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PROGRAMA
ACOMPANHAMENTO
ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA
Relatório
Agrupamento de Escolas de Alcoutim
Julho de 2019
Área Territorial de Inspeção do Sul
ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA -2019
1
Introdução
A Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), no âmbito das atividades que desenvolve,
tem vindo a implementar metodologias de trabalho que fomentam a intervenção dos
elementos da comunidade escolar na conceção e implementação de medidas que visam a
melhoria do desempenho da escola e o consequente sucesso educativo das crianças e
jovens que a frequentam.
A atividade Acompanhamento da Ação Educativa, inscrita nos sucessivos Planos de
Atividades da IGEC, desde 2013, decorre das suas atribuições, especialmente as
consignadas na alínea c) do n.º 2 do artigo 2.º do Decreto Regulamentar n.º 15/2012 de 27
de janeiro e desenvolve-se no respeito pela autonomia das escolas consignada no n.º 1 do
artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril.
A Atividade Acompanhamento da Ação Educativa tem como objetivo geral promover nas
escolas uma atuação estratégica face à resolução das suas dificuldades, em especial
naquelas que apresentam elevadas taxas de retenção no ensino básico, garantindo uma
efetiva aprendizagem, participação e inclusão de todos os alunos.
Pretende-se assim promover uma escola que se mobiliza e organiza para proporcionar uma
educação inclusiva, para todos e cada um dos alunos, tendo como referencial da sua ação
educativa o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
A atividade toma por referência algumas das ações/medidas de melhoria concebidas pelas
escolas na sequência da avaliação externa e dos seus processos de autoavaliação (planos
de melhoria), bem como as medidas contempladas noutros documentos orientadores, tais
como os planos de ação estratégica, concebidos no âmbito do Programa Nacional de
Promoção do Sucesso Escolar, ou os planos plurianuais de melhoria, no caso das escolas
que integram o Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária.
Consagra, como metodologia de trabalho com as escolas, um acompanhamento regular, em
momentos diferentes, ao longo do ano letivo, relativamente às estratégias por estas
implementadas, com especial enfoque nos mecanismos internos de coordenação e
supervisão pedagógica do trabalho docente.
Objetivos da atividade:
Conhecer as áreas de intervenção que a escola elegeu como prioritárias;
Acompanhar e aprofundar ações/medidas de melhoria identificadas pela escola e
explicitadas nos seus documentos orientadores, tendo em vista a superação das
fragilidades diagnosticadas;
Suscitar a reflexão sobre o rigor – objetividade, pertinência, adequação, credibilidade,
exequibilidade – e a eficácia das ações/medidas de melhoria privilegiadas;
Induzir a monitorização da execução e dos resultados das ações/medidas de melhoria
implementadas;
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Conhecer e questionar as práticas de coordenação e supervisão implementadas,
promovendo o trabalho colaborativo, no âmbito da gestão do currículo;
Incentivar a implementação de estratégias sustentadas na regular supervisão do
trabalho dos docentes por parte dos coordenadores de departamento.
Este relatório deve ser objeto de debate por toda a comunidade escolar.
1 Identificação das principais fragilidades da escola:
Reduzida eficácia dos processos de ensino e de aprendizagem, no segundo ano de
escolaridade, refletida nos fracos resultados escolares e no desempenho dos alunos
nas provas de aferição, em especial na componente curricular do Português.
Baixos níveis de proficiência na produção de enunciados escritos, com impacto nos
resultados globais dos alunos dos três ciclos do ensino básico.
Inexistência de supervisão da prática letiva, em contexto de sala de aula, o que
compromete a harmonização de procedimentos, por parte dos docentes, com vista
à promoção de um clima educativo favorável à aprendizagem, no respeito pelo
estipulado no Código de Conduta do Agrupamento.
Identificação das escolas/agrupamentos
Designação: Agrupamento de Escolas de Alcoutim
Escola-Sede: Escola Básica Prof. Joaquim Moreira
Endereço: Rua Portas do Laborato
Localidade: Martim Longo Código Postal: 8970-280
Concelho Alcoutim Distrito Faro
Telefone: 281490100 E-mail institucional: [email protected]
Intervenções
Início Fim
1.ª 13 de novembro de 2018 16 de novembro de 2018
2.ª 26 de abril de 2019 30 de abril de 2019
3.ª 28 de junho de 2019 3 de julho de 2019
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2 Áreas de intervenção objeto de acompanhamento por parte da IGEC, conforme estipulado no Programa de Acompanhamento:
Realização do Ensino e das Aprendizagens (com duas ações).
Acompanhamento do Trabalho dos Docentes.
A – APRECIAÇÃO FINAL DAS AÇÕES
Área de intervenção: Realização do Ensino e das Aprendizagens
Fragilidade:
Reduzida eficácia dos processos de ensino e de aprendizagem no segundo ano de
escolaridade, refletida nos fracos resultados escolares e no desempenho dos alunos nas
provas de aferição, em especial na componente curricular do Português.
Ação n.º1
Melhorias conseguidas:
Melhoria dos resultados escolares, evidenciada pela avaliação interna dos alunos,
na sequência da melhoria das aprendizagens, na área disciplinar de Português, no
2.º ano de escolaridade, em resultado da adoção de estratégias orientadas para o
desenvolvimento de competências de leitura e de escrita no 1.º ano de
escolaridade e tendo como referentes os domínios cognitivos considerados nas
Provas de Aferição em 2017-2018.
Diversificação de estratégias de ensino e de aprendizagem, com recurso a meios e
materiais e a uma organização dos espaços mais dinâmica, apelando a uma
participação mais ativa dos alunos.
Incremento do trabalho colaborativo entre os docentes e entre estes e os técnicos,
na planificação, implementação e monitorização das atividades desenvolvidas.
Oportunidades de melhoria:
Aprofundar o trabalho colaborativo com vista a uma maior diversificação e
adequação de metodologias a desenvolver em contexto de sala de aula, assim
como de procedimentos e instrumentos de avaliação, visando o desenvolvimento
intencional das aprendizagens nos vários domínios cognitivos considerados nas
Provas de Aferição.
Conferir maior consistência e sistematicidade aos processos de monitorização das
atividades implementadas e/ou a implementar e tornar mais consequente, ao nível
dos processos de ensinar e aprender, a reflexão acerca da eficácia do trabalho
desenvolvido pelos docentes.
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Constrangimentos ao desenvolvimento da atividade:
O tempo decorrido entre a segunda e a terceira intervenções, dada a reduzida
duração do terceiro período letivo, comprometeu uma efetiva avaliação do grau de
concretização das metas e dos objetivos delineados no Programa de
Acompanhamento.
Ação n.º 2:
Fragilidade:
Baixos níveis de proficiência na produção de enunciados escritos, com impacto nos
resultados globais dos alunos dos três ciclos do ensino básico.
Melhorias conseguidas:
Aplicação de critérios de avaliação da proficiência escrita (ortografia, acentuação,
translineação, emprego de maiúsculas/minúsculas, pontuação, repetição de
vocabulário, impropriedade lexical, erros sintáticos, erros morfológicos) por parte
de todos os docentes das disciplinas em que são produzidos enunciados escritos,
considerando a transversalidade da língua portuguesa.
Melhoria ao nível da produção de enunciados escritos pelos alunos dos três ciclos
do ensino básico, traduzida na diminuição de incorreções assinaladas à luz dos
critérios de avaliação da proficiência escrita seleccionados.
Implementação de estratégias orientadas para a adoção, pelos alunos, de práticas
de planeamento, de textualização e de revisão/aperfeiçoamento, em sala de aula,
na coadjuvação à disciplina de português e no apoio ao estudo (2.º ciclo).
Adoção do modelo de pesquisa Big 6 e do guião correspondente para a realização
de trabalhos de pesquisa, com impacto na qualidade da conceção/ estruturação
das produções escritas por parte dos alunos.
Aprofundamento do trabalho colaborativo entre os docentes do 1.º ciclo do ensino
básico e os docentes de português dos 2.º e 3.º ciclos, nomeadamente na
operacionalização e na monitorização das estratégias implementadas.
Oportunidades de melhoria:
Reforçar o trabalho cooperativo, em conselho de turma, para apropriação e
aplicação dos critérios e dos referentes específicos definidos pelo Agrupamento no
que ao desenvolvimento da produção de texto diz respeito.
Continuar a envolver os alunos no processo de melhoria da sua proficiência de
escrita, devolvendo-lhes informação regular sobre a qualidade das respetivas
produções escritas, fomentando a reflexão e superação dos tipos de erros por eles
cometidos, assim como da sua ponderação na classificação obtida em cada
disciplina.
Aperfeiçoar os mecanismos de monitorização e de avaliação da eficácia das
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atividades realizadas.
Constrangimentos ao desenvolvimento da atividade:
A reduzida duração do terceiro período, associada ao acréscimo de tarefas de final
do ano letivo, especialmente as relacionadas com a avaliação externa das
aprendizagens dos alunos, o que impediu uma avaliação sustentada das metas
fixadas.
Área de intervenção: Acompanhamento do Trabalho dos Docentes.
Fragilidade:
Inexistência de supervisão da prática letiva, em contexto de sala de aula, o que
compromete a harmonização de procedimentos, por parte dos docentes, com vista à
promoção de um clima educativo favorável à aprendizagem, no respeito pelo estipulado
no Código de Conduta do Agrupamento.
Ação n.º 3
Melhorias conseguidas:
Inclusão na cultura organizacional do Agrupamento de práticas de observação da
atividade letiva, na perspetiva de melhoria do clima de sala de aula e do
desenvolvimento profissional dos docentes.
Implicação dos docentes no processo de observação de aulas entre pares, o que
permitiu um conhecimento mais efetivo da regulação do comportamento em sala
de aula.
Envolvimento das estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica na
análise da informação resultante da observação das práticas letivas e na
identificação de ações/atitudes/comportamentos propícios às aprendizagens, que
se revelaram eficazes nas turmas em que foram adotados.
Aumento da percentagem de alunos que intervêm de forma adequada, em sala de
aula, no cumprimento do Código de Conduta, por comparação entre o número de
ocorrências disciplinares registado em cada um dos períodos letivos, para o que
também contribuíram as práticas de supervisão implementadas.
Reforço da autoestima profissional dos docentes, pelo reconhecimento e
valorização, pelos pares, de metodologias/procedimentos adotados na regulação
do comportamento dos alunos em sala de aula.
Oportunidades de melhoria:
Dar continuidade aos procedimentos de supervisão, diversificando o enfoque da
observação de aulas, ampliando-os em função das fragilidades e/ou das
necessidades que venham a ser identificadas.
Reapreciar os instrumentos de observação da prática letiva implementados e
proceder ao seu reajustamento, se necessário, bem como implementar
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metodologias de apropriação efetiva dos mesmos.
B- APRECIAÇÃO GLOBAL DO PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO
1. Grau de consecução das ações.
Área de intervenção: Realização do Ensino e das Aprendizagens
Ação n. º 1:
As atividades delineadas foram integralmente desenvolvidas. Contudo, o grau de
aprofundamento com que foram operacionalizadas, em termos de efetivo
cumprimento da meta definida, não pôde ser avaliado, pelo facto de não terem,
ainda, sido publicados os resultados das Provas de Aferição do 2.º ano de
escolaridade 2018-2019. Impõe-se, assim, proceder ao tratamento dos resultados
das referidas provas, logo que conhecidos, de modo a ser possível concluir, de
forma sustentada, o impacto das estratégias/atividades concretizadas na
consecução dos objetivos definidos e na superação da fragilidade identificada.
Ação n.º 2:
As atividades foram globalmente realizadas. No entanto, o aumento do número de
tarefas associadas ao final do ano letivo não permitiu a elaboração do relatório
final previsto na atividade 9 do Programa de Acompanhamento. Afigura-se muito
importante a sua realização, de modo a que, tal como previsto, se constitua como
documento de análise e de reflexão acerca da eficácia do trabalho efetuado. Com
efeito, as respetivas conclusões permitirão avaliar a eficácia do trabalho realizado,
fundamentando opções a tomar, designadamente no que à elaboração dos planos
de turma no próximo ano letivo diz respeito, de forma a que se constituam como
documentos mais operacionais, com propostas de estratégias de concretização e
desenvolvimento do currículo mais adequadas às especificidades e necessidades
dos alunos de cada turma, tendo em vista melhorar a qualidade do que se ensina e
do que se aprende.
Área de intervenção: Acompanhamento do Trabalho dos Docentes.
Ação n. º 3:
As atividades e as metas delineadas foram cumpridas. Importa, agora, aprofundar
e ampliar o trabalho iniciado e aperfeiçoar os instrumentos elaborados, tendo em
vista não só a sustentabilidade das melhorias alcançadas, mas também para que a
supervisão se constitua como um processo adequado à superação de fragilidades
identificadas e/ou a identificar.
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2. Ganhos ao nível das áreas de intervenção objeto de acompanhamento.
Incremento do trabalho colaborativo na realização dos processos de ensino e de aprendizagem, designadamente no desenvolvimento de práticas letivas mais diversificadas e eficazes, indutoras de aprendizagens mais consistentes ao nível da área disciplinar do português nos 1.º e 2.º anos de escolaridade.
Apropriação de formas e metodologias de trabalho mais diversificadas e eficazes, que contribuíram para o aumento dos níveis de proficiência na produção de enunciados escritos, especialmente nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico.
Reconhecimento, pelos docentes, da importância da implementação de procedimentos estruturados de observação da prática letiva entre pares, com recurso a instrumentos de registo, o que possibilitou novas oportunidades de trabalho colaborativo, de reflexão sobre a ação pedagógica e de desenvolvimento profissional docente.
Envolvimento dos órgãos e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica na concretização das atividades previstas no Programa de Acompanhamento, de que resultou um conjunto de dinâmicas de trabalho mais colaborativas.
3. Práticas pedagógicas inovadoras, em contexto de sala de aula, com impacto nas aprendizagens.
A adoção do modelo estruturado de pesquisa Big 6 (1. Definição do problema; 2.
Estratégias de pesquisa da informação; 3. Localização e acesso; 4. Utilização da
informação; 5. Síntese; 6. Avaliação do percurso de investigação), como suporte da
realização de trabalhos de pesquisa nas diferentes disciplinas e da estruturação de
produções escritas.
Envolvimento de todos os docentes das disciplinas em que são produzidos
enunciados escritos na melhoria da proficiência dos alunos, através da aplicação
dos fatores de desvalorização expressos nos critérios definidos para a avaliação das
produções escritas (erros de ortografia, de pontuação, de morfologia, de sintaxe,
impropriedade lexical e incorreção nas citações).
4. Compromisso da escola para dar continuidade e/ou aprofundar o trabalho já realizado.
O Diretor do Agrupamento e os interlocutores das ações realçaram a eficácia da
metodologia inerente ao Programa de Acompanhamento, designadamente o
planeamento estratégico, e valorizaram o contributo das ações planeadas na
diversificação das atividades/estratégias em sala de aula, na melhoria do nível de
proficiência escrita, do ambiente educativo e do desenvolvimento profissional dos
docentes.
Apesar de se encontrar em curso o processo de eleição do novo diretor e de uma
renovação significativa do corpo docente no próximo ano letivo, o Agrupamento
assume o compromisso de dar continuidade às ações e atividades desenvolvidas e
considerar os aspetos que carecem de aprofundamento, perspetivando a contínua
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melhoria do clima educativo e das aprendizagens, assim como o desenvolvimento
profissional docente.
Data: 3 de julho de 2019
A Equipa Inspetiva: Manuel Lourenço
Maria Paula Carrusca
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul
Maria Filomena Aldeias
2019-10-09
Homologo
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação nos
termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79, Série II,
de 22 de abril de 2016