acordão processo

Embed Size (px)

DESCRIPTION

comercio internacional

Citation preview

  • IV - APELACAO CIVEL 111067 96.02.20661-6

    RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL ALBERTO NOGUEIRA

    APELANTE : CIA BRASILEIRA DE FOTOSSENSIVEISADVOGADO : YSSAMU TAKAO E OUTROSAPELADO : UNIAO FEDERAL / FAZENDA NACIONALORIGEM : VIGSIMA STIMA VARA FEDERAL DO RIO DE

    JANEIRO (9200499244)

    R E L A T R I O

    Trata-se de apelao cvel interposta por CIA BRASIELIRA DE FOTOSSENSVEIS s fls. 81-87 em face de r. sentena de fls. 67-73, que julgou improcedente o pedido de anulao de dbito fiscal relacionado com o Auto de Infrao n 131 de 22.06.88. Condenou a autora em honorrios advocatcios fixados em 10% sobre o valor corrigido da causa.

    A apelante alega, em suas razes recursais, que houve alterao na classificao tarifria da mercadoria importada pela apelante, o que resultou em autuao fiscal lavrada ao desamparo da lei. Aduz que pacfica a jurisprudncia dos tribunais no sentido de que a mudana de critrio na classificao fiscal de mercadoria pela autoridade fiscal constitui alterao de critrio jurdico a que se refere o art. 146 do CTN. Argi que a alterao de critrio jurdico, no caso, a reclassificao tarifria posterior ao fato gerador, desestabiliza as relaes comerciais e a prpria estrutura empresarial. Alega que a reclassificao contida na autuao que se visa anular, se no fosse indevida, teria decado por no atender ao previsto no art. 50 do Decreto-lei n 37 de 18.11.66, que estipula o prazo de cinco dias depois de ultimada a conferncia aduaneira para a impugnao do valor aduaneiro ou classificao tarifria. Sustenta, assim, ofensa aos artigos 5, II e 150, I C.F. e 97, 146 e 149 do CTN.

    Contra-razes s fls. 92-94.O Ministrio Pblico Federal entendeu que a questo

    dos autos no impe a interveno do Parquet (fls. 110-112).

    1

  • IV - APELACAO CIVEL 111067 96.02.20661-6

    o relatrio.

    V O T O

    No merece reparos a douta sentena exarada.Ao contrrio do alegado, no houve mudana de critrio

    de classificao, mas to-somente a no confirmao da classificao lanada pela prpria autora da mercadoria importada aps anlise qumica da amostra do produto em questo.

    O laudo da anlise realizada comprovou que o material importado era diverso daquele descrito nos documentos de importao (fl 29 v), tendo a autoridade administrativa retificado de ofcio o erro contido na declarao da apelante, conforme estipulado no art. 147, 2 do CTN, no tendo a autora recolhido a multa aplicada no prazo legal de 72 horas.

    Conforme bem salientou o MM. Juzo a quo:

    Logo, assumida a responsabilidade no campo 24 do verso da declarao de importao (fls. 49 verso), de recolher dentro de 72 horas a diferena de tributos, multas e/ou outros encargos fiscais e/ou cambiais, que viessem a ser apurados em conseqncia do exame, se o resultado da anlise no confirmasse a exatido do que havia sido declarado, no pode a parte autora, agora, alegar desconhecimento de tal circunstncia para defender que teria havido mudana do critrio jurdico para a classificao, que, inclusive, no logrou demonstrar.

    No cabe aqui discutir se o erro na declarao se originou por culpa do fornecedor se originou por culpa do fornecedor, ou se houve dolo, pois trata-se no

    2

  • IV - APELACAO CIVEL 111067 96.02.20661-6

    caso de responsabilidade objetiva do importador, que poderia estar at mesmo importando mercadoria de circulao proibida no territrio nacional.

    Tenho como certa a atitude da autoridade administrativo que autuou a autora por importar mercadoria sem amparo de guia de importao, j que o produto da GI em poder do importador, descrevia produto diferente do que foi desembaraado, ficando desta maneira o importador sujeito as penas do art. 526, II, do Regulamento Aduaneiro.

    Em face do exposto, nego provimento apelao. como voto.

    ALBERTO NOGUEIRADesembargador Federal Relator

    E M E N T A

    TRIBUTRIO. AUTO DE INFRAO. ANULAO DE DBITO FISCAL. ERRO NA CLASSIFICAO FISCAL DE MERCADORIA IMPORTADA. MULTA. CABIMENTO.No houve mudana de critrio de classificao, mas to-somente a no confirmao da classificao lanada pela prpria autora da mercadoria importada aps anlise qumica da amostra do produto em questo. O laudo da anlise realizada comprovou que o material importado era diverso daquele descrito nos documentos de importao, tendo a autoridade administrativa retificado de ofcio o erro contido na declarao da apelante, conforme estipulado no art. 147, 2 do CTN, no tendo a autora recolhido a multa aplicada no prazo legal de 72 horas, cuja responsabilidade havia assumido em caso de a anlise no confirmar a exatido do que havia sido declarado. No pode a parte autora alegar desconhecimento de tal

    3

  • IV - APELACAO CIVEL 111067 96.02.20661-6

    circunstncia para defender que teria havido mudana do critrio jurdico para a classificao, que, inclusive, no logrou demonstrar, ressalvando que a declarao responsabilidade objetiva do importador.

    A C R D O

    Vistos e relatados os autos em que so partes as acima indicadas:Decide a Quarta Turma Especializada do Egrgio Tribunal Regional

    Federal da 2 Regio, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do Voto do Relator, constante dos autos e que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

    Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2009.

    ALBERTO NOGUEIRADesembargador Federal Relator

    4