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Acoéme 03 - Formato Revista - unitins.br · foto da capa: fragmento de vasilha em cerÂmica sÍtio arqueolÓgico palmeirÓpolis vi municÍpio de palmeirÓpolis(to) foto/2003: marcos

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ISSN 1677-972X

Fundação Universidade do Tocantins - UNITINS

Magnífico ReitorEdson Nazareth Alves

Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-GraduaçãoMaria Luíza C. P. Nascimento

Pró-Reitor AcadêmicoHumberto Luiz Falcão Coelho

Pró-Reitor de Administração e FinançasJoaber Divino Macedo

Coordenador Geral do Núcleo Tocantinense de Arqueologia - NUTAProf. Msc. Marcos Aurelio Camara Zimmermann

Instituto de Arqueologia Brasileira - IAB

Diretor PresidenteProf. Dr. Ondemar Ferreira Dias Junior

Diretor de PesquisasProf. Dr. Paulo Roberto Gomes Seda

Comissão de publicação e corpo editorialProf. Dr. Ondemar Ferreira Dias Junior (IAB)Prof. Msc. Marcos Aurelio Camara Zimmermann (NUTA)Profa. Esp. Antônia Custódia Pedreira (NUTA)Esp. Eunice Helena Gomes Menestrino (NUTA)Editores responsáveisProf. Dr. Ondemar Ferreira Dias JuniorProf. Msc. Marcos Aurelio Camara ZimmermannCoordenador d revistaProf. Msc. Marcos Aurelio Camara ZimmermannRevisão e diagramaçãoDenise Huguet / Rafael Carilo Vivas

Copyright 2005 da UNITINSÉ permitida a reprodução parcial ou integral, desde que autorizadas previamente

pelos detentores do Copyright

ACOÉME - Revista de Divulgação Científica do Núcleo Tocantinense de Arqueologia - NUTA/UNITINS - 2005

ISSN: 1677-972X

1. ARQUEOLOGIA 2. MEIO AMBIENTE 3. ECOLOGIA CULTURAL 4. CULTURA MATERIAL

Publicações UNITINS

Endereço para correspondênciaFundação Universidade do Tocantins - UNITINS

Núcleo Tocantinense de Arqueologia - NUTACampus Universitário de Porto Nacional

Caixa Postal, 25 – CentroPorto Nacional - TO, CEP: 77.500-000

e-mail: [email protected]

FOTO DA CAPA: FRAGMENTO DE VASILHA EM CERÂMICASÍTIO ARQUEOLÓGICO PALMEIRÓPOLIS VIMUNICÍPIO DE PALMEIRÓPOLIS(TO)FOTO/2003: Marcos Aurélio Camara Zimmermann

Palavras dos EditoresPalavras dos EditoresPalavras dos EditoresPalavras dos EditoresPalavras dos Editores

É DIFÍCIL EXPRESSAR, EM POUCAS PALAVRAS, O QUANTO É GRATIFICANTE PARTICIPAR

DIRETAMENTE DE MAIS UMA EDIÇÃO DESTA REVISTA.O NÚCLEO TOCANTINENSE DE ARQUEOLOGIA (NUTA) ESTÁ PUBLICANDO O

TERCEIRO NÚMERO DA SUA REVISTA DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA, COMO NOS NÚMEROS

ANTERIORES, SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DAS SUAS PESQUISAS, NESTA OPORTUNIDADE

O PROJETO DE SALVAMENTO ARQUEOLÓGICO NA LINHA DE TRANSMISSÃO NORTE/SUL II,TRECHO SAMBAMBAIA - DF A IMPERATRIZ - MA - PROJETO SALTTINS, QUE CRUZA TODO O

ESTADO DO TOCANTINS E QUE TEVE COMO PATROCINADOR A EMPRESA NOVATRANS

ENERGIA.NESTA PESQUISA PROCURAMOS ACOMPANHAR, O MAIS PRÓXIMO POSSÍVEL, TODAS AS

ATIVIDADES DE ENGENHARIA NAS ÁREAS DIRETA E INDIRETAMENTE IMPACTADAS PELA

CONSTRUÇÃO DA LINHA DE TRANSMISSÃO, RESPEITANDO, PRESERVANDO E RESGATANDO,QUANDO NECESSÁRIO, OS SÍTIOS ESTUDADOS ANTERIORMENTE NA LINHA NORTE/SUL CIRCUITO

I E OS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS LEVANTADOS POR OCASIÃO DESTA PESQUISA. ESTE PROJETO

RESULTOU EM UM MAIOR APROFUNDAMENTO SOBRE A PESQUISA ARQUEOLÓGICA NO ESTADO

DO TOCANTINS E NO ESTADO DO MARANHÃO.

I - Apresentação............................................................................................................................................6

II - Metodologia..............................................................................................................................................8

A. Procedimentos de Campo ..............................................................................................................8 A.1 Monitoramento...........................................................................................................................8 A.2 Resgate.........................................................................................................................................9B. Procedimentos de Laboratório.....................................................................................................10

III - A Ocupação Indígena na Região....................................................................................................11

IV - Descrição dos Sítios Arqueológicos e Material Recolhido..........................................................12

A. Trecho entre Serra da Mesa - GO a Gurupi - TO...................................................................13B. Trecho entre Gurupi a Miracema do Tocantins - TO.............................................................42C. Trecho entre Miracema do Tocantins a Colinas do Tocantins - TO................................52D. Trecho entre Colinas do Tocantins - TO a Imperatriz - MA...............................................67

V - Comentários Gerais...............................................................................................................................74

Notas..............................................................................................................................................................75

Equipe...........................................................................................................................................................76

Agradecimentos..............................................................................................................................................78

Bibliografia..................................................................................................................................................80

ÍNDICE

Pesquisas Arqueológicas no Estado do Tocantins.Projeto de Salvamento Arqueológico na Linha de

Transmissão de Imperatriz - MA à Sambambaia -DF, Interligação Norte / Sul, Circuito II - Projeto

SALTTINS (Relatório Final)

Ondemar DiasMarcos ZimmermannAntônia PedreiraEunice MenestrinoRosângela Araújo

I - Apresentação

Histórico e Artístico Nacional - IPHAN,pela Portaria Nº 135, de 18 de dezembrode 2001 (2)*.

Como resultado dos trabalhos foramlocalizados, prospeccionados eescavados um total de trinta e sete sítios,alguns dos quais já haviam sidoanteriormente pesquisados por doisprojetos de salvamento SALTIMINS eSALTMISA desenvolvidos entre 1998 e2001(3)*. O material (lítico e cerâmico)provenientes das áreas dos sítios registradospelos projetos acima é considerado nesteProjeto como originado das áreasperiféricas dos sítios, anteriormente,resgatados.

Neste texto estão resumidos osprocedimentos de abordagem de campoe laboratório, a paisagem na qual seinserem e os primeiros resultados dasanálises efetuadas.(4)*.

A presente publicação sumariza aspesquisas do projeto de salvamentoarqueológico dos sítios impactados.Foram vistoriadas cerca de 2,7 mil torres emprocesso de fixação sobre o terreno e cujasobras poderiam ocasionar impacto ambiental.O trecho total da LT N/S-II se estende pormais de 1,2 mil Km lineares cortando trêsestados (Goiás, Tocantins e Maranhão) eparte do Distrito Federal, obra sob aresponsabilidade da empresa Novatrans/Enelpower (1)*.

O referido Projeto recebeu a sigladenominada SALTTINS e foi elaborado eexecutado em regime de cooperaçãocientífica entre o Instituto de ArqueologiaBrasileira (IAB) e a FundaçãoUniversidade do Tocantins (UNITINS),operacionalizado pelo NúcleoTocantinense de Arqueologia (NUTA) eautorizado pelo Instituto de Patrimônio* vide Notas à página 75

Acoéme . nº 3pag. 6

Acoéme . nº 3 pag. 7

II - Metodologia

Nas observações de campo e nostrabalhos de monitoramento e resgate dossítios foram adotados os procedimentosbásicos comuns às pesquisasarqueológicas de salvamento.

Os trechos, por seu turno, foramdivididos e caracterizados exclusivamentesegundo as frentes operacionais da Empresaempreendedora. Não se tratam de unidadesambientais, fisiográficas ou que tenhamlevado em consideração quaisquer dosdemais aspectos geográficos, geológicos, oumesmo histórico ou cultural. Pelo contrário,será através da comparação dos dadosentre tais trechos que se poderão observarvariações ou peculiaridades adaptativas(cultura/ambiente) porventura identificáveisatravés do acervo recolhido.

A.1 - Monitoramento

Considerando a necessidade de reavaliartodo o trecho da LT – II a procura de novossítios arqueológicos o trabalho demonitoramento foi dividido em áreas deatuação:

1a Área: trecho de Samambaia – DF aSerra da Mesa (neste trecho não foiencontrado nenhum sítio).

2a Área: Trecho entre Serra da Mesa aGurupi - TO

3a Área: Trecho entre Gurupi – TO aMiracema – TO

4a Área: Trecho entre Miracema – TO a

Colinas do Tocantins – TO5a Área: Trecho entre Colinas do

Tocantins – TO a Imperatriz - MA6a Área: Sub-trecho entre Imperatriz –

MA a Araguaína – TOEstes trechos se achavam nas

seguintes condições:· As torres apresentavam-se apenas

locadas e sem nenhum trabalho deengenharia civil;

· Não havia acesso construído para LT– II, ou seja, a equipe utilizou o antigo acessoda LT – I;

· Devido a topografia ser antiga, avegetação cobriu todas as estacas delocação das torres;

· Não havia abertura da praça da torreou limpeza do terreno;

· Não havia placas indicativas para oacesso as torres, picadas ou caminhos feitosno terreno;

Outra situação que de certa forma atrasouo trabalho, não foram entregues pelaempreendedora croquis de acesso asfazendas ou lista com nomes deproprietários das mesmas.

Em síntese, o trabalho de monitoramento,trata-se de vistoriar a superfície do solo,realizando coletas superficiais sistemáticase cortes experimentais, verificando aextensão do sítio, em busca de informaçõesque fornecerá uma ordem de preferência ouimportância para a realização de escavaçõesmaiores ou mais amplas.

A. Procedimentos de Campo

Acoéme . nº 3pag. 8

A equipe demonitoramento e

levantamento

no Posto 1da reserva

dos

Avá-canoeiro– Funai - Minaçu

- GO

A.2 - Resgate

O trabalho foi iniciado com a limpezado solo, retirando a cobertura vegetal esetorizando a área em torno da torreonde o sítio abordado está localizadosendo que, a partir dela, e seguindo asdireções Norte, Sul, Leste e Oeste,tomadas pela bússola, foram piqueteadasas linhas de trabalho, deixando-se umamargem de 8m de distância da base datorre como medida de segurança.

Uma vez delimitada a área de resgate,foram realizadas tradagens a cada doismetros, obedecendo às retas nasdireções citadas (N, S, L e W), atingindolinhas de 40m para cada lado dos quatropés da torre. Resultaram, no total, vintetradagens em cada direção, muitas delaschegando a profundidades de até doismetros. A tradagem teve como finalidadeaveriguar e exibir pontos importantespara os trabalhos de escavação, sejamespaciais ou extensivos, sejam de caráter

estratigráfico.Desta forma foram selecionadas as

áreas para aprofundamento e sendoabertos cortes de dois por dois metros,formando quadrículas no terreno, em queas profundidades variavam de acordo como aparecimento das evidências deocupação, sempre se aprofundando mais30 ou 50cm a partir da base consideradaestéril, como medida de controle. Oscortes foram escavados por níveisartificiais (10x10cm), obedecendo-se, noentanto, as camadas estratigráficas doperfil do solo.

Foi uti l izado o processo depeneiramento, sempre que o solo seachava bastante arenoso e a tipologia domaterial indicasse a necessidade destaprática.

Todo o material arqueológico (lítico,cerâmico, carvão, etc...), coletado foiarmazenado em sacos plásticos e

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etiquetados, interna e externamente, comtodas as informações da procedência domesmo devidamente escritas nestasetiquetas.

Além do preenchimento das fichas decampo, foram preenchidas as fichas doIPHAN, ainda em campo, com informaçõesgerais a respeito dos novos sítiosencontrados por este Projeto.

No final os cortes abertos foramnovamente fechados para evitar acidentescom pessoas e animais.

Todo o trabalho de resgate encontra-se

resgistrado em fotografia digital,convencional, filmes VHS - C, plantastopográficas e de localização, além dedesenhos e esquemas simplificados do sítio,do perfil do solo e das estruturas existentes.

Para o levantamento dos dados sobre ocontexto ambiental, foram utilizadas - fontesprimárias e secundárias publicadas, bemcomo fontes orais, através de entrevistascom moradores adjacentes às áreas dossítios e levantamentos a partir dasobservações feitas no local sobre osaspectos físicos / geográficos.

B. Procedimentos de Laboratório

O material arqueológico recolhido noprojeto SALTTINS, exceto casosespeciais, foi limpo com escova e logo emseguida identificado, segundo anumeração de catálogo. O número foiescrito com nanquim preto ou branco esobre este passada uma camada de baseincolor para fixá-lo.

A seguir, este material passou por umatriagem (quando esta não foi feita no campo)e por uma classificação/inventário de formaabrangente, deixando-se para mais tardeuma classificação tecnológica e funcionalmais profunda. Desta maneira, o materialarqueológico foi descrito por suascaracterísticas gerais e não completamenteinterpretado.

Alguns dos materiais, como o carvão eos sedimentos, foram inventariados emplanilha à parte.

Para a classificação e descriçãosumarizada do material arqueológico foiorganizado um quadro resumido para,

preliminarmente, satisfazer a exigência dalegislação vigente de fornecer ao órgãocompetente (IPHAN) uma lista-inventáriocontendo o acervo recolhido em campo,doravante colocado sob guarda daInstituição de pesquisa. No caso desteProjeto, por ter sido o material recolhidoprincipalmente no território do Tocantins eda Instituição responsável (IAB) ter suasede no Estado do Rio de Janeiro – ficousob a guarda do Núcleo Tocantinense deArqueologia (NUTA) da UNITINS edepositado em suas instalações na cidadede Porto Nacional - TO.

O quadro, por sua vez, servirá de baseorganizacional para os estudos posteriorese complementares que serão efetuadossobre o material.

Ele não foi incluído nesta publicaçãosobretudo por se tratar ainda de um esboçopreliminar, feito para atender à necessidadede estabelecer traços iniciais e maismarcantes, os quais poderão caracterizá-lo

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e constituir os elementos básicos de futurasunidades interpretativas culturais, a partir dasquais poderão ser estabelecidas ascorrelações necessárias com outrasunidades já conhecidas para a região.

No entanto, pode-se desde já assegurar

a sua importância, sobretudo por terem sidorecolhidos segundo uma metodologia segurae em sítios cuja localização topográfica eambiental os coloca em uma zona detransição do que se conhece para a RegiãoCentro-Oeste do Brasil e a Amazônica.

III - A Ocupação Indígena na Região

A extensa linha coberta pela redeelétrica, entre Imperatriz a Samambaia,com mais de 1,2 mil Km decomprimento, corta uma área ocupadano passado por diversas comunidadesindígenas. Sem dúvida, ainda que muitossítios se relacionem a sociedades muitomais antigas, e, portanto, anterioresàquelas conhecidas do ponto de vistaetnográfico e histórico, outros sítiospesquisados podem estar vinculados aestas, de forma que uma rápidavisualização nos dados documentais éútil para estabelecer correlações quepoderão vir a ser (ou não) confirmadacom o avanço da pesquisa.

Sabe-se através de estudos anteriores(como, por exemplo, Giraldin, 1997;Barros, 1999; Parente, 1999 e Barbosa,2002), que o sul da área pesquisada,incluindo o Estado de Goiás, era regiãoocupada pelos Cayapós, gruponumeroso e conhecido sob váriasdesignações tribais. Estes eram, por suavez, vizinhos dos índios Araxás e Goias,hoje extintos, o segundo tendo dado onome ao Estado. Os indígenas Akroás,também Jê, se estendiam pelo nordestedaquele estado, ao longo das fronteiras

do atual Estado do Tocantins, até aBahia.

Os Cayapós formavam uma sociedadeguerreira e que se expandiu sobre vastaárea geográfica.

Também eram vizinhos destes osindígenas dos grupos Xavante e Xerente,que provavelmente e até o século XIX,formavam uma única nação. Os primeirosmigraram para o interior, permanecendoos demais no território tocantinense.Hoje constitui o grupo mais denso daárea, com 27 aldeias espalhadas peloestado, que reúnem cerca de 1,7 milindivíduos localizados, principalmente, naárea de Tocantínia.

Gente que dominava os cursos dosprincipais rios, hábeis canoeiros, sofreucontínua campanha de submissão porparte dos invasores coloniais. Todosestes grupos foram contatados, pelaprimeira vez, por volta do século XVIII.

O grupo Apinayé também foicontatado naquele século de expansãocolonial pelo interior. Segundo algumasfontes poderiam ser descendentes dosTimbiras e são hoje perto de milindígenas, aldeados em sete locais, cujocentro é o município de Tocantinópolis.

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Outra referência (Secma, 1997, apud.Oliveira Jr), coloca os Timbiras comoantecedentes dos Krahôs.

Estes, os Krahôs, situam-se noslimites da área pesquisada, já ocupandoo atual Estado do Maranhão, na área doRio das Balsas e no Norte do Tocantins,onde se encontram suas 15 aldeias(municípios de Itacajá e Goiatins). Umdos grupos foi inicialmente aldeado naárea de Porto Nacional, restam hojecerca de 1,5 mil indivíduos desta etnia.Guerreiros, foram empregadosconstantemente pelos invasores comomassa de combate contra outras tribose deslocados continuamente pelo antigoterritório. Alguns integrantes da triboKrahô retornaram, em 1909, aoMaranhão, segundo Oliveira Junior(op.cit.).

O importante a consignar é que,

segundo estes dados, todas ascomunidades historicamente conhecidase estudadas pelos etnógrafos, apesar defalarem línguas diferenciadas,apresentam comportamentoassemelhado, ainda que umaspraticassem a caça mais do que outras,sendo todas horticulturas e ocupando umvasto espaço geográfico como área vital.Acrescente-se o fato, importante paranós, de pertencerem ao tronco lingüísticoMacro-Jê.

A semelhança superficial entre ascaracterísticas do material arqueológico,cuja variabilidade só se torna possívelobservar através da análise dasmicrodiferenciações técnicas, pareceespelhar e confirmar tais dados,aprofundando-os no tempo e sugerindoconstituírem uma das característicasbásicas da ocupação deste vasto espaço.

IV - Descrição dos Sítios Arqueológicos e doMaterial Recolhido

Conforme esclarecido acima,serão agora descritos os sítiospesquisados e o material oriundo decada um deles, segundo os trechosoperacionais de monitoramento eresgate. Tal descrição é precedidapor um sumário das característicasambientais e dos procedimentosadotados de acordo com a situaçãodos sítios.

Fauna típica da região, mucura (Didelphis sp.)

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A.Trecho entre Serra da Messa - GO a Gurupi - TO

SÍTIO SANTO ANTÔNIO

TORRE 540 (LT II)MUNICÍPIO DE MINAÇU - GOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 13°35’26’’S / 48°19’29’’WUTM: 22 789 512E / 84 957 73N

Sítio lito-cerâmico, localizado em terrasda fazenda Santo Antônio de propriedadedo Sr. Renan Oliveira, situa-se numa áreade vegetação de cerrado, alterada pelaatividade pastoril e a uma distância de 200mdo Córrego Bonito que compõe a bacia do

Alto Tocantins. Está compreendido emáreas de relevo colinar da unidadegeomorfológica Serra da Mesa.

Nas atividades de salvamento deste sítioo marco referencial foi à própria torre detransmissão e o alinhamento entre as torres

Setorização do sítio

arqueológico

Cortes J - 15 e L - 19

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Cerâmica

Este sítio forneceu trinta e oito cacoscerâmicos provenientes dos cortesrealizados.

O método de manufatura ou confecçãoé o acordelado. Tipos de temperoestabelecidos: mica moída e areia fina. Alémdestes, outros temperos regionais foramidentificados juntos: óxido de ferro, quartzomoído e o cariapé originário da Amazônia.Foi ainda encontrado o tempero classificadocomo “canutilho”, trata-se de pequenostubos, provavelmente originados demicroscópicos esqueletos de animais de

Lítico

Por ocasião do resgate (ano de 2002) foramcoletadas cinquenta e três peças líticas, dasquais apenas vinte foram classificadas em lascacortical, semicortical em quartzito e quartzo,

como elemento de direcionamento. Oterreno do sítio foi quadriculado em setoresidentificados com uma letra e um número,nunca repetida em cada corte, de maneiraque toda e qualquer evidência recolhidafosse claramente identificada quanto a seulugar de origem, usando tais linhasreferenciais, foram executadas vinte e cincosondagens com trado, para delimitar a áreade ocorrência de material, não restringindosomente às evidências superficiais, em cujastradagens foram coletados materiaisarqueológicos até os 20cm. A partir dos50cm, em três cortes, doze sondagensdeterminaram a existência de uma

cascalheira compacta que impediu acontinuação das escavações.

Estudando os resultados das sondagense localizando as zonas principais deconcentração de evidências, foram abertosseis cortes, dos quais em cinco aparecerammaterial arqueológico até 20cm. Aescavação como de costume por estaInstituição, se faz por níveis artificiais,respeitando-se, no entanto, as camadasnaturais ou culturais reconhecíveis.

Como procedimento padrão, foirecolhido todo o material exumado, alémdas amostras de solo e de carvão, sempreque apareçam.

água doce.A textura do material é consistente, a cor

que prevalece nas suas faces é o marrom,variando do cinza médio ao escuro no núcleodos cacos. A queima varia de redutora aoxidante.

A resistência mecânica de todo o materialé boa e independe do tratamento desuperfície que se diversifica entre alisado eáspero, isso devido à presença de temperona superfície.

Este sítio apresentou na maioria cacossimples e somente duas bordas.

medindo entre 57 x 30 x 9 mm a 20 x 20 x 6mm. Neste sítio a cerâmica e o lítico não estãoassociados, houve coleta de sedimento em doiscortes.

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SÍTIO PALMEIRÓPOLIS IITORRE 384 E 385 (LT I)MUNICÍPIO DE PALMEIRÓPOLIS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTMISACOORDENADAS:Lat. / Long.: 13°01’30’’S / 48°27’32’’WUTM: 22 775 613E / 8 558 732N

Sítio lito-cerâmico localizado na fazendaPingo d’Água de propriedade do Sr. Joséde Oliveira Souza.

Este sítio encontra-se em área de pastorecente, com capim baixo. Solocompactado de argila vermelho-amareladae afloramentos de quartzo.

O ambiente, na região é compostopela vegetação do tipo cerrado, comáreas de campo e mata ciliar. A paisagemora apresenta formações mais abertas,principalmente nas partes dos terrenosde altitudes mais elevadas (topo demorros) e nas áreas que já foramdesmatadas para formação depastagens, ora formação mais densa

representada, principalmente, pelavegetação ciliar dos cursos d’água e pelavegetação das encostas dos morros.

Em geral é constituído por áreas serranas,de altitudes elevadas, podendo atingir pontosentre 600 e 980 metros. O terreno constituium extenso vale de fundo aplainado,suavemente ondulado, com trechos emdeclives cuja superfície, também elevada, estácercada por seqüências de morros quecompõem a Serra Dourada e acompartimentação topográfica do PlanaltoSul Tocantinense.

A geologia regional é caracterizadapela presença de rochas meta-vulcânicasbásicas e ultrabásicas e de ácidas aintermediárias, além de micaxistosintercalados e quartzitos. Associados àstais seqüências meta-vulcano assedimentares ocorrem mineralizaçõesauríferas associadas com ferro,manganês, zinco, cobre e chumbo, deimportância econômica para o estado epara o município.

Cerâmica

Asa de utensílio cerâmico.

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Fragmento de fuso cerâmico.

Fragmento de vasilhame.

Foram coletados cento e noventae nove cacos cerâmicosprovenientes de tradagens e cortes.

Pela análise o método demanufatura é o acordelado, os tiposde temperos estabelecidos são:cariapé e cauxi (predominantes),semelhante a produção Amazônica.Misturados a estes, aparecem ostemperos regionais: quartzo moído,mica moída, areia fina, hematita,assim como algum feldspato ecanutilho. A textura do material éconsistente, predominando a cor marrom-clara nas faces e o núcleo é cinza-escuro. Aqueima é redutora. O tratamento desuperfície é alisado, com acabamento fino,tanto na face externa, como na interna dos

cacos simples e decorados.Este sítio apresentou sete bordas, sendo

seis bordas simples e uma com banhovermelho, asas, fusos e um fragmento devasilhame.

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Lítico

Por ocasião do resgate, em 2002, foramcoletadas treze peças das quais três foramclassificados em dois seixos com marcas deuso e dois artefatos, uma lâmina de machadopolido fraturada e um possível furador.

Este sítio teve seu material proveniente

de coletas de superfície, pelo trado e de trêscortes.

A cerâmica e o lítico estão associadosno nível 0/40 cm da trincheira 1. A coleçãode material lítico é insignificante pelopequeno número de peças apresentado.

Lâmina de machado polido

SÍTIO PALMEIRÓPOLIS IIITORRE 417 (LT -I) E 353 (LT II)MUNICÍPIO DE PALMEIRÓPOLIS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTMISACOORDENADAS:Lat. / Long.: 13°08’30’’S / 48°24’57’’WUTM: 22 780 155E / 8 545 770N

Localiza-se na fazenda Limoeiro depropriedade do Sr. José de Correia deAlmeida e caracteriza-se por ser um sítiocerâmico de superfície, a céu aberto, emvegetação de pasto, tendo como seu pontomedial o centro da Torre 353 da LT-II.

A setorização se fez em áreas de100x100m. Devido a volumosa quantidade

e dispersão do material sobre o terreno,foram delimitados quatro setores:

setor A – direção Oeste;setor B – direção Norte;setor C – direção Leste;setor D – direção Sul.A coleta de superfície realizada se limitou

a área de cada um dos setores acima.

Cerâmica

Foram coletados novecentos e oitentae nove cacos provenientes de cortes queestavão entre 0/10cm a 50/60cm deprofundidade.

Acoéme . nº 3 pag. 17

Foram coletadas quinze peçasprovenientes da superfície da área datorre e de dois cortes com profundidademáxima de 30/40 cm.

Foram classificadas oito lascas simplesem quartzo, quartzi to e arenito

silicificado, com as medidas variando de24 x 27 x 6 mm a 123 x 54 x 21 mm.

A cerâmica e o l í t ico estavamassociados, sendo a coleção líticaconstituida por pequena quantidade dematerial.

Lítico

Fuso

O método de manufatura ouconfecção do material é oacordelado. Os tipos detemperos predominantes sãoquartzo moído, mica moída eareia fina. Além destes, foramencontrados o cariapé, o cauximisturado a outro temperoregional, a hematita.

A textura do material éconsistente, com coresalternadas nas faces, marrom-amarelada ou avermelhada e o

núcleo variando do cinza-claroao cinza-escuro. A queima ébem oxidada. O material éresistente e homogêneo.

O tratamento de superfíciedestes cacos compreende entre obrilhante polido ao rudementealisado. Além de cacos simples,ocorreram cacos comdecoração, pintura e engobo,além de fusos e uma quantidadeconsiderável de bordas.

Caco corrugado

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Trata-se de um sítio cerâmico, localizadonas proximidades do sítio Palmeirópolis VI,a 500m do córrego São Rival, em área decerrado alterado por atividades deagropecuária, cujo terreno com trechosdesnudados já evidência fatores dedegradação pela erosão pluvial.

Para coleta de superfície foram

demarcados três setores A, B e C, nenhumrevelou grande quantidade de material. Aescavação se concentrou exclusivamente nosetor A. Para tanto, foram abertos seiscortes, assim finalizados: A – 20, nível 20/30; B – 20, nível 20/30cm; C – 20 nível 20/30cm; P – 16, nível 40/50cm; P – 17, nível20/30cm; P – 18, nível 20/30cm. Nos trêsprimeiros cortes,a escavação foi encerradaao atingir uma camada de cascalho.

Os demais, não foram necessárioaprofundar pela ausência de materialarqueológico.

SÍTIO PALMEIRÓPOLIS VTORRE 313 (LT II)MUNICÍPIO DE PALMEIRÓPOLIS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTMISACOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°58’31’’S / 48°29’47’’WUTM: 22 771 608E / 8 564 280N

Cerâmica

Foram coletados cinquentae sete cacos cerâmicosprovenientes de superfície ede cortes.

O método de manufatura éo acordelado. Seus principaistemperos são o cariapé e ocauxi, mas apresentamtambém mica moída, quartzomoído, hematita, quartzofumê, areia fina e pedaços dequartzo inteiro.

A textura deste materialcerâmico é bem consistente,as cores se alternam entre cinza-amarelado,marrom-amarelado e alaranjado, com onúcleo cinza-claro à escuro. A queima éredutora, o material é coeso e resistente. Otratamento de superfície é alisado a áspero,

pela porosidade encontrada, há uma finacamada de acabamento.

Foram classificados cacos simples,bordas, asas, mas não é um sítio de grandepotencial, pela quantidade de material.

Fragmento de borda extrovertida

Acoéme . nº 3 pag. 19

SÍTIO PALMEIRÓPOLIS VITORRE 316 (LT II)MUNICÍPIO DE PALMEIRÓPOLIS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°59’07’’S / 48°29’22’’WUTM: 22 772 331E / 8 563 213N

É um sítio cerâmico localizado na fazendaMeu Paraíso de propriedade do Sr. RonaldoMessias Lopes, nas proximidades docórrego São Rival (distância de 100m), umafluente do rio Tocantins, sob um terrenoem declive irregular, recoberto porpastagens, que compõe o compartimentotopográfico do Planalto Sul Tocantinense,da Serra Dourada, numa altitude de 779m.

Para o salvamento deste sítio os trabalhosse desenvolveram adotando procedimentosde demarcação de área. A partir deles, foiaberto e escavado o Corte 0 – 5 do nível 0/10cm ao nível 90/100cm, com ocorrênciade material cerâmico no nível 0/10cm, estecorte não pôde ser aprofundado, pelaocorrência de rocha laterítica compactada.

Neste mesmo corte, no nível 60/70cm eno nível 70/80cm ocorreu o surgimento dequatro buracos circulares de estacas, comprofundidade média de 10cm cada umdeles, medindo:

• o primeiro: diâmetro – 22cm 50cm x – parede Oeste 70cm y – parede Sul• o segundo: diâmetro – 25cm 40cm x – parede Oeste

Área do sítio com a sede da fazenda ao fundo

Acoéme . nº 3pag. 20

170cm y – parede Sul• o terceiro: diâmetro – 29cm 131cm x – parede Oeste 100cm y – parede Sul• o quatro: diâmetro – 29cm 32cm x – parede Norte 155cm y – parede SulEm todos estes quatro buracos foram

coletados sedimentos para datação, emboranão estivessem associado a nenhum materialarqueológico.

O corte A – 11 foi escavado até o nível60/70cm por apresentar compactaçãomédia e por atingir a camada de rochalaterítica (canga). Neste corte houveocorrência de material arqueológico no nível20/30cm.

No corte B – 11, houve ocorrência de

material cerâmico nos níveis 0/10cm ao 20/30cm. No nível 10/20cm foi coletado umgrande fragmento de borda com bojo quese encontrava entre os corte: B – 11 e B –12. Finalizando no nível 60/70cm, por atingira camada de rocha laterítica resistente.

No corte F – 30 houve ocorrência dematerial arqueológico apenas no nível 0/10cm, finalizando no nível 60/70cm,também em função da camada de rochalaterítica.

O corte Z – 1, com ocorrência dematerial arqueológico do nível 0/10 ao 10/20cm foi finalizado no nível 10/20cm, pelaalta compactação do solo e pelos vestígiosarqueológicos que estavam misturados aomaterial de refugo (provavelmente deconstrução).

Vista dos cortes A - 11 e B - 11 e estratigrafia.

Acoéme . nº 3 pag. 21

Neste sítio realizou-se uma extensa coletade superfície, respeitando os setoresdeterminados em croqui. A partir do eixocentral da setorização foi dividido em quatroquadrantes que se estenderam até os limitesde ocorrência do material cerâmico dispersona superfície. Durante a coleta de superfície,

os setores que apresentaram maiorocorrência de material cerâmico foram ossetores B, C (local onde foi encontrado alâmina de machado polido) e D. O setor Aapresentou pouca ocorrência de material nasuperfície e a vegetação de pasto dificultavaa visualização do terreno.

Cerâmica

Neste sítio foram classificados setecentose trinta e três cacos cerâmicos provenientesda superfície e dos cortes. Sua confecção éo acordelado. Os temperos quepredominam é o quartzo moído, micamoída, areia grossa, areia fina, hematita,canutilho, óxido de ferro, além de dois cacoscom tempero de origem Amazônica (cariapée cauxi).

A textura é coesa, consistente e resistente.As cores das faces dos cacos são marrom,

marrom-avermelhada a cinza-amarelada e onúcleo entre o cinza-médio a escuro. A queimaé bem oxidada, com faces e núcleo mais paraoxidante do que para redutor.

O tratamento da superfície foi classificadoentre alisado a áspero este último devido aporosidade e quantidade de temperoidentificado nos cacos.

Neste sítio classificou-se cacos simples,bordas e fundos.

Fragmento de

vasilha.

Acoéme . nº 3pag. 22

Situado em terras da fazenda Barreirasde propriedade da Srª Elizabeth AlvesBernado, no contexto da unidadegeomorfológica da Serra do Jaú, emterrenos de 441 metros de altitude (comrelação ao nível do mar), próximo aocórrego Barreiras (500m de distância),afluente do rio Santa Tereza, baciahidrográfica do Alto Tocantins.

O terreno do sítio outrora recoberto pelavegetação de cerrado, atualmente tem

SÍTIO BARREIRAS

TORRE 284 (LT II)MUNICÍPIO DE JAÚ DO TOCANTINS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°52’10’’S / 48°34’33’’WUTM: 22 763 164E / 8 576 073N

grande parte utilizado como área de pasto,antropizada pelo pisoteio do rebanho bovinoe alterada por fatores naturais, decorrentesdas chuvas torrenciais, que rasgam o solocolinar de pastagem degradada. No entanto,uma boa parte do sítio encontrava-se naárea de cerrado fechado.

Trata-se de um sítio cerâmico, a céuaberto e de superfície, situado a 124,60mSul de distância do eixo central da torre 284até o vão da torre 285 da LT – II.

O material arqueológico (cerâmico)encontrava-se espalhado na área entre estasduas torres, como também na estrada deacesso a LT – I, correspondendo às torres338 e 339, assim como na área da picadaaberta para os serviços de topografia queadentra a vegetação de mata fechada.

O material cerâmico encontrado nasuperfície apresentou-se muito fragmentado,

Identificação da área do sítio Barreiras

Acoéme . nº 3 pag. 23

como também, a única peça lítica (umfragmento de machado polido),provavelmente, quebrado pela lâmina damáquina no processo de mecanizaçãoagrícola do terreno.

O solo do sítio Barreiras apresentou umacamada superior muito fina de matériaorgânica avermelhada (em média 6cm deespessura), que se mistura ao latossolobastante homogêneo, compactado evermelho.

Foi realizada uma setorização de 40 x40m ao Sul da torre 284, abrindo-se doiscortes, respectivamente: I – 20 e T – 3, semrealização de tradagem de 10 em 10meqüidistantes, em função da altacompactação do solo laterítica.

O corte I – 20 foi escavado até o nível90/100cm, com ocorrência de materialcerâmico restrito aos dois níveis superiores.

O corte T – 3 foi finalizado no nível 80/

90cm, com ocorrência de material cerâmicoapenas no nível 0/10cm.

Todo o material coletado nestes cortes,não ultrapassou o nível 20cm deprofundidade, a grande maioria encontrava-se disperso por toda superfície do terreno,talvez, devido a enxurradas, lixiviação eprocesso de mecanização agrícola.

A partir desta situação, foram realizadasapenas coletas setorizadas de superfície,cujo trabalho desenvolvido seguiu:

setor A – direção Nordeste do sítiosetor B – direção Noroeste do sítiosetor C – direção Sudoeste do sítiosetor D – direção Sudeste do sítioEstes setores foram marcados a partir do

Eixo Centro – Médio (Ponto J/K – 1), emquatro quadrantes: A, B, C, D. Os setoresA e D atravessam a estrada de acesso daLT - I, a mesma estrada de acesso a LT-II.

Foram coletados oitenta e um cacos decerâmica, incluindo cacossimples, bordas e asas.

A técnica de manufatura é oacordelado. O temperopredominante é o cariapé,quartzo moído, mica moída,canutilho, hematita, areiagrossa e um temperodenominado mica preta, queestá sendo observado eidentificado não só no materialdeste sítio, mas também deoutros.

Cerâmica

A textura do material cerâmico éconsistente, as cores sãodiversificadas, entre cinza-amarelado ao marrom-avermelhado para as faces,enquanto que o núcleoapresenta cinza-claro. De ummodo geral o material é muitoresistente. O tratamento desuperfície é rudimente alisado,com um fino acabamento.Foram recolhidas bordas e asa.

Asa.

Acoéme . nº 3pag. 24

SÍTIO JAÚ IITORRE 218 (LT II)MUNICÍPIO DE JAÚ DO TOCANTINS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°34’48’’S / 48°37’04’’WUTM: 22 758 815E / 8 608 124N

Localizado na fazenda Boa Idéia, emterrenos do Sr. Edmilson Dias Farias, a umadistância de 300m do córrego Rebuliço,afluente do rio Santa Tereza; na unidadegeomorfológica da Serra das Caídas quecompõe o compartimento topográfico doPlanalto Sul Tocantinense, cuja área érepresentada por altitude média de 329m(relação ao nível do mar) e recoberta porpastagem degradada, representada portrechos de solo semi-desnudado. O terrenodo sítio é rodeado por seqüências demorros.

Trata-se de um sítio cerâmico desuperfície, a céu aberto, situado a 10m dedistância da estrada não pavimentada deacesso à Palmeirópolis edistante da base da torre218. O local foi setorizado,fixando a área de trabalhode 40 x 40 metros, tendocomo Marco Zero o pontoA-1. Como não houvetradagens, decidiu-se abrirtrês cortes: O - 3, D-6 e J-14.

O corte O - 3 foiescavado até o nível 60/70cm, até atingir a camadalaterítica, com ocorrência

de material cerâmico nos níveis: 0/10 e 10/20 cm. Foram feitos cinco pontos detradagens com profundidade mínima de70cm e máxima de 85cm, sem ocorrênciade material arqueológico.

O corte J-14 foi finalizado no nível 50/60 cm ocorrendo material cerâmico apenasnos níveis 0/10 e 10/20 cm. Foiaprofundado com cinco pontos detradagens, com profundidade máxima de105cm e mínima de 91cm, sem ocorrênciade vestígios.

O corte D - 6 foi escavado somente atéo nível 30/40 cm por apresentar altacompactação na camada laterítica e pelomaterial cerâmico nestes níveis, foiaprofundado através de sondagem, comprofundidade mínima de 50 cm e máximade 66cm, sem novas evidênciasarqueológicas.

Foi realizada coleta de superfície dentroda setorização do sítio, denominado desetores A e B, este último localizado no ladodireito do sítio, próximo à estrada de acessoà sede da fazenda Boa Idéia. Foi

Vista do setor C.

Acoéme . nº 3 pag. 25

determinado o setor C, que se localiza emterrenos de outra propriedade, pertencenteao Sr. José Dias Faria, do lado oposto ao

Foram coletados duzentos e noventa ecinco cacosc e r â m i c o s ,classificados emsimples, bordas efuso. Alguns combanho vermelho.

O tipo daconfecção é oacordelado. Opredomínio dotempero é o cauxi,quartzo moído, micamoída, areia fina,hematita, quartzofumê, canutilho e o cariapé.

Cerâmica

sítio Jaú II, do outro lado da estrada queliga as cidades de Peixe a Jaú do Tocantins.

A textura é coesa e o material varia nascores entre o cinza-claro, marrom-amarelado aomarrom-acinzentado eo núcleo cinza-escuroa avermelhado. Aqueima é bemoxidada.

O tratamento desuperfície é alisado,com acabamento fino,alguns cacosa p r e s e n t a mporosidade.Fuso cerâmico reconstituido

SÍTIO JAÚ IIITORRE 225 (LT II)MUNICÍPIO DE JAÚ DO TOCANTINS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°36’49’’S / 48°37’11’’WUTM: 22 758 589E / 8 604 915N

O sítio localiza-se na fazendaCachoeirinha, de propriedade do Sr. LuísCarlos Marinho do Rego e caracteriza-sepor ser um sítio cerâmico a céu aberto e desuperfície. Está a 700 m do córrego

Gameleira, afluente do rio Santa Tereza.A setorização deste sítio foi realizada

dentro da área de pastagem, cujo terrenosofreu impacto da mecanização agrícola,que provocou tanto a dispersão, quanto adestruição do material arqueológico.

O entorno da área do sítio é cercadopor uma cadeia de morros recobertos porcerrado denso, com árvores de porteelevado.

A partir da dispersão do materialcerâmico foi realizada a setorização do sítio,tomando o centro da torre 225 como eixoreferencial. A área setorizada de 40x40m,

Acoéme . nº 3pag. 26

a 124,30m de distância do centro da torre,foi posicionado o Norte Magnético a 99º e52’ de azimute. O Marco Zero do sítiodenominou-se ponto A-I.

Foram abertos três cortes: J-11; R-2 eA-20. O corte J-11 foi concluído no nível0/10 cm e 10/20 cm. A partir de 90/100cm, foram aprofundados cinco pontos detradagens, com profundidade mínima de 85cm e máxima de 107 cm, até atingir acamada laterítica. Não houve ocorrência devestígios arqueológicos em nenhum dospontos.

Objetivando avaliar o potencial do sítiofoi realizada coleta de superfície por toda aárea, de acordo com os quadrantes de

setorização a partir do Marco Zero (pontoA-I):

setor A – setorização geral do sítiosetor B – quadrante Sudoestesetor C – quadrante Noroestesetor D – quadrante Sudestesetor E – quadrante NordesteEm todos estes quadrantes foi coletado

material cerâmico e no setor E foi coletadana superfície material lítico, em nenhum doscortes apresentaram material semelhante.Como a topografia do terreno é um declive,há possibilidade do material lítico ter sidocarreado de outro local, haja visto que estetipo de matéria prima, na região, é comumocorrer próximo ao leito de rios.

Cerâmica

Pela análise o método de manufaturautilizado na confecção do material cerâmicoé o acordelado, quanto aos temperos usadosforam: quartzo moído, mica moída emisturados a estes o cauxi e o cariapé, eainda, mica preta, areia fina, canutilho e mica

dourada.O tratamento de superfície interna e

externa dos cacos cerâmicos deste sítio édo tipo alisado. Foram catalogados dezbordas e dois fundos, além de vários cacossimples.

Bordas simples

Acoéme . nº 3 pag. 27

SÍTIO JAÚ IVTORRE 235 (LT II)MUNICÍPIO DE JAÚ DO TOCANTINS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°39’35’’S / 48°36’44’’WUTM: 22 759 344E / 8 599 300N

Localizado na fazenda Boa Vista, depropriedade do Sr. Severino Pereira daSilva, há uma distância de 300m do córregoBrejo da Vaca, afluente do rio Santa Tereza,em terreno gradeado para utilização depasto.

Caracterizou-se como um sítio cerâmicoa céu aberto e de superfície, com área deaproximadamente 200 x 200m, com altopotencial de material cerâmico. Com maiorincidência na parte preservada de cerradodenso, no lado oeste do sítio. De acordocom a dispersão do material arqueológicona superfície, foi realizada uma setorização

de 60 x 40m, tornando o centro da torre235 como eixo para nortear a setorizaçãodo sítio posicionado o norte magnético a103º e 53’ de azimute. O Marco Zerodenominou-se ponto A - 1.

Foram abertos dois cortes: N - 14 e H -18.

No corte N - 14 houve ocorrência dematerial cerâmico, apenas nos níveis 0/10cm e 10/20 cm e foi concluído no nível 50/60 cm.

No corte H-18 apareceu materialcerâmico apenas no nível 0/10 cm, finalizadotambém no 50/60 cm.

No setor A foram abertos mais cinco

cortes: A - 25, finalizado no nível 30/40 cm;J - 35, finalizado no nível 40/50 cm; F - 1,finalizado no nível 60/70 cm; H-18,finalizado no nível 60/70 cm e o N - 14,finalizado no nível 50/60 cm. Todosalcançando uma camada de cascalholaterítica por volta de 50cm de profundidade.

Em virtude disto não foram feitas

Ambiente de

entorno da área

do sítioarqueológico

Acoéme . nº 3pag. 28

tradagens nos cortes finalizados.Foi realizada uma extensa coleta de

superfície. Para isso, foram demarcadosquatro setores de coleta com as seguintesdimensões:

setor A – 70 x 40 msetor B – 60 x 40 msetor C – 40 x 40 m

setor D – 70 x 60 mNo setor D foi aberto o corte AH-30,

este setor foi o único deste sítio comocorrência de material lítico na coleta desuperfície, que foi classificado comofragmento de matéria prima sem marcas deuso.

Cerâmica

Na área do sítio foram coletadossetecentas e vinte e sete cacos cerâmicosprovenientes de cortes e tradagens queapresentaram as seguintes características:

O método de manufatura é o acordelado.Os temperos regionais: quartzo, mica(ambos moídos), areia grossa, areia fina,hematita, canutilho, quartzo fumê, cauxi,micas preta e dourada. Textura resistente.A coloração das faces é variada, nos tons

marrom-claro, marrom-médio e marrom-avermelhado sendo o núcleo cinza-claro. Aqueima é oxidada nas faces.

Tratamento de superfície é rudimentealisado, com cacos de acabamento fino, eoutros com porosidade e tempero nasparedes interna e externa dos cacos.

Foram classificadas trinta e uma bordas,dois fundos, uma asa e o restante em cacossimples.

Conjunto de fundos.

Acoéme . nº 3 pag. 29

SÍTIO PARAÍSO ITORRE 156 (LT II)MUNICÍPIO DE TALISMÃ - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°20’25’’S / 48°46’04’’WUTM: 22 841 727E / 8 634 737N

Localizado na fazenda Paraíso depropriedade do Sr. Hamilton Vieira. É umsítio cerâmico de superfície, a céu aberto,exposto a intempéries (sol e chuva), em áreade vegetação de capoeira, com algunstrechos de cerrado desmatado e serecompondo.

O relevo compreende uma superfícieplana, com altitudes que variam entre 270 a300m, os terrenos são banhados pelo rioCana Brava, compondo parte das áreas deDepressão do Alto Tocantins.

O rio Cana Brava é o principalabastecedor do contexto do sítio, é umafluente direto da margem esquerda do rioSanta Tereza e componente da rede dedrenagem da bacia hidrográfica do rioTocantins.

O clima regional é tropical úmido, commoderada deficiência hídrica no inverno eelevada temperatura nos meses de julho,agosto e setembro, com precipitação médiaanual entre 1.400 à 1.600mm.

No sítio não houve trabalho desondagem. Assim, a setorização tomoucomo centro a própria torre 156,aproveitando a área aberta de suaconstrução. Esta torre pertence a LT – II etem como correspondente na LT – I a torre190.

O sítio foi setorizado em 40x40m e maisquatro setores, de acordo com os aterrosde cabo desta mesma torre:

Área no entorno do sítio

Acoéme . nº 3pag. 30

setor A – Leste do sítiosetor B – Norte do sítiosetor C – Oeste do sítiosetor D – Sul do sítioEstá subdivisão foi realizada para

proceder a coleta dos fragmentos decerâmica na superfície.

Foram abertos três cortes: A – 20, S – 9e N – 16.

O corte A – 20 foi finalizado no nível 90/100cm, com ocorrência de materialcerâmico nos níveis: 0/10cm e 20/30cm. Neste corte, ao atingir onível 90/100cm, também foirealizado cinco pontos detradagens , com profundidademínima de 83cm e máxima de107cm.

O corte N – 16 foi escavado atéo nível 90/100cm, com materialarqueológico no nível 10/20cm enos níveis 20/30cm. Neste nível foirealizada cinco tradagens, onde aprofundidade mínima foi de 42cm

e a máxima de 52cm, todos chegando arocha matriz, “canga”.

O corte S – 9, foi escavado até o nível90/100cm, com ocorrência de material emníveis 10/20cm e no nível 20/30cm. Foramtambém, neste corte realizados cincotradagens, no nível 90/100cm, comprofundidade máxima de 62cm e mínima59cm, também atingindo a camadalaterítica, sem ocorrência de materialarqueológico.

Estratigrafia do corte N - 16

O material cerâmico é proveniente dasuperfície e dos cortes, apresentou cento etrinta e quatro cacos, compreendidos emcacos simples, bordas e fuso.

O método de manufatura é o acordelado.Prevalecem no material cerâmico ostemperos regionais: quartzo moído e micamoída. E ainda misturados a estes estão: ocauxi, cariapé, óxido de ferro, areia fina,hematita, quartzo fumê, amianto, assim como

alguns quartzos hialino e leitoso.Como todos os outros sítios em relação à

textura do material, neste também ela é coesa.Há uma variação de cores nas faces como:marrom-avermelhada, cinza-médio e nonúcleo cinza-claro a médio. Queima mais pararedutora, o material é bem resistente. Otratamento é brilhante, com acabamento fino,somente em alguns cacos apresentamporosidade.

Cerâmica

Acoéme . nº 3 pag. 31

SÍTIO SUCUPIRA ITORRE 116 (LT II)MUNICÍPIO DE SUCUPIRA - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°11’47’’S / 48°53’33’’WUTM: 22 729 118E / 8 650 873N

Sítio predominantemente cerâmico a céuaberto, distantes 150m do córregoCabeceira Grande, um afluente do rio CanaBrava. Localiza-se precisamente na fazendaBoa Sorte, pertencente ao Sr. JusabdonNaves Cançado.

O terreno deste sítio encontra-setotalmente desmatado e gradeado por vezesconsecutivas, para implantação de pastagem.Atualmente encontra-se preparado para oplantio de soja.

A área apresenta solo argiloso eafloramento de laterita concrecionária. Orelevo é plano, com cotas de 288m dealtitude.

O sítio teve como referência o centro datorre 116 da LT - II, para indicação doMarco Zero (ponto L - 1), que se localizaentre o vão das torres 140 e 141 da LT - I.

Não se efetuou tradagens para o resgate,a área do sítio foi delimitada por umasetorização de 40x40m, a partir de 10m dedistância da torre, obedecendo a indicaçãoda coleta de superfície durante a etapa demonitoramento, na direção de um dosquatro cabos de sustentação, na porçãoNoroeste da área.

Foram abertos três cortes, sendo oprimeiro deles na direção Noroeste (corteT - 9); o segundo a Oeste, na extremidadedo sítio (corte S - 19) e o terceiro no centro

Entorno da área do sítio.

Acoéme . nº 3pag. 32

da setorização (corte J - 11).O corte T-9 teve sua profundidade

máxima de 90/100 cm até atingir a camadarochosa de solo laterítico (canga).

O corte S-19 também foi finalizado nonível 90/100 cm, porém, neste corte foramabertos cinco pontos de tradagem, comprofundidade mínima de 16 cm e máximade 60 cm até atingirem a camada laterítica.

O corte J - 11 finalizou no nível 50/60cm, devido também a compacta camada de

solo laterítico.O único corte que apresentou material

arqueológico cerâmico foi o T - 9, mesmoassim, somente no nível 10/20cm. Aocorrência de material arqueológicorealmente confirmou-se na direçãoNoroeste, ou seja, em local mais baixo,próximo à vazante do curso d’água eatravessado pelas torres 115 e 116 da LT -II.

O material cerâmico é proveniente desuperfície dos cortes. Foram encontradossomente seis cacos cerâmicos, sendo cincocacos simples e uma borda.

Seu método de manufatura é oacordelado. O tempero predominante é o

Cerâmica

cariapé, areia fina, canutilho e hematita. Atextura é coesa. O material apresenta facesna cor alaranjada e com o núcleo cinza-claro. A queima é redutora e o tratamentode superfície é o alisado, com finoacabamento.

Fragmento de prato ou assador.

Acoéme . nº 3 pag. 33

Estratigrafia do corte T-8, nível 110/120 cm.

SÍTIO SUCUPIRA IITORRE 148 (LT II)MUNICÍPIO DE SUCUPIRA - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 12°18’25’’S / 48°47’37’’WUTM: 22 739 962E / 8 638 508N

Trata-se de um sítio cerâmicoa céu aberto, localizado em terrasda fazenda Santa Paula do Nortede propriedade do Sr. VanderleiMendonça Vieira, nasproximidades da torre 148, daLT-II, que tem comocorrespondente e referencial atorre 181 da LT-I.

O solo do sítio encontra-serecoberto por pastagemformada, está distante 150m damargem do rio Cana Brava, áreade inundação, cujo ambienteatinge cotas altimétricas de 257m (acima donível do mar).

Neste sítio não houve tradagens e o seuresgate se procedeu a partir da delimitaçãoda área, por uma setorização de 40x40m,usando o centro da torre 184 comoreferencial para marcação do ponto zero(ponto L-1).

Durante a etapa de monitoramento, omaterial coletado na superfície do solo,concentrava-se no sentido Sul da torre.

Por ocasião do resgate, próximo ao ladodireito de um dos aterramentos do cabo,no sentido Sudoeste da torre 184, verificou-se um “monte de terra preta”, com diâmetrode 9m por 94cm altura (em relação ao níveltopográfico do terreno do sítio). Na dúvida

de que fosse um sítio arqueológico ou umdepósito de material orgânico depositadopelas obras de implantação da torre, foi feitoum corte estratigráfico no centro deste“monte”.

Na extensão da área do sítio foramabertos três cortes, respectivamente: B-19,L-3 e T-8.

O corte T-8 (localizado justamente no

centro do monte de terra preta) foi escavadoaté o nível 110/120 cm, com ocorrência dematerial cerâmico nos níveis: 0/10 cm; 60/70 cm; 70/80 cm e 90/100 cm. No nívelfinalizado, mesmo sem ocorrência dematerial arqueológico, foram perfuradoscinco pontos de tradagens dentro destecorte, com profundidade mínima de 100 cme máxima de 110 cm, não houve evidênciasarqueológicas em qualquer dos pontos.Assim, por apresentar apenas um caco decerâmica na primeira camada do corte (nível0/10 cm) e o restante do material cerâmico,ocorrendo apenas nos níveis bem abaixo(correspondendo ao nível padrãotopográfico do sítio), sem qualquerseqüência, ficou atestado que o “monte de

Acoéme . nº 3pag. 34

terra preta” era apenas um depósito deentulho orgânico retirado da área da torre.

O corte B-19, mais próximo à margemdo rio Cana Brava, foi escavado até o nível90/100 cm, com ocorrência de materialarqueológico nos níveis 0/10 cm, 10/20 cme 20/30cm. No nível da escavaçãofinalizada, aprofundou-se o corte com cincopontos de tradagens de profundidademínima de 131cm e máxima de 153cm, atéatingir a camada argilosa, sem material

arqueológico.O corte L - 3, finalizado no nível 90/

100cm apresentou material arqueológiconos níveis: 0/10cm, 10/20cm, 30/40cm e40/50cm.

A partir do último nível escavado foramabertos cinco pontos de tradagens, comprofundidade mínima de 119cm e máximade 128cm, até a camada argilosa, semocorrência de material arqueológico emnenhum dos pontos.

Foram coletados cento e dois cacoscerâmicos provenientes da superfície e de cortes.

Cacos simples, bordas, entre estes, algunsapresentam êngobo vermelho, branco e banhovermelho. O método de manufatura é oacordelado. No tempero predomina o quartzomoído, mica moída, areia fina, óxido de ferro,

Cerâmica

canutilho, hematita, e alguns grãos de amianto.A textura é coesa. As cores das faces sãocinza-claro, marrom-médio e avermelhado e onúcleo cinza-médio a escuro. Queima bemoxidada. O tratamento de superfície é alisado,somente em alguns cacos se observa apresença do tempero na face externa.

SÍTIO GURUPI ITORRE 575 E 576 (LT I)MUNICÍPIO DE GURUPI - TOREGISTRADO: PROJETO SALTMISACOORDENADAS:Lat. / Long.: 13°35’26’’S / 48°19’29’’WUTM: 22 789 512E / 8 495 973N

A área do sítio está localizado no vãoentre as torres 575 a 576 da LT - I, nafazenda Independência, de propriedade doSr. João Gomes de Sousa, é um sítiocerâmico a céu aberto e encontra-se emmeio a um pasto em uso pelo rebanho

bovino.O sítio encontra-se descontextualizado e

quase destruído por várias vezes ter sidorevirado pela “grade” de trator.

A vegetação original foi substituida pelapastagem rasteira e apresenta vegetaçãomais avolumada nas margens dos córregosBandeira e Cabeceira Verde.

Há muita laterita espalhada pelasuperfície do solo e cascalheira a certaprofundidade, no entanto, é tambémformado por latossolo arenoso decoloração vermelho-amarelada.

Foi realizada uma extensa coleta desuperfície, o material estava disperso mais

Acoéme . nº 3 pag. 35

para a área da LT - I do que para a área daLT - II.

A setorização foi realizada numa área de80m de largura por 80m de comprimento,com linhas interiores e paralelas de 10x10m.

Nesta setorização foram marcadospontos de 20x20m e receberam a

denominação de A - 1 até I - 10, em cadaponto foi feita uma tradagem, cujaprofundidade variava de acordo com oterreno, atingindo o nível de 110cm, sendoque em nenhum ponto foi encontradomaterial arqueológico na área onde deverápassar a LT - II.

Fragmentos de bordas.

Cerâmica in situ

Por ser om a t e r i a lc e r â m i c oexclusivamenteproveniente dacoleta desuperfície, nãofoi classificadopor ocasiãodesta primeirafase de análises.

Cerâmica

Acoéme . nº 3pag. 36

SÍTIO GURUPI IITORRE 587 (LT I)MUNICÍPIO DE GURUPI - TOREGISTRADO: PROJETO SALTMISACOORDENADAS:Lat. / Long.: 11°40’11’’S / 48°58’21’’WUTM: 22 721 021E / 8 709 164N

O sítio situa-se junto àtorre 587 da LT-I, na fazendaRian, de propriedade do Sr.Kleber Rocha.

O ambiente compreendeárea de brejo, constituída pelanascente do rio Gurupi. AOeste da linha da LT - I e naárea próxima da linha da LT -II o terreno também ébanhado por brejo e pelocurso do rio Gurupi.

A vegetação original érepresentada por palmeirasTucum (Bactris setosa) eBurutis(Mauritia vinifera) queacompanham a extensão do brejo e porpastagem nativa, outrora utilizado pelorebanho bovino, hoje acha-se abandonada.

É uma região de morros, relevo emaclives e declives.

O solo é argiloso, de coloração escuranas margens do rio e dos brejos e vermelha

nas áreas afastadas. Há muita laterita dispersa pela superfície

e nódulos de quartzo espalhados pela áreado sítio.

Para o resgate do sítio foi realizada umasetorização alfanumérica, onde forammarcados quarenta pontos de tradagens,cuja profundidade variou de acordo com o

terreno (máxima de 2,70m). Em nenhumadas quarenta tradagens realizadas, ocorreumaterial arqueológico em profundidade, naárea onde deverá passar a LT-II.

É um sítio lítico caracterizado eclassificado por ocasião do ProjetoSALTMISA (Acoéme n° 1).

Neste sítio foram coletadas duas peças,mas apenas uma foi classificada em lascaretocada em quartzo, medindo 61 x 42 x

Lítico

Área da LT - I, tendo ao fundo a nascente do rio Gurupi.

32 mm, retirada de uma profundidade de130 cm pelo trado.

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SÍTIO GURUPI VTORRE 19 (LT II)MUNICÍPIO DE GURUPI - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 11°43’41’’S / 49°04’14’’WUTM: 22 712 303E / 8 693 497N

Localiza-se dentro da fazenda Bela Vista,de propriedade do Sr. Amândio Mendes.

É um sítio cerâmico de superfície, a céuaberto, terreno recoberto por vegetação depasto que já foi bastante gradeado, compredomínio de palmeiras Bacaba(Oenocarpus circumtextus). Oprocedimento de “gradear” causainterferência no solo até 20cm deprofundidade, o que para um sítio poucoprofundo como este, causa danosirreparáveis ao material arqueológico.

O solo, caracteriza-se por uma camadaorgânica superficial, recobrindo a camadaareno-argilosa, de cor marrom-avermelhada, que sofreu interferências peloaterramento dos cabos da torre 19, cujaintervenção contribuiu para o aflorar domaterial arqueológico.

Para o resgate do sítio delimitou –se aárea por uma setorização de 100x60m,usando o próprio centro da Torre 19, comoponto médio, tendo como marco zero oponto A - 1.

Foram feitos setenta e sete pontos detradagens (linha alfabética) A, B, C, D, E,F e G (do número 1 ao 11), eqüidistantesem 10m, com profundidade máxima de219cm e mínima de 65cm, sem ocorrênciade material arqueológico. Com essasituação foi interrompida a perfuração de

alguns pontos e realizado a demarcação deum novo setor “B”, mais próximo a cercade arame farpado, onde foram encontradosvários fragmentos de cerâmica.

O primeiro foi denominado setor “A”. Alinha A do setor A, serviu de base para osetor B, a 30m de distância do A e comsetorização de 30x60m

Foram marcados vinte e oito novospontos de tradagens H, I, J e K (número 1ao 7), sendo que em nenhum deles foiencontrado material arqueológico, comexceção do ponto J - 2, onde reveloumaterial cerâmico a 18cm de profundidade.

Com essas evidências arqueológicasdecidiu-se estender a linha alfabética dosetor B em direção à estrada onde apareceumais material, realizou-se mais três pontosde tradagem além da cerca, entrando emuma área de mata nativa e fechada.

Criou-se uma linha de extensão,eqüidistante em 10m, sendo que muitos dospontos não foram abertos por se localizaremno meio da estrada. Foram abertos ospontos que se localizavam no interior damata, alguns com profundidade de 6cm eoutros com 149cm. Observou-se, então,que a maior concentração de material destesítio, achava-se fora do limite da fazendaBela Vista.

De acordo com a sondagem realizada,abriu-se um corte no setor “B” e algunsoutros nas linhas de extensão deste mesmosetor.

Desta forma, o corte J - 1 atingiuprofundidade de 40cm, com ocorrência dematerial cerâmico no nível 10/20cm. O corteU - 19, com profundidade máxima de 40cme com ocorrência de material cerâmico nonível 10/20cm.

Acoéme . nº 3pag. 38

Cerâmica

Por ocasião do resgate do sítio foramcoletados cento e quarenta e um cacoscerâmicos provenientes da coleta desuperfície, das tradagens e dos cortesrealizados no perfil do solo. Classificadoscomo cacos simples, bordas e alguns comengobo vermelho.

A técnica de confecção foi oacordelado.

No tempero da cerâmica aparecem:quartzo e mica moídos, misturados a estesóxido de ferro, hematita, quartzo fumê,

Cerâmica in

situ.

areia fina, canutilho. A textura dos cacosapresentam textura coesa, são leves eresistentes. As cores que predominaramforam cacos marrom-médio, rosa-claro,cinza-médio e núcleo cinza-escuro emarrom-avermelhado. De queimaredutora .

O tratamento de superfície foiclassificado em bom e ruim: bom por seralisado e ruim por apresentar tempero nasuperfície e por ser poroso.

SÍTIO GURUPI VITORRE 22 (LT II)MUNICÍPIO DE GURUPI - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 11°49’21’’S / 49°03’18’’WUTM: 22 711 894E / 8 692 340N

O sítio localiza-se dentro da fazendaTanabi, de propriedade do Sr. José SantosAndrade, junto à torre 22 da LT-II. Foidescoberto durante a etapa demonitoramento.

O local caracteriza-se por uma vegetaçãode pasto para a criação de gado, compoucas árvores do cerrado. Em frente a área

Acoéme . nº 3 pag. 39

do sítio também encontra-se uma outrapropriedade, cujo dono não é o mesmoproprietário da fazenda citada acima. Estelugar é recoberto por vegetação de matanativa.

É um sítio cerâmico a céu aberto e desuperfície, localizado numa planície, sobreuma vegetação de pastagem.

O terreno sofreu impacto da máquinaagrícola que interferiu até 20cm, revolvendoo solo, emergindo o material arqueológicoe promovendo a dispersão do mesmo porgrande extenção da área. A cerâmicaencontra-se muito fragmentada e dispersa,inclusive na estrada de acesso à fazenda.

O solo é caracterizado pelo latossoloavermelhado até a camada laterítica, estaúltima varia em profundidade no terreno eno sentido Norte apresentou na superfíciedo solo.

Devido a extensão da área do sítiodecidiu-se pela setorização padrão de60x100m, porém com uma extensão delinhas paralelas à linha numérica do sítio,tendo o Marco Zero como o ponto desondagem D - 1 e que se distancia cerca de30m, fazendo um ângulo de 90 graus, coma linha de 40m perpendicular à torre 22.

Desta forma, foram abertos três pontosde tradagens, dentro da vegetação da mata.

Cada linha de extensão eqüidistantes em10m, feita em todas as linhas alfabéticas,com exceção da linha G, devido a uma casade abelhas.

A linha A totalizou 13 pontos, as linhasB, C, D, E e F totalizaram 14 pontos, alinha G, somente 11 pontos. No total foramfeitos noventa e quatro pontos de tradagens,também eqüidistantes em 10m, que tiveramprofundidade máxima de 116cm eocorrência de material arqueológico emapenas vinte e um pontos.

Foram abertos três cortes: AD - 3, I - 23e Q - 31.

O corte AD - 3 foi finalizado no nível120cm, sendo abertos cinco pontos detradagens, um em cada vértice e mais umao centro, com profundidade máxima de100cm e mínima de 50cm por atingir acamada laterítica, sem ocorrência dematerial arqueológico.

O corte I - 23 foi escavado e finalizadono nível 140/150cm, devido aoaparecimento de solo laterítico, comocorrência de material arqueológico nosníveis 0/10 e 10/20cm.

O corte Q - 31 foi escavado e finalizadono nível 10/20 e, no final do nível 110cmforam feitos cinco pontos de tradagens, semocorrência de vestígios arqueológicos.

Foram encontrados cento e setenta cacoscerâmicos, a maioria simples, duas bordas,dois fundos, um aplique, são materiaisprovenientes da coleta de superfície, trados

Cerâmica

e cortes. A confecção deste material é o

acordelado. Os temperos que prevalecemsão o quartzo e a mica moída, areia fina e

Acoéme . nº 3pag. 40

grossa, hematita, canutilho, óxido de ferroe o cariapé. De textura coesa e a corvariando nas faces, do marrom-avermelhado ou amarelado ao cinza-médio

e o núcleo cinza-escuro. A queima é bemoxidada. Tratamento de superfície dos cacosentre alisado ao áspero.

SÍTIO GURUPI VIITORRE 23 (LT II)MUNICÍPIO DE GURUPI - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 11°49’36’’S / 49°03’23’’WUTM: 22 711 750E / 8 691 874N

O sítio localiza-se na fazenda Tanabi, depropriedade do Sr. José Santos Andrade,junto à torre 23 da LT - II, descoberto porocasião da etapa de monitoramento.

É um sítio cerâmico a céu aberto e desuperfície, localizado numa planície sobreuma área de pastagem com intensa atividadepecuária. O terreno sofreu impacto pormecanização agrícola até a profundidade de20cm, este processo revolveu o solo,

emergindo o material arqueológico epromovendo a dispersão do mesmo poruma grande área. O material cerâmico éescasso, fragmentado e encontrado empouca profundidade e por toda superfícieda área delimitada do sítio.

O solo é caracterizado como latossoloavermelhado, até a camada laterítica(canga), que varia de acordo com aprofundidade do local, a Sudeste da torreeste material aflora pela superfície doterreno.

Devido ao escasso material cerâmico,decidiu-se por uma setorização menor, de40x60m, com uma linha perpendicular àtorre 23, de 40m, que fez um ângulo de 90graus com outra de 30m, marcando o localonde se inicia o Marco Zero deste sítio(ponto C - 1 – da sondagem), totalizando a

Aplique com decoração de zoomorfo.

Acoéme . nº 3 pag. 41

linha alfabética em A, B, C, D e E e a linhanumérica de 1 ao 7.

Foram feitos trinta e cinco pontos detradagens, cuja profundidade máxima foi de173cm e mínima de 122cm por atingir acamada laterítica. Sem ocorrência dematerial arqueológico em nenhum dospontos.

O corte L - 4 foi escavado até o nível

120/130cm, com ocorrência de materialcerâmico apenas no nível 0/10 cm.

No nível 130cm, devido ao poucomaterial arqueológico, decidiu-se abrir cincopontos de tradagens neste nível, um em cadavértice e mais um ao centro, comprofundidade máxima de 85cm e mínima de58cm, todos sem ocorrência de materialarqueológico.

O material é proveniente de superfíciee cortes, sendo que foram encontradosapenas três cacos cerâmicos, na áreadeste sítio.

Neles o método de manufatura é oacordelado. O tempero predominante é

Cerâmica

o cauxi, cariapé, areia fina e canutilho. Atextura deste material é coesa. Possuemcor cinza-amarelada nas faces e cinza-claro no núcleo. De queima redutora. Otratamento foi considerado brilhante epolido com argila homogênea.

B.Trecho entre Gurupi a Miracema do Tocantins - TO

SÍTIO ALIANÇA IITORRE 530 (LT I)MUNICÍPIO DE ALIANÇA - TOREGISTRADO: PROJETO SALTMISACOORDENADAS:Lat. / Long.: 11°27’33’’S / 48°54’34’’WUTM: 22 728 077E / 8 732 423N

O sítio localiza-se junto a torre 530 daLT-I, na fazenda Vou Te Laçar depropriedade do Sr. Pedro Alves Cordeiro.Trata-se de um sítio já pesquisado duranteo Projeto SALTMISA e que evidenciou

material arqueológico cerâmico tanto na áreada LT-I, quanto na área da LT-II, o queobrigou a equipe de resgate do ProjetoSALTTINS a realizar uma extensasetorização que se estendeu da área da LT- I até a área da LT-II.

Estabeleceu-se o ponto A - 1 à 140m datorre 530 da LT - I, nessa setorização de100m de largura por 100m decomprimento, foram realizados ao todo,cento e vinte e uma sondagens com trado,em uma área de 10.000m² comprofundidades variadas devido ao terreno.A maior profundidade foi de 130cm e a

Acoéme . nº 3pag. 42

mínima foi de 20cm, em alguns pontos foievidenciado material arqueológico, nuncaultrapassando os 20cm.

Foram abertos os cortes (F - 26, AH -11, AS - 30, AS - 31), em pontos ondeforam coletados materiais, os quais foramdescidos até a profundidade de 40cm (F -

26) e os demais até 50cm, o materialcerâmico foi coletado até o nível 10/20cm.

No corte AS - 31, no nível 10/20cm, foiencontrada uma grande peça fragmentadaque se estendia pela parede do corte AS -30, o que resultou na abertura deste corte,a única encontrada.

Foram coletados quinhentos e oitenta eum cacos cerâmicos provenientes de cortese tradagens.

A confecção apresentada é o acordelado.O tempero que aparece é o quartzo e a micamoída, além desses temperospredominantes, também são encontrados ocauxi e o cariapé misturados a eles, outrostemperos regionais: hematita, óxido de ferro,areia grossa, quartzo fumê e canutilho.

Cerâmica

Material de textura consistente. As coresque prevalecem nas faces são o cinza-claro,marrom-avermelhado e o núcleo cinza-médio. As faces internas e externas sãoredutoras com o núcleo oxidante. Otratamento de superfície varia de rudimentealisado a áspero, apresentando porosidadena superfície por causa da quantidade detempero utilizado quando da confecção dosobjetos cerâmicos.

Área do sítio, vista da base da torre (LT - II) - sentido norte.

Acoéme . nº 3 pag. 43

SÍTIO MIRORÓ

TORRE 273 (LT I)MUNICÍPIO DE PUGMIL - TOREGISTRADO: PROJETO SALTMISACOORDENADAS:Lat. / Long.: 10°30’46’’S / 48°52’55’’WUTM: 22 731 811E / 8 837 105N

O sítio encontra-se localizado na fazendaDois Irmãos, de propriedade do Sr. JoãoGomes de Sousa, junto a torre 273 da LT -I. É um sítio cerâmico, encontrado em meioa área de pasto, com pouco materialarqueológico, representadopor fragmentos cerâmicosespalhados pelo solo.

O terreno onde estásituado o sítio, foi por váriasvezes revirado pela “grade”do trator, por este motivo omesmo encontra-sedescontextualizado e quasedestruído.

Junto a esta torre encontra-se uma vegetação densa quese estende por uma área deaproximadamente 50.000 m²,a mesma parece ter sidoresurgida e não ser àvegetação primária da região(área de capoeira).

Há muita laterita espalhada pelasuperfície e cascalheira a certaprofundidade, mas o solo é quase todoformado por latossolo arenoso decoloração vermelho-amarelado, é um solopouco compactado, de fácil escavação eúmido à profundidade de 40cm.

Foram feitas duas setorizações: A e B.A área A setorizada foi de 60m de largura

por 100m de comprimento, totalizando umaárea de 6.000m² onde foram marcadossetenta e sete pontos de tradagens de10x10m para delimitar a área do sítio, estespontos receberam a denominação de A - 1até G - 11.

Em cada ponto foi realizada umatradagem cuja profundidade variava deacordo com o terreno, a maior profundidadealcançada foi de 248cm e a menor foi de125cm. Em apenas 2 pontos (B - 5 e E - 4)encontrou-se material arqueológico

respectivamente nas profundidades de 13cme 19cm, na área onde deverá passar a LT -II.

Nestes locais foram abertos dois cortesde 2x2m, o corte E - 21 e o corte U - 16, eoutros quatro cortes, devido ao materialencontrado na superfície, cortes E - 8, J -6, J - 7 e I - 8.

Área de capoeira no entorne da torre (LT - I).

Acoéme . nº 3pag. 44

Foram coletados cento e vinte e cincocacos cerâmicos provenientes da coleta desuperfície e da escavação de cortes.

A confecção é o acordelado. O tipo detempero encontrado foi cariapé e cauxi,

Cerâmica

Todo o material coletado encontrava-senos níveis 0/10cm e 10/20cm, com exceçãodos cortes J - 6 e J - 7, onde devido a umburaco dentro deste último corte, foiencontrado material cerâmico no nível 60/70cm.

Nos cortes E - 8 e I - 8, não houveocorrência de material arqueológico.

A 40m da setorização A foi encontrado

um marco da LT - II de número 234, foifeita então a setorização (B) alfanuméricade 4x20m, na qual foram abertos quinzepontos de tradagens para verificar se haviamaterial arqueológico, porém semocorrência.

Este sítio já havia sido trabalhado poracasião do Projeto SALTMISA (Acoéme n°1).

apresentou também quartzo moído,hematita, areia fina, óxido de ferro e canutilho.A textura coesa e as cores das faces domaterial são marrom-médio, marrom-amarelado e marrom-avermelhado com o

Fragmento de cerâmica com o tempero

predominante Cariapé(em detalhe na foto)

Acoéme . nº 3 pag. 45

núcleo cinza-escuro. A queima é bemoxidada. Todo material é resistente tendo ounão tempero na superfície. O tratamento desuperfície é alisado a rudimente alisado, comtempero na superfície, mas ocorrem alguns

cacos simples com acabamento fino e cacosdecorados que apresentam pintura branca eengobo branco. Outras decoraçõesencontradas são o entalhado, ungulado e oescovado.

SÍTIO MIRACEMA

TORRE 101 (LT I)MUNICÍPIO DE BARROLÂNDIA - TOREGISTRADO: PROJETO SALTMISACOORDENADAS:Lat. / Long.: 09°54’30’’S / 48°40’21’’WUTM: 22 755 215E / 8 903 836N

O sítio localiza-se junto a torre 101 daLT - I, na fazenda Caridade de propriedadedo Sr. Adenísio José Dias.

É um sítio cerâmico, de superfície epequena profundidade. Encontra-se numpasto em uso e por várias vezes reviradona operação conhecida como “gradear” osolo, por este motivo o sítio encontra-seimpactado.

É uma região plana e sem vegetaçãodensa, com exceção de uma pequena áreana direção Norte que deve ser reserva ouárea de proteção obrigatória. Mais aoNorte do sítio, (cerca de 800m) há umcórrego de nome Caridade.

O solo é argiloso de coloração vermelha-amarelada e de pouca compactação o quefacilita a escavação. A primeira camada maissuperficial é um pouco mais escura devidoà proximidade com a cobertura vegetal.

A equipe realizou nessa área umasetorização alfanumérica de 60x100m,foram marcados setenta e sete pontos detradagens para determinar os limites do sítio.

Cada tradagem variou na profundidademáxima de acordo com a compactação doterreno, nos pontos A - 1 a 110cm, A - 5 a16cm, A - 7 a 13cm e F - 8 a 10cm. Foramcoletados material arqueológico na áreaonde deverá passar a LT-II.

Marcou-se cinco cortes de 2x2m (A - 1,A - 21, A - 31, AB - 36 e AG- 21) pararesgate, sendo coletado material em todosos cortes até uma profundidade máxima de30cm.

Durante esse resgate do ProjetoSALTTINS, pouco material foi encontradoneste sítio, junto a área da LT-II.

Foram coletados cento e oitenta e trêscacos cerâmicos provenientes de coletas nasuperfície e pela escavação dos cortes.

A confecção do material é o acordelado

Cerâmica

e os temperos predominantes são o cariapé,cauxi, mica moída, óxido de ferro, areia fina,hematita. Textura coesa, as cores são cinza-claro, alaranjado, avermelhado, cinza-

Acoéme . nº 3pag. 46

amarelado, marron-médio e o núcleo cinza-médio a escuro. A queima é bem oxidada.O tratamento de superfície alterna entre bome ruim, bom por apresentar leveacabamento na superfície e ruim em alguns

cacos por não apresentarem nenhum tipode acabamento.

O material deste sítio foram classificadosem cacos simples, bordas e fundos.

SÍTIO CANAÃ

TORRE 70 (LT II)MUNICÍPIO DE MIRACEMA DO TOCANTINS -TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 09°49’47’’S / 48°38’07’’WUTM: 22 759 376E / 8 912 504N

Localiza-se na fazenda Canaã, depropriedade do Sr. Ademir Venâncio daSilva, próximo ao córrego Gameleira,distante 100 m, em terrenos de cotasaltimétricas de 234m, recobertos porvegetação ciliar, aindapreservada.

É um sítio cerâmico acéu aberto e desuperfície, com poucaocorrência de materialcultural. Nele foiencontrado o materialcerâmico na superfíciedo solo, exatamente naestrada de acesso daLT - I e no acesso àtorre 70 da LT - II.

A sua área foisetorizada em quatrosub-áreas de 40x40 m,assim, respectivamente

identificadas:setor A – direção Nordeste;setor B – direção Noroeste;setor C – direção Sudoeste;setor D – direção Sudeste.Em todos estes setores foi realizada

coleta de superfície, porém, só foi coletadomaterial cerâmico do setor D, quecorresponde à estrada de acesso da LT - I.Este sítio foi inicialmente tradado de 10x10meqüidistantes, com profundidade entre 15cme 83cm, havendo ocorrência de materialcerâmico no ponto A - 4, onde foi aberto ocorte A - 15.

O corte P - 11 foi escavado até o nível

Área do sítio.

Acoéme . nº 3 pag. 47

60/70cm, sendo finalizado por atingir umacamada de sedimentação argilosa de altacompactação. Houve ocorrência dematerial cerâmico apenas no nível 0/10cm.

O corte A - 15, também finalizado nonível 60/70cm, pelo mesmo motivo do corteanterior, houve ocorrência de cacoscerâmicos nos níveis 0/10cm e 10/20cm.

Neste sítio foram coletados apenastreze cacos cerâmicos, provenientes desuperfície, trado e cortes.

O tipo de confecção dos cacos é oacordelado. O tempero predominante éo quartzo moído, sendo tambémencontrados mica moída, cariapé,hematita e areia fina. A textura do materialcoesa e resistente. As cores nas faces do

Cerâmica

material são marrom-claro, marromamarelada, cinza-alaranjada e o núcleocinza-escuro. A queima foi consideradacomo redutora.

O tratamento de superfície é rudimentealisado, com pouco acabamento e algunstemperos na superfície.

Foram classificados somente comocacos simples.

SÍTIO PILÃO

TORRE 73 (LT II)MUNICÍPIO DE MIRACEMA DO TOCANTINS -TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 09°50’35’’S / 48°38’32’’WUTM: 22 758 609E / 8 911 022N

Encontrado na fazenda Canaã, napropriedade do Sr. Ademir Venâncio daSilva, caracteriza-se por ser um sítio lito-cerâmico, a céu aberto. Localizado nasproximidades do córrego Pilão (250m dedistância), um afluente do rio Gameleira, quecompõe a bacia hidrográfica do MédioTocantins, em área de vegetação fechadade cerrado ou cerradão.

O solo caracteriza-se por uma camada

de aproximadamente 20cm de matériaorgânica, com terra preta seguida por umacamada marrom-escura, atingindo a camadade canga a aproximadamente 80cm deprofundidade (sondagem arqueológica).

Para o resgate deste sítio a área foisetorizada com dimensão de 40x40m, tendoo eixo da torre 73, o ponto central A - 1.

Foram feitos vinte e cinco pontos detradagens, eqüidistantes de 10x10m, comprofundidades variáveis entre 37 e 88cm,todos atingindo a camada rochosa lateríticae sem evidências de material arqueológico.Em três pontos não se conseguiu realizar atradagem, pois dois deles encontravam-serecobertos por entulho provenientes dalimpeza da área da torre, o que dificultou otrabalho arqueológico. De vinte e doispontos, em apenas um foi encontradomaterial cerâmico (um caco fragmentado).

Acoéme . nº 3pag. 48

O material de superfícieencontrava-se espalhado nocaminho de acesso à torre 73 e naestrada de acesso à LT - I. Esteindício pode ser que o sítio abrangiauma área maior do que a aberta pelapraça da torre ou que a dispersãodo material arqueológico(fragmentado) tenha acontecido porações antrópicas acontecidasanteriormente nesta área.

Foram abertos três cortes: T - 15,T - 16 e I - 11.

O corte T - 15 foi escavado atéo nível 60/70cm, com ocorrência dematerial arqueológico nos níveis 0/10, 10/20 e 20/30cm. Sendo que no nível 10/20cm, além do material cerâmico, foi tambémencontrado um núcleo e duas lascas domesmo material e um machado polido. Nonível 20/30cm, devido a importância domaterial retirado no nível anterior, foicoletado o carvão encontrado.

O corte T - 16 foi finalizado no nível 60/

70cm, com ocorrência apenas de materialcerâmico nos níveis 0/10 e 10/20 cm.

O corte I - 11, escavado até o nível 0/10cm, com pouca ocorrência de vestígioscerâmicos.

O material deste sítio encontrava-sesuperficial, na profundidade máxima de20cm.

Área do sítio a partir do marco zero (A - I).

Estratigrafia docorte T - 15.

Acoéme . nº 3 pag. 49

Foram coletadas sete peças nos níveis10/20 de dois cortes diferentes, este materialestá associado à cerâmica.

Foi classificado um seixo com marcas deuso, um possível triturador.

Um núcleo em arenito silicificado,

Núcleo com lasca retirada,

encontrada próxima ao mesmo.

Apresentou duzentos e setenta e novecacos cerâmicos, incluindo cacos simples,bordas, fundo e alguns com banho preto.

O método de manufatura é o acordelado.Os temperos predominantes são quartzomoído, cauxi, cariapé, quartzo fumê,canutilho, hematita, mica dourada. A textura

do material é coesa. A cor varia entremarrom-médio, cinza-claro, marrom-escuroe o núcleo cinza-claro a escuro. A queima ébem oxidada. O tratamento de superfícievaria de rudimente alisado a áspero, sendoque alguns cacos apresentam acabamentofino.

Lítico

medindo 102 x 89 x 67 mm. Duas lascasem arenito silicificado, medindo 54 x 39 x17 mm e 42 x 45 x 12 mm e uma lâmina demachado polido em arenito silicificado,medindo 124 x 85 x 35 mm.

Cerâmica

Acoéme . nº 3pag. 50

SÍTIO SERRA ALEGRE

TORRE 405-406 (LT I)MUNICÍPIO DE MIRANORTE - TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 09°30’44’’S / 48°30’42’’WUTM: 22 773 177E / 8 947 525N

Encontrado napropriedade do Sr. JoséBatista, denominadafazenda Serra Alegre. Éum sítio litocerâmico acéu aberto, de pequenaprofundidade, próximoao rio Providência erelativamente perto dasubestação de Miracema– TO, onde fica o sítioarqueológico “Recanto”.

Trata-se de um sítiopesquisado durante oProjeto SALTIMINS,mas que, em função deuma nova área descobertacom material arqueológico, precisou sernovamente resgatado.

O terreno do sítio encontra-se muitoperturbado pela constante ação de aradosmecânicos, no preparo da área paraplantação de mandioca e pastagem. Ainda

assim, foi encontrado muito material nasuperfície removida, em sua maioriacerâmica quebrada.

Por este local ser muito próximo das áreasA e B resgatadas pelo SALTIMINS, nãofoi adotado sondagens, apenas setorizadaem 40x40m.

Desta forma, denominou-se área C e nela

abertos cinco cortes, com profundidademáxima de 1 metro nos cortes K-11 e T-19.

O material coletado apresentou-seapenas até o nível 20/30 cm e compõe-sede cerâmica e uma ocorrência lítica.

Área B tendo ao fundo vegetação nativa.

Cerâmica

Foram coletados cento e um cacosprovenientes de cortes.

O método de manufatura utilizado é o

acordelado. O tempero que prevalece é ocauxi, cariapé, quartzo moído, quartzo fumê,canutilho, areia fina, hematita. A textura é

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Lítico

Por ocasião do resgate foi coletada apenas uma lasca simples no nível 0/10cm docorte A - 1 associada à cerâmica.

C.Trecho entre Miracema do Tocantins a Colinas doTocantins - TO

SÍTIO SANTANA

TORRE 310 (LT II)MUNICÍPIO DE RIO DOS BOIS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 09°18’23’’S / 48°30’48’’WUTM: 22 773 173E / 8 970 300N

O sítio encontra-se na fazenda CocoOuro, propriedade do Sr. AntonioRodrigues Amorim. Foi levantado eresgatado por acasião do ProjetoSALTIMINS mas por problemas dereferência e de uma área não pesquisada,realizou-se nova avaliação por este Projeto.

A setorização da área do sítio teve comoreferência aquela realizada anteriormentepelo SALTIMINS e encontra-se dentro deum pasto atualmente em uso, cujo terrenonão foi gradeado, apenas roçado, poisexistem muitos tocos de árvores espalhados

e brotando. talvez por ter sofridointervenções antrópicas relativamentedestrutivas, o sítio não apresentou grandequantidade de material arqueológico, sejalítico ou cerâmico.

No entorno da área do sítio observa-sevegetação de mata ciliar, intercalada porpastagem e plantações de abacaxi. O Riodos Bois e o Córrego Água Branca banham,a Leste e a Sul, a região do sítio e o solo érepresentado pelo latossolo de coloraçãovermelha-amarelada.

Para o salvamento deste sítio,primeiramente, foi estabelecido o ponto (A- 1) a 90m da sede da fazenda Coco Ouro,a partir deste ponto organizou-se asetorização alfanumérica de 40x40m, naqual foram estabelecidos cinco cortes de2x2m; corte A – 20, corte L – 11, corte Q -5 e corte U - 20, nos quais foram resgatadoscacos cerâmicos.

Todo o material cerâmico foi retirado das

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bem coesa e as cores do material variamentre marrom-médio, marrom avermelhado,cinza-amarelado e o alaranjado nas faces,e o núcleo cinza-claro e médio. A queima é

bem oxidada. O tratamento de superfíciealterna de brilhante polida a áspero, algunscacos têm acabamento liso e fino.

camadas 0/10cm, 10/20cm e 20/30cm, comexceção do corte Q - 5, ocorrendo cerâmicaapenas no nível 0/10cm e do corte U - 20no nível 40/50cm.

Os cortes tiveram profundidade média de50cm, sendo que a maior profundidade

alcançada foi de 70cm e a mínima de 50cm. As sondagens paravam somente quandoalcançava a dura camada de cascalho ouapós duas camadas sucessivas semocorrência de material arqueológico.

Foram coletados cento evinte nove cacos cerâmicos,provenientes de superfíciee cortes, classificados emsimples, bordas e carena.

O método de confecçãodos vasilhames é oacordelado e prevalecemos temperos cauxi,cariapé, misturados a estesestão o quartzo, a micamoída, a areia fina, ocanutilho, o quartzo fumê ea areia grossa. A textura éresistente. As cores são amarelada, cinza-clara, cinza-amarelada nas faces e onúcleo cinza-escuro e marrom-avermelhado. A queima é bem oxidada.

Fragmentos de bordas de cerâmica.

Cerâmica

O tratamento de superfície varia dopolido à áspero. Tendo acabamento lisoe fino. Alguns cacos apresentam temperonas superfícies que são muito porosas.

Por ocasião do resgate foram coletadas trêspeças classificadas em duas lascas simples, emsílex e arenito silicificado, medindo 35 x 34 x14 mm e 38 x 22 x 23 mm e uma microlascaem arenito silicificado medindo 20 x 18 x 5 mm.

Lítico

Estas coletas são provenientes da superfície daárea da torre e do nível 20/30cm do corte A1,mas não estava associada à cerâmica. Esta éuma coleção insignificante pela pequenaquantidade de peças.

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SÍTIO SANTANA IITORRE 309 E 310 (LT II)MUNICÍPIO DE RIO DOS BOIS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 09°18’39’’S / 48°30’29’’WUTM: 22 773 726E / 8 969 935N

Localiza-se próximo a margem direita docórrego Água Branca (150m de distância),um afluente do Rio dos Bois, na área de

depressão do Médio Tocantins, em terrasda fazenda Santana, de propriedade do Sr.Adão Gomes dos Santos.

Trata-se de um sítio lito-cerâmico a céuaberto, de profundidade, em terrenoarenoso, desmatado e preparado para oplantio de abacaxi.

O presente sítio está relacionado com osítio arqueológico denominado Santana, quefoi resgatado por ocasião do ProjetoSALTIMINS (Acoéme n° 2).

Foram coletados oitocentos e três cacoscerâmicos provenientes de superfície ecortes classificados em cacos simples,bordas, asa, carena, fuso, fundo e algunscom pinturas e banho.

O método de manufatura é o acordelado.Os temperos que predominam são cariapé,cauxi, quartzo moído, mica-moída, hematita,areia fina, canutilho, óxido de ferro e ainda

Cerâmica

alguns com grãos de amianto e talco. Atextura é coesa e resistente. As cores sãomarrom-médio, cinza-amarelada, marrom-avermelhada, marrom-amarelada nas faces,e o núcleo cinza-médio à escuro. A queimaé bem oxidada. O tratamento de superfíciebrilhante, com acabamento fino. Apenasalguns cacos apresentam tempero nasuperfície.

Fusos em cerâmica.

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Lítico

Das cento e vinte e uma peças coletadas,foram classificadas em: um núcleo esgotadoem arenito silicificado; trinta e duas lascascorticais, semicorticais e simples em arenitosilicificado, quartzito e sílex, nas medidas de56x61x21mm a 24x18x6 mm. Seixo emsílex com lascamentos, quatro lascas emsílex retocadas, medindo 57x36x19mma 23x32x6mm. Quatro artefatos sendo,

um fragmento de lâmina de machadopolido, medindo 35x61x37mm; um fusoem arenito silicificado, medindo39x37x09mm; um fragmento de fuso emarenito si l icif icado, medindo64x36x12mm e uma lâmina de machadopolido em quartzi to, medindo69x52x25mm.

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Tipos detemperos: óxido

de ferro no caco

acima e micamoída no caco

ao lado

Fuso emarenito

silicificado

Lâmina de

machadopolido.

Fragmentode fuso em

arenitosilicificado

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SÍTIO SÃO JUDAS

TORRE 169 (LT II)MUNICÍPIO DE GUARAÍ - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 08°42’03’’S / 48°29’16’’WUTM: 22 776 438E / 9 037 307N

O sítio encontra-se no acesso a torre169, localizada na fazenda São Judas Tadeude propriedade do Sr. Carlos EduardoStopa Mani.

É um sítio cerâmico de superfície, depequena profundidade, localizado em área

de pasto, constantemente “gradeada”,processo que acentua a perda do materialarqueológico. Está distante 400m docórrego Azulim afluente do rio Tocantins quecompõe a bacia do Médio Tocantins. O soloé representado por latossolo vermelho –amarelado, no entorno do sítio a vegetaçãoé de cerrado intercalada pela mata ciliar docórrego Azulim.

O sítio foi descoberto por ocasião domonitoramento, apresentando coletas demateriais arqueológicos cerâmico,provenientes da superfície e do corte K – 9até profundidade de 20 – 30cm.

Área do sítio com mata ciliar ao fundo.

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Cerâmica

Foram coletados vinte e sete cacosprovenientes de superfície e cortes.

No material deste sítio o método demanufatura utilizado foi o acordelado. Otempero que prevalece no material é ocariapé, misturados a ele, foram

encontrados também os temperos regionaisdo tipo quartzo moído, areia fina e o óxidode ferro. A textura é coesa e a cor é cinza-clara na faces e o núcleo cinza-escuro. Aqueima é redutora. O tratamento desuperfície é rudimente alisado.

SÍTIO ÁGUA FRIA IITORRE 134 (LT II)MUNICÍPIO DE PRESIDENTE KENNEDY - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 08°33’09’’S / 48°28’27’’WUTM: 22 778 040E / 9 053 722N

O sítio está localizado na fazenda ÁguaFria de propriedade da empresaAgropecuária 2R-LTDA, é um sítio

cerâmico de superfície, a céu aberto.A área do sítio encontra-se em área

gradeada para plantio, distante 10m da cercade divisa com a estrada e distante 25m docórrego Água Fria, que compõe a bacia doMédio Tocantins cuja mata ciliar acha-sepreservada.

O sítio foi descoberto por ocasião domonitoramento, sendo efetuadas coletas desuperfície e feito o corte K - 16 não seencontrando nele material arqueológico.

Setorização da área do sítio

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Cerâmica

O material cerâmico se totaliza emduzentas e cinquenta e três peças. Sendoquatro bordas, cinco fundos e duzentos equarenta e quatro cacos simples. O método de manufatura ou confecção éo acordelado. A textura é consideravelmentecoesa. A coloração da superfície do material

é variada entre cinza-clara, marrom-médioe o núcleo cinza-escuro. De queimaredutora a oxidante. O tratamento desuperfície varia entre o áspero e o alisado.Neste material não foi feita a análise dotempero utilizado na confecção dosutensílios.

SÍTIO ÁGUA FRIA IIITORRE 121 (LT II)MUNICÍPIO DE PRESIDENTE KENNEDY - TOREGISTRADO: PROJETO SALTTINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 08°30’20’’S / 48°27’59’’WUTM: 22 778 928E / 9 058 905N

O sítio localiza-se em terras da fazendaÁgua Fria, de propriedade da EmpresaAgropecuária 2R-LTDA, compossibilidades de ser destruida por fatoresnaturais e antrópicos.

É um sítio cerâmico de superfície, depequena profundidade, descoberto porocasião do monitoramento, encontra-se emárea de pasto, distante 50m de um córrego(sem nome), afluente do rio Água Fria, quepertence a Bacia do Médio Tocantins.

O solo é constituído por latossolovermelho – amarelado e o relevo érepresentado por cotas altimétricas de244m, ora recoberto pela vegetação decerrado, ora por pontos desmatados.

O material coletado é proveniente dacoleta de superfície e do corte J – 11, nosníveis 10 - 20 e 20 - 30cm.

Cerâmica

Apresentou cento e catorze peças, sendo:cento e nove peças provenientes desuperfície e cinco peças de cortes. Todomaterial deste sítio são cacos simples. Ométodo de manufatura utilizado foi oacordelado. Nas cincos peças provenientedos cortes realizados no perfil do solo, oantiplástico utilizado foram: quartzo moído,quartzo fumê, cariapé, mica moída,

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hematita, canutilho, óxido de ferro e areiafina. A textura desses materiais é coesa e acoloração é variada entre marrom-média,marrom-avermelhada, alaranjada,cinza-clara a cinza-médio e o núcleo cinza-médioao cinza-escura. A queima é consideradabem oxidada. O tratamento de superfícieclassifica-se como rudimente alisado aoáspero.

SÍTIO CAMPESTRE

TORRE 26/30 (LT II)MUNICÍPIO DE COLINAS DO TOCANTINS -TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 08°03’60’’S / 48°26’63’’WUTM: 22 781 738E / 9 108 178N

O sítio foi trabalhado pelo projetoSALTIMINS (ACOÉME nº2) mas comoconstituía-se em várias oficinas líticas, quese estendia entre as torres 26 a 30 e porapresentar (anteriormente) grandequantidade de material arqueológico,

inclusive em madeira fossilizada, foiacordado ser novamente pesquisado poreste Projeto.

No entanto, quando a equipe dearqueologia chegou ao local, constatou-seque toda área em torno da torre 26(escolhida para o novo resgate) já havia sidogradeada pelo proprietário do terreno,destruindo a área do sítio.

Vistoriando, também, o entorno dastorres 28, 29 e 30, detectou-se que todoterreno havia sofrido impacto por atividadesde preparo agrícolas, assim não houvecondições de resgate, apenasmonitoramento quando das obras deinstalação das torres da LT – II.

O material coletado é proveniente da fasede levantamento realizado em 2001, quandoforam coletadas cinco peças na superfícieda área próxima à torre 27. Estas peçasforam classificadas em um fragmento bruto,

Lítico

uma lasca preparada em arenito silicificadomedindo 104x77x26 mm e três fragmentosde artefato em madeira fossilizada medindo104x67x43mm, 108x58x31mm e154x66x48 mm.

Artefato em

madeira

fossilizada como detalhe de

utilização

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SÍTIO CAMPINAS

TORRE 20 (LT II)MUNICÍPIO DE COLINAS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS:Lat. / Long.: 08°02’23’’S / 48°27’10’’WUTM: 227 80 778E / 911 04 24N

Localizado em terras dapropriedade do Sr. EnochOliveira Campos, nasproximidades da base da torreCM-20 da ELETRONORTE,sendo portanto, a área da LT- II uma área periférica do sítiolítico resgatado pelo ProjetoSALTIMINS.

O terreno atualmente estásendo usado para criação degado e encontra-se recobertopor pastagem esparsa, compresença de cupinzeiros,

Linha alfabética traçadas no sítio partindo do ponto A -1.

Corte Ax - 2 finalizado no nível 90-100cm.

Acoéme . nº 3 pag. 61

característicos de terrenos degradados, porconstantes intervenções de tratores e outrostipos de máquinas agrícolas.

O solo é composto pelo latossolo decoloração alaranjada, que por volta de 80cmde profundidade, compreende uma camadade cascalho grosso, composta porpequenos fragmentos de arenito em

decomposição, o que dificultamuito o trabalho de escavaçãoe principalmente de tradagem.

Para o resgate foi feita umasetorização alfanumérica de60x100m, onde forammarcados setenta e sete pontosde tradagens, determinandoos limites do sítioarqueológico.

Em cada ponto foi realizadauma tradagem cujaprofundidade variava deacordo com as condições do

Lítico

SÍTIO INAJÁ

TORRE 818 (LT I)MUNICÍPIO DE COLINAS DO TOCANTINS -TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS: (MARCO A - 1)Lat. / Long.: 07°57’37’’S / 48°27’21’’WUTM: 22 780 484E / 9 119 224N

Localizado na propriedade do Sr.Caetano, nas proximidades da subestaçãoda ELETRONORTE, próximo a BR – 153,foi escavado anteriormente pelo projetoSALTIMINS.

É um sítio lito-cerâmico situado em umaltiplano limitado pelo ribeirão Barreiro aoNorte da área e por um brejo ao Sul. Oterreno é atualmente utilizado comopastagem para o rebanho bovino, tendo sidopor algumas vezes gradeado, procedimentoque causa danos ao sítio arqueológico, queconforme depoimento do proprietário,

foram já quebradas várias urnas cerâmicas,o lugar era um cemitério indígena .

Na parte Norte do sítio, encontra-seainda preservada a mata ciliar do ribeirãoBarreiro. Ao Sul a área é recoberta porvegetação típica de lugares alagados, comárvores de grande porte. Na área do sítio épossível ver diversas palmeiras Inajás(Pindarea concinna), por cuja espécie,denominamos o sítio arqueológico.

A estratégia traçada para o novo resgatedo sítio foi assim definida; duas setorizações,com espaçamento de 10m denominadas Be C, uma vez que se considerou asetorização A como a área trabalhada peloprojeto SALTIMINS.

O setor B se localiza próximo ao setorA, de forma que não se fez necessário umanova tradagem, sendo abertos os cortes paranova caracterização deste sítio.

Entre os setores B e C, aELETRONORTE havia feito uma estradade acesso às torres do local, o que resultou

Acoéme . nº 3pag. 62

terreno e a maior profundidade alcançadafoi de 325cm e a menor 40cm.

Em nenhuma das tradagens realizadas naárea onde deverá passar a LT – II, ocorreumaterial arqueológico em profundidade,ainda assim, foram abertos três cortes de

2x2m (B – 30; Y – 17 e AX – 2).No nível 60/70cm do corte AX – 2 foi

encontrado um fragmento lítico. Os cortesAX – 2 e Y – 17 foram escavados até aprofundidade de 1 metro e o corte B – 30até o nível 60/70cm.

A peça coletada no nível 60/70 do corte AX2, não apresentou marcas deuso. Sendo o sítio classificado em função do material coletado por acasião doprojeto SALTIMINS

em caminho das águas pluviais e emconsequência intensos processos erosivosno solo.

No setor C, foram efetuadas novetradagens com profundidades mínima de64 cm e máxima de 122cm. Houveocorrência de material arqueológico nospontos B - 2 e C - 2.

No setor B - 10, foram abertos os cortesA - 3; A - 4; A - 10; B - 10; C - 10; D-10;E - 5; F - 5; J - 1; e J - 10; no setor Cforam abertos os cortes E - 6; J - 8 e J - 9,com ocorrência de material arqueológico em

todos estes cortes.O corte mais profundo foi o B, finalizado

no nível 80/90cm, devido a densa camadade cascalho, que na área era encontradaem profundidade variada. No corte J - 10,essa camada foi alcançada com 20cm, nonível 10/20cm.

O material arqueológico compõe-se decacos cerâmico e lítico. O material lítico estáassociado a cerâmica, o lugar com maiorprofundidade onde coletou-se o lítico foi nocorte B - 10, no nível 60/70cm e o cerâmicono corte A - 3, no nível 30/40cm.

Cerâmica

Foram encontrados setecentos e trintae seis cacos cerâmicos, coletados nasuperfície e pelos procedimentos detradagens e de cortes abertos. O métodode manufatura utilizado é o acordeladoe há os seguintes tipos de temperosregionais: quartzo moído, mica moída,quartzo fumê, areia grossa, hematita eóxido de ferro.

De textura coesa e cores em marrom-

avermelhado, marrom-acinzentado emarrom-alaranjado, com o núcleocinza-médio a escuro, de queimaredutora.

O tratamento de superfície apresenta-se alisado, com acabamento fino. Estesítio apresentou boa quantidade dematerial constituído em cacos simples,bordas, cacos com furo de suspensão,decorados, com banhos e pinturas.

Fragmento de borda extrovertida com pintura vermelha.

Acoéme . nº 3 pag. 63

Lítico

O mater ia l p rovenien te dolevantamento realizado em 2001 é umalasca em quar tzo , medindo42x35x20mm e uma microlasca emquartzo, medindo 18x21x7 mm.

Esta coleta foi efetuada na superfícieda área da torre da LT II, junto aoscacos de cerâmica.

Por ocasião do resgate em 2002foram coletadas cento e quatro peçasprovenientes dos cortes e dos pontosde t radagens, estavam a uma

profundidade máxima de 76cm notrado e no nível 60/70cm no corte B -10. Foram classificadas oitenta e cincopeças em lascas simples e microlascasem arenito silicificado, quartzo, sílexcom dimensões entre 72x46x23 mm a16x12x5 mm. Há uma lasca em sílexretocada e um furador em sílex.

Foram desconsideradas dezessetepeças por serem fragmentos brutos dematéria-prima sem sinais de uso.

SÍTIO MATO GRANDE

TORRE 806 (LT II)MUNICÍPIO DE COLINAS DO TOCANTINS -TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS: (MARCO A - 1)Lat. / Long.: 07°54’48’’S / 48°27’42’’WUTM: 22 779 859E / 9 124 412N

É um sítio litocerâmico em profundidade,a céu aberto, localizado em terrenosuavemente inclinado, cercado pelo lado Sulpor colinas rebaixadas e a Leste por umboqueirão com vegetação de grande porte.Na área do sítio predomina o cerrado, compontos de pastagem degradada e indíciosde queimada recente.

O sítio situa-se próximo a BR-153, numaárea de assentamento comunitáriodenominado NPA – II - Capivara. Grandeparte do sítio está localizado à direita da LT- I (sentido norte), sendo que do lado

esquerdo, onde passará a LT-II, é apenasuma pequena faixa de solo recoberto porpastagem e o restante da área érepresentada por um grande afloramento delaterita, sem cobertura vegetal.

Devido a tal situação peculiar, no localde resgate, só foi possível estabelecer umasetorização de 10x50m, denominado “B”,já que a setorização “A” foi a área deresgate do Projeto SALTIMINS.

Como a área “B” era relativamentepequena, decidiu-se não realizar tradagens,efetuando diretamente o trabalho deescavação.

Foram abertos três cortes no setor B; A- 10, A - 25 e B - 1, finalizadosrespectivamente nos níveis 90/100cm, 70/80 cm e 20/30cm, com ocorrência dematerial arqueológico nos cortes A - 10 e B- 1. O corte A - 25 estava muito próximoao afloramento de laterita, sendo encerradoao alcançar uma camada muito dura decascalho.

Acoéme . nº 3pag. 64

Um pouco mais ao Sul, na parte mais altado sítio, existiam vários montículos de terraoriundos de tocas de tatus, onde foramencontrados alguns fragmentos e lascasarqueológicas, dispensando oprocedimento de sondagem.

Neste local foi feita uma setorização de20x20m, denominada “C” e abertos três

cortes: A - 10, E - 5 e J - 1, finalizadosrespectivamente, nos níveis 120/130cm,140/150cm e 120/130cm, com ocorrênciade material arqueológico nos três cortes.

Até o início desse resgate, esse sítio eratido como lítico, no entanto, apresentoutambém cacos cerâmicos, intemperizadose relativamente frágeis.

Cerâmica

Sítio com apenas dezesseis cacoscerâmicos coletados na superfície e emcorte. Apresentou cacos simples e somenteuma borda.

O método de manufatura é o acordelado.Os temperos dominantes é o quartzo

moído, mica, areia fina, quartzo fumê,

cariapé, hematita e talco. A textura é coesae as cores são o marrom-avermelhado,marrom alaranjada e alaranjado nas faces,com o núcleo variando de cinza-claro aescuro. A queima é redutora. O tratamentode superfície é rudimentar, não ocorrendoacabamento na maioria dos cacos.

Lítico

O sítio sofreu duas intervenções, uma em2002, quando foram coletadas cento esetenta e uma peças, das quais noventa ecinco foram classificadas em lascas corticais,semicorticais, preparadas e microlascas emquartzo, sílex, arenito silicificado, feldspato,medindo entre 18 x 13 x 6 mm a 90 x 54 x27 mm. Uma lasca em feldspato retocadacom fratura recente. Dois fragmentos emquartzo, uma ponta de projétil e umpedúnculo , medindo 35 x 23 x 8mm e 24 x32 x 8mm, respectivamentente.

A outra intervenção foi em 2003,

quando foram coletadas duzentas e setentae sete peças, das quais cento e cinquentaforam classificadas em lascassemicorticais, preparadas, e microlascasem quartzo, sílex, arenito silicificado,feldspato, quartzito, medindo entre14x09x5mm a 67x 57x19mm.

Uma lasca em sílex retocada, medindo53x52x19mm; um raspador em sílex,plano convexo, medindo 79x43x29mm eum núcleo em feldspato. O material líticopredominou sobre a cerâmica, masestavam associados.

Acoéme . nº 3 pag. 65

Pedúnculoem quartzo.

Lascaretocada.

Fragmento

de ponta de

projétil.

Acoéme . nº 3pag. 66

D.Trecho entre Colinas do Tocantins - TO aImperatriz - MA

SÍTIO GURGUÉIA

TORRE 658 (LT I)MUNICÍPIO DE ARAGUAÍNA - TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS: (MARCO A - 1)Lat. / Long.: 07°22’24’’S / 48°21’45’’WUTM: 22 791 173E / 9 184 112N

Sítio litocerâmicosituado próximo a baseda torre 658 ao lado daBR – 153 em terras dafazenda Trindade,pertencente ao Sr. SilvadoPimenta Trindade. A áreado sítio é no topo de umaextensa colina, cercada anorte e a leste porvegetação de cerrado deporte elevado, sendo queno local do sítiopredomina a pastagem.

O solo é representadopor latossolo avermelhadode compactação média, que com as chuvasrecentes ficou bastante úmido a partir de20cm de profundidade.

Para o resgate feito por este Projeto, nãose realizou tradagens e a setorização padrãode 60x100m, foi reduzida para umasetorização com áreas menores de 20x40m.

Foram abertos três cortes em diagonal,de forma a cobrir a maior área possível.Estes cortes (A – 1, H – 10 e J – 20),

alcançaram respectivamente os níveis 110/120cm, 90/100cm e 90/100cm deprofundidade.

De acordo com o levantamento doSALTIMINS deveria haver materialarqueológico até 240cm, no entanto, poreste trabalho, a partir de 40cm deprofundidade não foi encontrado material

arqueológico. Assim para maior avaliaçãoforam abertos mais dois cortes.

O material arqueológico coletado nestesítio foram alguns cacos cerâmicos em bomestado de conservação e material lítico empouca quantidade associado a cerâmica.

Todo o material foi encontrado até 40cmde profundidade, a perda deste materialacontece por ação das máquinas agrícolasque remove o solo do local.

Área do sítio.

Acoéme . nº 3 pag. 67

Lítico

Cerâmica

Foram coletados treze cacos simplesprovenientes dos cortes. A confecçãoé acordelada e os temperos queprevalecem são o cariapé, quartzomoído, mica, hematita, quartzo fumê ecanutilho. A textura é coesa e as cores

são entre marrom-médio a marromavermelhado e o núcleo cinza-escuro.A queima é redutora. O tratamento desuperfície é rudimente alisado. Algunscacos apresen tam tempero nasuperfície.

Por ocas ião do resgate foramcoletados seis peças, das quais duasforam classificadas em lascas simplesde sílex, medindo 43x45x16mm e27x26x09 mm e duas estilhas uma emquartzo e outra em sílex. No nível 20/

30 o lítico e a cerâmica estavamassociados.

Este sítio apresentou uma coleçãoinsignificante devido a qualidade equantidade do material

SÍTIO ALTO BONITO

TORRE 415 (LT I)MUNICÍPIO DE DARCINÓPOLIS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS: (MARCO A - 1)Lat. / Long.: 06°42’42’’S / 47°46’55’’WUTM: 23 192 436E / 9 257 252N

Situa-se próximo da BR – 226, à margemda estrada sentido Araguatins, próximo datorre 415 da LT – I, na fazenda Lapeira depropriedade do Sr. Adauto Rodrigues dosSantos.

Trata-se de uma área com lítico emsuperfície, situada à esquerda (sentidoImperatriz – MA) da torre 415 da LT – I e

descoberta durante a etapa de levantamentodeste Projeto.

O terreno no alto de um pequenorochedo apresentou na superfície do solo,artefatos líticos, em arenito silicificado,espalhado por uma área deaproximadamente 30m2. O solo dessa áreaé areno argiloso de coloração avermelhadabem intensa.

Para avaliar todo contexto do sítio, foramdelimitados oito áreas de coleta , de formaa ordenar o trabalho arqueológico, algumasáreas foram delimitadas em 10m2 e outrasmenores, devido ao limite natural dorochedo.

Foram feitas diversas coletas nas áreas1, 2, 3, 4, 5 e 6. Um raspador foi encontrado

Acoéme . nº 3pag. 68

na área 6.Foram abertos três cortes denominados

de: 4 – A, 5 – A e 17 – A.Os dois primeiros se localizavam

respectivamente, nas áreas de coleta 4 e 5.O último corte posicionado na parte abaixodo rochedo, teve como objetivo verificarse havia transporte do material arqueológicoda parte alta para a base do citado rochedo,sendo confirmada determinada hipótese.

O material arqueológico é composto porlascas, núcleos e alguns artefatos, sempreem arenito silicificado de ótima qualidade,que se achavam dispostos numa área deaproximadamente 30m2, em meio a umafloramento de arenito, concentrados emdeterminados pontos do sítio, cujo materialarqueológico também foram encontradosnestes pontos de concentrações da matéria-prima.

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Área 4,

estacas

indicandoconcentração

de

materialin situ.

Materialin situ na

área 6.

Lítico

No levantamento feito em 2001, as trezepeças coletadas na superfície da área da torreforam classificadas como dois núcleos emarenito silicificado, nove lascas preparadas emarenito silicificado, medindo entre115x64x23mm a 44x35x10mm e um seixo,em arenito silicificado, que apresentoulascamentos.

Já no resgate em 2002, foram coletadasmil oitocentos e cinquenta e sete peçasprovenientes da superfície divididas em áreasdistintas (1, 2 ,3 ,4 ,5 ,6 ,7 e 8). Tambémforam feitos vários pontos de tradagens e doiscortes, onde a coleta não passou do nível 10/20cm. Foram classificados dois seixos commarcas de uso; trinta e um núcleos, algunsutilizados em arenito silicificado, comdimensões entre 124x83x60mm a80x53x62mm; mil cento e sessenta lascas

semicorticais, preparadas, em arenitosilicificado, com dimensões que variaram de128x57x38mm a 39x21x6mm; cento e trintae sete lâminas em arenito silicificado de98x29x19mm a 40x17x6mm; três lascas emarenito silicificado utilizadas, medindo entre118x43x20mm a 48x52x12mm; doze lascasfragmentadas e microlascas; cinco lascas emarenito silicificado retocadas que variaram detamanho entre 107x51x26mm a61x47x31mm; cinco artefatos sendo doisraspadores medindo 87x91x33mm,83x58x45mm e três possíveis furadoresmedindo 89x54x26mm, 60x46x16mm,67x37x23mm todos em arenito silicificado. Orestante foi classificado em fragmentos atípicos.

A matéria prima deste sítio épredominantemente em arenito silicificado ea coleção analisada é significativa.

SÍTIO MANGABA

TORRE 387/388 (LT I)MUNICÍPIO DE DARCINÓPOLIS - TOREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS: (MARCO ZERO)Lat. / Long.: 06°38’24’’S / 47°42’23’’WUTM: 23 200 757E / 9 265 220N

Localizado próximo a BR – 226, em umaposição um pouco afastada da margem darodovia no vão entre as torres 387 e 388da LT – I.

Não há ribeirão ou córrego em suasproximidades. A vegetação é tipicamente de

cerrado denso e de difícil penetração,mesmo sendo de baixo porte.

É um sítio lítico, de superfície, situado àdireita da LT – I (sentido Imperatriz – MA)no vão entre as torres 387 e 388, já tendosido trabalhado por duas oportunidadesdurante o Projeto SALTIMINS.

O material lítico deste sítio foi coletadosobre um lajedo que cobre uma grande área.

Pela baixa quantidade de materialarqueológico encontrado na superfície, jáque o mesmo, havia sido coletadoanteriormente, foram escolhidas duasgrandes áreas denominadas A e B, uma paracada ponto recoberto pelo lajedo e

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separadas por uma abertura feita por águaspluviais.

Nestes dois pontos a coleta de superfíciefoi realizada de forma extensiva, resultandoem poucas lascas e fragmentos em arenitosilicificado.

As coletas de superfície realizadas porocasião do Projeto SALTIMINS (Acoémenº2), revelaram um material arqueológicosingular e de técnica de confecção poucovista na região, por isso o retorno a essaárea.

Lítico

Área B do sítio.

Das três peças coletadas, por ocasião dolevantamento, feito em 2001, foi classificadaapenas uma lasca simples em arenitosilicificado medindo 89x55x40mm.

Por ocasião do resgate em 2002, foramcoletadas dezessete peças na superfície daárea da torre, sendo quatorze classificadas

em lascas preparadas, em arenitosilicificado, medindo entre 66x52x23mm a22x20x4 mm; dois seixos com lascamentosem arenito silicificado e um artefato emarenito silicificado, sendo um possívelfurador.

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SÍTIO PANTANAL

TORRE 190 (LT I)MUNICÍPIO DE LAJEADO - MAREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS: (MARCO ZERO)Lat. / Long.: 06°04’22’’S / 47°22’38’’WUTM: 23 236 870E / 9 328 166N

Situado na chácara Pantanal, depropriedade do Sr. VicenteBezerra de Lima, é um sítio lítico,em profundidade, a céu aberto,localizado à direita da torre 190da LT – I (sentido Imperatriz –MA), já tendo sido realizado nestaárea um salvamento arqueológicopor ocasião do ProjetoSALTIMINS.

Para o novo resgate deste sítio,foi delimitada uma área porsetorização de 40x40m, com oponto central posicionado a 60mda torre 190 da LT – I.

Foram feitos vinte e quatro pontos detradagens, eqüidistantes em 10m,profundidade mínima de 100cm e máximade 362cm. Em nove pontos foi encontradomaterial arqueológico.

A partir do resultado destas sondagens,foram abertos três cortes denominados: P– 1, I – 15 e E – 20.

O corte P – 1 foi finalizado em 190/200cm e o corte I – 15 no nível 200/210cm,com a finalização destes cortes, abriu-semais um corte A – 12.

No geral, os vestígios arqueológicosforam encontrados em profundidade abaixode 80cm, à exceção do corte A – 12 querevelou uma lasca e uma pré-forma com30cm de profundidade.

Corte I - 15, ao fundo o corte E-20 .

É um sítio de profundidade, ondeforam feitas coletas até o nível 190/200centímetros. Das trezentas e setenta e

Lítico

duas peças coletadas nos quatro cortes(A12, E20, I15, P1), foram classificadosnove seixos com lascamentos, um mineral

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corante na cor vermelho-alaranjado etrezentas e cinquenta e quatro em lascassemicorticais, preparadas e microlascas em

sílex, quartzito, quartzo, arenito silicificado,variando nas dimensões de 96x68x31mm a11x9x3 mm.

SÍTIO DANTAS

TORRE 87 (LT I)MUNICÍPIO DE BANANAL - MAREGISTRADO: PROJETO SALTIMINSCOORDENADAS: (MARCO ZERO)Lat. / Long.: 05°41’14’’S /47°21’14’’WUTM: 23 239 273E / 9 370 854N

Sítio lítico situado na fazenda NovoMundo, na propriedade da AgropecuáriaNovo Mundo LTDA, à esquerda (sentidoSul) da LT – I.

Para o resgate foi realizada umasetorização de 60x100m com setenta e setepontos de tradagens, na profundidademáxima de 170cm e mínima de 57cm,

devido a condição do terreno, que nãopermitiu a fixação do trado, sendo substituídopelo uso da cavadeira boca-de-lobo, queperfura o solo até cerca de 145cm em média.

Foi evidenciado material arqueológico emvinte e seis pontos de tradagens, revelandoque o material arqueológico predominavana profundidade em torno dos 90cm.

A partir destes resultados foram abertosdois cortes denominados, E – 21 e O – 46,o primeiro finalizado no nível 130/140cm eo segundo no nível 120/130cm, tais cortesforam concluídos com estas profundidadespela falta de material cultural.

Os materiais coletados foram líticos e umcaco cerâmico no nível 0/10cm do corte O- 46.

Lítico

Foram coletadas cento e oitenta e cincopeças, classificadas como dois núcleos emsílex, cento e cinquenta e uma lascas emsemicorticais, preparadas e microlascas emsílex, arenito silicificado e quartzo, nasdimensões que variaram de 70x34x18mma 17x9x3mm; dois artefatos, sendo um emforma de ponta, medindo 58x48x18mm(este fragmentado) e um raspador planoconvexo em arenito silicificado, medindo86x35x16mm.

Raspador plano convexo em arenito

silicificado.

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Este trabalho teve por finalidade assinalaras áreas de sítios arqueológicos, queconstituem áreas de vestígios antigos daocupação humana e de certa formacaracterizar uma parcela do material lítico ecerâmico utilizado pelas primeiraspopulações humanas, que exploraram oambiente de cerrado.

Nesta etapa de análise preliminar nãoforam observadas diferenças sensíveis entreas coleções líticas, fossem recolhidas emassociação com a cerâmica ou quandoconstituíram o único material arqueológico.Provavelmente isto se dê em função dopequeno número de peças. Nos sítios AltoBonito e Mato Grande, onde as peças líticasforam abundantes, pode-se aprofundar aanálise num trabalho que será publicado,futuramente.

Pode-se concluir que neste Projeto ocorreuum predomínio dos sítios cerâmicos, a maioriados quais de grande potencial cultural. Omaterial coletado demonstra a diversificaçãoem relação aos padrões decorativos, aexistência de engobo, banho e diferentestécnicas de tratamento de superfície, assimcomo na utilização do tempero.

Demonstra que a área no passado foi de

interseção de influências culturais, tantoencontramos temperos locais como: quartzo,quartzo-fumê, quartzo-hialino, quartzo-leitoso,mica, mica-dourada (muscovita) , mica-preta(biotita), hematita, óxido de ferro, areia fina,areia grossa, canutilho, feldspato, amianto,quanto de origem Amazônica cariapé e cauxi.

Observamos também variação nospadrões morfológicos dos vasilhames, aexistência de apliques, fundos e fusos,confirmando a existência da técnica de fiação.

Em suma, se há uma certa pobreza nomaterial lítico, o cerâmico é rico e, semdúvida, uma vez completado o seu estudo,permitirá estabelecer novas relaçõesinterculturais e novos aspectos do passadoarqueológico regional.

A descrição sumária sobre os caracteresfitogeográficos atuais das áreas dos sítiosobjetivou refletir as profundas alteraçõessofridas, quer mostrando a drásticamodificação da biomassa vegetal, o cerradosendo substituido pelas atividades daagropecuária, quer mostrando o impactodessas mesmas atividades que contribuemna destruição e perda dos materiasarqueológicos.

V. Comentários Gerais

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Notas

1. Contrato IAB/NOVATRANS – nº 004 de 11 de setembro de 2001.

2. Portaria publicada no DOU de 25 de janeiro de 2002, prorrogada pela de Nº 224,de 16 de dezembro de 2003, publicada no DOU em 17 de dezembro de 2003, Seção I.

3. O projeto SALTIMINS, sob a responsabilidade da UNITINS, teve início em 1998e efetuou os salvamentos arqueológicos no trecho entre Imperatriz do Maranhão eMiracema, no Tocantins, na área impactada pela Linha I, trabalhada pela ELETRONORTE(Acoéme nº2) . O projeto SALTMISA, sob responsabilidade do IAB, operou no trechodaquela mesma linha I, área de Furnas, entre Miracema e Samambaia, no Distrito Federal(Acoéme nº1).

4. Sítios pesquisados: nome, torre associada, município e estado:Estado de Goiás - Santo Antônio (Torre 540 - LT II), município de Minaçu (GO)Estado do Tocantins - Palmeirópolis III (Torre 417 - LT I), Palmeirópolis II (torre

384-LT I), Palmeirópolis VI (Torre 316 - LT II), Palmeirópolis V (Torre 313 - LT II),município de Palmeirópolis (TO); Barreiras (Torre 284 - LT II), Jaú IV (Torre 235 - LTII), Jaú III (Torre 225 - LT II), Jaú II (Torre 218 - LT II), Jaú do Tocantins (TO);Paraíso I (Torre 156 - LT II), localizado no município de Talismã (TO); Sucupira II(Torre 148 - LT II), Sucupira I (Torre 116 - LT II), localizados no município de Sucupira(TO); Gurupi VII (Torre 23-LT II), Gurupi VI (Torre 22 - LT II), Gurupi V (Torre 19- LT II), Gurupi II (Torre 587 - LT I) e Gurupi I (Torre 575/576 - LT I), todos emGurupi (TO); Aliança II (Torre 530- LT I), Aliança do Tocantins (TO); Miroró (Torre273 - LT I), localizado no município de Pugmil (TO); Miracema (Torre 101/100 - LT I),município de Barrolândia (TO); Pilão (Torre 73 - LT II) e Canãa (Torre 70 - LT II) eSerra Alegre (Torre 405/406 - LT I), em Miracema do Tocantins (TO); Santana II(Torre 309/310-LT II) e Santana (Torre 310 - LT II), ambos no município de Rio dosBois (TO); São Judas (Torre 169 - LT II), no município de Guaraí (TO); Água Fria II(Torre 134 - LT II e Torre 153 - LT I) e Água Fria III (Torre 121 - LT II e Torre 140 -LT I), município de Presidente Kennedy (TO); Campestre (Torre 26/30 - LT I); Campinas(Torre 20 - LT I), Inajá (Torre 818 - LT I) e Mato Grande (Torre 806 - LT I e 694 - LTII) em Colinas do Tocantins (TO); Gurguéia (Torre 658 - LT I) no município de Araguaína(TO); Alto Bonito (Torre 415 - LT I) e Mangaba (Torre 387/388 - LT I) ambos emDarcinópolis (TO).

Estado do Maranhão - Pantanal (Torre 190 - LT I) no município de Lajeado (MA);Dantas (Torre 87 - LT I) em Bananal (MA).

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Equipe

Ondemar Dias – Coordenador e relator dos trabalhos. Responsávelgeral, organizando o projeto e todas as etapas da pesquisa, desde a

tesouraria à supervisão dos trabalhos de campo, laboratório eeditoração, em estreita colaboração com o segundo coordenador.Responsável jurídica e legalmente pelos trabalhos frente ao Iphan, e

também pela atuação específica da equipe do IAB. É um dos autoresdeste texto.

Marcos Zimmermann – Segundo coordenador (local). Não sócompartilhou com o primeiro a responsabilidade jurídica e legal perante

o Iphan, como especificamente zelou pela atuação da equipe doNUTA/UNITINS. Acompanhou e fiscalizou permanentemente os

trabalhos de campo e laboratório, sendo também um dos autores destetexto.

Eunice Menestrino – Bacharel em História, especialista em HistóriaSocial e arqueóloga lotada no NUTA, auxiliou nos salvamentos de

alguns sítios líticos. Responsável, durante todo o trabalho, pela recepção,organização, identificação e guarda do material chegado de campo nos

laboratórios da Unitins em Porto Nacional e pela análise do materiallítico. É uma das autoras deste texto.

Equipe atuante e responsabilidadesEquipe atuante e responsabilidadesEquipe atuante e responsabilidadesEquipe atuante e responsabilidadesEquipe atuante e responsabilidades

Conforme já citamos, um trabalho do gênero exige a ação de uma equipe harmônica, coesae bem coordenada em todas as etapas que compõem a pesquisa arqueológica.

No caso presente os trabalhos só alcançaram um nível plenamente satisfatório pela dedicaçãode todos os profissionais que a compuseram e à competência dos mesmos, aliada ao interessede cada um, e, mais uma vez, independente do nível de responsabilidade individual.

Os resultados agora divulgados, ainda que não sejam os definitivos, permitem vislumbrar aqualidade do trabalho e o potencial de conhecimento que encerram, uma vez concluídas asanálises de laboratório e as correlações culturais em andamento.

AAAAASSIMSSIMSSIMSSIMSSIM, , , , , OOOOO ESQUEMAESQUEMAESQUEMAESQUEMAESQUEMA OPERACIONALOPERACIONALOPERACIONALOPERACIONALOPERACIONAL FOIFOIFOIFOIFOI DESENVOLVIDODESENVOLVIDODESENVOLVIDODESENVOLVIDODESENVOLVIDO DADADADADA SEGUINTESEGUINTESEGUINTESEGUINTESEGUINTE FORMAFORMAFORMAFORMAFORMA:::::

Acoéme . nº 3pag. 76

EEEEEQUIPEQUIPEQUIPEQUIPEQUIPE DEDEDEDEDE C C C C CAMPOAMPOAMPOAMPOAMPO

ArqueólogosArqueólogosArqueólogosArqueólogosArqueólogos

Alexandre Fortuna – Primeiroarqueólogo a atuar no projeto,responsabilizou-se pelos trabalhos delevantamento e pelo monitoramento dotrecho meridional.

Juliano Rezende – Atuou também notrecho meridional, sendo o responsável, emespecial, pelos trechos no Estado doTocantins.

Christiane Martins – Dirigiu a etapa finaldas pesquisas de campo nos estados doTocantins e do Maranhão.

Antonia C. Pedreira – Especialista em Geografia e geomorfologia daequipe do NUTA. Mestranda da UCG, IGPA. Responsável pelo

levantamento dos dados pertinentes e que compõem parte desterelatório. Participante dos trabalhos de campo em períodos mensais. É

uma das autoras do texto.

Rosângela de Araújo – – – – – Licenciada em História pela UNITINS,especializada em análise do material cerâmico e responsável pelo mesmo

ao longo do projeto. É uma das autoras deste texto.

Divino de Oliveira – – – – – Licenciado em História, pesquisador do IABespecializado em análise de cerâmica arqueológica. Atuou comRosângela de Araújo, sendo também um dos responsáveis pelos

resultados agora divulgados.

Antonio Aires – Especialista em Geografia e cartografia do Nuta.Participante dos trabalhos de campo em períodos mensais e autor do

mapa que acompanha este trabalho.

Kleyber Rocha – Motorista e técnico decampo da equipe do NUTA. Responsável pelacontratação das equipes de apoio (peões), seutransporte e deslocamento. Auxiliou tambémem todos os trabalhos de salvamento, estandopermanentemente em campo.

Giancarlo de Souza e Leonardo Baião –Atuaram na parte inicial do projeto, compondoa equipe com os arqueólogos AlexandreFortuna e Juliano Rezende.

José Antonio Guzzo, Rubens Pedreira eMarcelo Ribeiro – Atuaram a partir da últimametade do projeto sob a coordenação daarqueóloga Christiane Martins.

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EQUIPE DE APOIOEQUIPE DE APOIOEQUIPE DE APOIOEQUIPE DE APOIOEQUIPE DE APOIO

FuncionáriosFuncionáriosFuncionáriosFuncionáriosFuncionários

Hilaíne Cunha – – – – – Técnicaadministrativa (IAB/NUTA)

Nilson Cavalcante – Técnico emInformática (IAB/NUTA)

Simone Manduca – Técnicaadministrativa (NUTA)

José Neto – Técnico administrativo(IAB)

EstagiáriosEstagiáriosEstagiáriosEstagiáriosEstagiários

Afonso Ferreira – Acadêmico de GeografiaAlcídes Soares – – – – – Acadêmico de GeografiaEfren Sirqueira - Acadêmico de História

Mariano Oster - Acadêmico de História

Cite-se também as diversas turmas de trabalhadores braçais que atuaram nas pesquisasde campo.

Agradecimentos

Uma pesquisa arqueológica, mesmo de salvamento, precisa do envolvimento de umasérie de pessoas para ser bem sucedida, desde os membros da instituição patrocinadora atéo mais humilde trabalhador de campo. Todos têm sua parcela de responsabilidade e é doconjunto de atuações individuais que depende o andamento e o sucesso do trabalho. Éevidente que sobre os pesquisadores que coordenam o projeto – os arqueólogos e técnicosque o executam em campo, e os analistas de laboratório – o peso da responsabilidade émaior. Mas também participam desta mesma responsabilidade os técnicos administrativose até o mais novato dos estagiários, encarregado da limpeza e identificação do material.

Cada um dos integrantes da pesquisa nela se ajustam não somente como profissionaismas também como indivíduos que interagem e cooperam. Todos os que dirigem ouparticipam de projetos de pesquisa de longa duração sabem o quão importante é o nívelde cooperação e de ajuste entre os membros de uma equipe e o quanto lhes é exigido emtermos de comportamento harmônico para que os resultados esperados sejam atingidossem mais traumas ou dificuldades do que aquelas consideradas normais.

No caso do projeto SALTTINS ocorreram dificuldades, obstáculos, negociações eproblemas relacionais, todos nos parâmetros que em geral cercam ou definem atividadesdo gênero, mas – muito superior a elas – foram, sem qualquer dúvida, o bom entendimentoe o espírito de solidariedade que constituíram o que se pode definir como sua principalcaracterística.

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Como coordenadores e autores deste texto temos que tornar público nossosagradecimentos às autoridades do IPHAN, no caso bem representadas tanto pelocoordenador de Arqueologia, o arqueólogo Rossano Bastos, e o atual , Dr. Rogério Dias,com respostas rápidas e eficientes às demandas administrativas que surgiram ao longo doprojeto. Externamos também, muito especialmente, nosso reconhecimento ao Dr.Marcelo Machado, Diretor da Novantrans, pelo clima de harmonia, respeito e cooperaçãoque imprimiu às relações entre a contratadora e o IAB/NUTA. Este agradecimento éextensivo ao Dr. Henry Floquet e à Dra. Margarida de Sá, da CAL Engenharia Ambiental,cuja intermediação com as demais equipes do empreendimento foi, mais de uma vez,providencial e competente.

Nosso reconhecimento se estende também àquelas pessoas que, no campo, de algumamaneira contribuíram para o bom andamento da pesquisa, desde os funcionários dacontratadora, aos profissionais das empreiteiras, comerciantes, fornecedores, particularesem geral, proprietários de terras ou seus empregados, a todos, enfim, cujo apoio, pormenor que tenha sido na aparência, muitas vezes solucionou entraves, abriu caminhos efacilitou nosso propósito.

Os arqueólogos que atuaram no projeto, sucessivamente e ao longo de todo o trecho,se igualaram pela disposição, competência e profissionalismo, tanto nas pesquisas de campo,quanto nas de laboratório. Todos honram e qualificam qualquer equipe em que seenquadrarem e, no caso atual, enriqueceram com a sua experiência profissional mais umprojeto que o IAB levou a bom termo. O mesmo se estende aos técnicos de campo, a cadadia mais profissionais, competentes e eficientes. Com a ajuda deles, sabemos que qualquerprojeto – por mais difícil que possa parecer – será concluído com sucesso.

Quanto à equipe de apoio, do NUTA ou do IAB, colaboradores eficientes em todas asetapas do trabalho, da seleção do material para pesquisa à montagem da publicação,também fica expresso nosso reconhecimento e gratidão.

Por último, mas não menos importante, nossa dívida sempre aumentada, com aquelescuja afeição e carinho nos prende à vida e nos baliza a existência, pais, filhos, esposas emaridos, sem os quais tudo o que somos capazes de realizar diminui de importância e cujoreconhecimento engrandece nossa empresa.

Revista Acoéme - Núcleo Tocantinense de Arqueologia - Número 3

Acoéme . nº 3 pag. 79

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