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Órgão de divulgação do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Mato Grosso ANO X - Nº 121 Cuiabá - Janeiro de 2018 Acesse: www.sindsepmt.org.br Página 4 Página 2 Peregrinações da desigualdade arTigO acT 2017/2018 Ebserh: empregados protocolam proposta aro servidor público federal, primeiramente #FORATEMER. Iniciamos mais um ano. 2017 foi péssimo para os trabalhadores brasileiros que perderam direitos históricos como a reforma Trabalhista, a terceirização sem limites e a PEC que limita investimentos sociais por 20 anos. Tudo isso graças a políticos sem escrúpulos. Mas também poderia ter sido pior caso a sociedade civil e sindicatos não se mobilizassem. Foi graças à resistência que conseguimos, pelo menos por enquanto, barrar a reforma da Previdência. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia diz que vai colocar em votação no dia 19 de fevereiro, isso se o ilegítimo conseguir fazer os “acertos” com alguns deputados e garantir os votos que lhe faltam para acabar de vez com a esperança daqueles que trabalham a vida inteira é a de ter uma velhice com dignidade. O Sindsep-MT está alerta com os desmandos dos golpistas. Vamos para as ruas e praças, assim como no ano passado onde foram realizadas reuniões, muitas delas no interior, assembleias e greves convocadas pelas CUT e a Condsef. Este ano, o objetivo é reverter esse quadro tenebroso e além de barrar a PEC 287/16, estaremos lutando para derrubar do veto de Temer ao PL 3831/15, que estabelece a negociação coletiva no serviço público e seguir defendendo a manutenção da suspensão da MP 805/17 dada por ministro do Supremo Tribunal Federal (STF ). A MP revoga reajustes e ainda aumenta para 14% alíquota previdenciária de servidores que recebem a partir de R$5 mil. Não podemos esquecer que 2018 é um ano eleitoral. Na página 3 desta edição, estamos publicando os nomes (com fotos) dos deputados e senadores que votaram contra os trabalhadores. Recorte a página e cole no mural do seu órgão ou nos lugares permitidos. E façamos a campanha do contra. Votou contra nós, não volta! As fotos que ilustram esta página mostram um pouco do que foi o ano para o nosso sindicato de luta. E que venha 2018. Sem arrego para os golpistas! c Fotos: Mário Hashimoto Página 2 Governo endurece com trabalhadores cONab FORA TEMER: MARCHA DOS 200 MIL (BRASÍLIA) GREVE GERAL (PRAÇA iPIRANGA) COLETA ASSINATURAS (PRAÇA iPIRANGA) CURSO FORMAÇÃO SINDICAL REUNIÃO FUNAI: CONTRUINDO GREVE OCUPA INCRA PELO MST (CUIABÁ) REUNIÃO CDE DA CONDSEF (BRASÍLIA)

Cuiabá - Janeiro de 2018sindsepmt.org.br/jornais/ocomp-ed121.pdfÓrgão de divulgação do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Mato Grosso ANO X - Nº 121 Cuiabá

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  • Órgão de divulgação do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Mato Grosso

    ANO X - Nº 121Cuiabá - Janeiro de 2018

    Acesse: www.sindsepmt.org.br

    Página 4 Página 2

    Peregrinações da desigualdade

    artigo act 2017/2018

    Ebserh: empregadosprotocolam proposta

    aro servidor público federal, primeiramente#FORATEMER. Iniciamos mais um ano.2017 foi péssimo para os trabalhadoresbrasileiros que perderam direitos históricoscomo a reforma Trabalhista, a terceirização

    sem limites e a PEC que limita investimentos sociais por20 anos. Tudo isso graças a políticos sem escrúpulos.

    Mas também poderia ter sido pior caso a sociedadecivil e sindicatos não se mobilizassem. Foi graças àresistência que conseguimos, pelo menos por enquanto,barrar a reforma da Previdência. O presidente daCâmara dos Deputados, Rodrigo Maia diz que vaicolocar em votação no dia 19 de fevereiro, isso se oilegítimo conseguir fazer os “acertos” com algunsdeputados e garantir os votos que lhe faltam para acabarde vez com a esperança daqueles que trabalham a vidainteira é a de ter uma velhice com dignidade.

    O Sindsep-MT está alerta com os desmandos dosgolpistas. Vamos para as ruas e praças, assim como noano passado onde foram realizadas reuniões, muitasdelas no interior, assembleias e greves convocadas pelasCUT e a Condsef. Este ano, o objetivo é reverter essequadro tenebroso e além de barrar a PEC 287/16,estaremos lutando para derrubar do veto de Temer aoPL 3831/15, que estabelece a negociação coletiva noserviço público e seguir defendendo a manutenção dasuspensão da MP 805/17 dada por ministro do SupremoTribunal Federal (STF ). A MP revoga reajustes e aindaaumenta para 14% alíquota previdenciária de servidoresque recebem a partir de R$5 mil.

    Não podemos esquecer que 2018 é um anoeleitoral. Na página 3 desta edição, estamos publicandoos nomes (com fotos) dos deputados e senadores quevotaram contra os trabalhadores. Recorte a página ecole no mural do seu órgão ou nos lugares permitidos.E façamos a campanha do contra. Votou contra nós, nãovolta!

    As fotos que ilustram esta página mostram umpouco do que foi o ano para o nosso sindicato de luta. Eque venha 2018. Sem arrego para os golpistas!

    c

    Fotos: Mário Hashimoto

    Página 2

    Governo endurececom trabalhadores

    conab

    FORA TEMER: MARCHA DOS 200 MIL (BRASÍLIA)

    GREVE GERAL (PRAÇA iPIRANGA)

    COLETA ASSINATURAS (PRAÇA iPIRANGA)

    CURSO FORMAÇÃO SINDICALREUNIÃO FUNAI: CONTRUINDO GREVE

    OCUPA INCRA PELO MST (CUIABÁ)

    REUNIÃO CDE DA CONDSEF (BRASÍLIA)

  • ANO X - Nº 121 - Janeiro de 20182

    DIRETORIA EXECUTIVA TRIÊNIO 2016/2019

    Presidente: Carlos Alberto de Almeida; Vice Presidente: Elias Belisário de Araújo; 1º Sec. Geral: Damásio de SouzaPereira; 2º Sec. Geral: Hobson Aparecido Correa; 1º Sec. de Finança: Gildásio Ferreira Gomes; 2º Sec. de Finança:Sebastião de Jesus; 1º Sec. de Administração: Enildo Gomes; 2º Sec. de Administração: Nelson Fortunato Ojeda; 1ºSec. de Ass. Jurídico: João Bosco de Moraes; 2º Sec. de Ass. Jurídico: Idivaldo B. De Oliveira; 1º Sec. de Formaçãoe Política Sindical: Maurício Alves Rattacaso Júnior; 2º Sec. de Formação e Política Sindical: Lurdes Fernandes Rosa;1º Sec.do Interior: Benedito Assis da Silva; 2º Sec. do Interior: Albir Alves de Brito; 1º Sec. de Imprensa e Comunica-ção: Gilmar Campos Soeiro; 2º Sec. de Imprensa e Comunicação: Celso Alfredo Simon; 1º Sec. Aposentados e Pen-sionistas: Izael Santana da Silva; 2º Sec. Aposentados e Pensionistas: Zelairdes Rodrigues Leite; 1º Sec. Saúde doTrabalhador: João de Deus da Silva Filho; 2º Sec. Saúde do Trabalhador: Deusdete Cabral; 1º Sec. Anistiados e De-mitidos: Joacira Santana Rodrigues de Almeida; 2º Sec. Anistiados e Demitidos: Selmo Jacinto de Oliveira; 1º Sec. deCultura: José Olímpio da Silva Neto; 2º Sec. de Cultura: Manoel Martins; Suplentes de Direção: Jardes Tomé dos San-tos Pacheco; João Martins de Souza; Sérgio Balbino Ferreira; Evangelista Pereira Barros; João Galdino de Souza;Zita Antonia Gomes Silveira; Conselho Fiscal: Titular João Sebastião Alves Pereira; Conselho Fiscal: Titular BeneditaVandinéia de Oliveira; Conselho Fiscal: Titular Edmilson Lourenço Máximo; Conselho Fiscal: Suplente Geovano San-tos Moreira; Conselho Fiscal: Suplente Ademar Viana dos Santos; Conselho Fiscal: Suplente Clarisse Maria Sala

    Boletim informativo do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso

    Rua Dr. Carlos Borralho nº 82, bairro Poção. CEP 78.015-630 - Cuiabá-MTTelefone: (65) 3023-9338/3023-7000 - email: [email protected] responsável: Mário Hashimoto DRT 200/MT

    E-mail: [email protected]ção eletrônica: Oficina A-104

    Expediente

    Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso

    impassEs

    m dezembro, nodia 20, emprega-dos da EmpresaBrasileira de Ser-viços Hospitala-

    res (Ebserh) realizaram du-rante dois dias encontronacional em Brasília paradiscutir a proposta doAcordo Coletivo de Traba-lho (ACT) 2018/2019. A pro-posta ainda passou por uma adequação técnicapela assessoria jurídica da Condsef/Fenadsef efoi protocolada junto à empresa. Também foieleita pela categoria os representantes da co-missão dos empregados que participarão das ro-dadas de negociação com a Ebserh.

    No dia 18 deste mês será lançada a campa-nha salarial e foi definido que a primeira reu-nião seja realizada já no dia 23, lembrando quea data base do setor é dia 1 de março. O focoagora é organizar os empregados em torno deavanços em demandas consideradas essenciais,como as cláusulas econômicas e sociais. Tam-bém ficou definido o trabalho em conjunto comas filiadas da Condsef/Fenadsef buscando unifi-car o trabalho com as federações que represen-tam médicos e enfermeiros em torno da uni-dade na defesa das pautas.

    CONAB – Enquanto isso, em reunião realizadano dia 14/12, a Companhia Nacional de Abaste-cimento informou que não aceitou, entre váriasoutras, a proposta apresentada pelos emprega-dos e as negociações foram transferidas paraeste mês. Mesmo com a bancada sindical ten-

    tando buscar consenso, oque não foi o suficientepara sensibilizar o governoque vem demonstrando,por meio da Secretaria deCoordenação e Governançadas Empresas Estatais(SEST), postura intransi-gente com as demandasmais urgentes dos empre-gados.

    As entidades sinalizaram possibilidade deassinar acordo mantendo as cláusulas sociais doACT atual e a legislação trabalhista em vigor nadata-base (1º de setembro). Nesse caso, apenaso índice de reposição de perdas dos emprega-dos seria levado a dissídio no Tribunal Superiordo Trabalho (TST). A SEST negou. Foi ainda le-vantada a possibilidade de acordo com baseapenas no IPCA 2016-2017 deixando perdas his-tóricas para discussão posterior. Nesse caso, ha-veria compensação na concessão de mais doisvales refeição. Novamente, a SEST negou. Numaterceira tentativa de consenso as entidades le-vantaram a possibilidade de postergar reajustecom base no IPCA para mês posterior a database da categoria. Hipótese também negadapela SEST.

    A única alternativa oferecida pelo governofoi discutir um insignificante percentual de re-posição de perdas desde que os trabalhadoresda Conab pagassem um “pedágio”: teriam queconcordar em abrir mão de cláusulas já assegu-radas no ACT atual. A redução de direitos jáconquistados é algo que a categoria não irá acei-tar.

    E

    No dia 15 de dezembro, ocorreu na sededa CUT-MT, a última reunião ordinária de2017 com os membros que compõe osistema diretivo do Sindsep-MT, para discutir edeliberar várias pautas. O diretor deComunicação da Central Única dosTrabalhadores, Robinson Ciréia, fez umaanálise da atual conjuntura do país criticando ostrês Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário),a manipulação da grande mídia e afirmou que“eleição sem Lula é fraude!” Também elogiou aatuação Sindsep na Campanha Nacional pela

    Anulação da Reforma Trabalhista. Por outrolado, Carlos Alberto de Almeida elencou umasérie de atividades da entidade neste ano e foitaxativo quanto à reforma da Previdência,principalmente no que tange aos servidorespúblicos, considerado pelo governo como“privilegiados.” Entre várias falas, o assessorjurídico, João Batista dos Anjos dissertou sobrea Gacen e sobre os vários processos que seencontram tramitando nas mais diversas áreasdo Judiciário. Para encerrar, foi servido umapeixada à moda cuiabana.

    Empregados da Ebserh protocolam proposta.Conab: Governo endurece com trabalhadores.

    Sistema diretivo realiza última reunião do ano

    Sem acordos: Fim de ano não foi nada bom para os empregados das duas empresas. Trabalhadores da Agricultura familiar ocupam antigo garimpo

    Cerca de 40 famílias do Movimento 05 de julho,coordenado pelo Sindicato dos Trabalhadores eTrabalhadoras na Agricultura Familiar de Diaman-tino – Sintraf, ocuparam na madruga do dia 26 de de-zembro, o antigo garimpo Jatobá, entre os municípios deDiamantino e São J. R. Claro.

    A fazenda conhecida como Garimpo Jatobá, locali-zada a 290 km de Cuiabá, tem aproximadamente 15 milhectares e pertence ao Estado de Mato Grosso. Os traba-lhadores da agricultura familiar reivindicam a regulariza-ção dessa área em nome das famílias do Movimento 5 dejulho.

    De acordo com o coordenador do Sintraf/Diaman-tino, Aparício Valeriano Siqueira, as famílias estavam hámais de um ano, acampadas a 10 km de Diamantino,aguardando o Instituto de Terras de Mato Grosso (Inter-mat) regularizar a posse.

    O garimpo Jatobá foi desativado nos meados dos anos80, quando a policia fechou o garimpo por refino e trá-fico de drogas. Na área, ainda existe uma pequena açãode garimpeiro (faiscação) e extração de areia e cascalhode forma ilegal. (com Contraf)

    Temos convênio com o Sindsep-MT

  • ANO X - Nº 121 - Janeiro 2018 3Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso

    Estes deputados federais votaram contra os trabalhadores de Mato Grosso e sete deles livraram o golpista Michel Temer de ser processado por DUAS vezes pelo STF.

    ADILTON SACHETTI(Sem partido)

    Votou SIM à Reforma TrabalhistaSIM à Terceirização sem limitesSalvou Temer por duas vezes!

    TRAIDORES DO POVO!

    ESSES SENADORES TAMBÉM VOTARAM CONTRA OS TRABALHADORES.OS DOIS PRIMEIROS SEQUER TIVERAM VOTOS. DIGA NÃO NAS URNAS!

    Eles já votaram a favor a Reforma Trabalhista e a Terceirização sem limites.

    Em fevereiro eles querem acabar com sua aposentadoria. VOCÊ VAI DEIXAR?

    CARLOS BEZERRA(MDB)

    Votou SIM à Reforma TrabalhistaSIM à Terceirização sem limitesSalvou Temer por duas vezes!

    EZEQUIEL FONSECA(PP)

    Votou SIM à Reforma TrabalhistaSIM à Terceirização sem limitesSalvou Temer por duas vezes!

    VICTÓRIO GALLI(PSC)

    Votou SIM à Reforma TrabalhistaSIM à Terceirização sem limitesSalvou Temer por duas vezes!

    FÁBIO GARCIA(Sem partido)

    JOSÉ MEDEIROS(Podemos)

    CIDINHO CAMPOS(PR)

    WELLINGTON FAGUNDES(PR)

    Votou SIM à Reforma TrabalhistaSIM à Terceirização sem limitesSalvou Temer por duas vezes!

    NILSON LEITÃO(PSDB)

    Votou SIM à Reforma TrabalhistaSIM à Terceirização sem limitesSalvou Temer por duas vezes!

    VALTENIR PEREIRA(PSB)

    Votou SIM à Reforma TrabalhistaSIM à Terceirização sem limites

    ROGÉRIO SILVA (MDB)

    Suplente de Valtenir PereiraSalvou Temer por duas vezes!

    Votou sim,NÃO volta!

    NÃO REELEJAM ESSES PARLAMENTARES

  • ANO X - Nº 121 - Janeiro 20184Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso

    NOME DIA

    ADELAIDE SOARES SODRE 07AFONSO PINHEIRO DE MORAES 24AIR RIBEIRO DA COSTA 04ALUISIO SOUZA SANTOS 13ANTONIO JOSE CINTRA FILHO 25BENEDITO VIEIRA DE AZEVEDO 30CARLOS MOREIRA DE LIMA 12CASSIO DE MELLO CAMPOS 04CLARA GOMES DE SOUSA 08CLAUDILEIA BARROS DE GUSMAO 07CLAUDIO SANTANA GUIMARAES 22CONSUELO MACAUBA DE PRADO 31CORDELIA MARIA DE MORAES RAMOS 20EDILENE FERREIRA LIMA 12EDITE DA SILVA SANTOS 13EDSON DE SOUZA MEIRA 14EDSON RICARDO PERTILE 07ELIANA APARECIDA DA COSTA 05ELIZETE FERREIRA DA SILVA 21ENOC DIAS REIS 29FLAVIO INACIO SCHARDONG 09FRANCISCA ALVES PARABA RUBÉ 30FRANCISCO CASSIANO DA SILVA 29FRANCISCO DE ASSIS COSTA 16FRANCISCO ITSARIPI A OMORE 06GIDELSON DE ARAUJO 05GILDA BARRADAS 17GILDASIO FERREIRA GOMES 08GRACILDA GONCALINA AMAJUNEPA 10HELI ALVES DE SOUSA 01HUMBERTO CLÓVIS KOTHE 12IANA TERESA MOURA GOMES 05IZAEL SANTANA DA SILVA 03IZIDORO GONCALO DOS SANTOS 02JARDES TONE DOS SANTOS PACHECO 27JOAO BENEDITO DA SILVA 17JOAO MARTINS DE SOUZA 12JOAO PAULO DE CAMPOS ALMEIDA 19JOAO RAMOS DOS SANTOS 27JOAQUIM DOS SANTOS LIMA 21

    JOAQUIM PINERE XAVANTE 26JOEL VIEIRA BARBOSA 20JORGE FONSECA 07JORGE GONCALO GOMES IBANEZ 03JOSE MARIO DA SILVA FILHO 17JOSE MIGUEL DE OLIVEIRA 05JOSE SEBASTIAO DE ARAUJO 19JOSEFINA JACINTO DA MOTA 24JOSENICE AUXILIADORA T. SIQUEIRA 24JOSIAS APRIGIO DE ALMEIDA 18KLEBER DE MIRANDA 29LENNON RODRIGUES SILVA 03LUCIANI FERREIRA DA SILVA 21LUCIANO PESTRE COUTINHO 22LUCINDA MARIA DA SILVA FIGUEIREDO 07MANOEL MARTINS 13MARIA DA CAMARA MORAES 27MARIA DE JESUS CARVALHO 25MARIA LUCIA DE S. WONSOSCKY DUARTE 20MARIA THEREZA GARCIA BELEM 10MARIANE DA GUIA SILVA RAMOS 28MARIO ALVES DA COSTA 19MATUZALEM CALIXTO AGUIAR 23MORGANA GOMES GONÇALVES 22NADY ALVES DE SOUZA LIMA 06NELSON BATISTA DO REGO 04NEUSA MARIA BROCH COELHO 14NHAKAPRU METUKTIRE 20NILTON DONIZETE DE OLIVEIRA 08NILZA PIRES DE ARRUDA BUENO 21OLIVIA MARTINS DE SOUZA 30OREZINA GUSMAO OLIVEIRA 18RAFAEL SEBASTIÃO MOREIRA 20RALED ABDO AMIN 30RAMAO RODRIGUES DA ROSA 24ROSALINA LEITE NASCIMENTO 17SAMOEL RODRIGUES COIMBRA 05SANTILIA DO PRADO ZADOLINNY 18SATIRIO RODRIGUES BARROS 12SEBASTIANA MARIA DUARTE DE CAMARGO 20SEBASTIÃO EDMUNDO ABREU 20TANIA RIBEIRO BATISTA 10VAIL SANTANA DA SILVA ALBERNAZ 22VALDENIR BATISTA DE OLIVEIRA 03VALERIA SILVA MARIANO 20VERA LUCIA NASCIMENTO ABREU 08VICENTE BEZERRA DOS SANTOS 05VILIDIANA MORAES MOURA 01ZACARIAS MENDES DA COSTA 18ZEFERINO DIAS 08ZENILDA FLORES FIGUEIREDO 27

    LUIz GONzAGA BELLUzzO*

    nova pesquisa do IBGE revelao que todos sabem e alguns si-mulam ignorar. O Brasil dis-puta o pódio da desigualdadecom o Lesoto e a zâmbia. As

    manchetes da quinta-feira proclamam: orendimento médio mensal do 1% mais ricoé 36 vezes maior do que os recebimentosdos 50% mais pobres.

    A pesquisa recém-divulgada temmaior abrangência e acuidade no cálculodos rendimentos, o que não permite com-parações com as informações capturadasem pesquisas anteriores. Mas o Índice deGini já colocava o Brasil entre os campeõesda desigualdade, a despeito dos esforçosdo governo Lula de minorar as dores e so-frimentos da pobreza absoluta e elevar opadrão de vida da classe trabalhadora. Es-pecialistas argumentam que os mais ricosresistiram melhor à depressão de 2015 e2016 do que os mais pobres.

    Democracia e capitalismoFiquei surpreso, não com o fenômeno,

    mas com a constatação. A experiência his-tórica e universal registra a maior resiliên-cia das classes proprietárias e dos assala-riados de escol no episódio deencolhimento do nível de atividade. Esta éa marca registrada das sociedades em que

    o poder econômico e político está distri-buído desigualmente.

    Os “pecados” de concepção e de ad-ministração das políticas econômicas re-gressivas, como a brasileira, não são da-queles que podem ser cometidossolitariamente por economistas, ministrosda Fazenda ou presidentes da República.Acidentes de tal monta causados por errosindividuais ou por pequenos grupos diri-gentes podem acontecer na história dospovos, mas estou convencido de que elessão menos frequentes do que imagina osenso comum.

    A desigualdade secular brasileira estána raiz da reemergência dos antigos ideaisdo liberalismo econômico, apresentadoscomo o “último grito” da moda econômica.Nas confrontações que hoje assolam e jáassolaram a política brasileira, nada maisvelho do que o novo. A proliferação decaras novas destina-se a esconder o rostodo velho e persistente poder da casa-grande esculpido em pétrea solidez.

    Nos empenhos da troca de máscaras,os disfarces de maior sucesso no momentoforam confeccionados por mãos hábeis. Osartesãos do conservadorismo sabem escul-pir com novos cinzéis as formas petrifica-das do velho arranjo oligárquico. São es-cultores altamente qualificados nos ofíciosdo continuísmo com continuidade que en-caixam, com ajustes mas sem atritos, as

    máscaras do novo nos rostos encarquilha-dos dos velhos senhores de sempre.

    O consenso dominante dos dominan-tes trata de explicar que, se os cânones desua dominação não forem respeitados, avida dos dominados vai piorar ainda mais.Patrocinada pelo monopólio da mídia, aformação desse consenso é um método efi-caz de bloquear o imaginário social, umaação destinada a comprovar que a históriahumana não deve ser entregue às decisõesinsensatas da democracia dos “pobres e ig-norantes”, mas mantida permanentementesob o controle dos “sábios”.

    Em seu rastro de contundências, ogolpe de 2016 sacrificou a República e es-palhou os despojos às costas de 13 milhõesde desempregados. O apetite voraz demuitos brasileiros ricos e bonitos por pre-conceitos de todos os matizes chegou aoponto do regurgitamento.

    Na onda recente de mastigação de im-propérios racistas, homofóbicos e regiona-listas, tal voracidade encontrou auxílio nosmaxilares que proclamam as virtudes da“meritocracia”. Meritocracia no Brasil é pa-lavra de ordem para justificar a rapina pra-ticada pelos bonitinhos da finança inútil epredatória. Rapina da riqueza produzidapelo esforço coletivo dos empresários, osque sobraram e ainda insistem em produ-zir “coisas” e ideias inovadoras, juntamentecom seus trabalhadores.

    A diferenciação de renda e riqueza en-gendrada pelo poder do capital estéril veioacompanhada pela rejeição do “outro”. Arejeição é mais profunda porque atingiu,de forma devastadora, os sentimentos depertinência à mesma comunidade de des-tino, suscitando processos subjetivos de di-ferenciação e desidentificação em relaçãoaos “outros”, ou seja, à massa de pobres emiseráveis que “infesta” o País. E essa desi-dentificação vem assumindo cada vez maisas feições de um individualismo agressivoe antirrepublicano. Uma espécie de carica-tura do americanismo.

    É ocioso dizer que tais expectativas eanseios não são um desvio psicológico,mas enterram suas raízes nas profundezasda desigualdade que há séculos assola oPaís. Produtos da desigualdade secular edaquela acrescentada no período do de-senvolvimentismo, as classes cosmopolitastêm sido, ao mesmo tempo, decisivas paraa reprodução do apartheid social e impie-dosas na crítica do desenvolvimento na-cional, a partir de um primeiro-mundismoabstrato e não raro, vulgar.

    (*) ECONOMISTA E PROFESSOR DA UNICAMP.PUBLICADO ORIGINALMENTE NA REVISTA CARTACAPITAL

    Peregrinações da desigualdadeo consenso obtido pela mídia bloqueia o imaginário social e os pobres delegam as decisões para os “sábios”.

    a