Acçoes de Saude Bucal Na Estrategia de Saude Familiar (MG)

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  • 7/25/2019 Acoes de Saude Bucal Na Estrategia de Saude Familiar (MG)

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    1Departamento de Odontologia Social e Preventiva, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de MinasGerais.

    SaBios: Rev. Sade e Biol., v.7, n.2, p.25-34, mai./ago., 2012ISSN:1!0-0002

    Ar

    tigo

    Co

    mpleto

    AS AES DE SADE BUCAL NA ESTRATGIA SADE DAFAMLIA EM UM MUNICPIO DE MDIO PORTE DE MINAS GERAISJuliana Otoni Gonalves Ribeiro1, Stael Maria de Oliveira Soares Monteiro1, MaraVasconcelos1, Mauro Henrique Nogueira Guimares de Abreu1, Marcos AzeredoFurquim Werneck1

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    Em 2005, o municpio de Ponte Nova-MG aprovou a incluso das aes de sade bucal na Estratgia Sade da Famlia ESF. Este estudo teve como objetivo geral identificar por meio da opinio dos profissionais, como os mesmos perceberam aincluso das Equipes de Sade Bucal - ESB na ESF. Trata-se de uma pesquisa quantitativa descritiva para a qual se aplicouum questionrio semi-estruturado, contendo dezesseis questes, distribudo para todos os profissionais de sade bucal (n=39). Observou-se que a percepo da insero da odontologia na ESF do municpio, pelos profissionais de sade bucal,apresenta variaes que oscilam entre o modelo antigo e o atual. A maioria dos dentistas e auxiliares conhece parcialmente

    as diretrizes da ESF. A maioria dos profissionais do CEO relata que no houve mudanas em sua prtica com o advento daESF, enquanto que os profissionais da ateno primria declararam que houve. Como resultado foi verificado que a ESFsugere a possibilidade de transformaes na identidade do servio pblico odontolgico. Assim, a vivncia efetiva dosprincpios da ESF poder ocorrer com o passar do tempo, j que a insero das Equipes de Sade Bucal nas Equipes deSade da Famlia no municpio de Ponte Nova ainda recente.

    &alav'as-()ave:sade da famlia, sade bucal, ateno primria sade.

    THE ORAL HEALTH ACTIONS IN FAMILY HEALTH STRATEGY IN A MEDIUM SIZE TOWN OF MINAS GERAIS

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    In 2005, Ponte Nova - MG approved the inclusion of oral health actions in the Family Health Strategy - FHS. This article aims toidentify, through the opinion of professionals, how they perceived the inclusion of oral health teams - OHT in FHS. This is a

    descriptive quantitative research to which was applied a semi-structured questionnaire with sixteen questions, distributed to alloral health professionals (n = 39). It was observed that the perception of inclusion of dentistry in the FHS, by oral healthprofessionals, presents variations ranging from the old model to the present one. Most dentists and auxiliary partially know theguidelines of FHS. Most professionals of CEO report that there were no changes in their practice with the advent of the FHS,while the primary care professionals said there were. Thus, FHS suggests the possibility of changes in the identity of publicdental services. The effective experience of FHS principles may occur over time, since the integration of oral health teams inthe Family Health Teams in the city of Ponte Nova is still new.

    eo'ds:family health; oral healt; primary health care.

    INTRODUO

    A Estratgia de Sade da Famlia (ESF)surgiu de uma iniciativa do Ministrio da Sade

    (MS) no ano de 1991, com o Programa deAgentes Comunitrios de Sade (PACS) e, em1994, com a instituio do Programa de Sadeda Famlia (PSF). Esta estratgia prioriza aproduo do cuidado, que traz consigo aproposta de humanizao do processo dedesenvolver aes e servios de sade (1, 2).

    Trata-se de uma proposta de reorientao domodelo, tendo a ateno primria como eixoestruturante. Consoante com os princpios doSistema nico de Sade (SUS) adota osconceitos de Famlia e de Promoo daSade e o faz por meio de pressupostos tais

    como a adscrio de clientela, as visitasdomiciliares, o cadastramento, o trabalho emequipe, a territorializao e o estabelecimento devnculo com os usurios. Por apresentar enormecapilaridade, potencializa a aproximao aomodo e qualidade de vida das pessoas e dasfamlias, sua cultura, seus valores e hbitos. Aoinformar e cuidar, essa estratgia trabalha com oobjetivo de produzir sade. Permite, por meio deuma postura ativa dos servios, o melhorconhecimento do territrio sob suaresponsabilidade, bem como dos problemasnele percebidos, facilitando o planejamento e asaes de interveno. Tem, como meta, aresponsabilidade das pessoas e das famlias porsua prpria sade, conscientes de seusdireitos,adquirindo autonomia para levar suasvidas (1-3).

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    Nesse sentido, afirma Fonseca (3) que acompreenso do conceito de famlia fundamental para que os servios possamorganizar suas aes. Define lao familiarcomo uma relao marcada pela identificao

    estreita e duradora entre determinadaspessoas que reconhecem entre elas certosdireitos e obrigaes mtuas (p. 54). Para oautor, a comunicao entre os profissionais daequipe de sade e a populao um elementobsico do processo de interveno. Segundoele, o profissional de sade deve estar atento

    ...s dinmicas que extrapolam seulimitado campo de observao, parainteragir com os membros dessas famlias,que so envolvidos em relaes que voalm do aqui e agora. (p.54)

    A Promoo da Sade fornece ... meios esituaes que ampliem a qualidade de vidavivida (...) e do padro de bem-estar social(p.174) considerando os valores e asescolhas dos indivduos (4). Envolve, alm dosfatores biolgicos, os aspectos sociais,culturais, polticos, econmicos e ambientaisque abarcam as condies de vida dapopulao. Fortalece a participao coletivana deciso de polticas pblicas, oempoderamento da populao e aintersetorialidade (5, 6).

    E, para trabalhar com territrios e famlias,faz-se necessrio aprofundar osconhecimentos sobre a compreenso decuidado. O termo cuidado adotado por Ayres(7) como

    ...designao de uma ateno sade imediatamente interessada nosentido existencial da experincia doadoecimento, fsico ou mental, e, porconseguinte, tambm das prticas depromoo, proteo e recuperao da

    sade. (p.22)

    Ayres tambm aponta para a importnciadas diversas formas de acolhimento comocapacidade de escuta e dilogo com osusurios, bem como, para a organizao dosservios preocupada em responder aosprojetos de vida dos usurios (7).

    As diretrizes para a Poltica Nacional deSade Bucal do Ministrio da Sade (MS), queconsideram a Sade da Famlia umaimportante estratgia na estruturao dos

    servios, apontam para uma reorganizao docuidado em sade bucal em todos os nveis,

    como pressuposto bsico para a reorientaodo modelo de ateno (1).

    Um dos argumentos que justificaram aincluso da Equipe de Sade Bucal (ESB) na

    ESF foi o problema da falta de acesso dosusurios a esses servios. Em 1998, atravsde uma Pesquisa Nacional por Amostra deDomiclio (PNAD), realizada pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) emparceria com o MS, foi constatado que cercade 29,6 milhes de brasileiros nunca tiveramacesso a atendimento odontolgico denenhuma espcie (8).

    O presente estudo teve como hiptese apossibilidade de que os profissionais dosservios pblicos de sade bucal do Municpio

    de Ponte Nova-MG conhecessem, em algumamedida, os princpios da ESF, mas no ospercebessem ainda como fatores de mudanade sua prtica. Levou em considerao, ainda,que a insero das ESB na ESF e a criaodos Centros de Especialidades Odontolgicas(CEO) talvez possibilitassem um processo detrabalho integrado, em equipe, resultando namelhor organizao dos servios e em ganhosreais para a sade da populao.

    A avaliao dos conceitos e dodesempenho dos componentes das equipes

    de sade bucal de um municpio de mdioporte como Ponte Nova se faz relevante, vistoque permite analisar se a forma deimplantao das ESB e as aes nos CEOocorreram de acordo com os princpiospreconizados pelo SUS.

    Buscou-se, ento, identificar, por meio daopinio dos profissionais que formaram estasequipes e daqueles que passaram a trabalharno CEO, como perceberam a incluso dasESB na ESF. Objetivou-se, ainda descrever oconhecimento dos profissionais sobre ESF;

    aferir as mudanas no cotidiano dos servios apartir da implantao da ESF; conhecer osaspectos que necessitam ser mantidos,melhorados, substitudos ou mesmo criados; econhecer o grau de segurana dosprofissionais para o exerccio das atividadespropostas pela ESF.

    MATERIAL E MTODOS

    O local do estudo

    No municpio de Ponte Nova-MG,com 57.344 habitantes, os servios pblicosde sade esto municipalizados desde 1992.

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    de Sade da Prefeitura de Ponte Nova-MG.No se pesquisou a qualificao profissionalem funo de que nenhum dos CDapresentava curso de Ps-graduao emsade da famlia ou em sade coletiva.

    O gestor municipal de sade concordoucom a realizao do estudo. O projeto foisubmetido anlise e aprovado pelo Comitde tica em Pesquisa com Seres Humanos daUFMG (Parecer n ETIC 420/06). Aps osdevidos esclarecimentos, os sujeitosconcordaram em participar do mesmo eassinaram o termo de consentimento.

    O procedimento de coleta envolveu adistribuio de questionrios, por duaspesquisadoras, aos sujeitos do estudo, em

    seus locais de trabalho. Sua devoluo smesmas ocorreu aps o perodo de quinzedias.

    Os questionrios foram submetidos anlise estatstica descritiva. O contedo dasinformaes dissertativas foi, tambm, descritoconsiderando as temticas: recursoshumanos, tempo de profisso na reaodontolgica e desta prtica no serviopblico, questes sobre mudanas positivas enegativas, viso de melhorias e anlise desatisfao no servio.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Perfil da amostra

    A amostra foi composta por trinta enove pessoas, entre os profissionais dasESB/ESF e do CEO. Nas ESB/ESF, dozeprofissionais so ASB e dez so CD. No CEO,oito eram ASB e nove eram CD. No houveperdas de participantes.

    Dentro deste universo, ressalta-se quecinco ASB e quatro CD eram profissionaiscontratados e os demais, efetivos, sendo que acarga horria dos trabalhadores das ESB erade 40 horas semanais, e a do CEO, de 20horas semanais. Este fato encontra eco nasafirmaes de Canesqui e Spinelli (9), quandorelatam que a vinculao precria do trabalhoem sade data da dcada de 1960, tornando-se muito frequente com a terceirizaoocorrida nos anos 1990, em virtude dasnecessidades de se viabilizar as equipes daESF, expandir e repor as redes assistenciais

    locais. Importa ainda explicitar que,proporcionalmente, os salrios percebidospelos profissionais do CEO eram maiores que

    os das ESB. Esta diferena parece realar amaior valorizao atribuda especialidade,em relao s aes de ateno primria,como resqucio cultural do modelo cientificista,que acaba por se expressar nos salrios.

    Tomando-se como base o tempo de trabalhodos profissionais na Prefeitura de Ponte Nova,destaca-se que 30,0% das ASB e 63,1% dosCD esto no servio entre seis e dez anos, oque significa que vivenciaram o modeloanterior de ateno, bem como a transiopara o atual.

    Aes desenvolvidas

    No que se refere s aes coletivas,no CEO, 50,0% das ASB declararam realizarbochechos fluorados, escovao e

    orientaes, e 11,1% dos CD relataram fazerpalestras e escovao supervisionada. Osdemais declararam no desenvolv-las na suaprtica cotidiana, justificaram que, no CEOpredominaram as aes curativas. Na ESB,91,6% das ASB e 100,0% dos CD declararamdesenvolv-las, porm, com maior nfase parapalestras, ATF, exibio de filmes, escovaosupervisionada em escolas e creches edistribuio de escovas. Apenas trs CDs daESB citaram trabalhos com grupos operativos.Um relatou aes de vigilncia, preveno efiscalizao em sade, e outros dois, aplicao

    de selante individual e treinamentos. Estasituao revela que, embora inseridas na ESF,as aes ainda guardam estreita relao como modelo anterior, calcado na sade doescolar (10, 11).

    Planejamento das atividades

    Quanto ao processo de planejamento,acompanhamento e avaliao das aesdesenvolvidas no territrio de abrangncia daUBS, 100,0% das ASB e 88,9% dos CD doCEO responderam no participar. Nas ESB,

    50,0% dos CD declararam participar atravsde reunies com a equipe, acompanhamentodesta em visitas domiciliares e atendimento agrupos operativos. Dentre as ASB, 50,0% ofazem atravs de visitas domiciliares eprogramao de atendimento aos usuriosjuntamente equipe, ateno a gruposoperativos, planejamento anual de escovaoe preveno a estes grupos. Esta situaoaponta a diferena de direcionamento entre aprtica do CEO e a das ESB, e refora o fatode que as aes de planejamento, emboracom nfase na sade bucal, j acontecem no

    mbito da equipe, o que constitui um indcio demudana no processo de trabalho das ESB.No entanto, necessrio refletir sobre o fato

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    conceito de territrio, parece que, em funodo processo de trabalho preconizado pelaESF, os profissionais da ESB conseguemcompreender melhor os princpios do SUS eos pressupostos da Sade da Famlia. Em

    contrapartida, aqueles que se encontram noCEO, provavelmente em funo de umprocesso de trabalho isolado, conhecem maisas questes inerentes a sua especialidade.Desta forma, neste ltimo caso, houve poucamudana no processo de trabalho.

    Em relao s mudanas percebidasna prtica odontolgica desde o incio dostrabalhos da ESB na Equipe de Sade daFamlia, 12,5% das ASB que trabalharam noCEO perceberam mudanas, justificaram queo atendimento ficou mais prximo da

    populao e facilitou o acesso sespecialidades. Em contraposio a estaopinio, 87,5% desses profissionais noperceberam mudanas, alegaram poucotempo no servio e desconhecimento domodelo de ateno por no fazerem parte dasEquipes de Sade da Famlia.

    Dos CD que trabalhavam no CEO,44,4% identificaram essas mudanas. Paraduas pessoas, foi possvel ter um melhorconhecimento da ESF e uma maior integraocom as ESB na prestao do servio

    especializado. Foi apontada uma melhoria naqualidade do atendimento, em virtude dosinvestimentos no sistema e um aumento nademanda por servios especializados. Porm,55,6% dos CD do CEO consideraram que nohouve mudanas, sendo que duas respostasapontaram que a ESF no introduziu nenhumamudana em sua forma de trabalho. Outra,afirmou que sua prtica nada tem a ver comprogramas de sade do governo.

    A maioria das ASB das ESB (83,3%)respondeu positivamente, sendo que, as

    respostas se complementaram ao afirmarem apossibilidade de trabalhar fora do consultrio, arealizao de palestras, visitas s escolas e otrabalho continuado com as famlias. Umprofissional ressaltou o apoio das ACS. UmaASB, apesar de julgar que no houvemudana, afirma haver um processo em cursopara melhorar o atendimento.

    Dos CD das ESB, 90,0% responderamafirmativamente questo anterior. Identificou-se a possibilidade de trabalho em equipe emultidisciplinar, a ampliao dos servios

    oferecidos, como a prtese total e apossibilidade de encaminhamentos ao CEO.Fizeram referncia maior ateno aos

    problemas de sade bucal, individuais ecoletivos, ao aumento das aes preventivas,mais voltadas ao conceito ampliado de sadee melhoria da qualidade do atendimento.Finalmente, fizeram aluso ao aumento do

    tempo de trabalho e possibilidade detrabalhar fora do consultrio. Um CD da ESBrespondeu que no houve mudanas ejustificou que sua prtica sempre foisemelhante que estava sendo proposta coma incluso da sade bucal na ESF.

    Expectativas e satisfao dos profissionaisfrente insero das ESB na ESF

    Sobre as expectativas dosprofissionais investigados quanto inserodas ESB nas Equipes de Sade da Famlia,

    75% das ASB do CEO apontaram para aoportunidade de trabalho multidisciplinar,sendo que 12,5% apostaram no atendimentointegral dos pacientes, por meio doconhecimento de sua realidade e 12,5% emtrabalhar com a odontologia fora dos limites doconsultrio. Entre os CD do CEO, 22,2%acreditaram na oportunidade de trabalhomultidisciplinar, outros 22,2% em atender ospacientes de forma integral, atravs doconhecimento de sua realidade, 11,1% emtrabalhar com a odontologia fora dos limites doconsultrio e 11,1% apostaram na melhoria

    salarial. Um tero dos CD do CEO marcarammais de uma opo. Entre os profissionais dasESB, 10,0% dos CD assinalaram aoportunidade de trabalho multidisciplinar,33,3% das ASB e 20,0% dos CD acreditavamno atendimento integral dos pacientes. Amelhoria salarial foi citada por 16,7% das ASBe 10% dos CD. A possibilidade de trabalharfora dos limites do consultrio foi mencionadapor 25,0% das ASB e 30,0% dos CD. Amesma proporo, ou seja, 25,0% das ASB e30,0% dos CD assinalaram mais de umaalternativa. Um CD do CEO ressaltou que

    dentre suas expectativas estava oreconhecimento do profissional da reaodontolgica. Neste sentido, importantecomentar

    De acordo com Pinto (13),

    ...uma profisso deve ser avaliada peloalcance efetivo dos objetivos para os quais foicriada, e no pelo status na sociedade e xitofinanceiro de seus profissionais, ou ainda, pelabeleza e imponncia das sedes das entidadesde representao classista (p. 1).

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    ESF do Municpio de Ponte Nova-MGapresenta variaes que oscilam entre omodelo antigo e o atual. O CEO est partedo planejamento do sistema de sade bucal,funcionando apenas como referncia

    especializada e planejando aes internas. Porse tratar de uma atividade de mdiacomplexidade, situa-se mais no espectro domodelo cientificista, no produziu mudanasno modo de fazer as aes, nem gerouimplicao dos profissionais com a ESF. AsESB realizam trabalhos coletivos, porm aindaesto ligadas odontologia escolar, emconformidade com o modelo antigo. Quanto aisto foram observadas divergncias deopinies, significantes: ao mesmo tempo emque alguns consideram a prtica odontolgicaatual efetiva e estimulante, outros consideram

    que ainda falta maior integrao entre a teoriae a prtica.

    Conclui-se que a vivncia efetiva dosprincpios da ESF poder ocorrer com o

    passar do tempo, j que a insero dasEquipes de Sade Bucal nas Equipes deSade da Famlia no Municpio de Ponte Novaainda recente.

    Acredita-se que o tempo e a insistnciana prtica dos novos princpios, assim comoocorreu com os modelos anteriores, jsuperados, podero promover oamadurecimento e as mudanas necessriaspara que estes princpios se consolidemefetivamente na histria da sade bucal noMunicpio de Ponte Nova.

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    BRICEO-LEON, R.; MINAYO, M. C. S.;COIMBRA JR, C. E. A. (Orgs). Salud eequidad: uma mirada desde las cienciassociales. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2001. p. 57-71.

    (15) WATT, R. G. From victim blaming toupstream action: tackling the socialdeterminants of oral health inequalities.Community Dentistry and OralEpidemiology, Copenhagen, 35(1): 1-11,2007.