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Aborto.com Uma gravidez indesejada ocorre a mulheres de todas as idades, acontece a mulheres de todas as condições sociais. Actualmente, e na sequência da despenalização do aborto, é possível realizá-lo em Portugal de forma segura, a pedido da mulher. Clínicas de Aborto. Interrupção de Gravidez ou Aborto: Definição: o que é o Aborto. Tipos de Aborto o Aborto Espontâneo o Aborto Induzido o Aborto Ilegal o Complicações do Aborto Métodos de Indução do Aborto o Aborto Químico o Aborto Cirúrgico o Anestesia Local o Anestesia Geral Aconselhamento e Aborto o Procedimentos A consulta prévia Apoio psicológico Serviço social As escolhas a fazer, caso opte pela I.V.G. Aborto em Situações Especificas: Aborto Terapêutico Aborto por Violação O Aborto em Menores A Mulher com Deficiência Mental e o Aborto Aspectos Jurídicos do Aborto: Legislação Portuguesa sobre o Aborto Principais Disposições Legais Despenalização, Legalização e Liberalização do Aborto Legislação Espanhola sobre o Aborto Objecção de Consciência o O direito à Objecção de Consciência o A necessidade de resposta alternativa

Aborto Introduction

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Esse trabalho aborda um tema muito polêmico que se trata do aborto.E nele esplica quais são os tipos de aborto,métodos,formas de evitar o aborto,etc...

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Page 1: Aborto Introduction

A b o r t o . c o mUma gravidez indesejada ocorre a mulheres de todas as idades, acontece a mulheres de todas as condições sociais. Actualmente, e na sequência da despenalização do aborto, é possível realizá-lo em Portugal de forma segura, a pedido da mulher.

Clínicas de Aborto.

Interrupção de Gravidez ou Aborto:

Definição: o que é o Aborto.

Tipos de Abortoo Aborto Espontâneoo Aborto Induzidoo Aborto Ilegalo Complicações do Aborto

Métodos de Indução do Abortoo Aborto Químicoo Aborto Cirúrgico

o Anestesia Localo Anestesia Geral

Aconselhamento e Abortoo Procedimentos

A consulta prévia Apoio psicológico Serviço social As escolhas a fazer, caso opte pela I.V.G.

Aborto em Situações Especificas:

Aborto Terapêutico Aborto por Violação O Aborto em Menores A Mulher com Deficiência Mental e o Aborto

Aspectos Jurídicos do Aborto:

Legislação Portuguesa sobre o Aborto

Principais Disposições Legais

Despenalização, Legalização e Liberalização do Aborto

Legislação Espanhola sobre o Aborto

Objecção de Consciênciao O direito à Objecção de Consciênciao A necessidade de resposta alternativa

Statments:

O.M.S. e o Aborto D.G.S. Católicos pela escolha

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Evitar o Aborto:

Educação para a Sexualidade A Contracepção

Mitos e Ideias Préconcebidas sobre o Aborto:

A Infertilidade e o Aborto A Contracepção de Emergência e o Aborto O DIU e o Aborto

Reflexões:

Argumentos a favor e contra o aborto Saúde Sexual e Reprodutiva: o Aborto e a Pobreza Feminismo e Aborto

O Aborto nos Média:

A Clínica dos Arcos e os Média Artigos sobre o Aborto

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A b o r t o

O aborto é a interrupção de uma gravidez.

É a expulsão de um embrião ou de um feto antes do final do seu desenvolvimento e viabilidade em condições extra-uterinas.O aborto pode ser espontâneo ou induzido. São várias as causas e os motivos que podem levar a que uma gravidez seja interrompida, quer espontaneamente, quer por indução.O aborto pode ser induzido medicamente com o recurso a um agente farmacológico, ou realizado por técnicas cirúrgicas, como a aspiração, dilatação e curetagem.Quando realizado precocemente por médicos experientes e com as condições necessárias, o aborto induzido apresenta elevados índices de segurança

Tipos de Aborto

Aborto Espontâneo Aborto Induzido Aborto Ilegal

Aborto EspontâneoSurge quando a gravidez é interrompida sem que seja por vontade da mulher. Pode acontecer por vários factores biológicos, psicológicos e sociais que contribuem para que esta situação se verifique.

Aborto InduzidoO aborto induzido é um procedimento usado para interromper uma gravidez.Pode acontecer quando existem malformações congénitas, quando a gravidez resulta de um crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, quando a gravidez coloca em perigo a vida e a saúde física e/ou psíquica da mulher ou simplesmente por opção da mulher.É legal quando a interrupção da gravidez é

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realizada de acordo com a legislação em vigor (ver legislação).Quando feito precocemente por médicos experientes e em condições adequadas apresenta um elevadíssimo nível de segurança. 

Aborto IlegalO aborto ilegal é a interrupção duma gravidez quando os motivos apresentados não se encontram enquadrados na legislação em vigor ou quando é feito em locais que não estão oficialmente reconhecidos para o efeito.O aborto ilegal e inseguro constitui uma importante causa de mortalidade e de morbilidade maternas. O aborto clandestino é um problema de saúde pública.

Complicacões do aborto.Embora o aborto, realizado adequadamente, não implique risco para a saúde até às 10 semanas, o perigo aumenta progressivamente para além desse tempo. Quanto mais cedo for realizado, menores são os riscos existentes.Entre as complicações do aborto destacam-se as hemorragias, as infecções e evacuações incompletas, e, no caso de aborto cirúrgico, as lacerações cervicais e perfurações uterinas. Estas complicações, muito raras no aborto precoce, surgem com maior frequência no aborto mais tardio.Se nos dias seguintes à intervenção a mulher tiver febre, com temperatura superior a 38ºC, perdas importantes de sangue, fortes dores abdominais ou mal-estar geral acentuado,deve contactar rapidamente o estabelecimento de saúde onde decorreu a intervenção.

Todos os estabelecimentos que prestam este serviço têm de estar equipados de forma a reconhecer as complicações do aborto, com

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pessoal treinado quer para lidar com elas, quer para referenciar adequadamente as mulheres para cuidados imediatos.Não há evidência de que um aborto sem complicações tenha implicações na fertilidade da mulher, provoque resultados adversos em gravidezes subsequentes ou afecte a sua saúde mental. 

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E v i t a r o a b o r t o

“A sexualidade é uma energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; integra-se no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é

ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, influencia também a nossa saúde física e

mental”. Organização Mundial de Saúde

A CONTRACEPÇÃO: Os contraceptivos são métodos existentes, que ao serem utilizados evitam uma gravidez. Existem vários métodos contraceptivos, mas não há nenhum que seja bom para todas as mulheres ou homens, de todas as idades e em todas as situações. Cada mulher e cada homem deve decidir, juntamente com o seu medico, qual o método contraceptivo mais adequado ao seu caso, à sua idade e ao seu estado de saúde, nas diferentes fases da sua vida fértil. É necessário saber que, qualquer que seja o método escolhido, só resultará se for utilizado correctamente.

Métodos Contraceptivos: 

Métodos Reversíveis :

Pílula Preservativo Implante Injectável Adesivo Contraceptivo Anel Vaginal Diafragma Espermicidas D.I.U. Contracepção de Emergência

Métodos Irreversíveis:

Laqueação de trompas Vasectomia

Métodos Contraceptivos Reversíveis:PílulaÉ o método contraceptivo mais eficaz para prevenir uma gravidez dentro dos métodos reversíveis. Um método diz-se reversível quando a mulher recupera a fertilidade ao deixar de o usar. A pílula actua através da inibição da ovulação e, por isso, uma pessoa que a utilize não tem período fértil. A sua eficácia é de menos de 0.5 gravidezes por cada 100 mulheres que a utilizam anualmente. O uso correcto da pílula é a garantia desta eficácia. Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

PreservativoÉ um método contraceptivo muito eficaz se for usado de forma correcta e regular. É constituído por látex, material bastante resistente e flexível. É fácil

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de adquirir, fácil de utilizar, não é necessário receita médica, não apresenta efeitos secundários, e previne com eficácia não só uma gravidez, mas também as infecções que se transmitem por via sexual (IST). Actua como uma barreira física que impede o contacto com os fluidos sexuais. Para que a sua eficácia seja garantida, deve ser utilizado de acordo com as instruções que o acompanham. Existem também preservativos constituídos por poliuretano, material aconselhado para quem faz alergia ao látex. 

Existem preservativos masculinos e femininos. 

É o único método que previne o contágio das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s)

ImplanteO implante contraceptivo é um bastonete que contem progesterona, que é inserido debaixo da pele do braço. Deve ser colocado por um técnico de saúde habilitado para o fazer. É dada uma anestesia local na zona do braço para a inserção. É rápido e quase indolor. 

Actua inibindo a ovulação e aumenta a viscosidade do muco cervical dificultando a permeabilidade dos espermatozóides. Tem uma eficácia contraceptiva muito elevada e uma duração de três anos, ainda que possa ser retirado no momento em que a mulher o decida. 

É importante que a mulher saiba que quando utiliza este método as “menstruações” podem sofrer alterações, tornando-se (regra geral) mais escassas ou mesmo deixar de as ter (amenorreia).

O implante deve ser colocado até ao 5º dia do ciclo menstrual e é eficaz a partir das 8 horas após a sua inserção. 

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

InjectávelA injecção é um método contraceptivo sob a forma de injecção e é constituído por uma única hormona: o progestagénio. Tal como a pílula progestagénica, inibe a ovulação e causa o espessamento do muco cervical, o que dificulta a mobilidade dos espermatozóides. É uma injecção intramuscular que deve ser dada na nádega ou no braço, de 12 em 12 semanas. Contrariamente aos outros métodos, não é possível interromper a sua actuação depois de administrado, mas tem a vantagem de não ser de toma diária, semanal ou mensal o que evita os esquecimentos no seu uso. A sua eficácia é de 12 semanas, findas as quais, deve ser administrada nova injecção caso queira manter o efeito contraceptivo. 

O injectável é um método contraceptivo muito eficaz e se for aplicado num dos três primeiros dias da menstruação a mulher fica desde logo protegida duma gravidez. Este método não protege das infecções que se transmitem por via sexual. 

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

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Adesivo ContraceptivoÉ um método contraceptivo em forma de adesivo: fino, confortável e fácil de aplicar. Este adesivo liberta uma dose diária de hormonas -estrogénio e progestagénio – para a corrente sanguínea, que inibem a ovulação, ficando assim a mulher protegida duma gravidez. 

É colocado um adesivo por semana, durante três semanas consecutivas, seguidas de uma semana de intervalo. O 1º adesivo é aplicado no 1º dia da menstruação, retirado sete dias depois e substituído por outro (o 2º adesivo) que permanecerá durante sete dias, altura em que se coloca o 3º adesivo. Segue-se uma semana sem que esteja colocado o adesivo e durante a qual pode aparecer a hemorragia de privação. Após um período de sete dias de pausa, um novo adesivo deve ser colocado, iniciando um novo ciclo.

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

Anel VaginalÉ um contraceptivo em forma de anel, flexível, que é introduzido na vagina. Tem uma forma de actuar semelhante à da pílula, e contém dois componentes activos (um progestagénio e um estrogénio), que inibem a ovulação, pelo que se chama anovulatório.

É um método contraceptivo cómodo e de fácil colocação, e a sua eficácia é de quatro semanas: três de colocação e uma semana em que é retirado. É eficaz desde o 1º dia (quando colocado no 1º dia da menstruação) e deve ser retirado ao final de três semanas. Faz-se uma semana de pausa, na qual aparece a hemorragia de privação (semelhante à menstruação). Ao 7º dia a mulher deve colocar um novo anel, iniciando assim um novo ciclo. 

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

DiafragmaÉ constituído por uma capa de borracha flexível que se introduz na vagina de modo a que o colo do útero fique tapado, isto é, actua como uma barreira física que impede a entrada de espermatozóides no útero. Deve ser utilizado juntamente com um espermicida, para aumentar a sua eficácia. Pode ser colocado em qualquer altura, antes do coito, e deve permanecer colocado nas 6 a 8 horas seguintes. Se forem vários os coitos, é preciso introduzir mais espermicida antes de cada um, e contar as oito horas a partir do último. A grande vantagem do diafragma é que carece de efeitos secundários. Para a aquisição deste método contraceptivo, a mulher deve fazer uma consulta de planeamento familiar ou ginecologia, para que saiba quais são as dimensões do diafragma adequadas para a sua constituição física, para aprender como o colocar de forma correcta e como fazer a sua manutenção. 

Este método não protege das infecções sexualmente transmissíveis (IST). 

Actualmente não é comercializado em Portugal.

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

Espermicidas 

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São substâncias químicas que imobilizam e destroem os espermatozóides. Existem diferentes tipos de espermicidas: gel, creme, comprimidos ou cones. Não devem ser utilizados como único método contraceptivo, mas sim como complementares a outros métodos (como por exemplo, o preservativo ou o diafragma) porque a sua eficácia é reduzida. Não protegem das infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

D.I.U O Dispositivo Intra-Uterino (D.I.U.) é um pequeno objecto de plástico que é colocado no útero de forma a desencadear uma resposta inflamatória que faz com que os espermatozóides/óvulo sejam destruídos. É deste modo que exerce a sua função contraceptiva. Também actua impedindo que a nidação (implantação do ovo no útero) ocorra.Existem vários tipos de D.I.U.: de plástico simples, com filamentos de cobre ou prata. Para além destes, existe um Sistema Intra-Uterino (S.I.U.) que actua de forma semelhante, mas que liberta hormonas que vão espessar o muco cervical e impedir a libertação do óvulo (ou seja, têm uma acção anovulatória).A colocação do D.I.U deve ser efectuada por um técnico de saúde experiente e pode ser colocado durante a primeira metade do ciclo menstrual, desde que seja assegurado que a mulher não está grávida.O D.I.U. pode ser utilizado como Método de Contracepção de Emergência, se tivermos em consideração a sua actuação anti-nidatória. Para tal, deve ser colocado num limite de 5 dias após a relação sexual de risco. 

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

Contracepção de EmergênciaA contracepção de emergência é um método contraceptivo a que se pode recorrer depois de uma relação sexual em que não foi utilizada contracepção ou quando existe falha no método contraceptivo utilizado regularmente.

Existem duas formas de contracepção de emergência: a Pílula de Contracepção de Emergência e o Dispositivo Intra-Uterino de cobre (D.I.U.) A contracepção de emergência deve ser tomada até às 120 horas após a relação sexual de risco. Quanto mais cedo for tomada, maior é o seu grau de eficácia. Sempre que possível deve ser tomada nas primeiras 12 horas após a relação sexual.

A contracepção de emergência é para se utilizar em situações de excepção. 

Não deve ser utilizada regularmente e em nenhum caso deve substituir os meios habituais de contracepção.

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

Métodos Contraceptivos Irreversíveis:Laqueação de TrompasÉ considerado um método de contracepção definitivo e consiste na interrupção das trompas de Falópio, através de um corte ou da colocação de um anel que

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bloqueia a passagem dos espermatozóides.É uma operação é simples, pode ser realizada em sistema ambulatório e a mulher pode regressar a casa poucas horas depois do procedimento. Pode também ser realizada após um parto ou cesariana. Não infere com o ciclo menstrual, pelo que a mulher continua a menstruar. 

Não interfere no relacionamento sexual.

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

VasectomiaTal como a laqueação de trompas, a vasectomia é considerada um método de contracepção definitivo. Consiste em cortar ou bloquear o canal que leva os espermatozóides dos testículos (onde se formam) para o pénis. É uma intervenção cirúrgica muito simples e sem efeitos secundários. Não afecta a qualidade das relações sexuais, ou seja, não interfere com a reacção sexual. O homem continua a ter capacidade de erecção, de ejaculação e de obter e dar prazer.É importante saber que após a intervenção, o método não é imediatamente eficaz, pois os canais espermáticos ainda contém espermatozóides que continuaram presentes no sémen aquando da ejaculação. Devem efectuar-se colheitas espermáticas depois da vasectomia e considera-la eficaz depois de 2 amostras sem espermatozóides. Antes desta confirmação o homem deve proteger-se adicionalmente.

Não protege das infecções sexualmente transmissíveis (I.S.T.’s).

E d u c a ç ã o p a r a a s e x u a l i d a d eEducar para a sexualidade é, hoje em dia, fundamental na promoção da saúde e do

desenvolvimento pessoal e social dos homens e das mulheres.

Problemas como a gravidez não desejada, infecções por VIH e outras infecções

sexualmente transmissíveis, assumem uma dimensão relevante em todo o mundo. É

evidente a necessidade de uma educação para a sexualidade responsável e

responsabilizante. O direito à saúde sexual e reprodutiva apresenta carências e levantam-se

ainda obstáculos difíceis de serem explicados e superados.

É importante trabalhar questões como a acepção integral da pessoa, a eminente dignidade

da vida humana, o respeito pela autodeterminação e pelas opções do outro, as diferentes

abordagens da afectividade e da vivência sexual, a fronteira com a saúde pública e a

concorrência mais vasta com outros direitos e deveres, os problemas da natalidade, da

maternidade e paternidade, da conjugalidade, ou as noções variadas da família, de

liberdade individual e mesmo de comportamentos de risco.

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É fundamental transmitir conhecimentos e informações precisas sobre o desenvolvimento e

funcionamento do corpo, a sexualidade e os afectos. A passagem da informação deve ser

clara, precisa e consistente tendo em conta os valores, as expectativas, as aspirações e as

necessidades de cada pessoa e de cada cultura.

Rapazes e raparigas, homens e mulheres de todo o mundo, têm direito à informação e

educação sobre a sexualidade, e a serviços e apoios em matéria de Saúde Sexual e

Reprodutiva, incluindo o conhecimento e acesso dos diversos métodos contraceptivos, tal

como foi assumido e reiterado nas várias conferências e cimeiras das Nações Unidas. 

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M é t o d o s

Métodos de Indução do Aborto:

Aborto Químico Aborto Cirúrgico

Anestesias:

Anestesia Local Anestesia Geral

Procedimentos a ter em conta antes:

A consulta prévia Na consulta prévia Apoio psicológico Apoio por assistente social As escolhas a fazer Outras consultas necessárias

Métodos de Indução do Aborto:Aborto QuímicoA gravidez pode ser interrompida medicamente, usando uma combinação do antiprogestativo mifepristone (RU 486) com uma prostaglandina, como o misoprostol. A RU 486 (Mifepristone) é reconhecida como substância abortiva. Actua bloqueando o desenvolvimento fetal, pelo que em alguns casos requer uma intervenção cirúrgica para finalizar o processo de expulsão . Após um aborto quimico, a mulher pode ter uma hemorragia mais intensa do que a hemorragia causada por um aborto cirúrgico. Trata-se de uma hemorragia semelhante a uma menstruação. As dores também são mais frequentes e pode ocorrer alguma febre e diarreia. Se este método falhar, o aborto terá de ser completado cirurgicamente.O recurso à RU486 encontra-se restrito ao uso hospitalar e clínicas especializadas devidamente credenciadas para o efeito.Não se deve confundir com a pílula de Contracepção de Emergencia nem com o Misopostol (no mercado, comercializado com o nome de Cytotec).

Aborto CirúrgicoO método consiste na remoção do conteúdo uterino por aspiração e curetagem. A intervenção pode ser realizada sob método anestésico que melhor se adapte à situação (anestesia local ou geral), de acordo com a informação médica.

Uma breve hospitalização é suficiente numa situação de interrupção da gravidez, mesmo se praticada sob anestesia geral. A intervenção decorre no

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bloco operatório e dura apenas alguns minutos.

Anestesias:Anestesia Local Tem menos implicações cardíacas e respiratórias do que a anestesia geral. Existe algum desconforto/dor durante a intervenção. A partir das 12 semanas de gravidez não é utilizada.

Anestesia Geral Óptimas condições operatórias. Não existe desconforto, nem dor. Acarreta mais cuidados no pré e pós-operatório. Mais dispendioso. Utilizada sempre a partir das 12 semanas de gravidez. 

Procedimentos: A consulta préviaÉ uma consulta obrigatória, anterior à realização da interrupção da gravidez. Para a marcação da consulta prévia, a mulher dirige-se a um serviço de saúde ou a um médico da sua escolha. Se este médico for objector de consciência, deve informar a mulher e indicar-lhe, de imediato, outros técnicos/serviços a que pode recorrer.

Tendo em conta que os riscos de uma interrupção da gravidez são tanto menores quanto menor for o tempo de gestação, o período entre a marcação e a consulta não deve ser superior a 5 dias.

É obrigatório para todas as mulheres um período de reflexão de 3 dias, entre a consulta prévia e a data da interrupção da gravidez.

Durante o período de reflexão a mulher pode solicitar o apoio de psicólogo ou de assistente social. A mulher afirma a sua intenção de interromper a gravidez. Tem direito a tomar decisões, livre de pressões exercidas por terceiros; poderá estar sozinha ou escolher alguém para a acompanhar.São-lhe colocadas algumas perguntas sobre a sua história clínica, como a data da última menstruação, doenças anteriores, etc. É determinado o tempo de gestação e confirmado, por ecografia, que se trata de uma gravidez no útero e em evolução. Poderão ser pedidas análises. É informada sobre os diferentes métodos de interrupção da gravidez – cirúrgica e medicamentosa; nalguns casos poderá escolher o método que pretende, desde que clinicamente adequado à sua situação. Dão-lhe informações sobre o decorrer do processo, o que vai acontecer e como, e o que esperar; são explicadas as situações em que deve recorrer ao serviço em que fez a interrupção da gravidez. É esclarecida sobre os métodos contraceptivos e poderá optar por um, adaptado à sua situação, e que será iniciado imediatamente após a interrupção (ver “Os métodos contraceptivos”.

No final da consulta prévia será marcada uma nova consulta onde eventualmente será realizada a interrupção da gravidez.

Ser-lhe-á entregue o impresso do Consentimento Livre e Esclarecido. O consentimento Livre e Esclarecido deverá ser lido, assinado e entregue ao médico até ao dia em que tiver lugar a interrupção da gravidez. Nos casos das mulheres menores de 16 anos e das mulheres psiquicamente incapazes o Consentimento Livre e Esclarecido terá de ser assinado pelo pai, mãe ou pelo

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representante legal.

Apoio psicológicoDisponível para as mulheres que o solicitem para a tomada de decisão ou que queiram falar com um técnico sobre a sua escolha. Este momento de escuta e de diálogo pode ser importante para a ajudar a tomar a decisão de forma livre e consciente.

Serviço SocialTem disponível uma rede de apoios de que as mulheres poderão dispor e requerer, de acordo com a sua decisão de interromper ou não a gravidez.

As escolhas a fazer, caso opte pela I.V.G.A mulher optar por interromper a gravidez num estabelecimento hospitalar público ou privado: a interrupção poderá ser medicamentosa ou cirúrgica, de acordo com a situação clínica e os recursos disponíveis na instituição.Se a mulher optar por interromper a gravidez sem hospitalização, em ambulatório: a interrupção da gravidez será medicamentosa.

Outras consultas necessáriasSe o método escolhido implicar anestesia, ainda que apenas local, poderá ser necessário uma consulta por anestesista, antes da intervenção.

A mulher deve fazer uma revisão ginecológica 15 dias após a intervenção e deverá ser informada acerca dos vários métodos contraceptivos existentes de forma a decidir qual o mais adequado ao seu caso, à sua relação, estado de saúde e idade.

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R e fl e x õ e s e a b o r t o

Reflexões:

Argumentos a favor e contra o aborto O Aborto e a Pobreza Controlo Populacional e Aborto Feminismo e Aborto Saúde Reprodutiva e Aborto

Argumentos a favor o aborto

A mulher tem o direito de tomar decisões num assunto que diz respeito à sua vida como o é da maternidade.

A maternidade não desejada é fonte de problemas futuros para a mulher, para o casal, para as famílias e, sobretudo, para as crianças delas nascidas.

É uma decisão que afecta não só a vida da mulher, mas a vida do casal envolvido e, caso exista, o contexto familiar.

Podem ocorrer problemas na futura vinculação afectiva entre a mãe e a criança nascida quando a gravidez é vivida em sofrimento.

A IVG quando considerada crime promove a perseguição às mulheres que abortam. Embora não haja mulheres na prisão, há mulheres com pena suspensa. Dezenas de mulheres são

perseguidas, sujeitas a exames médicos humilhantes e expostas à opinião pública. O aborto clandestino é um problema de saúde pública. O acesso ao aborto legal permite reduzir progressivamente o recurso ao aborto. A defesa ao acesso ao aborto legal está associada à prevenção das gravidezes não desejadas. Nenhum sistema de saúde entrou em colapso depois da despenalização da IVG. Proibir não elimina o recurso ao aborto. Quando as mulheres sentem que ele é necessário fazem-

no, mesmo que não seja em segurança. Um aborto mal feito pode ter consequências graves para a saúde da mulher. Definir um feto (um embrião ou mesmo um ovo) como uma "pessoa", com direitos iguais ou

mesmo superiores aos de uma mulher - uma pessoa que pensa, sente e tem consciência - é um absurdo.

A proibição do aborto é discriminatória em relação às mulheres de baixo nível sócio-económico, que são levadas ao aborto auto-induzido ou clandestino. As mais diferenciadas economicamente podem sempre viajar para obter um aborto seguro.

O primeiro direito da criança é ser desejada. A possibilidade de escolha é boa para as famílias. Uma gravidez indesejada pode aumentar tensões, romper a estabilidade e empurrar as pessoas

para baixo do limiar de pobreza.

Argumentos contra o aborto

Hoje em dia só engravida quem é mesmo irresponsável. Promovendo o Planeamento Familiar não é preciso despenalizar o aborto.

Fazer um aborto é um atentado contra a vida humana. Nenhuma mulher foi parar à prisão por ter recorrido ao aborto. Um feto é uma "pessoa", semelhante a nós, com iguais direitos. O aborto legal deixa as mulheres à mercê de todo o tipo de pressões. O aborto legal vai congestionar os serviços de saúde. A despenalização do aborto vai provocar o aumento do número de abortos. O aborto é um pecado. É mau e imoral.

Saude Sexual e Reprodutiva: O Aborto e a PobrezaO aborto inseguro continua a ser um fenómeno preocupante em todo o mundo.

Só em 2006, cerca de 20 milhões de mulheres enfrentaram as consequências de um aborto realizado sem

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condições de segurança. Destas, mais de 90% pertencem ou pertenciam aos países mais pobres do mundo. O aborto inseguro é uma das maiores causas de mortalidade materna, é um problema de saúde pública, uma tragédia que pode ser evitada.

O aborto realizado em condições inadequadas constitui, ao mesmo tempo, uma causa e uma consequência da pobreza. É um dos factores que mais contribui para o elevado índice de mortalidade e de danos no que se refere à saúde física e psíquica da mulher, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento.

A dificuldade das mulheres mais jovens em exigirem os seus direitos ao nível da saúde sexual e reprodutiva, leva a que tenham, muitas vezes, de ter de optar entre arriscar as suas vidas e a sua saúde com um aborto inseguro ou serem excluídas socialmente e abandonadas.

O impacto do aborto inseguro coloca em evidência as desigualdades sociais e de saúde pública entre países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento. Não há dúvida de que o aborto inseguro atinge essencialmente as mulheres mais pobres. É nos países em vias de desenvolvimento que a taxa de mortalidade é maior.

Esta é a nossa realidade! Muitas mulheres não têm controlo sobre a sua vida sexual, não têm acesso ou não lhes é permitido o acesso aos serviços de planeamento familiar, tendo isto como consequência, a gravidez não desejada.

A desigualdade de género, a cultura, a religião e a pobreza são factores que limitam as oportunidades das mulheres decidirem sobre a sua vida sexual e reprodutiva. 

Controlo Populacional e Aborto

O Feminismo e o AbortoO Aborto desperta posições opostas, dependendo dos aspectos que sustentam a opinião de cada um, de cariz político, moral, pessoal, etc. Sempre houve a ideia de que existe um instino maternal inato, e as mulheres sempre foram educadas com o objectivo de se tornarem mães e esposas, dedicadas ao lar. Contudo, com a emancipação houve profundas mudanças do estatuto da mulher, conquistando esta um lugar visível e dinâmico na sociedade outrora liderada por homens. 

Assim, surge uma nova concepção social da mulher, onde a gravidez deixa de ser encarada como instância máxima de realização pessoal.

A gravidez deixa de ser sinónimo de maternidade, passando a ser cada vez mais uma opção.

A mulher actual, adquire uma liberdade social e sexual que até então não existia. Com um papel mais activo, a “nova mulher” começa por reinvidicar os seus direitos. A nível internacional, assitimos ao surgimento de vários movimentos feministas, organizados em prol do exercício dos seus direitos. Frases como “o nosso corpo nos pertence” são proclamadas na luta travada na década de 60/70 pela igualdade, dignidade e liberdade da mulher. O corpo feminino desapropriado, sem voz, forçado a um só destino, ausente de direitos e de escolhas, é substituído por um activo, revolucionário e determinado a conquistar o direito de dispôr sobre si próprio, da sua sexualidade e da decisão ou não pela maternidade. 

Desta luta nem sempre pacífica, sobre a condição feminina, os seus direitos e liberdades, o tema do aborto sempre fez parte. O facto do aborto ainda em muitos países ser considerado crime, ser ilegal e clandestino, não existindo a opção consciente e segura para a mulher grávida, fez e faz com que muitas mulheres ainda morram por falta de segurança e condições sanitárias, quando por motivos pessoais recorrem a esta prática. 

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M i t o s e i d e i a s p r é - c o n c e b i d a s s o b r e a b o r t o

A infertilidade e o aborto:O aborto quando realizado em condições adequadas e por profissionais capacitados é um procedimento extremamente seguro. Até à data, não existem evidências de que um aborto sem complicações tenha implicações na fertilidade futura ou que provoque resultados adversos em gravidezes subsequentes. 

A contracepção de emergência e o aborto:A contracepção de emergência é um método contraceptivo a que se pode recorrer depois de uma relação sexual em que não foi utilizada contracepção ou quando existe falha no método contraceptivo utilizado regularmente. Esta pílula actua de várias formas para prevenir uma gravidez, consoante a altura do ciclo menstrual em que é tomada. Isto é, pode impedir ou atrasar a ovulação; pode impedir a fertilização (o encontro do óvulo com o espermatozóide), espessando o muco cervical e dificultando a mobilidade dos espermatozóides; ou ainda, impedir a implantação do ovo na parede do útero (nidação). Esta pílula actua sempre antes de ocorrer uma gravidez, uma vez que esta, segundo a Organização Mundial de Saúde, só é considerada a partir do momento em que ocorre a nidação. Por isso, não é uma pílula abortiva. 

DIU e o aborto:Este é um assunto que tem vindo a ser muito discutido nos últimos anos.

O DIU é um pequeno dispositivo que se coloca no útero de forma a evitar uma gravidez. A sua presença desencadeia uma resposta inflamatória que faz com que os espermatozóides e/ou óvulos sejam destruídos pelos glóbulos brancos. Por outro lado, este dispositivo actua também ao nível do endométrio impedindo que a implantação do ovo no útero (nidação) ocorra.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde uma gravidez só começa a partir deste momento. Assim sendo, o DIU não pode ser considerado um método contraceptivo abortivo. .

BIBLIOGRAFIA: http://www.aborto.com/