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odos os caminhos de Manhattan Aqui no Dante: Trabalho Voluntário, Teatro e mais A vida e a obra de Oscar Niemeyer Ensaio Fotográfico: Cenas do cotidiano T Abril 2009 - Ano II - nº 02

Abril 2009 - Ano II - nº 02 · esse trabalho contaram com a ajuda da professora Angela Angoretto, do Departamento de Italiano, que orientou a turma na tradução de um texto em italiano

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odos os caminhos de Manhattan

Aqui no Dante:

Trabalho Voluntário,

Teatro e mais

A vida e a obra de

Oscar Niemeyer

Ensaio Fotográfico:

Cenas do cotidiano

T

Abril 2009 - Ano II - nº 02

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Foco / Abril 2009

Parabéns à equipe de redação pela excelente revista Foco! As matérias são ótimas, muito criativas e atuais. Adorei a coluna "Inside Dante"! Desejo à revista cada vez mais sucesso!

Profª. Maria Angela Comegna

Excelente a revista Foco! Matérias interessantes, explorando temas da atualidade e ricas em curiosidades. Parabéns aos alunos pelo esforço e para o Colégio pelo incentivo.

Eliane Franckevicius Antunes

PARABÉNS pela qualidade da revista, pela diversificação das matérias e pelo excelente tratamento jornalístico dado à matéria sobre o Japão.

Denise Poiani Delboni

Parabéns pelo belíssimo exemplar! Acho que não tenho que criticar absolutamente nada! Só elogiar.... Está muito bem escrita, com matérias interessantes, abrangendo assuntos diversos e com uma leitura muito agradável. Parabéns a todos vocês que participaram na elaboração e confecção da revista. Espero ver a próxima edição tão sublime quanto a primeira. Um carinhoso beijo,

Ana Cristina Lazzati

Quem somos

Alunos jornalistas: Beatriz Genestreti, Caio Tabarin Stancati, Cristiana Rohrs Lembo, Giovanna Vacani, Jacqueline Meei Jy Chen, Juliana Tranjan Tafner, Lucas Cassoli Cortez, Lucas Gallo Otto, Pedro de Alcantara Graça. Colaboração: Taís Sofia Cunha de Barros Penteado

Jornalista responsável: Marcella Chartier - MTb: 50.858

Professora responsável: Renata Guimarães Pastore

Revisão final: Profª. Miriam Stuart e Luiz Eduardo Vicentin

Uma realização dos Departamentos de Língua Portuguesa, Tecnologia Educacional, Comunicação e Eventos e Editoração do Colégio Dante Alighieri

Envie suas críticas e sugestões para nossa redação por meio do e-mail:

[email protected]

Foto da capa: Lucas Otto

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Foco / Abril 2009

Editorial 4

Making off 5

Aqui no DANTE 6

Mais que um sonho: uma realidade

O aprendizado em cena

Uma verdadeira coleta de problemas

Siamo tutti italiani!

A Ordem do Sino

Abaixo-assinado pelo meio ambiente

Off DANTE 10 Um professor rockstar

Ensaio Fotográfico 11

Olhares do cotidiano

Capa 15

Todos os caminhos de Manhattan

Perfil 18 Entre alunos e acampantes

Inside Dante 19

Quando eu crescer...

Ensaio 20 Oscar Niemeyer, o mestre da arquitetura

Guia Foco 21

Um sonhador

Pesadelo para todas as idades

Me chame de Sam

“Em terapia”: uma reflexão sobre a vida

Crônica 23 Os invisíveis

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Foco / Abril 2009

á estamos na edição nº 2 da revista Foco. Com ela surgem novas metas, novos aprendizados e novos desafios. Aliás, novos

desafios sempre vêm a nós, independentemente do momento de nossas vidas. E é sempre bom estarmos em uma constante luta contra os obstáculos que aparecem em nossos caminhos, pois são eles que nos fazem mais fortes a cada dia que passa. É bem provável que o leitor esteja pensando no quão clichê este editorial está até agora. Sem dúvida, são ideias bem comuns. Mas elas representam bem o que foram quatro meses de trabalho da nossa redação para fazer esta nova edição.

A começar por uma experiência inusitada para todos os membros da Oficina de Jornalismo: a observação que foi além das aparências. Um simples exercício tornou-se uma lição de vida. Ele era simples. Escolher algum objeto do Colégio, sentar-se perto dele, observá-lo e redigir um texto que o tomasse como tema. À primeira vista parecia fácil, porém, o objetivo do exercício era uma descrição mais profunda, não se limitando a características físicas. Foi um pouco difícil no começo, mas, com o passar do tempo, mais ideias vinham à cabeça e, assim, o espaço no papel ficava pequeno para tanto texto. Os resultados podem ser conferidos no nosso blog (http://revista.foco.blogdante.com.br).

Durante as reuniões, também conhecemos um dos gêneros jornalísticos mais

apaixonantes: o jornalismo literário. O primeiro contato se deu por conta da leitura de um texto sobre Nova York escrito pelo norte-americano Gay Talese. Ele descrevia a cidade em mínimos detalhes, que, na maioria das vezes, nunca vêm à cabeça do leitor quando se fala em Nova York. Eu me interessei tanto pelo assunto que me aprofundei mais nesse universo, lendo livros como “À Sangue Frio”, de Truman Capote, e “Hiroshima”, de John Hersey. E vocês podem conferir o jornalismo literário da Foco no perfil de Nova York na página 15.

Outra grande experiência da nossa equipe foi a cobertura da Feira do Livro, que durou uma semana, e a da Feira de Ciências, que durou um dia. Essas situações nos aproximaram ainda mais do verdadeiro ritmo que o jornalista enfrenta: a correria de ter matérias elaboradas até determinado prazo (nos dois casos, bem menor do que o que precisamos cumprir para a revista Foco), a dinâmica que se exige na busca de fontes para as reportagens, e uma disposição enorme para poder conciliar todas as tarefas. Depois de tudo isso, estávamos cansados, porém satisfeitos.

Essa satisfação é, com certeza, um dos maiores prêmios da carreira jornalística. Aliás, em qualquer carreira é bom ver quando todo o nosso esforço é recompensado com nossa própria satisfação e, claro, com elogios, que também são importantes e que não faltaram em relação ao trabalho feito nas duas referidas feiras.

Boa leitura!

C

1º Prêmio para integrante da revista

Foco

A equipe de redação da revista Foco pode se orgulhar: uma das suas integrantes, Cristiana Rohrs Lembo, foi a vencedora de um concurso literário realizado por um dos principais clubes paulistas. O Clube Athletico Paulistano, em São Paulo, realiza anualmente o “Concurso Literário Paulistano”, dirigido a adultos, e o “Concurso Jovens Talentos do Paulistano”, destinado a crianças e jovens a partir dos 10 anos. Nos dois concursos, os escritores e sócios do clube se inscrevem e enviam uma crônica, um poema ou um conto para a comissão julgadora avaliar e premiar os melhores. Fizeram parte da comissão julgadora de 2008 o romancista Levi Bucalem Ferrari, o contista e poeta Caio Porfírio Carneiro e o poeta Izacyl Ferreira Guimarães. Em uma cerimônia realizada na Biblioteca Social do Paulistano no dia 15 de setembro, com a presença da diretoria do clube e da comissão julgadora, tivemos a honra de ter uma das integrantes da revista Foco, Cristiana Rohrs Lembo, como a grande premiada da noite na categoria juvenil com a crônica “Os Invisíveis”, que pode ser conferida na página 23 desta edição. “Eu adoro escrever e gosto ainda mais quando os meus textos são reconhecidos!”, conta, animada, Cristiana, aluna da 2ª série do Ensino Médio. Aqui está a homenagem da revista Foco à nossa escritora. Esperamos que venham mais prêmios como esse para os integrantes desta redação.

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Foco / Abril 2009

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Fotos: Acervo Dante / * Autógrafo: Walcyr Carrasco

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Foco / Abril 2009

Mais que um sonho: uma realidade

ais de 500 voluntários proporcionaram um dia de sonho a cerca de mil crianças

carentes. Elas puderam rir, chorar e se divertir no parque temático Hopi Hari, no interior de São Paulo. Cada um dos voluntários, na maioria jovens entre 15 e 20 anos, ficou responsável por duas crianças durante o passeio. Cerca de 180 alunos do Colégio participaram dessa iniciativa.

A ONG Sonhar Acordado foi a responsável pela ação. É um projeto-irmão do Soñar Despierto, que nasceu em Monterrey, no México, em 1998, a partir da iniciativa de um rapaz de 19 anos que desejava mudar a sociedade com o envolvimento de jovens, como ele. Por meio de projetos contínuos, os voluntários da ONG, no período de um ano, doam-se uma vez por mês às crianças, em eventos como: Amigos para Sempre, Sonhando Juntos e Preparando para o Futuro. O projeto tomou proporções grandiosas, obtendo a abertura de uma série de filiais no mundo inteiro. A Sonhar Acordado está presente no Brasil desde 2000, e em São Paulo, desde 2004.

“A experiência foi muito construtiva. Depois desse dia eu me tornei uma pessoa mais

responsável, que se importa com os problemas do mundo”, comenta Camila Fernandes, da 2ª série do Ensino Médio, uma das voluntárias. Batizado como “Dia do Sonho”, o ato de solidariedade no Hopi Hari comemorou os 10 anos da criação da ONG. No mesmo dia, em cada país que tem uma filial da ONG, um evento celebrava o aniversário da Sonhar Acordado.

Antes do evento em São Paulo, duas palestras foram apresentadas, no auditório do Colégio, aos alunos voluntários. Nelas se explicou como seria o dia e como se deveria agir com as crianças. Foi ressaltada a importância do primeiro contato das crianças com o voluntário, já que é a partir desse momento que se constrói uma relação entre os dois. A criança só se sente segura se nesse primeiro encontro houver muita sinceridade e muito carinho por parte do voluntário.

Durante o ano de 2008, o Dante contou com alunos voluntários em um trabalho contínuo, com encontros aos sábados, em que eles puderam interagir e brincar com as crianças, além de estabelecer uma relação de amizade mais duradoura com cada uma delas.

M POR CAIO TABARIN STANCATI

O primeiro contato com a criança é o mais importante, como orientaram

os responsáveis pela ONG em palestras que antecederam o evento

Cerca de mil crianças puderam se divertir e brincar com os

voluntários

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O aprendizado em cena

projeto “Webquest Teatro” foi idealizado para os 8os anos do Ensino Fundamental pelas professoras Liete Machado, do Departamento de Língua Portuguesa, e Adriana Freitas, do Departamento de

Tecnologia Educacional. A webquest, metodologia de organização de dados pesquisados na internet, auxilia os alunos na compreensão fora da sala de aula. Após a finalização da webquest, os grupos apresentaram seus trabalhos sobre a história do teatro organizando seminários e encenando peças de diferentes épocas.

“Inicialmente, os alunos acharam que seria um projeto muito trabalhoso e houve resistência”, diz a professora Liete, mas o envolvimento das turmas mostrou que eles mudaram logo de ideia. Ao fim de cada apresentação, os participantes do grupo, os demais alunos da classe e a professora chegavam a um acordo a respeito da nota que seria dada.

Um dos tipos de teatro escolhidos pelos alunos foi a “Commedia dell’arte”, principal movimento teatral italiano, caracterizado pelo uso de máscaras e pelo improviso bem-humorado. Os responsáveis por esse trabalho contaram com a ajuda da professora Angela Angoretto, do Departamento de Italiano, que orientou a turma na tradução de um texto em italiano para o português. “Todos os alunos se interessaram em assistir aos trabalhos das outras classes, foi simplesmente um sucesso!”, comemora a professora Adriana.

Uma verdadeira coleta de problemas

Projeto Cidade do Futuro, idealizado pelas professoras do Departamento de Tecnologia

Educacional, Valdenice Minatel e Adriana Freitas, em parceria com a professora Marcia Saltini, do Departamento de Geografia, tem o objetivo de “proporcionar o desenvolvimento de habilidades importantes para o profissional do século XXI, entre as quais a comunicação, a colaboração, a criatividade, o planejamento e o senso crítico, além de aproximar os alunos de questões relacionadas à cidadania, como o engajamento em melhorias estruturais, sociais e culturais”, como explica a profª Valdenice.

O projeto consiste na elaboração de um plano diretor a partir da escolha de um bairro da cidade de São Paulo. Nesse plano apontam-se os principais problemas que podem ser solucionados com algumas atitudes da população e do governo. Depois, o documento é encaminhado à Câmara dos Vereadores.

Após várias discussões, o grupo, que é formado por alunos da 1ª à 3ª série do Ensino Médio, chegou ao consenso de promover um projeto na Baixada do Glicério, um bairro muito

precário de São Paulo, principalmente por ter um elevado nível de pobreza, sem falar no fato de os jovens de lá terem acesso restrito à educação.

Em uma visita a essa região, um dos grandes problemas apontados pela população local foi o do lixo. “Os alunos trabalharam com duas cooperativas de lixo. Uma situada no Glicério e outra, em Pinheiros. Foram levantadas as principais dificuldades e necessidades dos locais visitados e estabelecidas metas e ações para a colaboração com as cooperativas visitadas”, explica a professora Marcia. O objetivo principal dos departamentos de Geografia e de Tecnologia Educacional é que esse projeto tenha continuidade e seja expandido em número de alunos.

Em encontros semanais, o grupo debate e apresenta novas idéias para a resolução de problemas sócio-ambientais da região. O grupo também utiliza um programa batizado de Think - ambiente de ensino-aprendizagem a distância, por meio do qual os alunos podem continuar o debate em casa, ao longo da semana, mesmo sem a presença das professoras.

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As professoras Liete, Adriana e Angela posam junto com as alunas ao fim de

mais uma apresentação

O

POR CAIO TABARIN STANCATI E PEDRO GRAÇA

POR CAIO TABARIN STANCATI

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raça

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Siamo tutti italiani!

rancesca Alderisi, italiana que já trabalhou durante sete anos na emissora RAI International com o programa Sportello Italia, visitou, em setembro, as principais colônias italianas de São Paulo e do Rio

de Janeiro. Esteve no Dante no dia 16, sendo recebida na sala da Presidência. O programa de Francesca procurava unir os italianos ao redor do mundo. Os assuntos eram de

interesse dos que estavam fora da Itália, como as dificuldades para se obter o documento da cidadania italiana, por exemplo. “Quando a RAI tirou o Sportello Italia do ar, muitos descendentes de italianos ficaram revoltados. Para continuar transmitindo e dividindo os meus conhecimentos com eles, criei um blog. Para alimentá-lo, continuei viajando e explorando a Itália mundo afora”, explica Francesca.

Francesca conversou de forma descontraída com a equipe de reportagem da Foco e com a Diretoria do Dante. Falou sobre assuntos variados, como a política italiana e até a água de coco do Brasil, que ela nunca havia experimentado. Levou um susto quando lhe apresentaram essa peculiaridade: “Um homem me ofereceu uma bola grande e verde, mal sabia eu que seria uma das melhores coisas que eu já provei”, conta.

A italiana fez questão de comentar que o Brasil é um país de muitas oportunidades, diferentemente do que ela pensava. “Eu tinha uma outra imagem do país, de Terceiro Mundo”, afirmou.

Bastante impressionada com o Colégio, teve sua maior surpresa ao ouvir uma aluna cantando o hino da Itália, e ao saber que torcemos para a Squadra Azurra como segunda opção para ser vencedora da Copa do Mundo. “Como um colégio pode manter e transmitir com tanto apego a cultura e a língua italiana fora da Itália?” - comenta, feliz com a sua nova descoberta.

Para conhecer o trabalho de Francesca, acesse o blog: www.prontofrancesca.it. Nele, italianos e descendentes de várias partes do mundo comentam e dividem as suas experiências fora da Itália. “A verdade é que a Itália está presente dentro de todos nós, em todas as partes do mundo”, diz Francesca.

“Recebia chamadas e convites para visitar o Brasil, mas nunca tive noção do tamanho da colônia

italiana reunida por aqui”, contou Francesca.

A Ordem do Sino

x-alunos formados nas décadas de 1930 e 1940 se reencontraram no Dante no dia 27 de agosto de 2008. Pouco mais de um mês depois, no dia 2 de

outubro, mais 14 pessoas que estudaram em nosso Colégio também se reuniram por aqui. O motivo dos dois reencontros foi o mesmo: eles receberam homenagens em duas cerimônias da Ordem do Sino.

Criada pelo então presidente da AEDA (Associação dos Ex-alunos do Dante Alighieri) em 1981, a Ordem condecora os ex-alunos que se destacaram ao longo de suas vidas (na escola e na vida profissional) com uma medalha. O autor da ideia é hoje presidente do Colégio. Dr. José de Oliveira Messina explica a razão da escolha do sino como símbolo da celebração: “Todos nós já ouvimos o sino do Colégio. A partir dele, trocamos de aula, entramos na sala e sabemos quando chega a hora da saída”, diz. “Todos os alunos têm grande estima e memória por ele”. Diva Fragali Refinetti, ex-aluna agraciada pela condecoração no dia 27 de agosto, resume o sentimento da homenagem: “São tantas lembranças boas…”.

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POR CAIO TABARIN STANCATI E PEDRO GRAÇA

POR GIOVANA VACANI, JACQUELINE CHEN E LUCAS OTTO

Ao final da

visita,

Francesca

fez questão

de tirar uma

foto com os

dantianos

Foto: Acervo Dante

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Abaixo-assinado pelo meio ambiente

vereador Gabriel Chalita veio ao Dante no dia 4 de março especialmente para receber um abaixo-assinado promovido por três alunos: Ana Claudia e Ana Clara Cassanti e Felipe Seabra, todos da 3ª série do Ensino Médio. As 7 mil assinaturas são um pedido para a criação de um projeto de lei que

garanta a diminuição do consumo de sacolas plásticas na cidade. A ideia foi dos próprios alunos, que são “Embaixadores do Clima” – representantes de um projeto

de mesmo nome ligado ao Conselho Britânico. Os três atuam no projeto desde o ano passado, com o objetivo central de contribuir para que os problemas do meio ambiente sejam conhecidos pela sociedade e, com isso, possam ser combatidos.

O evento, sediado no auditório Guglielmo Raul Falzoni, contou com a presença do presidente do Colégio, dr. José de Oliveira Messina, e do diretor geral pedagógico, prof. Lauro Spaggiari, além de pais, alunos e da coordenadora de Ciências da Natureza, profª Sandra Tonidandel.

A professora Sandra mostrou aos presentes todo o percurso trilhado pelos alunos desde que começaram a atuar no Cientista Aprendiz, oficina que o Dante oferece aos alunos que desejam desenvolver projetos científicos. Depois, Felipe Seabra fez uma apresentação de imagens e dados que denunciavam o mal causado pelas sacolas plásticas no meio ambiente.

“Achei a apresentação fantástica. Estou muito honrado por ser o porta-voz de vocês”, disse Gabriel Chalita.

Após receber as assinaturas, o vereador convidou alunos e professores para conhecer a Câmara Municipal de São Paulo. A visita ocorreu na semana seguinte, no dia 10 de março, com a presença dos Embaixadores do Clima – que entregaram também propostas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa na cidade.

O POR JACQUELINE CHEN E PEDRO GRAÇA

Fotos: Pedro Graça

A plateia assiste atentamente a apresentação do projeto

Os embaixadores do Clima

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O vereador Chalita recebe as

assinaturas

Os vereadores se animam com a

proposta do projeto

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Um professor rockstar

professor Marco Vinícius Portella ministra aulas de

Física no Dante, mas tem uma outra identidade: é guitarrista de uma banda, Os Beathovens (um casamento entre Beatles e Beethoven). Marco sempre teve uma forte ligação com a música: tocava violão na adolescência e os pais exerceram um papel fundamental nisso. “Meus pais amavam música, principalmente jazz. Cresci ouvindo muito sax e piano”, afirma.

Nos anos 70, o professor ouvia muita música dançante, mas foi aos 14 anos que descobriu o rock’n’roll. “Um professor de Química me apresentou o The Doors, o Led Zeppelin e o Deep Purple, aí não parei mais”, conta.

Mas ter uma banda não foi nada fácil. “Tentei formar uma aos 16 anos, mas não deu. Aí, na minha faculdade, fiz um show com uma banda de brincadeira”, conta. Depois de tentativas frustradas, chegou à formação e ao nome atuais. A banda Os Beathovens é formada por Paulo Bifano (vocal), Oswaldo Negrini (vocal e baixo), Adhemar Falleiros (vocal e bateria), Raul Votta (guitarra base e vocal) e Marco Portella (guitarra principal). A banda já fez alguns shows (dois no “Dante In Concert”, em 2002 e 2004) e ensaia a cada 15 dias.

Quer saber as influências da música deles? O professor Marco brinca: “Nossa, se eu citasse todos, ficaríamos até amanhã aqui!” Mas os principais ídolos: Brian May (Queen), Jimmy Paige (Led Zeppelin), Rich Blakmore (Deep Purple), Steven Morrissey, Sérgio Dias (Os Mutantes) e Eduardo Ardanuy (Dr. Sin).

Conciliar a vida de professor com a de rockstar não é problema para Marco. “Ah, a gente sempre dá um jeitinho de equilibrar o trabalho com o lazer, não é?”, diz, bem-humorado. Para saber mais sobre o trabalho de Os Beathovens, entre no site www.ieieie.com.br/Beathoens.

O POR BEATRIZ GEE

Foto

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Tabarin

Stancati

Um professor de Química me

apresentou o The Doors, Led Zeppelin

e Deep Purple, aí não parei mais!

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Foco / Abril 2009

Olhares do Cotidiano

osso ensaio fotográfico tenta mostrar a beleza nas pequenas coisas da vida. Mesmo quando estamos tristes, podemos sorrir ao encontrar algo belo como o simples voo de uma borboleta ou a brincadeira de um menino.

Podemos ver mundos diferentes em um único mundo se dedicarmos nosso olhar aos detalhes do cotidiano. Seja um pôr do sol, uma flor no chão ou um corredor geralmente barulhento em um momento silencioso. A real beleza está nas pequenas coisas, por mais que elas façam parte de algo grande.

TEXTO: PEDRO GRAÇA FOTOS: LUCAS OTTO E PEDRO GRAÇA

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Foco / Abril 2009

Todos os caminhos de Manhattan

uarteirões dominados por carrinhos de cachorro-quente, um rastro de poluição no ar e farmácias

gigantescas que vendem, além dos remédios, bichinhos de pelúcia com temática do Dia dos Namorados: é uma das cidades mais expressivas e ecléticas do mundo, Nova York.

Dezoito milhões e sete mil pessoas – entre as quais 36% são estrangeiras – vagueiam todas as manhãs em direção aos seus trabalhos, vizinhos, lojas, ou em busca de milhares de outros afazeres.

Um bilhão e meio de pessoas utilizam uma das maiores redes de metrô do mundo. Diferentes classes sociais, idades e nacionalidades dividem vagões terrivelmente frios e sujos todas as manhãs, tardes e noites de inverno, acompanhadas de ratos que pegam carona como qualquer outro cidadão. Se tivessem uma mala, óculos e um chapéu, poderiam ser quase cidadãos nova iorquinos iniciando um novo dia. As ruas ganham vida, lotadas de gente e de comércio, com as buzinas e com grandes outdoors. Dependendo do lugar da cidade, chineses podem abordar uma pessoa desamparada e enfiar-lhe papéis sobre os narizes resmungando baixo e firmemente: “DVDs? Bolsas?”

A rede de pirataria pode ser tão grande quanto as grifes que fazem parte do vestuário e das vitrines da cidade. Além das grandes lojas de departamento que têm nomes mundialmente conhecidos, e de vendedores histéricos que selecionam seus clientes a dedo, existem também famosas lojas de 0,99 cents com mercadorias às vezes bizarras: espelhos com molduras gastas e prontas para se desintegrar, pelúcias enfiadas em todos os cantos, canetas, cartões-postais, chaveiros, bonés, e um objeto verde e deformado que só perde o mistério se observado de perto: é uma pera.

Entretanto, o mais curioso é o dono da loja. Não se trata do homem que está atrás do balcão com os olhos fincados em uma revista de fofocas, mas sim do gato que ronrona e perambula sempre de olhos atentos e intriga qualquer pessoa que se aventurar a descobrir o interior do estabelecimento.

Os gatos não são os únicos cidadãos atípicos da cidade. O Zoológico do Central Park, onde se encontram mais de 130 espécies diferentes, é a moradia dos pinguins mais amigáveis e sedentos de atenção: com os chiados agudos e os corpos achatados, mergulham na água e batem as penas das mais diversas maneiras, parecendo verdadeiros acrobatas prontos para participar das olimpíadas.

Os policiais também fazem parte da paisagem, sempre montados em belos cavalos ou dentro de viaturas extremamente

familiares por suas constantes aparições em

Q POR CRISTIANA LEMBO E LUCAS OTTO

Grand Central Station, a equivalente nova-iorquina para a nossa "Estação da Sé" – mas com o luxo da arquitetura da

época em que foi criada, 1873, mantido até hoje

Dia de verão no Central Park, que recebe mais de 25

milhões de visitantes por ano

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filmes. Sem falar nas máquinas de raio X presentes em praticamente todos os museus, teatros e diversos outros locais onde o público é grande e a facilidade de atos terroristas ocorrerem também. A cada dia que passa, mais e mais dessas máquinas parecem proliferar pelas ruas.

Curiosamente, homens em seus ternos bem cortados e mulheres em seus vestidos clássicos de marca e seus brincos de pérolas invejáveis, andam com tênis pelas ruas que, durante certa parte do ano, ficam cobertas de neve.

Assim que avistam o seu destino, no entanto, fazem aparecer magicamente sapatos sociais tirados de sacolas de papelão e, somente após tê-los calçado, entram nos edifícios, prontos para mais um dia de trabalho.

As pausas podem ser feitas em uma das milhares Delli’s que existem pela cidade. Lá eles pedem cafés, fazem pratos de salada ou compram algumas bolachas. Os donos dos estabelecimentos têm uma memória infalível para aqueles que frequentam o local e sabem facilmente indicar qual a marca preferida de cigarro de cada um deles.

Chinatown, Little Italy e Little Brazil são regiões bastante específicas da cidade. Na última, pode-se encontrar restaurantes onde são exibidas placas “Fala-se português”. Porém, nem sempre os atendentes sabem falar o idioma, e muitos deles chamam-no de “brasilês”. Um portunhol é mais fácil de encontrar.

Os nova-iorquinos levam também extremamente a sério as celebrações. Durante o Halloween, o Dia das Bruxas, milhares de doces são comprados e dados para crianças quando elas aparecem com suas fantasias nas portas das casas. Apenas alguns poucos moradores lembram-se do estrago que os doces fazem aos dentes e presenteiam os “monstros-por-um-dia” com escovas de dentes – provavelmente os dentistas.

No Natal, o clima é contagiante e elétrico. Todos os anos, mais de setecentas e cinquenta pessoas fazem fila para comprar ingressos do Nutcracker, o Quebra Nozes, uma das muitas tradições que os nova-

iorquinos seguem à risca. No auditório, jovens que retornam das faculdades para a semana de festividades, idosos, casais, bebês e meninas engomadas em

O belo prédio do "Metropolitan Museum of

Art" (Museu Metropolitano de Arte), fundado em 1870

Os prédios ao lado do Central Park, na região mais chique de Nova York, mantêm diversos estilos, de várias épocas

Garoto-propaganda da peça "Young Frankenstein" percorre

Nova York fantasiado, em um calor de mais de 30 graus

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vestidos de veludo e com fitas nos cabelos conversam em alto e bom som, silenciando-se apenas para ver o elenco de mais de 50 bailarinos dançarem no palco. Depois, saem para as ruas com o brilho da neve, onde se ouve o som de músicas temáticas vindo de dentro das lojas e se veem centenas de pessoas que se vestem de Papai Noel procurando angariar fundos para uma instituição.

No fim do dia, os nova-iorquinos saem para um dos milhares restaurantes, boates e cinemas e retornam a suas casas para assistir a algum noticiário, programa, ou apenas para serem eles mesmos.

Porque há algo de especial nos nova-iorquinos: todos eles têm mil facetas, características, olhares e gestos que compõem a cidade maluca em que vivem. E por mais que algum impostor tente se infiltrar naquela cidade, não consegue se camuflar.

As ruas sujas, os taxistas emburrados, os metrôs cheios de gente atarantada compõem a cidade que nunca dorme, fala por si só e tem um brilho peculiar, unicamente seu.

Você sabia que...

Moradores de Manhattan participam de um programa chamado “10 Trees or Fewer” e destinado a fazer da cidade um lugar mais verde para se viver. Voluntariamente cada cidadão planta 10 árvores por ano, que são devidamente contadas pelo Departamento de Parques da Prefeitura local.

Não só para visitantes, como para trabalhadores e habitantes de NY, reciclar é lei. NY tem o maior programa de reciclagem dos EUA. Cerca de 3.000.000 de residências, escolas, instituições e estabelecimentos comerciais participam da coleta de lixo reciclável organizada pelo Departamento Sanitário da Prefeitura.

O Empire State Biulding é o mais alto e mais famoso arranha-céu de NY. Já recebeu mais de 110.000.000 pessoas desde sua inauguração em 1931. Sua estrutura consumiu 6.000 mil toneladas de aço e 10.000.000 tijolos foram usados para revestir o prédio que tem entrada pela famosa 5ª Avenida.

Por ano, os estúdios americanos filmam, aproximadamente, 200 produções nas ruas de Manhattan.

Só no ano de 2007, mesmo com a desvalorização do dólar, NY atingiu o recorde de 46 milhões de visitantes.

A maior corrida de rua americana é a Maratona de NY com cerca de 800.000 participantes os quais cruzam a linha de chegada no Central Park.

Um dos mais movimentados quarteirões de Manhatan, o Times Square, foi restaurado em 1990 e por ano 27.000.000 visitantes passam por ele. É o único local em NY onde os proprietários são obrigados a instalar anúncios luminosos na parte externa dos prédios.

O sorvete mais caro do mundo foi feito no restaurante de Stephen Bruce em novembro de 2007 em NY. Um sundae – “Frozen Haute Chocolate”, que custava nada menos que US$ 25.000,00!!! Ingredientes: chocolate, leite e pó de ouro!

A cadela mais velha do mundo, com 21 anos, mora em Manhattan. Uma Dachshund (salsicha) chamada “Shinell”! (http://www.nbcnewyork.com/news/local/41362377.html). Fonte: http://www.fashionbubbles2.com/tag/new-york/

http://newyork.timeout.com/section/museums http://www.nbcnewyork.com/news/local/41362377.html http://www.folha.uol.com.br/ The Historical Atlas of New York City - Eric Homberger - Henry Holt and Company Book, 1997

Reflections of New York - Pamela Thomas - Smithmarks Publishers Inc., 2003 Nova York - Guia Visual de Bolso - PUBLIFOLHA, 2008

Vista do alto do Hotel Waldorf - Astoria, na Park Avenue (o hotel foi

aberto em 1893). A semelhança com São Paulo é indiscutível,

principalmente pelos prédios que criam uma vista parecida com a que

temos na Avenida Paulista

Fotos: Lucas Otto

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Entre alunos e acampantes

tella Monteiro passa o ano inteiro rodeada de crianças. Ela não apenas dá aula para o primeiro ano do Ensino Fundamental do Dante à tarde, como também substitui, pela manhã, uma professora em um outro colégio paulistano, que está em licença-maternidade. Parece muito? Ainda tem mais!

Dona do Acampamento Novo Horizonte desde 1988, ela se dedica, pelo menos durante seis semanas do ano, divididas entre os meses de julho, dezembro e janeiro, a mais crianças, em tempo integral. Nas férias, ela deixa de ser a professora Stella e se torna a “tia” Stella. Nascida em Campinas, Stella morou em uma fazenda em Botucatu até se mudar para São Paulo com a família. Ao completar seis anos, ingressou no Dante após ter concluído o pré-primário na escola “Meu Castelinho”.

Depois de completado o Ensino Fundamental no Dante, seguiu os passos da irmã mais velha, Suzana: escolheu fazer, ao que corresponderia hoje ao Ensino Médio, o Magistério.

No terceiro e último ano, Stella prestou vestibular e entrou na USP. Aos 16 anos, trabalhou na escola “Meu Castelinho” e, aos 17, passou a lecionar no Dante.

Em uma de suas férias na fazenda dos pais, seu namorado, Ítalo, que era professor de Educação Física do Dante, foi visitá-la e deu a ideia de criar um acampamento, já que a fazenda era muito grande e tinha espaço suficiente para receber as crianças.

Stella e os irmãos gostaram da ideia e decidiram colocá-la em prática. Ela, Suzana (a mais velha), e mais dois irmãos, além do seu namorado, tornaram-se sócios de um empreendimento, embora nenhum dos cinco tivesse experiência. Só o caçula da família, que era ainda muito pequeno na época, não

participou. Para a construção do acampamento, cada um investiu uma parte em dinheiro, e o pai de Stella entrou com a terra.

Depois de um tempo, o namorado e os dois irmãos saíram da sociedade e deixaram o acampamento para Stella e Suzana.“O meu irmão mais novo, Dudu, começou a tomar conta dos monitores e dos jogos, e hoje é um dos sócios e nosso braço direito”, conta a professora. ”O acampamento cresceu muito e eu e minha irmã já não dávamos conta”. Atualmente, Stella cuida da organização e da venda dos pacotes; Suzana, dos funcionários e da alimentação; e Dudu, do

entretenimento. “Uma das melhores coisas, porém das mais difíceis também, é a formação que procuramos dar às crianças. Não nos preocupamos apenas com a diversão, mas também com valores e princípios”, diz Stella. Para isso, na visão deles, é importante que seja respeitado o limite de crianças por temporada. “Não queremos que as crianças se sintam um número dentro do nosso acampamento. Seguimos a nossa filosofia e nos preocupamos com a relação de cada criança com os monitores e

demais acampantes”, explica Stella. “Queremos que as crianças venham para o Novo Horizonte e se sintam em casa”.

Ainda no ano passado, o acampamento NH (Novo Horizonte) completou vinte anos e foi realizada uma festa de comemoração. “É muito bom rever “as crianças”, ou melhor, os já adultos, depois de várias férias por que passamos juntos”, comenta, emocionada.

O acampamento funciona regularmente nas férias de julho e dezembro/janeiro, além de algumas temporadas especiais em determinados feriados. Para conhecer melhor os serviços que o Novo Horizonte oferece, visitem o site www.acampamentonh.com.br/.

S POR CAIO TABARIN STANCATI COLABORAÇÃO: TAÍS PENTEADO

Foto

: Caio

Tabarin

Stancati

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Foco / Abril 2009

Quando eu crescer...

POR JACQUELINE CHEN

uer saber um pouquinho da infância de algumas das

nossas professoras? A reportagem da Foco descobriu onde elas

estudaram, o que gostavam de fazer e o que

sonhavam ser no futuro.

Kátia Chedid

Orientadora Educacional dos 8os e 9os anos do Ensino Fundamental.

Onde estudou: Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), Itajaí (SC), Presidente Prudente (SP) e São Paulo

O que gostava de fazer: “Sempre gostei de ler e pintar. Gostava de dançar, jogar videogame, passear, viajar, ver televisão, ir ao cinema, namorar, ir ao clube, dar risada, mexer no computador e ouvir música”

O que queria ser quando crescesse: “Sempre pensei em ser professora, mas na adolescência pensei em ser médica, porque gostava de biologia ou advogada”

Angela Angoretto Professora de italiano dos 6os aos 9os anos do Ensino Fundamental.

Onde estudou: Scuola Statale di Afragola (cidade perto de Nápoli, na Itália)

O que gostava de fazer:

“Andar de bicicleta — vivia com o joelho machucado (risos). Também gostava de brincar no meu jardim”

O que queria ser quando crescesse: “Queria ser aeromoça, para conhecer vários países”

Gladys M. J. Canale Deli Stoianov

Professora de Matemática

dos 6os aos 9os anos do Ensino Fundamental.

Onde estudou: No Dante

O que gostava de fazer: Andar a cavalo e viajar

O que queria ser quando crescesse: Pediatra

Q

Fotos: Pedro Graça e acervo pessoal

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Foco / Abril 2009

Oscar Niemeyer, o mestre da arquitetura

carioca Oscar Niemeyer, um dos arquitetos de maior reconhecimento mundial, é

lembrado também por ser um dos poucos comunistas convictos e por já ter mais de um século de vida (e continuar na ativa!). Mas são suas obras, marcas registradas do Brasil, com curvas a lembrar o corpo feminino, que justificam o sucesso do arquiteto. Seu reconhecido talento é o que transforma qualquer “pedaço de concreto” em arte, “revelando uma criatividade espacial pouco comum”, como afirma o professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Julio Roberto Katinsky.

O arquiteto destacou-se a partir das obras do bairro da Pampulha (1940 – 1943), iniciativa do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitscheck. Desde então, deu sequência a diversos projetos que se tornaram cartões-postais, como o Edifício Copan, em São Paulo, o Congresso Nacional e o Palácio da Alvorada, em Brasília, além do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Além disso, realizou contribuições para a arquitetura em todo o mundo, influenciando até mesmo seus mestres.

Suas obras têm um pouco das aspirações da arte do século XX, aquela feita em Paris por Picasso, Matisse e Le Corbusier, entre outros. “A vida deve ser partilhada com todos os seres humanos, em suas atividades criadoras e com os mesmos direitos essenciais: trabalho próximo da moradia, educação física e intelectual, lazer e possibilidade de ir e vir, e direito de encontrar seu nicho existencial onde melhor lhe aprouver”, diz Katinsky, expressando com isso a preocupação social que Niemeyer sempre teve em seu trabalho. “Vocês podem entender a palavra política no sentido de “reflexão sobre a cidade” (polis), e por extensão, sobre a sociedade. Ou vocês podem entender política como posição partidária. Em ambos os sentidos, Oscar Niemeyer nunca se furtou a tomar uma posição, com generosidade e sem ódio”, completa o professor.

A equipe da Foco tentou entrevistar o arquiteto Oscar Niemeyer por telefone desde novembro do ano passado. De acordo com os assessores de seu escritório e sua esposa, ele estava ocupado com outros compromissos.

O POR BEATRIZ GEE, CAIO TABARIN STANCATI E PEDRO GRAÇA

Ilustração

: Caio

Tabarin

Stancati 20

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Um sonhador

tenção, românticos e amantes da música alegre! Temos novidade na área! O nome dele é Alex Tranjan, cantor e violonista que sofreu influência dos Beatles, Elton John, Guilherme Arantes e Roberto Carlos.

Ele já agitava as noites nos anos 80 com sua antiga banda de rock, mas agora está mais voltado para as músicas sentimentais. No final de 2006, Alex resolveu gravar um CD com antigas e novas composições. Os vídeos de suas músicas postados pelo próprio artista no site YouTube tiveram milhares de acessos. Para ver e ouvir o material, acesse: www.alextranjan.com.br. Expressando tudo o que sente, Alex faz sucesso. Foto: http://www.alextranjan.com.br/menu_fotos_pop.asp?Id=268

Pesadelo para todas as idades mestre dos contos de fadas góticos está de volta. Mas, desta vez, em um livro.

Tim Burton é mundialmente conhecido por suas animações em stop-motion, como “O Estranho Mundo de Jack”, “A Noiva Cadáver” e, seu último lançamento, “Sweeney Todd”. Toda a essência gótica e fúnebre dessas obras foi transportada para um livro de maneira bem-sucedida. É difícil não reconhecer em “O Triste Fim do Menino Ostra e Outras Histórias” um pouco da personalidade pessimista de Vincent (personagem que dá nome ao seu primeiro curta).

Além das figuras góticas, os poemas incluem situações que os leitores nunca poderiam imaginar. Por exemplo, a descoberta do caso de adultério de uma mulher que pariu um robô, fruto de um caso de amor que ela teve com um micro-ondas.

Os poemas devem agradar a crianças (por suas ilustrações coloridas e engraçadas) e a adultos (pelo humor sombrio, apesar de sutil).

Me chame de Sam

A

O

S

POR BEATRIZ GEE

POR LUCAS CASSOLI

POR PEDRO GRAÇA

am Dawson (Sean Penn) é um homem com deficiência mental que, ao perder a guarda da filha, procura a ajuda de uma advogada, Rita Harrison (Michelle Pfeiffer), para provar que pode ser responsável pela criação da menina. Rita, para provar a seus colegas que tem um bom coração, aceita ajudá-lo de graça. Com Dianne Wiest e Laura Dern também no elenco, o filme é emocionante, mostrando que a obstinação de alguém pode levar a resultados inesperados Além disso, é tocante perceber, no filme, as mudanças que os personagens sofrem após o contato com Sam.

A trilha sonora é especial: Beatles, mas em covers - se fossem as músicas originais, o filme custaria o dobro. Entre as canções estão “Blackbird” e a clássica “Strawberry Fields Forever”. O filme recebeu uma indicação ao Oscar de 2002 na categoria de Melhor Ator (Sean Penn).

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Divulgação Girafinha

Divulgação PlayArte

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“Em Terapia”: uma reflexão sobre a vida

Segunda-feira

Laura (Melissa George) é

anestesista e paciente de Paul há um ano. Sua vida entra em crise quando seu noivo a pede em casamento. Laura tem problemas com relacionamentos, guarda em segredo um grande conflito de sua infância e, para completar, está apaixonada por seu terapeuta.

Terça-feira

Alex (Blair Underwood) é um

piloto do exército americano que decide começar a fazer terapia ao voltar de uma missão emocionalmente abalado, por ter ficado entre a vida e a morte. Alex busca respostas sobre a sua vida: quem é ou quem deveria ser?

Quarta-feira

Sophie (Mia Wasikowska) é uma

ginasta em recuperação que procura o terapeuta porque alguns agentes sociais se questionam se o acidente que sofreu foi uma tentativa de suicídio. Portanto, Sophie precisa de uma avaliação médica para provar que não tem problemas que a levariam a cometer tal ato. Será?

Quinta-feira

Jake (Josh Charles) e Amy

(Embeth Davidtz) são um casal em crise. Enquanto Amy gosta das sessões de terapia e tenta ser o mais aberta possível, Jake tenta evitá-las o quanto pode. O casal enfrenta vários problemas, mas o principal é que Amy quer interromper sua gravidez, enquanto Jake quer mantê-la.

Sexta-Feira

POR CAIO TABARIN STANCATI E CRISTIANA LEMBO

O seriado “In Treatment” (“Em Terapia”) é a versão americana da bem-sucedida série israelense "Be’tipul", e retrata a semana de trabalho de um psicanalista, Paul Weston (Gabriel Byrne). É uma inovação em relação ao formato original das séries americanas (exibidas uma vez por semana), já que é apresentada de segunda a sexta-feira, às 20h30, na HBO. Em cada dia, o dr. Weston atende um paciente. Às sextas-feiras, ele é atendido por outro terapeuta.

A faixa etária variada dos personagens traz bastante diversidade ao enredo da história. E como toda boa série, o episódio termina no clímax da sessão, criando uma grande expectativa e ansiedade para o próximo. Acompanhando as sessões de cada paciente, é possível perceber mudanças em suas atitudes e em seus comportamentos. Se não há possibilidade de acompanhar todos os dias, você pode escolher o seu paciente preferido e se envolver nas histórias interpretadas com excelentes atuações do elenco.

O seriado já conquistou o público e a academia do Emmy (principal prêmio da televisão americana), e terá uma segunda temporada, agora com novos pacientes. Além disso, ela será gravada em Nova York, e não mais em Los Angeles.

Fotos: http://www.hbo.com/intreatment/

Paul é paciente de Gina (Dianne Wiest). Depois de uma

semana cheia, ouvindo os problemas dos outros, precisa desabafar e compartilhar os seus.

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Foco / Abril 2009

Os invisíveis

Sim, nós somos invisíveis. Pelo menos para a maioria. Muitos de vocês passam por nós durante o dia: em seu edifício, em seu trabalho, em sua escola, em sua academia e outros locais. Estamos em toda parte.

Nós sabemos da sua existência, mas vocês, apesar de passarem por nós o tempo todo, mal conhecem nossos rostos ou nossas vozes. Não nos dirigem a palavra, e nós, como bons invisíveis, mantemo-nos quietos.

Durante grande parte de nossas vidas, estamos sempre a postos, apesar de não sermos reconhecidos como deveríamos, e a verdade é que, de modo estranhamente patético, já nos acostumamos. Fomos rotulados, tanto nós quanto vocês, a alguma espécie de superioridade e inferioridade. Agora lhes pergunto: qual a diferença entre nós?

Vivemos com os mesmos sentimentos, com um mesmo organismo e as mesmas necessidades. A diferença, confidencio-lhes: posição social. De fato, uns são mais afortunados do que outros. Às vezes, por terem nascido em bom berço, outras, por terem tido uma carreira bem-sucedida. Não os critico de modo algum, na verdade, até os acho brilhantes e inspiradores.

Com tanto poder e ganância nos dias atuais, provavelmente estamos esquecendo uma característica importante do ser humano: a humildade.

Portanto, pense em como tem tratado os outros à sua volta. Somos todos iguais e todos têm direito a respeito.

-Ei, Fábio! Desperto, procuro a voz que me chama. Sim, lá está ele: -Por que parou de limpar? Sorrio, lamentavelmente, voltando a varrer. Tolo sou em pensar que meu patrão poderia me

perguntar como estou e como vai a minha família. Tirando algumas poucas exceções, a maioria das pessoas passa sem nem ao menos dar um bom-

dia, agradecer quando paro de limpar para que possam passar. Ou então apontam um canto e dizem numa voz indiferente: “Esqueceu ali.”

Acha que sou o único? Estamos sujeitos a esse tratamento e, apesar de já aceitarmos essa condição, no fundo gostaríamos que algo mudasse.

Sermos invisíveis é bom, de certo modo. Não queremos ser inconvenientes, não queremos atrapalhar seus trabalhos, mas queríamos, às vezes, ser um pouquinho visíveis.

Portanto, quando passar por nós, tente fazer um esforço para nos enxergar. Tente fazer um esforço por algumas poucas palavras, porque, por incrível que pareça, elas valem muito. Valem porque é bom ser visto e ser ouvido. É bom chamar a atenção de alguém e ser reconhecido como gente.

Sim. Por incrível que pareça, nós, invisíveis, pensamos e temos sonhos. E, assim como vocês, esperamos que eles se tornem realidade e lutamos para não deixar de acreditar nisso.

POR CRISTIANA LEMBO

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Ilustração: Carolina Penha

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A equipe da Foco está crescendo! Novos integrantes chegaram em 2009 para participar da preparação de nossa próxima edição e das novidades que vêm por aí. São eles:

Ana Beatriz Paixão de Queiroz Beatriz Sabetta de Oliveira Brenda Fernandes Andrade dos Santos Caroline Ribeiro Monasterio Caroline Tucci Santos Guilherme Santoro Luisa Harumi Visconti Kono Marcelo de Arruda Pereira Pimentel

Bem-vindos, novos repórteres! Se você quiser fazer parte da equipe de redação da revista, entre em contato conosco pelo e-mail [email protected] ou apareça nos nossos encontros que se realizam na sala 09 do edifício Leonardo sempre às 2as feiras das 13h30 às 15h30. Esperamos vocês!

A Foco também está na internet! Acesse o blog da redação: http://revista.foco.blogdante.com.br/

E a versão digital: http://www.homedante.com.br/auxiliar/SitePedagogico/revistafoco/revista.html

Colégio Dante Alighieri Al Jaú 1061 São Paulo – SP Tel 3179-4400

Equipe Foco 2008