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CLAUDIA ADRIANA CARLOTTO ACEITABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO PELOS CIRURGIÕES-DENTISTAS DO SERVIÇO PÚBLICO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CAMPINAS 2013

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CLAUDIA ADRIANA CARLOTTO

ACEITABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO TRATAMENTO RESTAURADOR

ATRAUMÁTICO PELOS CIRURGIÕES-DENTISTAS DO SERVIÇO PÚBLICO NO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

CAMPINAS

2013

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CLAUDIA ADRIANA CARLOTTO

ACEITABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO TRATAMENTO RESTAURADOR

ATRAUMÁTICO PELOS CIRURGIÕES-DENTISTAS DO SERVIÇO PÚBLICO NO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Dissertação apresentada ao Centro de Pós-Graduação / CPO São Leopoldo Mandic, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.

Área de Concentração: Odontopediatria

Orientador: Prof. Dr.José Carlos Pettorossi Imparato

CAMPINAS

2013

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C.P.O. – CENTRO DE PESQUISAS ODONTOLÓGICAS

SÃO LEOPOLDO MANDIC

Folha de Aprovação

A dissertação intitulada: “ACEITABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO TRATAMENTO

RESTAURADOR ATRAUMÁTICO PELOS CIRURGIÕES-DENTISTAS DO

SERVIÇO PÚBLICO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO” apresentada ao Centro de

Pós-Graduação São Leopoldo Mandic, para obtenção do grau de Mestre em

Odontologia, área de concentração Odontopediatria em 14/06/2013, à comissão

examinadora abaixo denominada foi aprovada após liberação pelo orientador.

Prof. Dr. José Carlos Pettorossi Imparato

Orientador

Profa. Dra. Gabriela Cunha Bonini

1º Membro

Profa. Dra. Daniela Prócida Raggio

2º Membro

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Pai, anjo adorado, caminho que eu

quero trilhar.

Mãe querida, infinita capacidade de

amar, acreditar e realizar.

Alexandre, companheiro amado, o

tempo faz tudo ficar ainda melhor.

Laura e Glória, doces alegrias, a vida

é linda porque é enfeitada por vocês!

Este trabalho é para vocês.

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AGRADECIMENTOS

Eu agradeço imensamente

A Deus por me permitir a chance de evoluir por meio do conhecimento.

Aos meus pais, Bruno ”in memorian” e Corina por terem nos ensinado a

retidão, a coragem e a fé na vida.

Às minhas filhas, presentes divinos, pelo carinho, a torcida, a

compreensão nos dias de ausência, a alegria das chegadas.

Ao Alexandre, pelo apoio incondicional, paciência sem limite, amor

verdadeiro.

Às minhas irmãs: Carmem, Carminda, Corina, Cecília e Cristiane, amigas

da vida inteira, pela oportunidade de aprender a amar os que são tão

diferentes de nós.

À Glaucia, irmã inesperada, pela alegria da nossa convivência.

À Andréia Stanger, por fazer a mágica da informática desencantar este

trabalho.

Ao Professor Dr. José Carlos Pettorossi Imparato por me orientar com

muita consideração e paciência, mas, sobretudo por me mostrar com seu

exemplo como ser um excelente professor.

Ao Professor Dr. Fausto Medeiros Mendes por me ajudar

providencialmente e muito gentilmente na seleção da amostra.

A Professora Dra. Daniela Raggio, pelas orientações iniciais e sua gentil

participação na pesquisa.

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A Dra. Maria da Candelária Soares pelo admirável profissionalismo que

me permitiu efetivamente realizar a pesquisa.

Ao Centro de Pós- Graduação São Leopoldo Mandic e todos os

professores do curso por oferecerem oportunidade de aprimoramento

profissional com seriedade e excelente qualidade.

A Dra. Regina Auxiliadora de Amorim Marques pela participação na

pesquisa e por me guiar prontamente dentro da Secretaria Municipal de

Saúde de São Paulo, auxílio fundamental na condução da pesquisa.

Aos Colegas que participaram da pesquisa, pela valiosa contribuição.

A Dra. Chaiana Piovesan por pacientemente me ajudar na organização

dos dados e análise estatística.

À Sra. Noemia Etinger, servidora da Secretaria Municipal de Saúde que

prontamente enviou a documentação para a seleção dos participantes.

À Dra. Maria do Carmo Moreira de Miranda, coordenadora do Curso de

Odontologia da Faculdade Barão do Rio Branco- UNINORTE, pela

generosidade em compreender minhas dificuldades durante a execução

deste trabalho.

Muito Obrigado!

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‘Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra

paz aos homens de boa vontade’

(Lc 2,10-14)

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi identificar a opinião dos cirurgiões-dentistas que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo-SP a respeito da utilização do Tratamento Restaurador Atraumático - ART na rede pública. Trata-se de um levantamento de campo descritivo no qual 207 cirurgiões-dentistas foram selecionados com amostragem por conglomerado por meio do programa OpenEpi. Com taxa de resposta de 27,5%, 57 participantes foram observados por meio de questionários com respostas objetivas. Os dados foram analisados no programa Stata 9.0 e os resultados apontaram para a manutenção das opiniões contrárias à prática do ART entre a maioria dos cirurgiões-dentistas daquele setor, entretanto mostraram também que a maioria deles gostaria de ter mais treinamento teórico e prático para o ART. Os resultados permitiram concluir que há interesse entre os cirurgiões-dentistas da rede pública em conhecer mais profundamente o ART. Palavras-chave: Tratamento Restaurador Atraumático. Saúde Pública. Cirurgiões-Dentistas.

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ABSTRACT

The aim of this study was to identify the dental-surgeons opinions who work at Basic Health Unit of São Paulo-SP regarding the use of Atraumatic Restorative Treatment- ART in the public oral health system . It”s a descriptive field survey, in which the subjects were selected through cluster sample via OpenEpi program. With response rate of 27,5%, 57 participants were observed by means of questionnaires with objective responses. The data were analyzed using Stata 9.0 and the results showed to a contrary opinions maintenance to the partice of ART among most dental-surgeons from that sector, however, it also showed that most of them would like to have more theoretical and practical training for ART. The results concluded that there is interest among the dental-surgeons from public health in a deeper understanding of the ART. Keywords: Atraumatic Restorative Treatment. Public Health. Dentists

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADRO 1 Unidades Básicas de Saúde selecionadas................................ 43

GRÁFICO 1 Distribuição da amostra segundo gênero................................. 48

TABELA 1 Análise descritiva considerando a idade dos cirurgiões-

dentistas, o número de anos de trabalho no serviço público

e o número de anos de conclusão da graduação.....................

49

GRÁFICO 2 Porcentagem de cirurgiões-dentistas relacionada à

assistência de auxiliar.................................................................

49

TABELA 2 Respostas do questionário com os cirurgiões-dentistas

relacionadas à opinião do operador e do paciente...................

50

TABELA 3 Respostas do questionário com os cirurgiões-dentistas

relacionadas à carga de paciente/trabalho, ao suporte de

materiais, à perícia clínica e treinamento para a realização

do ART, à supervisão dos serviços de saúde bucal e ao

conhecimento do auxiliar sobre a utilização do ART...............

52

TABELA 4 Confiabilidade do questionário aplicado para os cirurgiões-

dentistas........................................................................................

55

TABELA 5 Constituição da amostra segundo as especialidades.............. 56

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ART - Atraumatic Restorative Treatment (Tratamento Restaurador Atraumático)

AR - Aviso de Recebimento

CEP/SMS - Comitê de Ética em Pesquisa/Secretaria Municipal de Saúde

CIV - Cimento de Ionômero de Vidro

CIVMR - Cimento de Ionômero de Vidro Modificado por Resina

DVD – Digital Vídeo Disc (mídia digital)

FDI - Federação Dentária Internacional

IADR - International Association for Dental Research

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OMS - Organização Mundial de Saúde

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde

PAS - Plano de Atendimento à Saúde

SUS - Sistema Único de Saúde

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 13

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................ 16

2.1 PANORAMA DA ODONTOLOGIA CONTEMPORÂNEA: SEUS

PARADIGMAS E A RELAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA INSERIDO NO

SERVIÇO PÚBLICO NESTE CONTEXTO..............................................................

16

2.2 PANORAMA DA CONDIÇÃO DE SAÚDE BUCAL DA POPULAÇÃO

INFANTO-JUVENIL DA CIDADE DE SÃO PAULO/SP..........................................

23

2.3 TRATAMENTO MINIMAMENTE INVASIVO PARA A CÁRIE DENTÁRIA....... 24

2.4 TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO – ART.............................. 26

2.4.1 Histórico......................................................................................................... 26

2.4.2 Princípios em que se fundamenta a abordagem do ART.......................... 28

2.4.3 Técnica operatória......................................................................................... 29

2.4.3.1 Critérios para a indicação da técnica....................................................... 29

2.4.3.2 Materiais, instrumentais e métodos utilizados de acordo com a

sequência operatória.............................................................................................

29

2.4.4 Influência dos fatores emocionais no resultado do tratamento com

ART..........................................................................................................................

32

2.4.5 Influência do fator operador nos resultados do ART................................ 34

3 PROPOSIÇÃO...................................................................................................... 37

4 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 38

4.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA................................................................................. 38

4.2 EXECUÇÃO....................................................................................................... 39

4.2.1 Fase I.............................................................................................................. 39

4.2.1.1 Seleção dos participantes......................................................................... 39

4.2.1.2 Execução do estudo piloto........................................................................ 39

4.2.2 Fase II............................................................................................................. 41

4.2.2.1 Cálculo amostral........................................................................................ 41

4.2.2.2 Aplicação do questionário......................................................................... 45

4.2.2.3 Análise dos dados...................................................................................... 45

5 RESULTADOS...................................................................................................... 48

6 DISCUSSÃO......................................................................................................... 54

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7 CONCLUSÃO....................................................................................................... 60

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 61

ANEXO A - FOLHA DE APROVAÇÃO CEP - SECRETARIA MUNICIPAL DE

SAÚDE DE SÃO PAULO- SP..................................................................................

68

ANEXO B - FOLHA DE APROVAÇÃO CEP- CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO

SÃO LEOPOLDO MANDIC CAMPINAS-SP...........................................................

70

ANEXO C- QUESTIONÁRIO GRUPO C - ESTUDO PILOTO................................. 71

ANEXO D - ADENDO PROJETO CAAE 185/08 CEP/SMS.................................... 73

ANEXO E- SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO-SP –

DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS – CADASTRO DE

CIRURGIÕES- DENTISTAS E RESPECTIVAS UNIDADES BÁSICAS DE

SAÚDE.....................................................................................................................

74

APENDICE A -TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO-

GRUPO A.................................................................................................................

77

APÊNDICE B- ENTREVISTA ESTRUTURADA GRUPO A.................................... 78

APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO-

GRUPO B.................................................................................................................

79

APÊNDICE D -ENTREVISTA ESTRUTURADA GRUPO B.................................... 81

APÊNDICE E- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO-

GRUPO C.................................................................................................................

82

APÊNDICE F - ENTREVISTA ESTRUTURADA GRUPO C.................................... 84

APÊNDICE G – QUESTIONÁRIO COM PERGUNTAS OBJETIVAS E DE

MÚLTIPLA ESCOLHA- FASE II..............................................................................

85

APÊNDICE H - CARTA AO GERENTE DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE......... 88

APÊNDICE I- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO-FASE II. 89

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1 INTRODUÇÃO

A Odontologia tem mostrado avanços científicos e tecnológicos cuja

aplicação mostra resultados promissores, fruto do trabalho de pesquisadores,

cirurgiões-dentistas, professores, alunos e tantos outros profissionais que tornam

possíveis as realizações destes resultados viabilizando uma prática mais positiva.

Como pode ser observado nos últimos anos pelas mudanças exitosas no panorama

de saúde bucal no Brasil cujo índice CPO-D médio aos doze anos passou de 6,7 no

ano de 1986 para 2,7 no ano de 2004 chegando a 2,1 em 2010 de acordo com

último levantamento epidemiológico nacional o SB BRASIL 2010 (Brasil, 2003;

Brasil 2010).

Apesar de o Brasil estar em condição de baixa prevalência de cárie (1,6 a

2,6 segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS) ainda persiste a dificuldade

de acesso ao atendimento odontológico principalmente quando se observa a

evolução do atendimento a crianças. Situação observada no penúltimo grande

levantamento epidemiológico realizado no país, SB Brasil 2003, cujo índice ceo-d

aos 5 anos era de 2,8 e destes mais de 80% pertenciam ao componente cariado, e

esta realidade em quase nada se alterou nos últimos 7 anos, uma vez que apesar de

o índice ceo-d para esta idade ter caído para 2,3 em 2010 menos de 20% estavam

tratados (Brasil, 2003; Brasil, 2010).

A constatação frequente de que o tratamento da doença cárie é

insuficiente e que a população de baixa renda, assolada pelos fatores sócio-

econômicos desfavoráveis, polariza a maior incidência da doença é quase unânime

entre os autores, chegando próximo de ser uma condição óbvia por força da

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insistência (Feitosa & Colares, 2004; Antunes et al., 2006; Narvai et al., 2006;

Barbosa, 2007; Melo et al., 2008; Cidade de São Paulo, 2009; Antunes & Narvai,

2010; Melo, 2011; Baldani, 2011).

Contudo, sistematicamente ocorrem buscas pela melhoria do atendimento

odontológico no serviço público do Brasil. Observamos a evolução dos modelos

assistenciais em saúde bucal ao sair do modelo da livre demanda com a elaboração

do sistema incremental na década de 50 e, a partir deste, os outros modelos que

foram desenvolvidos como o Programa de Inversão da Atenção, a Atenção Precoce

em Odontologia e os atuais Programas Saúde da Família (PSF) e Brasil Sorridente

(Nickel et al., 2008).

Em âmbito mundial, dentre as medidas de combate a doença cárie para

os países emergentes ou em desenvolvimento sugeridas pela OMS para atender

grandes contingentes de população, encontra-se o Tratamento Restaurador

Atraumático -ART (sigla do inglês Atraumatic Restorative Treatment), que foi

desenvolvido para atender as necessidades de tratamento odontológico das

populações que por regra tinham seus dentes extraídos em função da precariedade

de equipamentos e escassez de recursos. O ART tornou-se então uma das poucas,

senão a única, alternativa para manter em função os elementos dentais destas

populações (Frencken & Holmgren, 2001).

A essa abordagem restauradora soma-se como característica do ART o

controle da população assistida com o objetivo de manter as condições de

prevenção à doença cárie promovendo ao máximo possível a saúde bucal (Imparato

et al., 2005).

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Apesar de sua técnica estrategicamente simplificada, o ART, como os

demais tratamentos restauradores, apresenta deficiências e dificuldades operatórias

e uma das principais causas das falhas está relacionada com o desempenho do

operador (Mickenautsch & Grossman, 2006).

Mickenautsch et al. (2007a) estudaram as barreiras para a utilização do

ART pelos dentistas dos serviços públicos de saúde bucal da África do Sul que

haviam sido treinados para o uso da técnica. O resultado mostrou que a alta

demanda de pacientes seguida pela insuficiente provisão de materiais e

instrumentos foram as duas maiores barreiras inibidoras e que a percepção dos

dentistas de seus baixos níveis de habilidade clínica na execução do ART de

maneira segura inibiu seu uso em crianças.

Diante da observação de que as limitações e falhas do ART poderiam

estar diretamente ligadas ao fator operador o presente trabalho procurou investigar a

opinião e conduta dos cirurgiões-dentistas inseridos no serviço público em relação

ao ART.

A exemplo dos trabalhos de Chaves (2005) e Andrade (1997), que

analisaram respectivamente a lógica que rege a atenção à saúde bucal pelos

serviços públicos e as dificuldades e resistências dos cirurgiões-dentistas do serviço

público em adotarem atitudes para o controle e manutenção da saúde bucal, este

trabalho busca conhecer as relações de percepção do próprio trabalho e como elas

influenciam a prática profissional.

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16

2 REVISÃO DA LITERATURA

A prática odontológica como as demais profissões, é diretamente dependente

da capacidade do profissional. A formação científica dita o comportamento

profissional e sendo assim a inter-relação entre conhecimento e ações guiam os

resultados da Odontologia. Entretanto a desarticulação entre conhecimento

científico, as ações profissionais e a realidade da população culmina na insuficiente

provisão de resultados objetivos e definitivos para os problemas de saúde bucal de

uma numerosa parcela da população brasileira (Torres et al., 2011; Finckler et al.,

2011; Melo et al., 2011; Nickel et al., 2008; Antunes et al., 2006; Narvai, 1999).

2.1 Panorama da Odontologia Contemporânea no Brasil: seus Paradigmas e a

relação do Cirurgião-Dentista inserido no Serviço Público neste contexto

Observando a evolução dos estudos epidemiológicos de abrangência

nacional constata-se que tem ocorrido importante declínio na prevalência da doença

cárie na população com o passar dos anos (Brasil, 2003; Brasil, 2010). Entretanto,

segundo os resultados do estudo SB Brasil 2010, apesar da diminuição do índice

CPO-D aos 12 anos que levou o Brasil a figurar na classificação de baixa

prevalência de cárie, de acordo com os critérios da OMS, ao considerarmos a

polarização da doença ainda há muito trabalho a ser feito até que seja possível

sanar o processo de doença iniciado e impedir seu início onde ainda há tempo

(Brasil, 2010).

As informações obtidas ao longo dos anos nos estudos epidemiológicos

principalmente os realizados nas edições SB Brasil de 2003 e 2010 apontando a

diminuição da incidência de cárie aos 12 anos cuja porcentagem de crianças livres

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de cárie era 40% em 2003 e passou a 43,5% em 2010 e mostrando redução do

componente não tratado para essa população (1,7 em 2003 e 1,2 em 2010), indicam

melhoria no acesso ao tratamento odontológico. Entretanto, para a idade de 5 anos

os resultados apontam para um quadro de 80% dos dentes decíduos afetados por

cárie sem tratamento, condição que se manteve igual à encontrada no estudo de

2003 (Brasil 2003; Brasil, 2010). Essa situação foi encontrada também na Cidade de

São Paulo no levantamento epidemiológico realizado em 2008, mostrando que

apesar do declínio na incidência de cárie da população da mesma faixa etária, o

componente cariado era o de maior valor.

Antunes e Narvai (2010) discutindo as políticas de saúde bucal no Brasil e

seu impacto nas desigualdades em saúde consideram que a atenção básica

abrangendo os vários grupos populacionais, a promoção e prevenção em saúde

bucal e os estudos epidemiológicos têm contribuído para a diminuição das

iniquidades em saúde bucal. Entretanto a polarização da doença cárie nas

populações onde os índices sócio-econômicos são desfavoráveis e a grande

demanda decorrente é uma condição constantemente observada por quem se

dedica a observar o comportamento da doença na população . (Feitosa & Colares,

2004; Antunes et al, 2006; Narvai et al.,2006; Barbosa, 2007; Melo et al, 2008;

Cidade de São Paulo, 2009; Melo, 2011; Baldani, 2011).

Além da polarização da doença, ou talvez por causa dela, a abordagem

para o tratamento também figura como principal agente da insuficiente provisão de

resultados capazes de controlar a demanda. Weine (2003) discorre sobre os

paradigmas de promoção de saúde deste século e enfatiza a necessidade da

transposição dos limites da Odontologia particularizada, eminentemente curativista e

distante da realidade social e econômica do país, para uma prática fundamentada à

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luz das evidências científicas de modo que seja possível alcançar as necessidades

da população de forma ampla e resolutiva.

O enfrentamento da doença cárie obviamente precisa passar pelo seu

correto diagnóstico para então ser avançado para o tratamento tanto quanto para a

prevenção. Desta forma parte-se do princípio de que a Odontologia resolutiva

necessariamente deve contemplar seus diversos focos de atenção como a

fluoretação das águas de consumo, a educação em saúde para o autocuidado

direcionada não somente ao público materno-infantil, mas também à população

adulta e idosos, e fundamentalmente a formação científica dos cirurgiões-dentistas e

dos estudantes de Odontologia de modo que as ações sejam planejadas

conscientemente a partir dos conhecimentos da cariologia, tecnologia de materiais e

tratamentos, indicadores sociais e econômicos e indicadores epidemiológicos. Esta

ação ampla então finalmente poderá nos ajudar a chegar em um ponto de equilíbrio

e controle da doença, uma vez que a visão focada no problema dental

exclusivamente já deu provas de que é contraproducente (Narvai,1999; Araújo,2006;

Martino & Botazzo, 2007; Mount, 2007).

Seguindo pelo caminho da formação do profissional de Odontologia, nos

deparamos com a continuidade ao longo dos anos na dissociação entre a formação

acadêmica e a realidade da profissão e das necessidades da população. O

estudante ao espelhar-se no modelo da odontologia privativa e individual opta pela

carreira que se mostra promissora tecnológica e economicamente, mas que não tem

impacto na resolução dos problemas acumulados da população. A universidade por

sua vez ao manter suas bases curriculares tradicionalmente focadas no ensino

particularizado e dissociado entre as disciplinas perpetua o ciclo de formação de

profissionais sem condição de criticar suas práticas e propor modelos conscientes

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de atuação para a resolução dos problemas odontológicos da coletividade (Araújo,

2006).

Os caminhos no preparo do acadêmico de Odontologia para o serviço

público infelizmente são poucos para que existam condições de em curto prazo

formar profissionais engajados e preparados no atendimento à coletividade. De

forma geral o que ocorre é a falta de conhecimento da real condição da população

que este serviço assiste e de suas necessidades que vão além das necessidades

odontológicas e que se confluem para elas. De modo que não ocorre a

compreensão suficiente para conceber e gerenciar o mecanismo de manejo da

demanda e planejamento estratégico com metas em longo prazo, mantendo as

ações em caráter circunstancial, perpetuando o ciclo repetitivo do tratamento e re-

tratamento curativo impulsionado pelo hábito profissional advindo da formação para

o tratamento individualizado e que se mantém no serviço público por este ter sido

escolha voltada à necessidade de trabalho e subsistência e não como opção de

atuação por aspiração profissional (Chaves & Miranda, 2008; Torres et al., 2011;

Finkler, 2011).

Nas diversas formas de atendimento público da Odontologia depara-se

com o despreparo para atuação na área, como foi observado por Araújo &

Dimenstein (2006) estudando a organização do trabalho do cirurgião-dentista no

programa saúde da família no Rio Grande do Norte. Os resultados apontaram para a

falta de comprometimento dos profissionais com a filosofia do Sistema Único de

Saúde (SUS) e de controle dos órgãos gestores. De outro modo o distanciamento

entre a academia e a prática profissional também apontam para as limitações da

atuação do dentista quando inserido no serviço público a exemplo do trabalho de

Lazeris et al. (2007), ao compararem os procedimentos realizados por cirurgiões-

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20

dentistas do serviço público e alunos de graduação de uma universidade federal,

observaram discrepância entre as filosofias de trabalho, uma vez que, enquanto os

primeiros executavam grandes quantidades de restaurações provisórias e utilizavam

materiais restauradores não estéticos, os segundos utilizavam grande porcentagem

de materiais adesivos de última geração para as resoluções restauradoras e

praticavam metade das ações preventivas que os cirurgiões-dentistas do serviço

público, ambas as práticas incompatíveis com a proposta de Weine (2003) para uma

odontologia centrada no gerenciamento amplo e resolutivo.

Finkler et al. (2011), buscaram junto às coordenações das faculdades de

Odontologia brasileiras como se dava a formação dos alunos com relação à

integração ensino-serviço de forma que houvesse produção de conhecimento com

vistas à atender as necessidades da comunidade, principalmente seguindo as

diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS. Observaram que apesar de existirem

esforços para a formação de parcerias SUS- Instituição de Ensino Superior, fazendo

com que o aluno frequente por meio de estágios supervisionados as Unidades

Básicas de Saúde – UBS, ainda é incipiente, e na maioria das faculdades é

inexistente a real articulação entre ensino-atenção-gestão e controle das ações,

concluindo que esta interação pede ações compartilhadas de forma equânime para

o planejamento e as ações em saúde entre professores, cirurgiões-dentistas,

gestores e alunos.

Apesar das limitações e falhas existentes há que se considerar que

ocorreram evoluções nas esferas de gestão e planejamento para assistência

odontológica do serviço público nos últimos anos no sentido de fundamentar a

atuação da Odontologia de forma a buscar uma saída para o quadro, como visto nas

ações derivadas do SUS com a incorporação das equipes de saúde bucal no

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Programa Saúde da Família como medida de intensificar e ampliar as ações

primárias e no programa Brasil Sorridente implantado no ano de 2004 pelo Ministério

da Saúde, o qual expandiu a assistência odontológica para o nível secundário por

meio dos Centros de Especialidades Odontológicas, bem como a ampliação da rede

de distribuição de água fluoretada, principalmente nas regiões norte e nordeste,

como forma de diminuir as iniqüidades características das regiões mais pobres,

ainda que se observe que em muitas dessas regiões persiste o peso da injustiça

social como agravante das condições de saúde. Sobretudo esses avanços têm

popularizado a Odontologia de modo inédito no país, um caminhar que marca a

preocupação com a resolutividade integral principalmente direcionada à população

de baixa renda nas várias faixas etárias e que contribui positivamente com os

índices de maior acesso ao tratamento odontológico (Antunes & Narvai, 2010;

Roncalli, 2010; Brasil, 2012).

A evolução do planejamento em saúde bucal no Brasil está vinculada com

a evolução dos estudos epidemiológicos feitos a partir de 1986 quando começou a

ser possível uma visão ampliada das necessidades em saúde bucal possibilitando o

planejamento de ações preventivas, educativas e curativas para viabilizar de forma

mais aproximada da realidade a implementação de um programa nacional de saúde

bucal pública. A este estudo inicial seguiram os de 1996, 2003 e 2010, que a cada

nova edição foram sendo adequados aos critérios de abrangência em termos de

investigação dos agravos em saúde bucal, capilarização para o interior do país e

fidelidade amostral de forma que também as ações em saúde puderam se adequar

a partir de dados consistentes (Roncalli, 2006; Roncalli, 2010). Estudos semelhantes

em âmbito regional contribuem para o planejamento das ações coletivas em saúde

como é o caso da Cidade de São Paulo, uma região com grande contingente

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populacional e em função desse contingente apresenta necessidade de

gerenciamento estratégico para atender a demanda (Cidade de São Paulo, 2009).

Outros municípios também seguiram pelo caminho do planejamento nas

ações de saúde e comprometimento com os resultados, como pode ser visto no

estudo de Cunha et al., (2011), que mostrou o desenvolvimento da saúde bucal no

município de Diadema-SP entre 1997 até 2007;observando que a partir da

compreensão do quadro epidemiológico da doença cárie na população, classificação

dos grupos de risco e direcionamento estratégico da abordagem preventiva e

curativa, uma série de ações conjuntas, utilizando as diversas estratégias à

disposição, consolidaram a política de saúde bucal pública da cidade. Associado a

isto, e tão importante quanto, foram estabelecidas ações de capacitação dos

recursos humanos, melhoria das condições de trabalho em relação aos ambientes,

equipamentos e remuneração, com destaque para a constância das ações pelos

anos apesar das mudanças peculiares ao sistema político as quais refletem

diretamente no gerenciamento dos serviços públicos. Obviamente se espera que um

plano estruturado em bases científicas de diagnóstico e tratamento e que ofereça

condições de trabalho e crescimento profissional seja simples e viável, entretanto

não é a regra, mas a exceção que está servindo de exemplo.

Faz parte do senso comum compreender que mudanças são por natureza

desconfortáveis e pedem esforço extraordinário, ou seja: fora do comum. Além do

esforço, a novidade que se impõe temerária, uma vez que a própria concepção de

novidade implica em desconhecido e, portanto, passível de dúvida e negação.

As práticas tradicionais da odontologia como dentística, periodontia,

endodontia e cirurgia a título de exemplo são, via de regra, consideradas bem

compreendidas pelos profissionais, é justo que seja assim, uma vez que são

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ensinadas e praticadas desde os primórdios da ciência odontológica, entretanto as

novas filosofias de tratamento para os antigos problemas, a prática do

gerenciamento das grandes demandas, a concretização de metas a curto e longo

prazos, o controle das metas e todos os mecanismos que vão dar suporte para estas

realizações ainda não são considerados efetivamente como critérios primordiais na

prática e no ensino da odontologia, o resultado é o desconhecimento da situação de

saúde bucal da população e principalmente a dimensão das necessidades (Secco &

Pereira, 2004; Chaves& Miranda, 2008).

O acúmulo das necessidades é visto nos estudos da prevalência de cárie

na população infantil e o último e mais contundente deles, de abrangência nacional,

mostra que a situação de saúde bucal da população a partir dos 5 anos de idade já é

bastante comprometida e pouco ou nada assistida e que a piora se mantém

progressivamente ao longo da vida (Brasil, 2010).

2.2 Panorama da condição de Saúde Bucal da População Infanto-Juvenil da

Cidade de São Paulo/SP

A maior cidade do país conta com uma população de 10.659.386

habitantes segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

para o ano de 2010 (IBGE, 2010) e é marcada por diferenças sócio-econômicas que

contribuem para o acúmulo de necessidades assistenciais por parte dos serviços

públicos de saúde. Como forma de estabelecer gerenciamento igualitário a estas

necessidades foram criadas cinco regionais de saúde com densidades populacionais

semelhantes apesar das diferenças sócio-demográficas e epidemiológicas entre si

(Cidade de São Paulo, 2006).

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Para atender a grande demanda por assistência odontológica e

necessidade de gerenciamento efetivo desta demanda os levantamentos

epidemiológicos são executados periodicamente servindo de referência para os

planejamentos em saúde (Roncalli, 2006).

O último levantamento epidemiológico realizado na Cidade de São Paulo

pela área técnica de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde no período

2008-2009 revelou o panorama de saúde bucal da população entre 18 meses e 19

anos de idade no qual pode se observar que de 18 a 36 meses de idade haviam

92,5% das crianças livres de cárie, aos 5 anos eram 59%, aos 12 anos o índice

CPO-D igual a zero era de 54,9% da amostra e entre 15 e 19 anos de idade apenas

39,4% estavam livres de cárie. Apesar da incidência de cárie ter diminuído no

intervalo entre 2002 e 2008 para as idades de 5 e 12 anos para 13,3% e 24,6%

respectivamente, ainda se pode observar que a deterioração da saúde bucal da

população é progressiva com a idade o que caracteriza as necessidades

acumuladas (Cidade de São Paulo,2009).

O estudo mostra que os índices ceo-d e CPO-D médios para as idades de

18-36 meses, 5 e 12 anos apresentam o componente cariado dessas dentições com

o maior valor e que os agravos se acumulam com o avanço da idade. Observou-se

também que a freqüência relativa das necessidades de tratamento restaurador

recaía sobre as restaurações de uma superfície para todos os grupos etários, o

mesmo resultado para as necessidades de tratamento restaurador foi corroborado

pelo estudo nacional SB BRASIL em 2010. (Cidade de São Paulo, 2009; Brasil,

2010)

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2.3. Tratamento Minimamente Invasivo para a Cárie Dentária

As técnicas restauradoras e respectivos materiais de preenchimento das

cavidades são em geral hábeis em prover os critérios de boa adaptação e dar

condições de adequada higienização, entretanto todos têm em comum o fato de

que não duram indefinidamente, com algumas variações de longevidade, tratando-

se de uma situação inexorável a necessidade de trocas periódicas em decorrência

das falhas.

Estudos contemporâneos mostram que a eliminação dos fatores

etiológicos e o tratamento minimamente invasivo são as formas mais racionais e

promissoras de tratamento da doença cárie (Mount, 2007).

O princípio de mínima intervenção preconiza a detecção precoce e “cura”

da enfermidade em níveis moleculares e tratamento minimamente invasivo para

reparar o dano irreversível causado pela doença, associado a isso, a educação do

paciente para o autocuidado e responsabilização para o controle da doença assim

como os controles periódicos feitos por profissionais; estes princípios são

efetivamente aplicados em odontologia desde o início dos anos 70 quando o

diaminofluoreto de prata começou a ser utilizado com o objetivo de paralisar as

lesões de cárie incipientes em esmalte, a isto seguiram as restaurações preventivas

em resina, o ART e a remoção químico-mecânica do tecido cariado (Mickenautsch,

2005; Frencken & Leal, 2010)

Essas estratégias de tratamento clínico foram fundamentadas no

conhecimento científico do desenvolvimento da doença cárie e procuram manter ao

máximo a estrutura dental enquanto provêm ao mesmo tempo cuidado em relação à

minimização da dor operatória, uma vez que preconizam a remoção criteriosa do

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tecido cariado infectado, desnaturado, não vital e sem condições de remineralização,

enquanto mantém a dentina afetada que possui estrutura orgânica e inorgânica

passíveis de reconstituição por meio da atividade odontoblástica, que uma vez livre

da ação dos metabólitos bacterianos tem condições de cumprir sua função formativa

e protetora com a esclerose dos túbulos dentinários e produção de dentina terciária

(Ogawa et al.,1983;Tyas et al., 2000).

Fazem parte dos princípios de mínima intervenção também o desenho da

cavidade limitada tão somente ao acesso à lesão de cárie para remoção de dentina

infectada mantendo estruturas mineralizadas passíveis de remineralização e a

utilização de materiais restauradores com capacidade de adesão à estrutura dental e

ação terapêutica como a liberação de fluoretos e outros íons (Tyas et al., 2000).

2.4 Tratamento Restaurador Atraumático (ART)

O ART é uma alternativa de abordagem restauradora fundamentada nos

princípios de mínima intervenção e preconiza o selamento de sulcos e fissuras e a

restauração de lesões cavitadas em dentina por meio de restaurações-selante,

vedando as áreas atingidas pelo processo de desmineralização e protegendo áreas

adjacentes em risco com objetivo de barrar a progressão da doença. (Frencken &

Leal, 2010). Associado aos procedimentos restauradores e tão importante quanto,

estão os demais pilares em que se baseia a abordagem ART que são os

procedimentos preventivos como o controle do biofilme por meio das instruções para

os cuidados de higiene bucal e os controles periódicos para manutenção dos

procedimentos realizados ( Imparato et al.,2005; Bresciani, 2006)

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2.4.1 Histórico

O ART foi desenvolvido originalmente a partir da necessidade de

promover uma forma de tratamento restaurador amplo para adultos e crianças na

Tanzânia. Frencken utilizando instrumentos manuais para o preparo das cavidades e

cimento de policarboxilato como material restaurador observou em um estudo piloto

de 9 meses que a maioria das restaurações permaneceram viáveis e mesmo

restaurações oclusais extensas apresentaram sucesso. Com o desenvolvimento da

técnica os Cimentos de Ionômero de Vidro (CIV) de alta densidade foram sendo

utilizados como material restaurador definitivo (Frenken & Holmgren, 2001).

No Brasil, Zanata et al. (2011) concluíram após 10 anos de observação

que restaurações ART de uma e múltiplas superfícies em dentes permanentes

obtiveram índices de sobrevida de 86,5% e 57,6% respectivamente.

Roshan & Sakeenabi (2011), compararam o índice de sucesso de

restaurações ART realizadas em ambiente escolar seguindo os preceitos originais

da técnica realizada em campo com restaurações ART realizadas em consultório

odontológico convencional. Um grupo de 60 crianças com idade média de 6 anos

participou do estudo tipo split-mouth onde cada criança recebeu duas restaurações

oclusais nos molares decíduos contra-laterais, um foi tratado no ambiente escolar e

o outro no consultório odontológico. Os resultados não mostraram diferenças

estatisticamente significantes entre os grupos e o índice de sucesso total das

restaurações ART foi de 85,96% após seis meses e de 79,62% após um ano e

tiveram como a causa mais comum para as falhas atribuída à perda da restauração.

O ART apresenta evidência científica de que restaurações em superfícies

oclusais de molares permanentes feitas por esta técnica, não apresentam diferenças

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em longevidade das restaurações de amálgama nas mesmas condições, em um

período de três anos (Frencken et al., 2004). van’t Hof et al. (2006) corroborados por

de Amorim et al. (2012) realizaram metanálise investigando a longevidade de

restaurações ART nas dentições decídua e permanente e de selantes ART na

dentição permanente e observaram que o ART executado com CIV de alta

viscosidade nas dentições decídua e permanente para cavidades de uma face

apresentaram altos índices de sobrevida, concluindo por meio de evidências

científicas que o ART é uma opção segura e eficiente para o manejo da cárie

dentária.

Outros aspectos além da longevidade também foram observados, como

no estudo de Guarienti, (2007) que analisou crianças entre 2 e 6 anos de idade em

uma creche comunitária na cidade de Porto Alegre e observou redução

estatisticamente significante no índice ceo-s que ao início do estudo era 3,09 e após

12 meses de implantação do programa ART foi reduzido para 2,1 assim como

foram reduzidos os índices de placa visível e de sangramento gengival, confirmando

o objetivo de controle da doença através da educação em higiene bucal para

cuidadores, pais e as próprias crianças e fluoretação, associadas às restaurações

por meio do ART.

2.4.2 Princípios em que se fundamenta a abordagem do ART

O ART está fundamentado nos princípios de mínima intervenção os quais

por sua vez são respaldados pela força das evidências científicas de que a remoção

do esmalte e principalmente da dentina afetados por cárie de forma criteriosa

preservando os tecidos cuja desmineralização é passível de remineralização por

meio do isolamento da estrutura danificada do contato com os fatores indutores da

doença : microrganismos e substrato, sustenta a viabilidade do ART de forma a ser

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considerada técnica segura desde que mantido obviamente o controle sobre a

doença por meio do princípio básico para qualquer técnica operatória em

odontologia que é o controle do biofilme por remoção periódica e criteriosa

(Frencken & Holmgren, 2001, Molina et al. 2009; Ricketts et al. 2012).

2.4.3Técnica Operatória

Tyas et al., (2001) descreveram o Tratamento Restaurador Atraumático

como sendo “baseado na remoção parcial do tecido cariado por meio da escavação

manual, bem como restauração de toda a cavidade com cimento de ionômero de

vidro de alta viscosidade, incluindo o selamento de fóssulas e fissuras adjacentes à

cavidade”.

2.4.3.1 Critérios para indicação da técnica

A técnica está indicada originalmente para restaurações de uma face,

segundo Frencken (2001): “o uso para cavidades com mais de uma face deve ser

avaliado com cuidado”. Entretanto o ART também é indicado em cavidades ocluso-

proximais e como selante em molares permanentes (Molina et al. 2009) e

recentemente em revisão sistemática com metanálise Raggio et al., (2012),

concluíram que restaurações proximais feitas pela técnica ART com cimento de alta

viscosidade em dentes decíduos não apresentaram diferenças estatisticamente

significantes no índice de sucesso quando comparadas à restaurações de

amálgama e resina composta em período mínimo de 2 anos.

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Quanto aos sinais e sintomas o elemento dental deve estar livre de

sintomatologia dolorosa de origem espontânea, mobilidade patológica, fístula ou

tumefação, condições que contra-indicam esta ou qualquer outra técnica

estritamente restauradora (Bresciani, 2006).

2.4.3.2 Materiais, instrumentais e métodos utilizados de acordo com a

sequencia operatória:

A prática do ART foi originalmente desenvolvida para trabalhos em campo

onde não haveria equipamento odontológico convencional, ou seja, uma mesa

adaptada com apoio para a cabeça e forrada com colchonete para servir de base

para o paciente, um mocho ou cadeira para acomodar o operador e uma mesa de

apoio para o material e o instrumental. O paciente é posicionado de costas com a

cabeça estendida para trás e o operador se coloca atrás da cabeça do paciente.

Esta manobra permite que o operador tenha visão de toda a arcada dentária do

paciente e que a saliva fique retida do fundo da cavidade bucal colaborando para o

controle da umidade. Nos locais onde o equipamento odontológico está disponível,

os recursos de posicionamento na cadeira, iluminação e aparelho de sucção são

utilizados, com benefício para toda a equipe e pacientes.

Os materiais e instrumentais necessários para o preparo e restauração

das cavidades são apresentados na ordem em que serão utilizados, e desta forma

devem estar dispostos para não retardar o tempo de trabalho do operador:

1- Exame e limpeza do dente sob isolamento com rolos de algodão,

sonda exploradora e bolinhas de algodão úmidas em água e outras

para secar

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2- Ampliação da cavidade com machados dentais e remoção da dentina

desnaturada com curetas dentinárias compatíveis com o tamanho da

cavidade por meio de movimentos circulares para favorecer a limpeza

da junção amelo-dentinária

3- Limpeza da cavidade com bolinha de algodão úmida e secagem com

outra bolinha de algodão

4- Condicionamento ácido da cavidade e fossetas e fissuras adjacentes

com ácido poliacrílico a 10% durante 15 segundos em seguida

lavagem e secagem do dente com bolinhas de algodão; troca dos

roletes de algodão

5- Inserção do CIV quimicamente ativado de alta viscosidade,

manipulado de acordo com as instruções do fabricante, com espátula

n° 1 ou cureta dentinária, inicialmente nas paredes da cavidade para

depois preenchê-la completamente cobrindo também as fossetas e

fissuras e imediatamente após, efetuar pressão digital sobre a face

oclusal com o dedo indicador devidamente vaselinado fazendo

movimentos leves de deslizamento nos sentidos axial-mesial-distal-

vestibular-ligual/palatino com o objetivo de adaptar firmemente o CIV à

estrutura dental, em seguida removê-lo deslizando-o lateralmente para

impedir o deslocamento do material

6- Aguardar a presa inicial determinada pela perda de brilho do CIV para

a verificação e ajuste dos contatos oclusais com papel articular,

remoção dos excessos com esculpidor Hollenback 3S, proteção da

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superfície com vaselina ou verniz cavitário, e finalmente remoção dos

roletes de algodão

7- Solicitar ao paciente não mastigar por uma hora

Quando houver à disposição do operador equipamento odontológico convencional o

Cimento de Ionômero de Vidro Modificado por Resina (CIVMR) pode ser utilizado,

de acordo com as instruções do fabricante, sem prejuízo para a técnica (Molina et

al.2009)

Apesar da técnica estrategicamente simplificada o sucesso do ART está

atrelado à indicação critérios assim como à execução correta de todas as fases.

Bresciani (2006) aponta como critérios fundamentais para o sucesso da técnica,

além da observação do estado clínico do elemento dental, os seguintes aspectos:

-Cavidades com acesso de diâmetro menor que 1,6 mm devem ser

ampliadas para permitir a remoção eficiente da dentina infectada principalmente na

junção amelo-dentinária

-A dureza da dentina é o critério melhor reconhecido como limite para

suspender a escavação

-Escavadores afiados para a remoção da dentina cariada

-Cavidade limpa e livre de saliva para inserção do CIV, quando ocorre

contaminação por saliva o condicionamento ácido deve ser novamente aplicado

- Utilização de CIV de alta viscosidade seguindo rigorosamente as

instruções do fabricante

2.4.4 Influência dos fatores emocionais no resultado do tratamento com ART

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O tratamento odontológico é reconhecidamente causador de ansiedade e

dentre os aspectos principais figuram o medo da dor e da agulha, a sensação de

vibração e o barulho dos instrumentos rotatórios que podem dar origem a um ciclo

vicioso de ansiedade e fuga do tratamento ainda na infância piorando a condição

bucal do indivíduo ao longo dos anos (Leal et al., 2009).

Em relação ao paciente infantil a abordagem ART proporciona condições

de torná-lo mais facilmente receptivo aos cuidados para saúde bucal originando um

ciclo positivo e, por conseguinte, produtivo em prevenção muito mais do que

exclusivamente em tratamento restaurador da doença cárie, por proporcionar à

criança o contato com um tratamento odontológico restaurador amistoso e agradável

com tempo de execução menor, dispensa na maioria dos casos do uso da anestesia

local e dos instrumentos rotatórios e possibilidade de execução em ambientes onde

a criança está familiarizada como os espaços escolares (Raggio & Imparato, 2006;

Gibilini e Sousa, 2011).

Silva Filho et al. (2000), observaram que 42% de uma população de

crianças de 0 a 4 anos de idade matriculadas em creches municipais no Rio de

Janeiro e que tinham necessidade de tratamento restaurador puderam ser tratadas

por meio do ART nas próprias creches e destas 98,15% demonstraram aceitação

total ao tratamento. Da mesma forma Mickenautsch et al., (2007) em estudo a

respeito da ansiedade que gera o tratamento odontológico observaram que o uso da

abordagem ART promoveu menores índices de ansiedade nos tratamentos

odontológicos tanto em crianças quanto em adultos. Knirschet al. (2010),

observaram que pais de crianças entre 2 e 10 anos de idade orientados

previamente a respeito da forma de execução da técnica ART e sobre os cuidados

de controle domésticos de higiene bucal e dieta aceitaram bem o ART realizado em

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seus filhos, sendo que 92% deles relataram que seus filhos não haviam ficado

traumatizados com o tratamento e 100% recomendariam este tratamento para

outros pais.

Carvalho et al. (2009) concluíram após revisão da literatura a respeito da

relação entre ansiedade e tratamento odontológico por meio do ART que trata-se de

uma abordagem adequada para crianças, idosos, pacientes com necessidades

especiais e pacientes que apresentam medo e ansiedade em relação ao tratamento

odontológico convencional.

2.4.5 Influência do fator operador nos resultados do ART

A atuação clínica do operador é fator determinante para qualquer tipo de

procedimento. Naturalmente as técnicas e materiais apresentam limitações as quais

por sua vez podem ser gerenciadas por meio do conhecimento adequado de como

executá-las e sendo assim o preparo e a disposição do operador para executar

corretamente determinado procedimento afeta diretamente o resultado final do seu

trabalho, determinando sucesso ou insucesso. Mickenaustch & Grossman, (2006)

observaram que a principal razão de falhas clínicas do ART estava ligada às

habilidades clínicas dos operadores e seu desempenho relacionadas com a

experiência clínica, treinamento para a utilização do ART e o cuidado para a

execução criteriosa da técnica.

Por sua vez, Mickenautsch et al. (2007a) observando o comportamento

de um grupo de 21 cirurgiões-dentistas trabalhadores do serviço público de

Ekurhuleni, província de Gauteng na África do Sul, perceberam que apesar de o

grupo ter recebido capacitação para o tratamento da doença cárie por meio da

abordagem ART com o objetivo de ampliar os recursos de atendimento à uma

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população extremamente pobre e com altos índices de necessidades odontológicas ,

o resultado não correspondeu às expectativas de maior índice de restaurações feitas

pela técnica. Concluíram então após investigação da população de dentistas

treinados, que os baixos índices de tratamentos ART estavam ligados às barreiras

sentidas pelos profissionais e dentre as principais a alta carga de pacientes e carga

de trabalho, a insuficiente provisão de materiais e a percepção de sua pouca

habilidade para a execução do ART em crianças.

No Brasil Menezes et al. (2009) investigaram por meio de questionário 122

dentistas da cidade de Caruarú- CE a respeito das suas opiniões sobre a utilização

do ART nos serviços público e privado e observaram que os cirurgiões-dentistas que

atendiam exclusivamente o serviço público utilizavam mais a técnica ART que os

dentistas particulares e que de maneira geral a limitação técnico-científica dos

profissionais de ambos os serviços a respeito do ART foi o fator que causou maior

dificuldade para sua utilização.

Kikwilu et al. (2009a) estudaram as intenções e normas subjetivas que

influenciavam as atitudes de profissionais da odontologia na Tanzânia a praticar o

ART depois que as autoridades do ministério da saúde daquele país instituíram a

prática do ART no serviço público como forma de aumentar a oferta de tratamento

restaurador com o objetivo de diminuir a proporção de mais de 90% de extrações

dentárias e menos de 5% de restaurações. A pesquisa feita por meio de questionário

investigou os 147 profissionais que trabalhavam nas clínicas e hospitais regionais e

distritais do governo e que haviam recebido instruções a respeito do ART em

seminário com duração de um dia. Com taxa de resposta de 96%, observaram que

todos os participantes demonstraram moderada e alta atitude positiva em relação ao

ART embora sua intenção de praticá-lo tenha sido fortemente associada à pressão

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social de grupos como demais colegas, autoridades de saúde do governo e

pacientes, inibindo a ação dos dentistas para a prática efetiva do ART no serviço

público de saúde bucal da Tanzânia.

Subsequentemente ao estudo acima e utilizando as informações obtidas, um

segundo estudo conduzido por Kikwilu et al. (2009) foi executado com o objetivo de

avaliar o impacto do ART no tratamento oferecido pela clínicas do governo na

Tanzânia. Um projeto piloto foi conduzido em 16 clínicas públicas com a participação

de trinta profissionais de odontologia incluindo cirurgiões-dentistas, auxiliares de

cirurgião-dentista e terapistas dentais por um período de 43 meses. Os profissionais

receberam inicialmente um curso de formação em ART durante sete dias em

período integral e as autoridades de saúde providenciaram o material necessário

para a execução do ART nas clínicas. Durante o período do estudo os pacientes

respondiam a questionários a respeito de sua satisfação com o tratamento, o índice

de restaurações ART era comparado ao de restaurações convencionais e

exodontias que haviam sido realizadas no período de 12 meses anteriores ao projeto

piloto e os profissionais eram avaliados quanto à sua ação na execução do ART

tendo suas dificuldades na execução do tratamento identificadas e ajustadas. Os

autores concluíram que o número de dentes tratados por meio do ART aumentou

quando de outra forma poderiam ter sido extraídos e que a maioria dos pacientes

apreciou o tratamento feito por meio do ART.

O texto acima ilustra claramente a relação positiva entre ensino e

aceitabilidade para a prática do ART e de outra forma, em via contrária, mas

também do mesmo modo positivo, Camargo et al.,(2011) em estudo de campo por

meio de questionários mostraram a forte relação positiva entre o ensino do ART nas

faculdades de Odontologia do Brasil pelos professores de Odontopediatria que

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normalmente utilizam a técnica ART em suas práticas clínicas assim como

mostraram que a grande maioria dos professores possuíam pós-graduação com

níveis de mestrado, PhD e post-doc e moravam nas regiões sudeste e sul do país.

Como forma de distribuir o conhecimento a respeito do ART para cirurgiões-

dentistas residentes longe dos grandes centros de ensino, Camargo et al., (2011a)

desenvolveram curso eletrônico para ensino à distância por meio de mídia digital (

DVD) a respeito da filosofia e técnica do ART, fundamentado em embasamento

científico e ministrado por professores com altos níveis de formação e prática com

ART.

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38

3 PROPOSIÇÃO

O objetivo deste estudo foi identificar a opinião dos cirurgiões-dentistas

que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo-SP a

respeito da utilização do ART na rede pública de saúde bucal.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo-SP (CEP/SMS) com o

registro CAAE 0185.0.162.000-08 sob o parecer n° 38/09 (ANEXO A), bem como

pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Pesquisas Odontológicas São

Leopoldo Mandic de Campinas- SP sob o protocolo n°2008/0262 (ANEXO B).

Trata-se de um levantamento de campo descritivo no qual os sujeitos

foram observados por meio de entrevistas e questionários com respostas objetivas.

4.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA

A população alvo do estudo foram os 1074 cirurgiões-dentistas do serviço

público municipal da cidade de São Paulo. O critério de inclusão para participação

na amostra foi abordar os profissionais que atendiam nas 322 Unidades Básicas de

Saúde (UBS) administradas pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São

Paulo-SP.

4.2 EXECUÇÃO

A pesquisa foi executada em duas fases:

Fase I: Nesta fase foi conduzido um estudo piloto cujo objetivo foi colher

informações por meio de entrevistas e aplicação do questionário traduzido do

original formulado por Mickenautsch et al. (2007) e que depois de respondido pelos

cirurgiões-dentistas sorteados sofreu alterações de forma a atender aos objetivos da

pesquisa.

Fase II: Esta fase teve a finalidade de obter dados quantitativos para os

resultados obtidos com a aplicação do questionário reformulado.

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4.2.1 Fase I

4.2.1.1 Seleção dos participantes

Foram selecionados para esta fase três grupos distintos os quais

consistiam em um representante da área técnica de saúde bucal da Secretaria

Municipal de Saúde de São Paulo, um professor de ensino da Odontologia e seis

cirurgiões-dentistas da população-alvo escolhidos por meio de sorteio, para então

serem realizadas cinco entrevistas com os representantes na condição de

informantes privilegiados.

4.2.1.2 Execução do estudo piloto

Grupo A: Coordenação dos Serviços Públicos em Saúde Bucal:

Assessora da Área Técnica de Saúde Bucal Professora Doutora Regina Auxiliadora

de Amorim Marques. Foi entregue a ela o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido - TCLE em duas vias (APÊNDICE A) e realizada a entrevista seguindo

roteiro pré-estabelecido (APÊNDICE B).

Grupo B: Docência e Treinamento para a Técnica ART: Professora

Doutora Daniela Prócida Raggio. Foi entregue a ela o TCLE em duas vias

(APÊNDICE C) e realizada a entrevista seguindo roteiro pré-estabelecido

(APÊNDICE D).

Grupo C: Executores do trabalho de Odontologia no Serviço Público:

Foram convidados a participar como informantes privilegiados os cirurgiões-

dentistas que trabalhavam nas UBS escolhidas aleatoriamente por meio de sorteio.

Foi entregue a cada participante o TCLE em duas vias (APÊNDICE E), o

questionário utilizado por Mickenautsch et al. (2007) fielmente traduzido (ANEXO C)

e realizada a entrevista seguindo roteiro pré-estabelecido (APÊNDICE F).

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Dos seis cirurgiões dentistas sorteados três não foram encontrados e foi

considerada perda da amostra.

As entrevistas realizadas com os grupos A e B foram construídas com as

características de entrevista informal, enquanto as realizadas com o grupo C tratava-

se de entrevistas estruturadas (Gil,2010).

Todas as entrevistas foram gravadas e os trechos transcritos com as

próprias palavras do entrevistado. Em nenhum momento da entrevista ou da

transcrição do texto foi revelada a identificação do entrevistado pertencente ao grupo

de executores do trabalho de odontologia no serviço público, como também não

foram identificados os questionários. As entrevistas correspondentes aos grupos A e

B tiveram seus representantes revelados em função do respaldo documental das

informações.

O questionário aplicado para o Grupo C (ANEXO C) no estudo piloto foi

reformulado após os resultados das entrevistas e foi então submetido à avaliação do

Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo-SP

em caráter de adendo ao projeto.

Após aprovação do adendo com o registro CAAE 0185.0.162.000-08 sob

o parecer n°311/2010 (ANEXO D) o questionário foi aplicado como previsto para a

segunda fase do projeto (APÊNDICE G).

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4.2.2 Fase II

4.2.2.1 Cálculo Amostral

O município de São Paulo está dividido em cinco regionais de saúde:

norte, sul, sudeste, leste e centro-oeste, que abrigam 322 unidades básicas de

saúde. Nestas unidades há um número total de 1074 cirurgiões dentistas. Os dados

foram fornecidos pelo Centro de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de

Saúde de São Paulo (ANEXO E)

A população foi selecionada fazendo-se amostragem por conglomerado

pelos meios estatísticos, e incluíram os 1074 profissionais da população total de

cirurgiões-dentistas das UBS.

Seleção das Unidades Básicas de Saúde

• Número de Regionais: 5

• Número de UBS: 322

• População total de Cirurgiões Dentistas: 1074

Foi utilizado o programa OpenEpi, e os parâmetros utilizados foram:

• Freqüência esperada: 50%

• Limite de confiança: 5%

• Nível de confiança: 80%

• Efeito de design: 1,2 (devido à amostragem por conglomerado)

• Tamanho parcial: 172

• Drop-out previsto: 20%

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Tamanho da amostra: 207

Unidades Básicas de Saúde divididas em 3 categorias:

Grandes: mais de 6 dentistas

Médias: de 4 a 5 dentistas

Pequenas: de 1 a 4 dentistas

Dessa forma, para distribuição equivalente entre as unidades, houve

necessidade de selecionar:

9 unidades básicas grandes

16 unidades básicas médias

35 unidades básicas pequenas

Portanto, por meio de uma tabela de números aleatórios, as unidades

foram escolhidas.

Na aleatorização inicial foram selecionados nessa proporção, e o número

de dentistas atingido foi de 205.

Assim foi selecionado mais uma unidade, independente do tamanho para

atingir a amostra mínima. Com isso, mais uma unidade foi selecionada

aleatoriamente e atingiu a amostra de 207 dentistas.

Quadro 1. Unidades Básicas de Saúde selecionadas

COORDENADORIA UNIDADE BÁSICA SE SAÚDE (UBS) DENTISTAS TAMANHO

CENTRO OESTE UBS CAMBUCI 3 Pequeno

CENTRO OESTE HUMAITA DR JOÃO DE AZEVEDO LAGE 1 Pequeno

CENTRO OESTE MANOEL JOAQUIM PERA 2 Pequeno

CENTRO OESTE NOSSA SENHORA DO BRASIL ARMANDO D ARIENZO 2 Pequeno

LESTE CARLOS GENTILE DE MELO 3 Pequeno

LESTE GRAFICOS 2 Pequeno

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COORDENADORIA UNIDADE BÁSICA SE SAÚDE (UBS) DENTISTAS TAMANHO

LESTE JARDIM MARILIA 2 Pequeno

LESTE MANGABEIRA 1 Pequeno

LESTE PARADA XV DE NOVEMBRO 2 Pequeno

LESTE PARQUE SÃO RAFAEL DRA ORA ROSEN 2 Pequeno

LESTE PONTE RASA DR CARLOS OLIVALDO 1 Pequeno

LESTE PROFETA JEREMIAS 3 Pequeno

LESTE VILA CURUCA 2 Pequeno

LESTE VILA ITAPEMA 2 Pequeno

LESTE VILA PROGRESSO LESTE 3 Pequeno

NORTE CASA VERDE ALTA 3 Pequeno

NORTE JARDIM IPANEMA 3 Pequeno

NORTE JARDIM LADEIRA ROSA 1 Pequeno

NORTE MORRO DOCE 2 Pequeno

NORTE PERUS 1 Pequeno

NORTE VILA MEDEIROS 1 Pequeno

SUDESTE JARDIM NORDESTE 3 Pequeno

SUDESTE JARDIM SINHA 2 Pequeno

SUDESTE UBS CAMBAÍBA CARLOS 2 Pequeno

SUDESTE VILA DAS MERCES 2 Pequeno

SUL UBS ALCINA PIMENTEL 1 Pequeno

SUL UBS ALMIRANTE DELAMARE 1 Pequeno

SUL CHACARA DO CONDE 3 Pequeno

SUL JARDIM ICARAI II QUINTANA 2 Pequeno

SUL JARDIM MARCELO CPAIS 3 Pequeno

SUL JARDIM SÃO BENTO 1 Pequeno

SUL JARDIM SÃO LUIZ 2 Pequeno

SUL JARDIM SOUZA 2 Pequeno

SUL PARQUE DOROTEIA 2 Pequeno

SUL PARQUE REGINA 2 Pequeno

SUL VARGINHA 1 Pequeno

CENTRO OESTE JARDIM VERA CRUZ PERDIZES 5 Médio

CENTRO OESTE VILA PIAUI 4 Médio

LESTE JARDIM TIETE II 5 Médio

LESTE VILA CARMOSINA 4 Médio

NORTE DR JOSÉ DE TOLEDO PIZA 4 Médio

NORTE ELIZIO TEIXEIRA LEITE 4 Médio

NORTE VILA ALBERTINA DR OSVALDO MARÇAL 4 Médio

NORTE VILA CRUZ DAS ALMAS 4 Médio

NORTE VILA PEREIRA BARRETO 4 Médio

NORTE VILA ZATT 5 Médio

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COORDENADORIA UNIDADE BÁSICA SE SAÚDE (UBS) DENTISTAS TAMANHO

SUDESTE UBS BELENZINHO MARCUS 4 Médio

SUDESTE JARDIM GRIMALDI 5 Médio

SUDESTE VILA ARAPUA 4 Médio

SUL JARDIM CASTRO ALVES 5 Médio

SUL JARDIM HERCULANO 5 Médio

SUL JARDIM NITEROI 4 Médio

CENTRO OESTE DR JOSÉ DE BARROS MAGALDI 8 Grande

LESTE JARDIM DAS LARANJEIRAS 6 Grande

LESTE JARDIM ROBRU I 6 Grande

NORTE PROF MARIA CECILIA F DONNANGELO 11 Grande

NORTE VILA DIONISIA 7 Grande

NORTE VILA MARIA DR LUIS PAULO GNECCO 6 Grande

SUDESTE UBS ÁGUA FUNDA 7 Grande

SUDESTE JARDIM SÃO SAVERIO AURELIO MELLONE 9 Grande

SUL VILA IMPERIO 6 Grande

4.2.2.2 Aplicação do questionário

Um questionário com respostas fechadas foi enviado em 22 de março de

2011, via correios por meio de correspondência registrada com aviso de

recebimento - AR (APÊNDICE G).

Um envelope principal endereçado a cada uma das sessenta Unidades

Básicas de Saúde sorteadas apresentava em sua superfície a indicação para ser

recebido pelo gerente da unidade e uma carta de apresentação (APÊNDICE H) com

a solicitação para que o gerente distribuísse os envelopes que continham os

questionários para os dentistas, tais envelopes já estavam devidamente

endereçados e selados para a devolução. Uma vez que a participação no estudo é

voluntária, os questionários que não retornaram à pesquisadora após 60 dias do

aviso de recebimento foram incluídos na taxa de não-respondentes.

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No envelope com os questionários foram colocados também o TCLE

(APÊNDICE I) em duas vias com informações a respeito do modo de responder ao

questionário e o pedido de assinatura e devolução de uma via do TCLE junto com o

questionário respondido.

4.2.2.3 Análise dos dados

Os dados foram analisados no programa Stata 9.0 (StataCorp LP, College

Station, USA).

Primeiramente foi realizada uma análise descritiva dos dados. Para as

variáveis idade, número de anos em que o cirurgião-dentista está no serviço público

e número de anos de formação foram calculadas a média e o desvio padrão. Além

disso, a porcentagem de cirurgiões-dentistas que recebem ajuda de auxiliar também

foi demonstrada.

Posteriormente, a análise descritiva considerando as respostas dos

cirurgiões-dentistas ao questionário foi apresentada. Para esta análise as respostas

“Concordo” ou “Concordo plenamente” foram agrupadas, bem como as respostas

“Discordo” e “Discordo plenamente”. As respostas foram descritas para cada

questão separadamente.

Finalmente, a correlação entre as respostas do questionário (ou

consistência interna do questionário), verificada pela análise das respostas dadas

pelos respondentes foi mensurada pelo coeficiente alfa de Cronbach. O coeficiente

foi calculado inicialmente para o número total de perguntas do questionário e, por

fim, para cada grupo de questões individualmente da seguinte maneira:

- questionário total: 27 questões;

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- opinião do operador: 8 questões;

- opinião do paciente: 5 questões;

- carga de paciente/carga de trabalho: 3 questões;

- suporte material: 2 questões;

- perícia clínica para o ART: 6 questões;

- supervisão do serviço de saúde bucal: 2 questões.

Para o cálculo do coeficiente α de Cronbach, o questionário deveria obter

ao menos duas questões, portanto, o tópico “Auxiliar” constante no questionário não

fez parte dessa análise individualmente como os outros grupos.

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5 RESULTADOS

Aproximadamente 27% dos cirurgiões-dentistas responderam ao questionário

(n= 57). O prazo de espera para devolução dos questionários foi prorrogado por

mais 30 dias após contato telefônico a cada uma das UBS selecionadas com pedido

aos colegas para que aderissem à participação na pesquisa.

Na análise descritiva quanto ao gênero houve predominância do gênero feminino

representando 72,34% da amostra. Neste item houve diminuição da taxa de

respondentes uma vez que 10 deles se abstiveram de responder (n=47).

Gráfico 1: Distribuição da amostra segundo o gênero (n=47).

27.66%

72.34%

Masculino Feminino

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TABELA 1 - Análise descritiva considerando a idade dos cirurgiões-dentistas, o número de anos de trabalho no serviço público e o número de anos de conclusão da graduação.

Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Idade 44,94 8,74 30 62

Anos no Serviço Público 15,90 9,13 2 34

Anos de Formado 21,89 8,93 4 37

Na tabela 1 observou-se que a média de idade de 44,94 anos, associada às

médias de anos de formado e anos de trabalho no serviço público de 21,89 e 15,9

respectivamente mostram que a população pesquisada tem suas práticas

estabelecidas a longos períodos.

Gráfico 2. Porcentagem de cirurgiões-dentistas relacionada à assistência de auxiliar (n=53)

O gráfico 2 aponta para uma alta taxa de cirurgiões-dentistas que recebem

assistência auxiliar, fato que viabiliza a prática do ART no serviço público.

84.91%

15.09%

Recebe assistência de auxiliar Não recebe assistência de auxiliar

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TABELA 2. Respostas do questionário com os cirurgiões-dentistas relacionadas à opinião do operador e do paciente (n = 57).

Concordo/Concordo plenamente n (%)

Indeciso

n (%)

Discordo/Discordo Plenamente n (%)

Opinião do operador

1. Eu assisti ao curso de ART entendi que este é um serviço efetivo.

35 (62,50) 11 (19,64) 10 (17,86)

2. Quando faço restaurações prefiro usar as brocas, porque é mais fácil

22 (38,60) 5 (8,77) 30 (52,63)

3. Considero ART tratamento inferior quando comparado a outras técnicas restauradoras

29 (50,88) 5 (8,77) 23 (40,35)

4. Eu me sinto habilitado a restaurar com ART 50 (87,72) 5 (8,77) 2 (3,51)

5. Prefiro não ter que anestesiar o paciente 29 (52,73) 6 (10,91) 20 (36,36)

6. Eu prefiro não ter que usar a broca 12 (21,05) 8 (14,04) 37 (64,91)

7. Prefiro usar a broca porque é mais rápido e limpa mais.

29 (50,88) 8 (14,04) 20 (35,09)

8. Gostaria de gastar mais tempo fazendo ART na clínica

15 (26,32) 10 (17,54) 32 (56,14)

Opinião do paciente

1. Na clínica, pacientes preferem extração à restauração

6 (10,71) 6 (10,71) 44 (78,57)

2. Na clínica, pacientes preferem ART a outras restaurações

6 (10,91) 10 (18,18) 39 (70,91)

3. Meus pacientes se sentem mais confortáveis quando eu uso o ART

22 (39,29) 8 (14,29) 26 (46,43)

4. Meus pacientes ficam mais tranqüilos quando não preciso anestesiar

30 (53,57) 6 (10,71) 20 (35,71)

5. Meus pacientes ficam mais tranqüilos quando não uso brocas.

31 (55,36) 3 (5,36) 22 (39,29)

* Valores diferentes de 57 são referentes aos valores faltantes nos questionários.

De acordo com entrevista executada no estudo piloto a coordenadora da

Área Técnica de Saúde Bucal informou que cursos de capacitação para o ART

haviam sido ministrados aos cirurgiões-dentistas da rede básica entre os anos de

2005 e 2008 em diferentes ocasiões.

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Nos resultados observados na tabela 2 em relação à opinião do operador

prevalecem as opiniões discordantes para os princípios da filosofia ART. Apesar de

87,2% dos respondentes afirmarem que se sentiam habilitados a restaurar por meio

do ART e 52,73% preferirem não ter que anestesiar o paciente, 50,88% consideram-

no tratamento inferior quando comparado à outras técnicas restauradoras e 64,91%

discordaram em preferir não ter que utilizar a broca associado ao fato de que

metade dos cirurgiões-dentistas (50,88%) preferiam utilizar a broca por considerá-la

mais rápida e “limpar mais”.

A discordância se mantém apesar de ser paradoxal, pois ao comparamos os

resultados onde 62,5% dos respondentes afirmaram ter assistido ao curso de ART e

entendido que se trata de um serviço efetivo, somente 26,32% dos pesquisados

gostariam de gastar mais tempo fazendo ART na clínica.

Apesar de haver maior discordância na opinião dos operadores em relação

aos princípios do ART, duas afirmativas mostraram uma tendência a dividir as

opiniões uma vez que 52,63% dos respondentes discordaram da afirmativa 2: -

Quando faço restaurações prefiro utilizar as brocas por que é mais fácil, enquanto

50,88% concordaram com a afirmativa 7: - Prefiro utilizar a broca por que é mais fácil

e limpa mais.

A pesquisa mostrou que há preocupação por parte dos pacientes em

preservarem seus dentes uma vez que a maioria dos cirurgiões-dentistas discordou

de que seus pacientes preferissem extrações às restaurações. De outra forma as

impressões dos cirurgiões-dentistas mostraram ambiguidade com relação à opinião

dos pacientes no que se refere ao resultado final da técnica ART e a técnica

operatória em si, demonstrado pelo fato de que 70,91% dos colegas pesquisados

discordaram que seus pacientes preferissem restaurações ART a outras

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restaurações e 46,43% discordaram que seus pacientes se sintam mais confortáveis

quando são tratados sob a técnica ART, contra 39,29% que concordaram e 14,29%

de indecisos com esta afirmativa. Contudo, 53,57% dos cirurgiões-dentistas

concordaram que seus pacientes ficam mais tranqüilos quando não precisam se

submeter à anestesia bem como os 55,36% dos pesquisados que concordaram

com o fato de que seus pacientes ficam mais tranqüilos quando não são utilizadas

brocas.

TABELA 3. Respostas do questionário com os cirurgiões-dentistas relacionadas à carga de paciente/trabalho, ao suporte de materiais, à perícia clínica e treinamento para a realização do ART, à supervisão dos serviços de saúde bucal e ao conhecimento do auxiliar sobre a utilização do ART (n = 57).

Concordo/Concordo plenamente

n (%)

Indeciso n (%)

Discordo/Discordo Plenamente

n (%)

Carga de paciente/Carga de trabalho

1. Eu tenho que tratar muitos pacientes por dia 49 (85,96) 0 (0,00) 8 (14,04)

2. Não tenho tempo para o ART 4 (7,02) 4 (7,02) 49 (85,96)

3. Restaurações ART tomam mais tempo do que restaurações de amálgama e resina composta

5 (8,77) 3 (5,26) 49 (85,96)

Suporte material

1. Tenho constante e adequado suporte de materiais na clínica

17 (30,91) 7 (12,73) 31 (56,36)

2. Tenho materiais disponíveis suficientes na clínica para fazer ART

22 (39,29) 3 (5,36) 31 (55,36)

Perícia clínica para o ART

1. Eu consigo atender mais pessoas quando utilizo o ART.

34 (61,82) 8 (14,55) 13 (23,64)

2. Eu me sinto seguro em utilizar o ART em crianças. 40 (71,43) 9 (16,07) 7 (12,50)

3. Eu me sinto seguro em utilizar o ART em adultos. 22 (39,29) 11 (19,64) 23 (41,07)

4. Recebi treinamento suficiente para me sentir seguro fazendo ART

32 (57,14) 10 (17,86) 14 (25,00)

5. Gostaria de ter mais treinamento teórico sobre ART 40 (71,43) 3 (5,36) 13 (23,21)

6. Gostaria de ter mais treinamento prático sobre o ART 37 (66,07) 6 (10,71) 13 (23,21)

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Supervisão do serviço de saúde bucal

1. Meu supervisor compreende o conceito de ART 43 (76,79) 9 (16,07) 4 (7,14)

2. Meu supervisor apoia o ART na clínica 40 (71,43) 13 (23,21) 3 (5,36)

Auxiliar

1. Minha assistente é treinada para me auxiliar no ART 32 (60,38) 7 (13,21) 14 (26,42)

* Valores diferentes de 57 são referentes aos valores faltantes nos questionário

Quando se observa os resultados da tabela 3 para o item Carga de

pacientes/Carga de trabalho pode-se notar uma tendência à aceitabilidade dos

pesquisados em relação ao ART como forma de gerenciar a grande demanda, uma

vez que 85,96% dos cirurgiões-dentistas pesquisados concordaram com o fato de

ter que tratar muitos pacientes por dia e na mesma proporção discordaram de que

não têm tempo para o ART, assim como também 85,96% deles discordaram que

restaurações ART tomam mais tempo do que restaurações de amálgama e resina

composta.

Os resultados do item Suporte Material mostraram uma barreira de ordem

técnica para a execução do ART naquele setor de saúde, uma vez que

respectivamente 56,36% e 55,36% dos dentistas discordaram em ter constante e

adequado suporte de materiais na clínica e em ter materiais disponíveis suficientes

na clínica para fazer ART. Apesar da inadequada provisão de materiais, pode-se

observar a viabilidade da prática do ART nos itens Supervisão do Serviço de Saúde

bucal e Auxiliar, pois 76,79% dos respondentes afirmaram que seu supervisor

compreende o conceito ART assim como 71,43% concordaram que seu supervisor

apóia o ART na clínica, bem como 60,38% dos dentistas afirmaram que sua

assistente é treinada para auxiliá-los no ART.

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TABELA 4. Confiabilidade do questionário aplicado para os cirurgiões-dentistas.

Número de itens Cronbach's Alpha (n = 57)

Questionário total 27 0,88

Opinião do operador 8 0,82

Opinião do paciente 5 0,70

Carga de paciente/Carga de trabalho

3 0,61

Suporte Material 2 0,87

Perícia clínica para o ART 6 0,69

Supervisão do serviço de saúde bucal 2 0,89

Com relação à consistência interna do questionário o resultado do teste medindo o α

de Cronbach, segundo os parâmetros citados por Vieira (2009), mostra boa

confiabilidade para o questionário como um todo, entretanto para os itens Opinião do

Paciente, Carga de pacientes e Perícia clínica para o ART os resultados de 0,70,

0,61 e 0,69 respectivamente mostram confiabilidade questionável entre as

questões.

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Tabela 5. Constituição da amostra segundo as especialidades/área de atuação (n = 52)

Clínica Geral 19 36,54%

Saúde Coletiva 8 15,38%

Saúde da Família 3 5,77%

Saúde Pública 1 1,92%

Endodontia 6 11,54%

Odontopediatria 4 7,7%

Dentística Restauradora 3 5,77%

Periodontia 2 3,85%

Ortodontia 2 3,85%

Outras (Prótese, Radiologia, Cirurgia) 4 7,69%

Na tabela 5 pode-se observar a preponderância de cirurgiões-dentistas

clínico-gerais, entretanto observa-se reduzido número de especialistas em

Odontopediatria (7,7% da amostra) e quando somadas as especialidades com

formação tradicionalmente preventivas e coletivas como a Saúde Coletiva, Saúde

Pública, Saúde da Família e Odontopediatria tem-se menos que um terço da

amostra.

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6 DISCUSSÃO

Apesar do acesso à lista das UBS e a informação a respeito da

quantidade de cirurgiões-dentistas em cada unidade, não foi possível identificá-los.

Portanto a amostragem por conglomerado foi escolhida como forma de viabilizar o

trabalho em função de que, segundo Gil (2010): “esta é a forma que melhor oferece

acesso às populações em que se tenha dificuldade de identificar os sujeitos da

pesquisa.”

A taxa de resposta de 27,5% mostra uma barreira para a utilização desta

forma de investigação, onde o acesso direto com o pesquisado fica impossibilitado

criando espaço para a não adesão à pesquisa, e por outro lado e também incidindo

negativamente na adesão, as opiniões negativas a respeito do ART podem

influenciar na escolha pela participação no trabalho, como visto também por

Camargo et al. (2011), cuja pesquisa obteve taxa de resposta de 40%, inferior ao

que se pretende ao elaborar esta forma de abordagem, e entre os respondentes a

grande maioria (98%) aceitava e praticava o ART.

A preponderância do gênero feminino confirma a tendência da maior

inclusão de mulheres na profissão, fato que se consolida ao longo dos anos e já

havia sido observado por Chaves (2005) e Araújo & Dimenstein (2006) e mais

recentemente também por Camargo et al., (2011).

As médias de anos de formado e anos de trabalho no serviço público

acima de 15 anos podem justificar a tendência à resistência em aceitar novas

práticas em função da pouca disposição para mudar conceitos e práticas

profissionais já a muito tempo estabelecidos e consagrados na profissão como por

exemplo a formação voltada para o atendimento individualizado em âmbito

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particular. Situação semelhante foi observada por Andrade (1996), cuja pesquisa de

campo revelou que o maior grupo de cirurgiões-dentistas pesquisados era o de

maior tempo de formado e de atividade no serviço público e também o que

apresentou maior resistência em aderir às novas diretrizes na prestação de serviços

na rede pública municipal: o Plano de Atendimento à Saúde (PAS) uma novidade à

época da pesquisa.

A possibilidade acima se sustenta teoricamente também em função dos

resultados observados neste trabalho em relação à opinião do operador onde

prevalecem as opiniões discordantes para os princípios da filosofia ART.

Quanto à opinião dos pacientes o trabalho revelou opiniões negativas a

respeito da técnica ART, entretanto trata-se de opiniões subjetivas uma vez que

eram traduzidas pelas impressões dos cirurgiões-dentistas e não diretamente pelos

pacientes. Kikwilu et al.,(2009) por sua vez observaram nas respostas do

questionário aplicado diretamente aos pacientes atendidos nas clínicas do governo

na Tanzânia que 99% dos pacientes que receberam Tratamento Restaurador

Atraumático estavam satisfeitos após o tratamento.

Quando se observa o item Carga de pacientes/Carga de trabalho pode-se

notar uma tendência à aceitabilidade dos pesquisados em relação ao ART como

forma de gerenciar a grande demanda.

Entretanto, os resultados do item Suporte Material mostraram uma

barreira de ordem técnica para a execução do ART naquele setor de saúde, mas

por outro lado, apesar da inadequada provisão de materiais, pode-se observar a

viabilidade da prática do ART nos itens Supervisão do Serviço de Saúde bucal e

Auxiliar, e quanto ao Item Auxiliar particularmente se observa viabilidade para a

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prática do ART uma vez que a grande maioria dos cirurgiões-dentistas pesquisados

recebem assistência auxiliar e que mais de 60% dos dentistas afirmaram que sua

assistente é treinada para auxiliá-los no ART.

Mickenaustch e Grossman (2006), concluíram que a razão principal para

as falhas clínicas do ART estava relacionada com as habilidades do operador e seu

desempenho, e afirmaram ainda que o treinamento para o ART e o cuidado durante

sua execução eram importantes para o sucesso clínico da técnica. Assim, a perícia

clínica para o ART tem relevante importância para a aceitação e sucesso da técnica

e este item apresentou maior proporção de aceitabilidade da técnica por parte dos

entrevistados deste trabalho, quando afirmaram que conseguem atender mais

pessoas quando utilizam o ART e concordaram que se sentem seguros em utilizar o

ART em crianças. Em contrapartida, apenas 39,29% afirmaram se sentir seguros em

utilizar o ART em adultos e este dado corrobora os resultados do trabalho de

Menezes et al., (2009) no qual foi observado que a maioria dos cirurgiões-dentistas

pesquisados não utilizavam o ART em dentes permanentes o que associado aos

demais resultados levaram os autores a concluir que o conhecimento limitado e a

falta de preparo técnico-científico dos profissionais dificultavam a utilização do ART

o qual era confundido na maioria das vezes com adequação do meio.

A falta de conhecimento suficiente a respeito do ART sentida pelo

profissional também pôde ser observada em nosso estudo, pois, apesar de mais da

metade dos respondentes terem afirmado ter recebido treinamento suficiente para

se sentirem seguros fazendo ART, mais de 71% concordaram que gostariam de ter

mais treinamento teórico sobre ART e 66,07% afirmaram que gostariam de ter mais

treinamento prático sobre ART.

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Mickenautch et al. (2007a) observaram como forte barreira para a prática

do ART a percepção do cirurgiões-dentistas de seus baixos níveis de habilidade

para a execução do ART confiantemente nas clínicas do governo na província de

Gauteng, África do Sul, mesmo após treinamento durante 3 dias.

Kikwilu et al.(2009) por sua vez observaram aumento significativo da

execução de restaurações por meio do ART após os cirurgiões-dentistas do governo

na Tanzânia terem recebido treinamento intensivo, teórico e prático, durante 7 dias e

também assistência para resolução das dificuldades durante os dois anos de

pesquisa que se seguiram após o curso.

Finalmente pode-se observar que somadas as especialidades de Saúde

Coletiva, Saúde da Família , Saúde Pública e Odontopediatria constituíam 30,8% da

amostra enquanto a maioria dos colegas eram clínico-gerais e os demais

participantes eram especialistas em áreas com ações tradicionalmente

individualizadas. O fato denota que pouco menos de um terço da amostra tem

formação voltada às ações de saúde preventiva e coletiva e a escassez importante

de Odontopediatras pode ser sentida como uma possibilidade bastante plausível da

origem e manutenção da falta de acesso da população infantil ao atendimento

público de saúde bucal.

Os resultados permitem sugerir que o treinamento teórico e prático

intensivos em ART para os profissionais inseridos no serviço público do município de

São Paulo, pode promover suas maiores aceitação e prática nas Unidades Básicas

de Saúde. Esta hipótese se sustenta pelo fato de que a maioria dos respondentes

gostaria de ter mais treinamento teórico e prático a respeito do ART, o que indica

interesse pela técnica, mas seu insuficiente conhecimento.

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7 CONCLUSÃO

Os cirurgiões-dentistas inseridos nas Unidades Básicas de Saúde da cidade

de São Paulo-SP conhecem a técnica do Tratamento Restaurador Atraumático, mas

não a aceitam a ponto de tê-la como segura para ser utilizada em adultos em

detrimento das técnicas convencionais.

A maioria dos respondentes gostaria de ter mais treinamento teórico e prático

a respeito do ART.

Há maior aceitabilidade para a utilização do ART em crianças.

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ANEXO A – FOLHA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO-SP

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ANEXO B – FOLHA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DO CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO SÃO LEOPOLDO MANDIC. CAMPINAS-SP

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ANEXO C - QUESTIONÁRIO FORMULADO POR MICKENAUSTCH et al. (2007) COM PERGUNTAS OBJETIVAS E DE MÚLTIPLA ESCOLHA GRUPO C- ESTUDO PILOTO

Peço sua colaboração para responder a este questionário utilizando como resposta as seguintes alternativas:

-CONCORDO PLENAMENTE (CP)

- CONCORDO (C)

- INDECISO (I)

- DISCORDO (D)

- DISCORDO PLENAMENTE (DP)

- NÃO COMPREENDO A PERGUNTA (NCP)

INFORMAÇÕES GERAIS:

1. TIPO DE OCUPAÇÃO DO OPERADOR _________________________

2. IDADE____________________________________________________

3. GÊNERO__________________________________________________

4. ANO DE GRADUAÇÃO_______________________________________

5. FACULDADE DE GRADUAÇÃO_______________________________

6. ANOS DE TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO___________________

7. RECEBE ASSISTÊNCIA DE AUXILIAR__________________________

CARGA DE PACIENTE/CARGA DE TRABALHO:

1. Eu tenho que tratar muitos pacientes por dia (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

2. Não tenho tempo para o ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

3. Restaurações ART tomam mais tempo do que restaurações de amálgama e resina composta (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

OPINIÃO DO OPERADOR :

1. Eu assisti ao curso de ART e aprendi que este é um serviço efetivo para os pacientes no serviço público (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

2. Quando faço restaurações prefiro usar as brocas, porque é mais fácil (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

3. Considero ART tratamento inferior quando comparado a outras técnicas (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

4. Eu me sinto realizado quando sou hábil ao restaurar um dente (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

5. Me sinto melhor quando não preciso anestesiar (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

6. Me sinto realizado quando não tenho que usar broca

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(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP) 7. Prefiro usar a broca porque é melhor

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP) 8. Gostaria de gastar mais tempo fazendo ART na clínica

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

OPINIÃO PACIENTE:

1. Na clínica, pacientes preferem extração à restauração (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

2. Na clínica, pacientes preferem ART a outras restaurações (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

3. Meus pacientes são gratos e satisfeitos quando uso ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

4. Meus pacientes são gratos e satisfeitos quando não preciso anestesiar (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

5. Meus pacientes são gratos e satisfeitos quando não uso brocas. (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

SUPERVISÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE BUCAL

1. Meu supervisor compreende o conceito de ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

2. Meu supervisor apóia o ART na clínica (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

SUPORTE MATERIAL:

1. Tenho constante e adequado suporte de materiais na clínica (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

2. Tenho materiais disponíveis suficientes na clínica para fazer ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

PERÍCIA CLINICA PARA ART:

1. Tenho adequado treinamento para me sentir seguro fazendo ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

2. Gostaria de ter mais treinamento teórico sobre ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

AUXILIAR

Minha assistente é treinada para me auxiliar no ART

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

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ANEXO D – ADENDO PROJETO CAAE 185/08 CEP/SMS

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ANEXO E – SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO-SP –

DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS – CADASTRO DE CIRURGIÕES-

DENTISTAS E RESPECTIVAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – GRUPO A

A Autoridade de Coordenação dos Serviços Públicos em Saúde Bucal

Cara Professora Doutora Regina Auxiliadora de Amorim Marques

Eu, Claudia Adriana Carlotto, mestranda no Centro de Pós-Graduação São Leopoldo Mandic em Campinas-SP, estou investigando através de questionários e entrevistas, a utilização do Tratamento Restaurador Atraumático (ART) nas Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é conhecer se a técnica do ART é utilizada, bem como suas dificuldades, indicações e resultados.

Convido a senhora a participar de uma entrevista com perguntas estruturadas. Sua participação é inteiramente voluntária, e a senhora poderá se recusar a participar ou retirar seu consentimento para a pesquisa a qualquer momento sem qualquer prejuízo de sua parte. Declaro que o conteúdo das entrevistas será gravado e os trechos serão transcritos com suas próprias palavras. Comprometo-me a garantir que toda informação se manterá intacta e sem cópias e que a fita contendo a entrevista assim como os trechos transcritos lhe serão devolvidos via correios, com postagem registrada, imediatamente após a redação final do estudo.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo-SP, nela estão contidas perguntas que foram consideradas adequadas e não apresentam nenhum tipo de risco ou constrangimento para a senhora. Estou a sua inteira disposição em caso de dúvida.

Fone: (69) 3321-3800

Endereço eletrônico: [email protected]

Desde já fico muito agradecida por sua colaboração. Atenciosamente

Claudia Adriana Carlotto CRO/RO 1247

Declaro que concordo em participar da pesquisa da Dra. Claudia Adriana Carlotto, de livre e espontânea vontade, e que compreendi os objetivos e condições de participação na pesquisa, sem despesas de minha parte.

Nome:

RG: Assinatura:

O acesso para informações em relação a esta pesquisa bem como para dúvidas ou denúncias a respeito de suas questões éticas, poderá ser feito através do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, sob o protocolo CAAE 185/08.

Rua General Jardim, 36/ 8° andar São Paulo. Telefone: (11) 3397 2464

Endereço eletrônico: [email protected]

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APÊNDICE B - ENTREVISTA ESTRUTURADA GRUPO A

Autoridade do Serviço Público Municipal Área Técnica de Saúde Bucal

Professora Doutora Regina Auxiliadora de Amorim Marques

Assessora da Área Técnica de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde de

São Paulo-SP

1. A senhora participou da implantação do ART no serviço público deste

município?

2. Que razões a senhora atribui à implantação do ART no serviço de saúde deste

município?

3. Como foi o processo de implantação do ART pela Secretaria Municipal de Saúde

de São Paulo?

4. Houve alguma dificuldade em relação à aceitação do conceito ART entre os

dentistas do município? Em que aspectos?

5. Como são feitos os treinamentos dos profissionais para habilitá-los na execução

do ART?

6. O ART também é executado nas escolas? Qual o resultado desta forma de

atuação

7. Há algum levantamento de dados econômicos comparando os gastos da

administração municipal com materiais odontológicos antes e depois da

implantação do ART? Qual o resultado?

8. Há algum levantamento de dados de produção comparando a abrangência dos

atendimentos à população antes e depois da implantação do ART? Quais os

resultados?

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APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO -

GRUPO B

A Autoridade de Docência e Treinamento para a Técnica ART

Cara Professora Doutora Daniela Prócida Raggio

Eu, Claudia Adriana Carlotto, mestranda no Centro de Pós-Graduação São Leopoldo Mandic em Campinas-SP, estou investigando através de questionários e entrevistas, a utilização do Tratamento Restaurador Atraumático (ART) nas Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é conhecer se a técnica do ART é utilizada, bem como suas dificuldades, indicações e resultados.

Convido a senhora a participar de uma entrevista com perguntas estruturadas. Sua participação é inteiramente voluntária e a senhora poderá se recusar a participar ou retirar seu consentimento para a pesquisa a qualquer momento sem qualquer prejuízo de sua parte. Declaro que o conteúdo das entrevistas será gravado e os trechos serão transcritos com suas próprias palavras. Comprometo-me a garantir que toda informação se manterá intacta e sem cópias e que a fita contendo a entrevista assim como os trechos transcritos lhe serão devolvidos via correios, com postagem registrada, imediatamente após a redação final do estudo.

Cara Doutora, caso seja de sua vontade participar desta pesquisa, peço que assine as duas cópias deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e devolva uma delas.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo-SP, nela estão contidas perguntas que foram consideradas adequadas e não apresentam nenhum tipo de risco ou constrangimento para a senhora. Estou a sua inteira disposição em caso de dúvida.

Fone: (69) 3321-3800

Endereço eletrônico: [email protected]

Desde já fico muito agradecida por sua colaboração. Atenciosamente

Claudia Adriana Carlotto CRO/RO 1247

Declaro que concordo em participar da pesquisa da Dra. Claudia Adriana Carlotto, de livre e espontânea vontade, e que compreendi os objetivos e condições de participação na pesquisa, sem despesas de minha parte.

Nome:

RG: Assinatura:

O acesso para informações em relação a esta pesquisa, bem como para dúvidas ou denúncias a respeito de suas questões éticas, poderá ser feito através do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, sob o protocolo CAAE 185/08.

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Rua General Jardim, 36/ 8° andar São Paulo. Telefone: (11) 3397 2464

Endereço eletrônico: [email protected]

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APÊNDICE D– ENTREVISTA ESTRUTURADA GRUPO B

Autoridade de Educação em Nível Superior

Professora Doutora Daniela Prócida Raggio: Departamento de Odontopediatria.

Universidade de São Paulo-USP

1. Qual sua participação na implantação do ART no Serviço Público Municipal de

Saúde Bucal de São Paulo?

2. Que barreiras podem ser identificadas para a compreensão ou aceitação dos

princípios do ART pelos cirurgiões dentistas deste setor?

3. Que dificuldades a senhora encontra no ensino da estratégia ART para os

profissionais de um modo geral, que assistem aos seus cursos?

4. Em sua opinião há algum ajuste a ser feito no Tratamento Restaurador

Atraumático em relação aos materiais utilizados e a técnica operatória?

5. Qual sua opinião a respeito da formação acadêmica dos alunos de odontologia

em relação à preparação para o trabalho no serviço público do nosso país?

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APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - GRUPO C

Aos Cirurgiões Dentistas Trabalhadores da Unidade Básica de Saúde (nome e endereço da unidade) do Município de São Paulo-SP

Caro colega

Eu, Claudia Adriana Carlotto, mestranda no Centro de Pós-Graduação São Leopoldo Mandic em Campinas-SP, estou investigando através de questionários e entrevistas, a utilização do Tratamento Restaurador Atraumático (ART) nas Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é conhecer se a técnica do ART é utilizada, bem como suas dificuldades, indicações e resultados.

Convido você a participar desta pesquisa por meio de entrevista com perguntas estruturadas e do questionário anexo com respostas de múltipla escolha em que somente uma alternativa de cada pergunta deve ser escolhida. Recomendo não preencher seu nome ou outra identificação pessoal qualquer no referido questionário. Sua participação é inteiramente voluntária e você poderá se recusar a participar ou retirar seu consentimento para a pesquisa a qualquer momento sem qualquer prejuízo de sua parte. Declaro que o conteúdo das entrevistas será gravado e os trechos serão transcritos com suas próprias palavras e que seu nome não será revelado em nenhuma parte da pesquisa, relatório ou qualquer outro documento que possa ser produzido a partir dela como artigos e ensaios.

Comprometo-me a garantir que toda informação se manterá intacta e sem cópias e que a fita contendo a entrevista assim como os trechos transcritos lhe serão devolvidos via correios, com postagem registrada, imediatamente após a redação final do estudo.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo-SP, nela estão contidas perguntas que foram consideradas adequadas e não apresentam nenhum tipo de risco ou constrangimento para você.

Caro colega, caso seja de sua vontade participar desta pesquisa, peço que assine as duas cópias deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e devolva uma delas.

Estou a sua inteira disposição em caso de dúvida.

Fone: (69) 3321-3800/Endereço eletrônico: [email protected]

Desde já fico muito agradecida por sua colaboração. Atenciosamente

Claudia Adriana Carlotto CRO/RO 1247

Declaro que concordo em participar da pesquisa da Dra. Claudia Adriana Carlotto, de livre e espontânea vontade, e que compreendi os objetivos e condições de participação na pesquisa, sem despesas de minha parte.

Nome:

RG: Assinatura:

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O acesso para informações em relação a esta pesquisa, bem como para dúvidas ou denúncias a respeito de suas questões éticas poderá ser feito através do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, sob o protocolo CAAE 185/08.

Rua General Jardim, 36/ 8° andar São Paulo. Telefone: (11) 3397 2464

Endereço eletrônico: [email protected]

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APÊNDICE F- ENTREVISTA ESTRUTURADA GRUPO C

Cirurgiões Dentistas das Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo.

_Quando foi a primeira vez que você recebeu informações sobre o ART? Quais?

_Como foi seu treinamento para a execução do ART? Houve treinamento específico

para o atendimento a crianças?

_Você acha necessária alguma complementação no seu treinamento para o ART?

_Qual sua opinião a respeito da eficácia do tratamento restaurador atraumático?

_Em quais situações você considera útil a aplicação do ART?

_Qual sua maior dificuldade durante a execução do ART?

_Você se sente seguro em realizar uma restauração por meio do ART?

_Em sua opinião, os materiais e instrumentais à disposição para a execução do ART

são suficientes e adequados?

_Atender uma criança utilizando a estratégia do tratamento restaurador atraumático

é mais rápido que com o uso da anestesia local e os instrumentos rotatórios?

_Que falhas mais freqüentemente você encontra nas restaurações executadas por

meio do ART? O que você atribui às falhas?

_O fluxo de atendimento na unidade de saúde mudou após a implantação do ART? De que maneira isso afetou seu trabalho?

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APÊNDICE G - QUESTIONÁRIO COM PERGUNTAS OBJETIVAS E DE MÚLTIPLA ESCOLHA – FASE II

ACEITABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO TRATAMENTO RESTAURADOR

ATRAUMÁTICO PELOS CIRURGIÕES DENTISTAS DO SERVIÇO PÚBLICO NO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

PESQUISADORA RESPONSÁVEL: CLAUDIA ADRIANA CARLOTTO

PARECER N° 38/09 – CEP/SMS

CAAE 0185.0.162.000-08

INFORMAÇÕES GERAIS:

1 TIPO DE OCUPAÇÃO DO OPERADOR

2 IDADE____________________________________________________

3 GÊNERO__________________________________________________

4 ANO DE GRADUAÇÃO_______________________________________

5 FACULDADE DE GRADUAÇÃO_______________________________

6 ESPECIALIDADE___________________________________________

7 ANOS DE TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO___________________

8 RECEBE ASSISTÊNCIA DE AUXILIAR__________________________

Por favor, utilize uma das alternativas abaixo para as questões de múltipla escolha.

-CONCORDO PLENAMENTE (CP)

- CONCORDO (C)

- INDECISO (I)

- DISCORDO (D)

- DISCORDO PLENAMENTE (DP)

- NÃO COMPREENDO A PERGUNTA (NCP)

CARGA DE PACIENTE/CARGA DE TRABALHO:

1 Eu tenho que tratar muitos pacientes por dia (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

2 Não tenho tempo para o ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

3 Restaurações ART tomam mais tempo do que restaurações de amálgama e resina composta

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

OPINIÃO DO OPERADOR :

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4 Eu assisti ao curso de ART entendi que este é um serviço efetivo (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

5 Quando faço restaurações prefiro usar as brocas, porque é mais fácil (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

6 Considero ART tratamento inferior quando comparado a outras técnicas restauradoras

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

7 Eu me sinto habilitado a restaurar com ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

8 Prefiro não ter que anestesiar o paciente (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

9 Eu prefiro não ter que usar broca (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

10 Prefiro usar a broca porque é mais rápido e limpa mais (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

11 Gostaria de gastar mais tempo fazendo ART na clínica (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

OPINIÃO DO PACIENTE:

12 Na clínica, pacientes preferem extração à restauração (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

13 Na clínica, pacientes preferem ART a outras restaurações (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

14 Meus pacientes se sentem mais confortáveis quando uso ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

15 Meus pacientes ficam mais tranquilos quando não preciso anestesiar (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

16 Meus pacientes ficam mais tranqüilos quando não uso brocas (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

SUPORTE MATERIAL:

17 Tenho constante e adequado suporte de materiais na clínica (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

18 Tenho materiais disponíveis suficientes na clínica para fazer ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

PERÍCIA CLINICA PARA ART:

19 Eu consigo atender mais pessoas quando utilizo o ART (CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

20 Eu me sinto seguro em utilizar o ART em crianças

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

21 Eu me sinto seguro em utilizar o ART em adultos

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

22 Recebi treinamento suficiente para me sentir seguro fazendo ART

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(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

23 Gostaria de ter mais treinamento teórico sobre ART

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

24 Gostaria de ter mais treinamento prático sobre ART

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

SUPERVISÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE BUCAL

25 Meu supervisor compreende o conceito de ART

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

26 Meu supervisor apóia o ART na clínica

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

AUXILIAR

27 Minha assistente é treinada para me auxiliar no ART

(CP)(C) (I) (D) (DP) (NCP)

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APÊNDICE H – CARTA AO GERENTE DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

Ao gerente da Unidade Básica de Saúde.

Caro (a) senhor (a), sou aluna de mestrado e estou fazendo uma pesquisa devidamente aprovada pelo Comitê de Ética da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo-SP (Parecer CAAE 185/08). Esta pesquisa é direcionada aos cirurgiões- dentistas que trabalham nesta unidade, assim como outros profissionais dentistas de mais 59 unidades básicas de seu município que também serão pesquisados da mesma maneira.

A pesquisa consiste em que cada dentista da unidade responda a um questionário com perguntas simples sobre o exercício de uma determinada técnica restauradora: o ART - Tratamento Restaurador Atraumático e com respostas de múltipla escolha, para que não seja tomado muito tempo do profissional respondendo ao referido questionário.

Sendo assim, venho por meio desta carta pedir-lhe a gentileza de abrir o envelope principal , distribuir os envelopes que contêm os questionários e os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido aos dentistas e pedir para que cada dentista que voluntariamente queira participar possa me encaminhar os questionários nos envelopes já devidamente selados e endereçados levando-os ao correio para que voltem para mim.

Gostaria de esclarecer que reconheço a carga de trabalho intensa que todos possuem nesta e nas demais Unidades Básicas de Saúde, entretanto peço sua colaboração para que esta pesquisa possa ser concretizada.

Agradeço sinceramente por sua atenção e colaboração.

Atenciosamente, subscrevo-me:

CLAUDIA ADRIANA CARLOTTO- Cirurgiã Dentista CRO-RO 1247

Mestranda em Odontopediatria pelo Centro de Pós Graduação São Leopoldo Mandic

Campinas SP

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APÊNDICE I – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - FASE II

Aos Cirurgiões-Dentistas Trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde do

Município de São Paulo-SP

Caro(a) colega

Eu, Claudia Adriana Carlotto, mestranda no Centro de Pós-Graduação São Leopoldo

Mandic em Campinas-SP, estou investigando através de questionários a utilização

do Tratamento Restaurador Atraumático (ART) nas Unidades Básicas de Saúde do

Município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é conhecer se a técnica ART é

utilizada, bem como suas dificuldades, indicações e resultados.

A escolha pelos profissionais de São Paulo foi motivada em função da

expressividade do número de profissionais que trabalham nas Unidades Básicas de

Saúde e principalmente do contingente populacional que é atendido pela rede

pública de sua cidade. São características fundamentais para o embasamento

científico desta pesquisa.

Convido você a participar desta pesquisa por meio de questionário com respostas de

múltipla escolha em que somente uma alternativa de cada pergunta deve ser

escolhida. Recomendo não preencher seu nome ou outra identificação pessoal

qualquer no referido questionário. Sua participação é inteiramente voluntária e você

poderá se recusar a participar ou retirar seu consentimento para a pesquisa a

qualquer momento sem qualquer prejuízo de sua parte. Comprometo-me a garantir

que toda informação se manterá intacta e sem cópias.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria

Municipal da Saúde de São Paulo-SP, nela estão contidas perguntas que foram

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consideradas adequadas e não apresentam nenhum tipo de risco ou

constrangimento para você.

Caro colega, compreendo que sua carga de trabalho diário é intensa, entretanto

peço sua colaboração para que esta pesquisa possa ser realizada, respondendo ao

questionário. Caso seja de sua vontade participar desta pesquisa, peço que assine

as duas cópias deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e devolva uma

delas.

Estou a sua inteira disposição em caso de dúvida.

Pesquisadora: Fone: (69)3321-3800/Email: [email protected]

Comitê de Ética em Pesquisa SMS/SP (CAAE 185/08). Fone: 3397-2464/Email:

[email protected]

Desde já fico muito agradecida por sua colaboração. Atenciosamente

Claudia Adriana Carlotto CRO/RO 1247

Declaro que concordo em participar da pesquisa da Dra. Claudia Adriana Carlotto,

de livre e espontânea vontade, e que compreendi os objetivos e condições de

participação na pesquisa, sem despesas de minha parte.

Nome:

RG: Assinatura

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