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i , ., i' .\ I ,. f r " I , W, JI , r ., '.1 AC/4175 10604 - DIREITO PROCESSUAL PENAL 1 INVE8TIGA<;AO PENAL· ACAo CAUTELAR A9AO CAUTELAR 4175 PROCED. : DISTRITO FEDERAL ORIGEM. : AC-4175-SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RELATOR(A): MIN. TEORI ZAVASCKI AUTOR(A!S) (E5) MINISTERIO PUBLIca FEDERi\.L PROC. (A/S) (ES) PROCURADOR-GERAL DA EM 23/05/2016 $ Impresso por: 827.130.651-00 AC 4175 Em: 15/06/2016 - 15:21:24

ACAo - JOTA Infoqualificar ao exercicio da substitui9âo, porem, parece elementar que devera o Presidente da Câmara dos Deputados cumprir corn requisitos minimos para o exercicio

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    AC/4175 10604 - DIREITO PROCESSUAL PENAL 1 INVE8TIGA

  • Suprema Tribunal Federal

    AC 0004175·23/05/201619:23 0052836-02.2016.1.00.0000

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    MINISTEruO PUBLlcO FEDERAL Procuradoria-Geral da Republica

    12016 - PGR/GTLJ

    Poderes, prerrogativas e competencias săa lemes a servir;o do destina caletivo da narOo. Sâo foras que convidam os cansensos a razâo, e nOa cavidades afaveis aos desajoros. O seu manejo - mesmo na escuridiio da mais desoladara das tarmentas - jamais podera entregar-se a empatias com o ilicito. Coma registrou o Min. Eros Grau, "a interpretarâa do direito. e da Constituir;ăo, năo se reduz a singelo exercicio de leitura dos seus textos, compreendendo processo de continua adaptarăo el realidade e seus conjlitos. (. .. ) A exceriio e o caso que năo cabe no âmbilO de normalidade abrangido pela norma geral. Ela eslli no direito, ainda que niio se encontre nos textos normativas de direito posi/ivo. Ao Judiciario, sempre que necessario, incumbe decidir regulando tambem essas situaroes de exceţâo. Ao faze-Ia nfio se qfasta do ordenamento. " (RE 597994, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Ac6rdiio: Min. EROS ORA U, Tribunal Pleno, julgado em 04/06/2009). (Min. Teori Zavascki. AC 4070)

    1. Introdut;âo .

    o Procurador·Geral da Republica vem il Presen

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    suspensăo, pela requerido, Eduardo Cosenlino da Cunha, do exercicio do

    mandato de deputado federal e, por consequencia, da funfăo de Presidenle

    da Câmara dos Deputados".

    Referida decisao, como e de amplo conhecimento, foi exarada em

    resposta a requerimento deste Procurador-Geral da Republica no qual foram

    e\encados mais de uma dezena de fatos de natureza cnmmosa que

    evidenciaram o abuso das prerrogativas parlamentares por parte do

    deputado. Nessa linha, ar. decisao reconhece que:

    "( ... ) a permanencia do requerido, o Deputado Federal Eduardo

    Cunha, no livre exercicio de seu mandato parlamentar e il frente da

    fun9ao de Presidente da Câmara dos Deputados, alem de representar

    risco para as investiga90es penais sediadas neste Supremo Tribunal

    Federal, e um pejorativo que conspira contra a propria dignidade da

    institui9ao por ele liderada. Nada, absolutarnente nada, se pode

    extrair da Constitui9ao que possa, minimamente, justificar a sua

    permanencia no exercicio dessas elevadas fun(ţ5es publicas. Pelo

    contrârio, o que se extrai de um contexto constitucional sistemico, e

    que o exercicio do cargo, nas circunstâncias indicadas, compromete a

    vontade da Constitui9ao, sobretudo a que esti! manifestada nos

    principios de probidade e moralidade que devem govemar o

    comportamento dos agentes politicos".

    Nao el necessârio aqui reprisar a contundencia do decis6rio exarado

    corn peculiar zelo pela mais Iidimo interes se e corn precisa reflexao acerca

    dos limites e implica90es do postulado da separa9ao de poderes. Basta dizer

    que assentou-se que se trata de:

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    "( ... ) uma situas:âo extraordinăria, excepciona1 e, por isso, pontual e

    individualizada. A sintaxe do direito nunca estara completa na

    solidâo dos textos, nem jamais podera ser negativada pela imprevisâo

    dos fatos. Pelo contrario, o imponderavel e que legitima os avanyos civilizat6rios endossados pelas mâos da justi"a. Mesmo que nâo haja

    previsâo especifica, corn assento constitucional, a respeito do

    afastamento, pela jurisdiyâo criminal, de parlamentares do exercicio

    de seu mandato, ou a imposiyâo de afastamento do Presidente da

    Câmara dos Deputados quando o seu ocupante venha a ser

    processado criminalmente, esta demonstrado que, no caso, ambas se

    fazem claramente devidas. A medida postul ada e, portanto, necessaria, adequada e suficiente para neutralizar os riscos descritos

    pela Procurador-Geral da Republica.( ... )"

    Pois bem.

    Nâo obstante a rigorosa e excepcional medida proferida em face do

    Deputado EDUARDO CUNHA, constata-se, poucos dias ap6s a hist6rica

    decisăo, que a medida interditiva năo surtiu os efeitos desejados. Pelo

    contrario, o requerido continua a exercer sem pudor o poder politico que

    detem de fato, mantendo corn notavel desenvoltura o mesmo nivel de

    articula"ăo e influencia, aIem de adotar postura desafiadora em re1ayâo as

    ordens desta Suprema Corte. lsto decorre de dois fatores essenciais: a) as

    medidas da Câmara dos Deputados tomadas em suposto cumprimento da r.

    Decisâo do STF, foram assaz timidas e, em verdade, mantiveram todas as

    prerrogativas parlamentares do requerido a exce"ăo do exercicio da

    presidencia das sessoes da Casa e do direito a voto nas delibera"oes; b) a

    postura criminosa e reiteradamente obstrutiva do comportamento do

    requerido năo foi dissuadida de moda eficaz pela extensăo da medida

    deferida. Vale dizer, a medida cautelar de afastamento do mandato năo oi

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    suficiente para cessar a conduta ilicita do parlamentar conforme se previa

    inicialmente.

    2. Primeiro fundamento: descumprimento da decisâo por parte da

    Câmara dos Deputados. Manuten~âo indevida de praticamente todas as

    prerrogativas parlamentares.

    A Mesa da Câmara dos Deputados exarou em 12/5/2016 o ato n°

    88/16 a titulo de cumprir a decisao tomada nesta medida cautelar (doc.l) .

    No art. 2° do referido ato le-se que o requerido, a despeito da suspensao do

    exercicio de seu mandato, mantem as seguintes prerrogativas inerentes ao

    cargo: a) uso da residencia oficial da Presidencia da Câmara dos Deputados

    e respectivo stafJ que atende o ocupante do im6vel; b) seguran~a pessoal

    destinada ao Presidente da Câmara dos Deputados; c) assistencia il saude; d)

    transporte aereo e terrestre; e) subsidio integral; f) equipe a servi~ do

    gabinete parlamentar.

    A justifica9ao do ato assevera, em sintese, que: a) trata-se de situa9ao

    atipica, nao se confundindo corn vacância do cargo ou licen~a para exercicio

    de cargo acumulăvel; b) a decisao do STP e de natureza precâria e sujeita a

    altera~ao a qualquer momento; c) conferiu-se tratamento equivalente ilquele

    conferido il Presidente da Republica afastada tendo em vista que "a

    Presidenle Eduarda Cunha permanece titular da fum;lia de Presidente de

    um Pader da republica, nada mais justa que se assegure a ele tratamenta

    simetrica aa conferido a (sic) Chefe da Pader Executiva ara afastada".

    Os fundamentos do ato sao absolutamente improcedentes e o seu

    conteudo insuficiente a dar cumprimento il decisao desta Corte.

    Primeiramente, a manuteneţao das

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    detenninada pelo Ato, acaba por interpretar a decisao proferida por essa

    Corte e o fazem no limite de esvazia-Ia. Seria compreensivel que a Casa

    mantivesse em relayao ao deputado afastado o pagamento do subsidio

    integral, a assistencia il saMe ou de esquema de seguran9a basico destinado

    a qualquer parlamentar, alem do reconhecimento honorifico e protocolar de

    sua condi9âo. Nada, porem, justifica, a manutenyao das demais

    prerrogativas todas colegadas ao efetivo exercicio do mandato e ao cargo

    de Presidente da Câmara dos Deputados .

    Ja o argumento relativo ao suposto paralelismo da situayao em causa

    corn a da Presidente da Republica afastada coma resultado da instaura9ao do

    processo de impeachment, a propria decisao de V. Exa. nestes autos ja aparta

    as situa90es. Eis o excerto:

    "Corn o afastamento da Presidente da Republica de suas fun90es, o

    Presidente da Câmara dos Deputados sera consequentemente al9ado

    il posicţâo de primeiro substituto da Presidencia da Republica, o que

    toma uma eventual convoca9ao a exercer esse papel, ao menos em

    afastamentos temporarios do novo titular, quase certa. Para se

    qualificar ao exercicio da substitui9âo, porem, parece elementar que

    devera o Presidente da Câmara dos Deputados cumprir corn

    requisitos minimos para o exercicio da Presidencia da Republica. E indispensavel, como a pr6pria Constitui9ao se ocupou de salientar,

    que seja ele brasileiro nato (art. 12, § 3°, II). E igualmente necessărio que o Presidente da Câmara dos Deputados nao figure como reu em

    processo penal em cursa no Supremo Tribunal Federal. Isso porque,

    ao nonnatizar as responsabilidades do Presidente da Republica, o

    texto constitucional precatou a honorabilidade do Estado brasileiro

    contra suspeitas de desabono eventualmente existentes contra a

    pessoa investida no cargo, determinando sua momentânea suspensâo

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    do cargo a partir do momento em que denuncias por infrac;5es penais

    comuns contra ele formuladas sejam recebidas pela Supremo

    Tribunal Federal. A norma suspensiva nao teria qualquer sentido se a

    condu9ao do Estado brasileiro fosse transferida a outra autoridade

    que tambem estivesse sujeita ils mesmas obje90es de credibilidade,

    por responder a processo penal perante a mesma instância. Diante

    dessa imposi.;ao constitucional ostensivamente interditiva, nao hă a

    menor duvida de que o investigado nao possui condi.;oes pessoais

    minimas para exercer, neste momento, na sua plenitude, as

    responsabilidades do cargo de Presidente da Câmara dos Deputados,

    pois ele nao se qualifica para o encargo de substitui.;ao da

    Presidencia da Republica, ja que figura na condi.;ao de reu no Inq

    3983, em curso neste Supremo Tribunal Federal. A rigor, essa

    conclusao (a limita.;ao do mandato de Presidente da Câmara dos

    Deputados) nao exigiria qualquer promo.;ao ministerial, tanto assim

    que ela sequer chegou a ser pleiteada ( ... )

    Poder-se-ia objetar que esse entendimento nao e compativel corn o que foi adotado pela Tribunal quando recebeu a denuncia contra o

    requerido, no Inq. 3983, onde ficou assentado que a ele - embora

    terceiro na linha de substitui.;ao da Presidencia da Republica -, e inaplicavel a imunidade penal temporaria conferi da pela Carta

    Magna ao Presidente da Republica (CF, art. 86, § 4°). A obje.;ao e

    infundada, pois as situac;5es sao, na verdade, inteiramente diversas.

    O cargo de Presidente da Republica - que ostenta a triplice condi.;ao

    de Chefe de Estado, de Governo e da Administra.;ao Publica Federal

    - e obtido por voto popular direto, o que lhe confere qualifica9ao especialissima de estabilidade, sendo substituido, se for o caso, pela

    Vice-Presidente, tambem eleito pelo voto popular. Nao hă como

    equipara-lo, portanto, corn o cargo de Presidente da Câmara dos

    Deputados, escolhido por elei9ao interna de seus pares, que apenas

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    esponidica e temporariamente exerce, por substitui~ao, a Presidencia

    da Republica. O Presidente da Câmara, dada a natureza e forma de

    indica~o para esse cargo, fica sujeito, sem maiores percal~s, a deIe

    ser removido e substituido em nova elei~ao interna, caso deixe de

    atender aos requisitos indispensaveis ao seu exercîcio. E por isso que, conforme lembrado naquele julgamento, a jurisprudencia do

    Supremo tem assentado que "a norma consubstanciada no ar!. 86, §

    4°, da Constituiyao, reclama e imp6e, em fun~ao de seu carater

    excepcional, exegese estrita ( ... )" (lnq 672 QO, Relator(a): Min .

    CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, DJ 16/4/1993). Nessas

    circunstâncias, nao devia mesmo ser conferida ao requerido a

    imunidade de que trata o ar!. 86, § 4° da CF. A solu~ao constitucional

    e outra: caso tenha contra si recebida denuncia ou queixa-crime, coma aqui ocorreu, deixa ele de ostentar condi~ao indispensavel

    para assumir, em substituiyao, o cargo de Presidente da Republica".

    Mais ainda. Os afastamentos, concrelamenle, sao bastante distintos.

    Enquanto aque\e - o da Presidente - e determinado de forma automatica pela Constituiyao, sem qualquer juizo sobre a intensidade da conduta,

    reitera~ao do ato ou perigo de interferencia na apurayao - cuida-se, na

    verdade, de garantia do livre exercicio do juizo politico do Senado Federal-

    o afastamento determinado nestes autos e de natureza penal tipica, pois, repita-se, a permanencia do requerido, o Deputado Federal Eduardo

    Cunha, no /ivre exercicio de seu mandato parlamentar e il frente da funr;iio

    de Presidente da Câmara dos Deputados, a!em de representar risco para as

    investigar;iJes penais sediadas neste Supremo Tribunal Federal, ti um

    pejorativo que conspira contra a propria dignidade da instituir;iio por ele

    liderada.

    O Ato da Mesa, outrossim, nao trata de qualquer interdiyao efetiva ao

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    exercicio do mandato aJem das 6bvias impossibilidades de voto e do

    exercicio da presidencia - que se mantidas configurari am chapado

    descumprimento da decisao do Supremo. Nao interdita o acesso do

    requerido as dependencias do Congresso Nacional. Tampouco dispoe sobre

    a convoca9ao de suplente da representa9ao parti dări a, o que teria a fun9ao

    de recompor a representa

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    Cunha diz que voIta a trabalhar na Câmara na semana que vem

    Conselho de Etica ouve Eduardo Cunha no processo que pode cassar

    o mandato deie. Deputado suspenso voita a negar que tenha contas

    no exterior.

    o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cun ha, falou, nesta quinta-feira (19), aos integrantes do Conselho de Etica, no processo

    que pode levar il cassa.,:ăo do mandato deie. Cunha repetiu que năo

    tem contas no exterior. E disse que vai voltar a trabalhar na

    Câmara na semana que vem .

    Eduardo Cunha falou no mesmo plenărio onde em mar.,:o de 2015

    dis se na CPI da Petrobras que năo tinha contas no exterior. Vieram as

    suspeitas, as acusa

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    Medida Cautelar conexa it AC 4170

    cartoes de cnjdito no exterior. A conta de vossa esposa tem coma

    garantidor quem ou qual conta garante repasses o custeio a essa canta

    da sua esposa?", perguntou o deputado Marcos Rogerio, DEM-RO,

    relator.

    "Nao efetuei gastos de conta minha ou de qualquer outra natureza

    que nao fossem gastos de cartao de credita de dependente do cartao

    de credito de titularidade da minha esposa. Da conta dela que esta

    declarada nesse momento no Banco Central e que efetivamente ela

    tem a conta na pessoa fisica e nunca se negau isso", disse Eduardo

    Cunha.

    Na resposta, Cunha nao esclareceu de onde vinha o dinheiro para

    bancar estes gastos. Esta informayao, segundo integrantes do

    conselho, e importante porque mostraria que o dinheiro de pela

    menos um trust vem sendo usado pela familia de Cunha.

    Em 2015, o Ministerio Publica recebeu documentos da SUlya que,

    segundo os investigadores, camprovam que Eduardo Cunha tem

    contas naquele pals. No material, ha fotos do passaporte, de quatro

    cantas bancărias abertas na SUlya por Cunha, para ele, a esposa e a

    filha.

    o relator questionou Cunha: "A autoridade suliţa expressamente afirma que as cantas saa de Vossa Excelencia. Razao pela qual envia

    os documentos ao Brasil".

    "O fato do Ministerio Publica abrir um procedimento investigayao

    nao significa que eu pratiquei o ato ilicito e nem significa que eu

    seria culpado a qualquer procedimento investigat6rio", disse Cunha.

    Cunha voltou a usar o argumenta de que os recursos depositados

    num trust - uma entidade juridica usada para administrar bens fora do

    pais - nao pertencem a ele. O deputado Marchezan JUnior, do PSDB,

    disse que Cunha usa o trust para esconder a origem ilicita do

    dinheiro. E cobrou a renuncia deIe da Presidencia da Câmara. ~

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    "Vossa Excelencia a permanecer na Presidencia, mesmo gue

    suspenso, esta fazendo um mal a esta Casa, esta fazendo um mal ao

    govemo, e esta fazendo mal il na9ao brasileira. Seria oportuno gue

    Vossa Excelencia renunciasse ate porgue se Vossa Excelencia

    continuar a exercer suas influencias e o seu poder corn seu grupe

    parlamentar agui dentro da Casa, vai chegar o momento gue o STF

    vai entender pela sua prisao", afirmou o deputado Nelson Marchezan

    JUnior, PSDB-RS.

    A TV Globo ja mostrou um parecer do Banco Central gue aponta gue

    Cunha deveria ter declarado seus trusts.

    Em entrevista il TV Globo em 2015, Cunha disse gue era

    "usufrutuărio" desses trusts. Hoje, ele reconheceu gue o termo foi

    inadeguado. Ai usou o termo "instituidor do trust".

    "Eu sou aguil0 gue e definido, eu sou o settle - gue e o instituidor do

    truste - e sou o beneficial owner do truste. E a palavra gue esta colocada na sua lingua matriz corn rela9ao a gue gue e o truste. A palavra usufrutuăria, como eu expliguei agui, usufrutuărio, foi

    colocado de uma forma no jargao jomalistico, numa entrevista, num

    depoimento, e ela nao corresponde il realidade da natureza juridica da

    situayao", responde Cunha .

    Cunha foi perguntado sobre a dela9ao premiada do empreiteiro

    Ricardo Pemambuco Junior, gue afirmou ter pago propina a ele no

    exterior por obras num porto do Rio. Cunha se irritou, batendo na

    mesa: "Eu nao tenho nada a ver corn nenhuma dessas contas citadas

    pela senhor Ricardo Pemambuco. E desafio a provar."

    Cunha tambem foi criticado porgue estaria indicando aliados para

    cargos na Câmara e no govemo Temer, entre eles o atual lider do

    govemo, Andre Moura, do PSc.

    "O Supremo Tribunal Federal entendeu gue deveria afastar o

    deputado Eduardo Cunha do exercicio do mandato pelos riscos

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    trazidos pelo exercicio do poder deie ils investiga0;X5es. O exercicio do

    poder do deputado Eduardo Cunha niio cessou, ao contrârio, talvez

    tenha ate aumentado", disse o deputado Alessandro Molon , REDE-

    RJ, lider do partido.

    "Niio tem um alfinete indicado nesse govemo por Eduardo Cunha.

    Agora, se as pessoas que saa os meus correligionârios, as pessoas

    que eu tenho convivencia ocupem postos, isso nao quer dizer que

    Eduardo Cunha que indicou. E se indicasse nao teria nenhum delito

    nisso", rebateu Cunha .

    O depoimento durou mais de sete horas. Agora, Eduardo Cunha ainda

    pode apresentar uma nova defesa em cinco dias e o relator tem dez

    dias uteis, a partir desta sexta (20), para concluir seu parecer pela

    perda ou nao do mandato. Mesmo que os prazos sejam cumpridos,

    esse ja e o processo mais longo no Conselho de Etica da hist6ria da Câmara. E o julgamento no Conselho de Etica pode so acontecer em

    junho.

    Na saida, Cunha disse que estara de voita na segunda. "Eu vou

    frequentar meu gabinete pessoal, eu estou suspenso do exercicio

    do mandato, e năo do mandato", afirmou.

    A rea9iio foi imediata. "It um desrespeito frontal il decisiio unânime do Supremo, e obvio que ele năo pode ficar comparecendo il Câmara. O Supremo năo disse que ele poderia vir aqui, fazer as

    articula~oes politicas como ja esta fazendo, isso ai configura

    obstru~ăo", disse o deputado Chico Alencar, PSOL-RJ'.

    MESMO AFASTADO, CUNHA DIZ QUE CONTINUARĂ

    USANDO GABINETE

    1 Disponivel em hllp:!!g 1.globo.comijornal-nacionalinoticial2016!OS!cunha-diz-gue·volta-trabalhar-na-camara-na-semana-gue-vern.html, acessado em 22/5/2016.

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    Deputado teve o mandato suspenso por decisiio unânime do STF.

    Ele falou no Conselho de Etica em pracesso por quebra de decora.

    Mesmo corn o mandato parlamentar suspenso, o presidente

    afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (pMDB-RJ),

    disse nesta quinta-feira (19) que voltară a despachar do seu

    gabinete pessoal de deputado a partir da proxima segunda-feira

    (23).

    Em decisiio unânime, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou

    a suspensao do mandato deIe e, consequentemente, o seu

    afastamento da presidencia da Casa sob a acusa(ţiio de que ele teria

    usado o cargo para atrapalhar investiga(ţoes da Opera"iio Lava J ato e o

    andamento do processo que o investiga no Conselho de Etica.

    "Eu vou frequentar a Cârn ara. Estou suspenso do exercicio do

    mandato e nao de frequentar a Câmara. Vou frequentar. Vou

    frequentar meu gabinete pessoal. Estarei aqui presente, nao mais

    hoje pelo adiantado da hora, mas, a partir de segunda-feira, vod!s

    me encontram no gabinete 510", declarou apos sessao do conselho

    em que prestou depoimento nesta quinta.

    Perguntado se o gabinete poderia funcionar, apesar de estar

    suspenso do exercicio do mandato, Cunha respondeu: "Claro.

    Estou suspenso do exercicio do mandato, e nao do mandato".

    Questionado nesta quinta sobre a fala de Cunha ao deixar o STF, o

    procurador-geral da Republica, Rodrigo Ianot, responsavel pela

    pedido de suspensao do mandato do deputado, respondeu apenas: "o

    problema e deIe". O peemedebista afirmou, ainda, "nao ter duvida" de que voltară il

    presidencia da Câmara. "Nao tenho duvida. Vamos recorrer e

    esperamos que os recursos sejam acolhidos. A decisao foi

    excepcional, sem previsăo constitucionaI. Eu comparo a

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    distor~oes, corn o, por exemplo, o seDador Delcidio preso Dăo teve

    o maDdato suspeDso. Entao, sao muito diferentes os tratamentos corn

    rela9ao a om e a outro", disse.

    Desde que foi afastado do mandato, no dia 5 de maio, a Mesa Diretora

    da Câmara definiu que, durante o periodo em que ficar suspenso,

    Cunha tera direito ao salario integral, alem de manter a residencia

    oficial, no Lago Sul (bairro nobre de Brasilia), aviao, seguran«as,

    motorista, carro oficial e verba de R$ 92 miI para pagar funcionârios

    do gabinete .

    O primeiro-seeretărio da Câmara, Beto MaDsur (pRB-SP),

    destaeou que, eomo o ato da Mesa Diretora dă a Cunha o direito

    de manter parte dos funcionarios, o gabinete pessoal tiea aberto

    para que esses protissionais frequentem. Segundo o deputado, năo

    ha impedimeDto para que Cunha use as dependeDcias da Casa.

    "O gabinete tiea aberto as pessoas que tieam corn ele. Como a

    Dilma tem direito ater gabinete pessoal corn fUDcionarios, demos

    esse direito ao CUDha tam bem. Usar o gabinete e uma op~ăo que

    ele esta fazendo", disse Beto Mansur ao G 1, sem querer opinar

    sobre a eonveniencia ou nao de Cunha frequentar a Câmara.

    Deputados ouvidos pelo Gl, porem, avaliam eomo "arriseada" a

    decisăo do presidente afastado de usar o gabinete no predio da

    Casa. Para eles, as atividades que o peemedebista vier a

    desempenhar podem aeabar seD do interpretadas pelo STF eomo

    deseumprimento da suspensao do mandato

    O relator do processo que investiga Conha no Conselho de Etica,

    Marcos Rogerio (DEM-RO), disse nao haver regra que proibe o

    peemedebista de visitar a Câmara. "Na decisao Iiminar que o afastou

    do mandato e da presidencia da Casa eu nao vi consignado nenhuma

    proibi«ao neste sentido. Mas isso deve ser analisado. De repente, a

    propria Mesa poderia fazer este questionamento. Nao vi textualmente

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    proibiyao de ele frequentar a Casa."

    Questionado ap6s a sessăo se considerava uma "afronta" Cunba

    continuar frequentando o gabinete pessoal, o presidente do Conselho

    de Etica, Jose Carlos Araujo (PR-BA), disse que "quern deve achar

    isso [se e uma afronta) e o Supremo". "Ele esti afastado pela Supremo", declarou.

    Alem disso, mesmo afastado, EDUARDO CUNHA

    continua utilizando seu mandato e poder politico em beneficio

    proprio, em especial corn vistas a interferir nas investiga!yoes,

    conforme se percebe nas indica!yoes que vem fazendo e pretende

    fazer no govemo do Presidente interino Michel Temer.

    Um dos cargos barganhado por EDUARDO CUNHA e

    nada menos o de Secretârio da Receita Federal. A Receita

    Federal e um dos orgăos que vem atuando nas investiga!yoes

    contra o Deputado .

    o ESTADO DE S. PAULO - SP POLITICA 05/05/2016 23 -CUNHA QUER INDICAR NOVO DIRETOR DA RECEITA'

    Adriano Ceolin Adriana Fernandes / BRASiLlA O presidente da

    Câmara, Eduardo Cunha (pMDB-RJ), quer indicar o chefe da

    Receita Federal no eventual governo de Michel Temer. O assunto

    foi tratado reservadamente com o vice-presidente, segundo

    2 Disponivel em http://politica.estadao.com.br/noticias/geraJ,cunha-quer-indicar-novo-diretor-da-receita.10000049203. Acesso em 23.05.2016.

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    alia dos do deputado. Cunha pretende apresentar om tecnico da sua

    confianrya para o 6rgiio que e subordinado ao Minish~rio da Fazenda.

    Fundamental na abertura de processo de impeachment da presidente

    Dilma Rousseff, o peemedebista tem sido avalista de indicaryoes de

    deputados para o governo Temer.

    As negocia~iies de Cunha tiveram inicio antes mesmo da vota~ăo

    do impeachment. Num primeiro momento, as conversas ficaram a

    cargo do lider do PSC, Andre Moura (SE), e do ex-deputado

    federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que tam bem bavia sido o

    principal operador da elei~ăo de Cunha para presidente da

    Câmara em 2015. Apos o impeachment, o proprio Cunha assumiu

    as negocia~iies. Por causa disso, ele tem sido cobrado por

    lideran~as sobre o cumprimento de acordos.

    Em meio a essas conversas corn partidos na Câmara, surgtu a

    informaryiio de que Cunha quer indicar o novo secretano da Receita. O

    orgăo e de extrema importância para colher informa~iies sobre

    empresas, dentro e fora do Pais. Jnclusive para monitorar

    opera~iies que podem resultar em investiga~iies. A Receita teve

    papel fundamental, por exemplo, nas opera~iies Lava Jato,

    Acronimo e, sobretudo, Zelotes, que revelou um esquema de

    corrup~ăo no Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais.

    A mais recente tentativa de interferencia politica na Receita foi

    revelada na conversa gravada corn autorizaryiio judicial entre o ex-

    presidente Luiz lnacio Lula da Silva e o atual ministro da Fazenda,

    Nelson Barbosa. "E precisa acompanhar o que a Receita esta fazendo corn a Policia Federal", disse Lula a Barbosa, segundo audio

    divulgado pela juiz Sergio Moro, responsavel pelos processos da Lava

    lata na primeira instância. Na oportunidade, Barbosa responde de

    forma monossilabica.

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    Auditores ouvidos pela reportagem ja avisaram que nao vao aceitar

    interferencias politicas para o comando da Receita. Desde a saida de

    Everardo Maciel, que foi o secretârio do orgao no governo Fernando

    Henrique Cardoso, todos os outros comandantes do orgao foram

    funcionarios de carreira. E por esse motivo que o plano de aliados de

    Cunha e indicar um nome dos quadros da Receita.

    Negativa Questionado pelo Estado, o presidente da Câmara negou "de

    forma veemente" que pediu a Temer para nomear um nome deie para

    a Receita. "Niio vou indicar ninguem no govemo. Niio participo de

    qualquer escolha", disse.

    A assessoria da Vice-Presidencia da Republica afirmou que "o

    secretărio da Receita e todos os cargos vinculados ao Ministerio da

    Fazenda seri'io indicados pelo novo ministro da pasta". O nome mais

    cotado e o do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles

    (PSD).

    Por ora, Cunha mantem uma boa rela\,âo corn o vice. Apesar

    disso, segundo aliados, ele guarda na manga um pedido de

    impeachment contra Temer caso ele descumpra acordos firmados

    antes da vota\,âo do impeachment. O presidente da Câmara tem

    atuado como avalista das indica\,oes das bancadas da Casa para o

    ministerio de Temer. "Ele quer garantia de que poderă contar corn

    apoio no futuro", contou um deputado do PP, referindo-se ao processo

    de CaSSa9aO do qual Cunha e alvo no Conselho de Etica. Por isso, o deputado fluminense tem vetado nomes agressivos a ele.

    Um caso emblematico e o da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP),

    inicialmente sondada para a pasta de direitos humanos. Em novembro

    do ano passado, ela pediu a saida de Cunha durante uma sessao na

    Câmara. No come90 da semana, ela saiu da lista de cotados pra o

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    ministerio e foi substituida por Bruno Araujo (PSDB-PE), que atuou

    de forma afinada corn Cunha. Questionado, o parlamentar fluminense

    "refuta" agir como avalista da formayao do Ministerio de remer.

    Mesmo afastado EDUARDO CUNHA fez diversas indicayoes para

    cargos estrategicos no govemo Michel remer, conforme noticiado na

    imprensa:

    Os homens de Cunha no governo Temer

    Aliados do presidente da Câmara afastado foram nomeados para

    postos estrategicos dentro do Planalto, na esplanada e na Câmara

    por Redayao - publicado 18/05/2016 15h48, ultima modificayao

    18/05/2016 16h11

    Mesmo afastado da presidencia da Câmara pelo Supremo

    Tribunal Federal (STF), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) parece

    cobrar do presidente interino Michel Temer (PMDB) a conta

    pela aprova\!ăo do impeachment de Dilma Rousseff.

    Nesta quarta-feira 18, foi confirmado o nome de Andre Moura (PSC-

    SE) para a lideranya do govemo na Câmara. Moura e um dos

    integrantes da tropa de choque que tenta evitar a cassayao de Cunha

    no Conselho de Etica da Casa esua indicayao tem o apoio de um

    bloco parlamentar que reune 225 deputados de 12 partidos do

    chamado "centrao".

    Criado nesta quarta, o bloco deve dar sustentayao ils medidas

    econ6micas do governo, estabelecidas coma prioridades por Temer.

    Sem o bloca de apoio, o presidente interino nao teria como fazer

    passar diversos projetos que precisam da anuencia do Congresso.

    "Minha missao aqui e a de trazer as materias que possam permitir

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    que o Pais encontre o caminho do crescimento, da estabilidade

    economica, sobretudo, sob a lideran~a e orienta~ao do presidente

    Michel Temer e de seus ministros que estarao discutindo conosco as

    pautas", disse Moura.

    De acordo corn reportagem da GloboNews, o bloco do centrao

    referendou o nome de Andre Moura a pedido de Temer. Sua inten~ao

    era criar um discurso de que a indica

  • PGR Medida Cautelar conexa it AC 4170

    designados a conduzir a TV Câmara corn măos de ferro. Em 2014,

    Rimoli foi coordenador de comunica9ăo da campanha de Aecio

    Neves (PSDB-MG) it Presidencia.

    Por fim, o Ministeno da Justi9a tambem foi ocupado por um aliado

    de Cunha que, assim como Gustavo do Vale Rocha, ja advogou para

    o peemedebista. Em 2014, Alexandre de Moraes conseguiu que

    Cunha fosse absolvido no STF em uma a9ăo por uso de documento

    falso. Antes de assumir a pasta da Justi9a, Moraes chegou a ser

    cotado para a Advocacia-Geral da Uniăo (AGU) apas lobby

    comandado por Cunha'

    o deputado Andre Moura, cumpre lembrar, foi recentemente incluido no Inq. 3989 e mencionado no pedido originărio desta A9ăo

    Cautelar como um dos autores de requerimentos e inquiri9iies feitos de

    forma concertada corn o requerido e alvo de novo inquerito instaurado para

    apurar exatamente tais condutas. V. Exa., alias, ja constatou nestes autos

    indicios de comportamento extravagante de um grupo de parlamentares, do

    qual Andre Moura e um dos principais expoentes, que se comportam como

    coadjuvantes das condutas desviadas do requerido, como tratado nos itens

    10 a 15 da decisăo .

    4. A decreta~ăo de prisăo preventiva em razăo de descumprimento de

    medida cautelar alternativa il prisăo (art. 282, § 4° do cpp).

    o Egregio Supremo Tribunal Federal, vislumbrando situayăo excepcionalissima, decretou medida cautelar diversa da prisăo ao Presidente

    da Câmara dos Deputados EDUARD O CUNHA, corn base no art. 319, VI

    do CPP.

    3 Disponi vei ern http://www.cartacapital.com.br/politi ca! os-homens-de-cunha-no-govemo-terner, acessado em 22/5/2016.

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    Nesse sentido, vale destacar o seguinte trecho do voto do eminente

    Ministro Relator:

    "6. A legitimidade do deferimento das medidas cautelares de

    persecuyao criminal contra deputados encontra abrigo farto, mas nao

    isolado, no principio da inafastabilidade da jurisdiyao (art. 50,

    XXXV, da Constituiyao da Republica). Tambem acodem esse tipo de

    medida preceitos eticos da maior re\evância, e que estao na base do

    proprio sistema de representayao popular que confere movimento ao

    estado de direito.

    Foi o que pontuou, corn precisao, aMin. Cânnen Luci a, quando

    oficiou na relatoria de ayao de habeas cor pus patrocinado em favor de

    Presidente de Assembleia Legislativa Estadual que se quedava

    afastado do cargo por deliberayao do Superior Tribunal de Justiya (HC

    89.417). Naquele julgado, Sua Exce1encia ponderou o seguinte:

    "A Constituiyao nao diferencia o parlamentar para privilegia-

    10. Distingue-o e toma-o imune ao processo judicial eate

    mesmo il prisao para que os principios do Estado

    Democratico da Republica sejam cumpridos; jamais para que

    e\es sejam desvirtuados. Afinal, o que se garante e a

    imunidade, niio a impunidade. Essa e incompative\ corn a Democracia, corn a Republica e corn o proprio principio do

    Estado de Direito.

    Afirmava Geraldo Ataliba, que pensar que a impunidade

    possa ser acolhida no Estado de Direito, sob qualquer

    disfarce, e imaginar que se pode construir uma fortaleza para dar seguranya e nela instalar um portao de papelao. E seria

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    ISSO o que teria sido construi do, constitucionalmente, se se

    admitisse que a Constituiyao estabeleceu, expressamente, os

    principios da Republica, corn os consectarios principiol6gicos

    que lhe sao pr6prios, a garantia da liberdade do el ei tor para

    escolher o seu representante a fim de que ele crie o direito

    que possa atender as demandas sociais, a garantia da moralidade e a obrigayao da probidade dos representantes

    para seguranya etica dos eleitores e, paralelamente, se tivesse

    permitido que se o representante trair o eleitor e fraudar a

    Constituiyao rul o Estado Democratico, afunda-se a

    Constituiyao, sossega-se o juiz constitucional, cala-se o

    direito, porque nada ha a fazer, diante de uma regra que se

    sobreporia a toda e qualquer outra; a garantir que uma pessoa

    pudesse se ressalvar de qualquer regra juridica em face da

    regra proibitiva de seu processamento e de sua prisao em

    qualquer caso.

    [ ... ]

    Como se cogitar, entao, numa situayao de absoluta anomalia

    institucional, juridica e etica, que os membros daquela Casa

    pod eri am decidir livremente sobre a prisao de um de seus

    membros, maxime quando ele e tido coma o chefe

    indiscutivel da organizac;:ao [criminosa que] coordena as

    ac;:oes do grupa e cobra dos demais integrantes o cumprimento

    das tarefas que lhes sao repassadas. As indicac;:oes para

    importantes cargos ... sao de sua responsabilidade, e controla,

    mediante pagamento, os deputados estaduais (fi. 80)

    E se a olhos vistos nao se poderia cumprir aquela exigencia

    constitucional, como se poderia aplicar a norma insculpida no

    art. 53, § 20, da Constituic;:ao da Republica, sem que se tivesse

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    o comprometimento de todos os principios constitucionais,

    incluidos os mais caros para que o publico seja do povo e o

    particular seja de cada um sem ser pago por todos, inclusive

    moralmente?

    A situa~ao descrita nos autos patenteia situa~ao excepcional e,

    por isso, absolutamente insujeita il aplica~ăo da norma

    constitucional em sua leitura isolada e seca.

    TaI como a autonomia da vontade, que e encarecida coma expressăo da liberdade individual e que, por vezes, e amparada pela decisăo judicial por ausencia de condiy5es da

    pessoa para manifestar livremente a sua vontade, nos termos

    da legisla~ăo civil vigente e que e dessa forma aparentemente (e apenas aparentemente) contradit6ria que se garante a

    liberdade, tambem para garantir a vida constitucional livre e

    democrătica ha que se aceitar que, em situa~5es excepcionais

    e de anormalidade, como a que se apresenta no caso em foco,

    o provimento judicial, fundado, rigorosa e estritamente, nos

    principios que sustentam o sistema positivado, e que se poderă garantir a integridade da Constitui~ăo. Eventualmente,

    ha que se sacrificar a interpreta~ăo literal e isolada de uma

    regra para se assegurar a aplicar;:ao e o respeito de todo o

    sistema constitucional.

    Imunidade e prerrogativa que advem da natureza do cargo exercido. Quando o cargo năo e exercido segundo os fins constitucionalmente definidos, aplicar-se cegamente a regra

    que a consagra năo e observiincia da prerrogativa, e cria~ăo de privilegio. E esse, sabe-se, e mais uma agressăo aos principios constitucionais, enfase dada ao da igualdade de

    todos na lei.

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    E a se observar esse, a prisao haverâ de ser aplicada segundo

    as regras gue valem para todos guando o status funcional de

    alguem ja ni'io esteja em perfeita adequa9i'io ao oficio gue

    determina a aplica9i'io do regime juridico constitucional ao

    agente. Entao, ter-se-a de garantir a ordem publica, gue se poe

    como obriga9ao a ser assegurada por ser dever do Estado e

    responsabilidade de todos (art. 144 da Constitui9i'io da

    Republica). Afastar-se os principios constitucionais para

    aplicar a regra excepcional nao e, seguramente, garantir a

    ordem publica e a seguran9a juridica.

    Em casos de tamanho comprometimento das institui90es

    juridicas e politicas, a ordem publica ja nao e publica e nem e

    ordem guando os agentes publicos deixaram de se investir

    dessa condi9ao, a nao ser formalmente, para se locupletarem

    do gue entendem ser benesses e nao deveres gue os cargos

    publicos impoem ilgueles gue os proveem.

    11. Aplicar coma pretende o Impetrante a norma do ar!. 53,

    §§ 20 e 30 da Constitui9ao, guer dizer, coma espa9Q juridico

    gue impede gue o Poder Publico cwnpra a sua obriga9ăo para

    chegar il apura9ao, e, se for o caso, il eventual puni9ao de

    alguns pela proibi9ao de adotar as providencias devidas para

    se chegar ao fim do direito, alem de se impedir gue se extinga

    o ambiente institucional contaminado por praticas gue podem

    se mostrar delituosas e ao possivel cometimento de infra90es

    gue se vem perpetrando no ente federado, simplesmente

    porgue ni'io se pode aplicar o direito, seria chegar il mesma

    equa9ao de ineficacia ja narrada em nwnerosas passagens

    literărias. Mas a vida niio e fic9ao e a moral e o direito nao

    hao de ser hist6rias para ser contadas sem compromisso corn

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    a eficăcia.'"

    Como se nota, o STF decretou a medida cautelar diversa da prisao,

    consoante o disposto no ar!. 319 do CPP.

    Nao obstante isso, conforme demonstrado acima, a medida caute1ar de

    afastamento vem se mostrando ineficaz para o cessamento das ilicitudes

    praticadas pelo Deputado EDUARD O CUNHA. Isso se deve em grande

    parte pela fato de CUNHA ainda exercer de fato o poder que ostenta em

    razao de sua condic;:ao de Presidente da Câmara .

    Deveras, o Ato da Mesa que pretendeu regulamentar o afastamento de

    CUNHA do exercicio do cargo tem claramente o desiderato de esvaziar os

    efeitos da r. Decisao do STF, conforme destacado no t6pico anterior. Por

    6bvio que esse ato sofi-eu influencia do Deputado, demonstrando a clara

    intenc;:ao de nao dar cumprimento a r. Decisao do STF.

    Alem disso, mesmo na parte que o Ato da Mesa manteve a minima

    higidez da decisao judicial, a determinac;:ao do STF vem sendo descumprida.

    De fato, conforme amplamente noticiado, o Deputado EDUARD O CUNHA

    permanece despachando corn correligionărios e outros parlamentares na

    residencia oficial coma se ali fosse extensao da Câmara dos Deputados .

    As diversas indicac;:6es feitas no atual govemo nao deixam duvidas de

    que o Deputado EDUARDO CUNHA permanece, de fato, no exercicio da

    Presidencia da Câmara dos Deputados, o que toma, na prătica, a decisao

    unânime do STF in6cua.

    De acordo corn o ar!. 282, § 4° do C6digo de Processo Penal, o Juiz

    poderă decretar a prisao preventiva no caso de descumprimento de medida

    cautelar diversa da prisao imposta anteriormente:

    Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Titule deverae ser

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  • PGR Medida Cautelar (onexa il AC 4170

    aplicadas observando-se a: (Redacao dada pela Lei n· 12.403, de

    2011).

    ( ... ) § 42_ No caso de descumprimento de qualquer das obrigac;:6es

    impostas, o juiz, de oficio ou mediante requerimento do Ministerio

    Publico, de seu assistente ou do querelante, podera substituir a

    medida, impor outra em cumulacao, ou, em ultimo caso, decretar a

    prisao preventiva (ar!. 312, paragraf o unico). OncJuido pela Lei n°

    12.403, de 201 ]).

    Na mesma linha, o paragraf o Unica do ar!. 312 do Codigo de Processo

    Penal:

    Art. 312. ( ... )

    Paragraf o unica. A prisao preventiva tambem podera ser decretada

    em caso de descumprimento de qualquer das obrigac;:6es impostas por

    forca de outras medidas cautelares (art. 282, § 40). (IncJuido pela Lei

    n° 12.403, de 2011).

    E o que a doutrina vem chamando de prisao preventiva sancionatoria' ou regressiva. Na propria Exposio;:ao de Motivos do Projeto 4.208 (EM n°

    00022- MI, de 25 de janeiro de 2001), o Ministro da IustiCa cJaramente

    afinna, ao tratar da prisao preventiva: "E acrescentada nova hipotese de prisao preventiva, no paragraf o Unico do artigo 312, decorrente do

    descumprimento de qualquer das obrigao;:oes impostas por foro;:as daih ___ medidas cautelares (art. 319)" ~

    4 FERNANDES, Antonio Scarance. Processo Penal constitucional. 78 ed. rev. Sao Paulo: RT, 2012 , p. 292/293

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  • PGR Medida Cautelar conexa iI AC 4170

    Referida especie de prisao, embora tenha sua ongem no Direito

    Romano, passou a ser adotada corn frequencia recentemente, em especial a

    partir do seculo XX, oportunidade em que esta especie de prisao passa a ser

    prevista em diversos ordenamentos juridicos, sobretudo ap6s a criayao de

    medidas altemativas il prisao cautelar. Realmente, trata-se de um "reforyo

    cautelar", que tem como finalidade assegurar a efetividade das demais

    medidas cautelares'

    Confonne leciona Ada Pellegrini Grinover, e inerente il pr6pria

    existencia do Poder Judiciario a utilizayao de meios capazes de tomar

    efetivas as suas decisoes. Seria negar a pr6pria funyao jurisdicional pensar

    em um Poder Judiciârio que nao pudesse impor suas decisoes, pois nenhuma

    utilidade teriam e seria o mesmo que negar a sua existencia. 6 O poder de o

    juiz impor suas decisoes decorre da pr6pria parcela de soberania que exerce,

    sendo essencial il subsistencia da Justiya.'

    Portanto, a possibilidade de decretayăo da prisăo preventiva em caso

    de descumprimento da decisao judicial anterior, que aplicou medida cautelar

    diversa, deflui năo apenas da previsăo dos artigos 282, §4°, C.c. art. 312,

    paragraf o unico, do CPP, mas do pr6prio estado Democratico de Direito,

    assegurado no art. 1°, caput, da Constituiyao, assim como do art. 5°, inc .

    XXXV, da Constituiyao Federal, que assegura o principio da

    inafastabilidade do controle jurisdicional, ao prever que "a lei nao excluira

    da apreciayao do Poder Judiciârio lesao ou ameaya a direito".

    5 FERNANDES, Antonio Scarance. Medidas cautelares. In: Bo/etim

    IBCCRIM, n° 224. Julho/20l1.

    6 GRINOVER, Ada Pellegrini. Paixao e morte do contempt of courl brasileiro. In: O processo. Estudos & Pareceres. 23 ed. Sao Paulo: DPJ Editora, 2009, p. 214. 7 ASSIS, Araken de. O contempt ofCourt no Direito Brasileiro. In: Revista de Processo, v. III. Ju1/2003, p. 18.

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  • PGR Medida Cautelar canexa il AC 4170

    Deve-se recardar, de inîcio, que a fuw;:ao jurisdicional e

    absolutamente essencial em qualquer modelo de Estado Democratico.8 O

    principio da inafastabilidade do controle jurisdicional, admitido em todos os

    paises do mundo, assegura nao apenas o acesso il justi9a, mas o direito a

    uma tutela adequada, corn garantia efetiva contra qualquer forma de

    denega-;iio de justi-;a.9 De maneira ainda mais ampla, a possibilidade de

    agravamento em caso de descumprimento - podendo-se chegar ate mesmo a

    decreta91io da pris1io - visa assegurar o escopo politico do processo, que e justamente conferir imperatividade as decisoes para cumprir seus fins .

    Nesta linha, a prisao preventiva neste caso possui natureza mista, de

    conlempl of Courl, em raz1io do desrespeito da decis1io judicial - no caso da

    mais alta Corte do pais - e de carâter sancionat6rio, como resposta a

    conduta do imputado que afronta a decisao judicial, negando-Ihe eficacia lO•

    A transgressao, neste caso, pode levar a regressao a um regime cautelar mais

    rigoroso sempre que se demonstrar que nao ser mais eficiente a originâria

    medida, a exigir a mudan9a da situa9ao cautelar. Il

    8 COSTA, Domingos Barroso da; PACELLI, Eugenio. Prisăo Preventiva e liherdade provisaria: a reforma da Lei 12.403/11. Sao Paulo: Atlas, 2013, p. 59.

    9 GRINOVER, Ada Pellegrini. Paixao e morte ... , p. 212/214. 10 Neste sentido, o item 12 da Recomenda9ao Rec(2006) 13 do Comite de

    Ministros do Conselho da Europa sobre o uso da prisao preventiva, as condi90es em que tem l ugar e as medidas de prote9ao contra abusos, adotada em 27 de setembro de 2006, que estabelece: "A breach of alternative measures may be subject to a sanction but shall not automatically justify subjecting someone to remand in custody. In such cases the replacement of alternative measures by remand in custody shall require specific motivation" (grifamos).

    II GREVI, Vittorio. Misure Cautelari. In: CONSO, Giovanni; GREVI, Vittorio. Compendio di procedura penale. sa ed, CEDAM: Padova, 20 , p.406

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    Nesta linha, leciona a doutrina:

    "( ... ) E intuitivo que as medidas do art. 319 seriam ineficazes se niio houvesse alguma consequencia em caso de descumprimento dos

    vinculos impostos. A prisiio preventiva busca, portanto, dar eficacia ao

    sistema de medidas cautelares como um todo, visando fon;:ar o agente

    a cumprir a ordem judicial. Por sua vez, Calamandrei jă afirmava que

    as medidas cautelares possuem um objetivo publicistico: mais do que

    defender direitos subjetivos, visam garantir a eficăcia e a seriedade da

    funyiio jurisdicional e da administra

  • PGR Medida Cautelar conexa iI AC 4170

    tutela de segundo grau, pois atua em razao de uma tutela anterior, que

    se mostrou insuficiente. Sem tutela anterior ela nao existe esua

    finalidade e refon;:ar a existente. Trata-se de uma forma de tutela de segundo grau, pois justamente visa substituir tutela anteriormente

    imposta e que se mostrou insuficiente. No momento do

    descumprimento, a medida anteriormente aplicada deixa de ser a mais

    adequada, podendo autorizar, em ultimo caso, a decretas:ao da prisao

    preventiva"" .

    No caso, a decretao;:ao de prisao preventiva em razao do

    descumprimento de medidas cautelares altemativas nao esta submetida ils

    circunstăncias e hip6teses previstas no art. 313 do CPP, de acordo corn a

    sistematica das novas cautelares pessoais. Pode-se verificar que ha um

    microssistema no tocante il prisao preventiva sancionataria, que defIui da

    prapria combinas:ao do art. 282, §4°, corn o ar!. 312, parăgrafo unico, que

    năo aponta para qualquer condis:ao de admissibilidade e que nao faz

    remissao ao art. 313. Nao bastasse, a prisao preventiva sancionataria possui

    equivaH:ncia, no âmbito penal, corn a conversao da pena restritiva de

    direitos em pena privati va de Iiberdade, na hipatese de descumprimento, nos

    termos do art. 44, §4°, do CP. Por fim, as condi,.oes de admissibilidade

    devem ser analisadas il luz de sua funo;:ao, de garantia de eficiencia do

    sistema cautelar coma um todo. Veja, neste sentido, a doutrina:

    Por sua vez, as condio;:oes de admissibilidade desta especie de prisao

    preventiva devem ser analisadas il luz de sua funs:ao. Como se trata de

    12 MENDON(:A, Andrey Borges de. Prisiio Preventiva na Lei 12403/2011. Amilise de acordo com mode/os estrangeiros e com a Convem;iio Americana de Direitos Humanos. Salvador: Juspodium, 2016, p. 428/430

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    medida de natureza sancionat6ria, em hip6tese semelhante ao

    contempt of Court, e admissivel em qualquer infra9iio penal que tenha

    previsiio de pena privativa de liberdade. Como busca dar efetividade a

    outras medidas e como houve uma conduta voluntăria do agente, que

    descumpriu conscientemente as medidas alternativas impostas, niio

    deve haver Iimites rigidos, para garantir ao sistema rnecanismos de

    preservar;:iio, coma forma de estÎmulo ao cumprimento das medidas

    impostas, entrando em questiio a credibilidade da Justir;:a. No

    momento de sopesamento da proporcionalidade, devem tais fatores ser

    considerados. lnc\usive, ha wn microssistema no tocante it prisiio

    preventiva sancionat6ria, que deflui da pr6pria combinay1io do art.

    282, §4°, corn o art. 312, paragraf o Unico, que niio aponta para

    qualquer condi9iio de admissibilidade e que niio faz remissiio ao art.

    313. Ademais, a prisiio preventiva sancionat6ria possui equivalencia,

    no âmbito penal, corn a conversiio da pena restritiva de direitos em

    pena privativa de liberdade, na hip6tese de descumprimento, nos

    termos do art. 44, §4", do CP. Assim, a questiio relativa it

    proporcionalidade e a subordinar;:iio da cautelar ils san90es aplicaveis

    ao final do processo se soluciona. De outro giro, quando ha

    descwnprimento das medidas aplicadas, o interesse da persecu9ao

    penal mostra-se acima do normal, devendo ser sopesada na analise da

    proporcionalidade em sentido estrito. lnc\usive, sempre houve no CPP

    uma hip6tese de prisiio preventiva sancionat6ria, que era justamente o

    quebramento da fian9a (praticamente Unica medida alternativa

    efetivamente existente no regime originărio do C6digo), cabivel em

    qualquer especie de crime. Por sua vez, conforme visto, na legisla9ao

    dos tres paises analisados tambem ha certa flexibiliza9iio das

    condi90es de admissibilidade da medida em caso de descumprimento

    das medidas alternativas aplicadas. Conc\ui-se, portanto, que no caso

    de prisao preventiva sancionat6ria, niio e necessario observar as

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    condi"oes de admissibilidade do art. 313."

    Assim, "Parece irrecusăvel, assim, a possibilidade de decreta"ao da

    prisao preventiva no caso de descumprimento injustificado (e isso deve

    restar muito bem esc1arecido!) de cautelar anteriormente imposta, mesmo

    para os crimes corn pena igual ou inferior a guatro anos"14

    Na jurisprudencia, veja as seguintes decisoes, deste E. STF e do STJ:

    Ementa: agravo regimental em habeas corpus substitutivo de recurso

    ordinârio. violayao ao principio da colegialidade. Inocorrencia. Prisao

    preventiva determinada apas o descumprimento reiterado de medidas

    protetivas e corn base em dados objetivos da causa. Inexistencia de

    razao para a concessao da ordem de oficio. Agravo regimental a gue

    se nega provimento. 1. A orientayao do Tribunal e no sentido de gue inexiste violayao ao principio da colegialidade na utilizayao, pela

    Ministro relator, da faculdade prevista no art. 38 da Lei n° 8.038/1990

    e no art. 21, § 1°, do RVSTF. Precedente plenârio. 2. A decisao

    agravada esta alinhada corn a orientayao da Primeira Turma do

    Supremo Tribunal Federal no sentido da inadmissibilidade do uso da

    ayao de habeas corpus em substituiyao ao recurso ordinârio previsto

    na Constituiyao Federal. 3. Inexiste razao para a concessao da ordem

    de oficio se a prisao preventiva do agravante sa foi determinada apas

    13 MENDONCA, Andrey Borges de. Prisiio Preventiva na Lei 12403/2011. Analise de acordo com modelos estrangeiros e com a Conven{:iio Americana de Direitos Humanos. Salvador: Juspodium, 2016, p. 436

    14 COSTA, Domingos Barroso da; PACELLI, Eugenio. Prisiio Preventiva e liberdade provis6ria: a reforma da Lei 12.403/11. Sao Paulo: Atlas, 2013, p. 59. Na mesma linha, FISCHER, Douglas. PACELLI, Eugenio. Comentarios ao C6digo de Processo Penal eSua Jurisprudencia. 6" ed. Sao Paulo: Atlas, 2014, p. 683.

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    o descumprimento de anterior medida protetiva aplicada pela Juizo de

    origem e o decreto de prisăo refere-se textualmente a gravidade

    concreta dos fatos, a forma de execuyao dos delitos e as reiteradas

    agressoes e ameayas a vitima como indicativos da necessidade da

    prisao para o resguardo de direito de terceiro. 4. Agravo regimental

    desprovido. (HC 121662 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO

    BARROSO, Primeira Turma, julgado em 13/05/2014, PROCESSO

    ELETRONICO DJe-199 DIVULG 10-10-2014 PUBLIC 13-10-2014)

    RECURS O ORDINÂRIO EM HABEAS CORPUS. RECEPTA

  • PGR

    Medida Cautelar conexa it AC 4170

    deixando de infonnar a mudan9a de endere90, inviabilizando a

    regularidade da reJa9ao processual. 3. Nos termos dos arts. 282, § 4°,

    e 312, parăgrafo unico, ambos do CPP, o descumprimento das

    medidas cautelares impostas quando da liberdade provis6ria

    constitui motiva\,ao idonea para justificar a necessidade da

    segrega.;ao ante tem pus. 4. Pennanecendo o nlu foragido, a

    constri9ao se mostra de fato imprescindivel, diante da fundada

    necessidade de se assegurar o cumprimento de eventual condena9ao,

    pois nitida a inten9ao de obstaculizar o andamento da a9ao criminal

    contra si deflagrada e de evitar a a9ao da Justi~ .

    5. Insuficiente a aplica9ao de medidas diversas da prisao quando o

    agente, beneficiado corn a liberdade provis6ria mediante condi9iies,

    nao as cumpriu deliberadamente. 6. Recurso ordinârio improvido.

    (RHC 52.314/SP, ReI. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,

    julgado em 23/1 0/2014, DJe 04/11/2014)

    RECEPTA

  • PGR

    Medida Cautelar conexa il AC 4170

    1. A prisao preventiva decretada em razao do descumprimento de

    medida cautelar anterionnente imposta ao paciente nao esta submetida

    ils circunstâncias e hip6teses previstas no art. 313 do CPP, de acordo

    corn a sistematica das novas cautelares pessoais. 2. Nao fosse por isso,

    cuidando-se de paciente que ostenta condenayao definitiva anterior

    pelo delito de trafico de entorpecentes, preenchido esta o requisito do

    art. 313, inciso II, do CPP, autorizando a preventiva. 3. Nao ha o que

    se falar em constrangimento ilegal quando a cust6dia esta

    devidamente justificada na garantia de aplicayao da lei penal, uma vez

    que, beneficiado corn a liberdade provis6ria, o paciente furtou-se de

    cumprir o compromisso finnado, deixando de infonnar a mudanya de

    endereyo e de comparecer em Juizo quando intimado, inviabilizando a

    regularidade da relayao processual. 4. Nos tennos dos arts. 282, § 4°, e

    312, paragrafo unico, ambos do CPP, o descumprimento das medidas

    cautelares impostas quando da liberdade provis6ria constitui

    motivayao id6nea para justificar a necessidade da segregayao.

    Precedentes. 5. A constriyao encontra-se justificada tambem em razao

    dos registros criminais do reu, revelando a propensao il pratica delitiva

    e demonstrando a sua periculosidade social efetiva, dada a real

    possibilidade de que, solto, volte a cometer infrayOes penais. 6.

    Habeas corpus nao conhecido. (HC 286.578/SP, ReI. Ministro JORGE

    MUSSI, QUINTA TURMA,julgado em 05/06/2014, DJe 18/06/2014)

    HABEAS CORPUS. lMPETRA

  • PGR

    Medida Cautelar conex a il AC 4170

    RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. MODALIDADE DE

    CONSTRI

  • PGR Medida Cautelar conexa il AC 4170

    pessoais favoraveis - nao comprovadas na especie nao teriam o

    condao de, isoladamente, revogar a prisao cautelar, quando ha

    elementos suficientes a demonstrar a sua necessidade. 8. Habeas

    corpus nao conhecido. (HC 289.340/SP, ReI. Ministro JORGE

    MUSSI, QUINTA TURMA,julgado em 25/11/2014, DJe 05/12/2014)

    No caso, evidenciado o descumprimento voluntărio, injustificado e

    consciente das medidas aplicadas por este E. STF, urge a decreta"ao da

    prisao domiciliar do requerido - medida suficiente, adequada e proporcional

    para enfrentar a situa"ăo de risco criada, desde que aplicada em cumula,ăo

    cam ou/ras medidas solici/adas

    5. Pedido.

    Em razao dos gravissimos fatos expostos, o Procurador-Geral da Re-

    publica reguer:

    a) a decretacăo da prisăo preventiva do Deputado Eduardo Cunha;

    b) caso, por hip6tese, V. Exa. entenda descabida, por ora, a prisăo pre-

    ventiva, o Procurador-Geral da Republica requer a imposi"ao cumulativa

    das seguintes medidas cauteJares altemativas il prisăo (art 319, CPP):

    (b.l) uso de dispositivo pessoal de monitoramento eletr6nico (tomoze-

    leira);

    (b.2) proibi"ăo de contato de qualquer especie, incJusive por meios re-

    motos (telefone, e-mail, mensagens de texto ou qualquer forma de co-

    munica"ao), corn parlamentares federais e estaduais, Ministros de

    Estado, servidores da Câmara dos Deputados e qualquer investigado

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    ou reu na Opera9ao Lava Jato ou em algum dos seus desmembramen-

    tos;

    (b.3) proibi9ao de ingresso em quaisquer reparti90es publicas, em es-

    pecial o Congresso Nacional, salvo como usumo de servi90 certo e

    determinado ou para o exercicio de direito individual desde que comu-

    nicado previamente a essa Corte .

    (bA) recolhimento domiciliar no periodo de funcionamento da Câ-

    mara dos Deputados, de segunda a sex ta-feira, das 8hOO as 22hOO.

    (b.S) proibi9ăo de ausentar-se do pais sem previa comunica9ăo ao Su-

    premo Tribunal Federal, na pessoa do Relator da AC 4170, devendo

    para tanto entregar seu passaporte em juizo.

    (b.S) caso năo seja acolhido pedido contido no item b.6, requer, ao

    menos, o recolhimento do passaporte diplomatico do Deputado e de

    seus familiares, visto que a utiliza9ăo deste e prerrogativa inerente ao

    exercicio do mandato parlamentar que ora se encontra suspenso por

    decisăo do STF.

    Requer, ainda, independentemente da decreta9ăo dos pedidos cautela-

    res nas alineas "a" e "b" acima, enquanto durar o afastamento do exercicio

    do mandate, a SUSPENSĂO das seguintes prerrogativas inerentes ao

    exercicio do mandato parlamentar e da Presidencia da Câmara:

    a) uso da residencia oficial da Presidencia da Câmara dos Deputados;

    b) seguran9a pessoal destinada ao Presidente da Câmara dos Deputa-

    dos;

    c) utiliza9ăo do transporte aereo e terrestre oficiais, visto que este s6

    d~, = utilUodo ~ _ do n""'cio do m"""o; /

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    d) utiliza9ao dos servidores pilblicos da Câmara dos Deputados, visto

    que estes s6 devem atuar em assuntos relativos ao exercicio do mandato, o

    qual se encontra suspenso;

    e) convoca9ao do suplente do Deputado Eduardo Cunba, a fim de ree-

    quilibrar a representatividade do Estado do Rio de Janeiro na Câmara dos

    Deputados, que se encontra desfa\cada em virtude do afastamento do reque-

    rido.

    Ressalta-se, por fim, que a presente AC tramita, segundo anota9ao no

    sitio desta Egnjgia Corte, em segredo de justi9a. Contudo, mantida a trami-

    ta9ao do presente requerimento nesta modalidade, a movimenta9ao proces-

    sual, corn a protocoliza9ao do presente requerimento, seră atualizada e,

    provavelmente, objeto de especula9ao acerea de seu conteildo, tendo em

    vista que diversas pessoas, inclusive profissionais da imprensa, alem do

    acesso comum pela site, detem a certifica9ao eletr6nica hăbil a verificar em

    mais detalhes o andamento. Requer-se, por taI razao, que a tramita9iio do

    presente requerimento, ate sua anălise e eventual cumprimento, se de na mo-

    dalidade oculta.

    Brasilia (DF), 23 de

    Rodrigo Janot n "iro de Barros V

    Procurador-Geral da Republica

    sb/ep/ab

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  • MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

    (Bienio 2015/2016)

    PRESIDENTE EM EXERCiclO WALDIR MARANHĂO (PP-MA)

    1° VICE-PRESIDENTE WALDIR MARANHĂO (PP-MA)

    2° VICE-PRESIDENTE GIACOBO (PR-PR)

    1° SECRETARIO BETO MANSUR (PRB-SP)

    2° SECRETARIO FELIPE BORNIER (PROS-RJ)

    3a SECRETARIA MARA GABRILLI (PSDB-SP)

    4° SECRET ARIO ALEX CANZIANI (PTB-PR)

    1° SUPLENTE MANDETTA (DEM-MS)

    2° SUPLENTE GILBERTO NASCIMENTO (PSC-SP)

    3a SUPLENTE LUIZA ERUNDINA (PSOL-SP)

    4° SUPLENTE RICARDO IZAR (PP-SP)

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  • ATODAMESAN, ~8 ,DE,2016,

    Dispâe sobre a preservacăo das pre"ogafivas do Pres!denle da Cămara dos Deputados, Depulado Eduardo Cunha, durenle o per/odo de suspensâo do exerc/c/o do mandalo em razăo de decisăo do Supremo Tribunal Federal na AClio Caulelar n. 4.01O/DF.

    A MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso de suas atnbuiyOes regimentais, resolve:

    Arl 1° O Presidente da Cămara dos Deputados Jegitimamente eleito para o bio!!nio 2015-2017, Deputado Eduardo Cunha, aeha-se suspenso do exercicio das funyOes de Presidente desta Casa, em razllo da decisăo do: Supremo Tribunal Federal na AyIlo Cautelar n. 4.070/DF, a partirde 5 de maio de 2016 alo!! ulterior deeisllo judicial .

    Paragraf o unica. Nâo se tratando de hip6tese de vacância do cargo na Mesa Diretora, as funyOes de Presidente d,;,sla Casa serâo exercidas nos termos regimentais.

    Arl ~. Fi~ ao Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Eduardo Cunha, durante a suspensao do exe~eicio de seu mandato, as seglÎl~ ativas:

    - Uso da residencia oficial;" II - seguranya pessoal;

    .. " 111- assisto!!ncia ă saude:-IV - transporte aered e terrestre; V - subsidio inteQral;

    VI- equipe a serviyo do gabinete parlamentar.

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  • 4 Sâbado 14

    DIÂRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL. Maio de 2016

    Art. 3° Este Ato entra em vigor na data de sua publica~o. produzindo efeitos a partir de 5 de maia de 2016 .

    Mara Gabrill 3° Secretario

    - ~,"V- .. : FeIP~~

    2" SEicretario

    ·Alex Canzlani 4° Secretario

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  • Maio de 2016 DIARIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL. Saba do 14 5

    JUSTIFICACĂO

    o presente Ato da Mesa tem como objetivo dar cumprimento ă decisăo proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da Avao Cautelar n. 4.070-0F. na sessăo do dia 5/5/16. ocasiăo em que restou determinado a suspensăo do exercicio do mandato do Oeputado Eduardo Cunha e. por consequ~ncia. da funyao de Presidente da Cămara dos Deputados.

    A situa~ăo nilo compreende hip6tese. de vacância do cargo. por se tratar de suspensăo temporaria e caute Iar do Presidente da Casa. Nesse contexto. a Mesa Diretora deve fixar os parâmetros da consequencia dessa decisăo. especialmente quanto ă preservavao das prerrogativas do Deputado eleito legrtimamente pela maioria da Casa. enquanto a questao nao seja definitivamente julgada pelo Supremo Tribunal Federal.

    E importante o registro de que se trata de hip6tese excepcional. pontual e extraordinaria. nao disciplinada em qualquer outro Ato da Mesa: o Deputada nilo foi afastado do seu cargo para. eventualmen!e. ocupar outro cargo publico, muito menos houve seu afastamento definitivo. O afastamento foi apenas temporario, o que significa dizer que o Deputado Eduardo Cunha ainda e o Presidente da Câmara dos Deputados, encontrando-se apenas afastado temporariamente das suas fun~6es, por decisâo precăria e sujeita a a1tera~o a qualquer momento .

    Por fim. cabe .ressaltar, ainda, que o Senado Federal. nesta data, em razăo do afastamento da Senhora Presidente da Republica no julgamento preliminar do prooesso de impedimento. garantiu coma p:errogativas do cargo o uso da residencia oficial, seguran~ pes ssistencia a sau de. transporte aereo e terrestre, remunerayâo eequipe a servi9 no gabinete pessoal da Presidencia. Dessa maneira. tendo em vista que O Pr . idente Eduardo Cunha permaneoe titular da funcâo de Presidente de um POder da Republica. nada mais justo que se assegure ~. el tame o simetrico ao conferido a Chefe do Poder Executivo ora afastad "

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  • Coordenadoria de Processamenlo Inicial Segâo de Recebimenlo e Oislribuigâo de Originarios

    AC n° 4.175

    CERTIOÂO

    Certifico, para os devidos fins, que, nesla dala, nas dependencias do

    gabinele do Minislro Relalor, procedi il auluagâo e dislribuigâo desle feilo

    cam as caulelas de sigila previslas no art. 230-C, §2°, do RISTF (ocuIIO).

    Brasilia, 23 de maia de 2016.

    {ff0l17h9-Lessana Dias do Carmo - Mat. 1974

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  • Tenno de recebimento e autua~o

    Estes autos foram recebidos e autuados nas datas e com as observa«oes abaixo: AC n04175 PROCED. : DISTRITO FEDERAL ORIGEM. : SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NUMERO DO PROCESSO NA ORIGEM : 4175 AUTOR(AlS)(ES): MINISTERIO PUBLICO FEDERAL PROC.(A/S)(ES): PROCURADOR-GERAL DA REPUBLICA

    QTD.FOLHAS: 46 QTD.VOLUME: 1 QTD.APENSOS: O

    ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL PENAL Ilnvestiga«ăo Penal

    DATA DE AUTUAC;;ĂO: 23/05/2016 -19:41:37

    Certidao de distribui~o

    Certifico, para os devidos fins, que estes autos foram distribuldos ao Senhor MIN. TEORI ZAVASCKI, com a adocao dos seguintes parAmetros: - Caracteristica da distribui«ăo:PREVENC;;ĂO DO RELATOR/SUCESSOR - Processo que Justifica a preven«ăo Relator/Sucessor: AC;;ĂO CAUTELAR n° 4070 - Justificativa: RISTF, ar!. 69, caput DATA DE DISTRIBUIC;;ĂO: 23/05/2016 -19:47:00

    Brasflia, 23 de Maio de 2016 .

    Coordenadoria de Processamento Inieial (documento eletrOnico)

    TERMO DE CONCLUSĂO

    Fa~a estes autas conclusos ao(a) Excelentfssimo(al _ Senhor(a) Ministro(a) Relatar, cg,r1J, 0/ vOlume(s). Brasilia, L::Ld:z..:111atW de 2016.

    ~.9 Lessana Dias do Carma - 1974

    LESSANA, em 2310512016 as 19:48.

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