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1 - - - - ACTA N.º 23/2010 – Reunião ordinária da Câmara Municipal de Gouveia, realizada no dia vinte e dois de Novembro de dois mil e dez. - - - - Aos vinte e dois dias do mês de Novembro do ano de dois mil e dez, nesta cidade de Gouveia, edifício dos Paços do Concelho e Sala das Reuniões, pelas quinze horas e trinta minutos, reuniu ordinariamente a Câmara Municipal de Gouveia, estando presentes os Excelentíssimos Senhores, Álvaro dos Santos Amaro, como Presidente, Armando dos Santos Almeida, Joaquim Lourenço de Sousa, José Manuel Correia Santos Mota, Laura Maria da Rocha Oliveira Pinto da Costa, Glória Cardoso Lourenço, Luís Manuel Tadeu Marques, Vereadores, comigo Alice Oliveira Ferrão, Chefe da Divisão de Finanças, Património e Aprovisionamento. - - - - Verificando-se que a Câmara estava reunida em número legal suficiente para deliberar, pelo Senhor Presidente foi declarada aberta a reunião. - - - - 1. APROVAÇÃO DE ACTAS:- Tendo-se procedido à leitura da acta n.º 22/2010, foi a mesma aprovada por unanimidade. 2. PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA 3. INFORMAÇÕES 3.1 INFORMAÇÕES DO SENHOR PRESIDENTE - - - - 3.1.1) PROCESSO BELLINO & BELLINO:- Como é seu dever e também porque, em toda a sua vida, colaborou e continuará a fazê-lo na busca da verdade, sendo que, neste caso, se trata da justiça portuguesa. Assim, não pode deixar de referir, nesta reunião que, no Tribunal de Gouveia, foi ouvido pela Policia Judiciária, na qualidade de arguido de um processo em que ele, supostamente, terá dado ordens aos Serviços competentes do Município, para pagarem as custas e as multas do Processo Bellino & Bellino. “Ora, eu agi com a maior transparência, com a verdade toda, disse-o aqui, perante qualquer dúvida e está escrito nas Actas de que a minha dignidade não tem preço e pagaria até ao último euro tudo quanto me fosse exigido. Porém, no caso em questão, estava respaldado num memorando ou parecer que me foi dado, referente a essa matéria.

ACTA N.º 23/2010 - cm-gouveia.pt do Municpio... · de Contas a clarificação do assunto, dizendo que se esse esclarecimento não viesse até ao final do ano, eu próprio procederia

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- - - - ACTA N.º 23/2010 – Reunião ordinária da Câmara Municipal de

Gouveia, realizada no dia vinte e dois de Novembro de dois mil e dez.

- - - - Aos vinte e dois dias do mês de Novembro do ano de dois mil e dez,

nesta cidade de Gouveia, edifício dos Paços do Concelho e Sala das Reuniões,

pelas quinze horas e trinta minutos, reuniu ordinariamente a Câmara Municipal

de Gouveia, estando presentes os Excelentíssimos Senhores, Álvaro dos

Santos Amaro, como Presidente, Armando dos Santos Almeida, Joaquim

Lourenço de Sousa, José Manuel Correia Santos Mota, Laura Maria da Rocha

Oliveira Pinto da Costa, Glória Cardoso Lourenço, Luís Manuel Tadeu

Marques, Vereadores, comigo Alice Oliveira Ferrão, Chefe da Divisão de

Finanças, Património e Aprovisionamento.

- - - - Verificando-se que a Câmara estava reunida em número legal suficiente

para deliberar, pelo Senhor Presidente foi declarada aberta a reunião.

- - - - 1. APROVAÇÃO DE ACTAS:- Tendo-se procedido à leitura da acta n.º

22/2010, foi a mesma aprovada por unanimidade.

2. PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA

3. INFORMAÇÕES

3.1 INFORMAÇÕES DO SENHOR PRESIDENTE

- - - - 3.1.1) PROCESSO BELLINO & BELLINO:- Como é seu dever e também

porque, em toda a sua vida, colaborou e continuará a fazê-lo na busca da

verdade, sendo que, neste caso, se trata da justiça portuguesa. Assim, não

pode deixar de referir, nesta reunião que, no Tribunal de Gouveia, foi ouvido

pela Policia Judiciária, na qualidade de arguido de um processo em que ele,

supostamente, terá dado ordens aos Serviços competentes do Município, para

pagarem as custas e as multas do Processo Bellino & Bellino.

“Ora, eu agi com a maior transparência, com a verdade toda, disse-o aqui,

perante qualquer dúvida e está escrito nas Actas de que a minha dignidade não

tem preço e pagaria até ao último euro tudo quanto me fosse exigido. Porém,

no caso em questão, estava respaldado num memorando ou parecer que me

foi dado, referente a essa matéria.

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Mas, perante as dúvidas que continuaram a subsistir, consultei a CCDRC e,

poderia ter proposto, nesta mesma sede, uma deliberação em função daquele

parecer que me respaldaria. Não o quis fazer e, por isso, solicitei ao Tribunal

de Contas a clarificação do assunto, dizendo que se esse esclarecimento não

viesse até ao final do ano, eu próprio procederia a uma restituição dos valores

pagos.

Não posso deixar de mostrar aqui e hoje, o meu total e absoluto sentimento de

revolta interior.”

Interveio o Senhor Vereador Armando Almeida perguntando contra quem era

essa revolta interior, ao que o Senhor Presidente respondeu que não era contra

ninguém, era apenas uma “revolta interior”, um sentimento de revolta, de

quando na vida se procura o caminho da verdade e da transparência e depois

é chamado à Policia Judiciária para prestar um depoimento sobre uma matéria

sobre a qual ainda espera esclarecimento e, consequentemente, não está

encerrado. Nada mais.

Interveio ainda o Senhor Vereador Luís Tadeu reforçando que a situação ainda

se torna mais absurda e não faz qualquer sentido, tendo em conta aquilo que

consta nas próprias Actas da Câmara.

“Pois não faz sentido” – interveio novamente o Senhor Vereador Armando

Almeida - “e eu também quero intervir acerca disso, porque a minha

interpretação era que o Senhor não tinha que pagar enquanto Presidente da

Câmara, mas sim enquanto cidadão. Era esse o meu entendimento. E foi esse

o esclarecimento que solicitei e que está em Acta. Se fosse o Presidente da

Câmara, todos os munícipes teriam que pagar por essa condenação. Aí, tudo

bem. Se fosse o cidadão Álvaro Amaro, no meu entendimento, seria ele a

pagar.” – Interrompeu o Senhor Presidente dizendo que “não é verdade e a seu

tempo lá chegaremos.”

“Senhor Presidente está em Acta” – retomou a palavra o Senhor Vereador

Armando Almeida - “e eu também fui ouvido na Policia Judiciária, pela primeira

vez na minha vida, sem saber para o que ía e perguntaram-me “”Foi o Senhor

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que fez esta carta?”” à qual eu respondi que sim. Trata-se da tal carta que dirigi

ao Meritíssimo Juíz da Comarca do Tribunal de Gouveia e ele próprio é que

entendeu que havia matéria para enviar para o Ministério Público. É assim que

se passa e por isso é que eu perguntei contra quem era a revolta, pois deveria

ser contra o Ministério Público que entendeu que havia ali matéria de facto.

Nas actas, o que consta é que eu pedi ao Senhor Presidente que se

esclarecesse acerca disso que se virou para mim e disse “”Peça o Senhor””.

Interrompeu o Senhor Presidente dizendo - “Não é verdade. Protesto.”

“Senhor Presidente” - continuou o Senhor Vereador Armando Almeida – “está

nas Actas e eu pedi esclarecimento, com toda a transparência, ao Meritíssimo

Juiz e o que ele disse é que tinha tomado a sua decisão e que o assunto era

pertinente, eu já aqui disse isso e que, como tal, o iria remeter ao Ministério

Público.”

“Não é verdade! O Senhor Vereador, nunca disse isso, aqui. Não está em

nenhuma Acta. O que disse foi que o Meritíssimo Juiz não se pronunciava,

porque o processo já ter sido julgado.” – Retorquiu o Senhor Presidente.

“O que está em causa é que o Senhor Presidente não quis pedir

esclarecimento e desafiou-me a mim e aos Vereadores do Partido Socialista a

fazê-lo.” – Referiu o Senhor Vereador Armando Almeida.

“Não é verdade. Protesto. Isto é ridículo. O que eu disse está nas Actas que

irão ser o guia. Eu pedi todos os esclarecimentos.” – Respondeu o Senhor

Presidente.

Interrompeu o Senhor Vereador Armando Almeida para dizer que: “O que

temos que saber é se o Senhor agiu bem, ou não, em mandar executar esse

pagamento. Agora, também lhe digo: vamos até ao fim com isto. Depois não

venha dizer que “”ando a zelar pelos meus munícipes e sou condenado mais

uma vez””, pode-lhe acontecer, só o quero alertar para isso.” – Referiu o

Senhor Vereador Armando Almeida.

“Pois, Senhor Vereador” – retomou a palavra o Senhor Presidente – “também

irei até às últimas consequências. O Senhor faz aqui de Juiz. A minha revolta

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não é contra ninguém, é a minha revolta pessoal, humana, porque eu sou um

ser humano e agi na busca da verdade, como as Actas relatam, pois antes das

ordens de pagamento que os Senhores analisam em todas as reuniões, em

Março deste ano já eu tinha um memorando/parecer de Dezembro do ano

anterior. Fui eu que o pedi. Perante a dúvida fui eu que pedi, não foi a vosso

pedido. FUI EU. Aliás, também foi o Senhor Vice-Presidente que, em meu

nome, numa reunião em que não estive presente, disse que íamos pedir um

parecer à CCDRC. O parecer da CCDRC deixa aberta a possibilidade, como lá

se pode ler, realçando a autonomia dos Municípios, de eu poder sujeitar a

Câmara a uma deliberação que validasse o pagamento pela Câmara. Fui eu e

só eu que decidi que, não querendo usar essa prorrogativa, pedi, há um mês

atrás, ao Tribunal de Contas, uma total clarificação, dizendo que reporia a

verba em causa, até ao final do ano económico se, entretanto, não viesse a tal

resposta. É isto que está nas Actas.

Na última reunião e, é isso que está na Acta, eu próprio lhes pedi para o meu

arquivo pessoal, a cópia da carta que os Senhores dirigiram ao Meritíssimo

Juiz e da carta que dirigiram à Tutela.

O Senhor Vereador, na primeira reunião em que colocou o assunto, disse e

bem que, na dúvida, ía colocar a questão ao Meritíssimo Juiz e eu lá disse o

que está reproduzido na acta e o que o Meritíssimo Juiz dissesse, era o que se

faria.

Por isso eu sempre procurei o cabal esclarecimento.

E, Senhor Vereador, quero dizer-lhe, que, não sendo o Senhor, o Juiz, não é o

Senhor que me condena e nem sou eu que condeno ninguém. De modo que, a

minha revolta interior, é a minha revolta interior. Como ser humano que sou,

tenho sentimentos, que se manifestam, ainda mais, pelo facto de ter eu agido

na total e absoluta transparência e clareza e, apesar disso, ter sido constituído

arguido. Mas, é a justiça e, naturalmente, eu, respeito a justiça, como sempre

fiz, mesmo que isso me cause revolta interior. Como eu sempre disse, eu fui

condenado por denuncia caluniosa no Processo Bellino & Bellino, mas nem por

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isso deixo de manifestar a minha revolta interior. Mas, naturalmente que

respeito a justiça.” – Concluiu o Senhor Presidente.

- - - - 3.1.2) JUNTA DE FREGUESIA DE VINHÓ:- Deu conhecimento de que,

naquele mesmo dia, havia recebido uma carta da Junta de Freguesia de Vinhó,

à qual irá responder, mas mesmo antes de responder, manifestou a sua

profunda indignação, pois trata-se, de facto, de algo que não consegue

explicar.

Essa carta que fala de uma reunião que o Presidente da Câmara concedeu à

Junta de Freguesia de Vinhó e, na qual, relata factos que não são rigorosos,

considerando que a carta está escrita de modo a conduzi-la para algo que não

é verdadeiro e que deixou muito claro na reunião com o Senhor Presidente de

Junta e, por isso, é sua intenção dar-lhe uma resposta.

E passou o Senhor Presidente a ler alguns excertos da referida carta:

““““((��)) DDee sseegguuiiddaa,, oo SSeennhhoorr PPrreessiiddeennttee ddaa CCââmmaarraa,, iinnttrroodduuzziiuu nnaa

ddiissccuussssããoo oo tteemmaa ddaass ccaannddiiddaattuurraass qquuee aa JJuunnttaa ddee FFrreegguueessiiaa ddee VViinnhhóó

aapprreesseennttoouu aaoo pprrooggrraammaa PPOOCCeennttrroo--MMeeddiiddaa AAGGRRIISS ((��))””””..

“Ora” – continuou o Senhor Presidente da Câmara - “eu não introduzi nada na

discussão, rigorosamente nada. O que dei conta ao Senhor Presidente da

Junta de Freguesia de Vinhó, por consideração institucional e respeitando a

autonomia dos eleitos, fora de qualquer tutela que o Município, naturalmente,

não tem, foi de um conjunto de documentos que uma Senhora Deputada da

Assembleia de Freguesia de Vinhó, mais uma vez com absoluta clareza, me

tinha feito chegar - sem nenhuma intenção, sem pedir nada, sem acusar

ninguém – apenas para os efeitos entendidos convenientes.

Podia ter omitido, não era obrigado a dizer mas, em nome da verdade, pelo

respeito institucional e sem tutela de ninguém eu disse ao Senhor Presidente

de Junta que perante isto eu havia já falado com o Senhor Governador Civil.

Em face dessa conversa, enviei ao Governo Civil, à Inspecção e à Procuradora

Adjunta, porque me foi dito que, perante o conhecimento que tenho e sem

acusar ninguém, rigorosamente ninguém, não é essa a minha postura, deveria

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remeter a documentação, como já mandei, acompanhada de um ofício onde

simplesmente se diz:

““””PPaarraa ooss ffiinnss qquuee ffoorreemm jjuullggaaddooss ccoonnvveenniieenntteess,, jjuunnttoo eennvviioo aa VV..EExx..ªª

ddiivveerrssoo eexxppeeddiieennttee qquuee mmee ffooii rreemmeettiiddoo ppoorr uumm mmeemmbbrroo ddaa AAsssseemmbblleeiiaa

ddee FFrreegguueessiiaa ddee VViinnhhóó..””””

Não acuso ninguém, não tenho nada a ver com o assunto.”

Na referida carta relata ainda o Senhor Presidente de Junta: “““OO PPrreessiiddeennttee

ddaa JJuunnttaa,, iinnddiiggnnaaddoo,, ppeerrgguunnttoouu qquueemm llhhee ttiinnhhaa ffoorrnneecciiddoo oo rreeffeerriiddoo

pprroocceessssoo?? OO SSeennhhoorr PPrreessiiddeennttee ddaa CCââmmaarraa rreeffeerriiuu qquuee ffooii aa DDrraa.. CCrriissttiinnaa

OOlliivveeiirraa ee qquuee,, ddeessttee aassssuunnttoo,, jjáá ttiinnhhaa ddaaddoo ccoonnhheecciimmeennttoo aaoo SSeennhhoorr

GGoovveerrnnaaddoorr CCiivviill ((��))..

PPeerraannttee,, oo ffaaccttoo,, oo PPrreessiiddeennttee ddaa JJuunnttaa rreeppuuddiioouu aa aattiittuuddee ddaa DDrraa.. CCrriissttiinnaa,,

eelleeiittaa nnaass lliissttaass ddoo PPaarrttiiddoo SSoocciiaall DDeemmooccrraattaa,, uummaa vveezz qquuee aa JJuunnttaa ddee

FFrreegguueessiiaa ddee VViinnhhóó tteemm aauuttoonnoommiiaa aaddmmiinniissttrraattiivvaa ee ffiinnaanncceeiirraa.. ((��)) OO

PPrreessiiddeennttee ddaa JJuunnttaa tteennttoouu ssuucciinnttaammeennttee eexxpplliiccaarr ttooddoo oo pprroocceessssoo ddoo

ccoonnccuurrssoo ddooss ccaammiinnhhooss ddoo qquuaall oo SSeennhhoorr PPrreessiiddeennttee ssee eessccuussoouu oouuvviirr.. ““””

“Quando repudiou a atitude da Dra. Cristina” – continuou o Senhor Presidente

da Câmara – “quero aqui acrescentar que pese embora o repúdio do Senhor

Presidente da Junta eu não aceitei tal repúdio, porque com as questões que se

passam na Assembleia de Freguesia eu não tenho nada a ver com isso. O que

o Senhor Presidente de Junta queria, era repudiar o acto de remessa dos

documentos. E eu disse e volto a repetir que a Dra. Cristina não me remeteu os

documentos a acusar ninguém, rigorosamente ninguém, remeteu-os para meu

conhecimento e eu entendo que, ao ter conhecimento, também não acuso

ninguém e remeto para as respectivas entidades. E, por isso, não quis ouvir

nenhuma explicação, porque eu não sou juiz de ninguém, não tenho nada a ver

com isso.

De seguida na referida carta, faz uma citação que põe entre aspas como se

fosse uma citação das minhas palavras pelo que, às tantas tenho que

perguntar ao Senhor Presidente de Junta se gravou a conversa, porque se põe

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entre aspas, citando-me. Porém, com excepção da parte ““””NNaaddaa tteerr ccoonnttrraa oo

PPrreessiiddeennttee ddaa JJuunnttaa,, ppeessssooaa qquuee rreessppeeiittaa ee qquuee tteemm mmuuiittoo rreessppeeiittoo ppeellooss

eelleeiittooss”””” – isto é verdade, o resto é falso – ““””SSóó qquuee nnoo pprroocceessssoo hháá uumm

iinntteerrvveenniieennttee qquuee tteemm ccaauussaaddoo pprroobblleemmaass aaoo MMuunniiccííppiioo..”””” -- Isto está entre

aspas e depois continua -- ““””PPeerrgguunnttaammooss ssee ssee ttrraattaavvaa ddoo eemmpprreeiitteeiirroo ddaa

oobbrraa?? RReessppoonnddeeuu oo SSeennhhoorr PPrreessiiddeennttee ddaa CCââmmaarraa aaffiirrmmaattiivvaammeennttee,, ee

nneesstteess tteerrmmooss::”””” outra vez uma citação do Presidente da Câmara ““””SSiimm,, oo

eemmpprreeiitteeiirroo FFeerrnnaannddoo VViieeggaass qquuee aapprreesseennttoouu eemm TTrriibbuunnaall 1144 pprroocceessssooss

ccoonnttrraa aa CCââmmaarraa ddee GGoouuvveeiiaa””””..

Em toda a conversa com o Presidente de Junta o que eu lhe disse foi que, pelo

tal respeito que o Senhor me merece como pessoa e como eleito, não tenho

que chamar aqui outras pessoas ou entidades que estão, de alguma maneira a

intervir no processo, ou seja, o gabinete que forneceu o projecto ou a empresa

que fez as obras, eu não os vou chamar aqui para lhes dar conta de que tenho

esta documentação. Mas, ao Presidente da Junta de Vinhó é meu dever, eu

não sou obrigado, mas é meu dever, até de lealdade, chamá-lo e dar-lhe conta

de que tenho esta documentação.

E o Senhor Presidente da Junta retorquiu “mas nós é que vamos ter a ver com

o facto do empreiteiro (F)”” e eu respondi que, de facto, se trata de uma

empresa, que por sinal, por coincidência, tem vários processos contra a

Câmara. Agora quero sublinhar, como o farei na resposta, que jamais na minha

conversa com o Presidente de Junta, eu associei directa ou indirectamente,

esta situação com o facto de haver uma empresa que tem processos contra a

Câmara. Porque não tem nada a ver uma coisa com a outra. O que eu disse

foi: eu distingo-o a si, dando-lhe conta de que vou encaminhar, sem me queixar

de ninguém, volto a repetir, que vou encaminhar toda esta documentação para

quem de direito. Eu distingo-o a si porque o Senhor é um eleito como eu e é

meu dever de lealdade dizer-lhe isto. Agora não distingo as outras entidades,

porque não tenho nada a ver com isso e encaminho o assunto, não porque

tenha qualquer tutela, mas porque me foi entregue a documentação. Daí, não

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querer conhecer a questão, nem do que se passou ou deixou de passar, na

Assembleia de Freguesia de Vinhó.

Mas, o Senhor Presidente de Junta, afirma ainda mais nesta carta ““””((��)) MMaaiiss

aaffiirrmmoouu (Presidente da Junta de Freguesia de Vinhó), qquuee nnããoo ffooii ssóó aa

FFrreegguueessiiaa ddee VViinnhhóó qquuee aapprreesseennttoouu aass ccaannddiiddaattuurraass aaoo PPrrooggrraammaa AAGGRRIISS,,

mmaass ttaammbbéémm eerraa ppúúbblliiccoo qquuee oouuttrraass ffrreegguueessiiaass,, ccoommoo ppoorr eexxeemmpplloo,,

NNeessppeerreeiirraa,, PPaaççooss ddaa SSeerrrraa,, AArrccoozzeelloo ddaa SSeerrrraa,, VViillaa CCoorrttêêss ee qquuee,,

eessttrraannhhaavvaa ttaannttaa pprreeooccuuppaaççããoo aappeennaass ccoomm aa FFrreegguueessiiaa ddee VViinnhhóó.. OO

SSeennhhoorr PPrreessiiddeennttee ddaa CCââmmaarraa rreessppoonnddeeuu qquuee qquuaannddoo rreecceebbeessssee ooss

pprroocceessssooss rreeffeerreenntteess ààss oouuttrraass FFrreegguueessiiaass,, ooss eennccaammiinnhhaarriiaa ttaammbbéémm aa

qquueemm ddee ddiirreeiittoo..”””” –– Tal e qual! Esta é que é a pura verdade. Se alguma vez

eu receber alguma documentação de igual teor, referente às outras Juntas de

Freguesia eu terei, exactamente, o mesmo procedimento.” – Disse o Senhor

Presidente.

E continuou a ler. ““””PPeerraannttee oo eexxppoossttoo ee ppoorrqquuee ccoonnssiiddeerraammooss eessttrraannhhaa

eessttaa aattiittuuddee ddee ppaarrcciiaalliiddaaddee nnoo ttrraattaammeennttoo ppaarraa ccoomm aa JJuunnttaa ddee VViinnhhóó

((;;))””””

“Mas qual é a minha parcialidade?” Perguntou o Senhor Presidente.

“Se eu tenho um conjunto de documentação que devo reencaminhar,

reencaminho, se tiver de outra entidade, reencaminhá-la-ei. Qual é a

parcialidade?”

Deste modo, queria dizer aos Senhores Vereadores que, de facto, esta carta é

algo que me deve também fazer pensar sobre como proceder lealmente, em

respeito para com as Autarquias e para com os eleitos, pois há aqui passagens

da carta a citar declarações do Presidente da Câmara.” – Concluiu o Senhor

Presidente da Câmara.

Usou da palavra o Senhor Vereador Armando Almeida dizendo “compreenderá

também a minha revolta interior por não poder fazer uma intervenção mais

além do que apenas questioná-lo sobre o seguinte: Confirma ser verdade que

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se deslocou ao Governo Civil com um membro da Assembleia de Freguesia de

Vinhó, por causa deste assunto?”

Respondeu o Senhor Presidente “Não por causa deste assunto, mas também

colocando este assunto. Garanto e asseguro, porque é verdade, é que, em

reunião com o Senhor Governador Civil, por outros assuntos, entendi que esta

questão era importante ser do seu conhecimento e, por isso, eu o informei a

respeito. Nesse momento estava na presença da Senhora Deputada Dra.

Cristina Oliveira, que me acompanhou, porque eu a informei de que iria dar

conhecimento deste assunto, ao Senhor Governador Civil.”

“Portanto deu conhecimento deste assunto ao Senhor Governador Civil, na

presença da Dra. Cristina Figueiredo, membro da Assembleia de Freguesia de

Vinhó. Estou esclarecido, para já, nesta minha dúvida.” – Respondeu o Senhor

Vereador Armando Almeida.

Usou da palavra o Senhor Vereador José Santos Mota começando por dizer

que o Senhor Presidente da Câmara esteve em reunião com o Senhor

Presidente de Junta de Vinhó e, segundo o que diz a carta, na presença

também do Senhor Tesoureiro da Junta, sendo que, por parte da Câmara

Municipal, só estava o Senhor Presidente da Câmara. “Em termos de votos

era, 2/1. Ou seja, são as palavras de dois membros da Junta de Freguesia,

para um membro da Câmara Municipal. Duas palavras, duas formas de

descrever. Ouvi o Senhor Presidente da Câmara sobre essa reunião e li aquilo

que se passou nessa reunião, pelo relato do Senhor Presidente da Junta que

esteve acompanhado do Tesoureiro.

A ser verdade o que está dito na carta, é muito grave, pois denota, claramente,

uma perseguição à Junta de Freguesia de Vinhó. É que não me passa pela

cabeça que o Senhor Presidente seja capaz de fazer uma coisa destas.

Conheço-o suficientemente, mas ficam algumas dúvidas”. – Referiu o Senhor

Vereador José Santos Mota.

Interveio o Senhor Presidente dizendo que de facto é o que a carta pretende. A

carta, escrita da maneira que está, pretende algo, mas é sua intenção dar-lhes

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conhecimento da sua resposta à Junta de Freguesia de Vinhó. Como o Senhor

Vereador até já pôs a questão, deixa indiciar que, como estiveram duas

pessoas das Junta e o Senhor Presidente estava sozinho, em última instância

é a palavra de dois contra um que há-de valer mais.

“Não sei como resolver isto do ponto de vista da palavra ou da verdade, há

aqui duas verdades se calhar. O que eu pretendo saber é se vai ter o mesmo

comportamento quando lhes chegarem os documentos das outras freguesias?

Vai deslocar-se também com um membro da Junta de Freguesia ao Governo

Civil?” – Questionou o Senhor Vereador José Santos Mota.

“Senhor Vereador não vou responder a mais nenhuma questão. Já-lhe

respondi a essa pergunta, porque eu não estou aqui perante nenhum Tribunal,

nem os Senhores são juízes, mas vou-lhe reafirmar o que já disse: concerteza

que me deslocarei, concerteza que farei exactamente a mesma coisa, no dia

em que me chegarem documentos que eu entenda dever remeter às entidades

para fazerem deles o que muito bem quiserem. Eu não acuso ninguém” –

Respondeu o Senhor Presidente.

Retorquiu o Senhor Vereador José Santos Mota perguntando “o que é que está

aqui em jogo nesta carta e qual é o problema relativamente à candidatura do

AGRIS?” tendo o Senhor Presidente respondido que não fazia ideia.

“Não sabe? Levou os documentos ao Governador Civil e não sabe?” –

Questionou novamente o Senhor Vereador José Santos Mota.

“Não, peguei nos documentos e remeti-os para as três entidades, sem que,

previamente, tenha ido falar, conjuntamente com o membro da Assembleia de

Freguesia, com o Senhor Governado Civil e mostrar-lhos e, ele próprio,

também me corroborou o meu propósito.” – Respondeu o Senhor Presidente.

O Senhor remete os documentos, não os lê, não os interpreta para ver se há

alguma irregularidade? Qual é o cerne da questão?- Questionou o Senhor

Vereador José Santos Mota.

“Senhor Vereador, como é evidente eu li os documentos e perante o que li,

entendi sem mais, sem qualquer juízo de valor, remetê-los às entidades que

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têm condição de investigar, se entenderem, se não entenderem, por mim, está

tudo bem.” – Respondeu o Senhor Presidente.

“Mas achou que havia?” – Perguntou o Senhor Vereador José Santos Mota.

“Eu não lhe digo, pois não formulo nenhum juízo de valor, nem acuso ninguém.

Não esteja a querer pôr na minha boca as palavras que eu não vou proferir, eu

li e entendi remetê-las a quem de direito sem qualquer juízo de valor ou

acusação da minha parte.” – Disse o Senhor Presidente.

Já viu, Senhor Presidente, que a sua postura é diferente da nossa, pois nós

tivemos dúvidas sobre a questão dos Bellinos, dissemos-lhe qual era a nossa

dúvida e de que a íamos apresentar a quem a soubesse esclarecer. Agora o

Senhor não é capaz de me dizer as razões que o levaram a apresentar esses

documentos ao Governador Civil. São posturas diferentes, mas a única coisa

que eu quero dizer é que, a ser verdade, isto é muito grave”. – Referiu o

Senhor Vereador José Santos Mota.

“Isso é verdade, a ser verdade o que o Presidente da Junta quis com esta

carta como que a dizer ““””bboomm iissttoo ppooddee tteerr pprroobblleemmaass,, mmaass ccoommoo tteemm aa vveerr

ccoomm uummaa ppeessssooaa qquuee éé ccoonnttrraa aa CCââmmaarraa ddeeiixxaa--mmee ccáá eennvviiaarr””””.. Isso é tão baixo,

politicamente falando, que não me merece nenhuma classificação. Sob o ponto

de vista político é de uma baixeza sem limites e perante o que o Senhor está a

dizer, vou reponderar se deva receber alguns Senhores Presidentes de Junta,

sem a presença de um número de pessoas igual ou superior àquelas que

vierem para essa reunião.” – Referiu o Senhor Presidente.

“Senhor Presidente ninguém falou nisso, eu ouvi a sua opinião que esteve

sozinho e quis saber quem esteve presente na reunião.” – Respondeu o

Senhor Vereador José Santos Mota.

“Mas o Senhor Vereador ficou a saber que eram dois da Junta e eu sozinho e

concluiu, perante isso, que é a palavra de dois contra a palavra de um.” – Disse

o Senhor Presidente.

“Mas, Senhor Presidente, se isto for mentira é mais grave para eles, o Senhor

Presidente, ou não acha?” – Respondeu o Senhor Vereador José Santos Mota.

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“É verdade, claro que acho, mas como o Senhor Vereador também foi fazendo

juízo de valor, como são dois da Junta de Vinhó e só esteve o Presidente da

Câmara, como é que se vai dirimir a verdade? - Referiu o Senhor Presidente.

“Senhor Presidente, às vezes as minorias também têm razão. Agora, pretendo

saber se todas as obras que foram feitas e todas as candidaturas apresentadas

ao programa AGRIS que tiveram o mesmo procedimento, quer as da Câmara

Municipal, quer as das Juntas de Freguesia, se vão todas ter o mesmo

tratamento?” – Questionou o Senhor Vereador José Santos Mota.

“Senhor Vereador ao limite, as da Câmara Municipal, as das Juntas de

Freguesia. Ao limite das responsabilidades de todos e, por isso, é que eu sou

imparcial. Quando recebi estes documentos remeti-os, sem juízo de valor, sem

acusar ninguém, remeti-os para as entidades que entendam investigar e foi,

exactamente, esse o entendimento do Senhor Governador Civil” – Respondeu

o Senhor Presidente.

Interveio o Senhor Vereador Armando Almeida dizendo “não sente uma revolta

interior? Eu por pedir um esclarecimento ao Meritíssimo Juiz, o Senhor

Presidente sente uma revolta interior e agora não sente uma revolta interior por

ir à Guarda, com estes documentos, com um membro da Assembleia de

Freguesia? Isso não se faz e já nem se usa. Devia era ter ido com o Presidente

da Junta de Freguesia de Vinhó, devia ter ido com o Presidente da Junta de

Nespereira, com o Presidente da Junta de Paços, com o Presidente da Junta

de Arcozelo da Serra e com o Presidente da Junta de Vila Cortês.” – Disse.

Retomou a palavra o Senhor Presidente retorquindo “se e quando for

necessário lá irei com esses e com os da Câmara Municipal. Por mim lá iremos

até ao limite das coisas, até às últimas consequências, na busca da verdade. O

meu procedimento, relativamente à reunião com o Senhor Governador Civil

como lhe disse, foi anterior, pois vejam a data da reunião e a data do envio,

porque entendi que devia ser acompanhado pela pessoa que tinha solicitado

esses documentos na Assembleia de Freguesia. Qual é o problema?”

13

Falei com o Presidente de Junta de Vinhó e eu disse-lhe aquilo que ía fazer e

só o fiz mais tarde. Isto é que é lealdade! Eu não era obrigado a comunicar a

ninguém, face a documentos que recebi. Mas, antes de qualquer tratamento,

tive a oportunidade de lhe explicar que o distinguia por uma questão de

lealdade e não de tutela, dando-lhe conhecimento desta situação com

meridiana clareza. Distingui-o a ele, não o faria com as outras entidades que

estão aqui envolvidas. Este é um procedimento correcto.” – Concluiu o Senhor

Presidente.

“Pois fique a saber Senhor Presidente” - retomou a palavra o Senhor Vereador

Armando Almeida – “que em Nespereira também pediram estes documentos.

Não sei se teve acesso a eles ou não. Porém, vamos explorar isso até ao

último pormenor, mas vou-lhe dar conhecimento de tudo o que vou fazer, sabe

porquê? Porque isto envolve uma pessoa que me é muito querida e vou até às

últimas.”

“O Senhor pode ir até às últimas e eu vou até às últimas das últimas, porque o

Senhor pode meter medo a quem o Senhor quiser, mas a mim não me mete

medo e, como disse o Senhor Vereador José Mota, vamos esclarecer-nos a

todos.” – Respondeu o Senhor Presidente.

“Eu não pretendo meter medo apenas quero ser esclarecido. É o que tenho

feito sempre desde o início.” – Respondeu o Senhor Vereador Armando

Almeida.

“Vamos então esclarecer-nos a todos”. – Disse o Senhor Presidente dando por

concluída a discussão deste assunto.

3.2) INTERVENÇÃO DO SENHOR VEREADOR JOSÉ SANTOS MOTA

- - - - 3.3.1) QUIOSQUE DO PARQUE INFANTIL:- Relativamente ao assunto

do quiosque do parque infantil e mais propriamente em relação aos

documentos que lhes foram entregues pelo Senhor-Vice Presidente, no dia 8

de Novembro, uma acta e um contrato-programa, o Senhor Vereador teceu os

seguintes comentários.

14

Em primeiro lugar não compreende porque pediram um parecer sobre um

assunto desta natureza à CCDRC, quando existem serviços jurídicos na

Câmara.

Em segundo lugar, a DLCG, de que o Senhor Presidente é Presidente, abriu

um concurso em Junho, tendo a perfeita noção de que foi errado, depois há um

contrato-programa assinado em 8 de Outubro de 2010.

“Alguém abre um concurso antes, quando o contrato é assinado depois, em 8

de Outubro? Mas mais grave e é para ficar em Acta, para não haver dúvidas

porque “a bota não bate com a perdigota”, é saber como é que um protocolo é

apenas assinado pelo Senhor Dr. Rui da Eufrázia, ele é Presidente, é Vice-

Presidente da Câmara, é tudo? Um contrato assinado apenas pela DLCG? Isto

não pode ser, um contrato assinado por uma pessoa, peço que não brinquei

mais com este assunto, chega. É tempo de pormos fim a isto, não vale a pena

andar a enrolar com parecer para aqui, parecer para ali para ganhar tempo, já

chega, vamos aos factos, os Senhores erraram, cometeram uma

irregularidade, reconheçam humildemente isso. Não há problema nenhum

anula-se o concurso e faz-se um outro. Não houve nenhuma decisão de

entrega do Quiosque à DLCG em Dezembro de 2009, primeiro ponto, segundo,

foi aberto concurso em Junho quando não o podiam fazer, terceiro, foi assinado

um contrato programa no dia 8 de Outubro, em que só tem uma única

assinatura do Dr. Rui da Eufrázia. Não brinquem mais com isto Senhor

Presidente”. – Referiu o Senhor Vereador José Santos Mota.

Usou da palavra o Senhor Presidente respondendo “não brinco consigo pela

simples razão de eu não lhe dar essa confiança, nem o Senhor a mim e porque

somos eleitos, pelo que, aqui, não brincamos mesmo. Quero, por isso, dizer-lhe

que, relativamente aos serviços jurídicos, o Senhor Vice-Presidente entendeu e

bem, pedir um esclarecimento jurídico à CCDRC, há cerca de duas semanas.

Quando vier o parecer, se percebermos que errámos em relação a essa

questão eu sou o primeiro a chegar aqui e reconhecer isso. Por isso, quero o

parecer para me esclarecer.” - Referiu o Senhor Presidente.

15

O Senhor tem dúvida disso? Há quatro meses que andamos a falar no assunto.

A primeira abordagem foi na reunião de 14 de Julho de 2010. Passaram quatro

meses, não chegaram para pedir pareceres?” – Retorquiu o Vereador José

Santos Mota.

Respondeu o Senhor Presidente reconhecendo que podem até ter demorado

na análise interna que foi feita e que suscitou a necessidade de pedir o parecer

à CCDRC. Tiveram dúvidas e perante elas, solicitamos a uma entidade do

Estado que nos desse um parecer. Ainda não deu, quando tal se verificar dar-

lhe-á uma cópia e se a Câmara, face a isso, tiver errado, é o primeiro a chegar

aqui e dizer isso mesmo.

Respondeu o Senhor Vereador José Santos Mota dizendo que já tinha,

particularmente, um parecer sobre a matéria, “não consigo entender é o

contrato-programa, assinado em 8 de Outubro, apenas com uma assinatura.

Acha que isto está correcto?”

“O Senhor tem o seu parecer e perante o seu parecer o Senhor faz de Juiz, o

Senhor permita-me que também tenha o meu? Quanto ao contrato-programa,

terem-lhe fornecido esse documento, só com uma assinatura está errado,

naturalmente que tem que existir um documento que não é assinado apenas só

por uma pessoa, tem que haver o documento que foi assinado pelas duas

entidades. Quanto ao resto não me pronuncio.” – Concluiu o Senhor

Presidente.

3.3) INTERVENÇÃO DO SENHOR VEREADOR ARMANDO ALMEIDA

- - - - 3.3.1) REUNIÃO:- Tendo tido conhecimento que no dia 29 de Novembro

se vai realizar uma reunião com as Juntas de Freguesia sobre o assunto da

exploração da água domiciliária, solicitou que estivessem representados os

Vereadores eleitos pelo Partido Socialista, não para prestar esclarecimentos,

mas para confirmarem as suas decisões e posições, porque há pessoas que

têm dúvidas, porque diz-se “os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista

votaram a favor disto, votaram contra aquilo”. A nossa posição está clara e vai

no sentido de estarmos presentes para se clarificar este assunto da água.

16

Concordaram com o princípio, a posição é unânime, mas não querem ser

acusados por quem tem água de queda livre e fez os seus investimentos, da

não reposição desses valores.

Usou da palavra o Senhor Presidente dizendo que os Vereadores eleitos pelo

Partido Socialista não iriam ser convidados para esta reunião, pois sê-lo-iam a

seu tempo, como era já sua vontade, só que desde a última reunião para essa

que está pré-agendada para o dia 29 de Novembro, não sabe ainda o que vai

acontecer em função das ocorrências da última reunião e, por isso, já era sua

intenção convidá-los, senão for nessa reunião, por não ser considera,

porventura, reunião final, para a próxima. Não deixará de os convidar, se até lá

se verificar que estamos mesma na presença da reunião final de encerramento

do assunto. Já tinha essa intenção, justamente, para evitar quaisquer tipo de

contra-informações, dado ser uma questão demasiado séria e complexa e por

isso deve merecer o consenso.

4. EXPEDIENTE

- - - - Não se analisou expediente na presente reunião.

- - - - Neste momento o Senhor Vereador Armando Almeida, por motivos

profissionais, solicitou a devida autorização para se ausentar da reunião de

Câmara.

5. DELIBERAÇÕES

- - - - 5.1) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE 2.ª ALTERAÇÃO

AO PPI, AO ORÇAMENTO E ÀS ACTIVIDADES MAIS RELEVANTES PARA

2010:- Devidamente autorizada usou da palavra a Senhora Chefe da Divisão

de Finanças e Património, Dra. Alice Ferrão, referindo que este documento tem

uma maior amplitude do que é habitual, porquanto estamos no final do ano e,

nesta altura, torna-se necessário proceder a uma alteração orçamental mais

abrangente.

De acordo com a proposta anexa, vai-se ao pormenor de se retirarem verbas

na ordem dos 500 Euros, porque são, realmente, dispensáveis, porquanto não

há movimento nessas rubricas orçamentais e da mesma maneira se prevêem

17

reforços no valor de 250 Euros, porque é, efectivamente, esse o valor

necessário.

No que diz respeito às despesas correntes, chamou a atenção para o facto de

ter existido um erro de previsão inicial na rúbrica dos Subsídios de Férias e

Natal. Efectivamente o Orçamento de 2010, por uma questão de má

informação dos serviços, continha verbas que não eram as suficientes para o

pagamento dos Subsídios de Férias e Natal dos funcionários e, por isso,

aparecem aqui alguns valores mais substanciais.

Depois, salvaguardando esta situação, todas as outras rubricas orçamentais

que têm verbas a reforçar ou a anular, são movimentos de natureza muito

pontual e estão todas devidamente explicadas na proposta que se encontra

anexa à presente acta dela ficando a fazer parte integrante.

No que diz respeito às Actividades Mais Relevantes, verifica-se um aumento

significativo no que diz respeito ao movimento associativo, mais concretamente

nos subsídios, derivado de apoios extraordinários concedidos ao longo do ano,

pelo que há necessidade de reforçar essa verba, para se proceder à liquidação

cabal dos mesmos.

O mesmo se passa em relação à rubrica de apoio ao material escolar e

manuais, fornecidos a mais crianças que até aqui não eram contempladas.

Em relação ao PPI, a Senhora Chefe de Divisão realçou algumas anulações

pelo facto de não terem havido gastos, até ao momento e, pelas previsões,

também não irão ocorrer até ao final do ano, bem como de reforços em outras,

em que se irá verificar exactamente o contrário. Por exemplo:

- “Escola Básica Integrada”, que será contemplada no Orçamento de 2011,

mas que não se prevê qualquer dispêndio até ao final deste ano;

- “Parque Escolar”, retirou-se a verba, dado que a revisão da Carta Educativa

está em fase de discussão e será ela a definir esta matéria;

- “Regeneração Urbana” não tem encargos para 2010 e, em 2011, já aparece

com outras rubricas orçamentais, que vão ser desmembradas, dado que esta

rubrica contemplava, pelo menos, três candidaturas;

18

- “ETAR de Ribamondego”, em que a obra só agora vai ser contratada, não se

prevendo qualquer tipo de encargo, em 2010;

- “Tratamento dos Resíduos Urbanos das Águas do Zêzere e Côa”, existe um

reforço nesta rubrica, embora há uns tempos atrás se tenha retirado um

determinado valor que agora se repõe, na medida em que houve a confirmação

e conferência da parte do Senhor Chefe da Divisão de Infra-Estruturas e

Ambiente, Eng.º António Mendes, de algumas facturas nesta área e, portanto,

a partir do momento em que elas estejam visadas é preciso serem tratadas

contabilisticamente;

- O mesmo se passa com a rubrica da “Água” do Zêzere e Côa que subiu

astronomicamente nos últimos tempos e, por isso, temos que reforçar a verba

para que nenhuma das facturas fique por cabimentar;

- Verifica-se também um reforço na rubrica do “Planalto Beirão” para a recolha

de resíduos sólidos, devido ao aumento que se tem verificado na facturação

dos últimos meses;

- Foi reforçada também a rubrica referente ao “Centro Cultural de Nespereira”

com mais 35.000 Euros, acabando por antecipar-se a rubrica orçamental ou a

dotação que estava para 2011, para 2010, uma vez que a obra está

praticamente concluída;

- O mesmo se passa em relação ao “Recinto Desportivo de Paços da Serra”,

onde a verba não definida passou para verba definida, pois já existe facturação

e, por conseguinte, é preciso cabimentá-la;

- “Iluminação Pública” com um reforço de 135.000,00 Euros, destinado ao

processamento do último trimestre de iluminação pública, mas que é um acerto

de contas com a EDP, com as rendas de concessão da barragem;

- “Estrada Municipal Gouveia/Moimenta/Paços da Serra” há um reforço de

dotação no valor de 231.000,00 Euros, uma vez que a obra está concluída;

- “Estrada Municipal Gouveia/Nabais” em que aparece um valor de reforço de

80.000,00 Euros que também era uma dotação que estava definida para 2011

e teve que ser antecipada face à facturação;

19

- “Acordos de Pagamento”, tratou-se de um erro de previsão que teve que ser

corrigido para um valor superior. Inicialmente previu-se um montante e agora

teve que se ajustar à realidade. Não se trata de entrada de novas facturas nos

Acordos de Pagamentos, mas sim de reajustar a verba à situação real.

Usou da palavra o Senhor Vereador José Santos Mota solicitando que lhe

fossem prestados alguns esclarecimentos.

Em primeiro lugar, a questão que coloca tem a ver com a Recolha dos

Efluentes das Águas do Zêzere e Côa, pois ao que julga saber, as facturas

derivadas do tratamento de águas residuais, eram captadas em épocas de

chuvas, eram analisadas e depois contabilizavam a volumetria das mesmas e a

Câmara pagava. Recordou que o Senhor Presidente os tinha colocado a par da

situação, dizendo que não concordava com tal procedimento. Por isso, não

sabe qual a justificação que já foi dada pelas Águas do Zêzere e Côa, para

que, neste momento, tenhamos concordado em pagar o tratamento de águas

residuais.

Usou da palavra o Senhor Presidente dizendo que será sempre uma questão

em que estará sempre em discordância e já o manifestou várias vezes e

continuará a fazê-lo. Mas, infelizmente, há uma coisa que se chama o “elo mais

fraco”. Estamos a estudar uma hipótese de assumir a dívida, mas descontando

x%, do que possam ser as águas pluviais.

Ainda recentemente, numa reunião entre a ANMP e os autarcas, estiveram a

debater como vencer esta resistência, pois é de uma brutalidade e de uma

injustiça muito grande. Ao aceitar as facturas, vamos analisar a probabilidade

de puder deduzir-lhe algum valor. Juridicamente não sei como se faz, mas foi

decidido, na ANMP, de que houvesse um advogado que dialogasse com as

dezasseis Câmaras Municipais, no sentido de encontrar uma forma comum de

ter mais peso.

Retomou a palavra o Senhor Vereador José Santos Mota dizendo que, de

qualquer forma, agora pagamos.

20

Solicitou o uso da palavra o Senhor Chefe da Divisão de Infra-Estruturas e

Ambiente, Eng.º António Mendes, esclarecendo que o que está posto em

causa são os caudais do período de Inverno, já que no período de Verão não

existe a componente pluvial, razão do diferendo e, portanto, não existe razão

para a não validação das facturas. Neste contexto, a análise dos caudais

consumidos, neste período, servirá exactamente de histórico para cálculo dos

volumes médios a considerar como base sustentável, a propor como

estimativas aceitáveis para os meses em que os caudais contenham pluvial.

Por outro lado – continuou o Senhor Vereador José Santos Mota – a dotação

de 90.000,00 Euros, para as Águas do Zêzere e Côa, significa que apesar da

nossa discordância com os aumentos, vamos ter que pagar.

Usou da palavra o Senhor Presidente referindo que, estar dotada, não significa

que se vá pagar, é preciso contabilizar as facturas, se pagar, pagarei sobre

protesto. Mas como fazer? Foi isto que os dezasseis Presidentes de Câmara

estiveram a debater uns com os outros. Todos discordamos, mas temos que

pagar.

Continuou o Senhor Vereador José Santos Mota dizendo que entendia a razão

do reforço, porque se tivermos que pagar já cá está, sendo que, para já, a

posição conjunta é não pagar.

Em relação à recolha e tratamento de resíduos parece-lhe um erro de previsão

de 37%, ou há mais gente a fazer lixo ou então corresponde a um grande erro

de previsão.

Respondeu a Senhora Dra. Alice Ferrão dizendo que pode ter sido um erro

mas não foi só, pois de facto as facturas aumentaram significativamente

ultimamente, o que se faz depreender que o tratamento do lixo aumentou.

Relativamente à iluminação pública – prosseguiu o Senhor Vereador José

Santos Mota – é galopante, quer dizer 33% de aumento relativamente à

previsão é demasiado, estavam previstos 400.000,00 Euros e houve um

reforço de 130.000,00 Euros, tendo o Senhor Presidente intervido para dizer

que as alterações e as revisões orçamentais, servem para várias

21

circunstâncias, entre as quais, também darem cobertura orçamental a

situações, uma delas, essa onde apenas, e só, o Senhor Vereador centrou a

sua análise de poder haver erros de previsão. Essa é uma hipótese possível,

mas não é única. Há situações em que os aumentos que se verificam ao longo

do ano, não se podem dominar, quando se está a fazer o orçamento, pois

desde que se elabora e aprova o orçamento inicial decorre um ano, de modo

que essas correcções resultam disso. Mas, também podem ocorrer, pelo facto

de existir a previsão/desejo em relação a algumas situações de negociação,

que depois, por esta ou aquela razão, não se verificam e antes se dá um

acréscimo da própria facturação. E, por isso, tem que se resolver em sede

orçamental. Não é necessariamente, uma má previsão, mas pode acontecer

em algumas circunstâncias.

Por último o Senhor Vereador José Santos Mota dirigindo-se ao Senhor Chefe

de Divisão Eng.º António Mendes, questionou se de facto a obra da Estrada

Gouveia/Moimenta/Paços da Serra estava mesmo concluída.

Com a devida autorização, o Senhor Eng.º António Mendes respondeu que a

obra estava concluída, ou seja, se a pergunta objectivava questionar a

possibilidade de garantir uma qualidade superior à intervenção, nomeadamente

na impermeabilização de valetas e noutro tipo de tratamento, mais ambicioso,

ou quanto à solução geométrica de traçado, responderia que sim, mas nunca

dentro do enquadramento técnico/económico pré-definido pelo projecto e

caderno de encargos.

Esclarecido o assunto, deliberou a Câmara, por unanimidade, proceder à

aprovação da “2.ª Alteração ao PPI, ao Orçamento e às Actividades Mais

Relevantes da Câmara Municipal de Gouveia do ano de 2010”, nos termos

do documento que se encontra anexo à presente acta e dela fica a fazer parte

integrante.

Esta deliberação foi aprovada em minuta de modo a produzir efeitos imediatos,

de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com

a redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro.

22

- - - - 5.2) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE MINUTA DE

CONTRATO DE COMODATO A CELEBRAR ENTRE O MUNICIPIO DE

GOUVEIA E O GRUPO ESCOLA VELHA – PRODUÇÕES CULTURAIS:-

Relativamente ao presente contrato de comodato, o Senhor Vereador José

Santos Mota congratulou-se com esta medida, considerando de uma justeza

total, só pecando por tardia, pois trata-se de um espaço que se encontra

desocupado há já algum tempo, estaria até devoluto, de maneira que

concordam com esta decisão.

Usou da palavra o Senhor Presidente respondendo que só agora foi possível a

cedência do referido espaço, porque nem sempre o mesmo esteve

desocupado.

Assim, deliberou a Câmara, por unanimidade e em minuta de modo a produzir

efeitos imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º 169/99, de 18

de Setembro, com a alteração introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de

Janeiro, proceder à aprovação da minuta do contrato de comodato a celebrar

entre o Município de Gouveia e a Escola Velha – Produções Culturais –

Teatro Cine de Gouveia, com sede na Freguesia de São Julião, para a

cedência da fracção C, composto por um salão, quatro casas-de-banho, um

vestíbulo, dois corredores e umas escadas, descrito na Conservatória do

Registo Predial de Gouveia, sob o número 358/19950322-C, que faz parte do

prédio urbano designado por Edifício da Piscina Municipal, sito no lugar de

“Santa Guilha”, na Freguesia de São Julião, Concelho de Gouveia, inscrito na

matriz predial respectiva sob o artigo 753º, e descrito na Conservatória do

Registo Predial de Gouveia sob o número 358/19950322, pelo prazo de 20

anos, nos termos do disposto na minuta de protocolo que se encontra anexa à

presente acta e dela fica a fazer parte integrante.

- - - - 5.3) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE REGULAMENTO

PARA A CRIAÇÃO DA LOJA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE GOUVEIA:- Usou

da palavra o Senhor Presidente, referindo que todos os Senhores Vereadores

23

iriam ser convidados a estarem presentes na inauguração da Loja Social, no

dia 1 de Dezembro, às 16 horas e 30 minutos.

Usou da palavra o Senhor Vereador José Santos Mota referindo, em relação à

proposta de criação de uma Loja Social, se não estaria o Município a duplicar

ou a triplicar esforços, porquanto existem, neste momento, algumas entidades

a nível das IPSS’s, Escolas e a própria Cáritas que, de alguma forma, estão no

terreno e conhecem as pessoas mais do que ninguém. No entender dos

Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista provavelmente, faria mais

sentido, reforçar estas entidades, na prestação do apoio aos carenciados do

que estar a criar uma estrutura dentro do próprio Município que vá fazer esse

trabalho, paralelamente. Defendem, que era preferível desbloquear meios, os

meios que estão previstos para a Câmara utilizar neste projecto e fossem

encaminhados para quem já está, de facto, no terreno.

Não sei se o Senhor Presidente sabe qual é a dimensão das pessoas

necessitadas no concelho – prosseguiu o Senhor Vereador - e qual o público

alvo que se pretende abordar. A posição dos Senhores Vereadores eleitos pelo

Partido Socialista é no sentido da abstenção, porquanto há pessoas a trabalhar

no terreno e faria mais sentido reforçar estas entidades e não estar a duplicar.

De qualquer forma, gostava de saber se o Senhor Presidente tem a noção dos

carenciados do concelho de Gouveia.

Usou da palavra o Senhor Presidente referindo que ambas as bancadas

respeitam o sentido de voto de cada um, no caso vertente, o Senhor Vereador

colocou as questões dizendo que se abstem. Gostaria que estivessem do

mesmo lado, numa altura em que se pode ler nos jornais, que uns largos

milhares de famílias do País têm que recorrer a todos os mecanismos sociais

de apoio, pois infelizmente a situação que se avizinha, não será nada

favorável.

Por isso, se outras razões não houvesse, gostaria que todos estivessem

consensualizados no sentido da importância de uma loja social.

24

E a loja social - continuou o Senhor Presidente - não é para duplicar ou triplicar

esforços porque, se o fosse, perderia um bocado do seu sentido é, e por isso é

que fizeram questão de discutir isso no CLAS, um projecto social do CLAS em

que o Município, com o acordo de todas as entidades, irá coordenar e

disponibilizar alguns meios, como seja, o espaço da ex-Ludoteca para aí se

instalar a loja social. Este projecto não é para ser mais um, a acrescer ao

número de entidades de IPSS’s, a praticar a acção social, nem o CLAS, que foi

muito claro, queria que tal acontecesse.

Quanto ao número de carenciados existentes no concelho, não sabe informar,

estando-se a trabalhar em articulação com a Segurança Social e, naturalmente,

que vamos ter os critérios dessa reflexão que estão subjacentes.

Retomou a palavra o Senhor Vereador José Santos Mota referindo que, apesar

da abstenção dos Vereadores eleitos pelo Partido Socialista, não estão em

desacordo, também estão preocupados com o mesmo problema, têm é formas

diferentes de o encarar. Porém, são de opinião que havia todo o interesse que,

de facto, a essas pessoas a quem fosse dada ajuda, também se deveria dar

ocupação. Isto aplica-se aqui, como se aplica em termos de Governo. É

exactamente igual. A “esmola” dá-se porque alguém precisa, mas se essa

“esmola” se vier a prolongar no tempo é sempre uma “esmola” e não saem do

mesmo. Entende que, de alguma forma, devia ser equacionada a ocupação

destas pessoas, seja até na criação e arranjo de pequenas hortas familiares,

onde eles próprios pudessem cultivar os seus produtos, de modo a sentirem-se

ocupados, para além de outras tarefas que, certamente, o CLAS vai, de facto,

encontrar.

Usou da palavra a Senhora Vereadora Laura Costa referindo que, de facto, a

Loja Social, pode parecer, numa primeira fase, o “dar por dar” mas, na fase

seguinte, vai ser a troca, a partilha, em que as pessoas possam dar à loja o seu

tempo, na prestação de serviços que vão desde o arranjo de roupa, à

prestação de algum apoio que possa ser dado às pessoas mais carenciadas,

assim como irão apostar na formação, ao nível de economia doméstica, ao

25

nível de confecção de pratos mais económicos. Essa, é uma área muito mais

abrangente da loja social, pois não se limita apenas à troca de roupa ou de

bens alimentares, mas também, numa fase posterior, logicamente quando

estiverem um pouco mais consolidados neste trabalho, irá muito mais longe do

que isso.

Daí que achamos que este projecto aglutina ideias e projectos, pois como se

sabe, muitas vezes as IPSS’s distribuem bens apenas aos seus utentes, não

têm um público alvo ao nível do Concelho. Tem conhecimento de que, por

exemplo, a Casa do Povo de Vila Nova de Tazem, aquilo que recebe é apenas

para distribuir pelos seus utentes, não é para a população carenciada de Vila

Nova de Tazem.

Por isso, tem-se tentado junto das Instituições que pertencem ao CLAS,

aglutinar esforços e dar respostas às necessidades que eles têm e eles

próprios poderem dar resposta às necessidades que nós tivermos. A ideia é

sermos intermediários uns com os outros.

Relativamente aos critérios, os mesmos foram elaborados e estabelecidos com

o apoio da Segurança Social e aquilo que eles transmitiram, na última reunião,

é que existe um leque de pessoas que está fora de todos estes padrões que

estão um pouco estereotipados, como é o caso do RSI, a que esta loja social

poderá dar resposta.

Usou ainda da palavra o Senhor Vereador José Santos Mota referindo que é

um projecto que a própria Cáritas de Gouveia já tem e que todos conhecem

através dos jornais, que o divulgou. Nele pretende a Cáritas integrar, todas

estas pessoas a quem ajudam, a lhes dar também uma ocupação, que passa,

exactamente, pela lavagem e arranjo de roupas, cultivo das hortas. Assim, é

pertinente ir ao encontro do projecto da Cáritas e tentar, em conjunto, pô-lo, de

facto, em prática.

Interveio a Senhora Vereadora Laura Costa dizendo que a Cáritas pertence ao

CLAS e é parceira deste projecto e teve o seu aval.

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Retomou a palavra o Senhor Presidente, dizendo que se irá tentar enriquecer

esforços face às necessidades e não duplicá-los.

“Posto isto e considerando o actual contexto sócio-económico, promotor de

desigualdades materiais e sociais que podem levar a situações graves de

exclusão e pobreza, cujas consequências atingem, principalmente, as famílias

mais vulneráveis.

Considerando que o Município de Gouveia tem como principal preocupação o

desenvolvimento de políticas sociais e de protecção social que visam resolver

e/ou minorar potenciais e efectivas situações de desigualdade e carência.

Considerando que, ao abrigo do quadro legal de atribuições e competências

dos Municípios, a Lei n.º169/99, de 18 de Setembro, alterada e republicada

pela Lei nº5-A/2002, de 11 de Janeiro, atribui competências no âmbito da

intervenção social dos municípios, possibilitando a participação destes em

programas no domínio do combate à pobreza e à exclusão social.

Considerando que o presente Regulamento foi aprovado em Reunião de

Plenário do Conselho Local de Acção Social, realizada no dia 06 de Maio de

2010.”

Assim, deliberou a Câmara, por maioria, com duas abstenções por parte dos

Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista e com quatro votos a favor

por parte do Senhor Presidente da Câmara e dos Senhores Vereadores eleitos

pelo Partido Social Democrata, proceder à aprovação do Regulamento

Interno da Loja Social, nos termos do documento que se encontra anexo à

presente Acta e dela fica a fazer parte integrante.

- - - - 5.4) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE CONCESSÃO DE

APOIO ECONÓMICO NO ÂMBITO DA ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR AO

MENINO RAFAEL GOUVEIA VIEIRA:- “Considerando que, no âmbito do

projecto Educativo Municipal, foi definido como objectivo estratégico assegurar

uma política de Acção Social Escolar que favoreça a igualdade de acesso e de

oportunidades para todas as crianças da educação pré-escolar e do 1º ciclo do

27

ensino básico, com apoio material e monetário, para material escolar,

transporte, alimentação e alojamento;

Considerando que, o menino Rafael Gouveia Vieira de 4 anos de idade, é uma

criança diferente, (perturbações do espectro do autismo e défice cognitivo),

com necessidade de apoio especial diferenciado;

Considerando que continua a não existir no concelho resposta adequada e que

satisfaça as suas necessidades educativas;

Considerando que já no ano lectivo anterior, esta criança esteve enquadrada e

a frequentar o Jardim de Infância de Seia, onde foi criada uma sala “TEACCH”

que presta apoio específico a estas crianças, usufruindo de um apoio

monetário mensal do Município de Gouveia;

Considerando, que está abrangido pelo escalão B, referente ao 2º escalão do

abono de família, conforme declaração da Segurança Social;

Considerando, que a mãe está disponível para efectuar o transporte e

acompanhamento diário para aquele Jardim de Infância;

Considerando que no relatório da Unidade de Desenvolvimento, Autismo e

Comunicação do Hospital Pediátrico de Coimbra, referem manter as medidas

educativas e o apoio da Unidade de Ensino Estruturado;

Considerando, por fim, que os pais solicitaram apoio do Município para ajudar a

minorar os custos de deslocação diária entre Vila Nova de Tazem e Seia para o

ano lectivo 2010/2011.”

Delibera a Câmara, por unanimidade, aprovar a atribuição de um subsídio

mensal a este agregado familiar no valor de 120.00 Euros (Cento e vinte

euros) mensais, para o presente ano lectivo, a ser liquidado após

apresentação do registo de assiduidade, emitido pelo respectivo Jardim de

Infância.

- - - - 5.5) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA RELATIVA À REVISÃO

DO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE GOUVEIA:- O Plano Director

Municipal de Gouveia, ainda eficaz, reporta-se já ao Documento publicado em

18 de Outubro de 1995, Resolução do Conselho de Ministros n.º 107/95

28

publicada na 1ª Série-B do Diário da República n.º 241. Como se compreende,

a sua desactualização e desajuste com a realidade física, social, económica e

de planeamento actuais provocaram a decisão da necessidade da sua

Revisão, situação que levou à formalização processual do início dos

procedimentos regulamentares aplicáveis, no ano de 2004.

Com efeito, este processo é iniciado com a abertura do Processo de Revisão

do Plano Director Municipal de Gouveia por deliberação da Câmara em 12 de

Julho de 2004 e posterior Rectificação/Complemento por deliberação da

Câmara em 23 de Agosto 2004 (Actas respectivas em Anexo I).

Após publicação e publicitação, formalidades obrigatórias para o desencadear

regulamentar do processo (Anexo II), procedeu-se à “audição” dos cidadãos e

entidades interessadas que gerou a elaboração do relatório respectivo que se

encontra anexo ao processo.

Com o cumprimento destas formalidades foi publicado em 13 de Novembro de

2006, na 2.ª Série do Diário da República n.º 218, o Despacho nº 23073/2006,

onde é aprovada a composição da Comissão Mista de Coordenação da

Revisão do Plano Director Municipal de Gouveia (Anexo III).

Como se comprova a referida Comissão Mista de Coordenação é constituída

por 25 entidades (algumas delas já extintas ou alteradas), o que transmite ao

processo de Revisão uma gestão pesada, morosa e totalmente dependente

das entidades envolvidas, sendo o seu progresso lento e sem a mínima

funcionalidade.

Atendendo a estas limitações da legislação e com o objectivo da sua

agilização, entre outras razões, foi alterado Regime Jurídico dos Instrumentos

de Gestão Territorial, pelo Decreto-Lei 316/2007 de 19 de Setembro; este veio

permitir uma simplificação de procedimentos associada à descentralização de

competências que passam para a responsabilidade dos municípios,

justificando-se por razões de efectiva responsabilização dos mesmos na

condução dos processos e de eficiência na fase de elaboração e de

acompanhamento da revisão dos PDMs.

29

Como se salienta no preâmbulo da alteração do Regime Jurídico dos

Instrumentos de Gestão Territorial, as Comissões Mistas de Coordenação eram

demasiado alargadas e, por isso, pouco operativas não permitindo alcançar

objectivos de coordenação de interesses que se encontram subjacentes ao

modelo de composição então previsto. Desta forma, foram introduzidas

alterações no que se refere à designação, à constituição, à composição e ao

modelo de funcionamento das antigas CMC, simplificando os procedimentos e

procedendo à desregulamentação de actos e formalidades não tidas como

essenciais, passando as mesmas a designara-se de Comissões de

Acompanhamento, deixando de incluir representantes dos interesses gerais,

económicos, sociais, culturais e ambientais.

Foi ainda definido, um regime transitório aplicável às comissões mistas de

coordenação já constituídas (situação em que enquadra a presente Revisão do

PDM de Gouveia), por via da salvaguarda dos actos já praticados, de

responsabilidade municipal, quanto à composição das comissões.

Consequentemente na portaria publicada para o efeito (Portaria 1474/2007 de

16 de Novembro (Diário da República n.º 221)), é dada a possibilidade da

Câmara Municipal optar por promover a conversão da Comissão Mista de

Coordenação (ainda vigente), em Comissão de Acompanhamento, devendo

desencadear junto da CCDR o respectivo processo, sendo de destacar que a

Câmara Municipal ao proceder a esta conversão não terá que repetir os

procedimentos formais já referidos.

Neste contexto, ao promover esta conversão a Câmara Municipal poderá tornar

o processo de Revisão do PDM de Gouveia mais ágil e célere uma vez que

esta Comissão de Acompanhamento funciona com o sistema de conferência

procedimental instrutória: reunião com todas as entidades administrativas

envolvidas no acompanhamento para emissão de um único parecer sobre a

proposta de plano, o qual substitui todos os pareceres que aquelas entidades

devessem emitir, a qualquer título, sobre o plano, uma vez que é previsto o

mecanismo da delegação de poderes como forma de vincular as entidades e

30

os serviços da Administração central que integram a comissão se

acompanhamento por meio da posição manifestada pelos respectivos

representantes.

Face aos considerandos expostos que deixam clara a inquestionável vantagem

da conversão da instrução do processo do anterior para o recente Regime

Jurídico, delibera a Câmara, por unanimidade e em minuta de modo a produzir

efeitos imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º 169/99, de 18

de Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de

11 de Janeiro, proceder à aprovação do seguinte:

A. Aprovar a conversão da Comissão Mista de Coordenação da Revisão do

Plano Director Municipal de Gouveia, em Comissão de

Acompanhamento, conforme o consignado no n.º2 do artigo 22, da

Portaria n.º 1474/2007, de 16 de Novembro, conjugada com a

declaração de rectificação n.º1 –C/2008.

B. Aprovar ainda a Composição da Comissão de Acompanhamento da

Revisão do Plano Director Municipal de Gouveia, em conformidade com

o previsto no artigo 7º da Portaria n.º 1474/2007, de 16 de Novembro,

conjugada com a declaração de rectificação n.º1 –C/2008, conforme a

elencagem seguinte das entidades a propor:

1- Representante da Assembleia Municipal (a nomear);

2- Representantes dos Municípios Vizinhos designadamente;

Seia, Manteigas, Mangualde, Fornos de Algodres, Celorico da

Beira e Guarda, caso venham a aceitar integrarem a comissão

após formulação de convite;

3- Representantes dos serviços e entidades da administração

directa ou indirecta do estado que asseguram a prossecução dos

interesses públicos sectoriais com relevância na área de

intervenção da revisão do PDM de Gouveia:

a) Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do

Centro (que preside);

31

b) Administração da Região Hidrográfica do Centro, I.P.;

c) Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P.;

d) Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, I.P. (IHRU);

e) Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade,

I.P.;

f) Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro;

g) Autoridade Florestal Nacional;

h) Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural;

i) Unidade Local de Saúde, I.P.;

j) Centro Distrital da Segurança Social da Guarda, I.P.,

k) Direcção Regional da Cultura do Centro;

l) Instituto Geográfico Português, I.P.;

m) Turismo de Portugal, I.P.;

n) Direcção Regional da Economia do Centro,

o) Direcção Geral da Energia e Geologia;

p) Guarda Nacional Republicana;

q) Autoridade Nacional de Protecção Civil, I.P.;

r) Polícia de Segurança Pública.

4- Representantes dos serviços e entidades que administram

áreas de jurisdição especial, exerçam poderes sobre zonas do

território sujeitas a restrições de utilidade pública ou tutelem

actividades exercidas por entidades privadas em regime de

concessão ou equiparável:

a) Empresa Águas Zêzere e Côa, SA.;

b) Estradas de Portugal, SA.;

c) REN – Redes Energéticas Nacionais, SGPS, S.A.;

5- A Câmara Municipal de Gouveia integra a Comissão de

Acompanhamento, enquanto entidade responsável pela Revisão

do Plano Director Municipal de Gouveia.

32

- - - - 5.6) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE EMISSÃO DE

PARECER DO MUNICÍPIO DE GOUVEIA RELATIVO À PROPOSTA DO

PROT-CENTRO EM DISCUSSÃO PÚBLICA:- Usou da palavra o Senhor

Vereador José Santos Mota referindo que, apesar de, globalmente, os

Vereadores eleitos pelo Partido Socialista concordarem com o parecer, deixam,

no entanto, um pequeno reparo, na medida em que refere no documento que

se realizaram reuniões entre a Câmara Municipal e as Estruturas que

coordenam este Plano e os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista não têm

conhecimento das propostas que foram analisadas nessas mesmas reuniões,

apenas diz no documento que, de todas as que se realizaram, apenas foi

aceite a proposta relativa à Barragem de Girabolhos.

Usou da palavra o Senhor Presidente referindo que essas reuniões não são de

agora, pois já se realizam há cerca de três anos e estão todas vertidas no

presente documento.

Deste modo, deliberou a Câmara, por unanimidade e em minuta de modo a

produzir efeitos imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º

169/99, de 18 de Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º

5-A/2002, de 11 de Janeiro, proceder à emissão do seguinte parecer relativo à

Proposta do PROT-Centro em Discussão Pública:

“Proposta de Parecer

Plano Regional do Ordenamento do Território para a Região Centro

(PROT-Centro)

O Plano Regional de Ordenamento do Território para a Região Centro (PROT-

Centro) é um instrumento estratégico que deveria estabelecer as principais

directrizes do desenvolvimento, organização e gestão dos territórios da Região

Centro, devendo enquadrar os investimentos estruturantes a realizar e servir de

referência para a elaboração dos planos especiais, intermunicipais e municipais

de ordenamento do território, de forma a promover a sua agilização e

funcionalidade.

33

Nos termos do Aviso n.º 18463 /2010, publicado no D.R. 2.ªSérie, de 20 de

Setembro de 20110, a discussão pública do PROT – Centro está a decorrer

desde 28 de Setembro com conclusão em 30 de Novembro de 2010 (44 dias).

Ao abrigo do art.º 54 do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial

(RJIGT), em vigor, a proposta de PROT-Centro é constituída pelos seguintes

documentos:

Documento Fundamental que apresenta e desenvolve:

a) - O Enquadramento Estratégico, a Visão e as Opções Estratégicas de Base

Territorial;

b) - O Modelo Territorial e os Sistemas Estruturantes que o suportam,

designadamente sistemas produtivos (prospectiva económica e inovação,

desenvolvimento rural e actividades agro-florestais, turismo e património

cultural, energia), sistema urbano, sistema de acessibilidades e transportes, o

sistema de protecção e valorização ambiental (sistema biogeofísico) e sistema

de riscos naturais e tecnológicos. Neste enquadramento e no caso do PROT -

Centro, estão identificadas as seguintes unidades territoriais identificadas:

Centro Litoral, Dão-Lafões e Planalto Beirão, Beira Interior, Pinhal Interior e

Serra da Estrela;

c) - As normas orientadoras são organizadas por normas gerais, normas

específicas por domínio de intervenção, normas específicas de base territorial e

orientações de políticas sectoriais;

d) - O Sistema de Gestão e Monitorização do Plano identifica, não só, o âmbito

e a incidência das actividades de monitorização e avaliação do PROT-Centro,

mas também as funções e responsabilidades dos serviços e órgãos da CCDR

Centro, neste âmbito. A solução adoptada pretende dar eficácia e legitimidade

técnica e política ao processo de monitorização e avaliação, com a maior

economia de meios possível.

Relatório constituído por:

a)- Diagnóstico e contributos para uma visão estratégica territorializadas da

Região Centro (Volume 1 - Factores Estruturais e Dinâmicas de Evolução

34

Tendencial do Modelo Territorial; Volume 2 - Visão e Opções Estratégicas de

suporte ao Modelo Territorial).

b) - Programa de Execução e Sistema de Indicadores:

O Programa de Execução estabelece o conjunto de acções materiais e

imateriais, de natureza estruturante e complementar, consideradas como

necessárias à implementação do modelo territorial;

O Sistema de Indicadores que constitui um conjunto de indicadores de

referência para a avaliação e monitorização do processo de implementação do

plano.

Relatório Ambiental, que tem como objectivos:

Identificar, descrever e avaliar os eventuais efeitos significativos no ambiente,

resultantes da aplicação do plano, equacionando alternativas possíveis que

tenham em conta os objectivos e o âmbito de aplicação territorial respectivos

Tendo em conta os documentos atrás mencionados, associados à acta da

reunião de concertação realizada, no dia 28 de Maio de 2010, entre os

representantes da Câmara Municipal de Gouveia e a CCDR - Centro, podemos

concluir que estamos perante um plano essencialmente teórico, normativo e

“castrador”, onde não são apontadas estratégias e medidas estruturantes

dinamizadoras de desenvolvimento para a Região Centro. Será referência

obrigatória, o facto de não terem sido praticamente considerados os

argumentos técnicos, então apresentados pela Câmara Municipal de Gouveia,

sendo somente aceite a inserção da referência à Barragem de Girabolhos e

respectiva Albufeira, dado a sua implicação no ordenamento do território,

principalmente nos Municípios de Gouveia, Seia e Mangualde.

Neste contexto, tem pertinência a repetição da enumeração das questões

consideradas mais relevantes para a Câmara Municipal de Gouveia, que

continuam sem resposta na proposta do Plano:

No âmbito do Modelo Territorial Proposto

• Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Centro (PROT-

Centro), é um documento que não “enquadra” a Região, não serve a Serra

35

da Estrela e muito menos o Concelho de Gouveia. O modelo territorial e a

estratégia propostos para a Região perspectivam um cenário que tenderá a

provocar:

- Aumento da importância sub-regional de Viseu, Guarda, Covilhã e Castelo

Branco, aumentando a sua atractividade concorrencial face aos restantes

concelhos;

- Aumento dos movimentos migratórios das populações dos restantes

concelhos que se sentirão atraídos para viver, trabalhar e investir nestas

cidades;

- Diminuição de importância sub-regional dos pólos urbanos dos restantes

concelhos, face àquelas cidades.

• Embora concelho de Gouveia esteja incluído no sub sistema “B4 – Corredor

da estrada da Beira”, do qual fazem parte os “Centros Urbanos

estruturantes” Gouveia, Seia e Oliveira do Hospital, inserido na unidade

territorial Dão Lafões e Planalto Beirão, da leitura da Proposta de Plano

verifica-se que as normas de base territorial aplicáveis a este território estão

incluídas de forma dispersa nas unidades territoriais de Dão Lafões,

Planalto Beirão, Beira Interior e Serra da Estrela, resultando grande

dificuldade de interpretação da relação entre unidades de base territorial e

respectivas normas a aplicar. Neste modelo, é necessário ir “saltitando” o

documento e aproveitando desgarradamente a normas consideradas

aplicáveis

• O Turismo da Serra da Estrela está integrado nas normas da Unidade da

Beira Interior, o que é descabido e sem fundamento técnico; por outro lado,

parece-nos desajustada a proposta de se criar uma CUT (Centralidade

Urbano Turística) de Gouveia, Seia, Oliveira do Hospital e Pinhel; com

efeito, deveria ser reflectida no Plano proposto a articulação e interligação

do Turismo da Serra da Estrela com a Região Dão-Lafões, ao invés da

compartimentação “desligada” proposta.

36

• Independentemente da definição de prioridades relativas a implementação

da Rede Rodoviária Regional incluída no plano, deve ser realçada a

omissão de posição quanto ao desenvolvimento dos traçados propostos.

Com efeito, com a actual proposta do PRN (em fase de estudo prévio) a

solução provoca o afastamento do Concelho de Gouveia do centro de

gravidade Rodoviária, ditando, ainda mais, o seu isolamento e reforçando a

condição periférica, no que às acessibilidades diz respeito.

O Plano deveria consolidar uma posição equilibrada na defesa institucional

de uma Rede Rodoviária Regional que servisse de veiculo à prossecução

dos seus objectivos gerais. No que respeita especificamente ao Concelho

de Gouveia, mantem-se a revindicação de uma eficaz ligação à A25 e ao IC

12, no sentido de garantir acessibilidade adequada a Viseu, Coimbra e toda

a faixa litoral, sem perder de vista a possível recuperação da solução

“Túneis” na ligação à Covilhã/Castelo Branco.

No âmbito das Normas Especificas de Base Territorial

• Do conteúdo do PROT – Centro ressalta a formalização de regras de

planeamento rígidas, vinculativas, ditatoriais e “deformadamente”,

generalizadas a todo o território (independentemente da sua caracterização

e especificidade regional). Esta imposição superior vem retirar aos

Municípios grande parte da sua competência decisória, em termos de

Planeamento (definição de perímetros urbanos, definição das áreas para

edificabilidade dispersa, e definição do uso do solo Rural/Urbano).

• Da observação directa das normas emanadas na proposta de Modelo

Territorial, conclui-se que as mesmas são excessivas, indo complicar ainda

mais a Revisão dos PDMs, que já por si são processos morosos e muito

regulamentados, sendo que algumas daquelas normas contrariam os

interesses dos Municípios e das suas populações;

• A norma TG/9 – 2 b) Edificabilidade no solo rural ao estabelecer um valor

de 2 hectares como área de exploração agrícola mínima para efeitos de

construção na exploração agrícola, pecuária ou florestal por parte do

37

proprietário, contraria clara e gravosamente o interesse dos municípios no

que se refere ao desenvolvimento económico e social; por outro lado não

foram tidas em conta as especifidades das unidades territoriais de baixa

densidade, defendidas na Norma D117; Seria aconselhável que esta

disposição, se mantivesse no âmbito regulamentar dos PMOT.

• Na norma T39 deveria ser incluída a sugestão do aproveitamento turístico

da Albufeira da Barragem de Girabolhos.

• A norma T/50 – 2 c) estabelece como unidade mínima a área de 25 ha para

a Implantação de Núcleos de Desenvolvimento Turístico. Ora, esta área

parece-nos excessiva e totalmente fora do contexto fundiário dos

municípios do interior, pelo que seria aconselhável que esta disposição

fosse definida no âmbito do PDM, de forma correctamente fundamentada,

em conformidade com a realidade diferenciada de cada concelho.

• Na Norma T64) deveria ser incluída a promoção da garantia de qualidade

da água do Rio Mondego, à semelhança da proposta constante no Plano,

para Rio Zêzere.

Gouveia, 22 de Novembro de 2010”

6. OBRAS

- - - - 6.1) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA PROPOSTA DE RATIFICAÇÃO DO

DESPACHO DO SENHOR PRESIDENTE RELATIVO À APROVAÇÃO DO

CONJUNTO DE ERROS E OMISSÕES ACEITES RELATIVOS À

EMPREITADA DE “MELHORIA DAS ACESSIBILIDADES INTRA-

CONCELHIAS”:- Deliberou a Câmara, por unanimidade, e em minuta de modo

a produzir efeitos imediatos, de acordo com o n.º 3 do artigo 92.º da Lei n.º

169/99, de 18 de Setembro, com a redacção que lhe foi introduzida pela Lei n.º

5-A/2002, de 11 de Janeiro, proceder à ratificação do despacho do Senhor

Presidente da Câmara, nos termos do n.º 3 do art.º 68.º do citado diploma

legal, que a seguir se transcreve:

“DESPACHO

38

De acordo com o nº 3 do Artigo 68º, da Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, e tendo

em consideração o processo de Concurso Publico “MELHORIA DAS

ACESSIBILIDADES INTRA-CONCELHIAS” a decorrer e, para observância do

cumprimento dos prazos previstos no Artigo 61º do CCP, aprovo os conjuntos

de erros e omissões aceites e anexos ao presente despacho, de acordo com a

apreciação técnica, para efeitos de continuidade do respectivo processo de

concurso.

Gouveia, 16 de Novembro de 2010”

O Senhor Vereador Luís Manuel Tadeu Marques, nomeado Presidente do Juri,

na reunião de Câmara realizada no dia 25 de Outubro de 2010, não participou

na presente votação.

Os documentos relativos ao conjunto de erros e omissões referidos em

epígrafe, encontram-se anexos à presente acta e dela ficam a fazer parte

integrante.

- - - - 6.2) INFORMAÇÃO SOBRE OS PROJECTOS APRECIADOS NA

SEMANA DE 2010/11/05 a 2010/11/18:

ARQUITECTURA:- De Maria de Jesus Caria Arcanjo Sharma, de Paços da

Serra, para Reconstrução e Ampliação de Moradia; De Sebastião Saraiva

Ramos, de Gouveia, para Ampliação de Edifício destinado a Habitação

Colectiva, Comércio e Serviços. - Deferidos de acordo com a informação

dos Serviços Técnicos.

ESPECIALIDADES:- De Pedro José Ventura da Fonseca, de Paços da Serra,

para Reconstrução e Ampliação de Moradia; De Pedro Miguel Jesus Abrantes,

de Rio Torto, para Reconstrução e Ampliação de Moradia. - Deferidos de

acordo com a informação dos Serviços Técnicos.

APROVAÇÃO GLOBAL:- De Associação de Beneficência Popular de Gouveia,

de Cativelos, para Construção de Depósito de Água; De Cláudio Rafael

Ferreira Inácio, de Rio Torto, para Alteração ao Projecto Inicial; De Rosa Maria

Marmé Pinto Fraga, de Aldeias, para Construção de Moradia. - Deferidos de

acordo com a informação dos Serviços Técnicos.

39

7. RESUMO DIÁRIO DA TESOURARIA

- - - - Foi presente o Resumo Diário da Tesouraria número 222, referente ao

dia dezanove de Novembro, pelo qual se verifica a existência dos seguintes

saldos: Em Operações Orçamentais – Um milhão, duzentos e cinquenta e

oito mil, trezentos e dezassete euros e dezasseis cêntimos (€1.258.317,16);

Em Documentos – Oitenta e quatro mil, quatrocentos e onze euros e seis

cêntimos (€84.411,06).

- - - - Nos termos da legislação em vigor, ratificou a Câmara a realização de

despesas a que se referem as requisições números 1036 a 1062, bem como os

pagamentos no montante de duzentos e sessenta e nove mil, quinhentos e

quarenta e oito euros e trinta e seis cêntimos (€269.548,36) a que se referem

as Ordens de Pagamento números, 3664, 3684, 3723, 3728, 3737, 3750, 3772,

3773, 3798, 3801, 3822, 3826, 3875, 3876, 3881, 3898, 3899, 3805, 3910 a

3913, 3915 a 3921, 3927 a 3954, 3957 a 3971, 3974, 3976, 3978 a 3981, 3984

a 3986, 3991 a 3993, 3999 a 4001.

8. PRESENÇA DE PÚBLICO

- - - - 8.1) Senhor Miguel Pinto:- Referiu que o Executivo, numa anterior

reunião, aprovou alguns protocolos com diversas IPSS’s, deste Concelho.

Deste modo, pretendia saber quais os critérios que estiveram na base da

escolha daquelas IPSS’s e não de outras, assim como se a Câmara, ao fazer

os protocolos com estas Instituições, se certificou se as mesmas tinham

capacidades técnicas e humanas, para cumprir com a legislação,

nomeadamente, com a questão dos transportes escolares. Referiu ainda que

foi estabelecido um protocolo que define determinados valores por transporte,

pelo que pretendia ser informado se esse valor incluiu já o IVA, pois há várias

Instituições que poderão estar sujeitos a IVA, com base num despacho do

Senhor Sub-Director Geral dos Impostos, de 12 de Junho de 2006.

Usou da palavra a Senhora Vereadora Laura Costa, referindo que os critérios

que estiveram na base da escolha dessas IPSS’s foram a continuidade do

serviço que já tinha sido prestado nos anos anteriores, a proximidade com o

40

local e a resposta que essas Instituições conseguiam dar às nossas

necessidades.

Quanto aos transportes se reúnem, ou não, condições para transportar,

informou que todas as Instituições asseguraram que todos os transportes

reuniam as condições necessárias e estavam de acordo com a legislação em

vigor, para tal.

Quanto ao IVA, a Autarquia voltou a pedir um esclarecimento que já tinha sido

feito pela Câmara, em 2007, relativamente à ABPG mas, pensando que estaria

desactualizado, solicitou um novo parecer, que vem ao encontro do primeiro,

que refere que estão isentos do imposto de IVA de acordo com o n.º 9 do art.º

9.º do CIVA “As prestações de serviços que tenham por objecto o ensino, bem

como as transmissões de bens e prestações de serviços conexas, como sejam

o fornecimento de alojamento e alimentação, efectuadas por estabelecimentos

integrados no Sistema Nacional de Educação ou reconhecidos como tendo fins

análogos.”

Tratou-se de um esclarecimento da Direcção Geral dos Impostos, à ANMP, em

virtude das Câmaras Municipais serem consideradas uma entidade terceira.

Retomou a palavra o Senhor Miguel Pinto que, não tendo ficado totalmente

esclarecido, referiu que o que está em causa é o serviço a terceiros e, tanto

quanto sabe, o parecer diz, claramente, que pode estar sujeito a IVA, ao que a

Senhora Vereadora Laura Costa respondeu que estão isentas desde que

tenham sido protocoladas e continuou a ler “(F) no entanto se no âmbito da

delegação de competências do Ministério da Educação forem transferidas para

o Municípios competências em matéria de acção social conforme se prevê no

Decreto-Lei 147/97 de 11 de Julho, nomeadamente, o fornecimento de

refeições e transportes e as mesmas forem protocoladas com parceria com

outras entidades, a isenção prevista no n.º 9 do art.º 9.º, é extensível para

aqueles serviços que se encontrem abrangidos pelo protocolo.”

Informou ainda que até ao momento, nenhuma IPSS’s com a qual a Autarquia

formalizou protocolo, fez chegar qualquer tipo de esclarecimento ou queixa. Os

41

valores foram acordados em reuniões que foram realizadas com essas

mesmas Instituições.

- - - - E não havendo mais assunto a tratar, pelo Senhor Presidente foi

declarada encerrada a reunião, pelas dezassete horas, da qual para constar se

lavrou a presente acta, nos termos do n.º 1 do Art.º 92.º, da Lei n.º 5-A/2002,

de 11 de Janeiro, a qual será submetida à aprovação do Órgão Executivo, nos

termos do n.º 2 do mesmo artigo.

A Chefe de Divisão

A Câmara Municipal