Acupuntura e Insuficiencia Renal Cronica-1

7/23/2019 Acupuntura e Insuficiencia Renal Cronica-1

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1 INTRODUO

A insuficincia renal crnica (IRC) uma sndrome caracterizada pela

incapacidade dos rins funcionarem adequadamente, devido ao comprometimento

de 2/3 a 3/4 dos nfrons, o que determinada a perda de suas funes de forma

progressiva e irreversvel (Case et al., 1998).

A IRC mais comum em animais senis com idade mdia de 6,5-7 anos

para ces e 7-7,4 anos para gatos, sendo mais comum nestes (Veado, 2003).

Filhotes de algumas raas, dentre elas Shih Tzu, Shar Pei, Doberman, Lhasa

Apso, Samoiedo e Cocker Spaniel podem nascer com nmero de nfronsinsuficientes, predispondo-os ao desenvolvimento da insuficincia renal crnica

(Nelson & Couto, 1998). A debilitao de um rim normal pode levar a perda de

75% dos nfrons, antes que apaream sinais clnicos ou bioqumicos evidentes

(Case et al., 1998).

A perda da funo excretora causa reteno de substncias nitrogenadas,

como uria, creatinina, cido rico e amnia, acarretando, ao animal, nuseas,

vmitos, diureses osmticas e encurtamento da vida mdia das hemcias, alm

de ocasionar alteraes no equilbrio eletroltico, hdrico e cido-bsico (Case etal., 1998). Segundo os mesmos autores, a IRC leva falha na sntese da

eritropoetina, o que origina uma anemia no-regenerativa.

A converso da vitamina D em seu metablito ativo tambm reduzida,

prejudicando a absoro de clcio pelo intestino, contribuindo com o

desenvolvimento de hiperparatireoidismo secundrio leso renal (Nelson &

Couto, 1998).

No momento do diagnstico da IRC, geralmente no possvel

identificar o agente etiolgico por se tratar de uma leso progressiva, alm dacapacidade dos rins compensarem boa parte da perda do tecido funcional o que

dificulta a identificao do agente (Veado, 2003).


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A medicina tradicional chinesa (MTC) conhecida como uma medicina

de harmonizao que pode ser preventiva e que utiliza os estmulos de pontoscutneos determinados por uma exata posio anatmica. Estes pontos so

estimulados por diferentes tcnicas de acupuntura que provocam a reorganizao

do sistema e permitem uma autoterapia (Rubin, 1983).

Os pontos de acupuntura, na sua imensa maioria, esto localizados em

depresses, sejam elas sseas, intersseas, intermusculares, entre tendes,

articulaes e outros (Torro, 1997).

Na Medicina Tradicional Chinesa, a IRC corresponde deficincia de

rim (Shen), ou seja, deficincia de Yin e Yang do rim, deficincia de Qi e daEssncia (Jing) do rim (Zhufan & Jiazhen, 1997).

O rim responsvel pela origem de todo Yin e Yang dos rgos e

vsceras (Sistema Zang Fu), logo na IRC h comprometimento do

funcionamento do Zang Fu (Zhufan & Jiazhen, 1997).

O objetivo da monografia relatar um terapia no-convencional como

mais uma opo no tratamento da IRC, alm de descrever a viso da medicina

tradicional chinesa sobre tal sndrome.

2 INSUFICINCIA RENAL CRNICA

2.1 Agentes etiolgicos

A insuficincia renal crnica pode ser conseqncia de diversas

etiologias, principalmente, as inflamatrias e infecciosas, dentre elas,

leptospirose, peritonite infecciosa felina (PIF), parasitismo pelo Dioctophyme

renale quando os dois rins so acometidos, pielonefrite, clculos renais eobstruo do fluxo urinrio (Nelson & Couto, 1998).


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Agentes nefrotxicos tambm so potentes causadores da IRC, incluindo

os antibiticos aminoglicosdeos e substncias anticongelantes, como oetilenoglicol, utilizado em radiadores de automveis nos pases de clima

temperado (Forrester, 1998). Esse mesmo autor relata ainda que o quadro de

insuficincia renal crnica pode ser causado por isquemia renal, alm das

alteraes hereditrias ou congnitas como a hipoplasia bilateral e displasia

renal, presena de rins policsticos (comum em gatos de plos longos) e as

nefropatias familiares (Lhasa Apso, Shih Tzus, Shar Pei, Doberman, Samoiedo,

Poodle, Cocker Spaniel, Beagles e gatos Abssnios).

Os distrbios imunolgicos como lupus eritematoso sistmico eglomerulonefrite, as neoplasias primrias, metastticas e a amiloidose, segundo

Nelson & Couto (1998), podem determinar o desenvolvimento da IRC. Os

tumores primrios do rim so raros nos animais domsticos, sendo a

sintomatologia clnica variada e inespecfica, mas freqentemente so

observadas anorexia, clica, perda de peso, hematria e dor sublombar

(Serakides, 2002).

2.2 Patogenia

A estrutura e funo dos rins adaptam-se quando seus nfrons so

acometidos por alguma leso. Esta adaptao leva ao aumento da taxa de

filtrao dos nfrons remanescentes e hipertrofia renal, alm do aumento da

presso capilar glomerular. A funo renal pode comear a diminuir e a perda

progressiva e irreversvel de nfrons funcionais causam redues graduais na

taxa de filtrao glomerular (TFG) e na capacidade dos rins para excretar

produtos indesejados do corpo. A hipertrofia e o aumento de presso nos nfronsremanescentes podem levar glomerulosclerose progressiva e perda da funo

renal (Case et al., 1998).


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A insuficincia renal crnica diminui, de forma progressiva, a taxa de

filtrao glomerular e, conseqentemente, a capacidade de excretar o fsforo, oque determina hiperfosfatemia, osteodistrofia fibrosa e deposio de cristais de

fosfato clcico nos tecidos moles. O depsito de clcio e fsforo no rim causa

inflamao, fibrose e perda subseguinte de nfrons (Polzin, 2004).

O aumento de fosfato causa ainda produo de paratormnio pelas

paratireides que apresentaro hiperplasia na tentativa de retirar o clcio dos

ossos, deixando-os adelgaados e moles. O paratormnio, alm de aumentar o

clcio srico, participa na formao da vitamina D e esta aumenta a absoro de

clcio no intestino (Nelson & Couto, 1998).A IRC pode ser monitorada pela dosagem srica do fsforo, que em

concentraes acima de 5 mg/dl tende a estar acompanhada por aumento do

clcio srico (Case et al., 1998). Quando a produo de 1-hidroxilase renal

(Figura 2) est diminuda, tambm h aumento de paratormnio e,

conseqentemente, hiperplasia da paratireoide, comeando um

hiperparatireoidismo secundrio leso renal (Nelson & Couto, 1998).

Acredita-se que o hiperparatireoidismo perpetue e eleve a doena renal,

atravs da estimulao da nefrocalcinose, o processo pelo qual o epitlio tubularrenal danificado por um aumento no clcio intracelular e sua precipitao na

mitocndria. Os rins podem apresentar consistncia arenosa ao corte, devido

calcificao das membranas basais dos tbulos, da cpsula de Bowman e do

epitlio tubular necrtico (Anthony & Roger, 1998).

A doena renal em animais senis afeta diretamente a nutrio e o animal

acometido apresentar perda de peso, degradao dos msculos, m absoro

intestinal, diminuio da ingesto de nutrientes e calorias, alterao do perfil

protico do plasma e reduo na assimilao e uso de nutrientes (Case et al.,1998).


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Segue abaixo o esquema ilustrativo da patogenia da insuficincia renal

crnica (Figura 1).

FIGURA 1. Patogenia da Insuficincia renal crnica (Nelson & Couto, 1998).

2.3 Caractersticas clnicas

Aumentos do consumo de gua e da mico pelo animal, constituem os

primeiros sinais observados pelos proprietrios, pois o rim diminui a capacidade

de reter urina, aumentando o volume urinrio e a freqncia de mices. Os

proprietrios de felinos, dificilmente, monitoram a mico, pelo fato de seusanimais utilizarem caixas de areia (Case et al, 1998).

Leso renal primria

Diminui o nmero denfrons

taxa de filtrao emnfrons remanescentes

produo de amniaprotena na dieta

Hipertenso

perda de protenaspelos nfrons

intactos

Leso das clulasmesangiais

Esclerose glomerular Esclerose glomerular


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O animal acometido pela IRC pode demonstrar hiperglicemia, pois o

rim perde a capacidade de metabolizar a insulina, cuja maior quantidade nosangue, determina que seus receptores tornem-se menos sensveis a este

hormnio (Nelson & Couto, 1998).

O sistema gastrointestinal tambm acometido, sendo comum a diarria

devido elevada quantidade de uria neste sistema que, por ao das bactrias

ali existentes, transforma-a em amnia, e esta irrita o trato gastrointestinal.

Episdios de mese ocorrem, como conseqncia da presena de compostos

nitrogenados que estimulam o centro do vmito, alm do excesso de gastrina no

organismo do animal, uma vez que o rim metaboliza 40% da gastrina que leva gastrite pelo excesso de produo de suco gstrico e pela presena do excesso de

uria, irritando a mucosa gstrica. Melena pode ser decorrente de uma possvel

lcera gstrica; estomatite crnica, gerando halitose, e necrose de lngua podem

ser decorrentes da elevada quantidade de uria no sangue que ser transformada,

pelas bactrias da cavidade oral, em amnia, irritando toda a mucosa da

cavidade oral (Nelson & Couto, 1998).

Segundo os mesmos autores, como alterao nervosa, o animal pode

apresentar encefalopatia urmica, ataxia, incoordenao, movimentos depedalagem, convulso, estupor e coma.

Na IRC, maioria dos ces nefropatas (2/3), apresentaro hipertenso

arterial, a presso sistlica acima de 200 mmHg e a diastlica acima de 130

mmHg, podendo levar leso terminal do rgo. Em gatos, a presso sistlica

no deve exceder 160-170 mmHg e a diastlica no deve ultrapassar 125 mmHg

(Ettinger & Feldman, 2004).

O animal pode apresentar imunossupresso decorrente de alteraes

hematopoiticas, como anemia arregenerativa, uma vez que o rim acometido nosintetiza de forma adequada a eritropoetina, hipocromia, anisocitose, presena de

reticulcitos, linfopenia, leucopenia e trombocitopenia. As plaquetas podem se


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encontrar afuncionais e os neutrfilos podem comear a realizar diapedese

(Polzin, 2004).A uria por ser txica ao pulmo e causar irritao neste rgo,

conseqentemente, levar a um quadro de pneumonite urmica, responsvel pelo

odor amoniacal no animal (Nelson & Couto, 1998).

Segue abaixo o esquema ilustrativo sobre a formao da vitamina D

ativa (Figura 2):

FIGURA 2. Formao da vitamina D ativa (Nelson & Couto, 1998).

Raios solares ultravioletas

7 - Desidrocolesterol

Fgado

25 - Hidroxicolecalciferol

1 Hidroxilase RenalPTHParatormnioEstmulo

Acetato das clulas epiteliais cutneas

1, 25 Dihidroxicolecalciferol ou

Calcitriol


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2.4 Diagnstico

O diagnstico de IRC baseia-se no histrico, exame fsico e exames

complementares. O proprietrio pode relatar perda de peso, anorexia, vmito,

fezes diarricas, intolerncia a exerccios fsicos por estar fraco, maior ingesto

de gua e mico frequente, alm da presena de lceras na cavidade oral

(Nelson & Couto, 1998). O relato mais comum a polidipsia e a poliria


Ao exame fsico, pode-se detectar lceras orais, halitose, osteodistrofia

fibrosa (principalmente na mandbula) e, palpao, os rins se apresentamdiminudos, fibrosados, enrijecidos e com as superfcies irregulares (Nelso &

Couto, 1998).

O primeiro exame complementar a ser solicitado a urinlise, seguida da

coleta de amostras para hemograma, contagem plaquetria e perfil renal. O perfil

renal deve ser avaliado mediante mensurao das concentraes sricas da

creatinina, uria, albumina, protenas totais, fosfatase alcalina, sdio, potssio,

fsforo e clcio (Ferrante, 2004).

A urinlise composta de duas fases, do exame fsico e da microscopiade sedimentos urinrios, em que, comumente na IRC, observa-se uma urina de

colorao mais clara, densidade diminuda, proteinria, pH 5,0 e ausncia de

cilindrria (Nelson & Couto, 1998). A ocorrncia de proteinria pode indicar

glomerulonefrite, assim como densidade urinria baixa (Ferrante, 2004).

A cultura urinria atravs da cistocentese pode descartar infeco do

trato urinrio (Forrester, 1998).

A contagem plaquetria tende a estar dimuda e o hemograma pode

demonstrar anemia arregenerativa e leucopenia (Ferrante, 2004).


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Na presena de valores sricos da creatinina entre 1,5 a 4 mg/dl,

considera-se insuficincia renal entre leve e moderada e, acima de 4 mg/dl,considera-se insuficinica renal grave ou terminal (Case et al., 1998).

A concentrao srica de uria pode elevar-se devido a um quadro de

febre, hemorragias gastrointestinais, tratamento com drogas que estimulam o

catabolismo como os corticosterides, dieta rica em protenas, jejum prolongado

e desidratao acima de 6% (Ettinger & Feldman, 2004).

A hipocalemia um achado comum em felinos, sendo responsvel pelo

quadro de fraqueza muscular e ventroflexo do pescoo (Veado, 2003).

Para diagnstico da IRC, pode-se obter auxlio do diagnstico porimagem. A radiografia demonstra a diminuio do tamanho renal, uma vez que,

normalmente, o rim deve apresentar de 2 a 2,5 vezes o tamanho da segunda

vrtebra lombar, alm de uma possvel mineralizao renal e diminuio da

densidade ssea. A projeo adequada para a realizao da radiografia deve ser

ventro-dorsal (Feeney & Johnston, 1998).

A pielonefrite, hidronefrose e uropatia obstrutiva podem ser detectadas

pela urografia excretora, sendo uma das ltimas alternativas, uma vez que o

contraste, base de iodo, nefrotxico, podendo reduzir a funo excretorarenal (Birchard & Sherding, 1998).

A ultra-sonografia pode ser empregada para identificar urlitos,

hidronefrose e nefropatia policstica. O rim pode se apresentar diminudo e com

a imagem mais hiperecica, havendo pouca definio do limite crtico-medular

e contornos renais irregulares (Ettinger & Feldman, 2004).

A realizao da hemogasometria til para detectar acidose metablica,

uma vez que a maioria dos animais acometidos podem manifest-la (Nelson &

Couto, 1998).


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2.5 Tratamento

O objetivo do tratamento da IRC corrigir ou minimizar os distrbios

hdrico, eletroltico, cido-bsico, endcrino e nutricional. um tratamento

suporte e sintomtico (Veado, 2003). O tratamento visa a administrao de

calorias no-proticas adequadas, manuteno do equilbrio de nitrognio,

diminuio da azotemia, normalizao do pH sangneo e do equilbrio

eletroltico, o aumento da qualidade de vida (uma vez que o prognstico

reservado desfavorvel), estabilizao do peso corpreo; normalizao dos

nveis de uria, creatinina, hemcias e urinlise dentro dos padres aceitveistambm so objetivos do tratamento da IRC (Case et al., 1998).

As modificaes dietticas tentam minimizar o acmulo de compostos

nitrogenados na corrente sangnea, mantendo uma quantidade adequada de

energia e de protenas, para manuteno do peso do animal e para minimizar a

degradao muscular, ocasionada tanto pela idade avanada quanto pela

alterao da funo renal. Como tratamento, deve-se fornecer calorias ao animal

entre 70 a 110 kcal/kg/dia, o que tende a impedir a quebra de protenas

endgenas, utilizadas na produo de energia e no aumento de substnciasnitrogenadas. Alm disso, suprir as necessidades calricas, uma vez que

reduzida a ingesto protica. O tratamento diettico minimiza, assim, as

conseqncias clnicas, bioqumicas e fisiolgicas da perda da funo renal

(Case et al., 1998).

A dieta rica em protenas conduz elevao do fluxo sanguneo renal e,

conseqentemente, ao aumento da filtrao glomerular ps-prandial. A restrio

das protenas dietticas reduz estes efeitos e retarda a progresso da enfermidade

renal crnica. Os animais de estimao necessitam de nveis adequados deprotenas de alta qualidade para minimizar as perdas de reservas proticas e

satisfazer suas necessidades de manuteno. As recomendaes sobre o nvel de


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O antiemtico de eleio utilizado na IRC a metoclopramida (Ettinger

& Feldman, 2004). A utilizao de lidocana gel ou lquida est indicada emcaso de lceras orais para que o animal consiga se alimentar melhor (Nelson &

Couto, 1998). A suplementao o animal com vitamina C e complexo B pode

ser realizada, pois por serem hidrossolveis, so eliminados em quantidade pela

urina, devido poliria. Alm da utilizao do complexo B no combate

anemia do animal, tem-se, como objetivo, estimular o apetite (Ettinger &

Feldman, 2004).

Os quelantes de fsforo devem ser administrados durante as refeies

para ces e gatos quando a normofosfatemia no atingida em 2 a 4 semanas,aps a implementao de dietas restritas em fsforo. A monitorao da

fosfatemia e da calcemia devem ser feitas no intervalo de 10-14 dias, ocorrendo

assim o ajuste da dosagem dos quelantes (Veado, 2003). O hidrxido de

alumnio ou carbonato de clcio liga-se ao fosfato no trato gastrointestinal,

impedindo sua absoro, combatendo a hiperfosfatemia e o hiperparatireoidismo

secundrio renal (Ettinger & Feldman, 2004).

A suplementao com potssio indicada para pacientes com o nvel

srico de potssio abaixo de 4mEq/L. A suplementao pode ser feita nadosagem de 2-6 mEq/animal/dia, podendo ser feita a suplementao oral com

gluconato de potssio (Veado, 2003).

A hipocalemia, pode ser tratada utilizando-se gluconato de potssio


O bicarbonato de sdio corrige a acidose metablica, devendo ser

mantida em concentraes sanguneas entre 17-22mEq/L e cujas avaliaes

devem ser realizadas no perodo de 10 a 14 dias (Veado, 2003).

A fluidoterapia extremamente necessria e pode ser feita com ringerlactato, soluo fisiolgica, manitol, glicofisiolgico, aproximadamente por 2 a


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3 semanas,diariamente, com retornos a cada 2-4 meses para reavaliao do

animal (Ettinger & Feldman, 2004).Como recurso, para diminuio da hipertenso arterial, tem-se os

inibidores da ECA (enalapril, benazepril), bloqueadores de receptores

adrenrgicos (propanolol, atenolol), bloqueadores de canal de clcio

(dialtiazem), vasodilatadores arteriolares (hidralazina) e diurticos (furosemida).

A hipertenso arterial , comumente, assintomtica ou detectada apenas quando

os pacientes apresentam manifestaes oculares como a retinopatia hipertensiva

(Veado, 2003).

O uso da eritropoetina recombinante indicado quando o hematcrito seencontra abaixo de 30%, nos ces, e 20-25%, nos gatos. O estado de melhora do

paciente ocorre no perodo de 2 a 8 semanas. O uso da eritropoetina em ces e

gatos pode levar ao desenvolvimento de anticorpos anti-eritropoetina,

convulses, hipertenso sistmica, hiperpotassemia e trombocitose.

recomendada, tambm, a administrao oral de sulfato ferroso antes do uso da

eritropoetina, podendo ocorrer a melhora do quadro anmico somente com a

suplemetao deste. Quando administrado juntamente com a eritropoetina,

facilita a atividade desta. O sulfato ferroso deve ser utilizado na dose de 50-100mg/dia para gatos e 100-300mg/dia para ces. A eritropoetina recombinante

utilizada na seguinte dosagem: 50-150 UI/kg, trs vezes por semana, SC, at

que se atinjam os valores de hematcrito de 37-45% para ces e 30-40% para

gatos (Ettinger & Feldman, 2004). Para hematcrito abaixo de 19%, a

transfuso sangunea est indicada.

Para reduzir os efeitos do hiperparatireoidismo secundrio renal, a

vitamina D3 ativa (calcitriol) administrada, associada a uma restrio diettica

de fsforo. A sua administrao deve ser iniciada precocemente, na dosagem de1,5-6,6mg/kg/dia, por via oral, separadamente das refeies. A terapia com

calcitriol deve ser realizada paralela s avaliaes dos valores sricos de


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paratormnio, fsforo e clcio ionizado (Veado, 2003). A administrao da

vitamina D ativa deve ser cautelosa para que no ocorra calcificao de tecidosmoles, quando utilizada acima das doses recomendadas (Ettinger & Feldman,

2004).

O enema pode ser realizado com substncias especficas para acidificar o

clon, fazendo com que a uria no consiga ser reabsorvida e as bactrias que

produzem urease no consigam converter a uria em amnia (Nelson & Couto,

1998).

Na dilise peritoneal, a filtrao do sangue feita pelo peritneo, em que

as toxinas se movem do meio mais concentrado para o menos concentrado,atravs da administrao da soluo dialtica especfica, na proporo de 400ml

a 2litros, que drenada aps 45-60 minutos (Veterinria Online-Especialidades

Mdicas).

Como tcnica importante de tratamento da IRC, temos a hemodilise. As

primeiras aplicaes da hemodilise (HD) em ces foram realizadas nos Estados

Unidos, no incio da dcada de oitenta (Meneses et al., 2002). A hemodilise

uma tcnica de depurao sangunea extracorprea onde solutos (toxinas)

presentes no sangue, so retirados da circulao por um sistema de difusoatravs de uma membrana semipermevel. A uria e creatinina apresentam baixo

peso molecular e podem ser removidas do sangue com certa facilidade

(Guimares et al., 2002).

Para que seja realizada a hemodilise, necessrio obter os seguintes

equipamentos e materiais: mquina de hemodilise; estao de tratamento de

gua para obteno de gua ultrapura; membrana semipermevel (dialisador);

circuitos de sangue; solues concentradas para constituio de dialisado;

anticoagulantes e cateteres. A mquina de hemodilise apresenta um sistemamecnico, responsvel pela circulao do sangue e do dialisado, e um sistema


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3 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

Para compreender as concepes antigas da medicina oriental,

importante que se conhea o Taosmo, cujo pai espiritual fora Lao Tzu (sc.VI

a.C.), fundador da filosofia do naturalismo. O taosmo, conceito comum a todos

os chineses, significa o mtodo de manter a harmonia entre este mundo e o alm,

moldando a conduta terrena para corresponder s exigncias do outro mundo

(Dr. Eu Won Lee).

O Tao significa o interior do homem orientado para algo, o interior do

homem como sede da conscincia, da percepo, do pensar e do refletir. O Tao anterior ao prprio Deus, caminho, direo, razo, falar, conduzir, sendo o

supremo regulador do Universo. Est em um nvel distinto de tudo e pertence ao

mundo dos fenmenos, sendo imutvel e em eterna circulao, quanto mais se

quiser defini-lo, tanto mais distante se fica dele (Joaquim, 2004)*.

Para alcanar o To, necessrio estar livre das ambies ilusrias, do

ego, no se apegar a nada, fazer para as pessoas o que gostariam que fizssemos

para elas, ser corajoso, generoso e guiar aqueles que esto preparados (Luna,

2004)*.No Taosmo, a humilhao no sofrimento, nem inevitvel, os

antagonismos so elos de igual importncia num ciclo de movimento eterno. No

cristianismo, a auto-humilhao o caminho para a elevao e bem aventurana

(Dr. Eu Won Lee).

_____________________________

* Joaquim, J.G.F. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ

UNESP Campus de Botucatu). Comunicao pessoal, 2004.* Luna, S. P. L. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ

UNESP Campus de Botucatu). Comunicao pessoal, 2004.


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A medicina tradicional chinesa observa o paciente como um todo, a

mente, o pulso, lngua e pontos diagnsticos (Dr. Eu Won Lee).A sade pode ser definida como um estado de harmonia entre o corpo e

os seus ambientes interno e externo. A doena se origina quando h um

desequilbrio dentro do ambiente interno ou entre o ambiente interno ou externo

(Luna, 2004)*.

O doutor da medicina ocidental treinado para detectar doenas

especficas ou desordens no paciente, para acessar onde o corpo est com mau

funcionamento e reparar ou substituir a parte danificada. O prtico da medicina

tradicional chinesa se esfora para ver o paciente e a doena em termos de suarelao entre cada um, auxiliando o corpo no seu retorno ao estado de equilbrio

(Luna, 2004)*.

_____________________________* Luna, S. P. L. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ



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3.1 Teoria Yin-Yang

O conceito de Yin-Yang provavelmente o mais importante da medicina

chinesa (Figura 3), sendo um conceito extremamente simples, ainda que

profundo (Maciocia, 1996).

FIGURA 3. Ilustrao Yin / Yang.

A mais antiga origem do fenmeno Yin-Yang deve ter se originado da

observao de camponeses sobre a alternncia cclica entre o dia e a noite. O dia

correspondendo ao Yang e a noite ao Yin, assim como a atividade refere-se ao

Yang e o descanso ao Yin (Maciocia, 1996).

Cada fenmeno no universo se alterna por meio de um movimento

cclico de altos e baixos, e a alternncia do Yin e Yang a fora motriz desta

mudana e desenvolvimento. Nada totalmente Yin ou totalmente Yang. Yang

transforma-se em Yin e vice-versa. Yang contm a semente do Yin e vice

versa. Tudo pertence somente ao Yin ou Yang em relao a algo mais. Embora

tudo contenha Yin e Yang, nunca haver uma proporo estatstica de 50/50,

mas sim um equilbrio dinmico e varivel (Maciocia, 1996).


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A harmonia entre o Yang e o Yin do universo chamada Tao. A teoria

do Yin-Yang derivada de observaes antigas da natureza, o balano e oequilbrio mantido pelo antagonismo mtuo, bem como a dependncia mtua

de foras opostas. O Yin existe por virtude do Yang e o Yang existe por virtude

do Yin. Yin est relacionado aos fluidos do corpo e Yang est relacionado ao

metabolismo do corpo (Dr. Eu Won Lee) (Quadro 1 e 2).

Os rgos do corpo so divididos em seis rgos Yin (rgos slidos do

corpo) e seis rgos Yang (rgos ocos do corpo), referindo-se como rgos

Zang Fu. Os rgos Yang so aqueles que contm musculatura lisa, servindo

para absorver nutrientes e eliminar produtos txicos. Os rgos Yin processamas substncias nutritivas absorvidas e armazenam os produtos metablicos (Dr.

Eu Won Lee). Conforme Ross (1994), o Yang tem a funo de ativar,

movimentar e aquecer todos os processos do corpo.

Existem quatro estados possveis de desequilbrio entre o Yin e Yang.

Quando o Yin for preponderante, provocar diminuio do Yang e quando Yang

for preponderante provocar o consumo de Yin. Quando o Yin estiver

debilitado, o Yang aparentar excesso e quando o Yang estiver debilitado, o Yin

aparentar excesso. Em caso de excesso deve-se elimin-lo (Yin ou Yang) e, emcaso de deficincia, deve-se tonificar Yin ou Yang conforme a deficincia de um

ou outro (Maciocia, 1996).


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QUADRO 1. Exemplos de Yin e Yang

Yin Yang Yin Yanggua Fogo gua Vapor

Gelo gua Frio Quente

Slido Gs Fmea Macho

Passivo Ativo Material No material

Devagar Rpido Escuro Claro

Noite Dia Inverno Vero

Lua Sol Para baixo Para cima

Precipitao Evaporao Interior Exterior

Abaixo do punho Acima do punho Ventral Dorsal

Medial Lateral Inibio Excitao

Relaxamento Contrao Parassimptico Simptico

Hipo (deficincia) Hiper (excesso) Crnico Agudo

Feminino Masculino Inconsciente Consciente

Me Pai Sentimento Compreenso

Terra Cu Intuio Lgica

Sonhar Despertar Eu (interior) Eu (ego)

Corpo Esprito Emoo Razo

Contedo Forma Prtica Teoria

Ser Ter Invisvel VisvelSocivel Isolado Segue os costumes Considera as novidades

Economiza energia Gasta energia Repouso Movimento

Lado direito Lado esquerdo Endorfina Epinefrina

Sonolncia Insnia Tendncia obesidade Emagrecimento

Congesto Inflamao Pessimismo Otimismo

Olhar apagado Olhar brilhante Timidez Desembarao

Corpo Cabea Funo dos rgos Estrutura dos rgos

Abaixo da cintura Acima da cintura Face plida Rubor facial

Voz fraca Voz alta Fala pouco Fala muito

Ausncia de sede Sede Respirao lenta Dispnia


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QUADRO 2. rgos Yin e Yang

rgos Yang rgos YinEstmago Bao-Pncreas

Intestino Delgado Corao

Intestino Grosso Pulmo

Vescula Biliar Fgado

Bexiga Rim

Triplo Aquecedor Pericrdio ou Circulao Sexo

3.2 Conceito de QI

Energia o estado constante de fluxo em estados variveis de agregao,

variando em sua forma de acordo com a localizao e funo. Qi (Chi) a fora

vital ou energia da vida que ativa e mantm o processo da vida, a matria que

est beira de se tornar energia, a energia a beira de se tornar matria, sendo

necessria para digerir o alimento, mas o prprio alimento cria Qi. O mesmo

responsvel pelo movimento e o movimento produz Qi. Esta energia derivada

do nosso ambiente atravs dos processos de nutrio e respirao e constitui a

defesa externa do organismo. Qi a fonte de todo o movimento do corpo e est

em todas as partes ao mesmo tempo, fluindo nos rgos, msculos e articulaes

em movimentos primrios, como: subir, descer, entrar e sair. Quando este

movimento pra, a vida cessa. A vida a condensao e a morte a disperso de

Qi. O Qi do bao transforma alimento em energia, o Qi do pulmo transforma ar

em oxignio e o Qi do trax transforma Qi do alimento em sangue. O Qi retm

os rgos em seu local, prevenindo hrnias e prolapsos, mantm o sangue nos

vasos e previne hemorragia, previne a excessiva perda de fluido atravs da

incontinncia e controla a temperatura corporal . H tipos diferentes de Qi,

dependendo de sua localizao e funo no corpo. O Qi original (Jing)

armazenado pelos rins, aquele com o qual se nasce, limitado a certa


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quantidade, sendo gasta atravs da vida com doenas, drogas, excesso de

trabalho, excesso de sexo e lcool. O Qi do peito regula os batimentos cardacose a respirao. O Qi localizado abaixo da pele e superficialmente aos msculos

confere resistncia s doenas, sendo conhecido por Wei Qi (Luna, 2004)*.

H tipos diferentes de Qi, dependendo de sua localizao e funo no

corpo. O Qi original (Jing) armazenado pelos rins, aquele com o qual se

nasce, limitado a certa quantidade, sendo gasta atravs da vida com doenas,

drogas, excesso de trabalho, excesso de sexo e lcool. O Qi do peito regula os

batimentos cardacos e a respirao. O Qi localizado abaixo da pele e

superficialmente aos msculos confere resistncia s doenas, sendo conhecidopor Wei Qi (Luna, 2004)*.

O Jing uma substncia preciosa que deve ser cuidada e poupada.

Controla o crescimento, o desenvolvimento e a reproduo. O Qi original (Jing)

dissipa-se nos sistemas internos e meridianos (Maciocia, 1996).




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Quando houver deficincia de Yuan Chi (Jing) o prognstico ser

desfavorvel. O Jing pr -celestial nutrido pelo Jing ps-celestial extrado dealimentos, fluidos e ar, pelo estmago, bao e pulmes. O Gu Qi a energia

proveniente dos alimentos que sero transportados pelo estmago e

transformados pelo bao (Luna, 2004)*. O Zong Qi (Qi torcico) a energia

proveniente do ar que respiramos, juntamente com o Gu Qi. Nutre o corao e o

pulmo, mantm a funo do pulmo, controla a fala e a fora da voz, promove a

circulao sangnea para as extremidades, principalmente para as mos, e

torna-se afetado pelas emoes (Maciocia, 1996).

O Ying Qi (Qi nutritivo) nutre os sistemas internos, est relacionado como sangue (Xue) e flui com este para os vasos sangneos e meridianos, sendo o

Qi que ativado em qualquer acuponto (Maciocia, 1996). O Wei Qi (Qi

nutritivo) nutre e hidrata a pele e msculos, regula a sudorese e temperatura,

protege o exterior, sendo controlado pelo pulmo. Flui para todas as camadas

externas do corpo. Yang em relao ao Qi nutritivo (Luna, 2004)*.

O Zhen Qi (Qi verdadeiro) o estgio final do processo de refinamento e

transformao do Qi, sendo o Qi que circula nos meridianos e nutre os sistemas.

O Qi verdadeiro assume duas formas: Qi nutritivo (Ying Qi) e o Qi defensivo(Wei Qi) (Maciocia, 1996).




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Os conceitos modernos poderiam traduzir os seguintes termos chineses:

Yuan Chi, predisposio gentica; Gu Chi, oxignio atmosfrico inalado enutrientes provenientes da comida e gua; Zheng Qi, ATP- energia celular; Zong

Qi, a natureza contrtil e rtmica do tecido cardaco; Wei Qi, sistema

imunolinftico; Ying Qi, carboidratos, aminocidos, minerais, vitaminas, gua,

sangue oxigenado (Joaquim, 2004)*.

Jing-luo Qi a energia que percorre nos meridianos e Zang fu Qi a

energia dos rgos e vsceras. Cada um dos rgos internos tem seu prprio Qi,

sendo a base de suas atividades e funes fisiolgicas (Luna, 2004)*. Segue

abaixo o quadro sobre os diferentes tipos de Qi (Quadro 3)

QUADRO 3. Diferentes tipos de Qi e seus conceitos.

_____________________________

* Luna, S. P. L. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ


* Joaquim, J.G.F. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ


Tipos de Qi ConceitoGu Qi Energia proveniente dos alimentos

Zong Qi Energia proveniente do ar que respiramos, juntamente com o Gu QiYuan Qi Energia armazenada pelos rinsZhen Qi Energia que circula nos meridianos e nutre os SistemasWei Qi Energia defensivaYing Qi Energia que nutre os Sistemas Internos

Jing luo Qi Energia que percorre os meridianosZang Fu Qi Energia dos rgos e vsceras


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meridianos principais, utilizados na acupuntura contempornea (Draehmpaehl &

Zohmann, 1997).

3.4 Pontos de Acupuntura

Alm dos chineses, outros povos faziam uso da acupuntura,

contemporaneamente. Mas a China foi quem atribuiu significados filosficos

profundos a acupuntura, classificando os pontos, descrevendo os meridianos e

desenvolvendo as leis da acupuntura a partir de sculos de observaes

meticulosas. A acupuntura j ocorria desde a Idade da Pedra, em queinstrumentos de pedra eram utilizados para aliviar a dor e tratar doenas.

Posteriormente, as pedras foram substitudas por osso e bambu. Nos sculos 16 a

11, a.C., houve o desenvolvimento de agulhas de bronze, mas a inovao em

acupuntura ocorreu com o surgimento das agulhas de metal, de modo que a

condutividade eltrica levasse ao estudo dos meridianos e, conseqentemente,

classificao dos pontos de acupuntura (Joaquim, 2004)*.

Uma lenda relata que a acupuntura veterinria surgiu quando cavalos

mancos tornaram-se sos depois de serem atingidos por flechas em diferentespontos. H evidncia de que veterinrios j praticavam acupuntura ao redor de

3000-2000 anos a.C. A acupuntura foi difundida pelo Ocidente, no incio do

sculo XVII, pelos jesutas e viajantes do extremo oriente (Joaquim, 2004)*.

______________________________* Joaquim, J.G.F. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ



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O termo acupuntura provm das palavras em latim: acus, significando

agulha, e pungere, significando perfurar. a tcnica de perfurar a pele comagulhas num local pr-determinado, chamado acuponto, para prevenir ou tratar

doenas. Os pontos de acupuntura (acupontos) encontram-se nos meridianos e

variam em tamanho entre 1 a 25 mm, podendo ser localizados pela sua

condutividade eltrica que difere daquela de tecidos circunjacentes. Os pontos

podem se apresentar sensveis a palpao quando houver desequilbrio entre Yin

e Yang: deficincia e excesso de Yin ou Yang (Diniz, 2004)*.

A acupuntura clssica reconhece 365 pontos na superfcie dos

meridianos. Entretanto, na prtica, h um repertrio tpico de somente 150pontos. Cada acuponto tem uma funo definida ou especfica. Um tratamento

pode envolver um ou at 20 pontos, sendo o mais comum o uso de diversos

pontos, tratados simultaneamente (Diniz, 2004)*.

__________________________

* Diniz, E. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ UNESP Campus de Botucatu). Comunicao pessoal, 2004.


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3.5 Os Cinco Movimentos

No incio do desenvolvimento da medicina chinesa, a teoria dos cinco

movimentos foi utilizada para explicar os processos fisiolgicos e patolgicos do

corpo. Tudo no universo o produto do movimento e mudana de cinco

elementos bsicos: Madeira, Fogo, Terra, Metal e gua. Estes elementos so, na

verdade, conceitos e no matria (Diniz, 2004)*.

A Madeira produz o Fogo. O Fogo produz cinzas que se encorporam

Terra. Da Terra recebemos a rocha, de onde obteremos o Metal. O Metal

fundido origina o vapor, produzindo a gua. A vegetao necessita de gua ouumidade para crescer, produzindo a Madeira. Um movimento produz o prximo

(Diniz, 2004)*. Cada um dos cinco movimentos representa uma estao do ano.

A Madeira corresponde primavera, o Fogo ao vero, o Metal corresponde ao

outono, a gua ao inverno e a Terra corresponde estao anterior. A Terra o

centro, o termo neutro de referncia ao redor do qual as estaes giram. A Terra

corresponde aos 18 ltimos dias de cada estao, ou seja, corresponde ao estgio

anterior de cada estao (Maciocia, 1996).

_______________________________* Diniz, E. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ



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Cada movimento corresponde a um rgo e uma vscera. Madeira

corresponde ao fgado e vescula biliar; Fogo corresponde ao corao e intestinodelgado; Terra corresponde ao estmago e bao/pncreas; Metal corresponde ao

pulmo e intestino grosso; gua corresponde ao rim e bexiga. Tudo na natureza

que criado pode ser destrudo para manter o equilbrio das coisas, de modo que

nada poder se tornar extremamente poderoso e causar danos. A Madeira destri

a Terra com suas razes e suas folhas que cobrem o solo. A Terra represa a gua

ou a absorve. A gua destri o Fogo. O Fogo derrete o Metal e o Metal destri a

Madeira, cortando-a (Okamoto, 2004)*.

Baseando-se nos conceitos citados acima, o rim (Shen) a me do fgado(Gan) e controla o corao (Xin). O Yin do rim nutre o sangue (Xue) do fgado

(Maciocia, 1996)

Fatores patognicos externos (vento, frio, calor, secura, fogo, umidade);

fatores patognicos interiores, como os sete sentimentos vivenciados por longo

tempo: ira, tristeza, alegria, preocupao, abstrao, medo e choque; outros

fatores, como: excesso de atividade fsica e sexual, excesso de trabalho, drogas e

lcool, distrbios hereditrios e congnitos, idade avanada, verminoses e

doenas parasitrias; so responsveis pelo aparecimento de doenas (Eiko,2004)*.

_______________________________

* Okamoto, C. E. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ


* Eiko, L. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ UNESP

Campus de Botucatu). Comunicao pessoal, 2004.


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Como exemplo, na insuficincia renal crnica, h uma deficincia do rim

(movimento gua) que ser tratada atravs da tonificao do ponto Metal nomeridiano do rim (R7), sendo necessrio, tambm, sedar o ponto Terra (R3)

(Diniz, 2004)*.

Segue abaixo o diagrama dos cinco movimentos, com ciclo de gerao e

de destruio (Figura 5).

FIGURA 5. Cinco movimentos, ciclo da gerao e da destruio (Ettinger &Feldman, 2004).

_______________________________

* Diniz, E. (Curso de Especializao de Acupuntura Veterinria, FMVZ



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3.6 Teoria das Substncias Vitais: Qi, Xue, Jing, Jin Ye

Qi o campo eletromagntico encontrado em todas as substncias,

podendo ser imaterial conforme a frequncia da onda que o gera (raios

luminosos) ou formar partculas, flui pelos vasos sanguneos, linfticos e nervos.

o produto da degradao e absoro dos alimentos e do ar, caracterizando-se

por ser de natureza Yang (Joaquim, 2004)*.

Qi a base de todos os fenmenos no universo e proporciona uma

continuidade entre as formas material e firme, e as energias tnues, rarefeitas e

imateriais. De acordo com os filsofos antigos, vida e morte correspondem auma agregao e disperso de Qi (Maciocia, 1996).

...Assim como a gua se transforma em gelo, o Qi coagula-se para

formar o organismo humano. Quando o gelo derrete, torna-se gua. Quando uma

pessoa morre, torna-se esprito (Shen) novamente... (Maciocia, 1996).

O Qi original (Jing) responsvel por nutrir o Rim (Maciocia, 1996).

Xue significa sangue e Qi torna-se responsvel por proporcionar vida ao

sangue para que este no seja um fluido inerte. O sangue deriva em sua maior

parte do Qi dos alimentos produzido pelo bao que o envia em ascendncia parao pulmo, e atravs da ao impulsora do Qi do pulmo, este enviado para o

corao, onde transformado em sangue. O fgado armazena sangue e o bao o

controla. Quando comparado a Qi, de natureza Yin. Xue no permite que os

tecidos corpreos sequem (Joaquim, 2004)*.




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Jing um tipo de Qi armazenado pelos rins, responsvel pelo

crescimento, desenvolvimento e reproduo do indivduo. distribudo entre ossistemas internos e meridianos. Limita-se a certa quantidade, sendo gasta atravs

da vida com doenas, drogas, excesso de trabalho, excesso de sexo e lcool

(Joaquim, 2004)*.

Jin Ye corresponde aos lquidos corporais, todos os fluidos

fisiolgicos que podem ser secretados pelo sistema Zang (suor, lgrimas, saliva,

muco nasal, fluidos do intestino grosso e delgado, estmago e fluidos que

umedecem tecidos como o crebro, boca, olhos, pele, msculos, tendes, medula

e ossos), sendo de natureza Yin. o reflexo da vitalidade e da quantidade de Qipresente e absorvida dos alimentos (Joaquim, 2004)*.




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4 INSUFICINCIA RENAL CRNICA NA MEDICINA

TRADICIONAL CHINESA

O rim (Shen) referido como raiz da vida ou raiz do Qi pr-celestial,

pois armazena o Jing (Essncia), derivado, dos pais, no momento da concepo,

como citado, anteriormente. Como todo rgo, o rim tambm apresenta um

aspecto Yin e outro aspecto Yang e contm todo o Yin e Yang dos demais

sistemas. O Yin do rim a base do Yin do fgado (Gan), corao (Xin) e pulmo

(Fei), sendo responsvel pelo nascimento, crescimento e reproduo. O Yang do

rim a base do Yang do bao (Pi), corao (Xin) e pulmo (Fei), sendo a foraprincipal dos processos fisiolgicos. Na sade, o Yin e Yang formam um todo,

mas na patologia, ocorre a separao do Yin e Yang (Martins, 2003).

O rim (Shen) controla a transformao da gua, de maneira que os

fluidos impuros fluem em descendncia e o Qi puro flui em ascendncia para o

pulmo (Fei). Assim, o funcionamento fisiolgico normal dos sistemas depende

da direo correta do Qi. Shen vaporiza alguns fluidos e os envia ao pulmo,

alm de proporcionar o calor necessrio ao bao para a transformao de Jin Ye.

A deficincia de Yang do Shen resulta na deficincia de Pi, com conseqenteacmulo de fluidos. Auxilia o intestino delgado na separao dos fluidos

corpreos em partes puras e impuras (Maciocia, 1996).

Segundo Maciocia (1996), o rim (Shen) transforma e excreta os fluidos

corpreos (Jin Ye) produzidos pelo estmago (Wei). Se o rim no puder

eliminar os fluidos corpreos, corretamente, estes iro estagnar e afetar o Wei ou

a falta de Jin Ye no Wei pode levar a deficincia do rim (Shen). A deficincia do

Yin do rim induz a uma deficincia do Yin do fgado e do Yin do corao, e a

deficincia do Yang do rim induz a uma deficincia do Yang do bao e do Qi dopulmo.


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Por formarem um todo (Yin/Yang), a deficincia de um implica na

deficincia do outro, sendo necessria a tonificao de ambos para que noocorra a exausto. O Qi original inclui o Yin original (Yuan Yin) e o Yang

original (Yuan Yang), sendo o princpio de todo o Yin e Yang do organismo,

que desperta e movimenta a atividade funcional de todos os sistemas, circulando

pelos meridianos em todo o organismo. O fornecimento de calor para todas as

atividades funcionais do organismo feito pelo Porto da Vitalidade (Ming

Men) que localiza-se entre os dois rins, abaixo da cicatriz umbilical, na regio

dorso-lombar, sendo Fonte do Fogo para todos os sistemas internos (Martins,

2003).A mesma autora relata que tanto o Porto da Vitalidade quanto o Qi

original esto relacionados ao rim e so interdependentes. O Qi original auxilia

na elaborao de Xue e depende do calor para seu desempenho que fornecido

pelo Ming Men. Logo, se o Fogo do Porto for deficiente, o Qi original sofrer e

levar a uma deficincia de Qi e Xue. A atividade funcional de todos os sistemas

ser afetada, resultando em cansao, depresso mental, sensao de frio,

negatividade e falta de vitalidade. O Ming Men aquece o Aquecedor Inferior e a

bexiga (PangGuang). O Aquecedor Inferior transforma e excreta os fluidoscorpreos (Jing Ye) com o auxlio da bexiga, sendo o calor do Ming Men

essencial para a transformao de Jin Ye no Aquecedor Inferior. Se no houver

calor suficiente para a transformao dos fluidos corpreos, este se acumular

levando ao aparecimento de edema e umidade. O calor tambm essencial para

o bao (Pi) para exercer sua funo de transportar, separar e transformar,

requerendo o calor fornecido pelo Ming Men. Sem este calor, o bao (Pi) no

poder transformar e o estmago (Wei) no poder digerir os alimentos, levando

ao aparecimento de diarria, cansao e sensao de frio, incluindo os membros.O desempenho sexual, a fertilidade e a puberdade dependem do Fogo do Ming


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Men que, mais uma vez, responsvel pela harmonia da funo sexual e pelo

aquecimento da essncia e do tero (Martins, 2003).O Porto da Vitalidade tambm auxilia o Shen recepo do Qi e a

comunicao do rim com o corao, fornecendo calor necessrio para que este

exera todas as suas atividades. A funo de receber o Qi depende do Yang do

Shen, necessitando de uma comunicao entre o Qi torcico e o Qi original do

Aquecedor Inferior que depende do calor do Ming Men para exercer sua

atividade. Se este calor for deficiente, a habilidade do rim em receber o Qi

tambm ser afetada, levando ao quadro de dispnia, asma e membros frios

(Martins, 2003).

5 MEDICINA OCIDENTAL VERSUS MEDICINA TRADICIONAL

CHINESA (MTC)

A deficincia de Yang do rim resulta no aquecimento insuficiente,

promovendo a sensao de frio no corpo, fraqueza dos movimentos e

manifestao do pulso profundo, fraco e lento. A deficincia da circulao de Qi

e de Xue para a face e para a lngua leva manifestao de mucosas plidas elngua mole e fraca, alm da necrose da ponta da lngua que ocorre em pacientes

urmicos com insuficincia renal crnica (Ross, 1994).

A deficincia do rim interfere na produo e circulao de Xue, uma vez

que o Yuan Qi a fora motriz para a produo de Xue, logo se o sangue (Xue)

do corao (Xin) deficiente, a circulao de sangue torna-se escassa (Maciocia,

1996).

Segundo Zhufan & Jiazhen (1997), a deficincia de Yang do rim leva

dor lombar e dos membros posteriores, sendo medicados para lombalgia comantiinflamatrios no esterides, o que agrava ainda mais o quadro e a isquemia

renal (Martins, 2003).


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A deficincia de Yang do rim pode levar deficincia de Jing, ocorrendo

sensao de frio na regio lombar e joelhos, distrbios da reproduo eauditivos, sseos e dentrios, no sendo rara a ocorrncia de clculos dentrios

em animais senis e portadores de insuficincia renal crnica, pois os ossos e,

conseqentemente, os dentes so controlados pelo rim. Os rins conservam a

fora de vontade e se estes estiverem enfraquecidos, principalmente a energia

Yang, o animal poder apresentar apatia e debilidade das atividades,

incapacidade de conter a urina, levando poliria ou at mesmo incontinncia

urinria (Ross, 1994).

Durante a ingesto de alimentos, estes atingem o estmago, sendo obao/pncreas responsvel por absorver a essncia dos fluidos, separando o puro

do impuro. Em seguida o bao transporta a parte limpa do Qi do fluido para o

pulmo, enquanto os fluidos e slidos impuros passam para o intestino delgado

(Xiao Chang) com o Qi do estmago. Os fluidos limpos, no pulmo, so

enviados ao rim. A poro impura proveniente da transformao do Qi do

pulmo carregada atravs do Triplo Aquecedor (San Jiao) para a bexiga. Do

intestino delgado, o remanescente slido, quase totalmente utilizado, dirige-se ao

intestino grosso (Da Chang) para a extrao final dos fluidos. Os fluidosimpuros rejeitados pelo Xiao Chang passam para a bexiga atravs do Triplo

Aquecedor para a ltima transformao do Qi, devido virtude vaporizante do

Qi original do rim (Yuan Qi). Os fluidos remanescentes so expulsos na forma

de urina (Martins, 2003).

Baseando-se nas citaes acima, a poliria pode ser explicada pela

incapacidade do Qi original em promover a transformao do Qi dos fluidos da

bexiga, ocorrendo acmulo na bexiga dos fluidos provenientes do Qi reutilizvel

e os rins debilitados so incapazes de manter a consolidao e a urina se tornaprofusa, uma vez que os rins controlam os orifcios inferiores. Pode ocorrer

oligria e edema se houver uma deficincia de Yang do rim e bao/pncreas,


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levando falncia das funes de transformao e transporte do Jin Ye. Alm

disso, a deficincia de Yang do bao tambm pode levar falta de apetite eapresentao de fezes soltas, deficincia de Qi e de Xue, resultando na m

nutrio dos msculos e, conseqentemente debilidade do corpo, pulso fraco e

lngua plida (Martins, 2003).

Toda manifestao patolgica do Shen se manifesta como uma

deficincia de Yin ou do Yang do Shen. A deficincia de uma parte (Yin ou

Yang) implicar em um nvel menor da outra parte (Yang ou Yin) (Maciocia,

1996).

A deficincia de Qi do rim diagnosticada pelo aumento srico decompostos nitrogenados (Martins, 2003).

Na MTC, a presena de protena na urina vista como perda da essncia

do rim se este estiver debilitado, levando ao quadro de proteinria (Maciocia,

1996).

Os sinais clnicos de anemia como palidez das mucosas, fadiga, letargia

e anorexia so tpicos da deficincia de sangue (Xue), alm do aspecto da

pelagem descuidada e sem brilho (Zhufan & Jiazhen, 1997).

Os plos so governados pelo rim e para que a pelagem se mantenhasaudvel necessrio que se mantenha uma reserva suficiente de Jing e de Xue,

se estes se encontrarem deficientes a pelagem poder se apresentar de cor opaca,

seca e esbranquiada (Ross, 1994).

H duas formas importantes na manuteno de Xue, sendo que uma

delas consiste na transformao do Qi dos alimentos em sangue ser auxiliada

pelo Qi original. A outra forma de manter o Xue que o rim armazena o Jing

que gera a medula ssea que por sua vez contribui na gerao do sangue, sendo

uma interao entre o Qi ps-celestial e o Qi pr-celestial (Ross, 1994).


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Segundo Ross (1994), rim (Shen) e o estmago (Wei) podem ter padres

tanto de deficincia de Yin como de Yang, mas o fgado (Gan) tende aapresentar deficincia de Yin e o bao/pncreas tende a Yang deficiente.

Pelo fato do rim ser a fonte de todo o Yin e Yang de todo o Sistema

Zang Fu, na IRC, em que ocorre deficincia de Yin e Yang do rim, ocorre

deficincia de Yang do bao/pncreas e deficincia de Yin do fgado, decorrente

da deficincia do rim (Martins, 2003).

A hipertenso arterial comum na IRC, pode ser explicada pela

deficincia de Yin ou Yang do rim. Se houver deficincia de Yang, a gua se

acumula, o Yang no se move, os vasos sanguneos no relaxam, o sangue noflui devidamente, gerando hipertenso. Se a deficincia for de Yin do rim,

haver falha na nutrio do Yin do Gan, ocasionando hiperatividade do Yang do

Gan, gerando elevao da presso sangunea (Maciocia, 1996).

Entretanto se o quadro de deficincia for agravado, tem-se o colapso de

Yin e Yang, ocorrendo a separao completa de Yin e Yang, em que o Yang

sobe para o Triplo Aquecedor Superior e o Yin desce para o Triplo Aquecedor

Inferior. Este um quadro grave que justifica sinais clnicos como estupor, coma

ou convulses decorrentes da uremia. A perda excessiva de Jin Ye, comum naIRC, em que h o comprometimento de todo o metabolismo dos fluidos, pode

levar ao colapso de Yin e o colapso de Yin ou Yang podendo ainda, transformar-

se um no outro, rapidamente (Ross, 1994).

5.1 Tratamento da IRC na Acupuntura

O tratamento deve ser baseado na deficincia de Jing (Essncia), Qi, Yin

e Yang do Shen. O princpio do tratamento nutrir o Yin do rim (Shen)(Martins, 2003).


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Pontos de Acupuntura (PA) para a sndrome da deficincia do Yin do

rim, segundo Martins (2003):-R3 (Taixi): Ponto fonte do rim, fortalece Yin dos rins (Martins, 2003).

Alm de ter indicaes para dores locais, inchaos e inflamaes do jarrete,

cistite, faringite, problemas funcionais de ciclo, esterilidade, problemas de

mico e impotncia coeundi. Agulhar cerca de 2 a 5 mm, de acordo com a raa

(Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 6).

FIGURA 6. (A)Mapa dos acupontos no co, para demonstrao do ponto R2,R3 e R6. (B) Mapa dos acupontos no homem, para demonstrao do ponto R1,R2, R3 e R6 (Torro, 1997).

-B23 (Shenshu): Fortalece os rins e pode dispersar o calor do

Aquecedor Superior (Martins, 2003). Indicado para nefrite, edemas, diarria,

distrbios ovarianos, esterilidade, propicia a diurese e deve-se agulhar cerca de 1

a 5 cm (Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 7).

A B


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FIGURA 7. (A) Mapa dos acupontos no co, para demonstrao do pontoB20, B21 e B23. (B) Mapa dos acupontos no homen, para demonstrao doponto B20, B21 e B23 (Torro,1997).

A B


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urogenitais, prolapso uterino, esterilidade, sangramentos uterinos, incontinncia,

diarria (Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 9 e 10).

FIGURA 9. Mapa dos acupontos no co para demonstrao doponto BP6 (Torro, 1997).


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FIGURA 11. Mapa dos acupontos noco para demonstrao do ponto R1(Torro, 1997).

-R2 (Rangu): Acalma o fgado e a hiperatividade de Yang do fgado e

do corpo, alm de apaziguar o fogo (Martins, 2003). Tambm indicado para

dores locais, inchaos e inflamaes, cistite, faringite, prolapso uterino, diarria

(Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figuras 6 e 13).


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FIGURA 12. Mapa dos acupontos, no homem,

para demonstrao do ponto R2 (Torro, 1997).

Segundo Martins (2003), para hipertenso arterial (deficincia de Yin ehiperatividade de Yang):

-VB20 (Fengchi): Acalma o Yang hiperativo (Martins, 2003). Agulhar

cerca de 5 a 7 mm, sendo indicado, tambm, para torcicolo, rinite, doenas

febris (Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 14).


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FIGURA 13. (B) Mapa dos acupontos no homem para demonstrao do pontoVB20. (A) Mapa dos acupontos no co para demonstrao do ponto VB20(Torro, 1997).

A B


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-IG11 (Quchi): Drena o excesso de calor dos canais Yang, pois est

situado, assim como o E36, nos canais Yang (Martins, 2003). Agulhar cerca de 1a 2 cm, tambm indicado para dores no ombro, cotovelo e antebrao, ponto

importante para diminuir a febre (Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 15).

FIGURA 14. Mapa dos acupontos no homem e no co parademonstrao do ponto IG11 (Torro, 1997).

-F3 (Taichong): Acalma o Yang hiperativo do fgado e o vento (Martins,

2003). Agulhar cerca de 5 mm, alm de ser usado para quadros de hepatite,

conjuntivite, esterilidade (Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 16).


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FIGURA 15. (A) Mapa dos acupontos no co para demonstrao do pontoF3. (B) Mapa dos acupontos no homem para demonstrao do ponto F3(Torro, 1997).

Pontos de Acupuntura para tratamento de deficincia de Yang do rim,

uma vez que o princpio do tratamento Aquecer e tonificar o Yang do rim

(Martins, 2003):

-R3 (Taixi): Fortalece os rins e se utilizar moxa pode fortalecer o Yang

do rim (Figura 6).

-B23 (Shenshu): Idem ao ponto anterior (Figura 7).

A B


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-VC4 (Guanyuan): Fortalece, principalmente, o Yang dos rins (Figura 8).

-VG4 (Ming Men): Fortalece, principalmente, o Yang dos rins (Martins,2003). Agulhar cerca de 1 a 5 cm. Indicado para cistite, nefrite, problemas de

fertilidade, diarria, alm de controlar sangramentos provocados por traumas do

parto (Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 17).

FIGURA 16. Mapa dos acupontos no homem e no co para demonstrao doponto VG4 (Torro, 1997).

-VC6 (Qihai): Fortalece a circulao de Qi (Ross, 1994). Agulhar cerca

de um cm, sendo usado, tambm, para mastite e impotncia coeundi


Para tratamento da deficincia de essncia (Jing) do rim (Shen)

necessrio que se utilize a tonificao (Martins, 2003).


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Para fortalecer os rins, pode-se fazer uso do R3 (Taixi), B23 (Shenshu)

e VC4 (Guanyuan) (Martins, 2003). O ponto E36 (Zusanli) tambm fortalece orim restabelecendo o Jing, sendo necessrio agulhar cerca de 0,5 a 2 cm, tambm

indicado para distrbios da digesto, diarria, resfriados, meteorismo e estado de

fraqueza (Draehmpaehl & Zohmann, 1997). O ponto VG4 (Ming Men)

fortalece o Porto da Vitalidade (Ross, 1994).

Outra forma de tonificar o Jing beneficiar a essncia ps-celestial

proveniente do Qi dos alimentos. Por este motivo, precisamos tratar a

deficincia de Qi do bao/pncreas, tonificando bao/pncreas (Martins, 2003).

Pontos de acupuntura, segundo Martins (2003):-VC12 (Zhongwan): Elimina a umidade, fortalece e harmoniza

bao/pncreas (Pi) e estmago (Wei) (Martins, 2003). Agulhar cerca de um cm.

Este acuponto tambm pode ser estimulado no tratamento de mastite e edemas


-E36 (Zusanli): Favorece a formao e circulao de Qi e Xue, fortalece

a funo de Pi e Wei, atuando, conseqentemente, na digesto e fraqueza geral

do corpo (Martins, 2003) (Figura 18).


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F

FIGURA 17. (A) Mapa dos acupontos no homem parademonstrao do ponto E36. (B) Mapa dos acupontos no copara demonstrao do ponto E36 (Torro, 1997).

-B20 (Pishu): Elimina a umidade e favorece a funo de Pi em

transformar e transportar (Martins, 2003). Agulhar cerca de 1 a 5 cm. Este

acuponto tambm indicado para dispnia, indigesto e vmito (Draehmpaehl

& Zohmann, 1997) (Figura 7).

-B21 (Weishu): Harmoniza o Qi do Wei e aquece o Triplo Aquecedor

Mdio (Martins, 2003). Agulhar cerca de 1 a 5 cm, podendo ser utilizado para

quadro de vmitos, gastrites e dores nas costas (Draehmpaehl & Zohmann,

1997) (Figura 7).-BP6 (Sanyninjiao): Regulador do Qi do Wei e do Pi, fortalecendo e

tonificando, principalmente, Qi e Yang do Pi (Martins, 2003) (Figura 9 e 10).

A B


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-BP3 (Taibai): Ponto fonte do Pi (Ross, 1994). Agulhar cerca de 0,5 cm,

podendo ser utilizado, tambm, para tratar vmito, diarria e dores do estmago(Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 9 e 10).

Para tratar a deficincia de Yang do Pi, deve-se aquecer e fortalecer o

Yang do Pi, atravs da tonificao e moxa os mesmos acupontos do tratamento

de deficincia de Qi do Pi (Martins, 2003):

-B23 (Shenshu) (Ross, 1994) (Figura 7).

-VC4 (Guanyuan) (Ross, 1994) (Figura 8).

-VG4 (Ming Men) (Ross, 1994) (Figura 17).

-VC9 (Shuifen): Agulhar cerca de um cm, sendo indicado, tambm, paramastites e edemas (Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 8).

-E28 (Shuidao): Agulhar cerca de 0,5 a 1 cm. Trata de distrbios do trato

urogenital e mastite(Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 19).

FIGURA 18. Mapa dos acupontos no co parademonstrao do ponto E28 (Torro, 1997).


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FIGURA 19. (A) Mapa dos acupontos no co para demonstrao do pontoVB39. (B) Mapa dos acupontos no homem para demonstrao do pontoVB39 (Torro, 1997).

Na tonificao de Pi para produzir Xue, podemos utilizar os seguintes

pontos (Martins, 2003):

-BP6 (Sanyinjiao): Ponto de interseco entre os meridianos do fgado,rim e bao (Figuras 9 e 10).

-VC4 (Guanyuan): Tonificar o Qi do rim e o Yuan Qi (Figura 8).

-VC6 (Qihai): Ponto de grande concentrao de energia Yin. (Figura 8).

-E36 (Zusanli): Ponto geral para tonificao e homeostasia (Figura 18).

-VC12 (Zongwan): Harmoniza Qi e Xue, harmoniza o Qi do Wei e do

Triplo Aquecedor Mdio, alm de harmonizar, tonificar e fortalecer o Qi do

bao (Figura 8).

-BP3 (Taibai): Ponto fonte do bao/pncreas (Figuras 9 e 10).

A B


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-BP10 (Xuehai): Trata todas as manifestaes de Xue (Martins, 2003).

Agulhar cerca de 1 a 2 cm, sendo utilizado para incontinncia, edemas e doenasalrgicas da pele (Draehmpaehl & Zohmann, 1997) (Figura 9 e 20).

FIGURA 20. Mapa dos acupontos no homem para demonstrao doponto BP10 (Torro, 1997).

Em relao aos cinco movimentos, a insuficincia renal crnica, por seruma deficincia de rim, representa uma deficincia do elemento gua, sendo

tratada pela tonificao de metal, no meridiano do rim [(R7-Fuliu: agulhar cerca

de 2 a 5 mm, indicado para tratar distrbios da mico, nefrite, edemas,

espasmos abdominais, fraqueza em geral, diarria, fezes sanguinolentas e forte

sudorese (Draehmpaehl & Zohmann, 1997)], pois metal me da gua (Martins,

2003).

O elemento terra controla a gua e quando o movimento terra estiver

debilitado haver formao de umidade, necessitando de uma tonificao mtuado rim e do bao/pncreas. Alm disso, a terra produz o metal e este me da

gua, gerando a tonificao do rim (Martins, 2003).


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6 CONSIDERAES FINAIS

Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a IRC corresponde

deficincia de Qi, Jing, Yin e Yang do rim, comprometendo todo sistema Zang

Fu.

A origem do corpo (Jing) encontra-se no rim, sendo anterior prpria

diviso em Yin e Yang. Esta essncia s pode ser conservada, pois fixa em

quantidade e qualidade.

A essncia pr-celestial (Jing) depende da essncia ps-celestial para ser

conservada. A essncia ps-celestial extrada dos alimentos e fluidos que sotransportados e transformados pelo estmago (Wei) e pelo bao (Pi), resultando

na produo de Qi.

A manipulao da dieta constitue uma maneira vivel para evitar a

incidncia e a progresso da IRC. O animal deve ser mantido com dieta

adequada para garantir o Jing pscelestial que nutre o Jing prcelestial.

A causa da IRC, provavelmente, comea no estmago/bao-pncreas, o

que determina m digesto e leva inadequada absoro do Qi presente no ar,

alimentos e fluidos.Logo, pode-se afirmar que a IRC inicia-se com uma dieta inadequada

que compromete o Jing ps-celestial e no nutre o Jing pr-celestial, a Raiz da

Vida.

Podese dizer que a vantagem da acupuntura esteja em utilizar pontos

que substituam medicamentos com a mesma eficincia, evitando seus efeitos

colaterais e interaes medicamentosas, alm de atuar melhorando a qualidade

do Jing pr celestial.


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7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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Documents

Acupuntura e Insuficiencia Renal Cronica-1