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AC RUA 68 Nº 727 – CENTRO – FONE: 3216-6229 e 3216.6256 - CEP: 74055-100 – GOIÂNIA – GO. - 1 www.tcm.go.gov.br ACÓRDÃO Nº 01548/2018 - Tribunal Pleno Processo nº 08070/2017 Município Catalão Assunto Prestação de Contas de Governo Período Exercício de 2016 Responsável Jardel Sebba CPF nº 039.682.271-15 Relatora Conselheira Maria Teresa CONTAS DE GOVERNO. CONTAS REJEIÇÃO. MULTA. DETERMINAÇÕES. 1. Ressalvas: item 19.4 - Irregularidades no tocante ao relatório conclusivo da comissão especial designada para realizar o inventário anual dos bens patrimoniais. Com fulcro nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, a falha é ressalvada. item 19.8 - Inscrição de restos a pagar não processados, sem suficiente disponibilidade de caixa, em desacordo com o princípio do equilíbrio das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC nº 101/2000. Falha ressalvada com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. item 19.12 - Falta de apresentação da certidão elaborada pela comissão de transição de governo. Como a ausência da certidão elaborada pela comissão de transição de governo não impossibilitou a análise das Contas de Governo, a falha é ressalvada. 2. Irregularidades: item 19.2 - Abertura de créditos adicionais suplementares no mês de novembro, por Decreto do Chefe de Governo, acima dos limites fixados na LOA e em autorizações posteriores. item 19.5 - Cancelamento de créditos inscritos em Dívida Ativa, conforme Detalhamento da Dívida Ativa DDA, sem comprovação do fato motivador. item 19.6 - Cancelamento de Restos a Pagar Processados (excluídos os prescritos), sem comprovação do fato motivador. item 19.7 - Obrigações de despesa (restos a pagar processados/liquidados), contraídas nos últimos dois quadrimestres, sem suficiente disponibilidade de caixa líquida para sua cobertura. item 19.10 - Saldos das obrigações informadas no Demonstrativo da Dívida Fundada Anexo 16 não comprovados por documentação hábil. 3. Multa: R$3.100,00, em razão das falhas apuradas nos itens 19.1, 19.2, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7, 19.10 e 19.12. 4. Determinações.

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ACÓRDÃO Nº 01548/2018 - Tribunal Pleno

Processo nº 08070/2017

Município Catalão

Assunto Prestação de Contas de Governo

Período Exercício de 2016

Responsável Jardel Sebba

CPF nº 039.682.271-15

Relatora Conselheira Maria Teresa

CONTAS DE GOVERNO. CONTAS REJEIÇÃO. MULTA. DETERMINAÇÕES. 1. Ressalvas: item 19.4 - Irregularidades no tocante ao relatório conclusivo da comissão especial designada para realizar o inventário anual dos bens patrimoniais. Com fulcro nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, a falha é ressalvada. item 19.8 - Inscrição de restos a pagar não processados, sem suficiente disponibilidade de caixa, em desacordo com o princípio do equilíbrio das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC nº 101/2000. Falha ressalvada com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. item 19.12 - Falta de apresentação da certidão elaborada pela comissão de transição de governo. Como a ausência da certidão elaborada pela comissão de transição de governo não impossibilitou a análise das Contas de Governo, a falha é ressalvada. 2. Irregularidades: item 19.2 - Abertura de créditos adicionais suplementares no mês de novembro, por Decreto do Chefe de Governo, acima dos limites fixados na LOA e em autorizações posteriores. item 19.5 - Cancelamento de créditos inscritos em Dívida Ativa, conforme Detalhamento da Dívida Ativa – DDA, sem comprovação do fato motivador. item 19.6 - Cancelamento de Restos a Pagar Processados (excluídos os prescritos), sem comprovação do fato motivador. item 19.7 - Obrigações de despesa (restos a pagar processados/liquidados), contraídas nos últimos dois quadrimestres, sem suficiente disponibilidade de caixa líquida para sua cobertura. item 19.10 - Saldos das obrigações informadas no Demonstrativo da Dívida Fundada – Anexo 16 não comprovados por documentação hábil. 3. Multa: R$3.100,00, em razão das falhas apuradas nos itens 19.1, 19.2, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7, 19.10 e 19.12. 4. Determinações.

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Tratam os presentes autos das Contas de Governo do Município de

Catalão, referentes ao exercício de 2016, de responsabilidade do senhor Jardel Sebba,

Chefe de Governo, autuadas em 3/5/2017, fora do prazo estipulado no art. 77, X, da

Constituição Estadual, e art. 28 da Instrução Normativa nº 12/2014-TCMGO.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os

Conselheiros integrantes do Pleno do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de

Goiás, nos termos do Voto da Relatora, Conselheira Maria Teresa:

I. MANIFESTAR à Câmara Municipal de Catalão parecer pela rejeição das

Contas de Governo do exercício de 2016, sob a responsabilidade do senhor Jardel

Sebba, Chefe de Governo do Município de Catalão, com as irregularidades indicadas

nos itens 19.2, 19.5, 19.6, 19.7 e 19.10, e com as ressalvas aplicadas às falhas dos

itens 19.4, 19.8 e 19.12, da Análise da Relatora.

II. APLICAR MULTA, em desfavor do senhor Jardel Sebba, Chefe de

Governo do Município de Catalão, no valor de R$3.100,00, conforme quadro abaixo:

Natureza das Contas Contas de Governo

Nome Jardel Sebba

CPF 039.682.271-15

Cargo/Função Chefe de Governo do Município de Catalão.

Irregularidade praticada 1) Atraso na entrega da prestação de contas (item 19.1). 2) Abertura de créditos adicionais, por decreto do Chefe de Governo, sem a devida autorização legislativa (item 19.2). 3) Apresentação incompleta do relatório conclusivo da comissão especial de inventário anual dos bens patrimoniais (item 19.4). 4) Falta de comprovação do fato motivador do cancelamento de Dívida Ativa no exercício de referência, em montante relevante (item 19.5). 5) Falta de comprovação do fato motivador do cancelamento de Restos a Pagar Processados no exercício de referência, em montante relevante, excluído o total das obrigações prescritas (item 19.6). 6) Obrigações de despesa contraídas nos últimos dois quadrimestres sem suficiente disponibilidade de caixa (item 19.7). 7) Falta de apresentação da documentação comprobatória dos saldos das obrigações evidenciadas no Demonstrativo da Dívida Fundada – Anexo nº 16 (item 19.10). 8) Falta de apresentação da certidão elaborada pela comissão de transição de governo (item 19.12).

Dispositivo legal ou normativo violado

1) Art. 15, da IN TCM nº 008/2015. 2) Art. 167, V, da CF/88 e art. 42 da Lei Federal nº 4.320/64. 3) Arts. 85, 95 e 96 da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 15, § 3°, XXI, da IN TCM nº 008/2015. 4) Arts. 173 e 174, da Lei Federal nº 5.172/66 – CTN. 5) Art. 63, da Lei Federal nº 4.320/64, art. 1º, do Decreto nº 20.910/32 e art. 206, § 5º, I, da Lei Federal nº 10.406/02 – Código Civil. 6) Art. 42 da LC nº 101/00 – LRF. 7) Arts. 85, 88, 89 e 98, da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 15, § 3°, XVIII, da IN TCM nº

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008/2015. 8) Art. 73, § 5º da Constituição Estadual c/c arts. 1º, 2º, 3º, 4º e 12 da IN TCM nº 006/2016.

Base legal para imputação de multa

1) Art. 47-A, V, a, da LOTCM. 2) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 3) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 4) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 5) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 6) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 7) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 8) Art. 47-A, XIV, da LOTCM.

Valor da multa 1) R$100,00 (1% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, V, a, da LOTCM. 2) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 3) R$1.000,00 (10% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 4) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 5) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 6) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 7) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 8) R$500,00 (5% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, XIV, da LOTCM.

Valor total da Multa R$3.100,00 - correspondente a 31% do valor máximo estabelecido no caput do art. 47-A da Lei Estadual nº 15.958/07, com a redação dada pela Lei nº 19.044, de 13/10/2015 (R$10.000,00).

IV. RESSALTAR que a Constituição Federal manteve a missão deste

Órgão de apreciar as contas do Governo Municipal, mediante Parecer Prévio. Nesta

mesma linha, a Lei Orgânica do TCMGO alterada pela Lei Estadual nº 16.467/2009,

estabelece no seu art. 6º que compete ao Tribunal de Contas, exclusivamente, emitir

Parecer Prévio acerca das contas de governo prestadas anualmente pelo Chefe do

Poder Executivo. O Parecer Prévio, embora seja de caráter técnico, contendo um

resumo crítico da gestão governamental no seu conjunto, continua a ser submetido ao

Poder Legislativo, a quem cabe a titularidade para julgar as Contas do Executivo.

V. EVIDENCIAR que na aferição dos documentos apresentados no

Balanço e as informações constantes do SICOM foram considerados sob o aspecto da

veracidade ideológica presumida.

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VI. SOLICITAR à Câmara de Vereadores que comunique ao Tribunal de

Contas dos Municípios o resultado do julgamento das Contas de Governo em questão,

inclusive com a remessa do ato respectivo e da ata da sessão de julgamento.

VII. DETERMINAR, após comunicação ao Responsável, o envio dos

autos à Divisão de Arquivo e Expedição, para devolução à origem.

À Superintendência de Secretaria para as providências.

TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE GOIÁS, 14

de Março de 2018.

Presidente: Joaquim Alves de Castro Neto

Relator: Maria Teresa Garrido Santos.

Presentes os conselheiros: Cons. Daniel Augusto Goulart, Cons.

Francisco José Ramos, Cons. Joaquim Alves de Castro Neto, Cons. Maria Teresa

Garrido Santos, Cons. Nilo Sérgio de Resende Neto, Cons. Sebastião Monteiro

Guimarães Filho, Cons. Valcenôr Braz de Queiroz, Cons. Sub. Irany de Carvalho

Júnior, Cons. Sub. Maurício Oliveira Azevedo, Cons. Sub. Vasco Cícero Azevedo

Jambo e o representante do Ministério Público de Contas, Procurador Regis Gonçalves

Leite.

Votação:

Votaram(ou) com o Cons.Maria Teresa Garrido Santos: Cons. Daniel

Augusto Goulart, Cons. Francisco José Ramos, Cons. Nilo Sérgio de Resende Neto,

Cons. Sebastião Monteiro Guimarães Filho, Cons. Valcenôr Braz de Queiroz.

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Fls.

Processo nº 08070/2017

Município Catalão

Assunto Prestação de Contas de Governo

Período Exercício de 2016

Responsável Jardel Sebba

CPF nº 039.682.271-15

Relatora Conselheira Maria Teresa

RELATÓRIO E VOTO N° 248/2018-GCMT

I – RELATÓRIO

Do objeto

Tratam os presentes autos das Contas de Governo do Município de

Catalão, referentes ao exercício de 2016, de responsabilidade do senhor Jardel Sebba,

Chefe de Governo, autuadas em 3/5/2017, fora do prazo estipulado no art. 77, X, da

Constituição Estadual, e art. 28 da Instrução Normativa nº 12/2014-TCMGO.

Primeiramente foi emitido o Despacho nº 1820/2017 (fls. 5, vol. 1/13), no

qual se procedeu a abertura de vista ao Gestor em razão da não autuação do processo

relativo ao Balanço Geral. Posteriormente, em atendimento ao Despacho nº 3672/2017

(fls. 509/510, vol. 12/13), foram anexados os documentos às fls. 1/200, vol. 13/13 (Despacho

nº 10042/17, fls. 201, vol. 13/13).

Da manifestação conclusiva da Secretaria de Contas de Governo

A Unidade Técnica, após análise e avaliação da prestação de Contas de

Governo do Município, emitiu o Certificado nº 47/2018 (fls. 208/218, vol. 13/13), nos

seguintes termos:

TEMPESTIVIDADE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS 7. A apresentação das Contas de Governo ocorreu em 03/05/2017, estando fora do prazo estipulado no art. 77, X, da Constituição Estadual e no art. 15, da IN TCM nº 008/2015. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL 8. A Lei nº 3073/2013 que instituiu o Plano Plurianual para o quadriênio 2014/2017 foi registrada neste Tribunal por meio do Acórdão nº 04443/2014. A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO (Lei nº 3276/2015) e a Lei Orçamentária Anual – LOA (Lei nº 3325/2015), referentes ao exercício de 2016, foram consideradas próprias ao acompanhamento de sua execução, conforme Acórdão nº 01269/2016. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 9. Balanço Orçamentário

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Fls.

O Balanço Orçamentário, nos termos do art. 102 da Lei Federal nº 4.320/64, demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas, considerando-se que o registro contábil da receita e da despesa far-se-á de acordo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais (art. 91). O Balanço Orçamentário – Anexo 12 apresentado para fins de análise é o demonstrado a seguir: Tabela 1 – Balanço Orçamentário (resumido)

Títulos Previsão/Autorização Execução Diferença

1. Receitas Correntes 375.037.484,74

2. Receitas de Capital

39.252.079,50

3. Total das Receitas (1 + 2) 348.547.101,63 414.289.564,24 65.742.462,61 4. Despesas Correntes

321.235.377,37

5. Despesas de Capital

75.083.724,25

6. Total das Despesas (4 + 5) 468.441.402,36 396.319.101,62 72.122.300,74 7. Superávit (3 - 6) 17.970.462,62

A análise do Balanço Orçamentário tem como objetivo preparar os indicadores que servirão de base para a avaliação da gestão orçamentária. A gestão orçamentária evidenciada na demonstração contábil reproduzida acima conduz às seguintes constatações: Ao confrontar a Receita Arrecadada com a Receita Prevista, verifica-se excesso de arrecadação de R$ 65.742.462,61, sendo a arrecadação 18,86% maior do que a previsão. Ou seja, para cada R$1,00 de Receita Orçamentária Prevista na LOA foram arrecadados R$ 1,19. Ao confrontar a Despesa Autorizada com a Despesa Empenhada, verifica-se economia de despesas de R$ 72.122.300,74, sendo o autorizado 15,40% maior do que o empenhado. Ou seja, para cada R$1,00 de Despesa Autorizada na LOA e em Créditos Adicionais foram empenhados R$ 0,85. Ao confrontar a Receita Arrecadada com a Despesa Empenhada, verifica-se superávit orçamentário de execução de R$ 17.970.462,62, sendo a receita 4,53% maior do que a despesa. A apreciação do resultado orçamentário também pode ser calculado por categoria econômica. Ao confrontar a Receita Corrente com a Despesa Corrente verifica-se superávit corrente no montante de R$ 53.802.107,37, sendo a receita 16,75% maior do que a despesa. Ao confrontar a Receita de Capital com a Despesa de Capital verifica-se déficit de capital no montante de R$ 35.831.644,75, sendo a receita 91,29% menor do que a despesa. Note-se, nessa análise detalhada, que na ocorrência de superávit corrente e déficit de capital, do ponto de vista econômico, houve capitalização na execução do orçamento, pois se verifica a aplicação de recursos correntes em bens de capital no montante de R$ 35.831.644,75. O resultado orçamentário é verificado ainda por meio do quociente entre a receita realizada e a despesa empenhada, indicando a existência de superávit (maior que 1) ou déficit (menor que 1). Dessa forma, é facilitada a comparabilidade do desempenho da execução orçamentária do Município nos últimos exercícios financeiros, conforme quadro e gráfico ilustrativo a seguir: Tabela 2 – Evolução Orçamentária

Descrição 2013 2014 2015 2016

1. Receita arrecadada 276.011.836,95 314.237.369,81 320.386.044,83 414.289.564,24 2. Despesa empenhada 287.860.048,46 331.237.200,02 307.002.009,20 396.319.101,62 3. Superávit ou (-) Déficit (11.848.211,51) (16.999.830,21) 13.384.035,63 17.970.462,62

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Fls.

Orçamentário (1-2) 4. Resultado Orçamentário (1÷2) 0,96 0,95 1,04 1,05

É interessante observar que apenas a análise do resultado orçamentário não permite obter conclusões acerca da eficiência na gestão fiscal. Para tal, existem as metas de resultado primário, nominal e montante da dívida consolidada líquida estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A análise do balanço orçamentário gera informações complementares acerca da influência da execução orçamentária no atingimento dessas metas fiscais. 10. Balanço Financeiro Segundo o art. 103 da Lei Federal nº 4.320/64, o Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. Além disso, nesta demonstração contábil os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária (Parágrafo único do art. 103). O Balanço Financeiro – Anexo 13 apresentado para fins de análise é o demonstrado a seguir: Tabela 3 – Balanço Financeiro

Receita Despesa

Orçamentária 414.289.564,24

Orçamentária 396.319.101,62

Extraorçamentária 215.998.517,41 Extraorçamentária 217.476.286,87

Restos a Pagar 21.577.333,04 Restos a Pagar 20.757.312,96

Serviços da Dívida a Pagar - Serviços da Dívida a Pagar -

Depósitos 40.237.966,34 Depósitos 42.012.377,52

Débitos de Tesouraria - Débitos de Tesouraria -

Diversos - Diversos -

Realizável 154.183.218,03 Realizável 154.706.596,39

Saldos do Exercício Anterior 78.882.454,47 Saldos para o Exercício Seguinte 95.375.147,63

Total 709.170.536,12 Total 709.170.536,12

A análise do Balanço Financeiro tem como objetivo preparar os indicadores que servirão de suporte para a avaliação da gestão financeira. A gestão financeira evidenciada na demonstração contábil reproduzida acima conduz às seguintes constatações: Ao confrontar o valor da inscrição de Restos a Pagar com a Despesa Orçamentária verifica-se que 5,44% das despesas empenhadas no exercício financeiro não foram pagas. Ao confrontar a Receita Arrecadada com a Despesa Paga (correspondente à Despesa Empenhada menos os Restos a Pagar inscritos e o Serviço da Dívida a Pagar que passa para o exercício seguinte) constata-se superávit de R$ 39.547.795,66, sendo a receita 4,53% maior do que a despesa.

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Fls.

Ao confrontar a Receita Extraorçamentária com a Despesa Extraorçamentária verifica-se o decréscimo do saldo da Dívida Flutuante (Passivo Financeiro) no montante de R$ 954.391,10, que equivale a uma redução de 2,22% do saldo anterior (R$ 43.018.832,43) Ao confrontar o Saldo para o Exercício Seguinte com o Saldo do Exercício Anterior verifica-se aumento da disponibilidade financeira de R$ 16.492.693,16, sendo 20,91% maior do que o Saldo do Exercício Anterior, o que corresponde ao resultado financeiro do exercício. Ou seja, para cada R$ 1,00 de saldo disponível que se transfere para o exercício seguinte havia R$ 0,83 de saldo disponível no término do exercício anterior. Em geral, um resultado financeiro positivo é um indicador de equilíbrio financeiro. No entanto, é importante mencionar que uma variação positiva na disponibilidade do período não é sinônimo, necessariamente, de bom desempenho da gestão financeira, pois pode acontecer, por exemplo, mediante elevação do endividamento público. Da mesma forma, a variação negativa na disponibilidade do período não significa, necessariamente, um mau desempenho, pois pode refletir uma redução no endividamento. Portanto, a análise deve ser feita conjuntamente com o Balanço Patrimonial, considerando esses fatores mencionados e as demais variáveis orçamentárias e extraorçamentárias. 11. Demonstração das Variações Patrimoniais Dispõe o art. 104 da Lei Federal nº 4.320/64 que a Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. À vista disso, o art. 100 da mesma lei determina que as alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial. A Demonstração das Variações Patrimoniais – Anexo 15 apresentada para fins de análise é reproduzida a seguir: Tabela 4 – Demonstração das Variações Patrimoniais (resumida)

Variações Ativas Variações Passivas

Resultantes da Execução Orçamentária

Resultantes da Execução Orçamentária

Receita Orçamentária 414.289.564,24

Despesa Orçamentária 396.319.101,62 Mutações Patrimoniais 22.544.744,65 Mutações Patrimoniais 33.085.967,38

Independentes da Exec. Orçamentária 81.250.272,49 Independentes da Exec. Orçamentária 22.588.350,94

Superávit 66.091.161,44

Total 518.084.581,38 Total 518.084.581,38

As variações patrimoniais consistem na alteração de valor de qualquer dos elementos do patrimônio público, causadas por incorporações e desincorporações ou baixas. O Resultado Patrimonial do exercício é apurado pelo confronto entre as Variações Ativas e as Variações Passivas, resultantes da execução orçamentária e independentes da execução orçamentária, e representa um medidor do quanto o serviço público ofertado à população promoveu alterações quantitativas e qualitativas dos elementos patrimoniais. No caso, verifica-se resultado patrimonial superavitário no montante de R$66.091.161,44, a traduzir a ocorrência de variações ativas superiores às variações passivas. Este resultado comporá o saldo da conta Ativo Real Líquido ou Passivo Real a Descoberto. 12. Balanço Patrimonial

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Fls.

O Balanço Patrimonial evidencia a situação patrimonial da entidade num dado momento, compreendendo os bens e direitos (ativo circulante e não circulante), as obrigações (passivo circulante e não circulante) e as contas de compensação, em que serão registrados os bens, valores, obrigações e situações que, mediata ou imediatamente, possam afetar o patrimônio da entidade. A situação patrimonial informada pelo Município é apresentada a seguir: Tabela 5 – Balanço Patrimonial referente aos exercícios de 2016 e 2015

2016 2015

2016 2015

ATIVO

PASSIVO

Ativo Circulante 98.142.571,34 81.610.099,82 Passivo Circulante 32.163.577,33 43.018.832,43 Caixa e Equiv. de Caixa 95.375.147,63 78.882.454,47 Restos a Pagar 31.168.410,80 39.927.248,68 Disponível 95.375.147,63 78.882.454,47 Serv. da Dívida a Pagar - - Demais Créd. e Valores 2.767.423,71 2.727.645,35 Depósitos 995.166,53 3.091.583,75 Realizável 2.767.423,71 2.727.645,35 Débitos de Tesouraria - -

Diversos - -

Ativo Não Circulante 189.228.201,03 121.437.256,17 Passivo Não Circulante 59.233.573,22 30.146.063,18 Realizável a Longo Prazo 106.204.319,30 45.297.399,93 Empr. e Financiamentos 59.233.573,22 30.146.063,18 Dívida Ativa 15.363.574,80 21.120.099,03 Dívida Fundada Interna 59.233.573,22 30.146.063,18 Valores (Ações) 90.739.100,15 24.177.300,90 Diversos - - Diversos 101.644,35 - Total do Passivo 91.397.150,55 73.164.895,61 Imobilizado 83.023.881,73 76.139.856,24

Bens Móveis 35.194.951,92 31.175.566,45 Patrimônio Líquido 195.973.621,82 129.882.460,38 Bens Imóveis 47.828.929,81 44.964.289,79 Resultados Acumulados 195.973.621,82 129.882.460,38 Bens Nat. Industrial - - Superávit/Déficit Acum. 195.973.621,82 129.882.460,38

TOTAL 287.370.772,37 203.047.355,99 TOTAL 287.370.772,37 203.047.355,99

Pode-se dizer que o Balanço Patrimonial é estático, pois apresenta a posição patrimonial em determinado momento, funcionando como uma “fotografia” do patrimônio da entidade para aquele momento. 12.1 Análise por quocientes A avaliação dos elementos do Ativo e Passivo pode ser realizada mediante a utilização da análise por quocientes, dentre os quais se destacam os índices de liquidez e endividamento. 12.1.1 Liquidez Imediata (LI) A Liquidez imediata indica a capacidade financeira da entidade em honrar imediatamente seus compromissos de curto prazo contando apenas com suas disponibilidades, ou seja, os recursos disponíveis em caixa ou bancos.

LI = Disponibilidades

= 95.375.147,63

= 2,97 Passivo Circulante 32.163.577,33

Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo o município possui R$ 2,97 em caixa ou equivalente de caixa. 12.1.2 Liquidez Corrente (LC) A liquidez corrente demonstra quanto a entidade poderá dispor em recursos a curto prazo (caixa, bancos, clientes, estoques, etc.) para pagar suas dívidas circulantes (fornecedores, empréstimos e financiamentos a curto prazo, contas a pagar, etc.).

LC = Ativo Circulante

= 98.142.571,34

= 3,05 Passivo Circulante 32.163.577,33

Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo o município possui R$ 3,05 em bens, direitos e valores, realizáveis a curto prazo para pagamento. 12.1.3 Índice de Solvência (IS) Uma entidade é solvente quando está em condições de fazer frente a suas obrigações e ainda apresenta uma situação patrimonial que garanta sua sobrevivência no futuro.

IS = Ativo Circulante + Ativo Não Circulante

= 287.370.772,37

= 3,14 Passivo Circulante + Passivo Não Circulante 91.397.150,55

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Fls.

Para cada R$ 1,00 de obrigação o município possui R$ 3,14 em bens, direitos e valores para pagamento. 12.1.4 Endividamento Geral (EG) Esse índice demonstra o grau de endividamento da entidade. Reflete também a sua estrutura de capital.

EG = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

= 91.397.150,55

= 0,32 Ativo Total 287.370.772,37

Para cada R$ 1,00 de bens, direitos e valores estão comprometidos com obrigações R$ 0,32. 12.1.5 Composição do Endividamento (CE) Representa a parcela de curto prazo sobre a composição do endividamento total. Geralmente é melhor para a entidade que suas dívidas sejam de longo prazo.

CE = Passivo Circulante

= 32.163.577,33

= 0,35 Passivo Circulante + Passivo Não Circulante 91.397.150,55

Para cada R$ 1,00 de obrigação são exigíveis a curto prazo R$ 0,35. 12.2 Análise Horizontal (AH) A análise horizontal consiste em se verificar a evolução dos elementos patrimoniais ou de resultado em diferentes períodos. A finalidade da análise horizontal é elucidar as variações de cada conta ou grupo de conta dos balanços e demonstrações de resultados, bem como de outros demonstrativos, através dos exercícios sociais, com o objetivo de identificar tendências. 12.2.1 Variação das obrigações de curto prazo

AH = ( Passivo Circulante exercício atual

– 1 ) X 100 = 32.163.577,33

= -25,23% Passivo Circulante exercício anterior 43.018.832,43

As obrigações de curto prazo (Passivo Circulante) diminuíram 25,23% se comparadas com o exercício anterior. 12.2.2 Variação das obrigações de longo prazo

AH = ( Passivo Não Circulante exercício atual

– 1 ) X 100 = 59.233.573,22

= 96,49% Passivo Não Circulante exercício anterior 30.146.063,18

As obrigações de longo prazo (Passivo Não Circulante) aumentaram 96,49% se comparadas com o exercício anterior. 12.2.3 Variação dos bens, direitos e valores realizáveis a curto prazo

AH = ( Ativo Circulante exercício atual

– 1 ) X 100 = 98.142.571,34

= 20,26% Ativo Circulante exercício anterior 81.610.099,82

Os bens, direitos e valores realizáveis a curto prazo (Ativo Circulante) aumentaram 20,26% se comparados com o exercício anterior. 12.2.4 Variação dos bens, direitos e valores realizáveis a longo prazo

AH = ( Ativo Não Circulante exercício atual

– 1 ) X 100 = 189.228.201,03

= 55,82% Ativo Não Circulante exercício anterior 121.437.256,17

Os bens, direitos e valores realizáveis a longo prazo (Ativo Não Circulante) aumentaram 55,82% se comparados com o exercício anterior. LIMITES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS 13. Aplicação no Ensino A aplicação de recursos na manutenção e desenvolvimento do ensino foi no montante de R$70.558.646,46, correspondendo a 27,12% dos Impostos e Transferências, no valor de R$ 260.139.123,56, atendendo ao limite mínimo de aplicação de 25%, conforme determina o art. 212 da Constituição Federal de 1988. Tabela 6 – Aplicação no Ensino

Descrição Valor Percentual (%)

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Fls.

1. Receitas Resultante de Impostos 260.139.123,56 2. Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino - MDE 70.558.646,46 27,12% 3. Mínimo a ser Aplicado (1 x 25%) 65.034.780,89 4. Aplicação Acima do Limite (2-3) 5.523.865,57 2,12%

O gráfico seguinte apresenta a evolução histórica e comparativa da aplicação de recursos na manutenção e desenvolvimento do ensino:

O gráfico a seguir apresenta o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) nos quatro últimos períodos de medição (extraído do sítio eletrônico: http://ideb.inep.gov.br/), comparando o projetado com o observado (apurado):

14. Aplicação na Saúde A aplicação em ações e serviços públicos de saúde foi no montante de R$41.943.785,70, correspondendo a 16,12% da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam o art. 158 e a alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º do art. 159, todos da Constituição Federal, no valor de R$ 260.139.123,56, atendendo ao limite mínimo de aplicação de 15%, conforme determina o art. 7º da Lei Complementar nº 141/2012. Tabela 7 – Aplicação na Saúde

Descrição Valor Percentual (%)

1. Receitas 260.139.123,56

2. Despesas com saúde consideradas para efeito de cálculo 41.943.785,70 16,12%

Despesas totais com saúde 78.034.216,93

(-) Despesas não computadas 36.090.431,23

3. Mínimo a ser aplicado (1 x 15%) 39.020.868,53 15,00%

4. Aplicação acima do limite (2-3) 2.922.917,17 1,12%

O gráfico seguinte apresenta a evolução histórica e comparativa da aplicação em ações e serviços públicos de saúde:

15. Despesa com Pessoal Os gastos com pessoal do Poder Executivo (R$135.853.561,36) atingiram 39,77% da Receita Corrente Líquida – RCL, assegurando o cumprimento do limite máximo de 54% estabelecido no art. 20, III, “b”, da LC nº 101/00 – LRF.

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Fls.

Os gastos com pessoal do Poder Legislativo (R$13.070.422,94) atingiram 3,83% da Receita Corrente Líquida – RCL, assegurando o cumprimento do limite máximo de 6% estabelecido no art. 20, III, “a”, da LC nº 101/00 – LRF. Os gastos com pessoal do Município (R$148.923.984,30) atingiram 43,60% da Receita Corrente Líquida – RCL, assegurando o cumprimento do limite máximo de 60% estabelecido no art. 19, III, da LC nº 101/00 – LRF. Tabela 8 – Despesa com Pessoal

Poder Valor Percentual (%)

1. Receita Corrente Líquida - RCL 341.580.690,91 2. Executivo 135.853.561,36 39,77%

3. Executivo - máximo de 54% da RCL 184.453.573,09 54,00% 4. Executivo abaixo do limite máximo (3-2) 48.600.011,73 14,23% 5. Legislativo 13.070.422,94 3,83% 6. Legislativo - máximo de 6% da RCL 20.494.841,45 6,00% 7. Legislativo abaixo do limite máximo (6-5) 7.424.418,51 2,17% 8. Total do município 148.923.984,30 43,60% 9. Total do município - máximo de 60% da RCL 204.948.414,55 60,00% 10. Total do município abaixo do limite máximo (9-8) 56.024.430,25 16,40%

O gráfico a seguir apresenta a evolução histórica da despesa com pessoal:

16. Operações de Crédito e Despesas de Capital Foram contratadas operações de crédito no valor de R$25.267.334,19 e as despesas de capital somaram a quantia de R$75.083.724,25, portanto, não houve infringência ao art. 167, III da CF/88, que veda a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. 17. Limite da Dívida Consolidada Líquida A Dívida Consolidada Líquida é de R$ 59.233.573,22, portanto, abaixo do limite de 1,2 vezes a RCL (R$ 409.896.829,09) previsto no art. 3º, II da Resolução do Senado Federal nº 40/2001. Tabela 9 – Limite da Dívida Consolidada Líquida

1. Dívida Consolidada (2+3+4-5) 59.233.573,22 2. Obrigações evidenciadas no Anexo 16 59.233.573,22 3. Precatórios Posteriores a 05/05/2000 (Inclusive) – Vencidos e não Pagos - 4. Obrigações ajustadas de acordo com a documentação de suporte - 5. (-) Provisões Matemáticas Previdenciárias - 6. Deduções (7-8-9) - 7. Disponibilidade de Caixa 95.375.147,63 8. (-) Disponibilidade de Caixa do RPPS 78.924.652,27 9. (-) Restos a Pagar Processados – saldo em 31/12 21.559.853,62 10. Dívida Consolidada Líquida – DCL (1-6) 59.233.573,22 11. Receita Corrente Líquida – RCL 341.580.690,91 12. % da DCL sobre a RCL (10÷11) 0,17 13. Valor limite da DCL (1, 2 vezes a RCL) 409.896.829,09

18. Disponibilidade de Caixa e inscrição em Restos a Pagar

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Fls.

Obrigações de despesa (restos a pagar processados/liquidados) contraídas nos últimos dois quadrimestres, no valor de R$ 11.206.186,52, sem suficiente disponibilidade de caixa líquida para sua cobertura (pagamento), em desacordo com o disposto no art. 42 da LC nº 101/2000 (LRF), conforme demonstrado a seguir: Tabela 10 – Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar (MDF/STN)

Descrição Município (exceto RPPS)

RPPS

1. Disponibilidade de Caixa Bruta 16.450.495,36 78.924.652,27 1.1. Disponibilidade de Caixa 16.450.495,36 78.924.652,27 1.2. Aplicações Financeiras registradas no Ativo Realizável - -

2. Restos a Pagar Liquidados de Exercícios Anteriores 8.511.807,40 7.325,88 3. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* 12.549.100,26 -

3.1. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* – primeiro quadrimestre 1.342.913,74 - 3.2. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* – últimos dois quadrimestres 11.206.186,52 -

4. Restos a Pagar Não Liquidados de Exercícios Anteriores 1.071.944,48 - 5. Demais Obrigações Financeiras 995.166,53 - 6. Disponibilidade de Caixa Líquida (Antes da Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados)

(6.677.523,31) 78.917.326,39

7. Restos a Pagar Não Liquidados do Exercício 8.529.286,82 - 8. Disponibilidade de Caixa Líquida (Após a Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados)

(15.206.810,13) 78.917.326,39

Além disso, constata-se que o município não possui disponibilidade de caixa líquida após inscritos os restos a pagar não processados/não liquidados no exercício, em desacordo com o disposto no art. 1º da LC nº 101/2000 (LRF). ABERTURA DE VISTA, MANIFESTAÇÃO DO CHEFE DE GOVERNO E ANÁLISE DO MÉRITO 19. Após análise preliminar dos presentes autos foi concedida abertura de vista aos responsáveis pelas contas para conhecimento das ocorrências apontadas pela Secretaria de Contas de Governo – SCG, mediante despacho nº 3672/2017 (fls. 509/510, vol. 13/13). Em resposta dentro do prazo regimental, foram juntados aos autos os documentos de fls. 001/200, vol. 13/13. Assim, na análise conclusiva dos autos tem-se o seguinte: 19.1. Contas anuais do Município (contas de governo), referentes ao exercício de 2016, apresentadas em 08/08/2017 (fls. 18, vol. 1), fora do prazo legal. Manifestação do Chefe de Governo: Em síntese, o Chefe do Poder Executivo informa que não houve possibilidade de se transmitir os arquivos referentes à prestação de contas de governo de 2016 dentro do prazo regulamentar. Análise do Mérito: Conforme reconhece o Chefe de Governo em sua manifestação, as contas de governo foram apresentadas fora do prazo, o que enseja a aplicação de multa. Por critérios de isonomia e segurança jurídica, ante a prática intempestiva do ato de autuação, haverá incidência da referida penalidade em percentual previsto em lei, a todos os jurisdicionados. 19.2. Abertura de créditos adicionais suplementares no mês de novembro, por decreto do Chefe de Governo, acima dos limites fixados na LOA e em autorizações posteriores, conforme relatório controle de suplementação extraído do SICOM (fls. 501, Vol. 12/12). Manifestação do Chefe de Governo: Em resumo, o Chefe do Poder Executivo solicita que alguns elementos de despesa sejam desconsiderados do Controle de Suplementações. Análise do Mérito: A alegação do Chefe de Governo é improcedente e não justifica a falha apontada, pois, mesmo considerando a autorização para abertura de créditos suplementares no valor de R$243.982.971,14 prevista na própria Lei Orçamentária Anual - LOA, conforme

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Fls.

informações encaminhadas na prestação de contas eletrônica, houve abertura de créditos suplementares nos meses de novembro e dezembro no montante de R$37.211.592,19 sem prévia autorização legislativa (fl. 501, vol. 12/13). Verifica-se que, foram juntadas as referidas leis (fls. 27/64, vol. 13/13), todavia, estas se referem a abertura de créditos adicionais de natureza especial e não suplementares como havia sido informado em abertura de vistas. Quando se gasta acima do autorizado, está se descumprindo todo um sistema orçamentário e de contabilidade pública previsto na legislação. A Constituição proíbe a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa (art. 167, V, CF/88) e a realização de despesas que excedam os créditos orçamentários (art. 167, II, CF/88). Conjugando esse dispositivo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), verifica-se que as despesas sem adequação orçamentária, ou seja, sem dotação suficiente, serão consideradas nulas, irregulares e lesivas ao patrimônio público (art. 15 da LRF). No que tange à contabilidade pública, pelo regime de competência da despesa previstos nos artigos 35, II, da Lei n.º 4320/64 e 50, II, da LRF, não seria possível gastar acima dos créditos concedidos, visto que no método das partidas dobradas, a contrapartida do lançamento a crédito da conta "crédito empenhado" seria o lançamento a débito da conta "crédito disponível". Então, contabilmente, só seria possível empenhar se houvesse saldo orçamentário na dotação própria. Portanto, constata-se a abertura de créditos suplementares sem prévia autorização legislativa nos meses de novembro e dezembro no montante de R$37.211.592,19, conforme demonstrado no controle de suplementações (fls. 501, vol. 12/13) e na planilha abaixo. Falha não sanada. Motivo para rejeição das contas.

Mês Abertura de

créditos suplementares

Autorização para abertura de créditos

suplementares

Saldo Dotação Orçamentária (R$)

Autorização prevista na LOA 243.982.971,14 243.982.971,14

Janeiro 33.665.723,70 210.317.247,44

Fevereiro 9.265.565,84 201.051.681,60

Março 22.242.651,68 178.809.029,92

Abril 28.551.815,15 150.257.214,77

Maio 24.700.771,58 125.556.443,19

Junho 25.527.944,57 100.028.498,62

Julho 21.661.276,50 78.367.222,12

Agosto 15.678.323,73 62.688.898,39

Setembro 42.657.315,19 20.031.583,20

Outubro 19.808.838,26 222.744,94

Novembro 11.552.925,29 11.330.180,35

Dezembro 25.881.411,84 37.211.592,19

Total 281.194.563,33 243.982.971,14

19.3. Leis nº 2673/16; 3348/16; 3354/16; 3353/16; 3358/16; 3359/16; 3367/16; 3368/16; 3380/16; 3389/16; 3384/16; 3395/16; 3420/16; 3425/16; 3424/16; 3427/16; 3433/16; 3318/16; e 9999/16 que autorizam a abertura de créditos adicionais suplementares, informadas na prestação das contas de gestão, não comprovadas por meio de documentação hábil. Manifestação do Chefe de Governo: Em suma, o Chefe de Governo informa que encaminhou as leis que autorizam abertura de créditos adicionais. Análise do Mérito: No que concerne ao envio das referidas leis, a alegação do Chefe do Poder Executivo é procedente conforme fls.

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Fls.

27/64, vol. 13/13. No entanto, estas leis se referem à abertura de créditos adicionais de natureza especial. Todavia, em relação a apresentação das leis a falha foi sanada. 19.4. Relatório conclusivo da comissão especial designada para realizar o inventário anual dos bens patrimoniais (fls. 001-003, Vol. 4/12), bem como, o “relatório técnico de avaliação de bens móveis e imóveis” (fls. 001/339, Vol. 7/12) não apresentam informações no que se refere as imobilizações, incorporações, baixas e alienações do exercício; ao estado de conservação dos bens inventariados; as informações analíticas de bens levantados por detentor de carga patrimonial; ao resumo do fechamento contábil dos valores. Note-se que a “relação dos elementos que compõem o ativo permanente” (fls. 004-398, Vol 4/12; 001-313, Vol. 5/12; 001-200, Vol. 6/12) não foi elaborada pela comissão especial de inventário. Manifestação do Chefe de Governo: "Em relação ao item retro, cumpre informar que estamos acostando em DOC. 3, Relatório da Comissão devidamente assinado, de forma a sanear a falha em apreço." (sic) Análise do Mérito: O Chefe de Governo anexou novamente às fls. 66/68, vol. 13/13, o relatório conclusivo da comissão especial designada para realizar o inventário anual dos bens patrimoniais, com a informação de que o Demonstrativo de Bens Patrimoniais Consolidado (fls. 001/398, vol. 4/13; 001/313, vol. 5/13, 001/200, vol. 6/13 ) é parte integrante do relatório conclusivo da comissão. Entretanto, na referida relação dos elementos que compõem o ativo permanente, não há informações analíticas de bens levantados por detentor de carga patrimonial. Note-se que atribuir, de forma genérica, a responsabilidade de todos os itens patrimoniais do município à comissão especial instituída com o propósito de realizar o inventário anual dos bens ou não atribuir a ninguém, individualmente, de forma expressa, desqualifica o propósito da responsabilização de um servidor como detentor de carga patrimonial, que é zelar, de perto e com o devido cuidado, pela coisa pública (Res pública). Desta forma, o relatório conclusivo da comissão de inventário apresentado não aborda por completo as informações exigidas pelo art. 15, §3º, XXI, da IN TCM nº 008/2015, notadamente quanto às informações analíticas de bens levantados por detentor de carga patrimonial. Todavia, considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, a referida falha será ressalvada na presente prestação de contas. 19.5. Cancelamento de créditos inscritos em Dívida Ativa, no montante de R$ 5.502.852,00, conforme Detalhamento da Dívida Ativa – DDA (fls. 502-503, Vol. 12/12), sem comprovação do fato motivador. Note-se que foram cancelados créditos de Dívida Ativa no total de R$ 6.342.893,07, sendo prescrito o valor de R$ 840.041,07 e não prescrito o montante de R$ 5.502.852,00. Manifestação do Chefe de Governo: Em síntese, o Chefe de Governo informa que pediu à empresa de informática que ajustasse o sistema quanto aos procedimentos de cancelamento e solicita nova abertura de vistas para oportunizar a apresentação de nova de resposta. Análise do Mérito: O Chefe de Governo não comprovou os motivos inicialmente alegados, pois a Declaração acostada à fl. 005, vol. 13/13, apenas menciona de forma genérica as causas dos cancelamentos e não há comprovação individualizada por contribuinte dos cancelamentos amparados pela legislação pertinente (Código Tributário Municipal), seja por registro em duplicidade de débitos ou por

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Fls.

transmissão de bens não efetivada. No que concerne à alegação do Chefe de Governo de que o cancelamento dos créditos inscritos em dívida ativa se deu em decorrência de problemas no sistema Prodata da Diretoria de Tributos, tal fato, por si só, não justifica o citado cancelamento. Assim, os documentos apresentados não comprovam de forma suficiente e com completude que o cancelamento realizado no exercício de referência foi motivado pela inexistência dos créditos a receber. No que diz respeito à nova abertura de vistas, esclarecemos para os devidos fins que não será autorizada por esta unidade técnica em respeito aos princípios da isonomia e da segurança jurídica. Portanto, o cancelamento de Créditos de Dívida Ativa no montante de R$ 5.502.852,00, conforme informações encaminhadas por meio eletrônico, constitui procedimento em desacordo com as normas de Direito Financeiro (Lei nº 4.320/64) devido à falta de respaldo legal. Falha não sanada. Motivo para rejeição das contas. 19.6. Cancelamento de Restos a Pagar Processados (excluídos os prescritos), no montante de R$ 1.237.728,83, conforme relatório analítico do passivo financeiro (fls. 505-506, Vol. 12/12), sem comprovação do fato motivador. Manifestação do Chefe de Governo: Em resumo, o Chefe do Poder Executivo informa que houve erro na transmissão dos arquivos, via Analisador web, divergindo os dados eletrônicos da prestação de contas por meio físico e solicita nova abertura de vistas para oportunizar nova apresentação de resposta. Análise do Mérito: As justificativas apresentadas pelo Chefe de Governo não merecem acatamento pelo fato de não se estribar em documentação hábil, uma vez que não foram comprovados nos autos os erros no processo de liquidação da despesa orçamentária, tampouco a inexistência das obrigações canceladas por manifestação expressa dos respectivos credores. O cancelamento de Restos a Pagar Processados pelo município, no valor de R$1.237.728,83, conforme informações da prestação de contas eletrônica encaminhada pelo Chefe de Governo, constitui procedimento em desacordo com as normas de Direito Financeiro (Lei nº 4.320/64), tendo em vista que, observados os requisitos previstos na legislação para a regular liquidação da despesa orçamentária, os serviços já foram prestados e/ou os materiais/bens devidamente entregues à Administração Municipal, e portanto, não caberia cancelamento posterior destas obrigações, senão em casos especialíssimos devidamente justificados. Os restos a pagar processados guarnecem as despesas empenhadas e liquidadas, restando apenas a etapa final, do efetivo pagamento, eis que a despesa foi legalmente autorizada (art. 58, Lei n. 4.320/64) e o material ou serviço incorporado ao patrimônio público. Portanto, sendo a despesa liquidada e efetivamente considerada como já realizada, conforme atestado produzido pela própria Administração Pública, não há como encontrar razões normais plausíveis para se postular, após essa etapa, seu eventual cancelamento. No que diz respeito à nova abertura de vistas, esclarecemos para os devidos fins que não será autorizada por esta unidade técnica em respeito aos princípios da isonomia e da segurança jurídica. Diante do exposto, o cancelamento de restos a pagar processados não tem respaldo legal e normativo, contrariando as normas de execução orçamentária e financeira e o Chefe de Governo não apresenta justificativas plausíveis e documentos hábeis à

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Fls.

comprovação dos motivos para os cancelamentos. Falha não sanada. Motivo para rejeição das contas. 19.7. Obrigações de despesa (restos a pagar processados/liquidados) contraídas nos últimos dois quadrimestres, no valor de R$ 11.576.361,52, sem suficiente disponibilidade de caixa líquida para sua cobertura (pagamento), em desacordo com o disposto no art. 42 da LC nº 101/2000 (LRF), conforme demonstrado a seguir: Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar

1. Disponibilidade de Caixa Bruta 16.450.495,36

1.1. Disponibilidade de Caixa 16.450.495,36

1.2. Aplicações Financeiras registradas no Ativo Realizável -

2. Restos a Pagar Liquidados de Exercícios Anteriores 8.511.807,40

3. Restos a Pagar Liquidados do Exercício 13.048.046,22

3.1. Restos a Pagar Liquidados do Exercício – primeiro quadrimestre 1.471.684,70

3.2. Restos a Pagar Liquidados do Exercício – últimos dois quadrimestres 11.576.361,52

4. Restos a Pagar Não Liquidados de Exercícios Anteriores 1.071.944,48

5. Demais Obrigações Financeiras 995.166,53

6. Disponibilidade de Caixa Líquida (Antes da Inscrição em Restos a Pagar Não

Liquidados)

(7.176.469,27)

7. Restos a Pagar Não Liquidados do Exercício 8.529.286,82

8. Disponibilidade de Caixa Líquida (Após a Inscrição em Restos a Pagar Não

Liquidados)

(15.705.756,0

9)

Manifestação do Chefe de Governo: Em síntese, o Chefe do Poder Executivo argumenta que há restos a pagar referentes à execução de convênios com recursos financeiros pendentes de repasse. Argumenta ainda que descabe qualquer pagamento acerca do processo judicial n.º 201300619850 até o trânsito em julgado. Análise do Mérito: Após análise das justificativas e documentação apresentadas pelo responsável foram constatados restos a pagar vinculados à execução de convênios com recursos financeiros pendentes de repasse ao término do exercício, no valor de R$ 498.945,96, os quais foram excluídos das despesas empenhadas conforme tabela abaixo.

Nº do convênio e afins

Doc. Comprobatória

Valor do convênio

Valor pendente de

repasse

Nº empenho

Restos a pagar

Restos a pagar

excluído

809640/2014* fls. 007, 203 e 205, vol. 13/13 394.200,00 197.100,00 6537 128.770,96

128.770,96

824762/2015* fls. 204/205, vol.

13/13 740.350,00 370.175,00 12572 740.350,00

370.175,00

Contrato 2510349000000

fls. 008 e 205, vol. 13/13 Documentação insuficiente 12362 290.173,54 0,00

Proc. Judicial 201300619850

fls. 008 e 206, vol. 13/13 Documentação insuficiente 2146 2.843.224,09 0,00

Total dos restos a pagar excluídos das obrigações financeiras (passivo financeiro)

498.945,96

Após o ajuste acima, verifica-se que a falha não foi sanada conforme demonstrativo abaixo, o que motiva a rejeição das contas de governo. Descrição Município (exceto

RPPS)

1. Disponibilidade de Caixa Bruta 16.450.495,36

1.1. Disponibilidade de Caixa 16.450.495,36

1.2. Aplicações Financeiras registradas no Ativo Realizável -

2. Restos a Pagar Liquidados de Exercícios Anteriores 8.511.807,40

3. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* 12.549.100,26

3.1. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* – primeiro quadrimestre 1.342.913,74

3.2. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* – últimos dois quadrimestres 11.206.186,52

4. Restos a Pagar Não Liquidados de Exercícios Anteriores 1.071.944,48

5. Demais Obrigações Financeiras 995.166,53

6. Disponibilidade de Caixa Líquida (Antes da Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados) (6.677.523,31)

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Fls.

7. Restos a Pagar Não Liquidados do Exercício 8.529.286,82

8. Disponibilidade de Caixa Líquida (Após a Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados) (15.206.810,13)

19.8. Inscrição de restos a pagar não processados, no valor de R$ 8.529.286,82, sem suficiente disponibilidade de caixa, em desacordo com o princípio do equilíbrio das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC nº 101/2000 (LRF), conforme demonstrado na tabela ''Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar''. Manifestação do Chefe de Governo: Em síntese, o Chefe do Poder Executivo argumenta que há restos a pagar referentes à execução de convênios com recursos financeiros pendentes de repasse. Análise do Mérito: Após análise das justificativas e documentação apresentadas pelo responsável foram constatados restos a pagar processados vinculados à execução de convênios com recursos financeiros pendentes de repasse ao término do exercício, no valor de R$ 498.945,96, os quais foram excluídos das despesas empenhadas conforme tabela acima. Como regra geral, as despesas devem ser executadas e pagas no exercício financeiro e, extraordinariamente, podem ser deixadas obrigações a serem cumpridas no exercício seguinte desde que haja suficiente disponibilidade de caixa líquida. A LRF estabelece que a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente em que se previnem riscos e se corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, o que impõe que ajustes devam ser observados no decorrer de todo o mandato, de forma que as receitas não sejam superestimadas, nem haja acúmulo excessivo de passivos financeiros. Os restos a pagar não processados, embora não configurem despesa do ponto de vista contábil, são considerados obrigação do ponto de vista fiscal, e para a sua inscrição deve existir a correspondente disponibilidade de caixa. Após o ajuste retromencionado, verifica-se que a falha não foi sanada conforme demonstrativo acima. Todavia, nesta prestação de contas a referida falha será ressalvada considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 19.9. Prestação de contas não publicada no sítio eletrônico (internet) oficial do município, de forma permanente (art. 48 da LC nº 101/00), conforme consulta realizada em 19/09/2017 (fls. 508, Vol. 12/12). Manifestação do Chefe de Governo: "Segue acostado em DOC.8, comprovante de publicação das prestações de contas, bem como link de acesso ao mesmo: http://www.catalao.go.gov.br/site/gestaofiscal/" (sic) Análise do Mérito: Conforme consulta realizada, em 30/01/2018, no sítio eletrônico do Município ora informado pelo Chefe de Governo, consta a publicação das contas de governo de 2016 (fl. 202). Falha sanada. 19.10. Saldos das obrigações informadas no Demonstrativo da Dívida Fundada – Anexo 16 (fls. 507, Vol. 12/12) não comprovados por documentação hábil (certidões, extratos, declarações, contratos e/ou outros), conforme relacionado abaixo:

Descrição da obrigação Saldo contábil Saldo doc.

comprobatória

Fls. doc.

comprobatória Diferença

INSS 3.276.876,99 - - 3.276.876,99

PASEP 2.974.765,57 - - 2.974.765,57

IPASC 17.697.140,22 - - 17.697.140,22

SAE 23.678.054,37 - - 23.678.054,37

IBAMA 33.005,37 - - 33.005,37

PMAT 1.374.431,13 - - 1.374.431,13

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Fls.

CELG 10.199.299,57 - - 10.199.299,57

Totais 49.034.273,65 - - 59.233.573,22

Manifestação do Chefe de Governo: Em síntese, o Chefe de Governo informa que solicitou aos órgãos competentes os saldos das dívidas, porém as certidões/documentos pertinentes não foram expedidas em tempo hábil. Análise do Mérito: As alegações do Chefe de Governo não justificam a falta de apresentação da documentação hábil à comprovação dos saldos das obrigações financeiras junto ao INSS, PASEP, IPASC, IBAMA, CEF/SAE, CEF/PMAT e CELG, em 31/12/2016, evidenciada na Demonstração da Dívida Fundada – Anexo 16, conforme exigência da IN TCM nº 008/15, cabendo assim a aplicação de multa. Com referência aos saldos informados indevidamente, note-se que, concernente ao IPASC, o saldo da dívida se refere a 21/11/2016 e não a 31/12/2016 (fl. 253, vol. 13/13). No que concerne aos saldos do PMAT e SAE junto à CEF foram apresentados apenas os contratos, porém não consta nos autos o saldo em 31/12/2016. Com respeito ao INSS, PASEP, IBAMA e à CELG, a mera justificativa de que os órgãos não emitiram a certidão/documento não é capaz de sanar a falha. A apresentação dos documentos comprobatórios dos saldos das obrigações evidenciadas na Demonstração da Dívida Fundada – Anexo 16 equivale à técnica de auditoria denominada circularização ou confirmação externa, que consiste na confirmação, por parte de fontes externas, de informações obtidas junto à entidade. O procedimento visa verificar o atendimento ao disposto no Parágrafo único do art. 98 da Lei Federal nº 4.320/64, segundo o qual, a dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros, de modo a permitir a verificação dos limites da Dívida Pública instituídos pela LC nº 101/00 – LRF. Portanto, a falta de comprovação dos saldos das obrigações prejudica a verificação das informações evidenciadas pelos serviços de contabilidade quanto à situação patrimonial do Município (art. 85 da Lei Federal nº 4.320/64) e também prejudica a apreciação dos resultados gerais do exercício apresentados na prestação de contas. Falha não sanada. Motivo para rejeição das contas. 19.11. Relatório exarado pelo Controle Interno (fls. 128-133, Vol. 08/12) não apresenta a assinatura do seu respectivo responsável no exercício de referência. Manifestação do Chefe de Governo: "Em relação ao item retro, estamos encaminhando em DOC. 10 o relatório assinado." (sic) Análise do Mérito: Foi reapresentado o relatório do Controle Interno devidamente assinado (fls. 195/200). Falha sanada. 19.12. Falta de apresentação da certidão elaborada pela comissão de transição de governo. Manifestação do Chefe de Governo: Quanto a este item não houve manifestação. Análise do Mérito: A apresentação da referida certidão é obrigatória conforme dispõe o artigo 5º da IN TCM 006/2016 a seguir transcrito: “A comissão de transição de governo deverá elaborar relatório conclusivo e certidão, com base nas informações constantes nos documentos, sendo entregue cópia ao controle interno do Município, cópia ao Prefeito que encerrou o mandato e cópia ao Prefeito em exercício.” (Grifos nosso). Também é imprescindível que esta certidão seja parte da prestação de

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Fls.

contas anual, como dita o artigo 12 da mesma Instrução Normativa, ora reproduzido: “O Prefeito responsável pela prestação das contas de governo (contas anuais) do último ano de mandato deverá apresentar cópia da certidão mencionada no art. 5º quando da autuação da referida prestação de contas neste Tribunal.” (Grifos nosso). Todavia, considerando que a ausência da certidão elaborada pela comissão de transição de governo, não impossibilitou, por si só, a análise das contas de governo apresentadas, a referida falha será ressalvada na presente prestação de contas. CONCLUSÃO Diante do contexto da análise levada a efeito (observados os critérios de relevância e materialidade e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade) tem-se: As ocorrências apontadas na análise inicial descritas nos itens 19.3, 19.9 e 19.11 foram sanadas. Os apontamentos registrados nos itens 19.4, 19.8 e 19.12 foram ressalvados. As irregularidades apontadas nos itens 19.2, 19.5, 19.6, 19.7 e 19.10 motivam a rejeição das contas. As falhas apontadas nos itens 19.1, 19.2, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7, 19.10 e 19.12 ensejam a aplicação de multa. CERTIFICADO A Secretaria de Contas de Governo CERTIFICA que pode o Tribunal de Contas dos Municípios: MANIFESTAR à respectiva Câmara Municipal o seu Parecer Prévio pela REJEIÇÃO das Contas de Governo de 2016, de responsabilidade de JARDEL SEBBA, Chefe de Governo do Município de CATALÃO, em decorrência das falhas mencionadas nos itens 19.2, 19.5, 19.6, 19.7 e 19.10, e ainda, com as ressalvas descritas nos itens 19.4, 19.8 e 19.12. APLICAR MULTA com eficácia de título executivo, com base no art. 71, VIII, § 3º combinado com o art. 75, ambos da Constituição Federal, reproduzida no art. 2º, IX, § 1º da Lei Estadual nº 13.251/98, e ainda, nos termos do art. 47-A da Lei Estadual nº 15.958/07, alterada pela Lei nº 16.467/09 e art. 237, do Regimento Interno desta Casa, na forma abaixo: Chefe de Governo JARDEL SEBBA

CPF 039.682.271-15

Irregularidade

praticada

1) Atraso na entrega da prestação de contas (item 19.1).

2) Abertura de créditos adicionais, por decreto do Chefe de Governo,

sem a devida autorização legislativa (item 19.2).

3) Apresentação incompleta do relatório conclusivo da comissão especial

de inventário anual dos bens patrimoniais (item 19.4).

4) Falta de comprovação do fato motivador do cancelamento de Dívida

Ativa no exercício de referência, em montante relevante (item 19.5).

5) Falta de comprovação do fato motivador do cancelamento de Restos

a Pagar Processados no exercício de referência, em montante relevante,

excluído o total das obrigações prescritas (item 19.6).

6) Obrigações de despesa contraídas nos últimos dois quadrimestres

sem suficiente disponibilidade de caixa (item 19.7).

7) Falta de apresentação da documentação comprobatória dos saldos

das obrigações evidenciadas no Demonstrativo da Dívida Fundada –

Anexo nº 16 (item 19.10).

8) Falta de apresentação da certidão elaborada pela comissão de

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Fls.

transição de governo (item 19.12).

Dispositivo legal ou

normativo violado

1) Art. 15, da IN TCM nº 008/2015.

2) Art. 167, V, da CF/88 e art. 42 da Lei Federal nº 4.320/64.

3) Arts. 85, 95 e 96 da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 15, § 3°, XXI, da IN

TCM nº 008/2015.

4) Arts. 173 e 174, da Lei Federal nº 5.172/66 – CTN.

5) Art. 63, da Lei Federal nº 4.320/64, art. 1º, do Decreto nº 20.910/32 e

art. 206, § 5º, I, da Lei Federal nº 10.406/02 – Código Civil.

6) Art. 42 da LC nº 101/00 – LRF.

7) Arts. 85, 88, 89 e 98, da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 15, § 3°, XVIII,

da IN TCM nº 008/2015.

8) Art. 73, § 5º da Constituição Estadual c/c arts. 1º, 2º, 3º, 4º e 12 da IN

TCM nº 006/2016.

Base legal para

imputação de multa

1) Art. 47-A, V, a, da LO TCM.

2) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

3) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

4) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

5) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

6) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

7) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

8) Art. 47-A, XIV, da LO TCM.

Valor da multa 1) R$ 100,00 (1% de R$ 10.000,00) previsto no art. 47-A, V, a, da LO

TCM.

2) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LO

TCM.

3) R$ 1.500,00 (15% de R$ 10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LO

TCM.

4) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LO

TCM.

5) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LO

TCM.

6) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LO

TCM.

7) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LO

TCM.

8) R$ 2.500,00 (25% de R$ 10.000,00) previsto no art. 47-A, XIV, da LO

TCM.

Totalizando as multas em R$ 5.600,00.

Prazo máximo para

recolhimento

20 (vinte) dias após a notificação via Diário Oficial de Contas.

Da manifestação conclusiva do Ministério Público

O Ministério Público de Contas corroborou o entendimento da Unidade

Técnica, conforme Parecer nº 00776/2018 (fls. 219, vol. 13/13), nos seguintes termos:

Realizada a análise financeira, orçamentária, contábil e patrimonial pela unidade técnica do TCMGO, foi sugerida a rejeição com imputação de multas, como revela a leitura do Certificado nº 00047/2018. Ancorado em tal exame, de cunho eminentemente técnico, e a bem da maior efetividade no exercício do controle externo, o Ministério Público de Contas:

Page 22: ACÓRDÃO Nº 01548/2018 - Tribunal Plenomaissudeste.com.br/wp-content/uploads/2018/03/1522422966307.pdfÓrgão de apreciar as contas do Governo Municipal, mediante Parecer Prévio

AC RUA 68 Nº 727 – CENTRO – FONE: 3216-6229 e 3216.6256 - CEP: 74055-100 – GOIÂNIA – GO www.tcm.go.gov.br 18 00801548-18-RESULTADO

Fls.

a. Opina pela rejeição com imputação de multas, indicada pela referida unidade técnica; [...].

É o Relatório

II - FUNDAMENTAÇÃO

Ante o exposto, ratificamos o entendimento da Secretaria de Contas de

Governo e do Ministério Público de Contas para manifestar o parecer pela rejeição das

Contas de Governo do exercício de 2016, de responsabilidade do senhor Jardel Sebba,

Chefe do Poder Executivo do Município de Catalão, pelos fundamentos abaixo:

I- Ressalvas:

Item 19.4 - O Relatório conclusivo da comissão especial designada para

realizar o inventário anual dos bens patrimoniais (fls. 1/3, vol. 4/12), e o “relatório técnico

de avaliação de bens móveis e imóveis” (fls. 1/339, vol. 7/12) não apresentaram

informações no que se refere às imobilizações, incorporações, baixas e alienações do

exercício; ao estado de conservação dos bens inventariados; as informações analíticas

de bens levantados por detentor de carga patrimonial; ao resumo do fechamento

contábil dos valores. A “relação dos elementos que compõem o ativo permanente” (fls.

4/398, vol. 4/12; 1/313, vol. 5/12; 1/200, vol. 6/12) não foi elaborada pela comissão especial de

inventário.

O Chefe de Governo anexou, às fls. 66/68, vol. 13/13, o relatório

conclusivo da comissão especial designada para realizar o inventário anual dos bens

patrimoniais, com a informação de que o Demonstrativo de Bens Patrimoniais

Consolidado (fls. 1/398, vol. 4/13; 1/313, vol. 5/13, 1/200, vol. 6/13) é parte integrante do

relatório conclusivo da comissão. Entretanto, na referida relação dos elementos que

compõem o ativo permanente, não há informações analíticas de bens levantados por

detentor de carga patrimonial. Note-se que atribuir, de forma genérica, a

responsabilidade de todos os itens patrimoniais do Município à comissão especial

instituída com o propósito de realizar o inventário anual dos bens ou não atribuir a

ninguém, individualmente, de forma expressa, desqualifica o propósito da

responsabilização de um servidor como detentor de carga patrimonial, que é zelar, de

perto e com o devido cuidado, pela coisa pública (Res pública).

Desta forma, o relatório conclusivo da comissão de inventário

apresentado não abordou por completo as informações exigidas pelo art. 15, §3º, XXI,

da IN TCM nº 008/2015, notadamente quanto às informações analíticas de bens

levantados por detentor de carga patrimonial.

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Fls.

Ainda assim, a falha é ressalvada com fulcro nos princípios da

razoabilidade e proporcionalidade.

Item 19.8 - Inscrição de restos a pagar não processados, no valor de

R$8.529.286,82, sem suficiente disponibilidade de caixa, em desacordo com o princípio

do equilíbrio das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC nº 101/2000 (LRF),

conforme demonstrado na tabela ''Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos

Restos a Pagar''.

Após análise das justificativas e da documentação apresentadas pelo

responsável foram constatados restos a pagar processados vinculados à execução de

convênios com recursos financeiros pendentes de repasse ao término do exercício, no

valor de R$498.945,96, os quais foram excluídos das despesas empenhadas. Como

regra geral, as despesas devem ser executadas e pagas no exercício financeiro e,

extraordinariamente, podem ser deixadas obrigações a serem cumpridas no exercício

seguinte, desde que haja suficiente disponibilidade de caixa líquida.

Embora não configurem despesa do ponto de vista contábil, os restos a

pagar não processados são considerados 'obrigação' do ponto de vista fiscal, e para a

sua inscrição deve existir a correspondente disponibilidade de caixa.

Todavia, a falha é ressalvada, com base nos princípios da razoabilidade e

proporcionalidade.

Item 19.12 - Falta de apresentação da certidão elaborada pela comissão

de transição de governo.

A apresentação da referida certidão é obrigatória conforme dispõe o artigo

5º da IN TCM 006/2016. Também é imprescindível que esta certidão seja parte da

prestação de contas anual, como dita o artigo 12 da mesma Instrução Normativa.

Todavia, como a ausência da certidão elaborada pela comissão de

transição de governo não impossibilitou a análise das Contas de Governo, a falha é

ressalvada.

II - Irregularidades:

Item 19.2 - Abertura de créditos adicionais suplementares no mês de

novembro, por Decreto do Chefe de Governo, acima dos limites fixados na LOA e em

autorizações posteriores, conforme relatório controle de suplementação extraído do

SICOM (fls. 501, vol. 12/13).

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Fls.

Considerando-se a autorização para abertura de créditos suplementares,

no valor de R$243.982.971,14, prevista na própria Lei Orçamentária Anual - LOA,

conforme informações encaminhadas na prestação de contas eletrônica, houve

abertura de créditos suplementares nos meses de novembro e dezembro no montante

de R$37.211.592,19 sem prévia autorização legislativa (fls. 501, vol. 12/13). Embora

tenham sido apresentadas as respectivas Leis (fls. 27/64, vol. 13/13), elas referem-se à

abertura de créditos adicionais de natureza especial e não suplementares.

Assim, remanesce a falha correspondente à abertura de créditos

suplementares sem prévia autorização legislativa, nos meses de novembro e

dezembro, no montante de R$37.211.592,19, conforme demonstrado no controle de

suplementações (fls. 501, vol. 12/13) e na planilha abaixo:

Mês Abertura de créditos

suplementares

Autorização para abertura de créditos

suplementares Saldo Dotação Orçamentária (R$)

Autorização prevista na LOA 243.982.971,14 243.982.971,14

Janeiro 33.665.723,70 210.317.247,44

Fevereiro 9.265.565,84 201.051.681,60

Março 22.242.651,68 178.809.029,92

Abril 28.551.815,15 150.257.214,77

Maio 24.700.771,58 125.556.443,19

Junho 25.527.944,57 100.028.498,62

Julho 21.661.276,50 78.367.222,12

Agosto 15.678.323,73 62.688.898,39

Setembro 42.657.315,19 20.031.583,20

Outubro 19.808.838,26 222.744,94

Novembro 11.552.925,29 - 11.330.180,35

Dezembro 25.881.411,84 - 37.211.592,19

Total 281.194.563,33 243.982.971,14

.

Item 19.5 - Cancelamento de créditos inscritos em Dívida Ativa, no

montante de R$5.502.852,00, conforme Detalhamento da Dívida Ativa – DDA (fls.

502/503, col. 12/12), sem comprovação do fato motivador. Foram cancelados créditos de

Dívida Ativa no total de R$6.342.893,07, sendo prescrito o valor de R$840.041,07 e

não prescrito o montante de R$5.502.852,00.

A Declaração acostada às fls. 5, vol. 13/13, apenas mencionou de forma

genérica as causas dos cancelamentos, em detrimento à comprovação individualizada

por contribuinte dos cancelamentos amparados pela legislação pertinente (Código

Tributário Municipal), seja por registro em duplicidade de débitos ou por transmissão de

bens não efetivada.

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Fls.

A alegação do Chefe de Governo de que o cancelamento dos créditos

inscritos em dívida ativa deu-se em decorrência de problemas no sistema Prodata da

Diretoria de Tributos, não justifica o cancelamento. Assim, os documentos

apresentados não comprovam de forma suficiente e completa que o cancelamento

realizado no exercício de referência foi motivado pela inexistência dos créditos a

receber.

Portanto, o cancelamento de Créditos de Dívida Ativa no montante de

R$5.502.852,00, conforme informações encaminhadas por meio eletrônico, constitui

procedimento em desacordo com as normas de Direito Financeiro (Lei nº 4.320/64) devido

à falta de respaldo legal. Portanto, falha mantida.

Item 19.6 - Cancelamento de Restos a Pagar Processados (excluídos os

prescritos), no montante de R$1.237.728,83, conforme relatório analítico do passivo

financeiro (fls. 505/506, vol. 12/13), sem comprovação do fato motivador.

As justificativas apresentadas pelo Chefe de Governo não podem ser

acatadas, porque não se fundamentaram em documentação hábil. Não foram

comprovados os erros no processo de liquidação da despesa orçamentária, nem a

inexistência das obrigações canceladas por manifestação expressa dos respectivos

credores.

O cancelamento de Restos a Pagar Processados pelo Município, no valor

de R$1.237.728,83, constitui procedimento em desacordo com as normas de Direito

Financeiro (Lei nº 4.320/64), pois, nos termos da legislação, para a regular liquidação da

despesa orçamentária, os serviços já foram prestados e/ou os materiais/bens

devidamente entregues à Administração Municipal, não cabendo o cancelamento

posterior destas obrigações, senão em casos especialíssimos devidamente justificados.

Diante do exposto, o cancelamento de restos a pagar processados não

tem respaldo legal e normativo, contrariando as normas de execução orçamentária e

financeira e o Chefe de Governo não apresentou justificativas plausíveis e documentos

hábeis à comprovação dos motivos para os cancelamentos. Portanto, falha mantida.

Item 19.7 - Obrigações de despesa (restos a pagar processados/liquidados),

contraídas nos últimos dois quadrimestres, no valor de R$11.576.361,52, sem

suficiente disponibilidade de caixa líquida para sua cobertura (pagamento), em desacordo

com o disposto no art. 42 da LC nº 101/2000 (LRF), conforme demonstrado a seguir:

Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar

1. Disponibilidade de Caixa Bruta 16.450.495,36

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Fls.

1.1. Disponibilidade de Caixa 16.450.495,36

1.2. Aplicações Financeiras registradas no Ativo Realizável -

2. Restos a Pagar Liquidados de Exercícios Anteriores 8.511.807,40

3. Restos a Pagar Liquidados do Exercício 13.048.046,22

3.1. Restos a Pagar Liquidados do Exercício – primeiro quadrimestre 1.471.684,70

3.2. Restos a Pagar Liquidados do Exercício – últimos dois quadrimestres 11.576.361,52

4. Restos a Pagar Não Liquidados de Exercícios Anteriores 1.071.944,48

5. Demais Obrigações Financeiras 995.166,53

6. Disponibilidade de Caixa Líquida (Antes da Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados) (7.176.469,27)

7. Restos a Pagar Não Liquidados do Exercício 8.529.286,82

8. Disponibilidade de Caixa Líquida (Após a Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados) (15.705.756,09)

Após análise das justificativas e documentos apresentados, constatou-

se restos a pagar vinculados à execução de convênios com recursos financeiros

pendentes de repasse ao término do exercício, no valor de R$498.945,96, os quais

foram excluídos das despesas empenhadas conforme tabela abaixo.

Nº do convênio e afins

Doc. Comprobatória Valor do convênio

Valor pendente de

repasse

Nº empenho

Restos a pagar

Restos a pagar

excluído

809640/2014* fls. 007, 203 e 205, vol. 13/13 394.200,00 197.100,00 6537 128.770,96 128.770,96

824762/2015* fls. 204/205, vol. 13/13 740.350,00 370.175,00 12572 740.350,00 370.175,00

Contrato 2510349000000 fls. 008 e 205, vol. 13/13 Documentação insuficiente 12362 290.173,54 0,00

Proc. Judicial 201300619850 fls. 008 e 206, vol. 13/13 Documentação insuficiente 2146 2.843.224,09 0,00

Total dos restos a pagar excluídos das obrigações financeiras (passivo financeiro) 498.945,96

Dos dados acima depreende-se que a falha não foi sanada conforme

demonstrativo abaixo, o que motiva a rejeição das Contas de Governo.

Tabela 10 – Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar (MDF/STN)

Descrição Município (exceto RPPS)

1. Disponibilidade de Caixa Bruta 16.450.495,36 1.1. Disponibilidade de Caixa 16.450.495,36 1.2. Aplicações Financeiras registradas no Ativo Realizável -

2. Restos a Pagar Liquidados de Exercícios Anteriores 8.511.807,40 3. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* 12.549.100,26

3.1. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* – primeiro quadrimestre 1.342.913,74 3.2. Restos a Pagar Liquidados do Exercício* – últimos dois quadrimestres 11.206.186,52

4. Restos a Pagar Não Liquidados de Exercícios Anteriores 1.071.944,48 5. Demais Obrigações Financeiras 995.166,53 6. Disponibilidade de Caixa Líquida (Antes da Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados) (6.677.523,31) 7. Restos a Pagar Não Liquidados do Exercício 8.529.286,82 8. Disponibilidade de Caixa Líquida (Após a Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados) (15.206.810,13)

Item 19.10 - Saldos das obrigações informadas no Demonstrativo da

Dívida Fundada – Anexo 16 (fls. 507, vol. 12/13) não comprovados por documentação

hábil (certidões, extratos, declarações, contratos e/ou outros), conforme relacionado abaixo:

Descrição da obrigação Saldo contábil Saldo doc. Fls. doc. Diferença

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Fls.

comprobatória comprobatória

INSS 3.276.876,99 - - 3.276.876,99 PASEP 2.974.765,57 - - 2.974.765,57 IPASC 17.697.140,22 - - 17.697.140,22 SAE 23.678.054,37 - - 23.678.054,37 IBAMA 33.005,37 - - 33.005,37 PMAT 1.374.431,13 - - 1.374.431,13 CELG 10.199.299,57 - - 10.199.299,57

Totais 49.034.273,65 - - 59.233.573,22

As alegações do Chefe de Governo não justificaram a falta de

apresentação da documentação hábil à comprovação dos saldos das obrigações

financeiras junto ao INSS, PASEP, IPASC, IBAMA, CEF/SAE, CEF/PMAT e CELG, em

31/12/2016, evidenciada na Demonstração da Dívida Fundada – Anexo 16, conforme

exigência da IN TCM nº 008/15, cabendo assim a aplicação de multa.

O saldo da dívida ao IPASC, foi informado indevidamente em

21/11/2016, enquanto o correto seria 31/12/2016 (fls. 253, vol. 13/13). No que concerne

aos saldos do PMAT e SAE junto à CEF, foram apresentados os contratos, porém não

constam nos autos o saldo em 31/12/2016. Com respeito ao INSS, PASEP, IBAMA e à

CELG, a mera justificativa de que os órgãos não emitiram a certidão/documento não é

capaz de sanar a falha.

Portanto, como a falta de comprovação dos saldos das obrigações

prejudica a verificação das informações evidenciadas pelos serviços de contabilidade

quanto à situação patrimonial do Município (art. 85 da Lei Federal nº 4.320/64) e a

apreciação dos resultados gerais do exercício apresentados na prestação de contas,

remanesce a irregularidade.

III - Multa

Aplica-se multa, em desfavor do Gestor Jardel Sebba, na ordem de

R$3.100,00, em razão das falhas arroladas nos itens 19.1, 19.2, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7,

19.10 e 19.12, a saber, Atraso na entrega da prestação de contas (item 19.1, R$100,00);

Abertura de créditos adicionais, por decreto do Chefe de Governo, sem a devida

autorização legislativa (item 19.2, R$300,00); Apresentação incompleta do relatório

conclusivo da comissão especial de inventário anual dos bens patrimoniais (item 19.4,

R$1.000,00); Falta de comprovação do fato motivador do cancelamento de Dívida Ativa

no exercício de referência, em montante relevante (item 19.5, R$300,00); Falta de

comprovação do fato motivador do cancelamento de Restos a Pagar Processados no

exercício de referência, em montante relevante, excluído o total das obrigações

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Fls.

prescritas (item 19.6, R$300,00); Obrigações de despesa contraídas nos últimos dois

quadrimestres sem suficiente disponibilidade de caixa (item 19.7, R$300,00); Falta de

apresentação da documentação comprobatória dos saldos das obrigações

evidenciadas no Demonstrativo da Dívida Fundada – Anexo nº 16 (item 19.10, R$500,00);

Falta de apresentação da certidão elaborada pela comissão de transição de governo

(item 19.12, R$500,00).

Com fundamento nos princípios da razoabilidade e da

proporcionalidade divergimos da Unidade Técnica quanto aos valores das multas

decorrentes das falhas indicadas nos itens 19.4 e 19.12. Ao invés de aplicar os

valores de R$1.500,00 e R$2.500,00, passo a aplicar os montantes de R$1.000,00 e

R$500,00, respectivamente. Portanto, como somatório de todas as multas, deixo

de aplicar a importância de R$5.600,00 para aplicar o montante de R$3.100,00.

III – VOTO DA RELATORA

Diante do exposto, amparada na fundamentação supra, em

convergência parcial com as manifestações da Secretaria de Contas de Governo e do

Ministério Público de Contas, exceto quanto à multa, que passo a aplicar o

montante de R$3.100,00, VOTO no sentido de:

I. MANIFESTAR à Câmara Municipal de Catalão parecer pela rejeição das

Contas de Governo do exercício de 2016, sob a responsabilidade do senhor Jardel

Sebba, Chefe de Governo do Município de Catalão, com as irregularidades indicadas

nos itens 19.2, 19.5, 19.6, 19.7 e 19.10, e com as ressalvas aplicadas às falhas dos

itens 19.4, 19.8 e 19.12, da Análise da Relatora.

II. APLICAR MULTA, em desfavor do senhor Jardel Sebba, Chefe de

Governo do Município de Catalão, no valor de R$3.100,00, conforme quadro abaixo:

Natureza das Contas Contas de Governo

Nome Jardel Sebba

CPF 039.682.271-15

Cargo/Função Chefe de Governo do Município de Catalão.

Irregularidade praticada 1) Atraso na entrega da prestação de contas (item 19.1). 2) Abertura de créditos adicionais, por decreto do Chefe de Governo, sem a devida autorização legislativa (item 19.2). 3) Apresentação incompleta do relatório conclusivo da comissão especial de inventário anual dos bens patrimoniais (item 19.4). 4) Falta de comprovação do fato motivador do cancelamento de Dívida Ativa no exercício de referência, em montante relevante (item 19.5). 5) Falta de comprovação do fato motivador do cancelamento de Restos a Pagar Processados no exercício de referência, em montante relevante, excluído o total das

Page 29: ACÓRDÃO Nº 01548/2018 - Tribunal Plenomaissudeste.com.br/wp-content/uploads/2018/03/1522422966307.pdfÓrgão de apreciar as contas do Governo Municipal, mediante Parecer Prévio

AC RUA 68 Nº 727 – CENTRO – FONE: 3216-6229 e 3216.6256 - CEP: 74055-100 – GOIÂNIA – GO www.tcm.go.gov.br 25 00801548-18-RESULTADO

Fls.

obrigações prescritas (item 19.6). 6) Obrigações de despesa contraídas nos últimos dois quadrimestres sem suficiente disponibilidade de caixa (item 19.7). 7) Falta de apresentação da documentação comprobatória dos saldos das obrigações evidenciadas no Demonstrativo da Dívida Fundada – Anexo nº 16 (item 19.10). 8) Falta de apresentação da certidão elaborada pela comissão de transição de governo (item 19.12).

Dispositivo legal ou normativo violado

1) Art. 15, da IN TCM nº 008/2015. 2) Art. 167, V, da CF/88 e art. 42 da Lei Federal nº 4.320/64. 3) Arts. 85, 95 e 96 da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 15, § 3°, XXI, da IN TCM nº 008/2015. 4) Arts. 173 e 174, da Lei Federal nº 5.172/66 – CTN. 5) Art. 63, da Lei Federal nº 4.320/64, art. 1º, do Decreto nº 20.910/32 e art. 206, § 5º, I, da Lei Federal nº 10.406/02 – Código Civil. 6) Art. 42 da LC nº 101/00 – LRF. 7) Arts. 85, 88, 89 e 98, da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 15, § 3°, XVIII, da IN TCM nº 008/2015. 8) Art. 73, § 5º da Constituição Estadual c/c arts. 1º, 2º, 3º, 4º e 12 da IN TCM nº 006/2016.

Base legal para imputação de multa

1) Art. 47-A, V, a, da LOTCM. 2) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 3) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 4) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 5) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 6) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 7) Art. 47-A, IX, da LOTCM. 8) Art. 47-A, XIV, da LOTCM.

Valor da multa 1) R$100,00 (1% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, V, a, da LOTCM. 2) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 3) R$1.000,00 (10% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 4) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 5) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 6) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 7) R$300,00 (3% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, IX, da LOTCM. 8) R$500,00 (5% de R$10.000,00) previsto no art. 47-A, XIV, da LOTCM.

Valor total da Multa R$3.100,00 - correspondente a 31% do valor máximo estabelecido no caput do art. 47-A da Lei Estadual nº 15.958/07, com a redação dada pela Lei nº 19.044, de 13/10/2015 (R$10.000,00).

IV. RESSALTAR que a Constituição Federal manteve a missão deste

Órgão de apreciar as contas do Governo Municipal, mediante Parecer Prévio. Nesta

mesma linha, a Lei Orgânica do TCMGO alterada pela Lei Estadual nº 16.467/2009,

estabelece no seu art. 6º que compete ao Tribunal de Contas, exclusivamente, emitir

Parecer Prévio acerca das contas de governo prestadas anualmente pelo Chefe do

Poder Executivo. O Parecer Prévio, embora seja de caráter técnico, contendo um

resumo crítico da gestão governamental no seu conjunto, continua a ser submetido ao

Poder Legislativo, a quem cabe a titularidade para julgar as Contas do Executivo.

Page 30: ACÓRDÃO Nº 01548/2018 - Tribunal Plenomaissudeste.com.br/wp-content/uploads/2018/03/1522422966307.pdfÓrgão de apreciar as contas do Governo Municipal, mediante Parecer Prévio

AC RUA 68 Nº 727 – CENTRO – FONE: 3216-6229 e 3216.6256 - CEP: 74055-100 – GOIÂNIA – GO www.tcm.go.gov.br 26 00801548-18-RESULTADO

Fls.

V. EVIDENCIAR que na aferição dos documentos apresentados no

Balanço e as informações constantes do SICOM foram considerados sob o aspecto da

veracidade ideológica presumida.

VI. SOLICITAR à Câmara de Vereadores que comunique ao Tribunal de

Contas dos Municípios o resultado do julgamento das Contas de Governo em questão,

inclusive com a remessa do ato respectivo e da ata da sessão de julgamento.

VII. DETERMINAR, após comunicação ao Responsável, o envio dos

autos à Divisão de Arquivo e Expedição, para devolução à origem.

É o voto.

Gabinete da Conselheira Maria Teresa, em Goiânia-GO, aos 2 dias do

mês de março de 2018.

Maria Teresa F. Garrido Santos Conselheira Relatora