11
:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph... 1 de 11 31/8/2008 17:04 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007.72.99.003891-0/SC RELATOR : Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS ADVOGADO : Milton Drumond Carvalho APELANTE : CARLOS ANDRADE DE ARRUDA ADVOGADO : Roque Fritzen e outro APELADO : (Os mesmos) EMENTA PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADO POR TESTEMUNHAS. CONTAGEM A PARTIR DOS 12 ANOS. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. APOSENTADORIA ESPECIAL. RECONHECIMENTO DE TEMPO ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL. POSSIBILIDADE. PERÍODO ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI Nº 9.032/95. TUTELA ESPECÍFICA. 1. O tempo de serviço rural para fins previdenciários, a partir dos 12 anos, pode ser demonstrado através de início de prova material, desde que complementado por prova testemunhal idônea. Precedentes da Terceira Seção desta Corte e do egrégio STJ. 2. O reconhecimento de tempo de serviço prestado na área rural até 31-10-1991, para efeito de concessão de benefício no Regime Geral da Previdência Social, não está condicionado ao recolhimento das contribuições previdenciárias correspondentes (arts. 55, §2º, e 96, IV, da Lei 8.213/91, art. 195, §6º, CF e arts. 184, V, do Decreto 2.172/97, e 127, V, do Decreto 3.048/1999). 3. Uma vez exercida atividade enquadrável como especial, sob a égide da legislação que a ampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal. 4. Possível a conversão do tempo de serviço comum em especial em relação a todo período de labor desempenhado até 24-08-95, dia imediatamente anterior à vigência da Lei nº 9032/95 que alterou a redação do § 3º do art. 57 da Lei nº 8.213/91. 5. Contando a parte autora com 25 anos de trabalho sob condições nocivas à saúde ou à integridade física e preenchidos os demais requisitos previstos na legislação pertinente lhe é devida a concessão de aposentadoria especial. 6. Determina-se o cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de implementar o benefício, por se tratar de decisão de eficácia mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de um processo executivo autônomo (sine intervallo). ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, dar provimento ao recurso do autor, negar provimento ao recurso do INSS e determinar a implantação do benefício, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

Embed Size (px)

DESCRIPTION

ACÓRDÃO

Citation preview

Page 1: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

1 de 11 31/8/2008 17:04

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007.72.99.003891-0/SCRELATOR : Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA

APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADVOGADO : Milton Drumond CarvalhoAPELANTE : CARLOS ANDRADE DE ARRUDAADVOGADO : Roque Fritzen e outroAPELADO : (Os mesmos)

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIALCORROBORADO POR TESTEMUNHAS. CONTAGEM A PARTIR DOS 12ANOS. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. APOSENTADORIAESPECIAL. RECONHECIMENTO DE TEMPO ESPECIAL. CONVERSÃO DETEMPO COMUM EM ESPECIAL. POSSIBILIDADE. PERÍODO ANTERIORAO ADVENTO DA LEI Nº 9.032/95. TUTELA ESPECÍFICA.1. O tempo de serviço rural para fins previdenciários, a partir dos 12 anos, pode ser

demonstrado através de início de prova material, desde que complementado por provatestemunhal idônea. Precedentes da Terceira Seção desta Corte e do egrégio STJ. 2. Oreconhecimento de tempo de serviço prestado na área rural até 31-10-1991, para efeito deconcessão de benefício no Regime Geral da Previdência Social, não está condicionado aorecolhimento das contribuições previdenciárias correspondentes (arts. 55, §2º, e 96, IV, da Lei8.213/91, art. 195, §6º, CF e arts. 184, V, do Decreto 2.172/97, e 127, V, do Decreto 3.048/1999).3. Uma vez exercida atividade enquadrável como especial, sob a égide da legislação que aampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal. 4. Possível a conversão dotempo de serviço comum em especial em relação a todo período de labor desempenhado até24-08-95, dia imediatamente anterior à vigência da Lei nº 9032/95 que alterou a redação do § 3ºdo art. 57 da Lei nº 8.213/91. 5. Contando a parte autora com 25 anos de trabalho sob condiçõesnocivas à saúde ou à integridade física e preenchidos os demais requisitos previstos na legislaçãopertinente lhe é devida a concessão de aposentadoria especial. 6. Determina-se o cumprimentoimediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de implementar o benefício, por se tratarde decisão de eficácia mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades decumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de umprocesso executivo autônomo (sine intervallo).

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide aEgrégia 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, dar provimentoao recurso do autor, negar provimento ao recurso do INSS e determinar a implantação dobenefício, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrantedo presente julgado.

Page 2: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

2 de 11 31/8/2008 17:04

Porto Alegre, 06 de agosto de 2008.

Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRARelator

Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiua Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:

Signatário (a): JOAO BATISTA PINTO SILVEIRA:22140646053

Nº de Série do Certificado: 42C5179E

Data e Hora: 07/08/2008 12:06:41

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007.72.99.003891-0/SCRELATOR : Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRAAPELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADVOGADO : Milton Drumond CarvalhoAPELANTE : CARLOS ANDRADE DE ARRUDAADVOGADO : Roque Fritzen e outroAPELADO : (Os mesmos)

RELATÓRIO

Cuida-se de remessa oficial e de apelação interpostas da sentença que,reconhecendo o período rural de 02-07-51 a 02-05-70 e a especialidade do período de 02-05-94 a03-04-00, julgou procedente o pedido para condenar o INSS a averbar os referidos lapsos. Deixoude implementar a aposentadoria especial tendo em vista que o autor possui apenas 05 anos, 11meses e 02 dias de tempo especial. Refere que não é possível a concessão da aposentadoria portempo de serviço porque o autor postulou apenas aposentadoria especial.

Em face da sucumbência recíproca, condenou as partes a pagarem custasprocessuais, divididas igualmente entre autor e réu, sendo que para o INSS são devidas pormetade, e suspensa em relação ao autor, em razão da AJG.

No tocante aos honorários advocatícios, determinou a compensação.

O INSS recorre postulando a reforma da sentença. Sustenta inexistir início de provamaterial a demonstrar o trabalho rural e a necessidade do recolhimento das contribuições. Referea impossibilidade do cômputo do tempo rural antes dos 14 anos. No que pertine ao tempo deserviço especial, alega que não há documentos que comprovem o exercício de atividades sujeitasa condições prejudiciais à saúde ou integridade física da parte autora.

O autor recorre, alegando que faz jus ao benefício de aposentadoria especial ou

Page 3: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

3 de 11 31/8/2008 17:04

aposentadoria por tempo de serviço proporcional. Aduz que, ainda que não postulado, pode omagistrado conceder o benefício proporcional.

Apresentadas contra-razões, subiram os autos a este Tribunal.

É o relatório.

À revisão.

Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRARelator

Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiua Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:

Signatário (a): JOAO BATISTA PINTO SILVEIRA:22140646053

Nº de Série do Certificado: 42C5179E

Data e Hora: 07/08/2008 12:06:47

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007.72.99.003891-0/SCRELATOR : Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRAAPELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

ADVOGADO : Milton Drumond CarvalhoAPELANTE : CARLOS ANDRADE DE ARRUDAADVOGADO : Roque Fritzen e outroAPELADO : (Os mesmos)

VOTO

Correta a sentença que não submeteu o presente feito à remessa oficial, porquanto ovalor da condenação ou da controvérsia não é excedente a 60 (sessenta) salários mínimos (§ 2º doart. 475 do CPC, acrescido pela Lei nº 10.352 - DOU 27-12-2001).

Inicialmente, cumpre referir que, não obstante a ausência de requerimentoadministrativo, o INSS contestou o pedido. Assim, está presente a pretensão resistida, havendointeresse processual do demandante.

A questão controversa nos presentes autos cinge-se à possibilidade dereconhecimento do período rural de 02-07-51 a 02-05-70 e da especialidade do período de02-05-94 a 03-04-00, frente à legislação previdenciária aplicável à espécie, e à conseqüenteconcessão de aposentadoria especial ou por tempo de serviço/contribuição (NB 42/1346162481),a contar da data da citação, em 19-05-2000 (fl. 27 v.).

Page 4: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

4 de 11 31/8/2008 17:04

Ressalvo que é possível a concessão da aposentadoria por tempo de serviçoproporcional, ainda quando o autor postulou o benefício de aposentadoria especial, tendo em vistao princípio jura novit curia e seu corolário narra mihi factum dabo tibi ius, do qual se conclui nãohaver violação aos limites da lide quando a nomenclatura da aposentadoria concedida é diversa daconstante no pedido inicial ou daquela reiterada em apelação.

Da comprovação do tempo de atividade rural

Tratando-se de rurícola, cumpre ao julgador valorar os fatos e circunstânciasevidenciados com ênfase no artigo 5º da Lei de Introdução ao Código Civil e levar em conta arealidade social em que inserido o trabalhador rural, na qual predomina a informalidade nademonstração dos fatos. Vale lembrar que não se mostra razoável exigir que os documentoscarreados ao processo sigam sempre a forma prescrita em lei, por isso devem ser consideradosválidos quando de outra forma atingir a finalidade precípua de comprovar o exercício da atividaderural, consoante disposto no art. 244 do CPC.

Visando à comprovação do efetivo exercício nas atividades agrícolas, a parte autorapoderá apresentar, alternativamente, os documentos relacionados nos incisos do artigo 106 da Leide Benefício (rol não exaustivo), não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo naocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no parágrafo 3º do art.55 da Lei nº 8213/91 e Súmula 149 do Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Registre-se que o início de prova material, consoante interpretação sistemática dalei, configurar-se-á mediante documentos que comprovem o exercício da atividade nos períodospostulados, devendo ser contemporâneos à época dos fatos que se pretende comprovar, ainda queparcialmente.

Outrossim, não há impedimento a que sejam considerados os documentos emitidosem período próximo ao controverso, desde que indiquem a continuidade da atividade rural.

Sabe-se ainda que os documentos expedidos em nome de integrantes do grupofamiliar e a qualificação em certidões têm sido aceitos pela jurisprudência como início de provamaterial, haja vista que o trabalho com base em uma única unidade produtiva tem como regra adocumentação emitida em nome de uma única pessoa. Esse entendimento, aliás, reproduz aorientação consolidada no âmbito das Turmas integrantes da 3ª Seção do Superior Tribunal deJustiça (AGREsp 603.663/RS, Rel. Min. Gilson Dipp, DJU de 19-04-2004; REsp 461.302/RS,Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de 12-05-2003).

Em sendo assim, o importante é a apresentação de documentos que caracterizem oefetivo exercício da atividade rural, os quais, como já referido, não precisam estar em nome daparte autora para serem tidos como início de prova do trabalho rural, pois não há essa exigênciana lei e, via de regra, nesse tipo de entidade familiar os atos negociais são efetivados em nome dochefe do grupo familiar, geralmente o chefe da unidade familiar, o qual, normalmente é o genitor.Nesse sentido: EDREsp 297.823/SP, STJ, 5ª T, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ 26.08.2002; AMS2001.72.06.001187-6/SC, TRF 4ªR, 5ªT, Rel. Des. Federal Paulo Afonso Brum, DJ 05-06-2002).

De outro modo, a qualificação de lavrador ou agricultor em atos do registro civiltem sido considerada, também, como início de prova material, se contemporânea aos fatos,podendo estender-se ao cônjuge, se caracterizado o regime de economia familiar (STJ - AgRg noREsp 318511/SP, 6ª T, Rel. Min. Paulo Gallotti, DJ 01.03.2004 e AgRg nos EDcl no Ag

Page 5: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

5 de 11 31/8/2008 17:04

561483/SP, 5ª T, Rel. Min. Gilson Dipp, DJ 24-05-2004). Ademais, não se exige prova materialplena da atividade rural em todo o período requerido, mas início de prova material, o que vai aoencontro da realidade social no sentido de não inviabilizar a concessão desse tipo de benefício.

No tocante à possibilidade do cômputo do tempo rural na qualidade de seguradoespecial a partir dos 12 anos de idade, a Terceira Seção desta Corte ao apreciar os EmbargosInfringentes em AC n.º 2001.04.01.025230-0/RS, Rel. Juiz Federal Ricardo Teixeira do VallePereira, na sessão de 12-03-2003, firmou entendimento no sentido da possibilidade do cômputodo tempo de serviço laborado em regime de economia familiar a partir dessa idade, na esteira deiterativa jurisprudência do egrégio Superior Tribunal de Justiça, tendo recentemente a SegundaTurma do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o AI n.º 529694/RS, da relatoria do MinistroGilmar Mendes, com decisão publicada no DJU de 11-03-05, se pronunciado a favor doreconhecimento do tempo de serviço agrícola ao menor de quatorze anos, não merecendo talquestão maiores digressões.

Da dispensa do recolhimento de contribuições

Nos casos de aposentadoria por tempo de serviço/contribuição, o art. 55, § 2º, da Lei8213/91, previu o cômputo do tempo rural, independentemente de contribuições, quando anteriorà sua vigência, ipsis literis:

§2º. O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início devigência desta Lei, será computado independentemente do recolhimento das contribuições aele correspondentes, exceto para efeito de carência, conforme dispuser o Regulamento.(grifado)

Destarte, o tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei 8.213/91 pode sercomputado para a aposentadoria por tempo de serviço/contribuição, sem recolhimento decontribuições, por expressa ressalva do § 2º do art. 55 da referida lei, salvo para carência. Frise-seque o e. Superior Tribunal de Justiça pacificou recentemente, por sua 3ª Seção, a matéria,consoante o seguinte precedente: EREsp 576741/RS, Min. Hélio Quaglia Barbosa, 3ª Seção, DJ06-06-05. O e. Supremo Tribunal Federal possui o mesmo posicionamento (AgRg.RE369.655/PR, Rel. Min. Eros Grau, DJ 22-04-2005 e AgRg no RE 339.351/PR, Rel. Min. ErosGrau, DJ 15-04-2005).

Por outro lado, no que tange ao inciso IV do art. 96 da Lei de Benefício, (cuja novaredação, conferida pela mencionada medida provisória, passou a prever que o cômputo de tempode serviço, nos termos do §2º do art. 55 da Lei 8.213/91, só seria realizada por intermédio deindenização das exações correspondentes ao interregno correspondente), também impugnado namesma ação, o STF, emprestando-lhe interpretação conforme à Constituição, afastou-lhe aaplicação em relação ao trabalhador rural enquanto este estava desobrigado de contribuir aoRegime Geral de Previdência Social, justificando-se tal restrição apenas em relação à contagemrecíproca de tempo de serviço público.

Nessa senda, se as Leis 8.212 e 8.213/91 estabeleceram, respectivamente, o regimede custeio e de benefícios da Previdência Social, tendo estipulado, outrossim, a quota departicipação do segurado especial na manutenção do sistema previdenciário, tratando-se o tributoem apreço de contribuição social, a sua incidência deve observar o ditame do art. 195, §6º, daConstituição Federal. Destarte, as exações em comento, a princípio só poderiam ser exigidas apósnoventa dias da data da publicação da lei que as instituiu, de sorte que, tendo a normativa deregência sido publicada em 25 de julho de 1991, a data de início da cobrança das contribuições

Page 6: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

6 de 11 31/8/2008 17:04

previdenciárias seria dia 22 de outubro daquele ano, à míngua da correspondente fonte de custeiode tempo de serviço rural em regime de economia familiar, posicionamento, aliás, já assentado noart. 184, V, do Decreto 2.172/97 e no art. 127, V, do Decreto 3.048/1999, o qual expressamenterefere que o tempo de contribuição do segurado trabalhador rural anterior à competência denovembro de 1991 será computado. Assim, possível a extensão daquela data até 31-10-91.

Verifica-se, por conseguinte, que a contagem do intervalo temporal a ser declaradopara fins de averbação no RGPS, todo ele compreendido anteriormente a 31-10-1991, independede repasse ao erário das contribuições previdenciárias relativas a esse período.

Ressalte-se que o tempo de serviço rural sem o recolhimento das contribuições, emse tratando de regime de economia familiar, aproveita tanto ao arrimo de família como aos demaisdependentes do grupo familiar que com ele laboram (STJ - REsp 506.959/RS, Rel. Min. LauritaVaz, j. em 07-10-03 e REsp 603.202, Rel. Min. Jorge Scartezzini, decisão de 06-05-04).

Do caso em análise

Visando à demonstração do exercício da atividade rural, a parte autora juntou aosautos documentos, dos quais se destacam:

1) certidão do Ministério do Exército, informando que o autor, ao alistar-se, em1956, declarou que exercia a profissão de lavrador (fl. 10);

2) certidões de nascimento de seus filhos, com assentos em 1962 e 1964, ocasiõesem que o demandante foi qualificado como lavrador (fls. 11-2);

3) certidão de seu casamento, realizado na década de 1960, na qual foi referidocomo lavrador (fl. 09).

Inquiridas as testemunhas Olindino Manoel Mendes, Osni Batista de Souza eValdemar Rogério Valter (fls. 98, 112-3), advertidas, compromissadas e não impugnadas peloInstituto Previdenciário, restou confirmado que o requerente trabalhou na agricultura, em regimede economia familiar, no período alegado. Eram cultivados milho, feijão, batata, sendo oexcedente comercializado.

Desse modo, a partir dos documentos acostados aos autos, os quais constitueminício de prova material, corroborados pelo depoimento testemunhal, resta devidamentecomprovado o trabalho agrícola desenvolvido pela parte autora, em regime de economia familiar,de 02-07-51 a 31-05-70, totalizando 18 anos e 11 meses, os quais devem ser averbados peloINSS.

DA ATIVIDADE ESPECIAL

Com relação ao reconhecimento da atividade exercida como especial, é deressaltar-se que o tempo de serviço é disciplinado pela lei em vigor à época em que efetivamenteexercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. Dessemodo, uma vez prestado o serviço sob a égide de legislação que o ampara, o segurado adquire odireito à contagem como tal, bem como à comprovação das condições de trabalho na forma entãoexigida, não se aplicando retroativamente uma lei nova que venha a estabelecer restrições àadmissão do tempo de serviço especial.

Nesse sentido, aliás, é a orientação adotada pela Terceira Seção do Egrégio Superior

Page 7: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

7 de 11 31/8/2008 17:04

Tribunal de Justiça (AGREsp nº 493.458/RS, Relator Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJUde 23-06-2003, e REsp nº 491.338/RS, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJUde 23-06-2003), a qual passou a ter previsão legislativa expressa com a edição do Decreto nº4.827/2003, que introduziu o § 1º ao art. 70 do Decreto nº 3.048/99.

Feita essa consideração e tendo em vista a diversidade de diplomas legais que sesucederam na disciplina da matéria, necessário inicialmente definir qual a legislação aplicável aocaso concreto, ou seja, qual a legislação vigente quando da prestação da atividade pela parteautora.

Tem-se, então, a seguinte evolução legislativa quanto ao tema sub judice:

a) no período de trabalho até 28-04-95, quando vigente a Lei nº 3.807/60 (LeiOrgânica da Previdência Social) e suas alterações e, posteriormente, a Lei nº 8.213/91 (Lei deBenefícios), em sua redação original (arts. 57 e 58), possível o reconhecimento da especialidadedo trabalho quando houver a comprovação do exercício de atividade enquadrável como especialnos decretos regulamentadores e/ou na legislação especial ou quando demonstrada a sujeição dosegurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova (exceto para ruído, em que necessáriasempre a aferição do nível de decibéis por meio de perícia técnica, carreada aos autos ounoticiada em formulário emitido pela empresa, a fim de se verificar a nocividade ou não desseagente);

b) a partir de 29-04-95, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento porcategoria profissional, de modo que, no interregno compreendido entre esta data e 05-03-97, emque vigentes as alterações introduzidas pela Lei nº 9.032/95 no art. 57 da Lei de Benefícios,necessária a demonstração efetiva de exposição, de forma permanente, não ocasional nemintermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, por qualquer meio de prova,considerando-se suficiente, para tanto, a apresentação de formulário-padrão preenchido pelaempresa, sem a exigência de embasamento em laudo técnico;

c) no lapso temporal compreendido entre 06-03-97 e 28-05-98, em que vigente oDecreto nº 2.172/97, que regulamentou as disposições introduzidas no art. 58 da Lei deBenefícios pela Medida Provisória nº 1.523/96 (convertida na Lei nº 9.528/97), passou-se aexigir, para fins de reconhecimento de tempo de serviço especial, a comprovação da efetivasujeição do segurado a agentes agressivos por meio da apresentação de formulário-padrão,embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica;

d) após 28-05-98, não é mais possível a conversão de tempo especial para comum(art. 28 da MP 1.663/98, convertida na Lei 9.711/98).

Essas conclusões tem suporte em remansosa jurisprudência do Superior Tribunal deJustiça (REsp nº 461.800/RS, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de 25-02-2004;REsp nº 513.832/PR, 5ª Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJU de 04-08-2003; REsp nº397.207/RN, 5ª Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJU de 01-03-2004).

Para fins de enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerados osDecretos nºs 53.831/64 (Quadro Anexo - 2ª parte) e 83.080/79 (Anexo II) até 28-04-95, data daextinção do reconhecimento da atividade especial por presunção legal. Já para o enquadramentodos agentes nocivos, devem ser considerados os Decretos nºs 53.831/64 (Quadro Anexo - 1ªparte) e 83.080/79 (Anexo I) até 05-03-97 e o Decreto nº 2.172/97 (Anexo IV) no interregno

Page 8: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

8 de 11 31/8/2008 17:04

compreendido entre 06-03-97 e 28-05-98. Além dessas hipóteses de enquadramento, semprepossível também a verificação da especialidade da atividade no caso concreto, por meio de períciatécnica, nos termos da Súmula nº 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos (STJ, AGREsp nº228832/SC, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJU de 30-06-2003).

No caso concreto, o labor especial controverso está assim detalhado:

Período: 02-05-94 a 03-04-2000

Empresa: Posto Jonas Ltda.

Função/Atividades: Frentista e vigia noturno

Agentes nocivos: Hidrocarbonetos e inflamáveis

Enquadramento legal:Códigos 1.2.11 do Quadro Anexo do Decreto nº 53.831/64, e1.2.10 do Anexo I do Decreto 83.080/79 e 1.0.19 do Anexo IV do Decreto 2.172/97 e súmula 198 do TFR.

Provas: Laudo pericial judicial (fls. 71-2).

Conclusão:

Restou devidamente comprovado nos autos o exercício deatividade especial pela parte autora no período antesindicado, conforme a legislação aplicável à espécie, emvirtude de sua exposição, de forma habitual e permanente, ahidrocarbonetos e inflamáveis (periculosidade).

Desse modo, o referido período corresponde a 05 anos, 11 meses e 02 dias deatividade especial.

Da conversão do período comum em especial

Pretende o demandante a concessão do benefício de aposentadoria especial. A fimde obter o mencionado benefício, deve haver a conversão para especial dos períodos em quelaborou em atividade comum.

Consoante já referido, o tempo de serviço é disciplinado pela lei em vigor à épocaem que efetivamente exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídicodo trabalhador. O fato de os requisitos para a aposentadoria terem sido implementadosposteriormente, não afeta a natureza do tempo de serviço e a possibilidade de conversão segundoa legislação da época.

Assim, a Lei nº 9.032, de 28-04-1995, ao alterar o § 3º do art. 57 da Lei n. 8.213/91,vedando, a partir de então, a possibilidade de conversão de tempo de serviço comum em especialpara fins de concessão do benefício de aposentadoria especial, não atinge os períodos anteriores àsua vigência, ainda que os requisitos para a concessão da inativação venham a ser preenchidosposteriormente, visto que não se aplica retroativamente uma lei nova que venha a estabelecerrestrições em relação ao tempo de serviço.

No caso dos autos, os intervalos de tempo comum cuja conversão para especialpostula o autor são todos anteriores à Lei nº 9.032, de 28-04-1995, não havendo, pois, óbice àpretensão. Considerando que a Lei nº 8.213/91, até as alterações introduzidos pela legislação emcomento, era regulamentada pelo Decreto 611/92, o índice de conversão a ser utilizado, consoanteo art. 64, corresponde a 0,71, de modo que chega-se ao seguinte tempo de serviço:

Page 9: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

9 de 11 31/8/2008 17:04

Períodos Tempo Comum Multiplicador Acréscimo resultante da conversão dotempo comum em especial

02-07-51 a 31-05-70 (rural) 18a 11m 00d 0,71 13a 05m 05d

CTPS (fls. 13-19) 20a 05m 04d 0,71 14a 06m 00d

Carnês (fls. 21-3) 02a 09m 01d 0,71 01a 11m 14d

Total 29a 10m 19d

Dirimida a questão acerca da comprovação do tempo de serviço controvertido,cabe a análise do direito à aposentadoria pretendida.

Para fazer jus à aposentadoria especial deve a parte autora preencher os requisitosprevistos no art. 57 da Lei de Benefícios, quais sejam, a carência e o tempo de serviço.

Da carência

A carência exigida no caso de aposentadoria por tempo de serviço é de 180contribuições. Contudo, para os segurados inscritos na Previdência Social Urbana até 24-07-91,bem como para os trabalhadores e empregadores rurais cobertos pela Previdência Social Rural, acarência para as aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial obedecerá a tabela deacordo com o ano em que o segurado implementou as condições necessárias à obtenção dobenefício (art. 142 da LB).

No caso em análise, tendo a parte autora ajuizado o seu pedido em 2000, a carênciaexigida para a concessão do benefício é de 114 meses de contribuição nos termos da disposiçãocontida no artigo 142 da Lei nº 8.213/91, o que restou devidamente comprovado nos autosconforme documentos de fls. 13-9 e 21-3.

No que pertine ao tempo de serviço, somando-se o período rural e especialjudicialmente admitido e o labor comum convertido em especial por este julgado, o autor perfaz oseguinte tempo de atividades especiais até 03-04-2000:

Tempo de serviço especial reconhecido pelo julgado 05a 11m 02d

Tempo comum convertido em especial pelo julgado 29a 10m 19d

Total (julgado + INSS) 35a 09m 21d

Portanto, resta comprovado ter o autor trabalhado em atividades especiais por maisde 25 anos, o que lhe garante o direito à aposentadoria especial, a contar da data da citação,conforme delimitado na inicial (19-05-2000 -DIB).

DA TUTELA ESPECÍFICA DO ART. 461 DO CPC

A 3ª Seção deste Tribunal firmou posição no que se refere à aplicabilidade do art.461 do Código de Processo Civil nas ações de natureza previdenciária, a teor do que restoudecidido pelo acórdão assim ementado:

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. ART. 461 do CPC.TUTELA ESPECÍFICA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. EFICÁCIA PREPONDERANTEMENTEMANDAMENTAL DO PROVIMENTO. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO ACÓRDÃO.POSSIBILIDADE. REQUERIMENTO DO SEGURADO. DESNECESSIDADE.1. Atento à necessidade de aparelhar o processo de mecanismos preordenados à obtenção doresultado prático equivalente à situação jurídica que se verificaria caso o direito material tivesse

Page 10: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

10 de 11 31/8/2008 17:04

sido observado espontaneamente pelo "devedor" através da realização da conduta imposta pelodireito material, o legislador, que já havia, na época da edição do Código de Defesa doConsumidor (Lei 8.078/90) instituído a tutela específica do direito do "credor" de exigir ocumprimento dos deveres de fazer ou não fazer decorrentes de relação de consumo, inseriu noordenamento processual positivo, por meio da alteração no art. 461 do Código de Processo Civiloperada pela Lei 8.952/94, a tutela específica para o cumprimento dos deveres de fazer ou nãofazer decorrentes das relações do direito material que não as de consumo.2. A adoção da tutela específica pela reforma processual de 1994 do CPC veio para suprir, emparte, a morosidade judicial, na proporção em que busca dar ao cidadão aquilo e somente aquiloque lhe é devido, tirando o direito do plano genérico-abstrato da norma, conferindo-lhe efeitosconcretos, com o fito de lhe garantir a mesma conseqüência do que aquela que seria obtida peloadimplemento voluntário.3. A sentença que concede um benefício previdenciário (ou assistencial), em regra, compõe-se deuma condenação a implantar o referido benefício e de outra ao pagamento das parcelasatrasadas. No tocante à determinação de implantação do benefício (para o futuro, portanto), asentença é condenatória mandamental e será efetiva mediante as atividades de cumprimento dasentença stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de um processo executivoautônomo (sine intervallo).4. A respeito do momento a partir do qual se poderá tornar efetiva a sentença, na parte referente àimplantação futura do benefício, a natureza preponderantemente mandamental da decisão nãoimplica automaticamente o seu cumprimento imediato, pois há de se ter por referência o sistemaprocessual do Código, não a Lei do Mandado de Segurança, eis que a apelação de sentençaconcessiva do benefício previdenciário será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo, nostermos do art. 520, caput, primeira parte, do CPC, motivo pelo qual a ausência de previsão deefeito suspensivo ex lege da apelação, em casos tais, traz por conseqüência a impossibilidade, deregra, do cumprimento imediato da sentença.5. Situação diversa ocorre, entretanto, em segundo grau, visto que o acórdão que concede obenefício previdenciário, que esteja sujeito apenas a recurso especial e/ou recurso extraordinário,enseja o cumprimento imediato da determinação de implantar o benefício, ante a ausência, via deregra, de efeito suspensivo daqueles recursos, de acordo com o art. 542, § 2º, do CPC. Talcumprimento não fica sujeito, pois, ao trânsito em julgado do acórdão, requisito imprescindívelapenas para a execução da obrigação de pagar (os valores retroativamente devidos) e,consequentemente, para a expedição de precatório e de requisição de pequeno valor, nos termosdos parágrafos 1º, 1º-A e 3º do art. 100 da Constituição Federal.6. O cumprimento imediato da tutela específica, diversamente do que ocorre no tocante àantecipação de tutela prevista no art. 273 do CPC, independe de requerimento expresso por partedo segurado ou beneficiário, pois aquele é inerente ao pedido de que o réu seja condenado aconceder o benefício previdenciário, e o seu deferimento sustenta-se na eficácia mandamental dosprovimentos fundados no art. 461 do CPC. Em suma, a determinação da implantação imediata dobenefício contida no acórdão consubstancia, tal como no mandado de segurança, uma ordem (àautarquia previdenciária) e decorre do pedido de tutela específica (ou seja, o de concessão dobenefício) contido na petição inicial da ação.7. Questão de ordem solvida para que, no tocante à obrigação de implantar (para o futuro) obenefício previdenciário, seja determinado o cumprimento imediato do acórdão sujeito apenas arecurso especial e/ou extraordinário, independentemente de trânsito em julgado e de pedidoespecífico da parte autora. (QOAC 2002. 71.00.050349-7/RS, rel. p/acórdão Des. Federal CelsoKipper, DE 02-10-2007).

Portanto, em vista da procedência do pedido, estando o presente acórdão sujeitoapenas a recurso especial e/ou extraordinário, intime-se o INSS para que, em até 45 dias, implanteo beneficio de APOSENTADORIA ESPECIAL, conforme os parâmetros definidos nesteacórdão.

Desse modo, a sentença merece reforma, a fim de que seja outorgado à parte autorao benefício na forma da fundamentação precedente, com o pagamento dos valores atrasados,corrigidos monetariamente pelo IGP-DI desde o vencimento de cada prestação, acrescidos dejuros de mora de 12% ao ano a contar da citação e dos honorários advocatícios, fixados em 10%

Page 11: Acórdão - Conversão - Comum Em Especial

:: Portal da Justiça Federal da 4ª Região :: http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/visualizar_documento_gedpro.ph...

11 de 11 31/8/2008 17:04

sobre o valor das parcelas devidas até a data do presente julgamento, em conformidade com aSúmula nº 76 deste Tribunal e custas processuais por metade, a teor da LC/SC nº 161/97.

Frente ao exposto, nos termos da fundamentação, voto por dar provimento aorecurso do autor, negar provimento ao recurso do INSS e determinar a implantação dobenefício.

Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRARelator

Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiua Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:

Signatário (a): JOAO BATISTA PINTO SILVEIRA:22140646053

Nº de Série do Certificado: 42C5179E

Data e Hora: 07/08/2008 12:06:44