PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO31ª Câmara

Registro: 2015.0000545662

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº

2148176-62.2015.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante MARIA

LUCIA PITOMBO CRESPIN, é agravado NACIONAL PARKING ADMINISTRAÇÃO DE

ESTACIONAMENTOS LTDA. - ME.

ACORDAM, em 31ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de

São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de

conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores

ANTONIO RIGOLIN (Presidente), ADILSON DE ARAUJO E CARLOS NUNES.

São Paulo, 4 de agosto de 2015.

ANTONIO RIGOLINRELATOR

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO31ª Câmara

Agravo de Instrumento Nº 2148176-62.2015.8.26.0000 – São Paulo – VOTO Nº 34723 - 2 -

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2148176-62.2015.8.26.0000Comarca:SÃO PAULO 3ª Vara CívelJuiz: Rosana Moreno SantisoAgravante: Maria Lucia Pitombo Crespin Agravado: Nacional Parking Administração de Estacionamentos Ltda. - ME

LOCAÇÃO. AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL. ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS. PLEITO DE TUTELA ANTECIPADA VOLTADO A FIXAÇÃO DO VALOR DO ALUGUEL COM BASE EM PARECER TÉCNICO. INDEFERIMENTO QUE PERSISTE. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTOS PARA A SUA CONCESSÃO. RECURSO IMPROVIDO. O deferimento da tutela antecipada deve pressupor a presença dos requisitos do artigo 273 do CPC. No caso, restou controvertida a própria alegação da existência de relação locatícia entre as partes, matéria que ainda não se encontra suficientemente dirimida nos autos, o que só poderá ocorrer com a dilação probatória.

Voto nº 34.723

Visto.

1. Trata-se de agravo, sob a forma de instrumento,

interposto por MARIA LUCIA PITOMBO CRESPIN com o objetivo de

alcançar a reforma de decisão proferida em ação revisional de

aluguel proposta em face de NACIONAL PARKING

ADMINISTRAÇÃO DE ESTACIONAMENTOS LTDA. - ME.

Aduz a agravante que se encontram presentes os

requisitos necessários para o deferimento da tutela antecipada, e

por isso faz jus à fixação do aluguel provisório em conformidade com

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Agravo de Instrumento Nº 2148176-62.2015.8.26.0000 – São Paulo – VOTO Nº 34723 - 3 -

parecer técnico, ou em 50% do faturamento líquido, se inferior a

esse montante.

Recurso tempestivo e bem processado,

oportunamente preparado.

É o relatório.

2. Segundo a narrativa da inicial, a autora é

coproprietária de imóvel (50%) e mantém contrato verbal de locação

com a demandada desde março de 1998. O imóvel é utilizado para

exploração de estacionamento de veículos e o aluguel foi fixado em

50% do faturamento líquido da locatária. Argumenta que as

informações prestadas nunca foram transparentes, e que os

pagamentos efetuados estão sendo reduzidos cada vez mais,

apesar dos altos custos praticados na região em que se situa o

estacionamento. Pretende a revisão do contrato de locação,

pleiteando, com base no parecer técnico que apontou o valor

locatício de R$ 22.681,19, seja fixado o aluguel provisório em R$

11.340,59 ou em 50% do faturamento líquido da locatária, se inferior

a esse montante.

Após o oferecimento de defesa pela demandada,

reiterou a autora o pedido de tutela antecipada voltado à fixação do

aluguel provisório.

Como foi indeferido o pleito de tutela de urgência,

objetiva a reforma dessa decisão.

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Agravo de Instrumento Nº 2148176-62.2015.8.26.0000 – São Paulo – VOTO Nº 34723 - 4 -

O deferimento da antecipação da tutela é

perfeitamente admissível, desde que presentes as situações

previstas no artigo 273 do Código de Processo Civil (probabilidade

do direito e configuração do periculum in mora).

Fixados esses pontos, cabe então analisar se estão

presentes os requisitos legais no caso concreto, de modo a justificar

o deferimento do que ora se pleiteia.

No caso em exame, constata-se que a demandada,

em sua contestação, negou a existência de contrato verbal de

locação, afirmando que se trata de uma sociedade de fato para

exploração do estacionamento de veículos no imóvel de propriedade

comum (fls. 195/208).

A controvérsia enseja a necessidade de efetiva

apuração a respeito da identificação da relação jurídica que vincula

as partes e as provas até agora trazidas aos autos não permitem

alcançar convicção a respeito desse aspecto. O esclarecimento só

ocorrerá com a dilação probatória, de modo que ainda não existe

possibilidade de deferimento de medida antecipatória.

Enfim, não comporta acolhimento o inconformismo.

3. Ante o exposto, nego provimento ao recurso.

ANTONIO RIGOLINRelator

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