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Actividades do PAM: princípios e participação das ONG SECÇÃO 3

Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

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Actividades do PAM:princípios e participação das ONG

SECÇÃO 3

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Ao mesmo tempo que programa as suas actividades de socorro, recuperação e des-envolvimento, o PAM elabora também planos de resposta a emergências potenciais.

Actividades de preparação para as emergências do PAM

O PAM executa as seguintes actividades de prepa-ração para uma potencial emergência: • recolha, análise e divulgação de dados de alerta

prévio, incluindo informações sobre a situaçãode segurança alimentar de uma população (verCapítulo 2 da presente secção) e acompanha-mento da evolução económica e social do país;

• planeamento de contingência: o PAM analisaráos dados de alerta prévio, definirá “cenários”, ouseja, descrições das crises que poderão sobrevir eelaborará depois planos de contingência destina-dos a dar resposta a esses cenários. O PAM e osseus parceiros poderão assim dar uma resposta rápida e eficaz quando surja umacrise. O plano de contingência normalmente inclui uma estratégia programática,um relatório sobre a disponibilidade de produtos alimentares e recursos não ali-mentares, uma avaliação da capacidade logística, sugestões de disposições emmatéria de gestão interna, um resumo das considerações orçamentais e uma listade acções de seguimento, tais como formação do pessoal. O plano de contingên-cia deve ser revisto e actualizado à medida que a situação evolui ou se altera;

• organização de capacidade de disponibilidade imediata. O PAM dispõe de pro-dutos alimentares, equipamento de transporte, material de TIC, ou estabeleceacordos com fornecedores que possam fornecer esses produtos a curto prazo;entra também em contacto com organizações parceiras com quem concluiuacordos de disponibilidade imediata, para que lhe disponibilizem pessoal e con-sultores, em caso de emergência;

85Secção 3 / Capítulo 1: Preparação para as emergências

SECÇÃO 3 / CAPÍTULO 1

Preparaçãopara as emergências

Actividades do PAM:princípios e participação das ONGCapítulo 1: Preparação para as emergências

Capítulo 2: Avaliação da segurança alimentar

Capítulo 3: Identificação de opções de resposta

Capítulo 4: Selecção dos beneficiários

Capítulo 5: Concepção do projecto

Capítulo 6: Armazenamento e movimentação dos produtos alimentares

Capítulo 7: Distribuição

Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação

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A avaliação da segurança alimentar é o processo de recol-ha e análise de informação obtida a partir de fontes pri-márias (entrevistas e questionários) e de fontes secundá-rias (informação já existente), para dar resposta àsseguintes perguntas:• A população encontra-se em situação de insegu-

rança alimentar?• Há necessidade de uma intervenção

externa?• Se for esse o caso, que tipo de interven-

ção será o mais adequado? Será necessá-rio prestar ajuda alimentar?

• Se for esse o caso, quem tem necessidadedessa ajuda e onde?

• De que forma deve ser prestada? • Em que quantidade será necessária? • Durante quanto tempo?

As avaliações da segurança alimentar podem ser efectuadas em contextos quer de emer-gência, quer de desenvolvimento. Em muitos casos, a avaliação da segurança alimentarserá efectuada no âmbito de uma avaliação das necessidades em geral, que podemincluir a avaliação das necessidades de alojamento, água, bens de subsistência e outras.

Tipos de avaliações da segurança alimentar

Há duas grandes categorias de avaliações, que determinam a forma como o PAMrecolhe e analisa os dados relacionados com a segurança alimentar e a vulnerabilida-de à insegurança alimentar. Essas categorias são as seguintes:1. análises globais da segurança alimentar e da vulnerabilidade (estudos VAM);2. avaliações da segurança alimentar em situações de emergência (EFSA).

87Secção 3 / Capítulo 2: Avaliação da segurança alimentar

SECÇÃO 3 / CAPÍTULO 2

Avaliação dasegurança alimentar

• formação do pessoal, das contrapartes do governo e dos parceiros de cooperação.

Participação das ONG na preparação para as emergências

O PAM colabora estreitamente com as ONG parceiras na preparação para as emer-gências e, nomeadamente, na análise dos dados de alerta prévio, na definição de cená-rios e no planeamento da resposta potencial. Através do seu trabalho de planeamen-to de contingência, o PAM, as ONG e outras organizações, colaborando entre si,definem uma visão comum de uma crise provável; determinam antecipadamente asfunções e responsabilidades de cada uma das organizações; identificam possíveislacunas na capacidade de resposta; e chegam a acordo sobre as medidas de prepara-ção para a crise a tomar e sobre quem as deverá tomar, para aumentar a eficácia daresposta.

Outras leituras e referências:Comité Permanente Interagências (IASC). 2001. Inter-Agency ContingencyPlanning Guidelines for Humanitarian Assistance. 15 de Novembro de 2001.

PAM. 2001. Contingency Planning Guidelines. Roma.

Sobre alerta prévio, consultar o sítio Internet do Serviço de Alerta Humanitário,Humanitarian Early Warning Service (HEWS), em: http://www.hewsweb.org

Para uma actualização mensal das crises potenciais a nível mundial, consultar a sec-ção de alerta do PAM, em: http://www.wfp.org/newsroom/in_depth/early_warning/index.asp

86 Como colaborar com o PAM

Exemplo de colaboração entre o PAM e as ONG nodomínio da preparação para as emergências

Na região da África Oriental e Central, o PAM, outros organismos das Nações Unidas eas ONG colaboram estreitamente na realização de planeamento de contingência, noâmbito de workshops de concepção de cenários organizados pelo OCHA (Gabinete deCoordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas). Nestes workshops sãoconcebidos cenários e cada uma das organizações participantes elabora um plano decontingência de resposta a esses cenários, na sua área de especialização. Através doworkshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências, organiza-dos de acordo com áreas de especialização comuns, são clarificadas as funções, respon-sabilidades e capacidades das diferentes organizações participantes, o que contribuipara possibilitar uma resposta mais coordenada em caso de ocorrência de uma crise.

CAIXA 7

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Ver Anexo 1 para uma descrição das avaliações conjuntas do PAM e de outros orga-nismos das Nações Unidas.

Princípios e normas básicas de avaliação da segurança alimentar

Não existe uma metodologia única utilizada pelo PAM que as ONG devam adoptarnas suas avaliações. Em função da situação, o PAM aplicará métodos diferentes, taiscomo: vigilância nutricional; inquéritos (às famílias ou aos mercados) baseados emquestionários; entrevistas conduzidas de acordo com técnicas participativas/qualita-tivas. Seja qual for a metodologia ou a combinação de métodos utilizada, todas asavaliações da segurança alimentar devem ser efectuadas de acordo com os seguintesprincípios básicos12, aplicáveis à recolha e à análise dos dados:

1. Utilizar de forma óptima a informação disponível; concentrar-se narecolha de dados primários.Utilizar a informação de referência que estava já disponível antes da crise, bem comoa informação proveniente de outras bases de dados e de fontes secundárias, após umaverificação rápida da sua validade e relevância actual. Concentrar os esforços narecolha dos dados primários necessários para completar os dados secundários dispo-níveis, para poder extrair conclusões sobre a situação de segurança alimentar e osmodos de subsistência. Decidir como é que os dados serão utilizados antes de plane-ar a recolha.

2. Utilizar fontes e métodos múltiplos; triangulação.Para obter de forma rápida e económica um conhecimento adequado e exacto dasituação:• Utilizar métodos e dados qualitativos e quantitativos.• Utilizar dados secundários (relatórios existentes) e dados primários (nova infor-

mação recolhida especificamente para a avaliação).• Consultar mulheres, homens, jovens e idosos.• Comparar (triangular) a informação proveniente de diferentes fontes, para obter

um quadro o mais completo e equilibrado possível, que tenha em conta as dife-rentes perspectivas e interesses.

89Secção 3 / Capítulo 2: Avaliação da segurança alimentar

Os estudos VAM, que se centram geralmente nas necessidades de segurança alimen-tar de uma população a mais longo prazo, proporcionam informação de referênciasobre a situação de segurança alimentar dessa população. As avaliações de emergên-cia são efectuadas na sequência de uma catástrofe, para avaliar o impacto da catástro-fe na situação de segurança alimentar da população.

Estes tipos de avaliações (ver Quadro 2 para mais pormenores) são diferentes, mascomplementares. Em caso de emergência, será efectuada uma avaliação das necessi-dades de emergência em que a situação será comparada com os resultados de estudosVAM anteriores, para ver como é que a situação se alterou. Da mesma forma, osresultados de uma avaliação das necessidades de emergência poderão ser utilizadospara actualizar estudos VAM ou para iniciar essa actualização.

As unidades de Análise e Cartografia da Vulnerabilidade (VAM) ) e de Avaliação dasNecessidades de Emergência (ODAN) do PAM são responsáveis por esses inquéritos,através de uma rede de mais de 60 funcionários nacionais e internacionais, a nível mundial.

Quadro 2: Descrição dos diferentes tipos de avaliação da segurança alimentar

88 Como colaborar com o PAM

1. Análises globais da segurança alimentar e da vulnerabilidade (ou estudos VAM)Os estudos VAM centram-se numa série de questões que contribuem para a insegurança alimentar e a subnutri-ção, avaliando a vulnerabilidade das populações à fome, a curto e longo prazo. Estes estudos integram-se noacompanhamento regular da situação de segurança alimentar no país efectuado pelo PAM, nomeadamente noâmbito das suas actividades de alerta prévio (ver Capítulo 1 da presente secção), permitindo prever uma crisepotencial e/ou detectar alterações em curso da situação de saúde alimentar de uma população.

2. Avaliação da segurança alimentar em situações de emergência (EFSA)O PAM estabelece uma distinção entre três tipos de avaliação de emergência ou três fases de uma avaliação deemergência:• Investigação inicial Uma investigação inicial é um inquérito preliminar efectuado na sequência de uma catástrofe súbita ou depois deter sido recebida a notícia de uma nova crise, com o objectivo de determinar se existe ou poderá existir um pro-blema de segurança alimentar que exija uma resposta imediata, para salvar vidas, e/ou uma avaliação da situação.Esta investigação baseia-se essencialmente em dados secundários, ou seja, em relatórios anteriores e em contac-tos com observadores que se encontram na zona.• Avaliação rápida da segurança alimentar numa emergência Para efectuar esta avaliação rápida, a equipa de avaliação faz visitas rápidas a vários locais, para recolher (novos)dados primários, além de recolher dados através de informadores chave e de entrevistas de grupo e, por vezes, dequestionários dirigidos a um pequeno número de famílias. O objectivo consiste em obter um conhecimento sufi-ciente da situação para decidir se é necessária uma resposta e, se for esse o caso, qual será o tipo, a escala e o calen-dário dessa resposta. Na sequência de uma avaliação rápida será normalmente apresentado um relatório no prazomáximo de seis semanas (quando a área ou a população afectadas são grandes ou heterogéneas), mas por vezesde uma semana (quando a área é pequena e/ou a população é homogénea).• Avaliação em profundidade da segurança alimentar numa emergênciaUma avaliação em profundidade numa situação de emergência é uma avaliação efectuada utilizando: (1) umacombinação entre métodos de avaliação rápida e um inquérito às famílias baseado numa amostragem de proba-bilidade; ou, alternativamente, (2) métodos de avaliação rápida baseados em entrevistas múltiplas em profundida-de a pequenos grupos de indivíduos representativos de subgrupos distintos da população afectada. Nos doiscasos, o objectivo consiste em traçar um perfil económico das famílias de cada um dos subgrupos distintos dapopulação e em obter informações pormenorizadas sobre a situação de segurança alimentar, as causas da inse-gurança alimentar e da subnutrição (se existir) e as perspectivas de recuperação de cada um dos subgrupos. Estetipo de avaliação está frequentemente na origem de um estudo VAM.

Para mais pormenores sobre as diferentes fases e sobre as circunstâncias em que são efectuadas as avaliações, verCapítulo 1 e Capítulos 8–15 do manual Emergency Food-security Assessment Handbook, PAM 2005.

_____________________12. Estes princípios reflectem muitos dos pontos abordados no Manual SPHERE (2004) e são aplicáveis a situações deemergência e de desenvolvimento. São analisados em mais pormenor no manual do PAM Emergency Food SecurityAssessment Handbook (2005) (Manual de avaliação de emergência da segurança alimentar), em que são também des-critos os princípios relacionados com o planeamento e a organização de uma avaliação de emergência, bem comocom a apresentação de relatórios e o seguimento da avaliação.

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6. Diferenciar e desagregar: cuidado com as generalizações.Analisar separadamente a situação dos diferentes grupos (socioeconómicos) da popu-lação e as áreas geográficas onde a gravidade dos efeitos do choque ou da crise foi dife-rente. Ter em conta os efeitos directos e indirectos, especialmente para os modos desubsistência. A situação e as necessidades podem variar consideravelmente entre dife-rentes locais da zona atingida, bem como entre os diferentes grupos. Estar atento agrupos e indivíduos com necessidades/vulnerabilidades especiais. Registar as zonas ougrupos a que se referem as informações específicas. Numa avaliação das necessidadesde emergência, estabelecer tanto quanto possível uma distinção entre os efeitos dochoque ou da crise e as condições crónicas que existiam já antes da crise.

7. Compreender as causas e a dinâmica da situação; elaborar cenários.Recolher dados (quantitativos e qualitativos) sobre as alterações, as tendências e asrazões que estão na sua origem, bem como sobre a situação actual e as causas subja-centes que a determinam. Ter em conta os factores sazonais e outros acontecimentosque poderão influenciar a evolução da situa-ção. Elaborar um ou mais cenários para ospróximos seis a doze meses, pelo menos.

8. Respeitar os interlocutores; ser sensí-vel à sua situação; não comprometer asua segurança.Respeitar o direito das pessoas a não responde-rem a uma pergunta, se preferirem. Tirarlhes omenos tempo possível. Evitar as perguntasdesnecessárias, nomeadamente a pessoas queacabaram de viver uma experiência traumáti-ca. Ser sensível ao contexto político e desegurança e ter o cuidado de evitar o agravamento dosriscos a que as pessoas estão expostas. Copiar as informações importantes extraídas dedocumentos encontrados no terreno. Deixar os originais na posse dos seus proprietários.

9. Registar as fontes.Ter o cuidado de registar as fontes de todos os dados recolhidos.

Funções do PAM e das ONG nas avaliações da segurança alimentar

Regra geral, o PAM é responsável por:• prestar aconselhamento e assistência ao Governo na avaliação da situação e das

necessidades alimentares e na determinação das melhor forma de dar resposta aessas necessidades;

91Secção 3 / Capítulo 2: Avaliação da segurança alimentar

3. Garantir a transparência (e fornecer feedback).Adoptar procedimentos normalizados e consensuais de recolha de dados e garantir queos dirigentes comunitários, as autoridades locais e outros organismos oficiais compre-endam o processo de recolha de dados, as abordagens analíticas utilizadas e, por con-

sequência, e as bases em que assentam asconclusões. Comunicar as conclusões aestes grupos, bem como a outros parceirosque intervêm no processo de avaliação.Sempre que possível, disponibilizar osdados não tratados às outras partes interes-sadas, para permitir que verifiquem asconclusões, para os incentivar a efectua-ram a sua própria análise e para criar con-fiança (no entanto, nalgumas situaçõespoderá ser necessário preservar a confi-dencialidade de algumas informaçõesmais sensíveis). Fornecer feedback a todos os interlocu-

tores sobre os resultados e as recomendações da avalia-ção e mantê-los informados sobre as decisões tomadas na sequência da avaliação.

4. Promover o consenso, mas respeitando e registando as divergências deopinião.Tentar promover o consenso entre todas as partes interessadas, incluindo os repre-sentantes da administração central e local e outras organizações e ONG, no que serefere aos resultados da avaliação, à interpretação dos dados e às conclusões. Se nãofor possível chegar a consenso, registar as diferentes opiniões (nomeadamente as dosinteressados a nível local) de forma respeitosa, mutuamente aceitável e construtiva.

5. Dar provas de objectividade; verificar a exactidão dos dados e ser sensí-vel a possíveis distorções.Ser objectivo e dar provas de objectividade e coerência na abordagem adoptada éessencial para conquistar e manter o respeito e a confiança. Avaliar (comparar) asituação de acordo com normas estabelecidas. Obter informações de um amplo lequede indivíduos representativos de todos os diferentes grupos da sociedade, especial-mente das mulheres e dos grupos de baixo nível de rendimentos. Ponderar a exacti-dão (a margem de erro provável) dos dados e o significado da mesma para as conclu-sões a extrair ou os cálculos a efectuar. Se os dados forem aproximativos, reconheceresse facto, especificando ordens de grandeza, de preferência a valores absolutos. Terem atenção os possíveis preconceitos pessoais que influenciaram as percepções e asinformações (incluindo os da equipa de avaliação).

90 Como colaborar com o PAM

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93Secção 3 / Capítulo 2: Avaliação da segurança alimentar

Parcerias nacionais de base alargada

São estabelecidas parcerias nacionais de base alargada nos seguintes casos:• quando a avaliação é efectuada com base num acordo prévio sobre os métodos,

as normas, as funções e as responsabilidades;• geralmente participa na parceria um órgão ou uma taskforce de coordenação

efectiva, que reúne regularmente com os principais parceiros da avaliação dasegurança alimentar.

É frequente as parcerias nacionais de base alargada serem dirigidas superiormentepelo Governo, quando este tem capacidade para o fazer, e geralmente contam com aparticipação de ONG, entidades governamentais, organizações internacionais e doa-dores, enquanto parceiros principais com um estatuto de igualdade.

• colaborar com o coordenador residente/coordenador humanitário das NaçõesUnidas, com o OCHA e com outros parceiros das Nações Unidas (nomeada-mente o ACNUR, em situações que envolvem refugiados, e a UNICEF, emactividades de vigilância nutricional);

• determinar a resposta mais adequada (ajuda alimentar ou não alimentar) e, casosejam necessárias transferências de produtos alimentares, se é necessária ajudaalimentar do PAM;

• avaliar os tipos e as quantidades específicas de produtos alimentares que o PAMdeverá mobilizar e quando e como esses produtos deverão ser entregues e distri-buídos, caso seja necessária a ajuda alimentar do PAM.

Na maior parte dos casos, o PAM assume estas responsabilidades em parceria comentidades governamentais, instituições nacionais ou internacionais, ONG e organi-zações das Nações Unidas.

As ONG não desempenham funções predeterminadas nas avaliações da segurança alimen-tar. As funções e responsabilidades de uma ONG no âmbito de uma avaliação da seguran-ça alimentar variam em função das circunstâncias, das competências e conhecimentos espe-cializados da ONG em matéria de segurança alimentar e do tipo de avaliação. A ONGpode colaborar com o PAM na concepção e na execução de uma avaliação, participandoactivamente em todas as fases da avaliação, desde o planeamento e a concepção até à reali-zação de entrevistas e de análises, mas a sua intervenção pode ser também muito mais secun-dária, por exemplo, limitando-se a disponibilizar pessoal para a realização das entrevistas.

De um modo geral, podem ser estabelecidos quatro tipos de parcerias para efectuaruma avaliação da segurança alimentar:1. parcerias regionais2. parcerias nacionais de base alargada3. parcerias lideradas pelo PAM ou conjuntamente pelo PAM e por outra organização4. avaliações dirigidas pela ONG, em nome do PAM.

Parcerias regionais

São estabelecidas parcerias regionais nos seguintes casos:• quando as avaliações são efectuadas em resposta a uma emergência que afecta

vários países;• quando existem organizações regionais como a SADC, na África Austral, ou o

Comité Inter-Estados de Luta Contra a Seca no Sahel (CILLS), na África Ocidental,que podem coordenar a avaliação. Nesse caso as ONG normalmente só participamatravés da sua relação com a organização regional. Quando não existe uma organi-zação desse tipo, o escritório regional do PAM pode desempenhar essas funções.

92 Como colaborar com o PAM

Exemplo de uma parceria regional:SADC e VAC, no Malawi

Em resposta à crise alimentar regional registada em 2002 na África Austral, foi efectua-da uma avaliação em profundidade no Malawi, no âmbito da actividade de um ComitéRegional de Avaliação da Vulnerabilidade (VAC) constituído por 6 países e presididopela Direcção de Alimentação, Agricultura e Recursos Naturais (FANR) da SADC.Participavam no VAC as autoridades nacionais e regionais, o PAM e outras organizaçõ-es das Nações Unidas e 6 ONG internacionais: Africare, Action Against Hunger, ConcernUniversal, CADECOM, Save the Children (UK) e World Vision.

CAIXA 8

Exemplo de uma parceria nacional de base alargada: QuéniaO Kenya Food-security Steering Group (Grupo de Coordenação da SegurançaAlimentar do Quénia), que é tutelado pelo Gabinete do Primeiro Ministro e em queparticipam vários ministérios e organismos governamentais, o PAM, a UNICEF, aUSAID-FEWSNET e algumas ONG importantes, elaborou procedimentos de realizaçãode avaliações rápidas da segurança alimentar quando se verifica uma deterioraçãodos indicadores de alerta prévio. No âmbito destes procedimentos, consignados nummanual de avaliação no terreno (Field Assessment Handbook), equipas formadas porfuncionários da administração central e distrital e por representantes do PAM, da UNI-CEF, das ONG que executam actividades na área e das organizações doadoras execu-tam as avaliações, de acordo com uma metodologia claramente definida e utilizandoum instrumento de recolha de dados e um modelo de relatório normalizados (paramais pormenores, ver Rapid Food-security Assessment Missions in Kenya, Missões deavaliação rápida da segurança alimentar no Quénia).

CAIXA 9

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94 95Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 2: Avaliação da segurança alimentar

Anexos:Anexo 1: Avaliações conjuntas do PAM e de outros organismos das Nações Unidas.

Outras leituras e referências:ACNUR/PAM. 2004. Joint Assessment Guidelines (with Tools and Resource materials).

PAM. 2005. Emergency Food-Security Assessment Handbook. Roma.

PAM. 2004. Vulnerability Analysis: Concepts and Case Studies in Emergency,Recovery and Development Settings.

PAM. 2004. Strengthening Emergency Needs Assessments: EFSA Handbook & DraftImplementation Plan. Report on the WFP Technical Meeting. 8 July 2004. Roma.

PAM. 2003. Key Issues in Emergency Needs Assessment. Volume 1: Report of theTechnical Meeting and Volume 2: Background Technical papers. 28-30 October 2003.Roma.

PAM. 2000/03. Food and Nutrition Handbook. Roma.

Para material de orientação sobre os estudos VAM, ver http://vam.wfp.org.

Participação das ONG nas avaliações:alguns números

Em 2004, entre 30% e 40% de todas as avaliações de emergência da segurança alimen-tar foram efectuadas por ONG.

Em 2004, no número total de avaliações em que as ONG participaram juntamente como PAM:• cerca de 75% das ONG participaram em avaliações iniciais;• cerca de 25% das ONG participaram em avaliações rápidas;• cerca de 5% das ONG participaram em avaliações em profundidade.

Em 2004, a maioria das ONG que participaram em avaliações fizeram-no nas fases daconcepção, das entrevistas e da análise.

Fonte: WFP, ODAN 2005, Annual Reporting exercise on partnership through DACOTA.

CAIXA 11Parcerias lideradas pelo PAM ou conjuntamente pelo PAM e por outraorganização

Estas parcerias são estabelecidas nos seguintes casos: • quando não existe um órgão de coordenação organizado, não há tempo para o

organizar ou o Governo não tem caapcidade para o fazer, o PAM , sozinho ouem colaboração com outra organização (governamental, internacional, ou nãogovernamental), pode assumir a responsabilidade pelo planeamento e pela exe-cução da avaliação.

Avaliações executadas por uma ONG, em nome do PAM

Quando o PAM não tem capacidade para efectuar a avaliação e/ou as ONG dispõ-em das necessárias competências e têm uma presença forte na zona, o PAM podecontratar uma ONG para efectuar uma avaliação da segurança alimentar. Nestas cir-cunstâncias, a ONG será responsável por todas as fases da avaliação, com um con-tributo limitado do PAM.

Exemplo de uma parceria liderada conjuntamente:Haiti

Entre Setembro e Novembro de 2004, o PAM e uma ONG, a Action Contre la Faim(ACF), estabeleceram uma colaboração estreita, para efectuar uma avaliação da segu-rança alimentar e da vulnerabilidade da população do Haiti, centrada nos padrões deconsumo dessa população. A ACF assumiu a responsabilidade pelos aspectos derecolha e registo dos dados da avaliação, ao passo que o PAM se responsabilizou pelafase preparatória de avaliação e análise dos dados (para mais pormenores, ver o rela-tório de análise de segurança alimentar e vulnerabilidade no Haiti, emhttp://vam.wfp.org).

CAIXA 10

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O principal contributo do PAM para os progra-mas de ajuda humanitária são os produtos ali-mentares. Mas os produtos alimentares podemser utilizados de muitas formas diferentes(opções de resposta) para prestar apoio a pesso-as pobres que têm fome. Quando se verifica queé necessário prestar ajuda alimentar, a escolha daopção a pôr em prática depende da natureza doproblema e do tipo de pessoas que necessitam de ajuda alimentar. Depois de a natureza ea extensão do problema terem sido determinados através da avaliação das necessidades, énecessário decidir que opção de resposta será mais adequada para resolver o problema.

Tipos de opções de resposta

As principais opções de resposta de que o PAM dispõe são enumeradas mais adian-te, no Quadro 3 (adaptado do manual do PAM Emergency Food Security AssessmentHandbook [2005]).13

97Secção 3 / Capítulo 3: Identificação de opções de resposta

SECÇÃO 3 / CAPÍTULO 3

Identificaçãode opções de resposta

_____________________13. Além das opções de resposta apresentadas seguidamente, que o PAM apoiará directamente, são também referi-dos no manual os programas que o PAM não poderá talvez apoiar directamente.

Além das avaliações da segurança alimentar referidas no texto principal, o PAM e outros parceiros desegurança alimentar podem ser solicitados a participar em avaliações multi-sectoriais, tais como:

• Avaliações interagências apoiadas pela equipa da ONU no país e pelo UNDAC, na sequência degrandes catástrofes naturais.

• Apelo Consolidado Interagências lançado pelo OCHA: avaliações interagências, em caso de gran-des emergências ou de emergências complexas.

• Avaliações conjuntas ACNUR-PAM, em situações que envolvem refugiados (e nalguns casos emsituações que envolvem pessoas deslocadas internamente, em que o ACNUR participa a pedido doSecretário-Geral das Nações Unidas).

• Missões FAO-PAM de avaliação das culturas e do abastecimento alimentar, em caso de crises gra-ves da produção agrícola causadas por catástrofes naturais (incluindo ataques de pragas) ou conflitos.

• Avaliações pós-conflito da ONU-Banco Mundial, designadas por vezes pelo nome de Missões deAvaliação Conjunta; avaliações multilaterais das necessidades em situações de pós-conflito.

• Avaliação Comum do País (CCA): uma análise interagências da situação do país em termos de des-envolvimento. O PAM (sozinho ou em colaboração com a FAO) efectua uma avaliação da situação desegurança alimentar do país para a avaliação comum do país.

• Documento de Estratégia de Redução da Pobreza (DERP): elaborado sob a direcção do Governo edo Banco Mundial. O DERP examina a fase de reconstrução de um país na sequência de uma catástro-fe e o PAM presta o seu contributo analisando a relação entre a segurança alimentar e a pobreza duran-te essa fase e propondo estratégias de resposta a essa relação.

96 Como colaborar com o PAM

Anexo 1: Avaliações conjuntas do PAM e de outros organismos dasNações Unidas

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Princípios básicos de identificação da opção de resposta correcta

O PAM elaborou uma matriz que presta apoio aos gestores na escolha da opção deresposta mais adequada, em função da natureza e do contexto do problema. A matriz(reproduzida no Quadro 3) indica a opção de resposta específica que poderá ser maisadequada, prestando também as informações necessárias para decidir se essa opção érealmente a mais adequada.

Funções das ONG na selecção de opções de resposta

As ONG participam com frequência na selecção das opções de resposta, podendoessa participação assumir várias formas diferentes:

Em continuação das actividades de avaliação da segurança alimentar:Quando uma ONG participa na avaliação da segurança alimentar, no âmbito de umaavaliação de base alargada, de uma avaliação dirigida pelo PAM ou de uma avaliaçãodirigida pela ONG, e caso esteja interessada em conceber uma resposta para a situa-ção, pode ser convidada a elaborar uma proposta de projecto a apoiar pelo PAM.

Em continuação de actividades de um projecto preexistente da ONG:Quando uma ONG está já a colaborar com uma instituição como uma escola ou umhospital ou a executar certos tipos de projectos (por exemplo, de “Alimentos a trocode trabalho”), essa ONG pode chegar à conclusão de que as suas actividades são sus-ceptíveis de apoiar também objectivos do PAM, funcionando como mecanismos dedistribuição da ajuda alimentar. Nessas circunstâncias, a ONG poderá contactar oPAM, apresentando-lhe uma proposta de projecto, ou ser contactada pelo PAM.

Outras leituras e referências:PAM. 2005. Emergency Food-Security Assessment Handbook. Capítulo 13. Roma.

PAM. 2000/03. Food and Nutrition Handbook. Roma.

Para mais pormenores sobre opções de resposta específicas, ver ProgrammeGuidance Manual do PAM.

99Secção 3 / Capítulo 3: Identificação de opções de resposta

Quadro 3: Opções de resposta do PAM, em função do tipo de problema

98 Como colaborar com o PAM

1) Respostas a problemas de disponibilidade e/ou de acesso aos alimentos e aos modos de subsistência

a) Transferências alimentares destinadas a prestar assistência às famílias

Distribuição alimentargratuita

Distribuição gratuita de rações às famílias necessitadas. As rações são concebidas demodo a compensar insuficiências do acesso das famílias aos alimentos. Essa distribui-ção pode ser “geral”, ou seja, abranger todas as famílias de uma zona ou de uma popu-lação específica, ou abranger apenas famílias seleccionadas de grupos específicos.

Alimentos a troco de trabalho

Fornecimento de uma ração alimentar como pagamento de um trabalho, por exem-plo, de recuperação ou construção das infra-estruturas necessárias ao exercício deactividades de subsistência específicas (tais como canais de rega, tanques de pisci-cultura, estradas rurais, cais fluviais) ou de serviços comunitários (tais como infra-estruturas de saúde). Esta opção pode incluir também incentivos à execução de tra-balhos necessários na sequência de uma catástrofe que exigem pouca supervisãotécnica (por exemplo, trabalhos de limpeza depois de uma cheia ou de um ciclone).

Alimentos para a formação

Fornecimento de alimentos como incentivo, para permitir (e incentivar) que osmembros de famílias em situação de insegurança alimentar frequentem acções deformação destinadas a melhorar as suas competências, para que possam melhoraros seus modos de subsistência ou a sua produção alimentar ou ter acesso a opçõesque lhes permitam obter rendimentos suplementares.

Permuta de alimentospor outros produtos

Fornecimento de alimentos às famílias rurais afectadas, a troco da sua própria pro-dução agrícola (ou pecuária) para a qual não existem temporariamente possibilida-des de escoamento no mercado local.

b) Transferências alimentares destinadas a prestar assistência a indivíduos (e que beneficiam também as suas famílias)

Programas de assistência anível de bairro ou de família

Fornecimento de alimentos a órfãos ou crianças vulneráveis, no contexto de umaincidência elevada de VIH/SIDA.

Alimentação escolar Fornecimento de uma refeição completa ou uma refeição ligeira, equilibrada enutritiva, a crianças/adolescentes, na escola.

Alimentos para outras insti-tuições de serviços sociais

Fornecimento de alimentos a orfanatos,centros de acolhimento de crianças desacompanha-das,lares de idosos ou deficientes,hospitais e centros de saúde onde há doentes internados.

2) Respostas à subnutrição

a) Correcção de níveis elevados de subnutrição global aguda

Alimentação terapêutica Tratamento médico e nutricional destinado a salvar a vida de indivíduos que sofrem desubnutrição grave.O tratamento pode ser ministrado no local (em centros de saúde ou emcentros de alimentação terapêutica criados especialmente para o efeito) ou, quando oscasos estão dispersos do ponto de vista geográfico,fornecendo rações para levar para casae garantindo um acompanhamento a nível comunitário, efectuado por trabalhadores desaúde com formação específica (assistência terapêutica de base comunitária).

Alimentação suplementar Distribuição de suplementos alimentares que fornecem a energia e outros nutrientesdestinados a completar a dieta básica de indivíduos subnutridos ou que têm necessi-dades nutricionais especiais. Estes alimentos podem ser fornecidos sob a forma deuma ração para levar para casa ou de alimentos cozinhados ou papas a consumir nolocal. Estes alimentos são fornecidos em complemento da quota-parte da ração geralque cabe ao indivíduo, quando está a ser também efectuada uma distribuição geral.

b) Correcção ou prevenção de carências em micronutrientes

Alimentos enriquecidos Alimentos enriquecidos com nutrientes específicos (nomeadamente vitaminas eminerais), quando o teor de micronutrientes da dieta geral é muito insuficiente.

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A selecção dos beneficiários é umprocesso no âmbito do qual sãoidentificadas as zonas e as pessoasespecíficas que necessitam de assis-tência. Esta selecção é necessáriapara garantir uma utilização óptimade recursos limitados e que a assis-tência seja prestada a quem delanecessita.

Há dois tipos de selecção dos bene-ficiários:• Selecção geográfica (identificação de zonas geográficas). A

selecção geográfica consiste em identificar as zonas geográfi-cas onde a população necessita de alimentos e em decidir setoda a população dessa zona precisa de alimentos. Caso con-trário, deve ser efectuada uma selecção a outro nível: o dasfamílias ou dos indivíduos.A selecção geográfica geralmenteé efectuada no âmbito da avaliação da segurança alimentar.

• Selecção das famílias ou dos indivíduos (identificação de beneficiários específi-cos). A selecção das famílias ou dos indivíduos é geralmente efectuada como umaactividade distinta, pois em muitos casos as avaliações das necessidades não sub-dividem a população de uma zona geográfica em função das necessidades ou,quando o fazem, identificam categorias de pessoas que necessitam de ajuda ali-mentar (viúvas, trabalhadores rurais sem terra, etc.), mas não identificam especi-ficamente os indivíduos que pertencem a essas categorias. O objectivo da selec-ção consiste em determinar se se justifica uma selecção das famílias ou dos indi-víduos e, se for esse o caso, em estabelecer sistemas de identificação dos mem-bros de uma população que pertencem a categorias vulneráveis.

101Secção 3 / Capítulo 4: Selecção dos beneficiários

SECÇÃO 3 / CAPÍTULO 4

Selecçãodos beneficiários

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• os objectivos relacionados com a selecção de beneficiários são acordados entre asautoridades coordenadoras, os representantes de ambos os sexos da populaçãoafectada e as organizações responsáveis pela execução do programa;

• os critérios de selecção estão claramente documentados, tanto ao nível dos gru-pos da população, como ao nível da localização geográfica;

• o sistema de distribuição é objecto de controlo, para assegurar que os critériosde selecção são respeitados.

Além disso, os erros na selecção devem ser minimizados das seguintes formas:• adoptando simultaneamente abordagens múltiplas, por exemplo, seleccionando

algumas famílias de acordo com critérios socioeconómicos e seleccionando ascrianças subnutridas para um programa de alimentação, a fim de garantir a exis-tência de uma rede de protecção social para as pessoas excluídas da distribuiçãoàs famílias.

Participação das ONG na selecção dos beneficiários

As ONG nacionais e, em muitos casos, as ONG internacionais trabalham durantelongos períodos de tempo com as comunidades e estabeleceram relações duráveiscom essas comunidades. Por esta razão, dispõem com frequência dos conhecimen-tos em profundidade necessários para ajudar a decidir quais são as opções de selec-ção mais adequadas, garantindo assim que o PAM preste a sua ajuda alimentar às pes-soas certas, no momento certo.

103Secção 3 / Capítulo 4: Selecção dos beneficiários

Opções de selecção

O método de selecção será provavelmente determinado em grande medida pela natu-reza do problema e pela opção de resposta escolhida para o resolver. De um modogeral, há quatro opções principais, que são função dos seguintes aspectos:1. Frequência de uma instituição: todos os membros da população que são elegí-

veis para recorrer aos serviços de uma instituição (por exemplo, uma escola, umhospital ou um curso para mulheres grávidas) recebem assistência.

2. Estado nutricional: é prestada assistência a todos os indivíduos cujo percentil depeso é inferior à média ou que sofrem de carências nutricionais diagnosticáveis.

3. Estatuto socioeconómico: é prestada assistência a todos os membros de “grupos vul-neráveis”. Neste caso a selecção dos beneficiários pode ser feita por organizaçõescomunitárias, pela administração local ou, nalguns casos, recorrendo a questionários.

4. “Auto-selecção”: é prestada assistência àqueles que optam por a aceitar. Neste casoa selecção é normalmente efectuada através de mecanismos que levam a que a assis-tência só tenha interesse para os mais carenciados: distribuição de alimentos espe-cíficos, programas de alimentos a troco de trabalho ou intervenções no mercado.

Princípios básicos de selecção

A selecção de famílias provavelmente só constituirá um método adequado nosseguintes casos14:• quando há diferenças facilmente identificáveis entre a população alvo e a restan-

te população;• quando a população alvo prevista constitui uma minoria da população total (ou

seja, é inferior a 50% do total);• quando é operacionalmente viável, eficaz em termos de custos e cultural, política e

socialmente aceitável efectuar uma distribuição dirigida a beneficiários selecciona-dos e quando essa distribuição não depara com a oposição de grupos poderosos;

• quando as organizações responsáveis pela execução estão implantadas há muitona comunidade ou conhecem bem essa comunidade;

• quando a comunidade compreende e coopera com a estratégia de selecção dosbeneficiários.

Em todos os casos em que é aplicada uma estratégia de selecção dos beneficiários15: • os beneficiários da ajuda alimentar devem ser seleccionados com base nas suas neces-

sidades alimentares e/ ou na sua vulnerabilidade em relação à insegurança alimentar;

102 Como colaborar com o PAM

Prestar ajuda alimentar às pessoas afectadas peloHIV/SIDA - o papel das ONG

O PAM presta ajuda alimentar a pessoas infectadas pelo VIH e às suas famílias, ou apessoas cuja vida ou modo de subsistência foram afectados negativamente devido àsua associação estreita com uma família ou com um membro da comunidade infecta-do pelo VIH/SIDA ou que morreu com sida ou com uma doença relacionada com asida, quando essas pessoas não têm acesso a alimentos em quantidade suficiente. Acolaboração entre as ONG e o PAM neste domínio tem sido preciosa. O conhecimentoque muitas ONG têm das comunidades onde trabalham permite que o PAM identifi-que e seleccione mais facilmente as pessoas afectadas pelo VIH/SIDA como beneficiá-rios da sua ajuda alimentar. Os contactos estreitos que muitas ONG mantêm com ascomunidades permitem também que essas organizações concebam estratégias des-tinadas a reduzir o estigma ligado ao VIH/SIDA e, portanto, facilitem a atribuição daajuda alimentar às pessoas afectadas.

CAIXA 12

_____________________14. Adaptação de Sharp K (2001): An overview of targeting approaches for food assisted programming, CARE USA.15. Extraído de O Projecto Esfera (2004): Manual Esfera: Carta Humanitária e Normas Mínimas de Resposta Humanitáriaem Situações de Desastre.

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No processo de concepção do projectodevem ser tidas em conta as questõesenumeradas seguidamente, para elabo-rar um documento que defina os seguin-tes aspectos:• justificação do projecto: porque é

que a ajuda alimentar é necessária equal é o impacto previsto da utiliza-ção da ajuda alimentar (ver Capítulo 2 da presente secção);

• número, localização e tipo de beneficiários (ver Capítulo 2da presente secção);

• mecanismo de resposta (ver Capítulo 3 da presente secção),com pormenores sobre o funcionamento desse mecanismo:

• mecanismos de selecção dos beneficiários que serão utiliza-dos (ver Capítulo 4 da presente secção);

• localização das distribuições;• ração que os beneficiários receberão;• número total de toneladas e tipos de alimentos necessários;• recursos não alimentares necessários e como serão obtidos;• custos do projecto e recursos financeiros a atribuir pelo PAM, se for caso disso;• instalações de armazenamento disponíveis e condições de armazenamento;• outros.

Princípios básicos de concepção do projecto

Não existe um modelo global normalizado que as ONG devam respeitar na concep-ção do projecto. A maioria dos escritórios do PAM nos países têm o seu própriomodelo e prestam aconselhamento sobre a forma como deve ser utilizado. Porém, asONG e outros parceiros terão em conta em todos os casos os seguintes princípios,que o PAM deve observar:

105Secção 3 / Capítulo 5: Concepção do projecto

SECÇÃO 3 / CAPÍTULO 5

Concepção do projectoOutras leituras e referências:PAM. 2005. Emergency Food-Security Assessment Handbook. Roma. Ver Capítulo 13 para uma lista de perguntas a formular para decidir se a selecção dosbeneficiários é adequada ou viável.

Para uma análise mais aprofundada de algumas das questões relacionadas com aselecção dos beneficiários da assistência em operações prolongadas de assistência arefugiados, ver:ACNUR/PAM. 2000. Food-Security Assessments, Self-Reliance, Targeting andPhasing Out in Ongoing Refugee Situations. Report of an Inter-Agency workshop.November 1999. Ver Capítulo 5. Algumas das questões analisadas são também rele-vantes em situações que não envolvem refugiados.

Para exemplos específicos de selecção dos beneficiários da ajuda alimentar e algunsdos problemas que se podem colocar, ver:Taylor, A. & Seaman, J. 2004. Targeting Food Aid in Emergencies. EmergencyNutrition Network (ENN) Special Supplement.

Mathys, E. 2003. Community Managed Targeting and Distribution of Food Aid: AReview of Experience of Save the Children (UK) in Southern Africa. Save theChildren UK.

104 Como colaborar com o PAM

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O projecto deve:• satisfazer as necessidades nutricionais específicas das mulheres e das adolescen-

tes grávidas e lactantes e promover a sua sensibilização para as questões de saúdee nutrição (Compromisso Reforçado I);

• alargar as actividades de promoção da escolarização das crianças do sexo femini-no (Compromisso Reforçado II);.

• garantir que as mulheres beneficiem pelo menos em igual medida dos activoscriados através de acções de formação apoiadas pela distribuição de alimentos ede programas de trabalho a troco de alimentos (quando as opções de resposta sãoessas) (Compromisso Reforçado III);

• contribuir para o controlo dos alimentos pelas mulheres na distribuição de ajudaalimentar às famílias (quando a opção de resposta escolhida implica a distribui-ção de rações às famílias) (Compromisso Reforçado IV);

• garantir que as mulheres participem em igualdade de condições nos comités dedistribuição de produtos alimentares e noutros órgãos locais relacionados com oprograma (Compromisso Reforçado V);

• garantir que a dimensão da igualdade entre os sexos seja integrada em todas asactividades de programação (Compromisso Reforçado VI);

• contribuir para criar um clima de reconhecimento da importância das mulheresno que se refere a assegurar a segurança alimentar da família e de incentivo à par-ticipação de homens e mulheres na redução das desigualdades entre os sexos(Compromisso Reforçado VII);

• fazer progressos em direcção à igualdade entre os sexos na composição do pes-soal do PAM e do ponto de vista da igualdade de oportunidades e funções;garantir que as políticas de recursos humanos tenham em conta as questões daigualdade entre os sexos e permitam compatibilizar as prioridades de ordem pes-soal e profissional dos membros do pessoal (Compromisso Reforçado VIII).

5. A ração distribuída é adequada e aceitável, tendo em conta os factoressocioeconómicos e nutricionaisPara mais informações sobre a composição da ração, ver Anexo 2.

6. Participam na concepção do projecto membros da comunidade benefi-ciária e de outras partes interessadas, na medida do possívelExistem mecanismos de consulta e informação da comunidade beneficiária durantetodo o ciclo de vida do projecto.

7. São tidos em consideração os riscos físicos para os beneficiários, o pes-soal do PAM, as ONG ou outras partes interessadasO projecto foi concebido de forma a minimizar esses riscos.

107Secção 3 / Capítulo 5: Concepção do projecto

1. A necessidade de ajuda alimentar, bem como o número, o tipo e a localiza-ção dos beneficiários, baseiam-se numa avaliação credível das necessidadesPara mais informações sobre os princípios básicos de avaliação das necessidades ali-mentares, ver Capítulo 2 da presente secção.

2. A ajuda alimentar é utilizada para realizar um dos cinco objectivos estra-tégicos do PAMOs objectivos estratégicos do PAM são os seguintes: 1. salvar vidas em situações de crise;2. proteger os modos de subsistência em situações de crise e aumentar a capacida-

de de resistência às crises;3. apoiar a melhoria do estado nutricional e de saúde das crianças, das mães e de

outras pessoas vulneráveis;4. apoiar o acesso ao ensino e reduzir as desigualdades entre os sexos no acesso ao

ensino e à formação profissional;5. prestar apoio aos governos na criação e gestão de programas nacionais de assis-

tência alimentar.

3. O projecto foi concebido de acordo com um quadro lógico e com umaabordagem de gestão centrada nos resultados (RBM)O que significa, no mínimo, que:• Há uma relação clara entre:

I. o impacto previsto da ajuda alimentar (que deve satisfazer um ou maisobjectivos estratégicos);II. os efeitos previstos do projecto (que o projecto produzirá);III. as actividades que serão executadas;IV. os recursos necessários para executar essas actividades.

• Foram tidos em consideração os pressupostos formulados sobre a relação entreos recursos e o impacto e foram identificados os riscos que podem obstar a queos recursos produzam o impacto desejado.

• Na concepção do projecto são claramente definidos os critérios de avaliação doêxito do projecto: os indicadores que serão medidos para avaliar os progressosdo projecto no que se refere à criação de produtos e à produção de efeitos. VerCapítulo 8 da presente secção sobre acompanhamento e avaliação.

Para mais informações sobre a concepção de projectos centrados nos resultados e oquadro lógico, ver Anexo 1.

4. A concepção do projecto respeita os Compromissos Reforçados a favordas Mulheres do PAM (ECW)

106 Como colaborar com o PAM

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109Secção 3 / Capítulo 5: Concepção do projecto

Anexo 1: Quadro lógico

EfeitoMaior produtividade das

explorações agrícolas familiares

EfeitoMelhoria da

distribuição alimentar

Actividade Formação do pessoal

do PAM e dos parceirosde execução

ActividadeCriação de comitésde gestão alimentar

ActividadeConcepção e execuçãode acções de formação

dos agricultores

Resultados

Recursos

ProdutoAT ao reforço da capacidade

institucional de instituições locais

ProdutoAgricultores locais

recebem assistência técnica

ProdutoTrabalhadores locais participam

no programa “alimentos por trabalho”

ImpactoOferta alimentar mais abundante

e mais estável a famílias-alvo

Anexos:Anexo 1: Quadro lógico.Anexo 2: Factores a ter em consideração na escolha dos produtos que compõem aração alimentar.

Outras leituras e referências:Para mais informações sobre a gestão centrada nos resultados e o quadro lógico:PAM. 2003. Gestão Centrada nos Resultados. Guia de Orientações. Roma. PAM. 2003. Monitoring and Evaluation Guidelines. Roma.Ver também secção sobre o quadro lógico no Programme Guidance Manual do PAM.

Para mais informações sobre a composição da ração alimentar:PAM/OMS/UNICEF/ACNUR. 2002. Food and Nutrition Needs in Emergencies.PAM. 2002. Emergency Field Operations Pocketbook (Manual de Operações deEmergência no Terreno). Roma.PAM. 2000/03. Food and Nutrition Handbook. Roma.

Para mais informações sobre os Compromissos Reforçados a favor das Mulheres do PAM:PAM. 2005. Guidelines on the Implementation of the Enhanced Commitments toWomen. Roma.

Participação das ONG na concepção do projecto

Para a participação das ONG na identificação das opções de resposta, ver Capítulo3 da presente secção; para um modelo de proposta de projecto, ver Anexo 2,Capítulo 2 da Secção 2.

108 Como colaborar com o PAM

Exemplo de concepção de um projecto conjunto PAM-ONGO PAM e a World Vision International estão a executar um projecto piloto conjunto de preven-ção do HIV/SIDA e alimentação escolar destinado a melhorar a resposta das duas organizaçõ-es ao VIH/SIDA e, nomeadamente, ao impacto dessa infecção nas mulheres e nas crianças. OPAM fornece alimentos às escolas situadas em zonas onde existe insegurança alimentar e umaincidência elevada de VIH/SIDA. A World Vision International, por outro lado, contribui com acti-vidades de prevenção do VIH/SIDA que incluem educação no domínio da prevenção doVIH/SIDA, formação de professores no domínio do VIH/SIDA e teatro comunitário de sensibili-zação para o VIH/SIDA. Este projecto piloto está a ser executado em 5 países: Burundi, Ruanda,Mauritânia, Serra Leoa e Uganda. Na Serra Leoa acaba de ser lançado um projecto conjunto de“Melhoria da Alimentação Escolar e das Competências para a Vida”destinado a promover a ins-crição e a frequência escolar em 197 escolas primárias, sendo também ministrada educação nodomínio da prevenção do VIH/SIDA, com o objectivo de reduzir o risco de infecção entre os alu-nos, os professores, os pais e nas comunidades circundantes.

CAIXA 13

Resumo em nove etapas da utilização do Quadro LógicoSão descritas seguidamente as nove etapas básicas de concepção de um programa/projecto utilizandoo Quadro Lógico.O princípio de acordo com o qual esse trabalho é organizado consiste em partir do geral para o espe-cífico, pois dessa forma é mais fácil chegar a consenso. Observe-se também que o processo de concep-ção do projecto é iterativo, ou seja, que antes de tomar uma nova decisão é necessário rever e aperfei-çoar as decisões anteriores.O ponto de partida é a lógica vertical, ou seja, a primeira coluna da esquerda da matriz. Em seguidaidentificam-se vários pressupostos-chave (quarta coluna) e depois tentam-se introduzir indicadores emetas (terceira coluna) na definição geral dos objectivos. Finalmente volta-se atrás e completa-se amatriz do projecto.1. Definir o Objectivo Global.2. Definir a Finalidade.3. Definir a Estratégia de Produto a adoptar para atingir a Finalidade.4. Identificar as Actividades-chave para cada Produto.5. Identificar os Pressupostos-chave e os Riscos.6. Verificar a Lógica Vertical.7. Definir os Indicadores de Desempenho, por vezes designados pelo nome de Indicadores

Objectivamente Verificáveis, para cada um dos níveis e verificar a Lógica Horizontal.8. Acrescentar os Meios de Verificação; a abordagem de acompanhamento e avaliação.9. Rever a concepção com a Lista de Controlo da Qualidade da Concepção.

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Em muita parcerias PAM/ONG, a ONG é responsável por assegurar que os produ-tos alimentares sejam mantidos em segurança e em condições óptimas desde a entre-ga dos produtos pelo PAM num ponto de entrega acordado até à sua distribuiçãopela ONG, o que exige competências específicas no desempenho das tarefas dearmazenamento e transporte dos alimentos e de manipulação dos alimentos em geral.

Princípios a respeitar no armazenamento, no transporte e na manipulação dos alimentos

1. Os armazéns devem ser seguros e dispor de estruturas adequadasNa selecção do armazém serão tidos emconta os seguintes aspectos:• situação de segurança na localidade;• características adequadas do edifí-

cio e do recinto;• disponibilidade de equipamento

de movimentação adequado;• disponibilidade de pessoal de

armazém competente;• possibilidade de o armazém ser

utilizado imediatamente; demoras e riscospotenciais se a instalação não puder ser uti-lizada imediatamente;

• disponibilidade de estacionamento decamiões numa zona segura (junto do arma-zém ou situada nas proximidades);

• custos (de aluguer e/ou reparações).

Ver Anexo 1 para os critérios de selecção de insta-lações de armazenamento.

111Secção 3 / Capítulo 6: Armazenamento e movimentação dos produtos alimentares

SECÇÃO 3 / CAPÍTULO 6

Armazenamentoe movimentação dos produtos alimentares

Utilizar o Quadro Lógico em colaboração, para:• Definir os objectivos do programa/projecto (1-3);• Identificar os grupos de actividades básicas para

o planeamento da execução (4);• Definir indicadores de desempenho (5-8);• Estabelecer a distinção entre o efeito do progra-

ma/projecto e o produto do programa/projecto(2 e 3);

• Definir os pressupostos e riscos críticos em quese baseia o projecto (13-16);

• Definir um sistema de acompanhamento e avalia-ção que será o sistema que permitirá retirar liçõesdo projecto (9-12);

• Definir os recursos necessários para a execução (8).

110 Como colaborar com o PAM

Anexo 2: Factores a ter em conta na selecção dos produtos que compõem a ração alimentar

Na selecção dos produtos alimentares devem ser tidos em conta os seguintes aspectos:• Necessidades nutricionais e dietéticas: O cabaz de produtos deve fornecer os nutrientes neces-

sários para garantir que os beneficiários tenham acesso às quantidades de calorias, proteínas, lípi-dos e micronutrientes de que necessitam, tendo em conta as que podem obter de outras origens.

• Hábitos alimentares locais: Os beneficiários devem estar familiarizados com os alimentos, quedevem corresponder aos seus hábitos alimentares tradicionais e respeitar possíveis tabus religiosos.

• Necessidades das crianças e dos idosos: As famílias devem ter capacidade para preparar para ascrianças pequenas alimentos ricos em calorias e fáceis de digerir. Os idosos precisam também dealimentos que mastiguem e digiram com facilidade.

• Facilidade de armazenamento e preparação: Os alimentos devem poder ser armazenados comrelativa facilidade, inclusive a nível das famílias, e preparados utilizando uma quantidade mínima decombustível. Devem ser adaptados às disponibilidades em utensílios de cozinha, água e combustível.

• Relação custos/eficácia, atractividade e valor local: Verificar como é que poderão ser tidos emconta os seguintes aspectos:• custo em relação com o valor nutricional proporcionado aos beneficiários;• valor (de revenda) a nível local: os beneficiários poderão comercializar pequenas

quantidades de produtos, para adquirir no mercado local outros produtos essenciais, tais como frutos e legumes frescos;

• se alguns produtos têm mais probabilidades de ser desviados do que outros; os produtos que não são recebidos pelos grupos alvo ou que lhes são roubados comprometem a viabilidade da operação de ajuda alimentar.

• Outros factores a ter em consideração são os seguintes:• se o cereal deve ser fornecido em grão ou moído e se os alimentos compostos enriquecidos

devem ser produzidos a nível local, em vez de serem importados (ver mais adiante);• se estão disponíveis produtos adequados para compra a nível local ou se podem ser obtidos

localmente alguns produtos, a troco dos produtos da ajuda alimentar (principalmente trigo a granel),bem como a qualidade e o prazo de validade dos produtos disponíveis (ver mais adiante).

Hierarquia de Resultados

Objectivo Global (Impacto)

Indicadores de Desempenho

Pressupostos/Riscos

Acompanhame-nto e AvaliaÁão

Finalidade (Efeito) Relação Finalidade/ Objectivo Global

Produto Relação Produto/ Finalidade

Actividades Recursos Relação Actividade/ Produto

1 5 9 13

2 6 10 14

3 7 11

4 8 12 16

15

Page 16: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

• só são empilhados no exterior produtos como cereal em grão, leguminosas secase óleo alimentar em bidões (não armazenar no exterior farinhas, alimentos com-postos, leite em pó ou produtos enlatados);

• o solo é firme e plano (idealmente com um ligeiro declive, para facilitar a drena-gem); não há riscos de ficar inundado;

• todas as pilhas são assentes em estrados colocados numa plataforma de gravilharodeada de valas de drenagem;

• entre o estrado e a primeira camada é assente uma folha de politeno/PVC cujasbordas são puxadas para cima e entaladas entre a terceira e a quarta camada;

• a pilha é coberta com uma tela impermeável (ou um plástico) entalada a toda avolta da pilha.

5. Devem ser utilizados procedimentos normalizados para registar a recep-ção dos produtos alimentaresTodas as mercadorias que chegam ao ponto de entrega onde os produtos alimenta-res são descarregados, registados, contabilizados e empilhados são acompanhadaspor uma nota de entrega normalizada do PAM.

São efectuadas e registadas na nota de entrega as correcções necessárias em conse-quência do reacondicionamento, dos danos ou perdas sofridas pelas mercadorias oudo pré-posicionamento. Para mais pormenores, ver Quadro 4 que se segue; para omodelo da nota de entrega, ver Anexo 2.

Quadro 4: Procedimentos a observar na recepção das mercadorias numponto de entrega

113Secção 3 / Capítulo 6: Armazenamento e movimentação dos produtos alimentares

2. Os alimentos devem ser armazenados em condições que permitam evi-tar as perdas Os armazéns e outras instalações de armazenamento devem apresentar as seguintescaracterísticas:• portões, vedações, portas, coberturas, janelas, caleiras e algerozes em bom estado;• segurança de todas as fechaduras;• pavimentos sólidos e limpos;• extintores colocados em locais acessíveis;• ausência de sinais de entrada de ratazanas ou ratos;• proibição de fumar no interior e nas proximidades do armazém.

3. Devem ser efectuadas inspecções regulares dos produtos alimentares.Examinar as pilhas por todos os lados; utilizar uma lanterna nos locais escuros; estar atento a:• contentores partidos/rachados;• teias ou casulos de insectos entre os sacos ou nas costuras;• aquecimento (retirar um saco do meio da camada superior);• odores estranhos;• rigidez dos sacos de leite em pó desnatado;• latas enferrujadas ou dilatadas (abrir algumas caixas, seleccionadas aleatoriamen-

te; fechá-las novamente depois da inspecção);• fugas de óleo.

4. As embalagens de produtos alimentares devem ser empilhadas de acor-do com as orientações do PAM.Empilhamento dos produtos no interior do armazém:• produtos, embalagens e remessas diferentes são empilhados separadamente;• há um espaço mínimo de 1 m entre as pilhas e as paredes e pilares;• há um espaço entre a parte de cima das pilhas e a estrutura de cobertura;• há corredores de pelo menos 2 m entre as pilhas, para as operações de carga/des-

carga (num armazém grande onde a entrada de camiões foi autorizada essas pas-sagens devem ter 5-6 m de largura);

• todas as pilhas são assentes em paletes ou em estrados formados por varões cilín-dricos (principalmente no caso das farinhas e dos alimentos compostos);

• as paletes/estrados são planos e regulares, sem pregos ou lascas salientes;• as pilhas são bem ordenadas, alinhadas com a borda do estrado e os contentores

são empilhados com apoios cruzados (os contentores de cada uma das camadassão dispostos de modo a formar um ângulo recto com os da camada inferior);

• os limites de altura são respeitados; as camadas inferiores não devem ficar esmagadas.

Empilhamento dos produtos no exterior do armazém (quando a capacidade interioré insuficiente):

112 Como colaborar com o PAM

Quando chegam as mercadorias Processo – o que deve ser feito Secção da nota de entrega

Quando o camião chega à instalação de armazenamento

• Verificar os detalhes de carregamento(original da nota de entrega, cópia branca).• Contar todas as unidades (conferente demercadorias).

Secção II

• Retirar uma amostra de 10% dos sacos rece-bidos,para verificar o estado das mercadorias.Seo conteúdo estiver danificado,reconstituir o sacode modo a ficar com o peso unitário ou rejeitar amercadoria (nota de entrega,cópia azul).• Registar na nota de entrega o númeroexacto de unidades recebidas em bom esta-do, o número de unidades danificadas e onúmero de unidades em falta.

Secção IV

Quando o camião sai da instalação de armazenamento

• Certificar a recepção na nota de entrega.• Devolver o original da nota de entrega(cópia cor de rosa, para o transportador) comoprova de entrega.

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LEVANTAMENTO DOS ARMAZÉNSAntes de ser tomada uma decisão fundamentada sobre a escolha do armazém deve ser efectuado umlevantamento de todos os armazéns existentes. Este levantamento permitirá não só constatar com fre-quência que a capacidade de armazenamento é superior ao que se pensava, como também identificare quantificar os armazéns que poderão ser utilizados em situações de emergência e, possivelmente,determinar os requisitos adicionais dos armazéns.No âmbito do levantamento deverão ser recolhidas informações sobre os seguintes aspectos:• localização das instalações de armazenamento;• número e dimensões dos armazéns;• capacidade, nominal e efectiva;• materiais de construção;• estado de conservação;• zonas de estacionamento;• acesso rodoviário;• tempo e distância de entrega a partir de um centro de abastecimento;• sustentabilidade para armazenamento de rotina ou de emergência - propriedade;• fonte das informações;• outras observações.

Estas informações podem ser obtidas a partir de registos locais, levantamentos efectuados pelo pesso-al no terreno e informações fornecidas pelo governo, por organizações não governamentais e pelo sec-tor privado. As informações devem ser guardadas numa base de dados informática, para facilitar a res-pectiva actualização.

FUNÇÕES E REQUISITOS DOS ARMAZÉNS PARA A AJUDA ALIMENTARA principal função da maioria dos armazéns para a ajuda alimentar é disponibilizar instalações paramercadorias em trânsito. Em muitos casos o período de armazenamento não pode ser determinadoantecipadamente, mas geralmente é inferior a 12 meses e com frequência a 3 meses.O facto de o armazenamento da ajuda alimentar ser de curto prazo condiciona os principais requisitosdestes armazéns, que são os seguintes:• ser seguro, para evitar os roubos;• proteger as existências da chuva, das inundações, da humidade, do calor e das pragas, nomeada-

mente roedores e aves;• facilitar a recepção e o despacho das mercadorias, nomeadamente ter bons acessos;• permitir a movimentação e o acesso fácil a todas as existências, para fins de inspecção, inventário

físico e controlo das pragas (insectos), quando necessário;• facilidade de manutenção da estrutura do armazém;• condições de trabalho satisfatórias para o pessoal e os trabalhadores.

A segurança é a primeira condição da lista, pois é especialmente importante em armazéns de trânsito,que são abertos com frequência, que se situam frequentemente em cidades e que contêm geralmenteprodutos alimentares em rotação rápida.

EDIFÍCIOS EXISTENTES• Inspecção

Antes de aprovar um edifício já existente (quer tenha sido ou não projectado originalmente paraarmazenar produtos alimentares), devem ser tidos em conta os seguintes aspectos, tomando asmedidas adequadas.

115Secção 3 / Capítulo 6: Armazenamento e movimentação dos produtos alimentares

Anexo 1: Critérios de selecção das instalações de armazenamento6. Procedimentos normalizados a utilizar no registo das existência de pro-dutos alimentares.Estes procedimentos são os seguintes:• as fichas de identificação do material colocadas nas pilhas estão actualizadas;• o inventário de armazém é sistemático e está actualizado;• são mantidos registos separados para produtos semelhantes de origens diferentes;• os procedimentos utilizados para dar baixa dos produtos danificados são escru-

pulosamente respeitados;• as existências físicas correspondem ao balanço de existências tal como consta do

registo, tendo em conta as perdas e danos registados.

No Anexo 3 é apresentado o modelo de uma ficha de identificação.

Participação das ONG no armazenamento e na movimentação dosprodutos alimentares

Juntamente com a distribuição dos alimentos aos beneficiários, o armazenamento e amovimentação dos produtos alimentares nos pontos de entrega são áreas comuns decolaboração entre o PAM e as ONG. Em 2004, cerca de 45% das ONG parceiras decooperação do PAM (internacionais e nacionais) geriam um armazém para o PAM.

A partir do momento em que os produtos alimentares são entregues a uma ONGnos pontos de entrega acordados, esta é responsável por todos os aspectos do arma-zenamento e movimentação dos produtos, até que estes sejam distribuídos aos bene-ficiários.

Se necessário, o PAM prestará formação à ONG sobre os diferentes aspectos doarmazenamento dos produtos alimentares e da gestão do armazém.

Anexos:Anexo 1: Critérios de selecção das instalações de armazenamento.Anexo 2: Modelo de nota de entrega do PAM.Anexo 3: Modelo de ficha de identificação do PAM.Anexo 4: Modelo de relatório de perdas do PAM.

Outras leituras e referências:PAM. 2003. Food Storage Manual. Roma. PAM. 2001. Gestão de Armazéns. Manual para Fiéis de Armazéns de Ajuda Alimentar.Roma.PAM. 2003. Distribution Guidelines (provisional). Roma.

114 Como colaborar com o PAM

Page 18: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

de betão armado será instalando (ou alargando) aberturas de ventilação através do beiral.Podem reti-rar-se 0,6 m da parte de cima do revestimento de cada um dos painéis, se o beiral for suficientemen-te saliente para evitar a entrada da chuva, quando batida pelo vento. As aberturas podem ser protegi-das por uma grade de aço soldada, para segurança, e tapadas com rede metálica, para evitar a entra-da de aves. Nalguns climas pode ser conveniente controlar esta ventilação com coberturas ajustáveis.

• SegurançaA alteração ou beneficiação mais frequente de um edifício existente é a construção de uma veda-ção de segurança. A vedação deve ter pelo menos 3 metros de altura e ser de malha metálica forte,fixa a postes de aço. A vedação deve ficar a uma distância de 3 metros de todos os edifícios e serbem iluminada durante a noite.

• GestãoOs edifícios velhos exigem uma gestão muito mais cuidadosa do que as novas construções. É muitoimportante que seja designada como responsável pelo armazém pelo menos uma pessoa com anecessária formação. É mais fácil gerir um edifico térreo, mas os edifícios com vários pisos não serãoexcluídos necessariamente. Foram já utilizadas anteriormente com bons resultados como armazénspara a ajuda alimentar instalações escolares, prisionais ou administrativas. No entanto, as boas con-dições de armazenamento a longo prazo dependerão da utilização de estruturas adequadas e deuma boa gestão dessas estruturas. Devem estar disponíveis estrados de boa qualidade.

• SegurançaOs edifícios devem ser à prova de roubo, com fechaduras fortes em todas as portas e protecção ade-quada de todas as aberturas.Nalgumas situações será necessário contratar guardas e pode ser neces-sário construir uma vedação de segurança com iluminação adequada em volta de todo o recinto.

• LocalizaçãoA zona deve ser avaliada do ponto de vista dos riscos de contaminação pela poluição industrial oude infestação por roedores. Não devem existir árvores grandes perto do armazém e a vegetaçãodeve ser eliminada. O local deve estar isento de riscos de inundações e a drenagem deve ser ade-quada. Deve ter bons acessos ferroviários, rodoviários ou marítimos/fluviais, para facilitar a recep-ção e a distribuição dos produtos alimentares.

• CoberturaA cobertura deve ser inspeccionada, para verificar se é estanque. Esta inspecção deve ser efectua-da quando está a chover e logo depois de uma chuvada. Se a cobertura é de chapa de aço ondu-lada e galvanizada, as chapas furadas devem ser substituídas ou reparadas com adesivo betumi-noso ou remendos de fibra. Uma lona embebida em alcatrão pode servir de remendo temporário.Uma boa cobertura é um requisito essencial de um armazém para a ajuda alimentar.

• PavimentosÉ preferível que o pavimento seja de betão, mas em caso de emergência podem ser utilizadas ins-talações com pavimentos de terra batida ou areia. Se há pontos de entrada de roedores, o pavi-mento deve ser coberto com uma camada de betão de 100 mm de espessura. Quando o pavimen-to deixa penetrar a humidade do solo, devem ser utilizados estrados.

• ParedesDevem ser à prova de roedores e todos os pontos de entrada detectados devem ser vedados. Asjanelas devem ser protegidas com tábuas de pelo menos 12 mm de espessura ou com chapa sol-dada, para garantir a segurança.

• HigieneDevem existir instalações sanitárias para o pessoal e disposições de remoção dos resíduos doarmazém. Os edifícios existentes devem ser bem limpos antes de serem utilizados como armazénsde produtos alimentares; os edifícios sujos só serão rejeitados se não puderem ser limpos.Em situações no terreno poderá ser necessário aceitar edifícios que estão longe de oferecer ascondições ideais para o armazenamento da ajuda alimentar, mas edifícios que não tenham condi-ções de segurança, que estejam mal situados ou cuja cobertura deixe entrar muita água e nãopossa ser reparada devem ser rejeitados.

Alteração de edifícios existentesÉ necessário recorrer aos serviços de um profissional para elaborar as especificações, efectuar as medições dequantidades e elaborar os orçamentos.Quando isso não for possível,as notas que se seguem poderão ser úteis:• Substituição da cobertura

Os telhados de telha devem ser substituídos quando as ripas em que assentam as telhas estive-rem podres ou os pregos ou cavilhas de fixação do vigamento estiverem enferrujados ou podres.Retiram-se todas as telhas, as ripas são substituídas ou novamente pregadas e assentam-se outravez as telhas. Deve ser tida em consideração a possibilidade de substituir o telhado por uma cober-tura de chapa de aço galvanizada ou de liga de alumínio. Se as telhas forem substituídas por umacobertura de chapa, não é necessário substituir as ripas, mas será necessário assentar nos barrotesmadres adicionais, para permitir uma fixação firme da cobertura de chapa.

• Substituição do pavimentoSempre que possível, os pavimentos de soalho que estejam em mau estado devem ser substituí-dos por pavimentos de betão, de preferência com uma barreira contra as infiltrações, se bem queem locais muito secos essa complicação possa ser desnecessária.

• PortasAs portas de dobradiças em mau estado devem ser substituídas por portas metálicas de corrersuspensas, montadas no exterior do edifício.

• VentilaçãoCaso seja necessária ventilação adicional, o método mais simples de a obter numa construção térrea

116 117Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 6: Armazenamento e movimentação dos produtos alimentares

Anexo 2: Modelo de nota de entrega do PAM

Termos e condições de transporteEsta nota de entrega é um contrato e/ou prova evidente do contrato, firmado entre o ProgramaAlimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) e o Transportador. O início deste contrato dá-se no acto emque ambas as partes (PAM e o Transportador) acordam em efectuar a entrega dos bens ou mercadoriano local de destino indicado na face desta nota de entrega. Não será permitido qualquer desvio ou alte-ração do local de destino aqui mencionado sem a devida e prévia autorização do PAM.

Em caso de perda ou dano da carga verificada sob a custódia do Transportador fica ainda acordado que:O PAM reserva-se ao direito de, deduzir do valor do pagamento final do transporte, o custo considera-do mais elevado seja ele, o valor da mercadoria baseado no seu preço CIF incluindo despesas portuá-rias e de mais despesas adicionais ou, o preço de mercado no seu destino final. Em suma, será deduzi-do do frete interno o valor proporcional às quantidades perdidas e/ou danificadas.

O Pagamento do transporte será sempre e obrigatoriamente efectuado de acordo com (1) as tarifasvigentes e anteriores ao inicio do acto do transporte e; (2) contra a apresentação da factura do trans-portador acompanhada pela cópia original da nota de entrega devidamente assinada e carimbada peloRecebedor da mercadoria.

Nenhuma responsabilidade relativa a perdas,danos,ferimentos ou mortes resultantes da execução deste con-trato deverão em circunstância alguma, ser imputadas quer ao Programa Alimentar Mundial das NaçõesUnidas como aos seus funcionários e/ou agentes.O Transportador ao firmar este contrato deverá não só,estarconsciente de como, aceita todos e quaisquer riscos associados ao cumprimento dos termos do mesmo.

Nada neste contrato deverá de modo algum representar, para o Programa Alimentar Mundial das NaçõesUnidas,um impedimento ou renuncia do gozo do direito à imunidade e ao uso de qualquer privilégio atribu-ído às Nações Unidas ou a qualquer Agência e Organização das Nações Unidas ou ainda,da aceitação da juris-dição dos tribunais de qualquer País relativamente a qualquer litígio ou disputa resultante deste contrato.

Page 19: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

Navio : ___________________

Projecto : _________________

Doador : _________________

Localização:_______________

Data : ___________________

Mercadoria:________________

Data de fim de validade:______

Nº S.I./CR: _______________

Peso unitário:______________

Origem:___________________

118 119Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 6: Armazenamento e movimentação dos produtos alimentares

Anexo 3: Modelo de ficha de identificação do PAM

Data Nº de referência Recebido(unidades)

Despachado(unidades)

Balanço(unidades)

Observações

Page 20: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

Todos os projectos do PAM abrangem a distribuição de produtos alimentares aos bene-ficiários. Porém, a forma de distribuição varia em função das opções de resposta escol-hidas, por exemplo, distribuição de rações alimentares às famílias, num projecto deemergência, ou distribuição de refeições na escola, num projecto de alimentação escolar.

Normas de distribuição da ajuda alimentar

O PAM definiu uma série de normas quedevem ser respeitadas na distribuição daajuda alimentar. Todas as distribuições de ali-mentos devem ter as seguintes características:

1. EquidadeTodas as populações afectadas pela emergên-cia têm o mesmo direito a receber as raçõesalimentares previstas, determinadas através deuma avaliação objectiva das suas necessidades.

2. ResponsabilizaçãoAs distribuições devem ser acompanhadas, para assegu-rar que os beneficiários estão a receber as quantidadesde alimentos previstas. Os beneficiários, o PAM e osdoadores devem poder verificar o rigor desse acompan-hamento.

3. Transparência Devem ser tomadas medidas destinadas a assegurar que todos os principais interve-nientes, nomeadamente os beneficiários, sejam informados sobre o sistema de distri-buição, o abastecimento alimentar e as rações e possam observar todos os aspectosda distribuição.

121Secção 3 / Capítulo 7: Distribuição

SECÇÃO 3 / CAPÍTULO 7

Distribuição

120 Como colaborar com o PAM

Anexo 4: Modelo de relatório de perdas do PAM

Page 21: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

alastramento de doenças epidémicas.• Alimentos cozinhados: Quando os beneficiários da distribuição de alimentos

estão tão fracos que não podem preparar os alimentos ou não dispõem do com-bustível ou dos utensílios de cozinha necessários (e quando o combustível ou osutensílios não podem ser fornecidos): o PAM ou os seus parceiros devem ter emconsideração a possibilidade de fornecer alimentos cozinhados.

2. Grupo de distribuiçãoA escolha do grupo de distribuição exige normalmente que sejam feitas duas pergun-tas básicas:• Pode ser confiada aos representantes dos beneficiários a responsabilidade pela

distribuição às famílias?• Quais são os recursos disponíveis para organizar e manter em funcionamento o sistema?

As respostas a estas perguntas permitirão fazer uma escolha entre as seguintes opções:• Distribuição através do pessoal de organizações governamentaisEm situações estáveis, em que existem governos reconhecidos, a primeira opção a terem conta consiste em efectuar a distribuição através das infra-estruturas públicas exis-tentes. Quando a administração civil funciona bem, as autoridades podem utilizarredes de informação, administração, transporte e armazenamento já existentes, o queé mais rápido e mais barato do que criar uma rede de distribuição independente.

• Distribuição através do pessoal de uma instituiçãoQuando os alimentos são distribuídos através de escolas, hospitais ou outras institui-ções e quando o pessoal dessas instituições não está já muito sobrecarregado de tra-balho, os alimentos podem ser distribuídos pelo pessoal da instituição (que em mui-tos casos é constituído por funcionários públicos).

• Distribuição através dos dirigentes tradicionais ou de associações locaisA distribuição aos dirigentes tradicionais só é aconselhável em pequenas comunidades em queas estruturas sociais estão intactas e quando se tem a certeza de que os chefes são responsáveisperante a população que representam. Em situações de emergência em que existem relaçõesde poder abusivas ou quando as estruturas sociais estão desarticuladas, esta forma de distribui-ção pode estar na origem de desvios dos alimentos, de uma distribuição pouco equitativa ouda utilização da distribuição de alimentos para promover objectivos políticos ou militares.Quando se suspeita que pode ser esse o caso, o sistema deve ser alterado o mais rapidamentepossível, optando por uma distribuição efectuada por comités de distribuição directa.

• Distribuição através de grupos ou comités criados para o efeitoA distribuição através de comités (de aldeia) constituídos para o efeito tem a vantagem deassegurar a participação da comunidade na distribuição. Este sistema é adoptado com uma

123Secção 3 / Capítulo 7: Distribuição

4. Sensibilidade às questões de géneroAs distribuições serão planeadas de modo a assegurar que os alimentos sejam entreguesàs famílias (beneficiando nomeadamente as mulheres e as crianças) e que sejam utilizadospara a finalidade prevista. Nomeadamente, os planos de distribuição devem assegurar:• que as rações sejam distribuídas à mulher chefe de família;• que sejam tomadas disposições específicas no caso das mulheres grávidas, das

mulheres com filhos pequenos e dos idosos;• que a distribuição não interfira com os cuidados a ter com as crianças ou com

outras tarefas domésticas;• que as mulheres podem transportar os alimentos até às suas casas (ou seja, que o

ponto de distribuição não fica muito distante e que as quantidades de alimentosdistribuídas podem ser transportadas pela mulher ou que as mulheres têm aces-so a animais de carga).

5. SegurançaAs distribuições devem ser efectuadas de modo a evitar quaisquer riscos de violênciafísica ou de abuso sexual, para os beneficiários ou o pessoal (ver no Anexo 1 a notado Secretário-Geral das Nações Unidas sobre exploração sexual).

Tipos de distribuição de alimentos

As distribuições de alimentos podem ser classificadas de duas formas:• em função do tipo de alimentos distribuídos: alimentos cozinhados ou não cozinhados;• em função do grupo ou da organização que efectua a distribuição: a comunida-

de, uma organização governamental ou uma ONG.

Na maior parte dos casos, o tipo de distribuição de alimentos (a escolha tanto dostipos de alimentos que são distribuídos, como da entidade responsável pela distribui-ção) são determinados pela opção de resposta seleccionada no âmbito da concepçãodo projecto. Por exemplo, nos projectos de alimentação escolar são distribuídos ali-mentos cozinhados, pelos professores ou por voluntários da comunidade.

Nalguns casos, porém, pode ser necessário fazer uma escolha entre várias opções,vários tipos de alimentos e várias possibilidades no que se refere aos responsáveispela distribuição – o grupo de distribuição.

1. Tipos de alimentos• Alimentos não cozinhados: Na maior parte das distribuições são fornecidas

rações alimentares constituídas por alimentos não cozinhados. A distribuição derações perturba menos a vida social e familiar, exige menos recursos por parte daONG e implica menos riscos de concentrações de população, que favorecem o

122 Como colaborar com o PAM

Page 22: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

Participação das ONG na distribuição

As ONG são frequentemente responsáveis pela execução da distribuição dos produ-tos alimentares aos beneficiários. Em 2004, cerca de 90% das ONG parceiras de coo-peração do PAM (ONG internacionais e nacionais) foram responsáveis pela distri-buição da ajuda alimentar do PAM aos beneficiários. A ONG selecciona um sistemade distribuição adequado e gere a aplicação desse sistema, desde as suas fases iniciaisde registo dos beneficiários, distribuição dos cartões de beneficiário e publicitação dadistribuição até à distribuição física dos alimentos aos beneficiários.

Anexos:Anexo 1: Boletim do Secretário Geral das Nações Unidas “Medidas especiais para aprotecção de exploração sexual e abuso sexual”.Anexo 2: Normas específicas de distribuição dos alimentos do PAM.

Outras leituras e referências:Active Learning Network for Accountability and Performance in HumanitarianAction (ALNAP), LSO, ODI. London. Joint Emergency Food Aid Programme.2003. Manual for the Provision of General Food Distributions during EmergencyProgrammes in Malawi.

PAM. 2005. WFP’s Relationship with NGOs in 2004. Roma.

PAM. 2003. Distribution Guidelines (provisional). Roma.

PAM. 2002. Emergency Field Operations Pocketbook. Roma. Ver Capítulo 3.

PAM. 2000/03. Food and Nutrition Handbook. Roma. Ver Capítulo 10.

124 125Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 7: Distribuição

Mecanismo Vantagens Desvantagens

Através dasautoridadeslocais

• Método rápido e eficiente, quando as infra-estruturas locais são suficientes.

• Reforça a capacidade a nível local.

• A capacidade das autoridades locais pode ser limitada.

• Custos elevados, quando é necessário reforçar as infra-estruturas.

• As autoridades (ou os funcionários) podem ter motivos políticos ou financeiros para controlara distribuição de alimentos.

Através dosdirigentes tradicionais

• Os valores sociais e culturais da população são respeitados.

• Método simples, nas etapas iniciais da emergência e para o caso de populações dispersas.

• Método rápido e de baixo custo.• Não são necessários registos externos

ou cartões de beneficiário.

• É essencial conhecer bem as estruturas sociais e as relações de poder.

• Só é eficaz em pequenas comunidades intactas.• Riscos de abusos, quando as estruturas sociais

estão desarticuladas ou são substituídas por dirigentes prepotentes.

• O acompanhamento é difícil.

Através denovos gruposou comités

• Obsta às relações de poder abusivas e implica menores riscos de abusos.

• Os responsáveis pela distribuição conhecem melhor a sociedade local.

• Há um certo grau de participação comunitária, nomeadamente no que se refere à representação das mulheres.

• Autocontrolo.• Baixos custos.

• Nalguns casos são necessários registos externos e cartões de beneficiário.

• Só é um método adequado em situações estáveis.• Os grupos devem ser seleccionados de modo a serem

efectivamente representativos da comunidade.• Pode suscitar o ressentimento dos dirigentes

tradicionais.• Necessidade de campanhas de informação de

grande âmbito.

Directamenteàs famílias,em grupos ouindividual-mente*

• Eficiente para populações numerosas e pouco estruturadas.

• Controlo inicial do número de beneficiários.• Obsta às relações de poder abusivas e

a prepotências dos dirigentes.• Menores riscos de distribuição pouco

equitativa.• O acompanhamento é mais fácil.

• Custos elevados (pessoal, materiais, tempo).• Pouca participação dos beneficiários.• São necessários registos e cartões de

beneficiário.

Directamenteaos indivíduos(alimentoscozinhados)

• Impede a manipulação ou a discriminação.

• Facilita a selecção dos beneficiários.• Não são necessários registos ou

cartões de beneficiário.• Resolve os problemas da escassez de

combustível, de utensílios ou de água.

• Custos extremamente elevados.• Exige muito tempo.• Só é possível para pequenos grupos (1000 por

cozinha).• Os beneficiários não podem trocar os artigos

da ração, portanto têm de ser satisfeitas todas as necessidades nutricionais.

• Risco de criar concentrações da população.• Riscos de saúde.

* No caso da distribuição às famílias:• a distribuição a representantes das famílias individuais permite que o organismo responsável tenha mais

controlo, mas exige recursos consideráveis;• a distribuição a grupos de famílias previamente definidos exige menos recursos e é menos humilhante

para os beneficiários, mas só é viável quando o registo é eficaz e quando podem ser identificados grupos homogéneos.

frequência crescente nas distribuições a refugiados, depois de a situação ter estabilizado e deter sido efectuado o registo dos beneficiários. Neste caso a distribuição pode ser efectuadaa grupos seleccionados com base na dimensão das famílias ou a uma secção do campo derefugiados. O PAM recomenda que as mulheres estejam representadas nesses comités.

• Distribuição directa à famílias ou aos indivíduosA distribuição directa às famílias ou aos indivíduos é gerida inteiramente pela organizaçãoresponsável pela distribuição. Pode ter a desvantagem de desorganizar as estruturas sociaisexistentes e, portanto, só está indicada quando essas estruturas estão já desarticuladas.

Quadro 5: Vantagens e desvantagens dos diferentes sistemas de distribuição

Page 23: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

126 127Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 7: Distribuição

Anexo 1: Boletim do Secretário Geral das Nações Unidas “Medidasespeciais para a protecção de exploração sexual e abuso sexual”

Page 24: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

128 129Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 7: Distribuição

Anexo 2: Normas específicas de distribuição dos alimentos do PAM

Princípios Descrição Implicações para a distribuição dos alimentos

Equidade As rações e as dotações são atribuídas com base numa avaliação objectiva das necessidades.A distribuição é efectuada de acordocom o número de membros doagregado familiar.

O sistema de distribuição tem emconta as divisões sociais, étnicas epolíticas da população afectada.

• Acompanhar a recepção das rações aprovadas; recolher informação quantitativae qualitativa.

• Tomar medidas específicas destinadas a assegurar que as necessidades dos grupos política, económica e/ou socialmente marginalizados sejam avaliadas e tidas adequadamente em conta na distribuição da ajuda alimentar.

Page 25: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

O acompanhamento é efectuadoatravés da recolha sistemática e daanálise de dados relacionados comindicadores, para demonstrar:• em que medida estão a ser obti-

dos os produtos previstos naconcepção do projecto;

• se é provável que esses produtosproduzam os efeitos esperados(resultados), tal como foram pre-vistos na concepção do projecto.

Ver Anexo 1 do Capítulo 5 sobre “Concepçãodo projecto”, para uma explicação mais detal-hada dos produtos e dos efeitos.

Se o projecto não está a cumprir com o queestava previsto em termos de produtos eefeitos, os dados de acompanhamentodevem:• explicar porquê; • dar informações que permitam que os gestores do projecto adaptem a concep-

ção ou as actividades do projecto de forma a produzir os resultados esperados.

Ao contrário do acompanhamento, que é uma actividade contínua, a avaliação é umaactividade ou uma série de actividades temporárias (tais como inquéritos, estudos,missões), efectuadas com frequência no fim do projecto e destinadas a avaliar:• se e em que medida o projecto atingiu os resultados (impacto, efeitos e produ-

tos) previstos na concepção do projecto.

131Secção 3 / Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação

SECÇÃO 3 / CAPÍTULO 8

Acompanhamentoe avaliação

130 Como colaborar com o PAM

Responsabilizaçãoperante os beneficiáriosResponsabilizaçãoperante os doadores,os governos,os parceiros deexecução e no interior do PAM

A ajuda é distribuída prontamente.São concebidos planos e criadossistemas destinados a facilitar umaresposta rápida às crises, para sal-var vidas e/ou evitar as migrações.

São respeitadas normas de responsabilização no trabalho comos beneficiários.

Os trabalhadores humanitárioscomportam-se de forma responsável.

As quantidades de alimentos distribuídos e o número de beneficiários são objecto de análises e relatórios regulares.

• Criar comités de beneficiários da ajuda alimentar com a função de transmitirem os pontos de vista e possíveis queixas dos beneficiários sobre o processo de distribuição.

• Efectuar um acompanhamento independente durante e depois da distribuição; o acompanhamento é efectuado pelo PAM e/ou pelas ONG parceiras de execução.

• Permitir que os beneficiários pesem a sua ração alimentar no fim do processo de distribuição

• Realizar uma campanha de informação sobre as responsabilidades dos trabalhadoreshumanitários para com os beneficiários.

• Efectuar um acompanhamento regular e elaborar relatórios periódicos precisos.

• Minimizar as perdas e os desvios.• Utilizar métodos de distribuição simples.

Coordenação O PAM trabalha no quadro domecanismo de coordenação estabelecido pelas Nações Unidas eem coordenação com os governosdoadores e ao parceiros de execução.

• O PAM cria e preside a Comités de Ajuda Alimentar e estabelece a ligação com outros comités sectoriais no que se refere às necessidades de ajuda alimentar.

Transparência É amplamente divulgada informação sobre as rações alimentares e os métodos e calendários de distribuição.

• Promover a participação dos beneficiários,dos parceiros de execução e das autoridades locais na concepção do sistemade distribuição.

• Manter a população informada sobre os seus direitos à ajuda alimentar e sobre possíveis problemas.

Respeito É preservado o ambientefamiliar/comunitário normal e étida em conta a vulnerabilidadefísica ou psicológica das pessoasque recebem assistência.

• Conceber especificamente as distribuições de alimentos de modo a preservar a dignidadee o respeito próprio de todos os beneficiários.

• Conceber e executar as distribuições de alimentos de modo a reduzir ao mínimo os inconvenientes e a penosidade para os beneficiários.

Sensibilidade às questões degénero

Os alimentos são controladosprioritariamente pelas mulheres,nas famílias e na distribuição.As mulheres são consultadas e participam no planeamento e nagestão da distribuição da ajudaalimentar.

• Assegurar que as mulheres estejam representadas em igualdade com os homensnos comités de gestão da ajuda alimentar eque detenham 50% das posições de chefia,em igualdade com os homens.

• Assegurar que as mulheres tenham voz e participem no planeamento da distribuição da ajuda alimentar.

• Emitir os cartões de beneficiário em nome das mulheres e verificar que sejam elas que recebem os produtos alimentares, devido àssuas funções de gestão dos alimentos da família.

• Prever medidas destinadas a assegurar que a distribuição não interfira com as outras tarefas domésticas das mulheres e a evitar que incorram em riscos desnecessários.

• Assegurar que as mulheres saibam que não têm de conceder favores sexuais em troca da ajuda alimentar.

• Criar mecanismos de participação de queixas que permitam que as mulheres se queixem dos abusos e da exploração sexual.

Page 26: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

Os sistemas de acompanhamento e avaliação devem ser integrados na medida dopossível nos sistemas dos parceiros de cooperação.

4. As medidas de acompanhamento e avaliação devem contribuir para a rea-lização dos objectivos globais e dos compromissos organizacionais do PAM.Os objectivos previstos na concepção do projecto devem ser compatíveis com os objec-tivos globais organizacionais do PAM (tais como as prioridades estratégicas e os compro-missos reforçados a favor das mulheres). Devem ser definidos e medidos indicadores queindiquem os progressos alcançados em direcção à realização desses objectivos globais.

Geralmente a organização responsável pela execução das actividades (normalmentea ONG) é também directamente responsável pelo desempenho de funções relacio-nadas com o acompanhamento, a avaliação e a apresentação de relatórios sobre osprogressos realizados e o cumprimento dos objectivos.

133Secção 3 / Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação

Normas básicas de acompanhamento e avaliação

Os escritórios do PAM e os seus parceiros devem executar as actividades de acom-panhamento e avaliação de acordo com os seguintes princípios gerais:

1. Todos os projectos são acompanhados e avaliadosTodas as operações do PAM devem ser regular e sistematicamente acompanhadas eavaliadas. Deve existir em todos os casos um plano escrito de acompanhamento eavaliação que preveja:• disposições de recolha sistemática de dados de acompanhamento: como, quan-

do, junto de quem e por quem esses dados (baseados em indicadores) devem serrecolhidos, analisados e comunicados;

• disposições de controlo da qualidade e da exactidão dos dados de acompanha-mento e avaliação e da respectiva análise;

• uma descrição da informação de referência sobre os indicadores (valor dos indi-cadores no início do projecto) que possa ser utilizada como base de referência doacompanhamento e da avaliação;

• disposições de avaliação, inclusive de avaliação intercalar, se for caso disso.

A proposta de projecto apresentada pela ONG ao PAM deve incluir um plano deacompanhamento e avaliação do projecto.

Para mais informações sobre a elaboração de um plano de acompanhamento e ava-liação, ver Monitoring and Evaluation Guidelines (PAM, 2004), Módulo 2.

2. O planeamento do acompanhamento e da avaliação deve ser incluído nafase da concepção do projectoO planeamento do acompanhamento e da avaliação deve ser efectuado quanto o pro-jecto é concebido. A concepção do projecto deve incluir:• objectivos, pressupostos e riscos realistas e claramente definidos, que descrevam

como é que a operação deve decorrer;• indicadores de resultados para cada um dos objectivos e pressupostos, cuja

recolha e análise sejam viáveis.

Para mais informações sobre a concepção do projecto, ver Capítulo 5 da presentesecção; para exemplos de indicadores, ver Anexo 1, no fim do presente capítulo.

3. Os sistemas de acompanhamento e avaliação estão adaptados ao contexto.Tanto o acompanhamento, como a avaliação devem estar adaptados à situação e àoperação empreendida. Em caso de emergências súbitas, é provável que não seja pos-sível recolher muita informação (ver Caixa 14).

132 Como colaborar com o PAM

Indicadores mínimos de acompanhamentoem caso de emergência súbita

Quando ocorrem crises súbitas, muitas vezes é necessário tomar decisões com baseem informações pouco claras ou contraditórias ou inclusive quando a informação éinexistente.

As necessidades mínimas de informação imediata sobre o acompanhamento da dis-tribuição, em caso de emergência súbita, são as seguintes:• Recepção e entrega dos produtos alimentares e não alimentares fornecidos pelo PAM.• Número (desagregado por sexo e idade) de pessoas que recebem assistência

prestada pelo PAM.• Movimentação e distribuição dos produtos alimentares e não alimentares forne-

cidos pelo PAM.• Ajuda alimentar disponível e necessidades não satisfeitas.

As necessidades mínimas de informação incluirão necessariamente o acompanhamen-to pós-distribuição, que será iniciado alguns dias depois do arranque da operação.

Duas semanas depois de uma distribuição ou de uma série de distribuições de alimen-tos numa zona específica, deve ser recolhida, analisada e comunicada informaçãosobre os seguintes aspectos:• Acesso e controlo dos alimentos a nível das famílias.• Alterações do consumo alimentar e respectivas consequências.• Efeitos específicos da insegurança para a segurança alimentar da população.

Esta informação tem a dupla finalidade de contribuir para o acompanhamentoda operação e de permitir uma avaliação actualizada da situação.

Fonte: PAM. 2004. Monitoring and Evaluation Guidelines, Módulo 2.

CAIXA 14

Page 27: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

Tanto o PAM, como a ONG devem efectuar um acompanhamento pós-distribuição,que consiste em visitar as famílias beneficiárias para verificar em que medida seencontram em situação de insegurança alimentar, obter informações sobre a utiliza-ção e a distribuição da ajuda alimentar na família e avaliar os activos ou as fontes dealimentação alternativas a que a família tem acesso.

Funções do PAM e da ONG na avaliação

A avaliação dos projectos do PAM pode ser efectuada de cinco formas diferentes:1. Pelo escritório do PAM no país: o escritório do PAM no país efectua a avaliação,

recorrendo ao pessoal do PAM, e é responsável por todas as fases da avaliação.2. Por consultores externos: O escritório do PAM no país contrata um consultor exter-

no para avaliar o ou os programas, sendo responsável por todas as fases da avaliação.3. Pela ONG responsável pela execução: a ONG que executa as actividades do PAM

no âmbito de um programa específico pode ser solicitada a avaliar o programa;nesse acso receberá um financiamento diferente para efectuar essa avaliação e assuas responsabilidades serão claramente definidas no Acordo no Terreno.

4. Por uma ONG “terceira”: a avaliação de um projecto executado por uma ONGpoderá ser efectuada por outra ONG, agindo como uma parte neutra.

5. Pela sede do PAM: O OEDE da Sede (serviço de avaliação) efectuará avaliaçõesperiódicas, sendo responsável por todas as fases dessas avaliações, e o escritóriono país/escritório regional prestará apoio às avaliações, assegurando que o seupessoal dedique o tempo necessário e preste as informações relevantes para a rea-lização das mesmas.

O mecanismo de avaliação deve ser claramente definido no plano de acompanha-mento e avaliação. As funções respectivas do PAM e da ONG dependerão do meca-nismo utilizado.

Anexos:Anexo 1: Exemplo de um plano de acompanhamento e avaliação de um projecto flo-restal comunitário.Anexo 2: Matriz de resultados dos objectivos estratégicos do PAM 2006-2009.Anexo 3: Relatório de distribuição do parceiro de cooperação.Anexo 4: Modelo de relatório final do parceiro de cooperação.

Outras leituras e referências:PAM. 2003. Monitoring and Evaluation Guidelines. Roma.

PAM. 1999. School Feeding Handbook. Roma. Ver Parte 3 para um manual porme-norizado de acompanhamento e avaliação dos programas de alimentação escolar.

135Secção 3 / Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação134 Como colaborar com o PAM

_____________________16. Por exemplo,caso o PAM e a ONG estejam a trabalhar em cooperação com outra organização,tal como a OMS ou o ACNUR.

Funções e responsabilidades da ONG e do PAM no processo de acom-panhamento e avaliação

Idealmente, o PAM e a ONG parceira devem conceber e aplicar conjuntamente a estra-tégia de acompanhamento e avaliação. O escritório do PAM no país e a ONG organiza-rão reuniões trimestrais destinadas a analisar os progressos dos produtos (comparandoos produtos efectivos com os que estavam previstos), os resultados do acompanhamen-to efectuado através de contactos com os beneficiários e as primeiras provas de que foramalcançados os efeitos previstos. Reunirão também uma ou duas vezes por ano para reveros progressos dos produtos do projecto e para aprovar decisões formais sobre as medi-das a tomar, se for caso disso. Se bem que o PAM e a ONG colaborem na realização doacompanhamento e da avaliação, desempenham funções diferentes nesse processo.

Funções da ONG no acompanhamento

A ONG é responsável pelas actividades de acompanhamento no dia-a-dia e deveapresentar três tipos de relatórios ao PAM e às outras organizações16. Estes relatóriosde acompanhamento são os seguintes:1. Um relatório mensal de distribuição: neste relatório é apresentada informação

sobre as quantidades de produtos alimentares recebidas e o número de beneficiá-rios, desagregado por sexo e por idade. Ver no Anexo 3 o modelo deste relatório.

2. Um relatório de progressos trimestral: neste relatório é apresentada informaçãodescritiva/qualitativa, bem como informação quantitativa, tal como se especificaem pormenor no ponto 6.3 do Acordo no Terreno. Ver no Anexo 4 o modelodo tipo de relatório exigido.

3. Finalmente, no fim das actividades deve ser apresentado um relatório final consoli-dando a informação recolhida durante o prazo de vigência do Acordo no Terreno.

Funções do PAM no acompanhamento

O PAM tem as seguintes responsabilidades, em todas as operações:1. Analisar os relatório do parceiro, para verificar se os objectivos da operação

estão a ser cumpridos.2. Colaborar com os parceiros, para verificar que sejam tomadas medidas correcti-

vas, quando necessário.3. Recolher informações independentes a nível do terreno (inclusive através de

conversas com os beneficiários, uma modalidade de acompanhamento designa-da pelo nome de “acompanhamento através de contactos com os beneficiários”),de acordo com a estratégia de acompanhamento e avaliação definida conjunta-mente, com vista a efectuar um controlo cruzado das constatações dos parceiros.

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136 137Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação

Anexo 1: Exemplo de um plano de acompanhamento e avaliação deum projecto florestal comunitário

Avaliação dos produtos da actividade

Informação necessária

Indicadores Meios de verificação Utilização da informação

Fonte dedados

Frequênciada recolha

Responsabili-dade pela recolha

Método derecolha

Relatório Apresentação

Produto 1 –Aumento do rendi-mento e da segu-rança alimentar dapopulação alvo emrisco.

Zona cultivadaou protegida.

Levantamentono terreno dazona protegi-da e levanta-mento donúmero deplantas jovensque pegaram.

Anual Parceiro de exe-cução, respon-sável florestalcomunitário.

Observação visual,durante asvisitas noterreno.

Relatórioanual final.

Na reunião derevisão anuale no works-hop sobre orelatório finaldo escritóriodo PAM nopaís.

Pressupostos – Os preços de mer-cado da produçãodas árvores defruto mantêm-seestáveis

Preços da produção dasárvores de frutono mercadolocal.

Inquérito demercado.

Sazonal Comités dealdeia de distribuição dealimentos.

Registo dospreçosobservadosna amostrade merca-dos

Relatórioanual.

Produto 2 –População alvo alimentada.

Nº de pessoasque receberamalimentos forne-cidos pelo PAM,por sexo egrupo etário.

Fichas de distribuiçãode alimentos.

Mensal Comités dealdeia de distri-buição de ali-mentos, parcei-ro de execução,responsável dedesenvolvimen-to comunitário.

Compilaçãode fichasde distri-buição dealimentos.

Relatóriomensal,relatório deprogressostrimestral,relatório deprogressosda execu-ção.

Na reuniãotrimestral derevisão dosprogressos.

Pressupostos – etc.

Produto 3 –Constituição degrupos comunitá-rios que participamna gestão dasterras florestadas.

Nº de gruposcomunitáriosconstituídos eactivos.

Registos doscomités dealdeia.

Trimestral Parceiro de execução, tra-balhadores dedesenvolvimen-to comunitário.

Compilação de regis-tos doscomités dealdeia.

Relatório deprogressostrimestral,relatório deprogressosda execução

Na reuniãotrimestral derevisão dosprogressos.

Representação e participaçãoem comités,por sexo.

Registos doscomités dealdeia.

Trimestral Parceiro de execução, tra-balhadores dedesenvolvimen-to comunitário.

Compilação de regis-tos doscomités dealdeia.

Relatório deprogressostrimestral,relatório deprogressosda execução

Inquérito aoscomités dealdeia.

Semestral Parceiro de execução, res-ponsável dedesenvolvimen-to comunitário.

Discussõesdo grupofocal.

Relatório deprogressosda execução

Nº de planoselaborados eaprovados.

Planos apresentados.

Verificação nolocal.

Trimestral Parceiro de execução,responsável florestal comunitário.

Nº de planosapresenta-dos e devisitas deverificaçãono terreno.

Relatório deprogressostrimestral.

Pressupostos – etc.

Avaliação do impacto da actividade

Informação necessária

Indicadores Meios de verificação Utilização da informação

Fonte dedados

Frequênciae custos darecolha

Responsabili-dade pela recolha

Método derecolha

Relatório Apresentação

Impacto – Permitir que famí-lias cuja segurançaalimentar dependede recursos natu-rais degradadospassem a dependerde modos de sub-sistência sustentá-veis.

Incidência e graude insegurançaalimentar dasfamílias de distri-tos onde os recur-sos naturais estãodegradados.

RelatóriosVAM.

No início eno fim doprojecto.

Escritório doPAM no país.

Ferramentasde carto-grafia VAM.

RelatóriosVAM.

No workshopde avaliaçãodo parceiro decooperação.

Avaliação dos efeitos da actividade

Informação necessária

Indicadores Meios de verificação Utilização da informação

Fonte dedados

Frequênciae custos darecolha

Responsabili-dade pela recolha

Método derecolha

Relatório Apresentação

Efeito – Aumento do rendimento e dasegurança alimen-tar da populaçãoalvo em risco.

Evolução do rendimento porfamília ou pormembro da família.

Estudo dereferência eestudo deacompanha-mento, nasaldeias parti-cipantes e decontrolo.

No início eno fim doprojecto.

Escritório doPAM no país.

Inquéritopor amos-tragem.

Relatório dereferência,relatóriofinal doescritório doPAM no país.

No workshopinicial e finalsobre o relatório.

Quantidade deprodutos florestaiscolhidos por família.

Principais indicadores:

• Número de famílias que reti-ram rendimentosou alimentos dazona protegida.

• Percepção doscustos e benefí-cios do projectopor parte dosbeneficiários (dos dois sexos).

Visitas regulares noterreno.

Mini-inquéri-to intercalar.

Levantamentoda zona protegida.

Semestral

Intercalar

Escritório doPAM no país,em colabora-ção com o parceiro deexecução.

Visita noterreno einquéritopor amos-tragem.

Relatóriointercalar derevisão dagestão.

No workshopde revisãointercalar dagestão.

Pressupostos – É possível contro-lar as intrusões defamílias não parti-cipantes.

Número de intru-sões e extensãodos prejuízos.

Anual Parceiro deexecução,responsávelflorestal comunitário.

Observaçãovisual,durante asvisitas noterreno.

Relatórioanual.

Na reuniãode revisãoanual.

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139Secção 3 / Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação

O Plano Estratégico (2004–2007) incluía uma matriz de resultados, que representava a primeira tentati-va do PAM para estabelecer uma cadeia transparente dos resultados previstos das suas operações quepermitisse prestar contas por esses resultados. A matriz seguia uma progressão lógica, desde as inter-venções até aos produtos específicos que contribuem para produzir os efeitos, ou seja, as melhoriasprevistas na vida dos beneficiários do PAM. Incluía também indicadores a nível dos produtos e dos efei-tos, com base nos quais o PAM podia avaliar o seu desempenho do ponto de vista da realização das suascinco Prioridades Estratégicas.O PAM deve prestar contas pelos resultados obtidos a nível dos produtos. Efectivamente, avalia os efei-tos das suas intervenções, para determinar se consegue obter as melhorias previstas na vida da popu-lação. Mas para obter resultados a nível dos efeitos é necessário combinar uma série de intervenções,pelo que o PAM procura assegurar que a sua assistência se integre numa iniciativa destinada a melho-rar a vida das pessoas que têm fome.Em 2004, a matriz do Plano Estratégico foi utilizada nas operações do PAM para orientar a elaboraçãode cadeias de resultados e quadros lógicos específicos, a nível dos projectos. Os sistemas de informa-ção do PAM foram também alterados, para permitir a recolha de dados sobre os indicadores de produ-tos especificados na matriz. O PAM começou também a medir de forma mais sistemática os resultadosa nível dos efeitos, através de inquéritos de base. No Relatório Anual de Desempenho é apresentadamais informação sobre as dificuldades colocadas pela medição dos resultados.Com base na experiência adquirida em 2004 com as operações do PAM, considerou-se necessárioincluir no Plano Estratégico uma matriz em que se especificassem mais claramente as actividades e osresultados atingidos a nível de produtos e efeitos, pois se bem que os resultados sejam descritos nosObjectivos Estratégicos, o PAM esperava poder elaborar declarações de resultados mais específicas, quefacilitassem a concepção do quadro lógico a nível dos projectos. Foi já iniciado um trabalho destinadoa definir uma abordagem comum de acompanhamento e avaliação que contribuiu para elaborar decla-rações e indicadores de resultados mais adequados, a nível dos produtos.Nas suas intervenções de ajuda alimentar, o PAM avaliará:• o número de beneficiários que recebem a sua assistência alimentar;• a quantidade de produtos alimentares fornecida aos beneficiários;• o número de pessoas que participam na actividades, se for caso disso.

Alguns Objectivos Estratégicos estão relacionados com outros produtos específicos, sobre os quais serárecolhida informação em todos os projectos com esse objectivo. Da mesma forma, serão especificadospara cada um dos Objectivos Estratégicos os indicadores requeridos a nível dos efeitos, que deverão sermedidos em todos os projectos com uma duração suficiente que correspondam ao objectivo indicado.O desafio que o PAM continua a enfrentar consiste em medir sistematicamente os resultados das suasintervenções e o seu desempenho em termos de realização dos seus Objectivos Estratégicos.Actualmente o sistema de informação do PAM só permite gerar informação sobre as despesas e os ali-mentos distribuídos, por projecto e categoria de programas. Dado que um projecto pode contribuir paraa realização de mais do que um Objectivo Estratégico, a medição dos produtos relacionados com cadaum dos Objectivos Estratégicos por enquanto é um trabalho meramente subjectivo. Continua a ser tam-bém difícil medir os resultados a nível dos efeitos e estabelecer uma relação específica com o ObjectivoEstratégico, sobretudo no caso dos projectos de curta duração e das operações de emergência.

138 Como colaborar com o PAM

Anexo 2:Matriz de resultados dos objectivos estratégicos do PAM 2006-2009

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140 141Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação

Page 31: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

142 143Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação

Page 32: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

144 145Como colaborar com o PAM Secção 3 / Capítulo 8: Acompanhamento e avaliação

Anexo 3: Relatório de distribuição do parceiro de cooperação Anexo 4: Modelo de relatório final do parceiro de cooperação

Relatório final do Parceiro de Cooperação relativo a um projecto de alimentos para a criação deactivos

1. Finalidade do instrumento no terrenoA finalidade do relatório final do Parceiro de Cooperação relativo a um projecto de alimentos para acriação de activos consiste em prestar informações sobre a situação após a conclusão do projecto.

2. Indicadores

3. Responsabilidade e calendário de execução das actividades de acompanhamento e avaliação

4. Principais questões a abordar na análise1. Quantos activos foram criados e de que tipo?2. Os activos foram terminados de acordo com o previsto, em termos de número de activos e

de dias de trabalho?3. O número de beneficiários foi o que estava previsto?

5. Orientações para o inquiridorO presente relatório deve ser elaborado e apresentado ao PAM pelo Director Técnico do Parceiro deCooperação, através dos canais adequados (Administrador de Distrito/Agente do Governo).

No caso de uma ONG parceira, o presente relatório será apresentado directamente ao escritório de zonado PAM.

Indicadores RBM

2.1. A Quantidade e tipo de habitações e infra-estruturas recuperadas.

Actividade de acompanhamento e avaliação Responsibilidade pela execução Calendário de execução

Recolha de dados primários Director técnico do PCApós a conclusão do projecto dealimentos para a criação de activos

Tratamento secundários dos dados Assistente de programa Mensal

Relatório primário do PAM Relatório mensal do escritório de zona

Relatório e análise primários Assistente de Programa No dia 5 de cada mês

Relatório secundário do PAM Relatório mensal do escritório no país

Relatório e análise secundáriosResponsável pelos relatórios doescritório no país

Mensais

Page 33: Actividades do PAM: SECÇÃO 3 princípios e ... · rios e no planeamento da resposta potencial. ... workshop e da formação subsequente de Grupos de Trabalho Interagências,

Fotografia da capa:PAM/S. Noorani/Tajikistan;

página 2: PAM/S. Moussa/Sudan;

página 6: PAM/O. Salthones/Malawi;

página 8: PAM/Y. Yuge/Bhutan;

página 11: PAM/R. Skullerud/Indonesia;

página 13: PAM/T. Haskell/Angola;

PAM/S. Noorani/Bangladesh;

página 24: PAM/L. Richardson/Sudan;

PAM/C. Hughes/Uganda;

PAM/C. Hughes/Malawi;

PAM/B. Larco/Kenya;

página 25: PAM/M. Bessieres/Burundi;

página 27: PAM/B. Heger/Chad;

PAM/J. D'Angelo/Uganda;

página 32: PAM/M. Lama/Nepal;

página 33: PAM/C. Kaufmann/Lybia-Chad

PAM/M. Specht/Niger;

página 38: PAM/Y. Yuge/Bhutan;

página 39: PAM/P.A. Scully/Angola;

PAM/B. Came/Indonesia;

página 49: PAM/S. Noorani/Tajikistan;

página 51: PAM/S. Noorani/Bangladesh;

PAM/J. D'Angelo/Uganda;

página 55: PAM/S. Noorani/Bangladesh;

página 57: PAM/L. Gilbert/Sudan;

página 72: PAM/A. Chicheri/Bolivia;

página 73: PAM/S. Noorani/Bangladesh;

PAM/E. Purnomo/Indonesia;

página 83: PAM/R. Skullerud/Indonesia;

página 85: PAM/A. Chicheri/El Salvador;

página 87: PAM/B. Watkins/Kenya;

PAM/A. Chicheri/Afghanistan;

página 90: PAM/E. Hockstein/Eritrea;

página 91: PAM/B. Gray/Iran;

página 97: PAM/R. Lee/Malawi;

PAM/R. Rafirasme/Côte d'Ivoire;

página 100: PAM/B. Pansier/Tanzania;

página 101: PAM/R. Faidutti/Afghanistan;

PAM/S. Noorani/Bangladesh;

página 105: PAM/S. Noorani/Bangladesh;

Islamic Relief/Russian Federation;

página 111: PAM/T. Geenen/Djibouti;

PAM/C. Shirley/Afghanistan;

página 121: PAM/P. Scully/Angola;

PAM/B. Barton/Eritrea;

página 131: PAM/L. Richardson/Sudan;

PAM/S. Noorani/Bangladesh.

Créditos fotográficos

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Como colaborar com o PAMManual das Organizações Não Governamentais (ONG)© Dezembro de 2005Programa Alimentar Mundial (PAM)NGO Unit, Division of External Relations

Este manual foi preparado pelo Programa Alimentar Mundial das Nações Unidaspara utilização pelo seu pessoal e pelos seus parceiros.Todos os direitos reservados.A reprodução está autorizada para fins não comerciais contanto que o PAM seja reconhecido como fonte original.

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