. A parcela superior aos 6% sero suportados pelo Empregador. O desconto tambm poder ser realizado apenas sobre os dias teis do ms e da seguinte forma:
Valor do Salrio base : 28, 29, 30 ou 31 = Resultado x n de dias teis do ms. Sobre este resultado aplicar a alquota de 6%. Observar o disposto em Conveno ou Acordo Coletivo de Trabalho Sindical.
PIS/PASEP - A CAIXA passou a utilizar um novo sistema de cadastro social: o Cadastro NIS.
Para adequar-se ao novo sistema o formulrio DCT Documento de Cadastramento do Trabalhador foi substitudo pelo DCN Documento de Cadastramento do NIS e foram disponibilizadas novas formas de cadastramento:
Cadastramento pela internet;
Cadastramento em lote.
Requerimento D.R.T. para Prtica de Horas Extras em Servio Insalubre.
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Preenchimento, assinaturas e providncias finais
Contrato Escrito.
Registro de Empregados e C.T.P.S. Pode ser utilizado para tal procedimento tanto o Livro quanto a Ficha de Registro de Empregado ou o registro eletrnico.
Declarao de Dependente para o I.R. e Declarao para o Vale-Transporte
Ficha eTermo de Responsabilidade para S. Famlia.
Opo por Adicionais de Insalubridade ou Periculosidade.
Inclui o nome na lista de admitidos CAGED Lei 4923/65
Comunica a Folha de Pagamento dados sobre Salrio Famlia, Penso Judicial, I.R. Fonte, Cont. Sindical e outros
Cadastra, anota ou habilita o nmero do PIS/PASEP, se necessrio
Anota o n do CPF para RAIS, DIRF, Informe de Rendimentos
Devolve as Certides Originais de Nascimento A empresa dever tirar cpias e mant-las arquivadas para fins de exame pela fiscalizao do INSS.
Examina a Caderneta de Vacinao Fixa o prazo de 6 meses para acerto das irregularidades da caderneta de vacinao, alertando que o pagamento do salrio-famlia ficar suspenso aps esse perodo de tolerncia legal caso as falhas no sejam sanadas. Quando menor de 7 anos de idade obrigatrio a apresentao do atestado de vacinao ou documento equivalente no ms de maio, a partir do ano 2000. A partir de 7 anos de idade obrigatrio a apresentao de comprovante de freqncia escolar, nos meses de maio e novembro a partir do ano 2000. No caso de menor invlido que no freqenta a escola por motivo de invalidez, deve ser apresentado atestado mdico que confirme este fato.
Devolve Outros Documentos Devolve a carteira e os documentos retidos, tomando recibo de devoluo.
CRONOGRAFIA DA ADMISSO
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5) CONTRATO DE TRABALHO
o acordo tcito ou expresso, correspondente a relao de emprego, podendo ser
acordado verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.
5.1 - contrato por prazo determinado (arts. 443, 1 e 2 da CLT)
aquele cuja vigncia dependa de termo prefixado ou da execuo de servios
especificados ou ainda da realizao de certo acontecimento suscetvel de previso
aproximada e s vlido em se tratando de:
a) servios cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminao do prazo so
servios de pouca durao, passageiros, decorrentes de necessidades eventuais da
empresa. Ex.: contratao, como empregado, de tcnico especializado para montagem de
equipamento industrial.
b) atividades empresariais de carter transitrio a transitoriedade no se relaciona com
o servio a ser desenvolvido pelo empregado, mas sim com a atividade empresarial. Ex.:
empresas criadas exclusivamente para o fim de comercializar artigos e enfeites de Natal,
na respectiva poca
CTPS
Registro
Contrato
Escrito
Adm./
Disp.
Seguro
Desemprego
Cadastro
PIS/PASEP
Salrio
Famlia Vale
Transporte
Imposto de
Renda
Nacionalidade
Exame
Mdico
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a) contrato de experincia - sua finalidade permitir ao empregador verificar a
capacidade funcional do empregado na execuo de sua atividade, e igualmente, permitir
ao empregado a possibilidade de adaptao empresa.
- PRAZO (art. 445 da CLT) 2 anos, nos contratos mencionados nas letras a e b
acima e 90 dias no contrato de experincia (letra c).
- PRORROGAO (art. 451 da CLT) o contrato de trabalho por prazo determinado que,
tcita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez, passar a vigorar sem
determinao de prazo.
- SUCESSO (art. 452 da CLT) considera-se por prazo indeterminado todo contrato
que suceder, dentro de 6 meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a
expirao deste dependeu da execuo de servios especializados ou da realizao de
certos acontecimentos.
- RESCISO ANTECIPADA INDENIZAO (arts. 479 a 481 da CLT) - Na resciso
sem justa causa do contrato a prazo, antes de seu trmino, caber indenizao.
Caso a resciso seja promovida pelo empregador, este pagar ao empregado, a ttulo de
indenizao, metade daquilo que o empregado ganharia at o final do contrato.
Se a resciso for de iniciativa do empregado, poder a empresa cobrar do empregado os
prejuzos advindos da demisso, no podendo referida indenizao ser superior do que
aquela que o empregado receberia se estivesse sendo dispensado.
Aos contratos por prazo determinado, que contiverem clusula assecuratria do direito
recproco de resciso, antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido
tal direito por qualquer das partes, os direitos que regem a resciso dos contratos por
prazo indeterminado; cabendo, inclusive aviso prvio.
5.2 ALTERAO DO CONTRATO DE TRABALHO (art. 468 da CLT)
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Nos contratos individuais de trabalho s lcita a alterao das respectivas condies, por
mtuo consentimento, e, ainda assim, desde que no resultem, direta ou indiretamente,
prejuzos ao empregado, sob pena de nulidade da clusula infringente desta garantia.
A alterao poder ser unilateral, por ato do empregador, nas seguintes situaes:
- reduo salarial, desde que previsto em conveno ou acordo coletivo;
- reverso ao cargo anteriormente ocupado, deixando o exerccio de funo de
confiana;
- transferncia do local de trabalho dos empregados que exeram cargo de
confiana e aqueles cujos contratos tenham como condio, implcita ou explcita,
a referida transferncia, quando esta decorra de real necessidade de servio; e
- transferncia na hiptese de extino do estabelecimento.
A transferncia do empregado, no caso de necessidade de servio, obriga a um
pagamento suplementar, no mnimo de 25% dos salrios, enquanto durar essa
situao.
Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresa (venda, fuso, ciso, etc.),
no afetar os direitos adquiridos por seus empregados, nem os respectivos
contratos de trabalho (arts. 10 e 448 da CLT).
5.3 - suspenso e interrupo do contrato de trabalho (art. 471 da CLT)
5.3.1 - SUSPENSO - ocorre quando, embora no se verificando a extino do
contrato de trabalho, o mesmo no gera efeitos jurdicos, ou seja, o empregado
no presta servios e tampouco o empregador lhe paga o salrio. Portanto,
nenhuma conseqncia flui do contrato enquanto perdure a causa suspensiva.
Exemplo:
- Afastamento por doena a partir do 16 dia do afastamento;
- Perodo de licena sem remunerao concedida a empregado;
- Faltas injustificadas;
- Aposentadoria por invalidez;
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5.3.2 - INTERRUPO caracterizada pela no prestao pessoal de servios,
acarretando, entretanto, nus ao empregador, mediante pagamento de salrio ou
cumprimento de qualquer obrigao decorrente do contrato de trabalho como o
depsito do FGTS. Exemplo:
- Prestao do servio militar;
- Afastamento por motivo de acidente de trabalho ou doena profissional;
- Afastamento por doena at o 15 dia;
- Licena remunerada;
- Frias;
- Licena gestante;
- Faltas justificadas;
- Descanso semanal remunerado e feriado.
Ao empregado afastado do emprego, so asseguradas, por ocasio de sua volta,
todas as vantagens que, em sua ausncia, tenham sido atribudas categoria a
que pertencia na empresa.
6. Jornada de trabalho
6.1 - durao normal (art. 58 da CLT e art. 7, XIII da CF)
A jornada mxima diria de trabalho de 8 horas dirias, no podendo exceder a 44
horas semanais. facultada a compensao de horrios e a reduo de jornada,
mediante acordo ou conveno coletiva.
6.2 - horas in itinere (art. 58, 2, da CLT)
O tempo despendido pelo empregado at o local de trabalho e para o seu retorno,
por qualquer meio de transporte, no ser computado na jornada de trabalho,
salvo quando, tratando-se de local de difcil acesso ou no servido por transporte
pblico, o empregador fornecer a conduo.
6.3 - trabalho em regime de tempo parcial (art. 58-A da CLT)
Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja durao no
exceda a 25 horas semanais. O salrio a ser pago aos empregados sob referido
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regime ser proporcional sua jornada, em relao aos empregados que
cumprem, nas mesmas funes, tempo integral.
Para os empregados que cumprem a jornada normal (44 semanais), a adoo do
regime de tempo parcial ser feita mediante opo manifestada perante a
empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociao coletiva.
A Medida Provisria (MP) n 1.879-15/99, atualmente n 2.164-41, de 24.08.2001, dispe
sobre o trabalho a tempo parcial. Os empregados submetidos ao regime de tempo parcial
no podem prestar horas extras.
6.4 - quadro de horrio e marcao de ponto (art. 74 da CLT e Portaria MTPS
n. 3.626/91)
A empresa obrigada a manter quadro de horrio afixado em lugar bem visvel,
devendo ser discriminado no caso de no ser o horrio nico para todos os
empregados de uma mesma seo ou turma.
Para estabelecimentos de mais de 10 trabalhadores ser obrigatria a anotao da
hora de entrada e sada, em registro manual, mecnico ou eletrnico, devendo
haver a pr-assinalao do perodo de repouso. As empresas que adotarem o
registro individualizado de controle de horrio de trabalho, nos termos j
mencionados, ficam dispensadas do uso de quadro de horrio.
Quando a jornada de trabalho for executada integralmente fora do estabelecimento
do empregador, o horrio constar tambm de ficha, papeleta ou registro de ponto,
que ficar em poder do empregado.
6.5 - carto de ponto-assinatura
Muito embora a legislao no exija expressamente a assinatura do empregado no
carto de ponto, a jurisprudncia predominante no sentido de que somente ter
valor probante caso tenha sido assinado pelo empregado, por entender-se que
somente com a concordncia expressa deste sero vlidas as anotaes naquele
documento.
6.6 - atraso e sada antecipada-tolerncia (art. 58, 1 da CLT)
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Em face da impossibilidade material de todos os empregados marcarem o ponto num
s momento, ficou estabelecido que devem ser desprezados para a apurao de
horas extras ou atrasos, os 5 minutos que antecedem e excedem a jornada de
trabalho, observado o limite dirio de 10 minutos, constantes dos cartes de ponto.
Os minutos que antecedem ou ultrapassam a jornada, bem como os atrasos e as
sadas antecipadas, desde que, limitadas a 5 minutos, observado o limite mximo
dirio de 10 minutos, no sero computados para efeito de descontos ou
remunerao de horas extraordinrias. Entretanto, ultrapassado este limite, sero
computados como jornada extraordinria ou como atraso.
6.7 - operador de telemarketing
Em 02.04.2007 foi publicada a Portaria n 9/07 a qual incluiu o Anexo II Norma
Regulamentadora n 17, da Portaria n 3.214/78.
Esta norma regulamentadora trata dos parmetros que permitem a adaptao das
condies de trabalho s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um mximo de conforto, segurana e desempenho eficiente.
O mencionado Anexo II estabelece parmetros mnimos para o trabalho em
atividades de tele-atendimento/telemarketing nas diversas modalidades desse
servio.
Dentre outros critrios de proteo ao trabalhador nestas atividades, estabelece
que o tempo de trabalho em efetiva atividade de, no mximo, 06 horas dirias,
nele includas as pausas, respeitado o limite semanal de 36 horas.
6.8 - acordo de prorrogao de horas (art. 59 e 1 da CLT e art. 7, XVI da CF)
Os empregados maiores podero ter a durao normal do trabalho acrescida de
horas suplementares (horas extras), em nmero no excedente de 2, mediante
acordo escrito entre empregador e empregado ou mediante contrato coletivo de
trabalho, do qual dever constar, obrigatoriamente, a importncia da remunerao
dessas horas complementares, que ser, no mnimo, 50% superior da hora
normal.
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6.8.1 - menores
Com relao aos menores de 18 anos, vedado a prorrogao da jornada diria
de trabalho, salvo (art.413 da CLT):
a) at mais 2 horas, independentemente de acrscimo salarial, mediante
conveno ou acordo coletivo, desde que o excesso de horas de um dia seja
compensado pela diminuio em outro, de modo a observar o limite mximo
semanal (44 horas) ou outro inferior legalmente fixado;
b) excepcionalmente, por motivo de fora maior, at o mximo de 12 horas, com
acrscimo salarial de, pelo menos 50% sobre a hora normal e desde que o
trabalho do menor seja imprescindvel ao funcionamento do estabelecimento;
devendo ser comunicada por escrito autoridade competente, dentro do prazo de
48 horas. No caso de empregos simultneos, a soma das horas de trabalho de
menores de 18 anos de idade, em todas as empresas no poder exceder de 8
horas dirias.
6.8.2 intervalo antes do horrio extraordinrio menores/mulheres
Em caso de prorrogao do horrio normal, de mulheres e menores de 18 anos,
ser obrigatrio um descanso de 15 minutos no mnimo, antes do incio do perodo
extraordinrio do trabalho (art. 384 da CLT)
6.8.3 atividades insalubres
Nas atividades insalubres, quaisquer prorrogaes s podero ser acordadas
mediante licena prvia das autoridades competentes em matria de medicina do
trabalho.
6.8.4 - supresso de horas extras
A supresso, pelo empregador, do servio suplementar prestado com
habitualidade, durante pelo menos 1 ano, assegura ao empregado o direito
indenizao correspondente ao valor de um ms das horas suprimidas para cada
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ano ou frao igual ou superior a 6 meses de prestao de servio acima da
jornada normal. O clculo observar a mdia das horas suplementares
efetivamente trabalhadas nos ltimos 12 meses, multiplicada pelo valor da hora
extra do dia da supresso (Smula do TST n. 291).
Exemplo:
Obs: As horas trabalhadas em feriados, devem ser pagas em dobro, conforme
disposto na legislao do repouso semanal remunerado, e por esse motivo no
so consideradas horas extras, no refletindo, conseqentemente, nas outras
verbas trabalhistas, como frias, 13 salrio, etc.
6.9 - acordo de compensao de horas - BANCO DE HORAS (art. 59 e 2
da CLT e art. 7, XII da CF)
- Empregado presta 2 horas extras dirias h 3 anos e 7 meses, com
adicional de horas extraordinrias de 50%.
- O salrio mensal, no momento da supresso, corresponde a R$
1.100,00 (base de 220 horas/ms).
- Horas extras realizadas nos ltimos 12 meses anteriores supresso =
496.
Clculo da indenizao:
496 12 = 41,3333 (mdia aritmtica das horas extras efetuadas nos 12
meses imediatamente anteriores supresso);
Salrio/hora normal = R$ 1.100,00 220 = R$ 5,00;
Salrio/hora extra = R$ 5,00 x 1,50 = R$ 7,50;
Valor da indenizao = R$ 7,50 x 41,3333 x 4 = R$ 1.240,00.
Considera-se 4 anos em virtude de o empregado ter trabalhado 3 anos e
7 meses, ou seja, frao superior a 6 meses.
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Poder ser dispensado o acrscimo de salrio se, por fora de acordo ou
conveno coletiva de trabalho, o excesso em um dia for compensado pela
correspondente diminuio em outro dia, de maneira que no exceda, no perodo
mximo de um ano, soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem
seja ultrapassado o limite mximo de 10 horas dirias
Na hiptese de resciso do contrato de trabalho sem que tenha havido a
compensao integral da jornada extraordinria, acima mencionada, far o
trabalhador jus ao pagamento das horas extras no compensadas, calculadas
sobre o valor da remunerao na data da resciso.
6.9.1 - trabalho em sbado compensado - impossibilidade
O sbado compensado, para as empresas que adotam este regime, e distribuem a
jornada deste dia nos demais dias da semana, considerado um dia j trabalhado,
no podendo nele haver a prestao de servios.
Portanto, o princpio do banco de horas armazenar as horas trabalhadas alm da
jornada normal diria, evitando-se o pagamento do adicional de hora extra,
compensando este excesso pela correspondente diminuio em outros dias de
trabalho em um perodo mximo de um ano de forma que o empregado tenha
trabalhado exatamente a soma das jornadas semanais de trabalho do
correspondente perodo.
Desta forma, no poder haver trabalho nos dias cujas jornadas j foram
redistribudas em outros dias para atender a um acordo de compensao.
6.9.2 - Pedido de demisso demisso sem justa causa banco de horas
horas no compensadas
Na hiptese de resciso contratual imotivada sem que tenha havido a
compensao integral das horas prorrogadas pelo empregado, caber empresa
pag-las como horas extras, por ocasio do pagamento das verbas rescisrias.
Por outro lado, no poder a empresa descontar do empregado que pede demisso,
as horas que tenha deixado de trabalhar e que deveria faz-lo em observncia aos
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termos do acordo de compensao, pois inexiste previso legal autorizando este
desconto.
6.9.3 Acordo de compensao e de prorrogao de horas simultaneidade
Quando os acordos de compensao e prorrogao forem simultneos, a soma de
ambos no poder ultrapassar a 2 horas.
Ex.: Empregado trabalha de segunda a sexta-feira 08h48min dirias para
compensar o sbado, poder realizar o mximo de 01h12min a ttulo de horas
extras.
6.10 - intervalos para repouso e alimentao (art. 71 da CLT)
6.10.1 interjornada
O intervalo destinado ao repouso ou alimentao considerado perodo de
suspenso da jornada de trabalho, portanto, no so nela computados. Tais
intervalos so os seguintes:
JORNADA DE
TRABALHO
INTERVALO
Jornada de at 4 horas No h intervalo
Jornada de 4 a 6 horas Intervalo obrigatrio de 15 minutos
Jornada superior a 6 horas Intervalo mnimo de 1 hora e mximo de 2 horas
6.10.2 - intervalo superior a 2 horas
Nas jornadas superiores a 6 horas o intervalo ser de no mximo 2 horas, salvo se
houver previso de intervalo superior no documento coletivo de trabalho.
Para as atividades que necessitam de um intervalo superior, poder ser concedido,
com a finalidade de melhor aproveitar a jornada de trabalho.
21
O trabalho em restaurantes, por exemplo, dever ser bem distribudo para que os
garons possam desenvolver suas atividades no perodo de maior movimento
(almoo e jantar).
6.10.3 - pr-assinalao
A empresa que possui mais de 10 empregados fica obrigada a exigir a anotao
da hora de entrada e de sada do trabalho em registro manual, mecnico ou
eletrnico, devendo ser pr-assinalado o perodo de repouso.
Havendo a pr-assinalao do intervalo, no respectivo documento, apenas ser
exigida a marcao de ponto na entrada e na sada do trabalho.
6.10.4 - intervalo para caf
Se concedido intervalo para caf, durante a jornada de trabalho de forma que seja
prorrogada no final do perodo, esta prorrogao ser considerada como tempo
disposio do empregador, devendo este pag-la como hora extra. Isto se d pelo
fato deste perodo no ser previsto legalmente como intervalo.
6.11 - trabalho noturno (art. 73 da CLT; art. 7, IX e XXXIII da CF; Lei n 5.889/73
e Decreto n 73.626/74)
O trabalho noturno exige maior esforo do indivduo, tendo em vista que este
horrio normalmente destinado ao descanso. Em funo desta particularidade, a
legislao determina que a hora noturna seja reduzida e melhor remunerada,
mediante o pagamento de um adicional, denominado adicional noturno.
O trabalho noturno assim definido, conforme o quadro abaixo:
ATIVIDADE HORRIO ATIVIDADE DURAO ADICIONAL
Urbana 22:00 horas s 05:00
horas
- 00:52:30
hora
20%
22
Rural 21:00 horas s 05:00
horas
Lavoura 01:00:00
hora
25%
Rural 20:00 horas s 04:00
horas
Pecuria 01:00:00
hora
25%
6.11.1 - menores
O trabalho em horrio noturno proibido aos menores de 18 anos, de ambos os
sexos.
6.11.2 - remunerao adicional da hora noturna:
A Constituio Federal assegura remunerao superior para o trabalho noturno.
A legislao assegura aos empregados urbanos uma remunerao adicional para
o trabalho noturno de 20% e para os empregados rurais de 25% sobre a hora
normal.
Por meio dos documentos coletivos de trabalho cada categoria pode estipular
percentual superior ao definido na legislao.
Assim, a cada perodo de 52 minutos e 30 segundos (1 hora noturna) ser
remunerado com o respectivo adicional noturno. Os adicionais por trabalho noturno
devem ser discriminados em folha de pagamento.
6.11.3 - hora extra noturna
O trabalho executado no perodo das 22:00 horas de um dia at as 5:00 horas do
dia seguinte, ser pago com adicional mnimo de 20% sobre o valor da hora
normal.
Havendo prestao de horas extras, estas sero calculadas mediante a aplicao
dos adicionais cumulativamente, ou seja, salrio-hora acrescido do adicional
noturno, e resultado acrescido do adicional de trabalho extraordinrio.
6.11.4 - transferncia para o perodo diurno
23
Muito se discute sobre a possibilidade da supresso do adicional noturno quando
da transferncia do empregado que trabalha no perodo noturno para o perodo
diurno, em face do que dispe o art. 468 da CLT (Princpio da Inalterabilidade do
Contrato de Trabalho).
Entretanto, o TST, em sesso de 18.12.86, aprovou a seguinte Smula n 265:
A transferncia para o perodo diurno de trabalho implica na perda do direito ao
adicional noturno.
6.11.5 - adicional noturno - trabalho aps as 05 horas - direito
Embora inexista na legislao qualquer dispositivo legal neste sentido, a Justia do
Trabalho tem entendido que o trabalho exercido aps as 5:00 horas, em
continuao jornada noturna, considerado prorrogao desta, e por
conseqncia, dever ser remunerado com o adicional noturno.
Smula do TST n 60. Adicional noturno - Integrao no salrio e prorrogao em
horrio diurno.
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salrio do empregado
para todos os efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no perodo noturno e prorrogada esta, devido
tambm o adicional quanto s horas prorrogadas. Exegese do art. 73, 5, da
CLT.
6.11.6 - intervalo no perodo noturno - 60 minutos
Os intervalos que forem concedidos entre as 22:00 horas de um dia e as 5:00
horas do dia seguinte tero sua durao computada de acordo com o horrio
diurno, sem a reduo da hora noturna.
Portanto, o intervalo durante o perodo noturno, para uma jornada de 8 horas,
dever ser de 60 minutos e no de 52 minutos e 30 segundos.
7 Folha de Pagamento
Salrio e remunerao
24
7.1 - remunerao (art. 457, da CLT)
Remunerao a contraprestao de trabalho, em sentido amplo, compreendendo
alm do salrio fixo e/ou varivel, as gorjetas, gratificaes, abonos, adicionais,
prmios e outros valores que so pagos ao empregado, para retribuir perodos
disposio do empregador, descansos remunerados, e interrupes do contrato de
trabalho.
Remunerao, portanto, a soma do salrio com as vantagens percebidas pelo
empregado em decorrncia do contrato.
7.2 - salrio
Salrio contraprestao em pecnia ou em utilidade (in natura) devida ao
empregado, pela prestao de servios em decorrncia do contrato de trabalho,
independentemente da forma e do meio de pagamento, para retribuir o trabalho
efetivo, os perodos de interrupo do contrato e os descansos includos na
jornada de trabalho.
7.3 - Comisses e percentagens
So as quantias pr-estabelecidas que o trabalhador recebe por unidade de
servio prestado ou calculados em forma de percentual sobre o valor unitrio ou
global dos negcios realizados. Percentagem a modalidade de comisso.
7.4 Gorjeta (art. 457, 3 da CLT)
Considera-se gorjeta no s a importncia espontaneamente dada pelo cliente ao
empregado, como tambm aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como
adicional nas contas, a qualquer ttulo, e destinada a distribuio aos empregados.
7.5 - Ajuda de custo
25
o valor atribudo ao empregado, pago de uma nica vez, para cobrir eventual
despesa por ele realizada ou em virtude de servio externo, a que se obrigou a
realizar. Tem natureza indenizatria e no salarial.
7.6 - Dirias de viagem
So valores pagos de maneira habitual, para cobrir despesas necessrias
execuo de servio externo realizado pelo empregado, como despesas de
transporte, alimentao, alojamento, etc.
As dirias de viagem integram o salrio, quando excedentes de 50% do salrio do
empregado, considerando-se o valor total, e no s a parte excedente.
Na hiptese de apresentao de notas para prestao de contas, as dirias no
integraro o salrio, mesmo que de 50% do salrio.
7.7 Horas Extras
A legislao trabalhista vigente estabelece que a durao normal do trabalho, salvo os casos especiais, de 8 (oito) horas dirias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no mximo.
Todavia, poder a jornada diria de trabalho dos empregados maiores ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedentes a duas, no mximo, para efeito de servio extraordinrio, mediante acordo individual, acordo coletivo, conveno coletiva ou sentena normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade imperiosa, poder ser prorrogada alm do limite legalmente permitido.
7.7.1 - Remunerao do Servio Extraordinrio
A remunerao do servio extraordinrio, desde a promulgao da Constituio Federal/1988, que dever constar, obrigatoriamente, do acordo, conveno ou sentena normativa, ser, no mnimo, 50% (cinquenta por cento) superior da hora normal.
Enunciado n 264, do TST:
A remunerao do servio suplementar composta do valor da hora normal, integrado por parcelas
de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, conveno coletiva
ou sentena normativa. Smula mantida pelo Pleno do TST (Res. 121, de 28/10/2003). Res. 12, de
22/10/86 - DJU de 31/10/86.
7.7.2 - Trabalho da Mulher
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Tendo a Constituio Federal disposto que todos so iguais perante a lei e que no deve haver distino de qualquer natureza, e que homens e mulheres so iguais em direito e obrigaes, aplica-se mulher maior de idade, no que diz respeito ao servio extraordinrio, o mesmo tratamento dispensado ao homem.
7.7.3 - Trabalho do Menor
A prestao de servio extraordinrio pelo empregado menor somente permitida em caso excepcional, por motivo de fora maior e desde que o trabalho do menor seja imprescindvel ao funcionamento do estabelecimento.
7.7.4 - Necessidade Imperiosa
Ocorrendo necessidade imperiosa, por motivo de fora maior, realizao ou concluso de servios inadiveis cuja inexecuo possa acarretar prejuzo manifesto, a durao do trabalho poder exceder ao limite legal ou convencionado, independentemente de acordo ou contrato coletivo, devendo, contudo, ser comunicado Delegacia Regional do Trabalho no prazo de 10 (dez) dias no caso de empregados maiores e 48 (quarenta e oito) horas no caso de empregados menores.
7.7.5 - Servio Externo
Os empregados que prestam servios externos incompatveis com a fixao de horrio, com registro de tal condio na CTPS e na ficha ou livro de registro de empregados, no tm direito a horas extras.
7.7.6 - Cargo de Confiana - Gerente
Os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gesto, aos quais se equiparam os diretores e chefes de departamentos ou filial, no fazem jus remunerao pelo servio extraordinrio, pois no lhes aplicam as normas relativas durao normal do trabalho.
7.8 - DESCANSO SEMANAL REMUNERADO DSR ou REPOUSO SEMANAL REMUNERADO - RSR
O Descanso Semanal Remunerada tem sua previso legal sustentada no
art. 1 a Lei 605/49 "Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigncias tcnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradio local".
No inciso XV da CF/88 " repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos".
Na CLT Art. 67 - "Ser assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de
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convenincia pblica ou necessidade imperiosa do servio, dever coincidir com o domingo, no todo ou em parte".
Smula TST N 172 REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CLCULO - Computam-se no clculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas.
7.8.1 - Quando ento o DSR entra no conceito de horas extras?
As horas extras estende, prolonga, aumenta a jornada de trabalho, e por conseqncia, reflete no pagamento no dia do descanso, que normalmente recai num domingo e feriado. Quando uma empresa concede, alm do domingo, o sbado para descanso, tal dia no est contemplado pela lei para descontos, podendo ser interpretado como licena remunerada, pois uma faculdade da empresa.
Quando um empregado ganha, por exemplo, um salrio de R$ 900,00 e trabalha 220 horas por ms, ele recebe o descanso incluso neste valor, sendo que 26 dias so os dias teis e 04 dias os domingos.
Se o empregado, por exemplo, trabalha 10 horas a mais da sua jornada como
horas extras, logo ele trabalhar 230 horas no ms, e deve receber esse excedente tambm no domingo e feriado.
A justia exige do empregador esse clculo: Smula172 do TST - REPOUSO REMUNERADO - HORAS EXTRAS - CLCULO - Computam-se no clculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas.
7.8.2 - Como calcular o DSR sobre as horas extras?
Devemos entender que um empregado que cumpre sua jornada de trabalho na
semana e lhe garantido um dia de descanso, urge ento analisar o que acontece quando
ele trabalha mais do que seu contrato estipula. Por exemplo: horrio contratual das 8h00 s 17h00 de Segunda-feira a Sexta-feira, com intervalo de 1 hora e descanso
semanal garantido aos Domingos. Se, durante a semana o empregado exerceu horas
extras, qual o reflexo desse excedente no descanso semanal remunerado?
Do exposto, vemos que no esto inclusas as horas extras no dia de descanso, mas a
legislao determina que seja calculado esse reflexo. Dessa forma podemos admitir os
seguintes clculos consagrados:
Exemplo1: I) Salrio de R$ 900,00 por ms, jornada mensal 220 horas (=) R$ 4,09 por hora (+)
50% de adicional de horas extras (=) R$ 6,13 por hora II) Empregado fez 10 horas extras = R$ 61,30 ( R$ 6,13 x 10) III) R$ 61,30 / 26 x 4 = R$ 9,43 o reflexo no DSR ( 26 representa os dias teis do
ms ) ; ( 4 representa os domingos do ms ). O raciocnio pode ser entendido como 30 dias do ms no considerar o dia 31 diminuir os domingos e feriados, o saldo dia til.
Exemplo 2: I) Resultado de 15 horas extras calculadas no ms R$ 91,95 ( R$ 6,13 X 15)
28
II) R$ 91,95 / 25 x 5 = R$ 18,39 o reflexo no DSR ( 25 representa os dias teis do ms ) ( 5 representa os domingos e feriados do ms ). O raciocnio pode ser entendido como 30 dias do ms no considerar o dia 31 diminuir os domingos e feriados, o saldo dia til.
Dessa forma temos o excedente de trabalho no ms devidamente complementado pelo reflexo no clculo de DSR.
Importante! O empregado que trabalha por ms ou quinzena tem garantido o valor do descanso incluso em seu salrio Lei 605/49 art. 7 2 Consideram-se j remunerados os dias de repouso semanal do empregado mensalista ou quinzenalista cujo clculo de salrio mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por falta sejam efetuados na base do nmero de dias do ms ou de 30 (trinta) e 15 (quinze) dirias, respectivamente.
7.9 - gratificaes
Integram a remunerao, mesmo anual, paga a qualquer ttulo, por ajuste tcito ou
expresso. Mesmo que seja paga por liberalidade do empregador, mas havendo
conexo com o trabalho exercido pelo empregado na empresa, integrar a
remunerao para todos os efeitos legais.
7.10 - prmios
Constituem formas de incentivo, objetivando maior participao do empregado no
trabalho, com maior rendimento e melhor comportamento, podem resultar dos
contratos individuais de trabalho, acordos, convenes coletivas e regulamentos
da empresa.
Exemplos:
- prmio-assiduidade em razo da freqncia do empregado;
- prmio-antiguidade em razo do tempo de servio na empresa;
- prmio-produo quando a causa do pagamento tem por base uma
determinada produo a se atingir.
7.11 Abonos
um valor concedido pelo empregador por mera liberalidade ou atravs de
acordo, conveno ou dissdio coletivo e, ainda, por fora de dispositivo legal.
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Integra a remunerao para todos os efeitos legais, salvo se houver legislao
dispondo o contrrio.
7.12 - salrio complessivo (Smula do TST 91)
Caracterizado como o valor destinado a atender de forma global, vrios direitos
legais ou contratuais do empregado.
A Justia do Trabalho entende que nula a clusula contratual que fixa
importncia ou percentagem para atender englobadamente vrios direitos do
trabalhador.
Deve a empresa, obrigatoriamente, discriminar todas as parcelas que compem a
remunerao do empregado, tanto na folha quanto no recibo de pagamento, a fim
de evitar a caracterizao do salrio complessivo.
7.13 - adiantamento salarial
A empresa no est obrigada legalmente a conceder adiantamento salarial ao
empregado, salvo se esta obrigatoriedade estiver prevista em clusula de
documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional.
Caso a empresa j esteja concedendo, por fora do documento coletivo ou por
liberalidade, no poder suprimi-lo, sob pena de caracterizar alterao contratual
prejudicial ao empregado.
7.14 - salrio substituio
Tratando-se de substituio de empregado a Justia do Trabalho orienta que
enquanto perdurar a substituio que no tenha carter meramente eventual,
inclusive nas frias, o empregado substituto far jus ao salrio contratual do
substitudo. A substituio no eventual se caracteriza como uma situao
definida, passvel de previso pelo empregador e de carter temporrio.
Considera-se substituio eventual a situao decorrente de acontecimento
incerto, casual ou fortuito, de curta durao, normalmente em decorrncia de
ausncias momentneas do empregado substitudo.
30
Durante o perodo em que o salrio-substituio est sendo pago, seu valor integra
a remunerao do empregado substituto para todos os efeitos legais.
- Smula 159 do TST:
Enquanto perdurar a substituio que no tenha carter meramente eventual,
inclusive nas frias, o empregado substituto far jus ao salrio contratual do
substitudo.
7.15 - Descontos nos salrios (art. 462 da CLT)
Ao empregador vedado efetuar qualquer desconto nos salrios do empregado,
salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato
coletivo. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto ser licto, desde
que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrncia de dolo (m-f) do
empregado.
7.16 - Prazo de pagamento (art. 458 da CLT)
O pagamento do salrio, qualquer que seja a modalidade do trabalho, no deve
ser estipulado por perodo superior a um ms, salvo no que concerne a comisses,
percentagens e gratificaes, as quais s so exigveis depois de ultimada a
transao a que se referem.
Quando o pagamento houver sido estipulado por ms, dever ser efetuado, o mais
tardar, at o 5 dia til do ms subseqente ao vencido. Na contagem dos dias
ser includo o sbado, excluindo-se o domingo e os feriados, inclusive os
municipais.
Quando estipulado por semana ou quinzena, dever ser efetuado at o 5 dia aps
o vencimento.
7.17 - Forma de pagamento (art. 463 a 465 da CLT)
O salrio dever ser pago em moeda corrente, em dia til e no local do trabalho,
dentro do horrio do servio ou imediatamente aps o encerramento deste, salvo
31
quando efetuado por depsito em conta bancria; permitindo-se o pagamento
atravs de cheque, desde que seja assegurado ao empregado:
- Horrio que permita o desconto imediato do cheque, e
- Transporte, caso o acesso ao estabelecimento de crdito exija a utilizao do
mesmo.
Poder, ainda, ser feito depsito em conta bancria, aberta para esse fim em nome
de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crdito
prximo ao local de trabalho.
O pagamento de salrio dever ser efetuado contra-recibo, assinado pelo
empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impresso digital, ou, no
sendo possvel, a seu rogo. O comprovante de depsito em conta bancria ter
fora de recibo.
Exerccio Prtico de Folha de Pagamento
O regulamento da Seguridade Social determina que as empresas esto obrigadas a preparar Folhas de Pagamento da remunerao paga ou creditada aos empregados onde sero anotados os respectivos descontos efetuados em favor da Previdncia Social (artigo 255 do Decreto 3.048/99 - Regulamento da Previdncia Social)
Rotina de Elaborao da Folha de Pagamento
1) Controle de Frequncia - Pelo Carto, Livro ou Folha de Ponto
2) Pronturio individual situao individualizada de cada empregado
3) Lanamentos na Folha Com incidncias ou sem incidncias de INSS e IRRF
. Vide TABELA DE INCIDNCIAS DE INSS, IRRF, FGTS DA APOSTILHA
4) Descontos antes das incidncias
. Faltas, Atrasos, Sadas Antecipadas
5) Descontos das Incidncias
. INSS, IRRF, Contribuio Sindical, Vale transporte, Alimentao e etc ...
Exerccio para execuo da Folha de Pagamento
Funcionrios Salrio R$
32
1) Jos Francisco 1.350,00
2) Maria Francisca 4.500,00
3) Cladio Calamendrei 1.500,00
4) Josias Mana 990,00
5) Nikita Patricia 1.000,00
Questes
1) Os funcionrios n 02, 03, 04 e 05 possuem 3 filhos menores de 14 anos e dependentes para o I.R.R.F.
2) Os funcionrios 01, 02 e 03 recebem gratificao na base de 20% do seu salrio base.
3) Os funcionrios abaixo recebem vale-transporte nos seguintes valores:
01) R$ 149,60 02) R$ 149,60 03) 149,60 04) 220,00 05) 166,40
4) Todos os funcionrios recebem adiantamento de 40% de seu salrio-base
5) Os funcionrios abaixo realizaram horas extras
01> 30 horas sendo 5 horas a 50% e 5 a 75%.
03 > 40 horas a 50%
05 > 38 horas a 50%
6) Desconto da contribuio sindical equivalente a um dia da remunerao.
Tabela de INSS 2015
Salrio de Contribuio (R$) Alquota para fins de Recolhimento
do INSS (%)
Alquota do Empregador Domstico
At R$ 1.399,12
De R$ 1.399,13 a R$ 2.331,88
8,00
9,00
12,00
12,00
De R$ 2.331,89 at R$ 4.663,75 11,00 12,00
Tabela do Salrio Famlia de 2015
Remunerao Valor da Cota
At R$ 725,02 R$ 37,18
De R$ 725,03 at 1.089,72 R$ 26,20
TABELA DE IRRF 2015
Base de Clculo (R$) Alquota (%) Deduo (R$)
At 1.868,22 - -
De 1.868,23 at 2.799,86 7,5 140,12
De 2.679,30 at 3.572.43 15,0 350,11
De 3.572,44 at 4.463,81 22,5 630,10
Acima de 4.463,81 27,5 863,33
33
A legislao do Imposto de Renda permite o abatimento da renda bruta antes da aplicao da tabela :
1) O valor de desconto do INSS;
2) R$ 187,80 por cada dependente;
3) Valor pago a ttulo de Penso Alimentcia Judicial;
4) R$ 1.868,22 para aposentados, pensionistas e transferidos para a reserva remunerada com 65 anos ou mais
SALRIO MNIMO NACIONAL A PARTIR DE 01-01-2015 R$ 788,00
TABELA DE INCIDNCIA DO INSS, FGTS E IR/FONTE
A seguir apresentamos uma Tabela Prtica para facilitar a verificao da incidncia ou no do INSS, FGTS e IR/Fonte sobre os rendimentos mais comumente pagos pelas empresas aos seus empregados, seja durante a vigncia ou na resciso do contrato de trabalho.
Rendimentos IR/Fonte INSS FGTS
Abono de Frias com mais 1/3 SIM NO NO
Adicional de Insalubridade SIM SIM SIM
Adicional de Periculosidade SIM SIM SIM
Adicional de Transferncia SIM SIM SIM
Adicional Noturno SIM SIM SIM
Alimentao NO SIM SIM
Alimentao dada atravs de PAT- mte ou no NO NO NO
Auxlio-Enfermidade (primeiros 15 dias) SIM SIM SIM
Auxlio-Natalidade (benefcio previdencirio) NO NO NO
Aviso Prvio Indenizado NO NO SIM
Aviso Prvio Trabalhado SIM SIM SIM
Bolsa de Estudo SIM SIM SIM
Bolsa de Estudo paga a Estagirio SIM NO NO
Comisses SIM SIM SIM
Dcimo Terceiro Salrio 1 parcela NO NO SIM Dcimo Terceiro Salrio 2 parcela SIM SIM SIM* Dcimo Terceiro Salrio na Reciso SIM SIM SIM
Dcimo Terceiro Salrio Parcela referente ao aviso prvio indenizado
NO NO SIM
Dirias para Viagens (Lei 7.713/88) SIM (**) (**)
Frias Normais com mais 1/3 SIM SIM SIM
Frias Indenizadas com mais 1/3 NO NO NO
Frias em Dobro Parcela referente dobra SIM NO NO Gorjetas SIM SIM SIM
Gratificaes SIM SIM SIM
Habitao SIM SIM SIM
Horas Extras ou Extraordinrias SIM SIM SIM
Indenizao por Tempo de Servio NO NO NO
Indenizao do 13 Salrio (Enunciado 148 TST) NO NO NO
Indenizao Adicional (Lei 7.238/84 Art. 9) NO NO NO Participao nos Lucros SIM NO NO
Prmios SIM SIM SIM
Quebra de Caixa SIM SIM NO
Reembolso de Quilometragem SIM SIM SIM
Salrios SIM SIM SIM
Salrio-Educao SIM NO NO
Salrio-Famlia NO NO NO
Salrio-Maternidade SIM SIM SIM
Vale-Transporte NO NO NO
Uniformes e Vestimentas de Trabalho NO NO NO
34
(*) A incidncia do FGTS na 2 parcela do 13 Salrio ser sobre a diferena entre o valor total e o adiantamento da 1 parcela.
(**) No incide o INSS e FGTS nas dirias que correspondam a at 50% do salrio. Excedendo 50%, a incidncia ser sobre o total do valor pago a este ttulo.Havendo prestao de contas, no haver incidncia de INSS, mesmo se o total dos gastos exceder 50% do salrio
8 - Frias
Todo empregado aps cada perodo de 12 meses de trabalho, ter direito a um perodo de Frias, sem prejuzo da remunerao, chamado de Perodo Aquisitivo.
8.1 - O perodo de durao das frias depende do nmero de faltas injustificadas que o empregado teve no Perodo Aquisitvo, na seguinte proporo:
1 30 (trinta) dias corridos, quando no houver faltado mais de 5 (cinco) vezes;
2 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
3 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e trs) faltas;
4 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
vedado descontar, do perodo de frias, as faltas do empregado ao servio.
8.2 - Regime de tempo parcial proporcionalidade - frias - empregado - direito a perodo reduzido - escala - proporo
O empregado contratado para o regime de tempo parcial que tiver mais de 7 faltas injustificadas ao longo do perodo aquisitivo ter o seu perodo de frias reduzido metade.
Tabela
Art. 130-A
Na modalidade do regime de tempo parcial, aps cada perodo de doze meses de
vigncia do contrato de trabalho, o empregado ter direito a frias, na seguinte
proporo:
I - dezoito dias, para a durao do trabalho semanal superior a vinte e duas horas,
at vinte e cinco horas;
II - dezesseis dias, para a durao do trabalho semanal superior a vinte horas, at
vinte e duas horas;
III - quatorze dias, para a durao do trabalho semanal superior a quinze horas, at
vinte horas;
IV - doze dias, para a durao do trabalho semanal superior a dez horas, at
quinze horas;
35
V - dez dias, para a durao do trabalho semanal superior a cinco horas, at dez
horas;
VI - oito dias, para a durao do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas.
Pargrafo nico - O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que
tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do perodo aquisitivo ter o seu
perodo de frias reduzido metade. (NR).
Obs.: Artigo acrescentado pela MP n. 2.164-41, de 24-08-2001, DOU 27-08-2001
- v. Em. Constitucional n 32.
8.3 Computo do perodo de Frias
O perodo de frias computado, para todos os efeitos, como tempo de servio.
8.4 Faltas Justificadas
Caracteriza-se como faltas no justificadas aquelas ocorridas dentro do perodo aquisitivo e que acarretam o desconto da remunerao que seria devida no respectivo dia.
No sero consideradas as faltas ao servio, para efeito de fixao do perodo de frias, a ausncia do empregado nos seguintes casos: (Artigo 473 da CLT)
a) at dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cnjuge, ascendente, descendente, irmo ou pessoa que, declarada na Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS) do empregado, sob sua dependncia econmica;
b) at 3 dias consecutivos, em virtude de casamento;
c) por 5 dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana;
d) por 1 dia, em cada 12 de meses de trabalho, em caso de doao voluntria de sangue, devidamente comprovada;
e) at 2 dias consecutivos ou no, para fins de alistamento eleitoral;
f) no perodo de tempo em que tiver de cumprir as exigncias do servio militar referidas na letra c do artigo 65 da Lei n 4.375/64 (LSM);;
g) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;
h) pelo tempo que se fizer necessrio, quando tiver que comparecer a juzo;
i) durante o licenciamento compulsrio da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepo do salrio-maternidade custeado pela Previdncia Social;
j) por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), salvo se o benefcio perdurar por mais de 6 meses, ainda que descontnuos, dentro de um mesmo perodo aquisitivo, hiptese em que o empregado no tem direito a frias;
k) justificada pela empresa, assim entendida a que no tiver determinado o desconto do correspondente salrio;
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l) durante a suspenso preventiva para responder a inqurito administrativo ou de priso preventiva, quando for impronunciado ou absolvido;
m) nos dias em que no tenha havido servio, exceto se o empregado deixar de trabalhar por mais de 30 dias, com percepo de salrio no curso do perodo aquisitivo, em virtude de paralisao parcial ou total dos servios da empresa, caso em que no faz jus a frias;
n) comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente arrolado ou convocado;
o) comparecimento como parte Justia do Trabalho;
p) para servir como jurado no Tribunal do Jri;
q) afastamento por doena ou acidente do trabalho, nos 15 primeiros dias pagos pela empresa mediante comprovao, de acordo com a legislao previdenciria;
r) convocao para servio eleitoral;
s) greve, desde que tenha havido acordo, conveno, laudo arbitral ou deciso da Justia do Trabalho dispondo sobre a manuteno dos direitos trabalhistas aos grevistas durante a paralisao das atividades;
t) perodo de freqncia em curso de aprendizagem;
u) para o(a) professor(a), por 9 dias, em conseqncia de casamento ou falecimento de cnjuge, pai, me ou filho;
O tempo de trabalho anterior apresentao do empregado para o Servio Militar obrigatrio ser computado no perodo aquisitivo, desde que ele comparea ao estabelecimento dentro de 90 dias da data em que se verificar a respectiva baixa.
8.5 Anotao do afastamento na CTPS
A interrupo da prestao de servios deve ser anotada na CTPS, iniciando-se o decurso de novo perodo aquisitivo, quando o empregado, aps a ocorrncia dos motivos mencionados nos itens 1 a 4 acima, retornar ao servio.
8.6 - Concesso das Frias
As frias sero concedidas por ato do empregador, em um s perodo, nos 12 meses subseqentes data em que o empregado tiver adquirido o direito, chamado de perodo concessivo.
Somente em casos excepcionais sero as frias concedidas em dois perodos, um dos quais no poder ser inferior a 10 dias corridos.
Aos menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade, as frias sero sempre concedidas de uma s vez.
A concesso das frias ser participada, por escrito, ao empregado, com antecedncia de, no mnimo, 30 dias, cabendo a este assinar a respectiva notificao. A Lei 9.841/99 - Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte dispensou estas entidades da obrigao desta disposio.
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8.7 Anotao do gozo na CTPS e Registro
O empregado no poder entrar em gozo de frias sem que apresente ao empregador sua CTPS para que nela seja anotada a respectiva concesso.
A concesso das frias ser igualmente anotada no livro ou ficha de registro dos empregados.
8.8 poca da Concesso
A poca da concesso das frias ser a que melhor consulte os interesses do empregador.
Os membros de uma famlia, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, tero direito a gozar frias no mesmo perodo, se assim desejarem e se disto no resultar prejuzo para o servio.
O empregado estudante, menor de 18 anos, ter direito a fazer coincidir suas frias com as frias escolares.
8.9 Frias em dobro
Sempre que as frias forem concedidas aps o perodo concessivo, o empregador pagar em dobro a respectiva remunerao.
8.10 - Remunerao e Abono de Frias
O empregado perceber, durante as frias, a remunerao que lhe for devida na data de sua concesso.
Quando o salrio for pago por hora, com jornadas variveis, apurar-se- a mdia do perodo aquisitivo aplicando-se o valor do salrio na data da concesso das frias.
Quando o salrio for pago por tarefa, tomar-se- por base, a mdia da produo no perodo aquisitivo do direito a frias, aplicando-se o valor da remunerao da tarefa na data da concesso das frias.
Quando o salrio for pago por porcentagem, comisso ou viagem, apurar-se- a mdia percebida pelo empregado nos 12 meses que precederem concesso das frias.
A parte do salrio pago em utilidades ser computada de acordo com a anotao da CTPS.
Os adicionais por trabalho extraordinrio, noturno, insalubre ou perigoso, sero computados no salrio que servir de base de clculo da remunerao das frias.
A Constituio Federal promulgada em 05/10/88, assegurou a todos os empregados remunerao de frias com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salrio normal. Desse modo, qualquer pagamento efetuado ao empregado, a ttulo de frias, ser sempre acrescido de mais 1/3 assegurado pela Constituio.
8.11 - Abono Pecunirio
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facultado ao empregado converter 1/3 do perodo de frias a que tiver direito em Abono Pecunirio, no valor da remunerao que lhe seria devida nos dias correspondentes.
O Abono Pecunirio dever ser requerido pelo empregado, at 15 dias antes do trmino do perodo aquisitivo.
Tratando-se de frias coletivas, a concesso ou no do Abono Pecunirio, dever ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concesso do abono.
8.12 - Primeira Parcela do 13
A primeira parcela do 13 Salrio pode ser paga ao empregador por ocasio de suas frias, sempre que este a requerer ao empregador no ms de janeiro do correspondente ano.
8.13 - Pagamento das frias
O pagamento da remunerao das frias e, se for o caso, do Abono Pecunirio, sero efetuados at 2 dias antes do incio do respectivo perodo, com a respectiva quitao do pagamento, feita pelo empregado.
8.14 - Frias Coletivas
- Podem ser concedidas frias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou a determinados estabelecimentos ou setores da empresa, exceto menores de 18 e maiores de 50 anos
- As frias coletivas podero ser gozadas em dois perodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 dias corridos.
- Dever o empregador comunicar ao rgo local do Ministrio do Trabalho, com antecedncia mnima de 15 dias, as datas de incio e fim das frias coletivas, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida.
Em igual prazo, o empregador enviar cpia da comunicao referida no pargrafo anterior ao sindicato representativo da categoria profissional e providenciar a fixao de avisos nos locais de trabalho.
Os empregados contratados h menos de 12 meses gozaro, na oportunidade, frias proporcionais, iniciando-se, ento, novo perodo aquisitivo
TABELA
FRIAS PROPORCIONAIS
7D
IAS
DE
F
RIA
S
DE
VID
OS
1/12 2/12 3/12 4/12 5/12 6/12 7/12 8/12 9/12 10/12 11/12 12/12
30 dias (at 5 faltas)
2,5 dias
5
dias
7,5 dias
10 dias
12,5 dias
15 dias
17,5 dias
20 dias 22,5 dias
25 dias
25,7 dias
30 dias
24 dias (de 6 a 14
faltas)
2 dias 4 dias 6 dias
8 dias
10 dias
12 dias
14 dias
16 dias 18 dias
20 dias
22 dias
24 dias
39
18 dias (de 15 a 23
faltas)
1,5 dias
3 dias
4,5 dias
6 dias
7,5 dias
9 dias
10,5 dias
12 dias 13,5 dias
15 dias
16,5 dias
18 dias
12 dias (de 24 a 32
faltas)
1 dia 2 dias
3 dias 4 dias
5 dias
6 dias
7 dias
8 dias
9 dias
10 dias
11 dias
12 dias
8.15 - Efeitos na cessao do contrato de trabalho (arts.146 a 148 da CLT)
Na cessao do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, ser devida ao empregado a remunerao simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao perodo de frias cujo direito tenha adquirido. Pargrafo nico - Na cessao do contrato de trabalho, aps 12 (doze) meses de servio, o empregado, desde que no haja sido demitido por justa causa, ter direito remunerao relativa ao perodo incompleto de frias, de acordo com o art. 130, na proporo de 1/12 (um doze avos) por ms de servio ou frao superior a 14 (quatorze) dias.
O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses de servio, ter direito remunerao relativa ao perodo incompleto de frias, de conformidade com o disposto no artigo anterior. A remunerao das frias, ainda quando devida aps a cessao do contrato de trabalho, ter natureza salarial, para os efeitos do art. 449.
8.16 - Prescrio das frias (art. 149 da CLT)
A prescrio do direito de reclamar a concesso das frias ou o pagamento da respectiva remunerao contada do trmino do perodo concessivo (art. 134 da CLT) ou, se for o caso, da cessao do contrato de trabalho.
9 - 13 Salrio
9.1 Prazo para pagamento
A gratificao de Natal ou 13 Salrio, dever ser paga pelo empregador at o dia 20 (vinte) de dezembro de cada ano, compensada a importncia que, a ttulo de adiantamento, o empregado houver recebido, como no pargrafo seguinte.
9.2 - Adiantamento do 13
Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagar, como adiantamento do 13 Salrio, metade do salrio recebido pelo empregado, no ms anterior.
O empregador no est obrigado a pagar o adiantamento a todos os empregados, no mesmo ms, exceto se no o fizer at o final do ms de novembro, quando obrigatoriamente ter que pagar a primeira parcela.
9.3 - Requisio em janeiro para receber junto com as frias
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Sempre que o empregado requerer, no ms de janeiro do correspondente ano, ter direito a receber a primeira parcela do 13 Salrio, por ocasio de suas frias.
9.4 - Valor do 13 Salrio
O valor do 13 Salrio corresponde a 1/12 da remunerao do empregado, no ms de dezembro, sendo a frao igual ou superior a 15 dias dentro do ms, considerada como ms integral.
9.5 Afastamento por acidente de trabalho
No caso de afastamento do empregado por acidente de trabalho o 13 Salrio deve ser pago integralmente.
9.6 Afastamento por doena no relacionada ao trabalho
No caso de Auxlio Doena, s devero ser considerados os primeiros quinze dias para efeito de contagem de avos para pagamento do 13 salrio
9.7 Remunerao
Todos os adicionais recebidos pelo empregado, devem ser includos na base de clculo do 13 Salrio, pelo seu total ou pela mdia, quando varivel.
9.8 Descontos
- 1 Parcela
Por ocasio do pagamento da primeira parcela do 13 Salrio, no ser descontada nenhuma importncia do empregado a favor da Previdncia Social nem para o Imposto de Renda, ficando o empregador obrigado apenas a recolher a parcela correspondente ao depsito do FGTS, sobre o respectivo valor.
- 2 Parcela
Por ocasio do pagamento da segunda parcela, o empregador descontar, sobre o 13 Salrio os valores relativos Previdncia Social e o Imposto de Renda na Fonte (caso haja), separadamente dos salrios de dezembro.
Ser recolhido, tambm por ocasio da 2 parcela, o depsito do FGTS, somente sobre esta parcela, visto que a 1 parcela j foi depositada por ocasio de seu pagamento.
Para os empregados que recebem por comisso, ou realizam horas extras variveis, no possvel saber o valor real visto que na mdia, o ms de dezembro no foi includo em virtude do pagamento do 13 Salrio ser dia 20 de dezembro. Nesse caso, permitido empresa acertar a diferena com o empregado, at o dia 10 de janeiro do ano seguinte.
9.9 Multa por atraso no pagamento
O empregador que deixar de cumprir os prazos estabelecidos para pagamento das parcelas do 13 Salrio, fica sujeito multa de 160 UFIR por empregado prejudicado.
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10 - Contribuio Sindical
10.1 Patronal
Anualmente as empresas esto obrigadas a recolher para o sindicato patronal da categoria, a Contribuio Sindical Patronal.
Essa contribuio recolhida no ms de janeiro de cada ano, mediante Guia prpria, geralmente adquirida no prrpio Sindicato.
O valor da contribuio consiste numa importncia calculada de acordo com o valor do Capital Social da empresa, de acordo com tabela publicada anualmente.
10.2 Dos Empregados
A Contribuio Sindical devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econmica, profissional ou de profisso liberal, a favor do Sindicato representativo da mesma categoria ou profisso.
A Contribuio Sindical ser recolhida de uma s vez e consistir na importncia correspondente a um dia de trabalho para os empregados, qualquer seja a forma da referida remunerao.
O desconto do empregado ser efetuado no ms de maro de cada ano ou no ms seguinte para os admitidos aps o ms de maro ou afastados naquele ms.
O recolhimento ser efetuado em Guia prpria, na rede bancria, at o final do ms seguinte ao do desconto.
Aps o recolhimento, a empresa dever remeter ao Sindicato de classe, dentro do prazo de 15 dias, uma cpia da Guia de Recolhimento, junto com uma relao constando nome dos empregados, CTPS, cargo e o valor descontado dos mesmos.
O valor do desconto dever ser anotado na Carteira de Trabalho dos empregados, assim como no Livro ou Ficha de Registro de Empregados.
10.3 Autonomos
De acordo com o artigo 583 da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, os agentes ou trabalhadores autnomos e profissionais liberais (no organizados em empresas) devem recolher a contribuio sindical anual aos respectivos sindicatos de classe. O prazo de recolhimento da contribuio sindical dos autnomos e profissionais liberais vai at o ltimo dia til do ms de fevereiro.
10.4 Contribuio Confederativa
Esta contribuio destina-se ao custeio do sistema confederativo, sendo o valor fixado pela assemblia geral do sindicato e devida segundo entendimentos doutrinrios e do Ministrio do Trabalho que o desconto devido apenas pelos associados do sindicato.
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10.5 Contribuio Assistencial
Esta contribuio fixada por ocasio promulgao da conveno coletiva de trabalho ou em por sentena normativa quando julgado o dissdio coletivo. obrigatrio e destinada a manuteno do prprio sindicato. Aqueles empregados que no concordarem com o desconto podero se opor dentro de 10 dias.
10.6 Contribuio Social
Esta contribuio devida por aqueles que expontneamente se associam ao sindicato. O desconto feito na folha de pagamento e repassado pela empresa a entidade sindical. necessrio que haja autorizao expressa do empregado.
10.7 Fontes do Direito Autnomo e Peculiares ao Direito do Trabalho
a Conveno Coletiva
o acordo de carter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econmicas e profissionais estipulam condies de trabalho aplicveis, no mbito das respectivas representaes, as relaes individuais de trabalho. (Artigo 611 da CLT).
b Acordo Coletivo
aquele, tambm normativo, celebrado no entre sindicatos, mas entre sindicato de categoria profissional e empresa ou empresas, aplicvel, portanto, no mbito da empresa ou empresas acordantes (Artigo 611, 1) seria uma conveno de mbito normativo reduzido.
c Dissdio Coletivo
Uma vez fracassada a negociao e deixando as partes de adotar a via da arbitragem, o dissdio coletivo pode ser instaurado. precedido pela tentativa de negociao no Ministrio do Trabalho. A tentativa no necessria quando se trata de reviso de norma anterior. No obtendo sucesso na tentativa de negociao, A justia do trabalho julga o conflito de categoria e interesses coletivos e estabelece as normas atravs de sentena normativa. (artigo 114, 2 da C.F. e artigo 678, Inciso I, alnea adaCLT). Resciso de Contrato de Trabalho
11 AVISO PRVIO
Nas relaes de emprego, quando uma das partes deseja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por prazo indeterminado, dever, antecipadamente, notificar outra parte, atravs do aviso prvio.
11.1 Finalidade
O aviso prvio tem por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento do cargo vago e ao empregado uma nova colocao no mercado de trabalho.
11.2 - DEFINIO
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Aviso prvio a comunicao da resciso do contrato de trabalho por uma das partes, empregador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedncia que estiver obrigada por fora de lei.
Pode-se conceitu-lo, tambm, como a denncia do contrato de trabalho por prazo indeterminado, objetivando fixar o seu termo final.
11.3 - MODALIDADES
Ocorrendo a resciso do contrato de trabalho, sem justa causa, por iniciativa do empregador, poder ele optar pela concesso do aviso prvio trabalhado ou indenizado, da mesma forma, quando o empregado pede demisso.
- AVISO PRVIO TRABALHADO
- DISPENSA DO CUMPRIMENTO DO AVISO PRVIO TRABALHADO
- AVISO PRVIO INDENIZADO
- AVISO PRVIO DOMICILIAR
11.4 - APLICAES
O aviso prvio, regra geral, exigido nas rescises sem justa causa dos contratos de trabalho por prazo indeterminado ou pedidos de demisso.
Exige-se tambm o aviso prvio, nos contratos de trabalho por prazo determinado que contenham clusula assecuratria do direito recproco de resciso antecipada.
11.5 - CONCESSO
Sendo o aviso prvio trabalhado, a comunicao deve ser concedida por escrito, em 3 (trs) vias, sendo uma para o empregado, outra para o empregador e a terceira para o sindicato.
11.6 - PRAZO DE DURAO
Com o advento da Constituio Federal a durao do aviso prvio era, at outubro/2011, de 30 (trinta) dias, independentemente do tempo de servio do empregado na empresa. Com a publicao da Lei 12.506/2011, a partir de 13/10/2011 a durao passou a ser considerada de acordo com o tempo de servio do empregado, podendo chegar at a 90 (noventa) dias.
11.7 - INTEGRAO AO TEMPO DE SERVIO
O aviso prvio dado pelo empregador, tanto trabalhado quanto indenizado, o seu perodo de durao integra o tempo de servio para todos os efeitos legais, inclusive reajustes salariais, frias, 13 salrio e indenizaes.
12 RESCISO DE CONTRATO DE TRABALHO
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12.1 - Impedimentos Resciso
Determinados empregados, por fora da Lei, no podem sofrer despedida arbitrria, em virtude de possurem estabilidade no emprego.
Gozam de estabilidade permanente ou temporria os seguintes empregados:
Empregado no Optante pelo FGTS
O empregado que at 04/10/88 no fez opo pelo sistema do FGTS, com mais de 10 anos de casa, tem estabilidade permanente;
Empregada Gestante
Tem estabilidade desde o momento da comprovao da gravidez at 5 meses aps o parto;
Dirigente Sindical
Desde o registro de sua candidatura, at um ano aps o mandato, inclusive como suplente;
Membro Titular da CIPA
Desde o momento do registro da candidatura, at um ano aps o mandato;
Membro do Conselho Nacional de Previdncia Social (CNPS)
Da data da nomeao at um ano aps o mandato;
Membro do conselho Curador do FGTS representante dos trabalhadores
Da data de nomeao at um ano aps o mandato;
Empregado que sofreu acidente de trabalho
12 meses contados do trmino do afastamento causado pelo acidente.
12.2 - Verbas Rescisrias
O Termo de Resciso do Contrato de Trabalho discrimina as verbas que devem ser pagas ao empregado, por ocasio de sua Resciso Contratual. Essas verbas e a maneira de como devem ser calculadas sero analisadas a seguir
12.2.1 Indenizao
A indenizao devida ao empregado no optante pelo FGTS (at 04/10/88) a razo de um ms de sua maior remunerao, por ano de trabalho.
Essa indenizao ser calculada em dobro quando o empregado possuir mais de dez anos de casa.
12.2.2. - Contrato de experincia
Regido pelo artigo 479 da CLT, a indenizao corresponder a 50% dos dias que restam para terminar o contrato.
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12.3 13 Salrio
O valor do 13 Salrio indenizado corresponde a 1/12 da remunerao do empregado, por ms de trabalho, sendo que a frao igual ou superior a 15 dias de trabalho ser havida como ms integral.
12.4 - Salrio Famlia
Por ocasio da resciso contratual, o valor pago na mesma a ttulo de Salrio Famlia, corresponde ao nmero de dias trabalhados pelo empregado, no ms da resciso, por filho ou equiparado a filho at 14 anos ou invlido sem limite de idade enquanto perdurar a invalidez.
12.5 - Frias
Quando o empregado desligado da empresa, sem justa causa pode fazer juz a trs tipos de frias, a saber:
Frias em Dobro - quando o perodo concessivo das frias j estiver vencido. O valor ser de dois salrios ou remuneraes mensais.
Frias Vencidas - quando o perodo aquisitivo das frias j estiver vencido. Neste caso, o valor do pagamento corresponder um salrio mensal.
Frias Proporcionais - quando o perodo aquisitivo ainda no estiver completo, paga-se 1/12 por ms de trabalho integral ou frao igual ou superior a 15 dias.
O pagamento das frias, a qualquer ttulo, dever ser sempre acrescida de mais 1/3, assegurado pela Constituio Federal.
O empregado com menos de um ano de casa que pedir demisso, far jus ao recebimento de Frias proporcionais.
12.6 - FGTS na Resciso
Por ocasio da Resciso Contratual, devero ser depositados na CEF em conta vinculada os valores referentes ao FGTS, a saber:
FGTS/Aviso Prvio - O Aviso Prvio, tanto indenizado como trabalhado.
FGTS S/ 13 Salrio - Sobre o valor pago a ttulo de 13 Salrio, incide o pagamento da parcela do FGTS, sobre o total pago se integral ou sobre a Segunda parcela, caso o empregado j tenha recebido a primeira.
FGTS S/ Saldo de Salrio
devido o FGTS sobre o saldo de salrios do ms pago na resciso bem como do ms anterior, caso ainda no tenha sido depositado.
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Multa Rescisria do FGTS
O empregado dispensado sem justa causa, far juz a multa rescisria de 40% sobre o saldo de sua conta vinculada do FGTS, devidamente atualizada, at a data do desligamento da empresa.
Alm do valor da conta vinculada, devem ser acrescidos para efeito de clculo dos 40%, todos os valores calculados a ttulo de FGTS, na resciso contratual.
Caso o empregado tenha efetuado saque na conta vinculada, o valor do mesmo deve ser acrescido, devidamente atualizado para do clculo desta multa. O Empregador recolher 50%.
12.7 - Indenizao Adicional
O empregado dispensado 30 dias antes da data base para a Conveno Coletiva da categoria , tem direito uma indenizao adicional equivalentes um salrio mensal.
12.8 - Exerccio de Resciso de Contrato de Trabalho
Funcionrio: Maria Fernanda Catul da Silva Admissso: 02/01/2012
Demisso: 10/01/2015 Imediato Aviso Prvio Indenizado
Gozou penas frias ref. 2011/2012 Recebeu as Natalinas de 2011 e 2012,2013
Salrio: R$ 3.300,00 Gratificao: 660,00
Possui 2 filhos menores de 14 anos.
Saldo na CEF para fins de clculo de 50% R$ 5.000,00
Utilizar as tabelas de INSS, IRRF e incidncias utilizadas para confeco da folha de pagamento.
12.9 - Parcelas devidas na resciso
Empregado com mais de um ano de servio
Parcela Iniciativa Forma de Resciso
Direito
Saldo de Salrios Empresa
Sem Justa Causa
Por Justa Causa
Sim Sim
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Empregado
Sem Justa Causa
Por Justa Causa
Sim Sim
Indenizao do tempo de servio anterior opo pelo FGTS observado o
subitem 3.1.1
Empresa
Sem Justa Causa
Por Justa Causa
Sim No
Empregado Sem Justa
Causa Por Justa Causa
No Sim
Indenizao do 13 Salrio Enunciado 148 (Ex. prejulgado 20) do perodo anterior opo
observado o subitem 3.1.2
Empresa Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim No
Empregado Sem Justa
Causa Por Justa Causa
No Sim
13 Salrio
Empresa Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim No
Empregado Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Frias vencidas acrescidas de mais 1/3
Empresa Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Empregado Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Frias proporcionais acrescidas de mais 1/3
Empresa Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim No
Empregado Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Aviso Prvio
Empresa Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim No
Empregado Sem Justa
Causa Por Justa Causa
No Sim
Salrio-Famlia
Empresa Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Empregado Sem Justa
Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Empregado com menos de um ano de servio
Parcela Iniciativa Forma de Resciso Direito
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Saldo de Salrios Empresa
Sem Justa Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Empregado Sem Justa Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Indenizao do tempo de servio anterior opo pelo
FGTS
Empresa Sem Justa Causa Por Justa Causa
No No
Empregado Sem Justa Causa Por Justa Causa
No No
Indenizao do 13 Salrio Enunciado 148 (Ex. prejulgado 20) do perodo anterior opo
Empresa Sem Justa Causa Por Justa Causa
No No
Empregado Sem Justa Causa Por Justa Causa
No No
13 Salrio Empresa
Sem Justa Causa Por Justa Causa
Sim No
Empregado Sem Justa Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Frias proporcionais acrescidas de mais 1/3
Empresa Sem Justa Causa Por Justa Causa
Sim No
Empregado Sem Justa Causa Por Justa Causa
No Sim
Aviso Prvio Empresa
Sem Justa Causa Por Justa Causa
Sim No
Empregado Sem Justa Causa Por Justa Causa
No Sim
Salrio-Famlia Empresa
Sem Justa Causa Por Justa Causa
Sim Sim
Empregado Sem Justa Causa Por Justa Causa
Sim Sim
13 - Homologao da Resciso
Quando o empregado tiver mais de um ano de servio, a sua resciso contratual ter que ser homologada no sindicato da respectiva categoria profissional ou na Delegacia Regional do Trabalho.
Documentos para a Homologao
Para efetivar a homologao, a empresa deve apresentar no ato, os seguintes documentos:
1) TERMO DE RESCISO DO CONTRATO DE TRABALHO, TERMO DE HOMOLOGAO DE RESCISO DO CONTRATO DE TRABALHO, TERMO DE QUITAO DE RESCISO DO CONTRATO DE TRABALHO, em cinco vias, devidamente preenchidos e assinado pelo empregador. A assinatura do empregado ser dada aps a conferncia dos valores constantes do termo de resciso;
2) Carteira de Trabalho e Previdncia Social, devidamente atualizada;
3) Aviso Prvio ou Pedido de Demisso;
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4) Livro ou Ficha de Registro de Empregados, atualizado;
5) Extrato para fins rescisrios atualizado do FGTS
6) Carta de Preposto quando no houver a presena do prprio empregador; ou Procurao para no empregados da Empresa.
7) Declarao do empregado, confessando a Justa Causa quando for o caso;
8) Formulrio do Seguro Desemprego, quando for o caso.
9) Exame Mdico Demissional
Quando a homologao for efetuada na Delegacia Regional do Trabalho, necessrio que se leve cpia do Acordo Coletivo da categoria.
14 SEGURO-DESEMPREGO
14.1- Direito (art. 7, II da CF e Lei n 7.998/90) Alterada pela MP 665/2014
Tem direito ao Seguro-Desemprego, o trabalhador dispensado sem justa
causa, inclusive na despedida indireta (hiptese em que o empregado
pleiteia as indenizaes rescisrias em conseqncia da justa causa
cometida pelo empregador - CLT, art. 483), que comprove:
Ter recebido salrios de pessoa jurdica ou pessoa fsica a ela equiparada, relativos:
a) a pelo menos dezoito meses nos ltimos vinte e quatro meses imediatamente anteriores data da dispensa, quando da primeira solicitao;
b)