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Fechamento: 20/02/2017 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 6051 Terça-feira, 21 de fevereiro de 2017 Estudantes, parlamentares e representantes da sociedade civil organizada protocolaram ontem na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado um abaixo-assinado com 270 mil assi- naturas contra a indicação do ministro da Justiça licenciado, Alexandre de Moraes, ao Supremo Tri- bunal Federal (STF). O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP) Carlos Zarattini (SP) Carlos Zarattini (SP) Carlos Zarattini (SP) Carlos Zarattini (SP), par- ticipou do ato e reafirmou que a indicação de Mo- raes é “um escárnio” e tem o objetivo de blindar o governo golpista e ilegítimo de Temer. Zarattini destacou a importância da iniciativa dos estudantes do curso de Direito da USP, responsáveis pelo abaixo-assinado, e lembrou que cerca de 200 mil assina- turas foram coletadas em apenas três dias. “Isso demonstra o repúdio da população à indicação de Alexandre de Moraes e às ações desse governo golpista que comete esse absurdo de indicar o seu ministro da Justiça para a Suprema Corte do País. Um governo que tem dezenas de pessoas ligadas à operação Lava Jato”, criticou. O líder do PT enfatizou que, caso a indicação seja aprovada hoje pelo Senado, Moraes vai julgar, no STF, seus ex-colegas de governo e de partido, lembrando que o ministro licenciado é filiado ao PSDB. “Então, é um verdadeiro absurdo, um escânda- lo. A nossa bancada no Senado será contra, porque não podemos aceitar indicações ao STF atreladas a interesses próprios do governo”, afirmou. Para os estudantes, Alexandre de Moraes não tem a exigida “reputação Abaixo-assinado reúne 270 mil contra Moraes no STF; líder diz que indicação visa blindar golpistas A reforma da Previdência proposta pelo governo golpista de Temer, se aprovada, vai colocar o Brasil entre os países com as regras de aposentadoria mais rígidas do mundo. A afirmação é do jornal Folha de S. Paulo de ontem. Segundo a publicação, os critérios propostos na PEC 287/16 são mais duros do que os adotados por países muito mais desenvolvidos e ricos que o Brasil. Em muitos países membros da OCDE, organização que agrega as nações mais ricas do mundo, as regras são muito mais flexíveis do que as impostas por Temer em sua reforma golpista. Na Alemanha, por exemplo, a partir dos cinco anos de contribuição o trabalhador já pode se aposentar, ainda que de forma proporcional. Da mesma forma, nos Estados Unidos, o tempo de contribuição exigido é de dez anos. Temer está impondo um mínimo de 65 anos de idade e de 25 anos de contribuição para a aposentadoria proporcional. No caso da aposentadoria inte- gral, Temer quer fixar em 49 anos o tempo de contribuição, quando a média entre os países da OCDE é de 44 anos. “Em tudo o que ela mexe, a reforma é cruel. Seja quando estipula a idade Temer impõe regras mais rígidas para aposentadoria que as adotadas em países ricos mínima de 65 anos, que muitos brasileiros nem alcançam, seja quando equi- para as mulheres aos homens para fins de aposentadoria, sem levar em conta a dupla jornada delas. Ou ainda quando estipula os 49 anos de contribuição ininterrupta para ter acesso à aposentadoria integral, que é a média das contri- buições. Portanto, se comparada às exigências com países mais ricos, podemos dizer que a reforma é a mais cruel, perversa e rigorosa de todas”, afirma o deputado José Mentor (PT-SP) José Mentor (PT-SP) José Mentor (PT-SP) José Mentor (PT-SP) José Mentor (PT-SP). O deputado Pepe V epe V epe V epe V epe Vargas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) destacou que o governo Temer mente quando tenta justificar a necessidade da reforma. “Diz que a reforma da Previ- dência coloca o Brasil no nível de exigências das aposentadorias no plano internacional. Isso não é verdade. Afora o fato de que a estrutura social, a realidade do mercado de trabalho e a expectativa de vida são completamente diferentes. O governo mente com o objetivo de fazer um ajuste fiscal de curto prazo para atender o interesse dos rentistas, que especulam com a dívida pública, para atender os interesses dos bancos e seguradoras que procuram aumentar a venda de seus planos de previdência privada”, analisou. ilibada” para o cargo, além de carreira pública marcada pela truculência e pela violência da polícia e contra os movimentos sociais em São Paulo. “Já vimos a postura dele em outros car- gos, como na Secretaria de Segurança de São Paulo e no Ministério da Justiça, onde demons- trou desrespeito a direitos fundamentais”, afir- mou a presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, da USP, Paula Masulk. Sabatina Sabatina Sabatina Sabatina Sabatina – A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), líder do PT no Senado, disse que o movimento contra a indicação de Moraes é forte. Ela anunciou que será muito firme na sabatina marcada para hoje, a partir das 10h, pois a indicação não mexe só com o Senado e com o STF, “mexe com o mundo da política, com as operações e investigações em curso, mexe com o País inteiro”. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que Moraes não tem imparcialidade para ser o ministro revisor da Lava Jato na Suprema Corte. “Como ele poderá julgar os cinco ministros do governo golpistas já delatados pela Lava Jato? Como ele terá impar- cialidade para julgar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff?”, questionou. Também participaram do ato de entrega das assinaturas as deputadas Benedita Benedita Benedita Benedita Benedita da Silva (PT-RJ) da Silva (PT-RJ) da Silva (PT-RJ) da Silva (PT-RJ) da Silva (PT-RJ), Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF), Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Leia mais na página 2 ALESSANDRO DANTAS-PTNOSENADO

Abaixo-assinado reúne 270 mil contra Moraes no STF; líder ... · Sabatina – A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), líder do PT no Senado, disse que o movimento contra a indicação

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Page 1: Abaixo-assinado reúne 270 mil contra Moraes no STF; líder ... · Sabatina – A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), líder do PT no Senado, disse que o movimento contra a indicação

Fechamento: 20/02/2017 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 6051Terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Estudantes, parlamentares e representantes dasociedade civil organizada protocolaram ontem naComissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ)do Senado um abaixo-assinado com 270 mil assi-naturas contra a indicação do ministro da Justiçalicenciado, Alexandre de Moraes, ao Supremo Tri-bunal Federal (STF). O líder da Bancada do PT naCâmara, deputado Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP), par-ticipou do ato e reafirmou que a indicação de Mo-raes é “um escárnio” e tem o objetivo de blindar ogoverno golpista e ilegítimo de Temer.

Zarattini destacou a importância da iniciativa dos estudantes do curso de Direitoda USP, responsáveis pelo abaixo-assinado, e lembrou que cerca de 200 mil assina-turas foram coletadas em apenas três dias. “Isso demonstra o repúdio da população àindicação de Alexandre de Moraes e às ações desse governo golpista que comete esseabsurdo de indicar o seu ministro da Justiça para a Suprema Corte do País. Um governoque tem dezenas de pessoas ligadas à operação Lava Jato”, criticou.

O líder do PT enfatizou que, caso a indicação seja aprovada hoje pelo Senado,Moraes vai julgar, no STF, seus ex-colegas de governo e de partido, lembrando que oministro licenciado é filiado ao PSDB. “Então, é um verdadeiro absurdo, um escânda-lo. A nossa bancada no Senado será contra, porque não podemos aceitar indicações aoSTF atreladas a interesses próprios do governo”, afirmou.

Para os estudantes, Alexandre de Moraes não tem a exigida “reputação

Abaixo-assinado reúne 270 mil contra Moraes noSTF; líder diz que indicação visa blindar golpistas

A reforma da Previdência proposta pelo governo golpista de Temer, seaprovada, vai colocar o Brasil entre os países com as regras de aposentadoriamais rígidas do mundo. A afirmação é do jornal Folha de S. Paulo de ontem.Segundo a publicação, os critérios propostos na PEC 287/16 são mais duros doque os adotados por países muito mais desenvolvidos e ricos que o Brasil.

Em muitos países membros da OCDE, organização que agrega as naçõesmais ricas do mundo, as regras são muito mais flexíveis do que as impostas porTemer em sua reforma golpista. Na Alemanha, por exemplo, a partir dos cincoanos de contribuição o trabalhador já pode se aposentar, ainda que de formaproporcional. Da mesma forma, nos Estados Unidos, o tempo de contribuiçãoexigido é de dez anos.

Temer está impondo um mínimo de 65 anos de idade e de 25 anos decontribuição para a aposentadoria proporcional. No caso da aposentadoria inte-gral, Temer quer fixar em 49 anos o tempo de contribuição, quando a médiaentre os países da OCDE é de 44 anos.

“Em tudo o que ela mexe, a reforma é cruel. Seja quando estipula a idade

Temer impõe regras mais rígidas paraaposentadoria que as adotadas em países ricos

mínima de 65 anos, que muitos brasileiros nem alcançam, seja quando equi-para as mulheres aos homens para fins de aposentadoria, sem levar em contaa dupla jornada delas. Ou ainda quando estipula os 49 anos de contribuiçãoininterrupta para ter acesso à aposentadoria integral, que é a média das contri-buições. Portanto, se comparada às exigências com países mais ricos, podemosdizer que a reforma é a mais cruel, perversa e rigorosa de todas”, afirma odeputado José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP).

O deputado PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS) destacou que o governo Temer mentequando tenta justificar a necessidade da reforma. “Diz que a reforma da Previ-dência coloca o Brasil no nível de exigências das aposentadorias no planointernacional. Isso não é verdade. Afora o fato de que a estrutura social, arealidade do mercado de trabalho e a expectativa de vida são completamentediferentes. O governo mente com o objetivo de fazer um ajuste fiscal de curtoprazo para atender o interesse dos rentistas, que especulam com a dívidapública, para atender os interesses dos bancos e seguradoras que procuramaumentar a venda de seus planos de previdência privada”, analisou.

ilibada” para o cargo, além de carreira públicamarcada pela truculência e pela violência dapolícia e contra os movimentos sociais em SãoPaulo. “Já vimos a postura dele em outros car-gos, como na Secretaria de Segurança de SãoPaulo e no Ministério da Justiça, onde demons-trou desrespeito a direitos fundamentais”, afir-mou a presidente do Centro Acadêmico XI deAgosto, da USP, Paula Masulk.

SabatinaSabatinaSabatinaSabatinaSabatina – A senadora Gleisi Hoffmann(PT-PR), líder do PT no Senado, disse que o

movimento contra a indicação de Moraes é forte. Ela anunciou que será muitofirme na sabatina marcada para hoje, a partir das 10h, pois a indicação não mexesó com o Senado e com o STF, “mexe com o mundo da política, com as operaçõese investigações em curso, mexe com o País inteiro”.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que Moraes não tem imparcialidadepara ser o ministro revisor da Lava Jato na Suprema Corte. “Como ele poderá julgar oscinco ministros do governo golpistas já delatados pela Lava Jato? Como ele terá impar-cialidade para julgar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff?”, questionou.

Também participaram do ato de entrega das assinaturas as deputadas BeneditaBeneditaBeneditaBeneditaBeneditada Silva (PT-RJ)da Silva (PT-RJ)da Silva (PT-RJ)da Silva (PT-RJ)da Silva (PT-RJ), Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF), Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) eJandira Feghali (PCdoB-RJ).

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Líder da Bancada: Deputado Carlos Zarattini (SP)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel Sousa

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka, Jocivaldo Vale, Crisvando Queiroz e Rafael Carlota

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças e Eva Gomes

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

PE

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Após receber o prêmio Luís de Camões, ofereci-do pelos governos de Brasil e Portugal a grandesnomes da literatura lusófona, o escritor RaduanNassar fez, na sexta-feira (17), duro discurso noqual denunciou o golpe contra a democracia brasi-leira com o afastamento da presidenta Dilma Rous-seff, em agosto do ano passado. Na solenidade,realizada em São Paulo, Raduan Nassar tambémcriticou as medidas dos golpistas que “configurampor extensão todo um governo repressor: contra otrabalhador, contra aposentadorias criteriosas, con-tra universidades federais de ensino gratuito, contraa diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim”.

O escritor elogiou Portugal, representado no atopelo embaixador Jorge Cabral, e se disse “fascinado”pelo país, que visitou em 1976, logo após a Revolu-ção dos Cravos. “Além de amigos portugueses, fuisempre carinhosamente acolhido pela imprensa, es-critores e meios acadêmicos lusitanos”, ressaltou.

“Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil”,lamentou, antes de iniciar uma série de críticas apersonagens e fatos do enredo do golpe consumadoem 2016, mas urdido desde as primeiras horas após

PELA DEMOCRACIA

Raduan denuncia o golpe ao receber prêmio

o resultado final das urnas na eleição de 2014.“Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: in-

vasão na sede do Partido dos Trabalhadores em SãoPaulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernan-des; invasão nas escolas de ensino médio em muitosestados; a prisão de Guilherme Boulos, membro daCoordenação do Movimento dos Trabalhadores SemTeto; violência contra a oposição democrática ao ma-nifestar-se na rua. Episódios todos perpetrados porAlexandre de Moraes”, listou o escritor, que não pou-pou da avaliação negativa o Ministério Público e o

Supremo Tribunal Federal.“Mesmo de exceção, o governo que está aí foi

posto, e continua amparado pelo Ministério Público e,de resto, pelo Supremo Tribunal Federal. Prova dasustentação do governo em exercício aconteceu hátrês dias, quando o ministro Celso de Mello, com suasintervenções enfadonhas, acolheu o pleito de MoreiraFranco. Citado 34 vezes numa única delação, o minis-tro Celso de Mello garantiu, com foro privilegiado, ablindagem ao alcunhado ‘Angorá’. E acrescentou umelogio superlativo a um de seus pares, o ministroGilmar Mendes, por ter barrado Lula para a Casa Civil,no governo Dilma. Dois pesos e duas medidas”, apontouRaduan Nassar, provocando a ira do ministro golpistae ex-comunista Roberto Freire.

“Daria tudo pra ver a cara de tacho do ministrogolpista Roberto Freire diante de Raduan Nassar de-nunciando o golpe! Quero dizer ao governo golpistaque não troco um Raduan nem por 10 Freires!”, res-saltou, no Twitter, o deputado Zé GeraldoZé GeraldoZé GeraldoZé GeraldoZé Geraldo(PT-PA)(PT-PA)(PT-PA)(PT-PA)(PT-PA). A contundência do episódio fez o nome doescritor figurar por várias horas como o assunto maiscomentado do Twitter no Brasil.

Petistas elogiam iniciativa contra indicação de Alexandre MoraesParlamentares da Bancada do PT na Câmara ma-

nifestaram ontem apoio ao manifesto com 270 milassinaturas entregue, no Senado, contra a indicaçãodo ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Mora-es, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documentofoi elaborado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, daFaculdade de Direito da USP.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS)Henrique Fontana (PT-RS)Henrique Fontana (PT-RS)Henrique Fontana (PT-RS)Henrique Fontana (PT-RS) afir-mou que os estudantes estão dando um exemplo decidadania. “Sim, porque o Brasil está sendo agredidopela indicação de Alexandre de Moraes para ministrodo STF. Essas 270 mil assinaturas encontram o apoio

de milhões de brasileiros que não concordam emtransformar o STF em uma espécie de associação paraproteger Michel Temer e seus aliados”, disse.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS) tam-

bém elogiou os estudantes pela atitude. “Cumpri-mento todos os jovens brasileiros que exigem demo-cracia e ética na política e que se posicionam contra aindicação de Alexandre de Moraes. Vocês são umorgulho e uma esperança para o Brasil”, afirmou.

Para a deputada Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ),os estudantes demostraram que o povo brasileiro tem apercepção do momento que o País vive. “Parabenizoessa juventude que mostra que o Brasil ainda tem jeitoe que ninguém vai colocar debaixo do tapete as mazelasdeste governo ilegítimo e, muito menos, vai aceitar quenos imponham goela abaixo essa indicação ao STF”.

O plenário da Câmara iniciou ontem a apreciação

do PL 3792/15, de autoria das deputadas Maria do

Rosário (PT-RS) e Margarida Salomão (PT-MG) e dos

deputados Luiz Couto (PT-PB) e Zé Carlos (PT-MA), entre

outros parlamentares. O projeto simplifica o processo

de coleta de depoimentos de crianças e adolescentes

vítimas e testemunhas de violência, garantindo maior

proteção aos direitos delas, aponta a deputada Maria

do Rosário. A votação da matéria ficou marcada para

Câmara vota hoje projeto que simplifica depoimentos

de crianças e adolescentes em casos de violênciaa sessão deliberativa de hoje.

Também ontem o plenário aprovou recurso que

submete à análise da Comissão de Direitos Humanos

o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 120/15) que au-

toriza a passagem de hidrovias por terras indígenas.

Com a aprovação do recurso, segundo o Regimento

Interno, deverá ser criada uma comissão especial para

analisar a proposta. A deputada Erika Kokay (PT-DF)

defendeu a ampliação do debate. “Porque estamos

falando de um rio que está em regiões onde existem,

por exemplo, territórios indígenas”.

O plenário aprovou ainda o PL 742/11, que permi-

te às empresas contratantes de jovens aprendizes ma-

triculá-los em cursos técnicos na área esportiva. O

projeto será enviado à sanção presidencial.

Solene – A Câmara realiza sessão solene ama-

nhã, às 10h, em homenagem ao Centenário do Li-

ons Club.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA COM AGÊNCIA CÂMARA

DIVULGAÇÃO

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CONTRA O GOLPE

O líder do PT na Câmara, deputado CarlosCarlosCarlosCarlosCarlosZarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP), qualificou na quinta-feira (16) como“desastrosa” a política econômica que vem sendo im-plementada pelo governo usurpador de Michel Temer.Ele lembrou que desde o golpe, em maio do ano passa-do, para destituir a presidenta legítima Dilma Rousseff,a crise econômica tem-se agravado, e os indicadoresmostram que o quadro vai piorar ainda mais.

Para Zarattini, os dados divulgados na quinta-feira pelo Banco Central mostram que Temer e o mi-nistro da Fazenda, Henrique Meirelles, estão levandoo Brasil para o buraco. Segundo o BC, a atividadeeconômica teve queda de 4,55 % em 2016, confor-me o índice de Atividade Econômica do Banco Central(IBC-Br). Esse índice é uma espécie de sinalizador doProduto Interno Bruto (PIB). O PIB oficial de 2016será divulgado no próximo dia 7 de março.

“A indicação antecipada pelo IBC-Br do ní-vel de atividade da economia brasileira em2016 mostra um quadro desastroso. Antecipou

A Bancada do PT na Câmara vai entrarcom uma representação contra o delegadoda Polícia Federal Marlon Oliveira Cajadodos Santos, por abuso de poder e persegui-ção ao ex-presidente Lula. O anúncio foi fei-to ontem, em plenário, pelo vice-líder dabancada, deputado PPPPPaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimenta(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS). “Esse delegado tem que respon-der criminalmente por abdicar da isençãoexigida pelo cargo que ocupa, por assumiruma postura político-partidária e agir emdesacordo com o Supremo Tribunal Federal(STF) com o único objetivo de produzir man-chetes contra os ex-presidentes Lula e Dilmana grande mídia”, criticou Pimenta.

Sem esconder sua indignação com a postura deMarlon Cajado, Paulo Pimenta disse que o que mo-tivou o delegado a atribuir crime de obstrução deJustiça a Lula e Dilma foi o episódio da nomeaçãode Lula para ministro da Casa Civil, em abril do anopassado. Em um relatório de 47 páginas enviado aoministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato,o delegado acusa os ex-presidentes Lula e Dilma e oex-ministro da Educação Aloizio Mercadante de pro-vocar “embaraços ao avanço das investigações daOperação Lava Jato”. Lula e Dilma são acusados deobstruir a Justiça, e Mercadante, além desse delito,é acusado de tráfico de influência.

“Já assistimos com perplexidade ao STF tomar

PT vai representar contra delegadoda PF que cria factoides para perseguir Lula

Carlos Zarattini: política econômica dogoverno Temer é desastrosa e vai agravar crise

o que a grande maioria do povo brasileiro estásentindo na pele”, disse Zarattini.

O líder lembrou que a renda média do traba-lhador caiu 2,3% em 2016, para R$ 2.029,maior que a queda verificada em 2015, quandoo governo Dilma foi sabotado pela oposiçãoPSDB/DEM/PMDB. Já a massa de rendimento realhabitual – que é a soma da renda de todos ostrabalhadores – registrou queda de 3,5%.

A taxa de desemprego chegou a 11,5%, e onúmero de desempregados alcançou a marca de 11,8milhões de pessoas. Projeções indicam que pode che-gar a 13% ainda no 1º primeiro semestre de 2017.

OrtodoxiaOrtodoxiaOrtodoxiaOrtodoxiaOrtodoxia – Zarattini disse que a políticaortodoxa do governo atual aponta para um cami-nho “sombrio”, com mais desemprego e dificul-dades para a população brasileira, além de des-truir a indústria nacional com a política de valo-rização do real diante do dólar.

“Para se combater a inflação, valoriza-se o real,

o que inviabiliza as exportações brasileiras, únicosetor que vinha tendo o desempenho positivo desde ogoverno Dilma”, disse o líder. “É claro que reduzir ainflação com a valorização do dólar é uma estratégiade pernas curtas, pois destrói a indústria nacional,reduzindo a capacidade doméstica de produção e au-mento a inflação mais à frente”.

Zarattini ressaltou que o efeito da contração doconsumo do brasileiro teve efeito imediato no comér-cio, que teve o pior desempenho em 2016 desde oinício da série histórica do IBGE, iniciada em 2001,com uma queda de 6,2%. “Se o comércio não vende,a produção industrial também se retrai”, explicou.

“Esses números mostram o profundo estado decoma da economia brasileira”, comentou o líder do PT.Segundo ele, na toada atual, com a dupla Temer/Mei-relles, haverá “efeitos desastrosos, com piora aindamaior nas condições do emprego e da renda nacionais”.“Em suma, só uma reversão na atual política econômicapode retirar o País desse quadro recessivo”, disse.

na semana passada a decisão favorável à nomeaçãode Moreira Franco para cargo de ministro de Temer,atitude oposta à adotada em abril de 2016. A Su-prema Corte entendeu que a nomeação para cargode ministro não configura desvio de finalidade eque prerrogativa de foro não importa obstrução daJustiça ou paralisação de investigação. Fato absur-do é, apesar dessa decisão, um delegado, clara-mente com objetivo de criar um factoide político,contrariar o STF e acusar Lula e Dilma exatamentede cometer esses crimes”, destacou Paulo Pimenta.

O ministro Celso de Mello, do STF, manteveMoreira Franco como ministro de Temer, enquantoa nomeação de Lula foi suspensa pelo ministroGilmar Mendes.

PPPPPerseguiçãoerseguiçãoerseguiçãoerseguiçãoerseguição – Pimenta lem-brou ainda que esse delegado daPolícia Federal é o mesmo que, naOperação Zelotes, tentou responsa-bilizar o ex-presidente Lula por terreeditado uma medida provisória(MP) do governo Fernando Henri-que Cardoso, alegando que a medi-da beneficiava indevidamente al-guns setores da economia. “O es-tranho é que tentaram criminali-zar Lula sem sequer chamar o au-tor da MP”, observou.

“Não há mais escrúpulo, nãohá mais disfarce de setores da Polícia Federal edo Ministério Público Federal, que se aliaram aogolpe que retirou a presidenta Dilma Rousseff dopoder”, afirmou.

O deputado disse ainda que o golpe não acabou,que o projeto de poder dos golpistas continua em açãocontra o ex-presidente Lula. “É um projeto de poderque criminaliza os ex-presidentes Lula e Dilma e osmovimentos sociais em geral”, criticou.

Defesa de LulaDefesa de LulaDefesa de LulaDefesa de LulaDefesa de Lula – Em nota, a defesa do ex-presidente Lula diz a conclusão apresentada pelo de-legado Marlon Oliveira Cajado dos Santos é “despro-vida de qualquer fundamento jurídico e incompatívelcom a decisão proferida” pelo ministro Celso de Me-llo. A íntegra da nota está no site www.lula.com.br.

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O ex-ministro da Previdência Social Ricardo Berzoini e a advogada especia-lista em Direito Previdenciário Thais Riedel defenderam na quinta-feira (16)novas fontes de financiamentos para a Previdência pública e criticaram os retro-cessos contidos na reforma da Previdência (PEC 287/16) enviada ao CongressoNacional pelo governo ilegítimo de Temer. As opiniões foram expostas durante osegundo encontro do ciclo de debates da Bancada do PT na Câmara, que discuteo desmonte da Previdência pública brasileira.

No debate, Berzoini destacou que a reforma em discussão na Câmara é parte dopagamento a setores da elite brasileira que apoiaram o golpe parlamentar quederrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff. Ele defendeu a necessidade de redis-cutir o modelo de financiamento da Previdência. “A proposta principal seria atributação sobre dividendos, voltada para a Seguridade Social. Também é precisoacabar com o instituto da distribuição de juros sobre capital próprio, que só existe noBrasil, e que mascara a lucratividade das empresas e reduz a arrecadação do Estado.É necessário tributar as grandes fortunas e heranças. É uma vergonha um país que

Berzoini e especialista defendem novas fontes definanciamento para a Previdência e criticam retirada de direitos

Vários deputados da Bancada do PT ocuparam a tribuna da Câmara nasemana passada para alertar a população sobre os enormes retrocessoscontidos na proposta de reforma da Previdência (PEC 287/16) enviada aoCongresso Nacional pelo governo golpista de Temer. De acordo com osparlamentares, a fixação da idade mínima para a aposentadoria em 65 anose o aumento do tempo de contribuição de 15 para 25 anos vai desestimulara entrada de novas pessoas no sistema previdenciário, contribuindo para afalência da Previdência pública.

“Se você não tem perspectiva de se aposentar, por que é que vai colaborarcom a Previdência? E a resposta é óbvia. O objetivo da reforma é quebrar aPrevidência, para favorecer o sistema privado. Isso está muito claro em umaproposta indecorosa como essa”, disse o deputado Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI),titular da comissão especial que analisa a reforma.

Segundo a deputada Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE), também integrante da

Petistas criticam reforma e acusam governo de querer beneficiar a previdência privada

concentra tanta riqueza não ter essa tributação”, disse Berzoini.A advogada especialista em Direito Previdenciário Thais Riedel destacou que

a reforma da Previdência de Temer viola a Constituição ao atacar o princípio davedação de retrocessos. Segundo ela, o constituinte de 1988 deixou claro na CartaMagna que direitos que constituem uma evolução da humanidade, como o direito

à aposentadoria, não podem ser violados pelo Estado.“P

anos de contribuição, como determina a proposta de reforma de Tteria que começar a trabalhar aos 16 anos, o que contraria convenções internaci-onais assinadas pelo Brasil contra o trabalho de menores. E isso como se fossefácil trabalhar 49 anos sem interrupção”, observou.

Ao comentar a participação dos palestrantes, o líder da Bancada do PT naCâmara, deputado discurso do governo de que o suposto déficit da Previdência só pode ser combatidocom a retirada de direitos.

“Precisamos levantar os principais pontos da proposta e junto com a sociedadecivil esclarecermos a população sobre os retrocessos. Não é possível aceitarmos odiscurso oficial de que a Previdência está quebrada, e que a retirada de direitos é aúnica solução. Sabemos que a reforma é para beneficiar o setor financeiro e prejudicartrabalhadores urbanos e rurais, além de pensionistas, idosos e mulheres”, ressaltou.

comissão especial, a Previdência Social brasileira promove a justiça social no Paísao beneficiar aproximadamente 82% da população ou 100 milhões de brasilei-ros. Ela alertou que, se aprovada, a reforma pode deixar grande parte da popula-ção sem assistência, contribuindo para o aumento da miséria no País.

“Outro dado que também chama a atenção é que apenas 1% dos que têmmais de 65 anos, hoje, no Brasil, estão abaixo da linha da pobreza. Os economis-tas, os estudiosos, os professores universitários afirmam categoricamente que,depois da reforma, o percentual de idosos com mais de 65 anos que vão chegarà linha da pobreza somarão mais de 50%”, ressaltou.

ProfessoresProfessoresProfessoresProfessoresProfessores – Durante pronunciamento, o deputado e professor universitá-rio Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC) disse que a reforma é especialmente injusta com osprofessores, “uma classe que já não recebe a devida valorização salarial”.

“Agora vão perder o único benefício que lhes garantia uma condição melhorem suas vidas: o regime especial de aposentadoria. Isso mesmo. Pelas regras

atuais, hoje o professor pode se aposentar com 55 anos de idade e 30 anos decontribuição, se homem, e 50 anos de idade e 25 anos de contribuição, se mulher,desde que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções demagistério na educação infantil, ensino fundamental e médio”, afirmou. A refor-ma estabelece a aposentadoria em 65 anos.

Trabalhadores ruraisTrabalhadores ruraisTrabalhadores ruraisTrabalhadores ruraisTrabalhadores ruraistadoria especial dos professores, o deputado reforma de T

“Se tem uma base que tem de se opor à reforma da Previdência, são osagricultores. T60 anos dos homens na área rural, no campo. São os agricultores familiares queproduzem 70% do alimento do povo brasileiro. Chega de violência, chega dedesigualdade, vamos manter a inclusão produtiva e social e previdenciária dessesetor fundamental para o futuro do P

APOSENTADORIA EM XEQUE

FOTOS: GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

Na segunda audiência pública promovida pela comissão especial que daráparecer à reforma golpista da Previdência Social, a base apoiadora do governode Michel Temer no colegiado teve, na quinta-feira (16), que engolir defini-ções bem diretas sobre o que representa a proposta que tramita na Câmara.“Está em curso a maior subtração de direitos de toda a história do Brasil”,disse Rudinei Marques, representante do Fórum Nacional Permanente de Car-reiras Típicas de Estado (Fonacate). O tema da audiência foi o Regime Própriode Previdência Social, que abarca exclusivamente servidores públicos titularesde cargo efetivo na União, nos estados e nos municípios.

Rudinei disse não ter ressalva alguma em dizer que a reforma “é desones-ta, arbitrária, açodada e, sobretudo, desumana”. “Ela é desonesta porque estáocorrendo num contexto de desaceleração da economia, de decréscimo do PIB,de desemprego formal de mais de 12 milhões. A economia está em queda, enesse cenário fiscal que o governo está propondo essa reforma. Convenhamos,não dá. É um contexto equivocado. O governo teria que esperar o País voltar acrescer, porque o grande remédio para o Sistema de Seguridade é promover aeconomia”, argumentou.

De cara, uma das críticas feitas por deputados de oposição foi com relação àausência do ministro do Planejamento, Dyogo Henrique de Oliveira. “Lamento aausência do ministro. O governo Temer diz que a reforma da Previdência é suaprioridade, sua bala de prata, mas tem demonstrado que não é bem assim”, disse o

“Reforma da Previdência é desonesta, arbitrária, injusta, açodada e desumana

deputado PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS).argas (PT-RS).argas (PT-RS).argas (PT-RS).argas (PT-RS).Entre as críticas à reforma, Pepe reforçou argumento sustentado pelo

deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP)Arlindo Chinaglia (PT-SP)Arlindo Chinaglia (PT-SP)Arlindo Chinaglia (PT-SP)Arlindo Chinaglia (PT-SP) de que é absurda a proposta dogoverno de retirar do texto constitucional que a Previdência complemen-tar dos servidores públicos deve ser administrada “por entidades fecha-das” e “de natureza pública”. “Reforço a preocupação do deputado Arlin-do. É um risco retirar da Constituição que os regimes complementaressejam de natureza pública. Se for retirado, estaremos privatizando osregimes próprios ou abrindo margem para que isso ocorra”, criticou.Desde 2013, servidores civis da União que entram no sistema de Previ-dência estão limitados ao teto do INSS e podem fazer a opção por tam-

bém contribuir para o regime complementar.José Robalinho Cavalcanti, da Associação Nacional dos Procuradores da

República, fez uma crítica à reforma e lembrou que o regime próprio já passoupor três reformas no pós-Constituição (1998, 2001 e 2003). Pdiferença do que acontece hoje é que todas as outras reformas, sempre respei-taram a situação de quem já estava dentro do sistema.

“Essa lógica agora foi quebrada por uma proposta que, com todo respeito,é injusta, injustificada e absolutamente arbitrária. Impõe uma regra que quebraa regra de transição de 2003, baseando-se exclusivamente na idade. Fiz 50anos no ano passado, teoricamente me liberaram a pagar um pedágio. Quemtem 49, um ano a menos que eu, pode até ter mais tempo de serviço público,mas entrará num corte que será obrigado a trabalhar até os 65 anos, paragarantir uma aposentadoria que não se garante mais ser integral”, refutou.

O deputado Temer de “perversa e cruel”. “atinge os que estão prestes a se aposentar e impõe um pedágio, quando tratados novos que vão entrar no mercado e impõe 49 anos de contribuição, quandotrata das mulheres, quando trata do benefício assistencial. É maldade do come-ço ao fim, e ainda não querem que os trabalhadores fiquem indignados evenham aqui, no mínimo, mar e dizer: com isso aqui nós não concordamos”, disse o parlamentar.

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Divergências entre o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra daSilva Martins Filho, e o procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), RonaldoCurado Fleury, sobre o projeto de lei (PL 6787/16) que trata da reforma trabalhistamarcaram, na quinta-feira (16), a primeira audiência pública da comissão que daráparecer à matéria.

Ronaldo Fleury, defendendo a posição do MPT, lembrou que a história tem demonstra-do que a “modernização” que o governo quer promover na CLT trará precarização dosempregos. “Trará apenas a possibilidade de trocar empregos hoje protegidos para empre-gos desprotegidos, porque a proposta não traz nenhuma garantia de criação de empregos.Propostas muito semelhantes, algumas idênticas, já foram tentadas em vários países, comoEspanha, México, Portugal e Grécia, e os efeitos foram catastróficos”, alertou.

Ainda, segundo Ronaldo Fleury, a justificativa usada pelo autor do projeto de lei de quea CLT é uma “velha senhora” de 75 anos e que, por isso, deve ser modernizada não se sustenta.“75% dos artigos da CLT já foram modificados, o que joga por terra esse argumento. O marcolegal do Direito do Trabalho não é mais a CLT é a Constituição Federal”, sustentou.

Sobre o ponto da proposta que estabelece que os acordos coletivos prevaleçam em vez doque determina a legislação trabalhista, o procurador disse que o negociado sobre o legisladojá está previsto na Constituição, desde que “o negociado venha para melhorar as condições dotrabalho e não para piorar como está previsto no projeto”.

Diferentemente, Ives Gandra Filho, que esclareceu que não estava falando em nome do plenodo TST, elogiou a proposta. “Falo por minha conta e risco”, disse taxativo antes de elencar ospontos que classificou de “fundamentais” para resolver o problema do desemprego no Brasil.

“O projeto traz pontos que são fundamentais como a questão do trabalho temporário queamplia o tempo; a questão do trabalho parcial que também amplia o horário, a questão dorepresentante de empregados na empresa, a questão de prestigiar a negociação coletiva. Sãoquatro pontos que vão contribuir para nós conseguirmos maior número de empregos”, alegouIves Gandra Filho, reproduzindo os mesmos argumentos utilizados pelos parlamentares dabase governista que compõem o colegiado.

Atento à divergência estabelecida na audiência pública, o deputado Wadih DamousWadih DamousWadih DamousWadih DamousWadih Damous(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ) elogiou o conteúdo exposto pelo procurador-geral do trabalho. “Ele fugiu à retórica.Trouxe dados que mostram claramente que os países que se aventuraram a fazer o que hojeestá se propondo aqu, deram com os burros n’água”, lembrou o deputado. “Todas as modifi-cações que querem implementar aqui têm gerado, na verdade, desemprego, e precarização dasrelações de trabalho”, completou.

Damous não perdeu a oportunidade de alfinetar o presidente do TST. “Louvo a honestidadede vossa excelência em dizer que não representa a magistratura do trabalho, porque a grandemaioria pensa diferente. Vossa excelência não representa o pensamento majoritário da magis-tratura trabalhista brasileira. Com todo respeito, ministro, ainda bem!”, ironizou.

Durante o debate, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) Benedita da Silva (PT-RJ) Benedita da Silva (PT-RJ) Benedita da Silva (PT-RJ) Benedita da Silva (PT-RJ) perguntou ao representantedo TST se a redação da proposta contou com a sua colaboração. “Eu queria saber do sr. Ives Gandra,se ele ajudou a fazer esse projeto, porque ele o defendeu com muita garra”, interrogou adeputada, que ainda classificou o projeto de “desastroso” e um risco à Constituição brasileira.

O deputado PPPPPatrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG) fez uma comparação entre os discursos utiliza-dos pelos defensores da proposta com aqueles usados pelos escravocratas no período daescravidão. “A gente sempre ouve aqui que ninguém é contra os direitos trabalhistas. Somostodos a favor dos trabalhadores. A verdade é que esse discurso foi feito no Brasil duranteséculos para defender a escravidão. Todos eram contra a escravidão”, lembrou.

Reforma trabalhista: procuradoralerta para efeitos da flexibilização

Berzoini e especialista defendem novas fontes derevidência e criticam retirada de direitos

etistas criticam reforma e acusam governo de querer beneficiar a previdência privada

à aposentadoria, não podem ser violados pelo Estado.“Para ter acesso à aposentadoria com 65 anos, e de forma integral com 49

anos de contribuição, como determina a proposta de reforma de Temer, o brasileiroteria que começar a trabalhar aos 16 anos, o que contraria convenções internaci-onais assinadas pelo Brasil contra o trabalho de menores. E isso como se fossefácil trabalhar 49 anos sem interrupção”, observou.

Ao comentar a participação dos palestrantes, o líder da Bancada do PT naCâmara, deputado Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP), disse que é preciso combater odiscurso do governo de que o suposto déficit da Previdência só pode ser combatidocom a retirada de direitos.

“Precisamos levantar os principais pontos da proposta e junto com a sociedadecivil esclarecermos a população sobre os retrocessos. Não é possível aceitarmos odiscurso oficial de que a Previdência está quebrada, e que a retirada de direitos é aúnica solução. Sabemos que a reforma é para beneficiar o setor financeiro e prejudicartrabalhadores urbanos e rurais, além de pensionistas, idosos e mulheres”, ressaltou.

atuais, hoje o professor pode se aposentar com 55 anos de idade e 30 anos decontribuição, se homem, e 50 anos de idade e 25 anos de contribuição, se mulher,desde que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções demagistério na educação infantil, ensino fundamental e médio”, afirmou. A refor-ma estabelece a aposentadoria em 65 anos.

Trabalhadores ruraisTrabalhadores ruraisTrabalhadores ruraisTrabalhadores ruraisTrabalhadores rurais – Além de lamentar a tentativa de retirada da aposen-tadoria especial dos professores, o deputado PPPPPedro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC) observou que areforma de Temer também é injusta com os trabalhadores do campo.

“Se tem uma base que tem de se opor à reforma da Previdência, são osagricultores. Temos que manter os 55 anos para a aposentadoria das mulheres e60 anos dos homens na área rural, no campo. São os agricultores familiares queproduzem 70% do alimento do povo brasileiro. Chega de violência, chega dedesigualdade, vamos manter a inclusão produtiva e social e previdenciária dessesetor fundamental para o futuro do País”, conclamou.

ADORIA EM XEQUE

revidência é desonesta, arbitrária, injusta, açodada e desumana”bém contribuir para o regime complementar.

José Robalinho Cavalcanti, da Associação Nacional dos Procuradores daRepública, fez uma crítica à reforma e lembrou que o regime próprio já passoupor três reformas no pós-Constituição (1998, 2001 e 2003). Para Robalinho, adiferença do que acontece hoje é que todas as outras reformas, sempre respei-taram a situação de quem já estava dentro do sistema.

“Essa lógica agora foi quebrada por uma proposta que, com todo respeito,é injusta, injustificada e absolutamente arbitrária. Impõe uma regra que quebraa regra de transição de 2003, baseando-se exclusivamente na idade. Fiz 50anos no ano passado, teoricamente me liberaram a pagar um pedágio. Quemtem 49, um ano a menos que eu, pode até ter mais tempo de serviço público,mas entrará num corte que será obrigado a trabalhar até os 65 anos, paragarantir uma aposentadoria que não se garante mais ser integral”, refutou.

O deputado José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP) classificou a proposta do governoTemer de “perversa e cruel”. “Tudo em que mexe ela faz maldade. Quandoatinge os que estão prestes a se aposentar e impõe um pedágio, quando tratados novos que vão entrar no mercado e impõe 49 anos de contribuição, quandotrata das mulheres, quando trata do benefício assistencial. É maldade do come-ço ao fim, e ainda não querem que os trabalhadores fiquem indignados evenham aqui, no mínimo, protestar. Tem que ir pra rua mesmo, tem que recla-mar e dizer: com isso aqui nós não concordamos”, disse o parlamentar.

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PLENÁRIO

O deputado Chico D’Angelo (PT-RJ)Chico D’Angelo (PT-RJ)Chico D’Angelo (PT-RJ)Chico D’Angelo (PT-RJ)Chico D’Angelo (PT-RJ) discursou sobre os retrocessos no Paísno governo ilegítimo de Michel Temer, notadamente na área da saúde, hojeocupada pelo engenheiro Ricardo Barros. Lembrou que, neste ano em que secomemora o centenário de morte de Oswaldo Cruz, o grande sanitarista, exemplode dedicação ao País, o Brasil volta a enfrentar o problema da febre amarela e temcomo ministro da Saúde o “notável” engenheiro Ricardo Barros.

Chico D’Angelo considerou que parte da população brasileira ainda está anes-tesiada com as barbaridades cometidas por este governo, mas já começa a ter umnovo cenário. Para o deputado, a população começa a acordar e a abrir os olhos,saindo dessa anestesia, porque as vitórias da Constituição de 88 estão sendoatacadas por esse governo ilegítimo. “Aliás, o governo Temer é o mais corrupto emais incompetente de toda a história da República”.

Lembrou o parlamentar que o governo atual, apesar de ter grande apoio noCongresso, não tem apoio popular e conta com uma desaprovação explosiva de62,4%, segundo pesquisa do CNT. “É um governo para o qual cresce progressiva-mente a rejeição popular, apesar do apoio aqui na Câmara e no Senado”.

O plenário da Câmara aprovou na quinta-feira (16)diversos projetos de decreto Legislativo (PDCs) que tra-tam de acordos internacionais. Entre eles, o PDC 301/15, que autoriza o Comitê sobre os Direitos da Criançada Organização das Nações Unidas (ONU) a receberpetições que tratem de violações aos direitos da crian-ça, especialmente no que diz respeito à venda de crian-ças, à prostituição e à pornografia infantil e ainda aoenvolvimento de crianças em conflitos armados.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS), presi-denta da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dasCrianças e do Adolescente e relatora da matéria, elogiou aaprovação. O acordo foi assinado em 2012 ainda no

O deputado Zeca do PT (PT-MS)Zeca do PT (PT-MS)Zeca do PT (PT-MS)Zeca do PT (PT-MS)Zeca do PT (PT-MS) anunciou,em pronunciamento no plenário, que vai solicitar aoMinistério Público que investigue e apure a utilizaçãode venenos não autorizados pela Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa) nas lavouras de soja,particularmente, no Mato Grosso do Sul. “Tem sidoum desastre, no Mato Grosso do Sul, a contaminaçãopor pulverização aérea das lavouras, acabando com asaúde do povo e com os pequenos produtores de bichode seda e mel”, afirmou.

De acordo com o parlamentar, há tempos ele vemdenunciando o uso indiscriminado de agrotóxicos. “Le-vantamos essa discussão em 2015, no seminário pro-posto por nosso mandato em parceria com Câmara dos

O deputado Décio Lima (PT-SC)Décio Lima (PT-SC)Décio Lima (PT-SC)Décio Lima (PT-SC)Décio Lima (PT-SC) manifestou indignação em discurso noplenário com a tragédia econômica do governo ilegítimo de Temer. “Estudo recentedivulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) revelou que 2016, anodo golpe parlamentar, foi o pior ano da história para o comércio varejista brasilei-ro. O setor bateu recordes de fechamento de lojas, de demissões e de queda nasvendas. A fórmula do governo ilegítimo é a formula da crise, da inibição doconsumo, das demissões em massa”, reiterou o parlamentar.

“O ano de 2016 superou os resultados negativos de 2015 tanto na quantidadede lojas desativadas como em vagas fechadas. Em dois anos o comércio encolheuem mais de 200 mil lojas e quase 360 mil empregos diretos. O estudo da CNCavalia que, de dez segmentos do varejo analisados, todos fecharam mais lojas doque abriram no ano passado. Depois dos hipermercados e supermercados, as lojasde artigos de vestuário e calçados foram as que mais sofreram com a crise. Entreaberturas e fechamentos, 108,7 mil lojas formais encerraram as atividades no Paísno ano passado e 182 mil trabalhadores foram demitidos, já descontadas asadmissões do período”, explicou.

Décio Lima: golpe marca piorano do comércio varejista

Chico D’Angelo alerta pararetrocesso na área saúde

Câmara aprova acordosinternacionais e contempla direitos

das crianças; petistas elogiam avanço

governo da presidenta Dilma Rousseff e na gestão deMaria do Rosário como ministra dos Direitos Humanos.

Ainda de acordo com a deputada, “este protocolo

se destina, sobretudo, a proteger as crianças contra aexploração sexual, a pornografia infantil, o envolvi-mento e uso de crianças em conflitos armados. E issoenvolve também as redes do tráfico, que têm explora-do tristemente a infância e juventude brasileiras. Esseprotocolo, como trata de direitos humanos e da prote-ção integral, também passa a ter força constitucionalno País”, afirmou a parlamentar do PT.

Também a deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF) res-saltou a importância do protocolo. “É absolutamentefundamental porque assegura que possamos recorrer ainstâncias internacionais na perspectiva de assegurar osdireitos de crianças e adolescentes”, disse.

Zeca do PT denuncia uso indiscriminado deagrotóxicos e sugere debate sobre o tema

Deputados sobre o tema dos impactos dos agrotóxicosna sociedade. À época, foi proposta uma legislaçãomais rígida contra esse tipo de situação, que acreditoser um crime contra natureza e contra os pequenosprodutores, que são desrespeitados pelos grandes la-tifundiários da soja e da cana de açúcar”, explicou.

Zeca do PT disse que a pulverização aérea irregular

traz não só prejuízos econômicos, mas, também, ame-aça à vida das pessoas. “Em outubro de 2016, o Minis-tério Público Federal (MPF) denunciou um piloto de umavião agrícola que pulverizou uma plantação de soja amenos de 12 metros da aldeia indígena Guyra Kambry,na região de Dourados, colocando em risco a saúdedesta população inteira”, destacou o petista.

Segundo o Ministério Público, acrescentou Zecado PT, “atualmente a legislação federal sobre o tematem como limite apenas 500 metros de distância depovoações, cidades, vilas ou mananciais de água parapulverização aérea de determinada área. Em algunsestados esta exigência mínima é de 10 quilômetrosou de acordo com classificação do veneno”.

AGÊNCIACÂMARA

LUCAS REDONDO

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GOVERNO GOLPISTA

Ao participar na semana passada de audi-ência pública na comissão especial que analisao chamado projeto da Escola sem Partido (PL7180/14) , o deputado Leo de B r i t oLeo de B r i t oLeo de B r i t oLeo de B r i t oLeo de B r i t o(PT-AC)(PT-AC)(PT-AC)(PT-AC)(PT-AC) fez uma ponderação sobre os riscosda proposta que seria uma espécie de “AI 5”educacional.

“Eu vi aqui uma verdadeira satanizaçãoàs pessoas que são de esquerda, que con-gregam de outra opção ideológica. Acho queisso não vai levar nosso País a lugar ne-nhum. Eu sou professor de universidade e jáorientei projetos nos quais a hipótese de-fendida não era de minha concordância, masorientei. Acho que a legislação e a Consti-tuição dão conta dessas situações de des-respeito na escola”, argumentou.

Leo de Brito, professor de Direito da Uni-versidade Federal do Acre, ponderou que édifícil falar de democracia quando se querimpor a sua moral, o seu modelo para todos,numa sociedade plural, consagrada na Cons-tituição. “Da mesma maneira, é difícil falarde ódio com discursos tão inflamados contraaquele que pensa diferente. Estamos vendoviolência de graça, inclusive nas escolas.Nossa Constituição coloca claro o pluralis-mo das ideias”, enfatizou.

O deputado alertou para um projeto tam-bém em pauta que tem o objetivo de crimina-lizar uma suposta doutrinação. “Se a partir domomento que surgir dúvida na lei de que voupoder manifestar opinião sobre temas que nãosão neutros, como vai ser nossa vida, de pro-fessor? Quanto mais criminalizar”.

Para Leo de Brito, estão tentado mexer emalgo extremamente complicado. “Cuidado paranão transformarem esse projeto no AI 5 educa-cional. Além do mais os alunos têm o direitode receber conteúdos e os professores têm obri-gação de passar o conteúdo das diversas linhasde pensamento, socialista, conservador, libe-ral e isso não quer dizer doutrinação”.

Os deputadosAfonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso Florence(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA) e RobinsonRobinsonRobinsonRobinsonRobinsonAlmeida (PT-BA)Almeida (PT-BA)Almeida (PT-BA)Almeida (PT-BA)Almeida (PT-BA)protocolaram na quinta-feira (16), na Comissãode Ética da Presidênciada República, representação contra o ministro da CasaCivil, Eliseu Padilha, que propõe sua exoneração porincompatibilidade com a ética pública. Recentemen-te, em palestra realizada na Caixa Econômica Fede-ral, Padilha admitiu que o governo escolhe seus auxi-liares com base no número de votos que ele pode lhegarantir no Congresso, o que constitui violação aocódigo de ética e conduta da Administração Pública.

Para o deputado Robinson Almeida, a conduta doministro da Casa Civil escancara o modus operandi comque o governo de Michel Temer vem agindo nas nome-ações dos cargos da alta Administração Pública do país.Robinson Almeida enfatiza que “a conduta deste gover-

O deputado Enio Verri (PT-PR)Enio Verri (PT-PR)Enio Verri (PT-PR)Enio Verri (PT-PR)Enio Verri (PT-PR),professor de Economia da UniversidadeEstadual de Maringá, destruiu ponto aponto na quinta-feira (16) os argumen-tos do governo federal e de sua base gol-pista, que insistem em forjar um Brasilonde “tudo é divino, tudo é maravilho-so”. Citando esse trecho de uma música do compositorBelchior, Verri mostrou que não há nada de divino nem demaravilhoso neste País pós-golpe, que está deixando opobre cada vez mais pobre para atender exclusivamenteos interesses do grande capital financeiro.

“Crescem os novos pobres, aumenta, cada vezmais, a miséria no País. Quinhentas mil famílias vol-taram para o Bolsa Família nesses últimos meses.Segundo o próprio Fundo Monetário Internacional(FMI), que esse governo venera e adora, a taxa dedesemprego no Brasil vai aumentar em mais doispontos percentuais, chegando a 14% o desempregono Brasil. O número de empresas que estão pedindorecuperação judicial, as antigas concordatas, aumen-tou como nunca”, pontuou.

Verri provou que, na verdade, as boas notíciasnão existem. São apenas uma tradução deturpada dealguns indicadores, tal qual o da queda da inflação.“Por que é que a inflação cai? Isso é muito simples.Inflação é a alta constante de preços. Se há desem-prego, se há miséria, as pessoas não compram. Se

Leo de Britoalerta para “AI 5

educacional”

Petistas protocolamrepresentação contra Padilha

e pedem sua exoneração

Enio diz que Brasil pós-golpe está à beirado caos com política recessiva de Temer

no privilegia apenas osinteresses privados, po-líticos e econômicos,em detrimento do inte-resse público; um totaldesprezo à moralidadee ao povo brasileiro”.

O deputado Afonso Florence observou que, nocaso revelado pelo ministro da Casa Civil, “asregras éticas foram descumpridas e a Representa-ção pretende formalizar a necessidade de urgên-cia na adoção das providências legais”.

Além da adoção de medidas disciplinares, arepresentação protocolada pelos deputados fede-rais recomenda à Comissão de Ética da Presidên-cia da República a exoneração do ministro EliseuPadilha, já que foi demonstrada a incompatibili-dade de suas ações com a ética e a probidadeadministrativa. O documento também sugere ur-gência nas medidas a serem tomadas.

elas não compram, e a empresa temque pagar a sua fatura, ela vende ba-rato, ela queima. Portanto, a quedada inflação nada mais é do que o au-mento da miséria e da recessão nestePaís”, esclareceu.

Sobre a queda dos juros come-morada pelos golpistas, trata-se de mais um dadopara ludibriar o brasileiro. Verri lembrou que a taxade juros real de hoje é uma das mais altas dahistória do Brasil. E explicou o porquê. “Se a infla-ção cai e a taxa de juros continua alta, esta diferen-ça tem um nome: chama-se juros reais. E os jurosreais são altíssimos. Temer e seu Governo golpistaestão fazendo do Brasil o mesmo que FernandoHenrique fez: um paraíso do capital especulativo”.

A partir dessa constatação, o deputado afirmou serlógico observar que mais dinheiro vai entrar no Brasil.“Com uma taxa real dessas, todo mundo quer botar odinheiro aqui. E isso transforma o Brasil num País aindamais inseguro na sua economia e mais indefeso emrelação às grandes especulações”, completou.

Por fim, Enio Verri disse que o Brasil está à beirade um caos. “E o caos sai do campo da política,porque é ele que determina na economia, na socieda-de, e é isso que nós vemos: a violência nas ruas, asgreves nos estados. Tudo isso tem uma coisa só: umapolítica macroeconômica falida”.

DIVULGAÇÃO

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

ALEXFERREIRA/CD

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ENTREGUISMO GOLPISTA

Líder do PT: liberar vendade terra para estrangeirosbeneficia especuladores eameaça soberania nacional

O líder do PT na Câmara, deputado CarlosCarlosCarlosCarlosCarlosZarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP), reagiu na sexta-feira (17) dura-mente à proposta entreguista do governo usurpa-dor de Michel Temer de liberar a venda de terraspara estrangeiros em vastas extensões que supe-ram em até três vezes a área de municípios comoBelo Horizonte. Segundo ele, a proposta compro-mete a soberania nacional e atende, sobretudo, àganância dos especuladores.

“O que interessa aos empresários do campo éa especulação do valor da terra. Evidentemente,vindo interesses de fora, o preço da terra vai au-mentar e, com isso, a compra e a venda de terrasganham outra dinâmica, com outros valores”, dis-se Zarattini. Assim, o projeto estaria mais ligado“à especulação com venda de terras do que com aprodução”, explicou o líder do PT.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a libera-ção da compra de terras no Brasil para estrangeirosvem sendo discutida dentro da Casa Civil e serátema de um projeto de lei, a ser apresentado naCâmara após o carnaval. Zarattini qualificou a pro-posta como uma aberração, já que “abre a porteiracompletamente e permite qualquer tipo de negócioe entrada de grandes capitais no Brasil”. Segundoele, os estrangeiros poderão usar as terras para pro-duzir alimentos para outros países, “sem nenhumbenefício para o Brasil”, sequer com geração de

empregos, que, quando ocorre, na área rural, é comas pequenas propriedades familiares.

Proibição nos EUAProibição nos EUAProibição nos EUAProibição nos EUAProibição nos EUA – Atualmente, comolembrou o líder, o Brasil tem restrições a estran-geiros para compra de terras, assim como outrospaíses. Ele lembrou que os Estados Unidos – paíssempre lembrado pelos golpistas como exemplopara tudo – têm severas restrições ou mesmo proi-bição à compra de terra por estrangeiros. Na Vir-gínia, por exemplo, permite-se só a posse, não apropriedade, assim mesmo para estrangeiros resi-dente no país há mais de cinco anos. No Missouri,nenhum estrangeiro pode ter terras.

Para Zarattini, o governo Temer parece ter ân-sia para entregar riquezas nacionais a estrangei-ros, como já está fazendo com as imensas jazidasdo pré-sal, que os golpistas estão abrindo a pe-troleiras multinacionais, ao tirarem da Petrobras opapel de operadora única da província petrolíferaque foi descobertas às custas de investimentos ede tecnologia da estatal brasileira.

RestriçõesRestriçõesRestriçõesRestriçõesRestrições – Hoje, a lei brasileira restringea venda de terras a estrangeiros. Até o governo dapresidenta legítima Dilma Rousseff, o tema era con-siderado fora de questão. O texto que vem sendopreparado pelo Palácio do Planalto prevê que o in-vestidor estrangeiro poderá comprar até 100 milhectares de terra (cerca de 1 mil km², ou três vezes

a área de uma cidade como Belo Horizonte) paraprodução, podendo ainda arrendar outros 100 milhectares. Dessa forma, o investidor estrangeiro teria200 mil hectares de terra à disposição, segundo ojornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Beto Faro (PT-PA)Beto Faro (PT-PA)Beto Faro (PT-PA)Beto Faro (PT-PA)Beto Faro (PT-PA) é contrá-rio à proposta que o governo usurpador e a ban-cada ruralista defendem. Ele tem proposta alter-nativa, em nome da Bancada do PT, para regula-mentar a compra de terras no Brasil por pessoasfísicas e jurídicas estrangeiras. Segundo o parla-mentar, o texto do PT preserva o interesse e asoberania nacional. “A nossa proposta resguardao interesse e a soberania nacional ao criar regrasclaras para esse tipo de transação e ainda regu-lamenta os casos de compra de terras que ocor-reram no passado”, declarou.

A proposta da Bancada do PT, segundo Beto Faro,limita a compra de terras em solo brasileiro a 50módulos fiscais para pessoa física e 100 módulospara pessoa jurídica. Nesse último caso, o texto im-põe ainda que para ser considerada empresa nacional– e possa adquirir terras sem restrições – mais de50% das ações deve pertencer a brasileiros.

Sobre a decisão do governo Temer de entregaras terras brasileiras, leia a seguir nota do deputadoPPPPPatrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG), ex-ministro do desen-volvimento Agrário do governo Dilma.

Ansiosos por atender o mais depressa possívelseus patrocinadores, os serviçais dos donos do di-nheiro se articulam e mobilizam para ferir a sobera-nia nacional liberando, de qualquer maneira, a ven-da de terras, das águas e das riquezas minerais paraos estrangeiros.

A sanha dos mercadores de terras, dos vendi-lhões e dos entreguistas é antiga, mas ganhou im-pulso no ano passado, quando golpearam a demo-cracia e se apossaram do governo. Em 2016, ambi-cionaram aprovar na Câmara o projeto 4059, de2012, que propõe acabar com qualquer limite paraque estrangeiros comprem ou arrendem terras noBrasil. Não conseguiram. Agora, cogitam até de edi-tar Medida Provisória, que tem força de lei e vigênciaimediata, para acelerar a entrega de nossas terras ede todas as demais riquezas que elas guardam.

Nota: “Repúdio à ofensiva entreguista”

Mais de 20 movimentos e entidades já assina-ram manifesto denunciando que “a venda das terrasvai beneficiar somente o grande capital nacional einternacional” e não resultará em “nenhum benefí-cio para a agricultura do país, para a produção dealimentos saudáveis, para a preservação dos recur-sos naturais ou para a nossa economia”.

O Brasil rural foi alvo de uma invasão estran-geira entre 1994 e 2010. Hoje, ninguém sabe qualparcela do território brasileiro já está nas mãos do

capital externo, sobretudo do capital financeiro. Masé certo que os estrangeiros empreenderam uma cor-rida às terras da América Latina e da África nosúltimos 10 anos. E, segundo o BIRD, já tomarammais de 65 milhões de hectares nos países do he-misfério sul.

As ameaças dessa invasão ao Brasil são notóri-as e incluem, entre outras, o avanço da agriculturaem áreas de proteção ambiental, o aumento daespeculação imobiliária, o crescimento da vendailegal de terras públicas, a lavagem de dinheiro, oaumento da grilagem de terras, a proliferação de“laranjas” na compra de terras e o aumento dabiopirataria na Amazônia.

Então, resistir à ofensiva entreguista não é sóuma exigência do interesse coletivo e do bem-co-mum. É uma exigência da soberania do Brasil.

ZECA RIBEIRO/CÂMARA