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QREN Projeto BINGO integra investigação nacional na gestão da água Pág. 28 EMPRESAS Lufthansa cria novas ligações de Porto e Faro a Dusseldorf Pág. 13 MERCADOS Subir Lall, chefe da missão do FMI para Portugal Efeito das reformas “ainda não é visível” Pág. 10 PME IAPMEI promove prémios europeus Pág. 25 Nº 1581 / 20 de março 2015 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PUB CONTRATO Nº 594655 IMOBILIÁRIO Programa Jessica impulsiona investimento de 420 milhões Pág. 8 TECNOLOGIAS Google vai investir 25 milhões nas competências das PME Pág. 18 ACEGE alerta para as consequências dos atrasos de pagamento Crédito bancário às PME reduziu 16,9 mil milhões PUB EUGENE KASPERSKY EM ENTREVISTA À VE Kaspersky coopera com agência de segurança portuguesa “A Internet das Coisas não é mais do que a Internet das Ameaças”, afirma Eugene Kasperky, em entrevista exclusiva à VE. Segundo o multimilionário russo, as smart TV e as casas inteligentes serão os próximos alvos do cibercrime. “Há três meses fomos abordados por uma agência de segurança portuguesa que concordou cooperar na partilha de informações”, diz Kaspersky sem revelar pormenores do acordo. Págs. 26 e 27 DESTAQUES 9 720972 000037 01581 JOÃO PROENÇA FAZ BALANÇO POSITIVO DO MANDATO Faculdade de Economia do Porto passou a ter uma visão centrada nos alunos Págs. 6 e 7 ASSOCIATIVISMO Município de Vila Nova de Famalicão aposta no agroalimentar Págs. 24 e 25 SUPLEMENTO ARAN Portugueses são os mais atentos ao preço do automóvel Pag. VI Pág. 5 Financiamento às grandes empresas aumenta 13,5%

ACEGE alerta para as consequências dos atrasos de ... · Subornar, segundo reza o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, signifi ca “Dar dinheiro ou alguma coisa de

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  • QRENProjeto BINGO integra investigação nacional na gestão da água

    Pág. 28

    EMPRESASLufthansa cria novas ligações de Porto e Faro a Dusseldorf

    Pág. 13

    MERCADOSSubir Lall, chefe da missão do FMI para PortugalEfeito das reformas “ainda não é visível”

    Pág. 10

    PMEIAPMEI promove prémios europeus

    Pág. 25

    Nº 1581 / 20 de março 2015 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

    www.vidaeconomica.pt

    DIRETORJoão Peixoto de Sousa

    PUB

    CONTRATO Nº 594655

    IMOBILIÁRIO

    Programa Jessica impulsiona investimento de 420 milhões

    Pág. 8

    TECNOLOGIAS

    Google vai investir 25 milhões nas competências das PME

    Pág. 18

    ACEGE alerta para as consequências dos atrasos de pagamento

    Crédito bancário às PME reduziu 16,9 mil milhões

    PUB

    EUGENE KASPERSKY EM ENTREVISTA À VE

    Kaspersky coopera com agência de segurança portuguesa

    “A Internet das Coisas não é mais do que a Internet das Ameaças”, afi rma Eugene Kasperky, em entrevista exclusiva à VE. Segundo omultimilionário russo, as smart TV e as casas inteligentes serão os próximos alvos do cibercrime.

    “Há três meses fomos abordados por uma agência de segurançaportuguesa que concordou cooperar na partilha de informações”, dizKaspersky sem revelar pormenores do acordo.

    Págs. 26 e 27

    DESTAQUES

    9 720972 000037

    0 1 5 8 1

    JOÃO PROENÇA FAZ BALANÇO POSITIVO DO MANDATO

    Faculdade de Economia do Porto passou a ter uma visão centrada

    nos alunosPágs. 6 e 7

    ASSOCIATIVISMO

    Município de Vila Nova de Famalicão aposta no agroalimentar

    Págs. 24 e 25

    SUPLEMENTO ARAN

    Portugueses são os mais atentos ao preço do automóvel

    Pag. VI

    Pág. 5

    Financiamento às grandes empresas aumenta 13,5%

  • 2 SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015

    ABERTURA

    Top da semana

    THE WALL STREET JOURNALRecuperação do petróleo não vai durarÉ provável que a recente recuperação do mercado do petróleo não dure muito. A capacidade dos Estados Unidos continuar a bombear mais crude está a superar as expetativas e tende a provocar novas quebras nos preços, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).Os mercados fi nanceiros têm estado muito atentos aos preços do ouro negro, os quais chegaram aos 60 dólares por barril, nos últimos tempos, depois de uma descida de 60%, nos últimos sete meses. Quando parecia que os preços estavam a estabilizar, a AIE avisa que esta sensação de estabilidade não durará muito.

    EXPANSIÓNSantander e Unicredit ultimam fusão das suas gestorasO espanhol Santander e o italiano Unicredit aceleraram a fusão das suas gestoras, uma operação anunciada em setembro do ano

    passado e que se esperava fi nalizar três meses depois. A nova gestora será a quarta da Europa e fi cará cotada em bolsa.A integração tem um propósito essencialmente estratégico. É criada uma gestora de ativos internacional com capacidade para crescer bastante nos próximos anos. Vai contar com mais de 147 mil milhões de euros em fundos europeus, apenas atrás da BlackRock, DeutscheBank e UBS.

    INVESTIRChina ultrapassa a Alemanha na exportação de armamentoA China retirou à Alemanha o terceiro lugar mundial na exportação de armas. As exportações de armamento da segunda maior economia mundial aumentaram 143%, no período de 2010 a 2014, relativamente aos cinco anos anteriores, altura em que ocupava a nona posição.Os países asiáticos continuam a reforçar as suas capacidades militares, com destaque para os ativos navais. Mais de dois terços das exportações chinesas foram para o Paquistão, o Bangladesh e a Birmânia. Pequim também vendeu armas a 18 países africanos.

    ImprensaEM REVISTA

    Opinião ......................Pág. 09“A nova lei não foi feita para que tudo fi casse como estava”

    Internacional ............. Pág. 11Mercado da arte vale mais de 51 mil milhões de euros

    Negócios e Empresas Pág. 12Adecco superou a crise através do reforço nas ligações às empresas

    Negócios e Empresas Pág. 15Sumol+Compal lucra 12 milhões e reforça posição em África

    Negócios e Empresas Pág. 16Tecnologia nacional adapta-se à realidade fi nanceira das famílias portuguesas

    Negócios e Empresas . Pág. 17Projeto “Living Galiza” apoia pequeno comércio do Porto

    Fiscalidade ................ Pág. 22OTOC passa a Ordem dos Contabilistas Certifi cados

    Mercados ...................Pág. 29Descida no preço do petróleo terá impacto na economia da Rússia

    Mercados ...................Pág. 35

    O futebol é mesmo assim

    Nesta edição

    18 PME Google investe 25 milhões para reforçar competências digitais das PME

    19 Empresas Livro “Marketing agroalimentar” é uma mais-valia para os profi ssionais do setor

    28QREN Projeto Bingo integra investigação nacional na gestão da água

    Humor económico

    EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário Almeida; PUBLICI-DADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 2º 4000-263 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000 - 081 Lisboa • Tel 210 129 550 • E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 400 • E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

    TIRAGEM CONTROLADA PELA:

    TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

    13.500

    4000 Município (Porto) TAXA PAGA

    Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 •

    ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

    MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

    JOSÉ SÓCRATES

    O antigo primeiro-ministro vai continuar preso. O pedido de libertação foi

    recusado e Sócrates poderá ter ainda muito que esperar. Agora, a sua principal preocupação será a de tentar não sair dos radares da comunicação social. O que implica um esforço considerável. Até porque não faltam as notícias constantes dos mais variados escândalos. Sócrates terá de fazer uso de todos os trunfos antes que o seu caso caia no esquecimento dos Portugueses.

    ANTÓNIO PIRES DE LIMA

    O ministro da Economia tem motivos para estar satisfeito. Os tempos mais difíceis

    parecem fi nalmente ter passado e a atividade económica dá sinais de recuperação. Ainda que os louros não sejam propriamente do Governo, a realidade é que Pires de Lima tem caraterizado a sua atuação pela simplifi cação e a facilitação de negócios. Desde que não entre pelo caminho exclusivamente político, em termos técnicos a sua atuação pode ser considerada positiva.

    FERRO RODRIGUES

    O dirigente da bancada socialista no parlamento tem facilitado a vida à

    maioria. A intervenção de Ferro Rodrigues a propósito da questão da segurança social de Passos Coelho acabou por se revelar um fi asco. Os socialistas devem esperar ansiosamente o fi m do mandato do ex-ministro, que revela difi culdades de oratória e sobretudo de carisma. Com esta oposição, o Governo não tem muito com que se preocupar.

    Causas do dia a diaANTÓNIO VILAR [email protected]

    Subornar , segundo reza o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, signifi ca “Dar dinheiro ou alguma coisa de valor a uma pessoa que desempenha determinada função, a fi m de a persuadir a agir de acordo com interesses alheios”, fi cando, em causa, pois, a moral, o dever, a justiça – ou todos. Observando a sua matriz latina, verifi car-se-á que o verbo é, etimologicamente, composto pelo prefi xo sub (debaixo de; posição de inferioridade) mais ornar (ornare), ou seja, adornar, guarnecer, decorar, enfeitar, ornamentar – e a história dá-nos conta do seu uso relacionado com o suborno de uma testemunha, de uma donzela.... Ornamentar, dar algo a alguém que irá, a troco desse benefício, conseguir o que não seria possível, ou imediato, é, pois, suborno. E, nos dias que correm, é quase uma profi ssão, sobretudo aliada ao exercício do poder. Aqui e noutras bandas; às claras ou, apenas, impossível agora de esconder, como antes.

    Sub… ornar. Como as palavras têm vida, têm história!

    A mentalidade portuguesa – como a de muitos outros povos – convive bem e, até, exige a cumplicidade do favor, da “cunha”, como não lhe repugna, também, a “cultura” da fuga aos impostos. Pedem-se e fazem-

    se “jeitinhos” a cada momento, muitas vezes de uma forma simplória, ingénua, até prazenteira. Algo, para muitos, tão normal como respirar, mas, também, um meio de sobrevivência, pessoal, social ou empresarial, para outros. Face a um Estado omnipotente, burocrático, verdadeiro vampiro para os fracos e cordeiro para os fortes, muitas vezes se entende que só a “cunha” salva e a fuga e a evasão fi scal repõem alguma justiça. Na verdade, a endogamia é um desporto nacional: tu coças as minhas costas e eu coço as tuas.

    Espírito de fraternidade, de caridade, ou simples instinto de sobrevivência, tudo isto poderá explicar tais comportamentos mas, quando nos interstícios corre dinheiro, a música passa a ser outra e entramos na economia do suborno. E, aqui, é que é necessário vigiar e punir – as trapalhadas em que se envolvem os políticos e as negociatas várias em que a promiscuidade entre o público e o privado se torna “normal”. Porque a porta da corrupção é a seguinte, logo a seguir à do tráfi co de infl uências, e outras mais fi cam ao lado, como a fraude fi scal e o branqueamento de capitais.

    O “histórico” de alguns dos políticos que nos governaram ou governam deveria ter sido objeto de auditorias jurídicas antes de

    ascenderem ao poder, como acontece, aliás, nos Estados Unidos, que, neste aspeto, são um exemplo a justifi car refl exão. E não se argumente que os votos que levam ao poder lavam passados nebulosos, ou apagam nódoas escondidas. Porque, mais cedo ou mais tarde, a sofreguidão do poder determina táticas de acusação mútua que tiram o lixo de debaixo dos tapetes e a vida pública torna-se num pântano. Eis, pois, uma reforma democrática e republicana que, não lembrando ao FMI sugerir, poderá, a fi nal, ser da maior relevância neste tempo de incertezas quanto de mudança de paradigma e de “crepúsculo dos ídolos”(Nietzsche).

    No mar de dúvidas e de interrogações, de suspeitas e de crítica fácil em que vogamos, qualquer sombra reverte logo em acusação, tão grande é o nosso desencantamento com o mundo (cf. Luc Ferry, “La Révolution de l’Amour”, Plon, 2010). Há que recuperar, então, o espírito que conduzirá a um novo reencantamento deste nosso tempo e, no que toca ao tema a que venho aludindo, compreender que a nossa relação com a política e com os outros também tem de ser feita de entreajuda, de solidariedade, de fraternidade. E isto não tem de ser subversivo – e não o é as mais das vezes.

    Do suborno económico à solidariedade laica“A endogamia é um desporto nacional: tu coças as minhas costas e eu coço as tuas.”

  • ATUALIDADEMercado português lidera crescimento nas vendas automóveisPortugal foi o país da União Europeia que apresentou o maior crescimento nas vendas de automóveis, em fevereiro. Verificou-se um aumento expressivo de quase 36%, face a perío-do homólogo do ano passado, refere a ACEA. Depois de terem sido fortemente devastados pela crise, os mercados do Sul da Europa revelam agora o maior dinamismo. No entanto, é necessário ter em conta que se parte de um ponto de partida muito reduzido. O grupo VW continua a liderar, largamente, as vendas de automóveis na Europa.

    4 SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015

    “Será assim tão grave a situação de Angola, quarto mercado de destino das exportações portu-guesas, que nos leve a reorientar a estratégia de internacionaliza-ção das empresas? “A questão foi levantada pelo presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, na aber-tura do seminário empresarial “Crescer para Expandir: Opor-tunidades de Negócio, Inovação e Internacionalização – Angola, Brasil e Cabo Verde”, realizado recentemente no Auditório do Núcleo Empresarial da Região de Évora (NERE), uma iniciativa da AIP em parceria com o Ban-co BIC, a SPI e o NERE e que irá ocorrer nas principais cidades do país. Luís Mira Amaral, presi-dente da Comissão Executiva do Banco BIC Português, respon-deu.

    José Eduardo Carvalho come-çou por interrogar a eventualida-de de se deitar a perder o traba-lho desenvolvido “durante anos a concentrar esforços e recursos financeiros para tentar diversifi-car as estratégias de internaciona-lização das empresas portuguesas para mercados extracomunitá-rios, tentando diminuir o peso enorme que o mercado comuni-tário representava para as expor-tações portuguesas e que era de cerca de 70%”.

    “Começa a haver muitas vozes a defender o recentrar do comér-cio internacional na Europa”, ob-servou o presidente da AIP, para lançar, de seguida, a questão: “Será assim tão grave a situação do quarto mercado de destino das exportações portuguesas, que é Angola, que nos leve a reorien-tar a estratégia de internacionali-zação das empresas? Que conse-quências poderão advir para as cerca de 8800 empresas que es-tão, neste momento, internacio-nalizadas na economia angolana, pela atual situação que se verifica naquele país?”

    Oportunidades para investir

    Mira Amaral mostrou-se confiante no quarto merca-do das exportações portugue-sas ao responder que “Angola vai conseguir estabilizar o seu

    orçamento, ajustando a pre-ços mais baixos”. E explicou porquê: “Tem reservas de 30 mil milhões de dólares e uma dívida externa baixa. O Go-verno angolano pode inclusive aumentar a dívida externa para obter dólares e pode utilizar as reservas que existem. Não vive a situação aflitiva da Venezuela. Considero excessivas e exagera-das as notícias que têm surgido na imprensa portuguesa sobre o assunto. Há um problema con-

    juntural da economia angolana, mas não tem o dramatismo que lhe querem atribuir. É evidente que Angola já teve que fazer um orçamento retificativo, e, por conseguinte, vai haver um ajus-tamento da economia. Coloca--se, pois, a questão da diversi-ficação da economia angolana que ainda está muito dependen-te do petróleo”.

    As dificuldades que atualmente existem em exportar para Angola – que não dispõe de recursos sufi-

    cientes para pagar as importações – podem criar, segundo o CEO do Banco BIC, “oportunidade para os empresários portugueses investirem em Angola, contri-buindo para diversificar a econo-mia daquele país”.

    “O IDE é vital em Angola para a diversificação da economia e a contribuição portuguesa é essen-cial, desde a agricultura ao setor terciário”, disse Mira Amaral, su-blinhando a existência de “opor-tunidades para investimento”.

    PRESIDENTE DA AIP QUESTIONA E MIRA AMARAL RESPONDE

    Dificuldades em exportar podem criar oportunidades para investir em Angola

    José Eduardo Carvalho, presidente da AIP. Mira Amaral, presidente da Comissão Executiva do Banco BIC.

    “O IDE é vital para a diversificação da economia e a contribuição portuguesa é essencial”

    A NERSANT – Associação Empresarial da Região de San-tarém está a dinamizar o pro-jeto CoopEmpresarial no Ri-batejo, que tem como objetivo incentivar a cooperação e con-centração entre as empresas. Para isso foi criado um portal onde es-tão identificados todos os apoios que existem sobre esta matéria. Um dos instrumentos disponibi-lizados é a Bolsa de Subcontra-tação.

    “Possuo equipamentos que não estão a ser rentabilizados”, “Ne-cessito de uma linha de produção alternativa ou complementar e

    não pretendo fazer esse investi-mento de aquisição”, são alguns dos problemas colocados pelos nossos empresários, e que a NER-SANT considerou prioritários. Neste sentido, foi criada a Bolsa de Subcontratação, que será agora disponibilizada através do portal http://coopribatejo.nersant.pt. Uma ferramenta muito impor-tante para a otimização dos recur-sos das empresas e permitir que as mesmas façam face aos novos desafios económicos.

    A Bolsa de Subcontratação per-mite inserir uma procura ou ofer-ta de serviço/produto, bastando

    para o efeito um registo prévio. Por outro lado, é ainda possível responder diretamente, por esta via, à empresa a subcontratar. Este será um processo de conhe-cimento interempresarial, em que

    se perspetiva o estabelecimento de parcerias numa perspetiva win--win.

    Informação sobre redes e negócios

    Para além desta bolsa, e ainda no âmbito da cooperação, este portal disponibiliza informação sobre duas novas redes de coo-peração empresarial: a rede de cooperação do setor da metalo-mecânica (rede setorial direcio-nada para angariação de escala e para uma abordagem conjunta ao mercado de Marrocos) e rede de

    cooperação multissetorial (rede que tem como objetivo permitir a partilha de experiências entre em-presas exportadoras e que já ope-ram em mercados internacionais).

    Neste portal é ainda disponibi-lizada informação sobre processos de transmissão de negócios nas empresas através da concretização de operações de fusões e concen-trações. De salientar que a NER-SANT disponibiliza uma equipa especializada para acompanhar de forma personalizada e confi-dencial o desenvolvimento destes processos, através da mediação entre investidores e vendedores.

    SERVIÇO DISPONÍVEL NO PORTAL DA NERSANT

    Bolsa de Subcontratação dinamiza cooperação empresarial

    Portal disponibiliza informação sobre redes empresariais

  • As PME tiverem uma quebra no crédito bancário de 18% em três anos. Entre 2011 e 2013 o financiamento às PME reduziu 16,9 mil milhões de euros, criando dificuldades de tesouraria e prejudicando os pagamentos – alerta a Acege. A Associação Cristã de Empresários e Gestores fez esta semana um balanço da iniciativa Pagar a Horas, Fazer Crescer Portugal, que pretende sensibilizar o Estado e as empresas para os atrasos de pagamento.JOÃO LUIS DE [email protected]

    A evolução do crédito bancário revela uma economia a várias ve-locidades. O financiamento caiu 18% para as PME, mas subiu 13,5% para as grandes empresas. A evolução também foi favorável às empresas exportadoras, com um crescimento de 11,2%.

    O balanço da iniciativa da Acege decorreu esta semana na Universi-

    dade Católica do Porto e teve a par-ticipação de Jorge Líbano Monteiro, Rafael Campos Pereira e Paulo Vaz.

    De acordo com os dados apre-sentados pela Acege, com base num estudo da Augusto Mateus & Associados a contração do cré-dito é bastante diferente nos vários setores de atividade. A quebra é maior no comércio (-19,1%) do que na indústria (-12,8%). Em al-guns setores o crédito bancário au-mentou. É o caso do alojamento e restauração, com mais 5,5%, e da logística, com mais 26,3%.

    Para Jorge Líbano Monteiro, a diminuição do crédito está ligada ao crescimento significativo das situações de incumprimento das empresas perante os bancos. A sinistralidade das PME na banca continua a subir e atinge os 14,8% do total do crédito concedido, o que tem um impacto muito nega-tivo quer para a banca quer para o tecido empresarial.

    Não podemos esquecer que o crédito de fornecedores é a maior fonte de financiamento das PME.

    De acordo com Jorge Líbano Monteiro, os prazos de pagamento em Portugal estão muito acima da média europeia, com atrasos mé-dios no Estado (69 dias), nas tran-sações entre empresas (33 dias) e nas vendas aos consumidores (30 dias).

    De acordo com os cálculos de Jorge Líbano Monteiro, em Portu-gal, as perdas por incobráveis su-

    biram para 4% do valor das tran-sações, representando um valor de quatro mil milhões de euros.

    O diretor da Acege referiu tam-bém a desadequação das normas do IVA, que obrigam os fornece-dores a suportar o imposto, em relação aos fornecimentos que não receberam. O novo regime de caixa opcional para empresas com vendas até 500 mil euros é dema-siado restritivo e não evita o paga-mento de IVA nos incobráveis.

    Sendo Portugal um país com um nível muito elevado de despesa pública, o comportamento do Es-tado é determinante, havendo atra-sos de pagamentos em praticamen-te todas as áreas da Administração Pública. A iniciativa da Acege para combater os atrasos de pagamentos foi financiada pelo QREN e envol-veu a produção de um kit com um CD resumo, cartões, questionário e diploma/carta de compromisso. Como o pagamento do incentivo foi feito com atraso, provocou tam-bém o atraso do recebimento por parte do fornecedor.

    Estado não deve atrasar pagamentos

    “O problema dos atrasos de pa-gamento atinge as empresas que fornecem o mercado nacional e o Estado” – afirmou Rafael Cam-pos Pereira durante o encontro promovido pela Acege. Para o vice-presidente da Aimmap e também vice-presidente da CIP, as empresas exportadoras não

    sentem dificuldades com atrasos de pagamento. A indústria da metalurgia e metalomecânica re-presenta o setor com maior volu-me de exportação.

    Para Rafael Campos Pereira, é essencial que o Estado altere o seu comportamento, respeitando pra-zos de pagamento. O Estado deve criar e fazer cumprir regras que de-fendam o equilíbrio nas transações entre as empresas, transpondo ra-pidamente a diretiva europeia so-bre prazos de pagamento. Segundo referiu, a grande distribuição tem prazos de pagamento muito dila-tados, causando um sério prejuízo à generalidade das PME.

    PME são o elo mais fraco

    Existe uma situação desigual

    entre a forma como o Estado atua enquanto credor e como secomporta no papel devedor face às empresas – afirmou Paulo Vaz.Para o diretor-geral da ATP, a Administração Fiscal portuguesaé das mais sofisticadas e das maiseficientes do mundo, mas o Esta-do dá o mau exemplo ao atrasar sistematicamente o pagamento aos fornecedores.

    Nos últimos anos, as empre-sas reduziram acentuadamente o incumprimento perante o setor público estatal. Também não hásituações graves nem frequentesde salários em atraso, mas há pro-blemas sérios de atrasos no paga-mento a fornecedores, em parti-cular às PME. Neste momento,as PME representam o elo maisfraco na atividade económica.

    ACEGE ALERTA PARA AS CONSEQUÊNCIAS DOS ATRASOS DE PAGAMENTO

    Crédito bancário às PME reduziu 16,9 mil milhões

    ATUALIDADE

    SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015 5

    Maioria dos trabalhadores em requalificação não volta ao EstadoCerca de dois terços dos trabalhadores que deixaram a requalificação não regressaram ao tra-balho na função pública, refere um documento da Direção-Geral da Requalificação dos Traba-lhadores em Funções Públicas (INA). Destes funcionários, mais de metade acabou por optar por entrar na reforma. Apenas pouco mais de 760 trabalhadores encontraram um novo postona função pública. O regime de mobilidade especial foi apresentado como um sistema para possibilitar uma melhor distribuição dos recursos humanos em funções públicas.

    Brigas Afonso apresenta demissão da Autoridade TributáriaO diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, António Brigas Afonso, apresentou esta semana a sua demissão, que estará relacionada com a eventual existência de uma lista de contribuintes mediáticos. O pedido de demissão foi aceite pela ministra das Finanças. O comunicado enviado para as redações não dava quaisquer explicações para a referida saída do diretor-geral. “O diretor-geral da AT apresentou, dia 18 de março, o seu pedido de demissão à ministra de Estado e das Finançs, que foi aceite”, refere o comunicado.

    PME são as mais atingidas pela contração do crédito

    Atrasos de pagamento estão na origem de 25% das insolvências

    Alteração aos compromissos e pagamentos do Estado

    Acaba de ser introduzida uma nova alteração à lei de compromissos das entidades públicas, criada em fevereiro de 2012.A Lei n.º 22/2015, de 17 de março, faz várias alterações e republica a Lei n.º 8/2102. De acordo com o novo diploma, as entidades com pagamentos em atraso a 31 de dezembro de 2014 têm um novo prazo de 60 dias para apresentar um plano de liquidação de pagamentos á Direção-Geral do Orçamento. No caso das entidades da administração local, o plano de liquidação deve ser apresentado no mesmo prazo à Direção-Geral da Administração Local.

    Paulo Vaz, João Luís de Sousa e Rafael Campos Pereira durante o debate da Acege: num país onde a despesa públicarepresenta 50% do PIB o Estado é o principal responsável pelos atrasos de pagamento.

  • A reforma dos cursos de licenciatura e mestrado, a internacionalização da faculdade, as melhores médias do país nos cursos de economia e gestão no concurso nacional de ingresso são algumas das mudanças positivas da Faculdade de Economia do Porto. Em entrevista à “Vida Económica” no balanço ao mandato de cinco anos à frente da direção e Conselho Científico da FEP, João Proença destaca uma nova visão centrada nos alunos, a qualidade da formação reconhecida pelo mercado e o elevado nível de empregabilidade dos estudantes.

    JOÃO LUÍS DE [email protected]

    Vida Económica - Que balan-ço faz do seu mandato de cin-co anos na direção e Conselho Científico da Faculdade de Eco-nomia do Porto?

    João Proença – O balanço é muito positivo. Acima de tudo acho que se conseguiu alcançar uma mudança profunda na facul-dade. Resta saber se é sustentável e se pode ser continuada, desenvol-vida ou se pelo contrário poderá haver um recuo. O projeto partiu não só com a minha candidatura há 5 anos de uma visão centrada nos estudantes que depois permi-tiu que através deles se introduzis-sem mudanças grandes na faculda-de.

    Reformámos todos os cursos da faculdade e introduzimos um novo que é o “Master in Mana-gement”. A par dessa reforma internacionalizamos a oferta par-tindo do curso em inglês que era o doutoramento em Economia. Atualmente temos seis cursos to-talmente lecionados em inglês. As disciplinas lecionadas em inglês cresceram mais de 300%. Racio-nalizamos a oferta e estruturamos

    principalmente no 2º ciclo nos mestrados a oferta entre os cursos de continuidade com mestrados de continuidade e mestrados de banda larga especializados.

    Introduziram-se áreas novas nomeadamente uma disciplina transversal a todos os mestrados que é o projeto de gestão de mes-trado. As teses cresceram de forma sustentada nos anos seguintes.

    Melhoramos também subs-tancialmente os resultados na in-vestigação e no concurso nacional de acesso. Conseguimos subir ao longo dos quatro anos e hoje em dia temos as melhores posições no concurso nacional de acesso no país, tanto na economia como na área da gestão.

    Colocámos também pela pri-meira vez a escola nos rankings internacionais. A faculdade deve ter ambição de obter as acredita-ções internacionais mais exigentes da área. e de conseguir incluir os seus mestrados, a escola e as suas licenciaturas se possível no ranking do Financial Times.

    VE - Há uma maior abertura

    da Faculdade de Economia ao exterior?

    JP - As várias reformas que

    foram feitas criaram uma estru-tura da faculdade que tem feito um trabalho excecional e permite o desenvolvimento das atividades extra curriculares dos estudantes onde eles desenvolvem as soft skills que são necessárias para treinar as competências técnicas adquiridas nos cursos. Essa vertente facili-ta uma melhor integração com o mercado de trabalho o que tam-bém é muito valorizado por esses rankings., Desenvolvemos bastan-te a rede da “alumni” da faculdade. Neste momento são mais de 3000. Abrimos muito a faculdade ao ex-terior, seja na organização de con-ferências, eventos, seja também no recrutamento de professores com posições de destaque em empresas ou na economia como professores convidados com curriculum pro-fissional relevante.

    Tudo isto permitiu mobilizar os estudantes, dignificar a institui-ção não só no seio da Universidade do Porto mas também na comuni-dade externa tanto a nível nacio-nal como internacional e permitiu que se alavancasse a reputação da escola que se materializa depois na perceção do público em geral e dos estudantes em particular.

    VE - Apesar de termos a ideia que nas escolas públicas o pro-cesso de mudança é lento e os obstáculos são muitos, a sua experiência diz que é possível fazer as mudanças a um ritmo acelerado?

    JP - Nós próprios ficamos surpreendidos com a capacidade de resposta da escola em tão pou-co tempo. As questões da educa-ção levam muito tempo, é preciso discutir internamente, depois tem que ser aprovada qualquer reforma pela Reitoria, depois tem que ser aprovada pelo Ministério da Edu-cação e isso foi possível fazer com os resultados que eu acabei de refe-rir num ciclo de 4 ou 5 anos.

    Esta experiência demonstra que é possível. Acho que o esfor-ço numa escola pública será muito maior que numa escola privada, mas também foi fruto de uma grande mobilização, primeiro de andarmos quase um ano a discu-tir o plano estratégico e depois a capacidade de reunir pessoas não só no Concelho Executivo mas em várias áreas da escola, mobilizando professores em cargos de gestão e mesmo a rede de “alumni” que co-laborou muito nas mudanças que viemos a fazer.

    Agora vamos ver se é possível sustentar e para isso há que pensar se as visões mais conservadoras da Academia, , não poderão travar a evolução que tem vindo a ser feita, embora eu pense que há mudanças que são completamente irreversí-veis, nomeadamente a internacio-nalização da escola, os cursos em inglês, a reforma que foi feita, a in-trodução das soft skills. Será difícil parar essa dinâmica que consegui-mos nestes quase cinco anos.

    VE - Porque é que a FEP é

    a escola de economia e gestão com as médias de acesso mais altas do país?

    JP - Tem a ver na minha opi-nião com a perceção da qualidade da escola, a perceção que existe do corpo docente, a perceção que existe do ensino de investigação que aqui se faz. Oque o concur-so nacional de acesso vem dizer, para lá das questões demográficas associadas a regiões com mais ou menos população, que o público reconhece o trabalho que se vai fazendo porque os indicadores são crescentemente positivos o que

    JOÃO PROENÇA FAZ BALANÇO POSITIVO DO MANDATO

    Faculdade de Economia do Porto passou a ter uma visão centrada

    6 SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015

    “Estamos a comunicar de forma competente e eficaz as características da escola expondo a faculdade ao mundo, aos estu-dantes em particular, expondo os nossos professores, nossos investigadores, e os nossos estudantes que são muito bons”.

    Dívida pública tende a estabilizar na Zona EuroA Moody´s prevê uma estabilização das dívidas públicas nos países da Zona Euro. Neste mo-mento, 15 dos 19 Estados-Membros estão com uma perspetiva estável por parte da agência de notação financeira. Contudo, fica o aviso que continuam a existir riscos, especialmente no que toca à Grécia. Adianta ainda que é de prever uma recuperação moderada do crescimento eco-nómico, tal como tem sucedido nos últimos meses. A recuperação assenta sobretudo nos preços reduzidos das matérias-primas e na compra de ativos pelo Banco central Europeu.

    Portugal com maior descida no emprego da União EuropeiaPortugal apresentou a maior quebra da União Europeia em termos de taxa de emprego, no último trimestre do ano passado, relativamente aos três meses anteriores, de acordo com dados do Eurostat. O recuo foi de 1,4%, depois de se terem registado crescimentos nos dois trimestres anteriores. No período em análise, cerca de 227 milhões de pessoas estavam empregadas na Zona Euro, dos quais perto de 149 milhões nos países com a moeda única.

    Alunos da FEP têm uma atitude muito positiva com a entrada no mercado de trabalho.

  • nos alunos

    SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015 7

    Finanças querem inquérito à lista de “Contribuintes VIP”O Ministério das Finanças pediu à Inspeção-Geral de Finanças um inquérito sobre uma even-tual lista de “Contribuintes VIP” junto da Autoridade Tributária e Aduaneira. Notícias vindasa pública dão conta de uma lista de contribuintes mediáticos, cujo acesso é restrito. Assim,referem as Finanças: “Este inquérito, a realizar pela IGF, destina-se a realizar o apuramento detodos os factos relativos a este assunto”. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos já admitiua existência da referida lista.

    Lista de devedores ao fisco vai em mais de 40 500 nomesA lista dos incumpridores das obrigações fiscais ultrapassou a fasquia dos 40 500 nomes, sendo que cerca de duas centenas de contribuintes individuais devem mais de um milhão de euros, cada um. A que se juntam quase 120 empresas, as quais devem entre um e cinco milhões de euros. Existe mesmo um grupo de 10 empresas que tem por pagar dívidas num valor superior a cinco milhões de euros, cada uma. Destaque para as empresas dos setores do imobiliário, da construção, das telecomunicações ou das sucatas.

    significa que a imagem da esco-la é muito boa. Significa também que estamos a comunicar de forma competente e eficaz as característi-cas da escola expondo a faculdade ao mundo, aos estudantes em par-ticular, expondo os nossos profes-sores, nossos investigadores, e os nossos estudantes que são muito bons.

    Mostramos o que fazemos e de-pois os próprios alunos vão comu-nicando também através deles essa qualidade, e portanto forma-se um ciclo virtuoso que depois culmina-rá numa fase posterior com a inte-gração dos estudantes nas empresas ou noutras instituições, onde a qualidade da escola é testada, vali-dada e depois esse próprio mercado empregador comunica entre si e a qualidade que aqui temos.

    VE - O nível de empregabilida-

    de dos alunos da FEP continua a ser elevado apesar da conjun-tura económica desfavorável e da taxa elevada de desemprego entre os jovens?

    JP - Tenho consciência que os níveis de desemprego no país e desemprego qualificado são muito elevados, e na área da economia e da gestão isso também acontece. No entanto, na semana passada viu-se o ambiente positivo na esco-la na semana passada durante a fei-ra Porto de Emprego. Os estudan-tes da FEP têm uma atitude muito positiva com a entrada no mercado de trabalho. Não estão ansiosos e deixam que as coisas evoluam na-turalmente o que contrasta talvez com a generalidade das situações das outras escolas do país em par-ticular aqui no norte.

    Os últimos dados que nós te-mos, obtidos há cerca de 2 anos e que estão agora a ser atualizados, revelam que 73% dos estudantes de mestrado estavam colocados an-tes de terminar o curso e na área das licenciaturas eram 37% os que já tinham emprego antes do fim do curso. São números impressionan-tes em qualquer escola. E ao fim de seis meses depois da conclusão do curso cerca de 90% tanto nas licenciaturas como nos mestrados estavam colocados.

    Admito que nos dados que es-tamos a recolher os números sejam mais baixos mas são valores que nos deixam bastante tranquilos com a situação da faculdade e com a rece-

    tividade que o mercado revela.Sentimos que a exposição in-

    ternacional dos nossos alunos tam-bém é forte, ou seja, muitos alunos são colocados internacionalmente e têm capacidade de desenvolver boas exposições, bom desempenho nas empresas para onde vão esta-giar, ou trabalhar. Temos entidades estrangeiras a procurar alunos nos-sos e é muito positivo verificar que durante o processo de formação eles já têm muito contacto com o mercado de trabalho.

    VE - Quando refere a impor-

    tância da internacionalização, isso aplica-se quer aos alunos nacionais ou também há a cap-tação de estudantes estrangei-ros para a FEP?

    JP - Hoje em dia a internacio-nalização é uma dimensão trans-versal. Nas escolas de ponta, uma das preocupações das escolas é pre-parar os alunos para uma cultura internacional, num mercado cada vez mais global.

    A minha maior ambição era que todos os alunos da FEP por exemplo pudessem fazer um se-mestre fora da faculdade numa ex-periência internacional. Será uma garantia para terceiros que a escola tem qualidade nesses mercados. Uma das formas de aferir a quali-dade é pelos rankings internacio-nais, por isso eu acho que mesmo a nível nacional os rankings vão ser decisivos em muito curto prazo de tempo porque os estudantes vão basear não só nas suas perceções de qualidade mas também nas posi-ções efetivas e relativas das escolas nos rankings internacionais.

    Para captar os alunos sejam eles portugueses ou estrangeiros cada vez mais vai ser decisivo estar pre-sente nos rankings e ter bom de-sempenho como forma de garantir aquilo que é o mais importante numa escola que é ter estudantes muito bons, muito bons professo-res, e muito bons investigadores.

    A internacionalização e os rankings tanto para estudantes na-cionais como internacionais é uma sequência normal de um contexto cada vez mais competitivo mais global na área da educação e em particular na área da educação eco-nomia e gestão.

    VE - O número de estrangeiros

    na FEP está a aumentar?JP - Tem aumentado susten-

    tadamente. Este ano pela primeira vez ultrapassamos os 300 estudan-tes. Temos 330 alunos estrangeiros, a maior parte deles em mobilida-de mas são já cerca de 70 de grau, portanto alunos matriculados para fazer aqui ou a licenciatura ou o mestrado ou o doutoramento. Este ano são mais de 30 países que estão

    representados dos quatro conti-nentes. É uma diversificação mui-to interessante e é positivo verificar que a escola tem a capacidade de ser atrativa em sítios muito diferen-tes do mundo. A escola sairá muito beneficiada da dimensão não só da oferta mas também de uma procu-ra mais internacional e mais inte-grada com escolas internacionais.

    Pelo facto de estarmos nessas redes conseguimos aceder aos alu-nos dessas escolas que são mui-to bons, conseguimos aceder aos professores dessas escolas e conse-guimos também enviar para lá os nossos professores, os nossos estu-dantes e tudo isso também forma um ciclo virtuoso de formação de excelência.

    VE - Isso permite aos alunos

    da FEP frequentarem escolas estrangeiras caras pagando as propinas da FEP?

    JP - É um facto. Em termos de mobilidade os alunos vão estar num período numa escola diferen-te e pagam sempre a propina da escola de origem.

    Também temos um mestrado e num doutoramento de dupla titu-lação com escolas estrangeiras onde as propinas no caso por exemplo do “Master in Management” são caríssimas. Ao inscrever-se aqui o aluno pode ter o grau dessa escola francesa sempre pagando as propi-nas de Portugal além do grau que tem na FEF. São as condições dos acordos internacionais que permi-tem proporcionar essa vantagem.

    Além da dupla titulação, na rede de cooperação os nossos es-tudantes pelo facto de irem passar

    dois semestres a escolas das maiscaras que há por esse mundo fora, pagam apenas a propina do nosso país o que só valoriza a nossa ofer-ta, e nos torna mais atrativos em Portugal e no estrangeiro. Em al-gumas das escolas as propinas nor-mais atingem 30 a 40 mil euros.Para as escolas estrangeiras é uma política perfeitamente explícita eacordada. As escolas querem bene-ficiar da experiência da mobilidadee beneficiam na medida em que em todas elas as propinas são pagas localmente e portanto está assegu-rada a garantia e sustentabilidadedesses cursos pelos estudantes de origem.

    VE - O número de receitas

    próprias tem vindo a aumentarou diminuir a dependência do financiamento do estado, achaque é possível manter essa evo-lução enquanto não aumentar as receitas próprias?

    JP - É um desafio, eu não sópenso que é possível mas que é decisivo aumentar as receitas pró-prias relacionando isso com a ca-pacidade da escola fazer aquilo que ela acha que deve fazer, isto é terautonomia, escolher o seu própriopercurso estratégico garantindo a sustentabilidade do projeto quedesenvolve, isso só é possível se elaconseguir garantir essa indepen-dência e para isso tem que aumen-tar as receitas próprias e eu pensoque é possível através de 3 vias fun-damentais que é necessário a escoladesenvolver seja ela qual for: 1º acaptação de recursos próprios pelaprestação de serviços ao exterior,seja ele realizado através de estudos que se faz para o exterior, através deprojetos de consultoria ou atravésde projetos de formação avançada, diretamente tratada com associa-ções setoriais, com o fisco, porquenão fazer cursos de formação com acesso direto a grupos, não estamosa falar de formação executiva deporta aberta, estamos a falar de sen-sibilidade e proximidade que muitagente da escola tem a determinadosgrupos profissionais ou setores quepode com facilidade garantir e opróprio mercado pedir que seja a faculdade a dar essa formação, esseapoio, consultoria, esses projetos,essa é uma das dimensões funda-mentais para desenvolver as recei-tas próprias; 2º É a captação deverbas internacionais

    A internacionalização e os rankings são uma sequência normal de um contexto cada vez mais competitivo.

  • Os jovens licenciados em eco-nomia e gestão encontram opor-tunidades no mercado de traba-lho com remunerações mensais acima de J1000.

    A feira Porto de Emprego atraiu à Faculdade de Economia do Porto mais de seis mil visitan-tes jovens com formação univer-sitária.

    Durante os dois dias do evento, cerca de 40 empresas prestaram informações sobre recrutamento de jovens quadros e receberam as candidaturas de estudantes fi-nalistas de mestrado e gestão da FEP e de outras escolas da região.

    Entre as empresas interessadas em recrutar os jovens em início de carreira estiveram as principais empresas de auditoria e consulto-ria e também grandes empresas como a Galp, EDP, Continental, e várias PME como a Tintas 2000.

    Apesar da conjuntura, é visí-vel a dinâmica de recrutamento de jovens na área da economia e gestão, com propostas de salários iniciais superiores a J1000 por mês.

    “Em cada 10 candidatos da FEP 9 são talentos” – disse à Vida Económica a diretora de Recursos Humanos da Mazars. De acordo com esta responsável, a Mazars, empresa de auditoria e

    consultoria com sede em França e estabelecida em vários países, tem excelentes resultados com a inte-gração de licenciados da FEP, em comparação com outras escolas de economia e gestão . Nesta em-presa, as condições são idênticas para licenciados e mestres. “Não conseguimos concluir que um jovem com mestrado seja melhor que um licenciado em termos de desempenho profissional” – refe-riu a diretora da Mazars.

    No caso da EDP, são feitos 100 recrutamentos por ano nesta área, e a empresa valoriza a mobi-lidade dos jovens. Como condi-ções de base, a EDP oferece uma retribuição de J1500 mensais aos jovens com mestrado e J1300 aos jovens licenciados.

    A Galp tem também um pro-grama de recrutamento, desig-nado Galp Generation, para a captação de 50 jovens sem expe-riência profissional.

    Por seu turno, a Ernst & Young faz 140 recrutamentos anuais nesta área da economia e gestão, com uma retribuição de J1100, dando preferência a jovens com mestrado.

    Entre as empresas interessadas no recrutamento estava também a Colep, empresa industrial pre-sente em vários países e que já

    conta com cinco mil empregados.Entre as PME, esteve presen-

    te a Tintas 2000, uma empresa industrial que emprega 200 pes-soas. Segundo Ana Ambrósio, administradora da empresa, o objetivo é recrutar cerca de duas dezenas de jovens com formação em economia e gestão para áreas como a produção, segurança, ou comercial. Para a administradora da Tintas 2000 o programa de es-tágios profissionais é uma inicia-tiva interessante porque facilita

    o conhecimento e aproximação entre os jovens e as empresas.

    Planear a entrada no mundo do trabalho

    “A Porto de Emprego é a maior

    feira de recrutamento no Norte do país” – afirmou João Proença. O diretor da FEP destacou o en-volvimento dos empregadores e da comunidade estudantil, com a abertura a outras escolas.

    A iniciativa permite aos alunos

    finalistas saberem como se desen-volvem os processos de recruta-mento, ajudando-os a planear a entrada no mercado de trabalho.

    A entidade organizadora desta feira é a FEP Junior Consulting. Para João Parreira, a Porto de Emprego tem por objetivo retri-buir à comunidade o que esta dá à escola. Segundo referiu, a FJC pretende estar no top ao nível das iniciativas que criam opor-tunidades e mudam as vidas dos alunos.

    FEIRA DE EMPREGO TEVE MAIS DE SEIS MIL VISITANTES

    Empresas recrutam licenciados em economia e gestão

    Inflação aumenta na região da moeda únicaA taxa da inflação anual da Zona Euro foi de menos 0,3%, em fevereiro, o que compara com os 0,6% negativos do mês anterior. A inflação aumentou em 17 Estados-Membros da União Europeia, tendo-se fixado em duas décimas negativas. Há um ano atrás, a taxa de inflação era de 0,7%, na Zona Euro. No caso português, a inflação evoluiu de -0,4%, em janeiro, para -0,1%, em fevereiro, um valor semelhante ao verificado em termos homólogos do ano passado.

    Portugal tem de ir mais longe nas reformasO Fundo Monetário Internacional admite que o pior da crise já passou, mas Portugal tem de avançar mais ao nível das reformas. Considera o FMI que é possível fazer mais em áreas como o mercado do trabalho ou o funcionamento da administração pública. Entretanto, as refor-mas que não deram resultados deverão ser revisitadas. Ao mesmo que são criadas novas, mais adaptadas ao atual momento de desvalorização do euro e de descida do preço do petróleo.

    ATUALIDADE

    8 SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015

    TERESA [email protected]

    A Sumol+Compal, líder nas be-bidas não alcoólicas em Portugal, registou lucros líquidos de 11,9 milhões de euros em 2014, con-tra 4,4 milhões em 2013, revelou a empresa liderada por Duarte Pinto. O volume de negócios atin-giu os 310 milhões de euros, mais 2,8% que em 2013, enquanto as vendas totais registaram uma su-bida de 3,8% para 300,3 milhões.

    Em Portugal as vendas alcança-ram os 221,6 milhões de euros, 3% acima do ano anterior. Já as vendas nos mercados internacio-nais – em cerca de 70 países – cres-ceram 2,2% em valor, ascendendo a 88,4 milhões de euros.

    Numa nota enviada à “Vida Económica”, a Sumol+Compal, pela voz do seu CEO, diz que, “apesar de as condições meteoroló-

    gicas em Portugal não terem sido as ideais”, destacou-se “o desempe-nho operacional da empresa, tanto em Portugal como no estrangeiro”, o que permitiu “a melhoria dos re-sultados económicos do grupo”. Duarte Pinto acredita que “um ambiente macroeconómico mais positivo, já sentido em 2014, per-mita à Sumol+Compal crescer em Portugal”, assim como fazer com que o negócio possa “crescer com mais significado nalguns mercados africanos”.

    Fábrica de Angola em 2015

    Depois de perto de 10 milhões de euros de investimento na fábrica em Boane, a aproximadamente 35 quilómetros da cidade de Maputo, Moçambique, a Sumol+Compal aponta agora baterias para An-gola, onde vai arrancar este ano com uma fábrica de raiz. Para tal,

    celebrou recentemente com o Es-tado angolano, representado pela Agência Nacional de Investimento Privado, uma adenda ao contrato de investimento mediante a qual o investimento total passou a as-cender a 51 milhões de dólares (cerca de 48,2 milhões de euros). A nova unidade terá “uma dimen-são superior à anteriormente pro-jetada” e destina-se à produção e embalamento de sumos, néctares e refrigerantes da Sumol+Compal Marcas.

    Recorde-se que no final de 2014 a Sumol+Compal vendeu por 88,2 milhões de euros à francesa Copa-gef (Grupo Castel) 49,9% do ca-pital da Sumol+Compal Marcas. Esta alteração na estrutura acio-nista deverá contribuir para um “desenvolvimento significativo das principais marcas nalguns merca-dos africanos”, diz a empresa.

    Em entrevista à “Vida Econó-

    mica” em Marrocos no início de outubro, Duarte Pinto, CEO da Compal+Compal, era claro: “eu acredito muito em África”, su-blinhando que “o crescimento expressivo da população vai acon-tecer em África, nomeadamente

    na costa ocidental”, até pela “ne-cessidade de consumir marcas que inspirem confiança e segurança ali-mentar”. Será, pois, aí que se deve-rão concentrar “uma série de opor-tunidades” no setor agroalimentar e das bebidas nos próximos anos.

    Sumol+Compal lucra 11,9 milhões e reforça posição em África

    Duarte Pinto, CEO da Sumol+Compal.

  • Sonae Sierra e Media Markt chegam a acordo para nova lojaA Sonae Sierra, empresa gestora de centros comerciais, e a Media Markt, distribuidora debens eletrónicos, chegaram a acordo para a sua entrada no Centro Plaza Mayor, localizadoem Málaga. A nova loja da Media Markt vai oferecer aos visitantes uma ampla gama de pro-dutos e novidades das principais marcas de eletrónica. O Plaza Mayor conta com 142 lojase restaurantes. No ano passado, contou com cerca de nove milhões de visitantes e as vendascifraram-se em mais de 95 milhões de euros.

    Lucios reforça carteira no segmento hoteleiroA Lucios continua uma estratégia de crescimento no segmento hoteleiro. A construtora ini-ciou o ano com mais dois projetos de remodelação de hotéis, um em Lisboa e outro em La-mego. Duas empreitadas que envolvem um valor de cerca de três milhões de euros. As obras deverão estar concluídas ainda no decorrer do primeiro semestre. Em Lisboa, trata-se do Ho-tel Tryp Expo, enquanto em Lamego consiste na remodelação do Douro Valley. Entretanto, a Lucios tem mais dois outros projetos hoteleiros em mãos, um no Porto e outro na capital.

    “A [nova] lei não foi feita para que tudo ficasse como estava”

    O Decreto-Lei nº 166/2013, o chamado diploma das PIRC, ultrapassou, há dias, o seu primeiro ano de vigência e tal facto deu origem a um regressar da atenção dos “media” a este tema. Da nossa parte faz sentido, nesta altura, reafirmar estar-se perante um diploma estruturante, que corresponde a uma tentativa de, pela via legislativa, gerar uma melhor regulação do funcionamento do mercado e recordar que corresponde à revisão de um diploma que tinha quase 20 anos e que estava já totalmente desadequado da realidade atual do nosso mercado.

    O diploma foi preparado no seio da PARCA e com o contributo ativo de todas as entidades aí representadas. – da produção, da transformação e da comercialização –, pretendendo introduzir alterações a práticas recorrentes no mercado, melhorando expectativas, dando maior segurança a investimentos, fomentando maior equidade na repartição de riqueza. E tudo isto sem penalizar o consumidor.

    Melhora conceitos, abre novas janelas de observação do mercado, obriga a monitorização regular e o novo quadro de contra-ordenações confere-lhe um efetivo poder dissuasor. Aprofunda e densifica a regulação da venda com prejuízo, preços e condições de venda discriminatórias, transparência de preços ou da recusa de venda. Desenvolve, por outro lado, uma área de enorme relevância: a das práticas negociais abusivas.

    Cria a obrigatoriedade de monitorização do mercado e de reporte da implementação da legislação, sendo que o Observatório da Cadeia de Valor que o Governo anunciou há dias se enquadra nessa orientação.

    Considerar este diploma, como se teima em afirmar, como a Lei das Vendas com Prejuízo parece-nos redutor, porque essa é uma matéria onde as alterações introduzidas foram pouco significativas e porque, ao mesmo tempo, se esquecem áreas onde a evolução foi bastante mais profunda e estrutural, como é o caso, por exemplo, das práticas negociais abusivas.

    O tempo decorrido, embora ainda curto para balanços definitivos, serviu, apesar disso, para esvaziar algumas antevisões mais negras feitas antes da sua entrada

    em vigor. Assim, as compras a produtores nacionais e a produtores de pequena dimensão não foram penalizadas. Em vez da inflação temida, hoje confrontamo-nos com deflação. A abrangência promocional não diminuiu, bem pelo contrário. Os níveis de litigância não cresceram…

    Para tal, foi muito importante o contributo da autoridade competente – a ASAE – pela forma discreta e diligente como acompanhou todo este processo de implementação, colocando forte atenção nos esclarecimentos disponibilizados aos operadores e atuando não apenas reativamente, em resposta a denúncias, mas de forma muito proativa, seja pela monitorização regular do mercado, seja em face ao conhecimento de factos relevantes.

    É importante notar que este não é um diploma luso-português, estando em linha com a abordagem que está a ser seguida em diversos países europeus em matéria das chamadas práticas comerciais desleais, mesmo quando, não obstante múltiplas pressões, a Comissão Europeia teima em não avançar para a elaboração de legislação comunitária harmonizada nesta área.

    Finalmente, recorde-se que o decreto-lei prevê que a via legislativa seja complementada com instrumentos de autorregulação, pelo que a aposta passa pela formalização, a curto prazo, de um código de boas práticas comerciais, com a mais ampla abrangência e que funcione como um compromisso voluntário motivador do diálogo entre os diferentes operadores, da partilha de informação não confidencial relevante, do esforço de melhoria contínua e do desenvolvimento de um espírito propiciador da sua própria evolução.

    A terminar, será bom recordar as palavras da ministra da Agricultura numa entrevista de Outubro último, em que afirma que esta “lei não foi feita para que tudo ficasse como estava. Não foi feita para se procurar encaixar na nova lei as práticas antigas. Foi feita precisamente para motivar a transformação nessas práticas”. E é nesse sentido que todos os operadores, que os produtores, que as empresas ativas no mercado nacional, que as marcas se devem movimentar.

    PEDRO PIMENTELDiretor-geral da Centromarca

    MARCAS VIVAS

    ATUALIDADE/Opinião

    SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015 9

    Numa recente conferência internacional realizada em Lisboa muitos dos presentes foram claros na mensagem que passaram – o grande fator chave na competitividade das economias e sociedades é cada vez mais a aposta no capital humano e na sua capacidade central de renovar a cadeia de valor e as redes globais dos negócios. Precisamos, por isso, em Portugal, de uma agenda estratégica para os talentos, centrada na mobilização de um espírito coletivo que dê às prioridades da economia portuguesa um contexto de estabilidade estratégica com uma participação social equilibrada e justa. O capital humano deve ser, assim, a chave de uma agenda de modernidade para Portugal.

    Mudar a agenda para agendar a mudança é um desafio coletivo no qual a participação individual se configura como estrategicamente mais do que necessária. O objetivo de consolidação da sociedade do conhecimento em Portugal não se pode fazer por mero decreto e face à dimensão estratégica assumida pelos objetivos da sustentabilidade torna-se fundamental que o Estado, as Universidades e os “players empresariais” firmem um verdadeiro “pacto estratégico” sobre as parcerias a desenvolver para a implementação de plataformas em que os cidadãos se revelem nesta nova lógica participativa que cada vez mais é o novo desafio que aí está.

    É aqui que entram os talentos. Compete a estes atores de distinção um papel decisivo na intermediação entre as grandes multinacionais e outros centros globais de conhecimento e os diferentes pólos de competitividade nacionais. Só com um elevado índice de capital social se conseguirá sustentar uma participação consistente na renovação do modelo social e na criação de plataformas de valor global sustentadas para os diferentes segmentos territoriais e populacionais do país. A renovação do modelo competitivo nacional passa muito por esta nova intermediação estratégic,a muito virada para a criação de

    valor e integração do país em redes globais altamente dinâmicas.

    A participação empreendedora da Sociedade Civil neste amplo movimento de reflexão estratégica sobre as novas temáticas para o futuro do país fecha o circuito. São boas as notícias que nos chegam quanto à oportunidade de afirmação crescente que novas organizações como a Cotec continuam a ter no mundo empresarial. Também aqui a atualidade estratégica da temática competitiva veio ao de cima, corporizada na discussão profunda sobre as questões suscitadas pela opção dos diferentes caminhos aseguir. Trata-se duma matéria polémica e a sua abordagem torna-se fundamental para sustentar opções que se venham a fazer daqui para a frente.

    A construção duma sociedade da inovação e criatividade é um desafio complexo e transversal a todos os atores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2015, Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infra-estruturas de última geração, essenciais na perspetiva estratégica de aposta num novo modelo de economia sustentável, centrada na inovação e criatividade, implica, por isso, saber dar resposta às solicitações das várias frentes e, acima de tudo, tomar de forma consciente opções sobre qual as melhores soluções a adoptar para o futuro.

    MOBILIZAR OS NOSSOS TALENTOS É UM IMPERATIVO CENTRAL PARA O FUTURO

    A aposta nas pessoas

    FRANCISCO JAIME QUESADOPresidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

    A construção duma sociedade da inovação e criatividade é um desafio complexo e transversal a todos os atores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos.

  • Porto de Lisboa acelera movimento de granéis líquidosO Porto de Lisboa registou um aumento de 11% no movimento de granéis líquidos, em janeiro, face a igual período do ano passado. Um crescimento que se traduziu em mais 12,3 toneladas. “Este porto possui ótimas condições para a movimentação e armazenagem de granéis líquidos, um segmento onde os produtos petrolíferos, os químicos e os óleos alimen-tares assumem predominância, e para o qual a maior parte das companhias petrolíferas que lideram o mercado têm terminais especializados”, refere a administração do Porto de Lisboa.

    Portos e agentes de navegação fazem acordo sobre estatísticasA Associação dos Portos de Portugal (APP) e a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) assinaram um protocolo de colaboração para a criação de uma fer-ramenta inovadora de informação estatística dos portos. Pela primeira vez, é congregada online toda a informação relativa ao movimento de cargas e navios de todos os portos nacionais.

    ATUALIDADE/Opinião

    10 SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015

    O chefe da missão do FMI para Portugal, Subir Lall, afirmou esta semana que “o efeito” das reformas “ainda não é visível”, dando razão à ministra das Finanças, que disse ser preciso tempo para que os resultados sejam percetíveis.

    FERNANDA SILVA [email protected]

    “O efeito das reformas ainda não é visível e, então, temos de rever em baixa as nossas perspetivas de médio prazo”, afirmou o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Portugal durante uma conferência promovida pela Ordem dos Economistas, em Lisboa.

    “Neste momento, sentimos que ainda não se vê o impacto das reformas e, nesse sentido, penso que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tem razão quando diz que as reformas demoram o seu tempo”. Segundo o responsável, as reformas que foram feitas e levadas a cabo pelo atual Governo durante a vigência do Programa de Ajustamento Econó-mico e Financeiro (PAEF) “não devem recuar” e, apesar de Portugal ter conseguido “muito”, deve manter a trajetória, independentemente do ou dos partidos que vierem a formar o pró-ximo Governo.

    Subir Lall reforçou ainda a ideia de que se trata de “um processo que não para” cujo re-sultado se traduzirá, a médio prazo, no merca-do de trabalho e nas empresas.

    Da avaliação feita a Portugal durante as úl-

    timas duas semanas ao abrigo do artigo 4º da instituição, o Fundo saiu com uma previsão de crescimento de 1,5% em 2015, mais do que os 1,2% que esperava no início do ano quando apresentou o relatório de avaliação pós-programa da troika.

    No entanto, em sentido contrário, as pre-visões de crescimento económico em 2018 e 2019, que estavam situadas em 1,6% para os dois anos, caíram para valores próximos de 1,25%.

    A explicação de Subir Lall para este pes-simismo em relação ao médio prazo está no que diz serem os reduzidos sinais de que as reformas estruturais já postas em prática se-jam suficientes para aumentar o potencial de crescimento da economia. “Melhorámos as nossas previsões para 2015 e 2016, mas isto é conjuntural. Para o futuro baixámos as previsões, porque aí o que interessa é o po-tencial de crescimento da economia e o que é importante é fazer as reformas estruturais”, afirmou.

    Os técnicos do FMI consideram que é pre-ciso “rever as reformas” que não tiveram os

    resultados pretendidos e que pode ser preciso “reexaminar algumas reformas do setor públi-co”.

    FMI não tinha mandato nem autoridade para supervisionar bancos

    Ainda durante a conferência organizada pela Ordem dos Economistas, em Lisboa, Subir Lall foi questionado sobre se o Fundo teve conhecimento dos problemas detetados

    no Banco Espírito Santo (BES) durante o programa de resgate, ao que respondeu que “não exigimos nada às autoridades porque não desempenhamos o papel de supervi-sores. Não tínhamos o mandato ou a au-toridade para supervisionar os bancos. “Se trabalhámos com os bancos? Sim. A ques-tão é que temos de olhar para que servia o programa. Era para garantir a estabilidade financeira sistémica, e isso foi garantido”, disse Subir Lall.

    SUBIR LALL, CHEFE DA MISSÃO DO FMI PARA PORTUGAL, AFIRMA

    Efeito das reformas “ainda não é visível”

    A Associação 25 de Abril orga-nizou o Congresso da Cidadania, orientado por José Romano e Vas-co Lourenço. Entre outros, lá es-tiveram Jamila Madeira, Ramalho Eanes e Sampaio da Nóvoa.

    Carlos Gaivoto falou sobre a falta de estratégia e ineficácia do nosso sistema de transportes, o que prejudica as empresas do interior e trava o desenvolvimento sustentá-vel.

    José Dias disse que o turismo poderia trazer mais emprego e re-cursos para o País, mas quem o di-rige, a nível nacional ou local, não tem experiência para fazê-lo.

    José Monteiro Veludo deu deta-lhes sobre quanto custa cada posto de trabalho em vários setores. Dis-se que um emprego na Auto-euro-pa custa 1,1 milhão, enquanto nas indústrias de calçados, confeção ou mobiliário fica pelos 40 a 60 mil.

    O uso inteligente dos recursos da UE deveriam ir para estes setores, que crescem, pois somos competi-tivos, não para os que beneficiam grandes empresas estrangeiras.

    O almirante Martins Guerreiro foi muito aplaudido ao pregar a reindustrialização e financiamento para os recursos do mar, melhor aproveitamento da Zona Econó-mica e garantia de convergência entre os cidadãos em todos os dis-tritos do país.

    O General Bargão dos Santos denunciou o desperdício e a bu-rocracia. Propôs reintroduzir o serviço militar com uma compo-nente de trabalho cívico, como em outros países, para fortalecer boas práticas de cidadania e democra-cia.

    Garcia Pereira citou muitos exemplos de procedimentos judi-ciais inconstitucionais e que tra-

    vam a confiança de todos no atual sistema.

    Paulo Morais disse que são as grandes sociedades de advoga-dos que na prática estão a legislar em Portugal e depois a defender, nos tribunais de relação, práticas inconstitucionais. “Enquanto o comércio local paga o IRC pleno na Beira Baixa, o Pingo Doce e o Continente pagam a metade na Holanda”.

    Rui Tavares disse que na Dina-marca um caso é julgado em três meses, em Malta dois anos e em Portugal a média é três anos. Mes-mo condenados no Tribunal Euro-peu dos Direitos do Homem, con-tinuamos a pecar pela morosidade.

    Raquel Varela foi ovacionada ao falar sobre as práticas depois do 25 de Abril. As injustiças são hoje piores do que antes de 1974, ape-sar de podermos falar. A corrupção

    endémica prejudica a competitivi-dade, que nos leva ao desemprego

    e a apatia, o que serve apenas a uns poucos.

    Uso inteligente dos recursos europeus deve ir para as PME

    Subir Lall, chefe da missão do FMI para Portugal.

    Segundo o responsável, as reformas que foram feitas e levadas a cabo pelo atual Governo durante a vigência do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) “não devem recuar”

    Associação 25 de Abril realizou Congresso da Cidadania.

  • A decisão do Reino Unido de se juntar a uma nova entidade financeira internacio-nal, liderada pela China, caiu muito mal entre os meios políticos e financeiros dos Estados Unidos. O que está em causa é a forma como abordar o crescimento no gi-gante asiático. O novo banco poderá entrar em concorrência com o Banco Mundial.

    As diferenças que surgiram na raiz da nova entidade são parte de uma questão muito mais ampla sobre como os gover-nos ocidentais deverão abordar a ambição e o poder da China nos próximos tempos. Washington receia que, se os países do G7 e de outras grandes economias decidirem participar em projetos daquele tipo, po-derão acabar por se converter num ins-trumento da política externa chinesa. Os responsáveis britânicos fazem uma inter-pretação bastante diferente desta matéria. Consideram que o Reino Unido deve estar presente no projeto desde o seu início, de modo a garantir que vai operar com total transparência.

    As autoridades britânicas vão mesmo mais longe e apelam a que outros países ocidentais se juntem ao novo banco para aumentarem a sua influência. Como refe-rido, a ideia não é partilhada pela admi-nistração norte-americana, que prefere uma abordagem a partir do exterior. Na sua perspetiva, não faz sentido um envol-vimento direto, até porque no seu interior a margem de manobra será mais reduzida, tendo em conta que não é certo se a China

    vai manter o seu direito de veto.Os norte-americanos estão preocupados

    com o debate do Reino Unido sobre o seu lugar na Europa e que uma eventual saída da União Europeia possa vir a enfraquecer a influência internacional de um impor-

    tante parceiro e aliado. A administração Obama não esconde o facto de durante a crise da Ucrânia e o debate sobre o futu-ro do euro a Alemanha ter-se constituído como o principal interlocutor de Washing-ton.

    O mercado da arte superou os 51 mil milhões de euros, no ano passado. Os Es-tados Unidos lideraram as aquisições, com uma quota de 39%, seguindo-se a China e o Reino Unido, ambos com 22% do mer-cado global. Foi o valor mais elevado de sempre, revelador do dinamismo de um setor em constante crescimento.

    Relativamente ao exercício anterior, o aumento no valor foi de 7% e os analistas acreditam que esta tendência se vai man-ter nos próximos tempos. Até porque os últimos negócios bateram verdadeiros re-cordes.

    Mesmo os valores de antes da crise es-tão a ser continuadamente superados. O vigor tem sido contínuo na arte moderna, do pós-guerra e contemporânea. Estes dois últimos segmentos representaram cerca de 48% de todas as compras realizadas, enquanto a arte moderna ficou com uma fatia de 28% do mercado global. Os três segmentos têm registado sempre cresci-mentos, o que mostra o interesse que sus-cita entre colecionadores e investidores.

    Cerca de 1500 lotes de mais de um mi-lhão de euros foram colocados em leilão, incluindo 96 lotes de mais de 10 milhões

    de euros. O que se traduziu num aumen-to de 17%, em número, relativamente ao exercício anterior. Entretanto, o cres-cimento das empresas no terreno da arte online é uma das tendências mais interes-santes. De facto, as vendas de arte e de an-

    tiguidades por esta via terão alcançado 3,3 mil milhões de euros, perto de 6% do total em termos de valor. A maioria foi com va-lores entre os mil e os 50 mil dólares. É também um tipo de negócio que apresenta um forte potencial de crescimento.

    EM CAUSA A ENTRADA DOS BRITÂNICOS NUMA ENTIDADE LIDERADA PELA CHINA

    Estados Unidos e Reino Unido discordam por motivos políticos

    ESTADOS UNIDOS, CHINA E REINO UNIDO LIDERAM COMPRAS

    Mercado da arte vale mais de 51 mil milhões de euros

    Economia alemã começa o ano da melhor maneiraA economia alemã ganhou ainda mais dinamismo no início do ano. A que acresce a boa notícia deque esta tendência se confirmará na primavera, de acordo com o Ministério da Economia alemão.É referido que o abrandamento verificado no verão passado já foi ultrapassado, tendo em conta obom desempenho recente do motor da economia europeia. No entanto, não deixa de ser chamadaa atenção para a necessidade de prudência, tendo em conta que a economia mundial ainda não estásuficientemente consistente. A Alemanha escapou a uma recessão a meio do ano passado.

    Economia espanhola vai acelerar este anoA economia espanhola crescerá 2,6% este ano e criará emprego. Assim, a taxa de desemprego vai baixar dos atuais 23,4% para 22%, no final do exercício, prevê o Banco Sabadell. Por sua vez, o índice de preços no consumo vai continuar negativo. As estimativas daquela entidade financeira apontam para taxas de juro extraordinariamente baixas ainda durante um período de tempo considerável. As expetativas são, de uma maneira geral, otimistas, já que se poderá atravessar um período sem choques de grande monta. E, a acontecerem, serão momentâneos.

    ATUALIDADE/Internacional

    SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015 11

    Lucros das marcas alemãs em processo de erosão

    Os construtores automóveis alemães BMW, Audi e Mercedes estão numa forte competição entre si para assumirem a lide-rança nos carros de luxo. Mas os elevadosvalores que estão a investir começam a terconsequências nos ganhos.

    As marcas estão a investir milhões de eu-ros para desenvolverem novas tecnologias, construir novas fábricas e lançar novos modelos. Os três estão constantemente atrocar de posições. No entanto, esta estra-tégia está a resultar numa erosão dos lu-cros. Nem sequer a desvalorização do eurose vai refletir no imediato nas vendas emmercados terceiros, em termos de ganhos.É verdade que os três grandes construto-res têm aumentado as suas vendas, de uma maneira geral, mas não está a ser suficiente para compensar os enormes investimentos em curso. Por outro lado, a concorrênciaentre si está a levar a um tipo de estratégiabastante agressiva, com grandes descontos.

    Quanto ao lançamento de novos mode-los, os analistas avisam que pode ser um risco acrescido. Até pode ter sucesso, mas também pode acontecer o inverso, o que resultará em perdas consideráveis. Além disso, a tendência é para carros mais ba-ratos, portanto com valores mais baixos emenos valor acrescentado. Naturalmente,as marcas lucram menos, ainda que pos-sam aumentar as vendas em volume.

    Compra de dívida protege países do contágio grego

    O presidente do Banco Central Euro-peu, Mario Draghi, acredita que a compra de dívida está a proteger alguns países docontágio da Grécia. Admite que as com-pras de dívida em grandes quantidades nãoestão isentas de riscos, mas estes estão cir-cunscritos. Os objetivos pretendidos esta-rão a ser atingidos com esta estratégia.

    O impacto do programa e as medidas depolítica monetária anteriores do BCE são visíveis. As taxas de juro dos créditos ban-cários às empresas começaram a baixar noterceiro trimestre do ano passado. As expe-tativas de inflação reagiram positivamente àexpansão do balanço do BCE nos últimosmeses. As rentabilidades da dívida soberanaa longo prazo caíram, apesar do reapareci-mento da crise na Grécia. Isto sugere queo programa de compra de ativos pode estar a proteger outros países da Zona Euro deum contágio. Por outro lado, ajuda o BCE a conseguir os seus objetivos de política mo-netária para a região da moeda única.

    Draghi insiste que a estratégia em curso tem como principal meta a recuperaçãoeconómica da Zona Euro. Neste âmbito, a intenção da entidade monetária da Zona Euro é comprar dívida pública e privadano valor de 60 mil milhões de euros men-sais. Até agora, esse valor ficou-se por cer-ca de 13 mil milhões de euros. Pelo que o processo vai ser intensificado.

    As autoridades norte-americanas receiam que a China assuma um maior controlo sobre a econo-mia internacional.

    As aquisições de obras de arte cresceram 7%, no ano passado, face ao exercício anterior, tendo sido batidos novos recordes.

  • A crise também se fez sentir nas empresas de recursos humanos. Este foi um setor particularmente afetado. A Adecco conseguiu superar os problemas, sobretudo por via de uma maior flexibilidade e de um reforço das ligações às empresas e aos candidatos. As exigências de qualidade foram igualmente um motivo de diferenciação num momento de grandes dificuldades, referiu à “Vida Económica” David Sanglas, responsável pela empresa em território nacional.GUILHERME [email protected]

    Vida Económica – Quais são as implicações de uma crise financeira para a atividade de uma empresa de recursos hu-manos, como a Adecco?

    David Sanglas – A crise teve efeitos evidentes na nossa empre-sa. Mas também serviu para re-forçar a necessidade e a legitimi-dade de as empresas recorrerem a recursos externos e de serem flexíveis perante momentos e cir-cunstâncias mais conturbadas. A nossa estratégia, de uma maneira geral, assentou na proximidade com todas as empresas, dando o máximo apoio no que respei-tou a medidas de flexibilidade e a soluções de recursos humanos, permitindo-lhes centrarem-se no

    respetivo “core business”, serem mais flexíveis, produtivas e rentá-veis. Acredito que este ano haverá um crescimento da economia, o que vai representar uma opor-tunidade para a nossa empresa. O desafio é estarmos preparados para dar resposta a qualquer ne-cessidade, agindo proativamente e continuando com a máxima proximidade às empresas e aos candidatos. A chave vai manter--se, a garantia de termos os me-lhores candidatos.

    VE – A responsabilidade so-cial da Adecco é um dado ad-quirido. Até que ponto tem influência na motivação das equipas?

    DS – Enquanto empresa de re-cursos humanos, com a missão de ajudar todas as pessoas que pro-curam emprego, é imprescindível que também os colaboradores estejam motivados e comprome-tidos com as causas que são de-fendidas. Os nossos programas de responsabilidade social consis-tem numa forma de oferecermos a todos os nossos “stakeholders” uma organização coesa e coerente com os seus princípios e práticas. As organizações têm um papel cada vez mais central na vida das pessoas. Nesse sentido, envolver as pessoas e motivá-las no seu trabalho é fundamental para au-mentar a sua produtividade, mas, acima de tudo, para inspirarem os nossos clientes e parceiros a encontrarem um emprego que contribua de forma positiva para o seu bem-estar físico, psicológi-co e emocional.

    A importância da responsa-bilidade social

    VE – O “Win4Youth” é um dos vossos projetos de referên-cia. De que se trata e como se relaciona com a estratégia da

    Adecco?DS – Consiste num programa

    que, este ano, beneficia a institui-ção Ajuda de Mãe. Pretende pro-mover a prática desportiva entre colaboradores e parceiros de todo o mundo, desenvolvendo o espí-rito de entreajuda através da par-ticipação em provas de ciclismo, natação, corrida e triatlo, orga-nizadas pela Adecco. Uma vez contabilizados, os quilómetros percorridos são convertidos em donativos para organizações de apoio a crianças e jovens nos paí-ses onde a empresa está presente. O objetivo é ajudar na integração de pessoas em risco de exclusão social e no mercado de trabalho, contribuindo assim para melho-rar as condições de vida. No caso da Ajuda de Mãe, em concreto,

    estamos a ajudar grávidas e jovens mães na sua reintegração social e profissional. Foram já angariados cerca de 66 mil euros. Apesar de este projeto se realizar há seis anos, pela primeira vez é contem-plada uma associação portuguesa.

    VE – Como se posiciona a Adecco no mercado português?

    DS – Estamos presentes em Portugal desde 1990 e somos uma das principais empresas de prestação de serviços de recursos humanos. Temos uma rede de agências que se estende a todo o país e emprega mais de 150 colaboradores. Fomos crescen-do de acordo com as necessida-des do mercado, das empresas e dos recursos humanos. Estamos presentes em várias de ativida-

    de. A Adecco Outsourcing é es-pecializada na externalização de processos de negócio intensivos em recursos humanos. A Adecco Trabalho Temporário dedica-se a recrutamento, seleção, formação e contratação de candidatos para responder a qualquer necessida-de temporária que possa ter uma empresa. A Adecco Professional é um serviço que contempla a apli-cação de diferentes técnicas de recrutamento profissionais, en-quanto a Training visa a criação e o desenvolvimento de planos de formação para colaboradores. A Adecco International Mobility faz sentido nos tempos que cor-rem, uma vez que a nossa rede mundial de agências permite acompanhar de perto todos os projetos e colaboradores.

    DE ACORDO COM DAVID SANGLAS, RESPONSÁVEL PARA PORTUGAL

    Adecco superou a crise através do reforço nas ligações às empresas

    NEGÓCIOS E EMPRESAS

    Empresas de calçado investem internamenteAs empresas portuguesas de calçado estão a investir na sua expansão nacional. O que se pren-de com o facto de as exportações estarem a atingir números históricos há cinco anos consecu-tivos. É a resposta às solicitações do mercado externo. As empresas têm em curso investimen-tos em novas unidades, equipamentos ainda mais modernos e expansão dos atuais espaços, de acordo com APICCAPS. Empresas como a Centenário, a Ferreira Avelar, a Macosmi e a Cari-té, por exemplo, têm investimentos previstos na ordem dos 4,5 milhões de euros.

    12 SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015

    O ano 2014 foi excecional para o setor nacional dos têx-teis-lar, com as exportações a baterem recordes. As empresas estão agora decididas a investir e a agarrar as oportunidades que o maior dinamismo económico pode proporcionar.

    As apostas mais significativas

    vão para as áreas da inovação, do design e para o investimento em mais e melhor capacidade produtiva. As perspetivas são animadoras, tendo em conta as estimativas em termos de vo-lume de negócio e os produtos inovadores que estão previstos para entrarem nos mercados. O

    regresso de clientes é quase uma certeza, ao mesmo tempo que se espera um esforço ao nível da diversificação de mercados. A inovação é uma preocupação constante por parte das empre-sas portuguesas de têxteis-lar.

    Estão a ser criadas condições para que muitos “players” façam

    novos investimentos em tecno-logia, na internacionalização e na área do online.

    As novas tecnologias são um investimento cada vez mais ne-cessário, já que permitem um aumento da criatividade, ao mesmo tempo que possibilitam um maior controlo do processo

    produtivo. Entretanto, existem mercados com um forte poten-cial para as empresas de têxteis--lar, como é o caso, por exem-plo, da Espanha. Apesar da sua proximidade, ainda está pouco explorado pelas empresas deste segmento da fileira têxtil e do vestuário.

    Empresas de têxteis-lar estão decididas a investir

    Para este ano é esperada uma melhoria na situação do mercado de recursos humanos, acredita David Sanglas.

  • Somos uma empresa que se dedica ao fabrico de fardas e gostávamos de in-vestir na nossa internacionalização. Que apoios podemos obter?

    Resposta

    Os apoios à internacionalização são comtemplados no Portugal 2020 através do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização das PME.Podem-se candidatar PME de qualquer natureza e forma jurídica, que apresentem, entre outras condições, uma autonomia financeira mínima de 15% no pré-projeto.Um projeto individual de internacionalização deve ter como objetivo o conhecimento, prospeção e presença em mercados externos, o desenvolvimento e promoção internacional de marcas, potenciar a presença na web da empresa, fomentar práticas de marketing internacional e novos métodos de organização nas práticas comerciais ou nas relações externas e/ou proceder a certificações específicas para trabalhar nos mercados externos.O projeto não pode ter sido iniciado antes da data de candidatura (exceto adiantamentos até 50% e estudos com menos de um ano), no entanto, os promotores têm até 6 meses após a aprovação para iniciar a execução do projeto, sendo a duração máxima de execução de 24 meses.O investimento elegível engloba várias tipologias de despesas relacionadas com a internacionalização da empresa, nomeadamente:• Participação em feiras e exposições no

    exterior:1. Custos com o arrendamento de espaço,

    incluindo os consumos, inserções em catálogo de feira e intérpretes;

    2. Custos com a construção do stand, incluindo aluguer de equipamentos e mobiliário, transporte e manuseamento de

    mostruários, materiais e outros suportes promocionais;

    3. Custos de funcionamento do stand, incluindo a deslocação e alojamento dos representantes das empresas e a contratação de tradutores/intérpretes externos à organização das feiras;

    • Serviços de consultoria especializados, prestados por consultores externos, relacionados com:

    1. Prospeção e captação de novos clientes;2. Ações de promoção realizadas em

    mercados externos (assessoria de imprensa, relações públicas, entre outros)

    3. Campanhas de marketing nos mercados externos;

    4. Custos com a intervenção de TOC/ROC até 5.000 euros por projeto;

    5. Assistência técnica, estudos, diagnósticos e auditorias;

    6. Custos iniciais associados à domiciliação de aplicações, adesão inicial a plataformas eletrónicas, entre outros;

    7. Custos salariais com a contratação de recursos humanos altamente qualificados nas empresas, incluindo o salário base e os encargos sociais obrigatórios, mediante celebração de contrato de trabalho com a duração máxima de 36 meses;

    De referir que os postos de trabalho apoiados devem ser mantidos durante 3 anos após a conclusão do projeto, sendo possível substituir os técnicos contratados por outros com qualificação mínima equivalente.O apoio tem a natureza de subsídio a fundo perdido e corresponde a 45% das despesas elegíveis, exceto nas despesas elegíveis com a contratação de recursos humanos altamente qualificados, em que corresponde a 50% dos custos elegíveisO apoio não pode ultrapassar os 500.000K para projetos individuais.

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    INTERNACIONALIZAÇÃO DE PME NO PORTUGAL 2020

    SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO 2015 13

    Portuenses vão ter ciclovias na Estrada da CircunvalaçãoDevolver a Estrada da Circunvalação aos cidadãos. É este o grande objetivo do Programa Me-tropolitano para a Qualificação Urbana da Circunvalação, um projeto que envolve a Área Me-tropolitana do Porto e os municípios do Porto, Matosinhos, Maia e Gondomar. As orienta-ções incluem a construção, melhoramento e alargamento de passeios, a valorização e reforçodo património vegetal da placa central e introdução de ciclovias.

    Vinexpo 2015 com serviços à medida para participantesA Vinexpo abrirá portas, para a sua 18ª edição, entre 14 a 18 de junho, em Bordéus, França. Inovação, serviços à medida de expositores e visitantes e muitas outras novidades marcam o certame deste ano. Uma delas é a realização, no final de cada dia de trabalho, do The Blend, quatro festas de networking, num ambiente informal e divertido, nas margens de la Garonne, depois das 22 horas.

    NEGÓCIOS E EMPRESAS

    A partir do final de março, as companhias aéreas do grupo Luf-thansa – Austrian Airlines, Brus-sels Airlines, Germanwings, Luf-thansa e Swiss – vão aumentar a oferta de voos para os passageiros em férias.

    O aumento da oferta das com-panhias aéreas irá abranger espe-cialmente destinos de lazer e tu-rísticos populares.

    Durante as férias de verão, muitos destinos turísticos vão ser reforçados com ligações suple-mentares sazonais. Estão planea-dos voos adicionais para ligações já existentes. O aumento da ofer-ta facilita as deslocações dos pas-

    sageiros que viajam por motivos profissionais.

    No verão de 2015, no total, teremos um recorde da nossa operação em Portugal com 149 voos semanais, nos quais estão incluídos os novos destinos da Germanwings: Faro-Dusseldórfia e Porto- Dusseldórfia”, realça Michael Hutzelmann, diretor de vendas da Lufthansa em Portu-gal.

    Com os novos voos previstos para o próximo verão, o gru-po Lufthansa passa a oferecer a rede de destinos mais densa do mundo com mais de 22 500 voos semanais. Se incluirmos

    as rotas sazonais deste verão, as companhias aéreas do grupo Lufthansa irão ligar 321 desti-nos em 103 países em quatro continentes (no verão de 2014: 294 destinos em 101 países) não só através das suas placas giratórias de Frankfurt, Muni-que, Zurique, Viena e Bruxelas, mas também com muitas ro-tas ponto-a-ponto. Mais de 18 100 voos em “code-share” com 32 companhias aéreas parceiras aumentam ainda o horário de voos de todas as companhias aéreas do grupo Lufthansa, ofe-recendo uma rede que virtual-mente abrange todo o mundo.

    Os horários de verão das com-panhias aéreas do Grupo Luf-thansa são válidos do domingo, 29 de março até ao sábado, 25

    de outubro de 2015.Em Portugal, o aumento global

    da oferta é de aproximadamente 10%.

    VOOS REGULARES PARA PORTUGAL CRESCEM 10%

    Lufthansa cria novas ligações de Porto e Faro a Dusseldorf

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  • Hotéis Moov premeiam família mais fotogénicaOs hotéis Moov estão a promover o concurso “Páscoa em Família”. Os participantes habili-tam-se a ganhar uma estadia para quatro pessoas, num quarto superior, com validade até de-zembro de 2015, consoante disponibilidade de reserva. Para tal, basta tirar uma fotografi a em família e colocá-la no mural de Facebook dos hotéis Moov, na área de comentários do post do passatempo. O concurso decorre até 3 de abril.

    Sistemas MES em debate no TEC