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1 ADAPTAÇÃO A LEI AMBIENTAL NA LEI DE PNEU THIAGO VIZINE DA CRUZ Mestre em Desenvolvimento Regional/FURB email: [email protected] AMANDA GONZAGA Bacharel em Comércio Exterior/FURB email: [email protected] Área Temática: Desenvolvimento e Sustentabilidade Sócio Ambiental RESUMO A preocupação com questões sociais, ambientais e ecológicas começou a evoluir a partir das décadas de 60 e 70. Essas questões começaram a chamar a atenção das empresas e das marcas como prováveis fonte de vantagem competitiva em meados do século XX. O interesse da sociedade fez com que surgisse o marketing ambiental e social, e com isso, foi projetado um perfil de consumidor “verde” ou ecologicamente responsável, ou mesmo estudar o impacto do tema sobre o comportamento dos consumidores, assim como das empresas e marcas (Ottman, 1994; Roberts, 1996). Nos últimos anos, impulsionado por essa "onda verde" o Governo passou a implementar novas leis que atendessem a demanda da sociedade, entre essas leis, podemos citar a Lei da Logística Reversa, que responsabiliza as empresas por todo o ciclo do produto. O presente trabalho irá apresentar um estudo de caso de uma empresa do ramo de importação de pneus, que busca se adaptar a nova legislação. Dessa monta, será apresentado uma rápida revisão bibliográfica sobre o assunto, incluindo o histórico da criação do pneu, o histórico do debate ambiental e a legislação existente. Mais adiante será apresentado o histórico da empresa, o produto importado e o destino dado ao mesmo, mostrando assim, toda a cadeia do produto relacionado. Palavras Chave: Sustentabilidade, Desenvolvimento, Legislação Ambiental.

ADAPTAÇÃO A LEI AMBIENTAL NA LEI DE PNEUrea temática 1... · gerado 65.231 toneladas de pneus usados. Desta quantidade, 60,10 % sofreu reciclagem, 20,99% foi encaminhada para recauchutagem,

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ADAPTAÇÃO A LEI AMBIENTAL NA LEI DE PNEU

THIAGO VIZINE DA CRUZ

Mestre em Desenvolvimento Regional/FURB email: [email protected]

AMANDA GONZAGA

Bacharel em Comércio Exterior/FURB email: [email protected]

Área Temática: Desenvolvimento e Sustentabilidade Sócio Ambiental

RESUMO

A preocupação com questões sociais, ambientais e ecológicas começou a evoluir a partir das

décadas de 60 e 70. Essas questões começaram a chamar a atenção das empresas e das marcas

como prováveis fonte de vantagem competitiva em meados do século XX. O interesse da

sociedade fez com que surgisse o marketing ambiental e social, e com isso, foi projetado um

perfil de consumidor “verde” ou ecologicamente responsável, ou mesmo estudar o impacto do

tema sobre o comportamento dos consumidores, assim como das empresas e marcas (Ottman,

1994; Roberts, 1996). Nos últimos anos, impulsionado por essa "onda verde" o Governo

passou a implementar novas leis que atendessem a demanda da sociedade, entre essas leis,

podemos citar a Lei da Logística Reversa, que responsabiliza as empresas por todo o ciclo do

produto. O presente trabalho irá apresentar um estudo de caso de uma empresa do ramo de

importação de pneus, que busca se adaptar a nova legislação. Dessa monta, será apresentado

uma rápida revisão bibliográfica sobre o assunto, incluindo o histórico da criação do pneu, o

histórico do debate ambiental e a legislação existente. Mais adiante será apresentado o

histórico da empresa, o produto importado e o destino dado ao mesmo, mostrando assim, toda

a cadeia do produto relacionado.

Palavras Chave: Sustentabilidade, Desenvolvimento, Legislação Ambiental.

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Muller (2005), nos dias de hoje o consumidor está preocupado com o meio-

ambiente e tem consciência dos danos que os dejetos podem causar no futuro, sendo que, essa

preocupação, pelos consumidores, se reflete nas empresas e indústrias, que são

responsabilizadas pelo aumento destes resíduos e pela destinação correta dos produtos

inservíveis. Nesse sentido, novos processos são criados para contribuir com um

desenvolvimento sustentável, como por exemplo, a Logística Reversa, aonde, além de

conduzir a entrega do produto ao cliente, promove também o seu retorno, apontando a sua

reutilização ou um descarte adequado. No âmbito social, um aspecto também relevante é que

além de melhorar qualidade de vida, proporciona geração de postos de trabalho.

Uma estimativa baseada na frota de veículos indica que são geradas mais de 44

milhões de carcaças de pneus anualmente e que existem mais de 100 milhões de pneus

abandonados em todo país. Os EUA é considerado o país que mais produz pneus inservíveis,

estima-se que seja disposto 270 milhões de pneus por ano, o que representa mais de um pneu

por habitante ao ano. Desta maneira, os números comprovam que o descarte de pneus é um

problema mundial.

Com a proibição da deposição de pneus usados em aterros sanitários pela Diretiva nº

1999/31/CE do Conselho, a sociedade teve que encontrar novos destinos para esse material,

como por exemplo, reutilização, recauchutagem, reciclagem e valorização energética. No

Brasil, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) determinou que as empresas

fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final

ambientalmente adequada aos pneus inservíveis. Com a revisão da Resolução nº 258/99,

publicado em 26 de agosto de 1999 e a aprovação da Resolução 416/09 o numero de pontos

de coleta, empresas de pré-tratamento e valorização energética do país tiveram um grande

crescimento. A capacidade em todos os processos de reciclagem e de valorização energética

ainda é ociosa no Brasil.

2 HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS DO PNEU

2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A CRIAÇÃO DO PNEU

Em 1839, Charles Goodyear descobriu por um acidente que a mistura de borracha com

enxofre e carbonato de chumbo, sujeita a aquecimento, adquiria propriedades elásticas, e que

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ficavam estáveis, ou seja, não voltavam a derreter. Dessa maneira, em 1844, Goodyear

patenteou a descoberta como o processo de vulcanização da borracha. (PINHEIRO,2011)

Em 1845 o primeiro pneu (figura 1) foi patenteado pelo escocês Robert W. Thomson,

e o mesmo o batizou “aerial wheel”. Este pneu era um conjunto de finos tubos preenchidos

com ar, e envolvidos por uma capa de couro. Todavia, Thomson não expos para o comercio

seu produto, e este acabou sendo esquecido. O irlandês John Boyd Dunlop tornou-se, em

1888, o segundo inventor de pneus, desta vez aplicado às bicicletas (figura 2), e assim o pneu

se popularizou.

Figura 1: Primeiro pneu inventado.

Figura 2: Pneu utilizado em bicicletas.

Os irmãos Andre e Edouard Michelin, inventaram, em resposta ao desenvolvimento de

Dunlop, um pneu com manutenção mais fácil, que enchia através de uma válvula e permitia a

sua remoção e substituição em caso de dano.

Com o aparecimento das máquinas e automóveis, os pneus foram evoluindo e

melhorando, se tornando cada vez mais sofisticados. Em 1946 foi criado pela Michelin o pneu

radial, um pneu com a carcaça flexível, disposto em arcos radiais, ao invés de sobreposição de

lonas cruzadas usadas nos pneus convencionais. O pneu radial tem uma cintura metálica que

estabiliza a banda de rolamento, fazendo com que o trabalho desta, seja independente dos

flancos. Hoje em dia ainda é utilizado esse tipo de pneu. (Michelin, 2013)

2.2 QUESTÕES SÓCIO-ECONOMICAS

A produção de pneus no Brasil começou em 1934 com a implantação do Plano Geral

de Viação Nacional, sendo de fato concretizada com a implantação da Companhia Brasileira

de Artefatos de Borracha, conhecida como Pneu Brasil. Em 1936, foram produzidos mais de

29 mil pneus no Rio de Janeiro. Entre 1938 e 1941, com a instalação de novas fabricas de

outros países, a produção nacional saltou para 441 mil pneus. No final dos anos 80 a produção

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brasileira atingiu a marca de 29 milhões de pneus produzidos. Atualmente, possuindo mais de

13 fabricas de pneus, dentre elas as multinacionais Goodyear, Pirelli, Bridgestone e Michelin,

o Brasil produz mais 54 milhões de pneus e ocupa a sétima posição na produção de

pneumáticos na categoria automóveis e a quinta posição para automóveis de grande porte.

(SINPEC, 2013)

Em 2012, foram colocados no mercado 62.431 toneladas de pneus novos tendo-se

gerado 65.231 toneladas de pneus usados. Desta quantidade, 60,10 % sofreu reciclagem,

20,99% foi encaminhada para recauchutagem, 37,5% para valorização energética e apenas

0,95% para reutilização e nenhum pneu enviado para aterros. (Valorpneu, 2013a).

Resultado da Valor Pneu (ton) 2012 2011 2010 2009 2008 2003/2008

Pneus colocados no mercado 62.431 72.785 83.294 78.349 83.139 453.920

Pneus usados gerados 65.231 78.881 89.058 86.959 90.304 499.754

Pneus enviados para

recauchutagem

13.962 17.071 18.107 18.639 22.317 129.817

Pneus enviados para reutilização 620 563 550 1.019 2.057 6.657

Pneus enviados para reciclagem 39.203 47.595 49.957 48.039 48.332 237.175

Pneus enviados para valorização

energética

24.483 25.144 25.759 21.878 23.504 110.201

Pneus enviados para o aterro - - - - - 6.842

Fonte: Valorpneu (2013)

2.3 SUSTENTABILIDADE

As empresas brasileiras estão cada vez mais praticando estratégias quanto ao

desenvolvimento sustentável. A busca pela competitividade e o aumento da disputa por

mercados fizeram surgir novos negócios em inovação tecnológica, no gerenciamento do

conhecimento e na gestão de pessoas, itens considerados diferenciais competitivos para

agregar valor e oferecer serviços aos clientes.

O primeiro fato importante nessa mudança de paradigma foi a Conferência das Nações

Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocolmo, no ano de 1972, onde foi discutido a relação

meio ambiente e desenvolvimento (PNUMA, 2013). As visões que antes eram reducionistas

da ecologia e da economia começaram a ser reavaliadas e retrabalhadas numa via

intermediária, “a meio caminho entre o pessimismo dos malthusianos que denunciavam o

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perigo do esgotamento dos recursos e otimismo dos teóricos da abundancia que acreditam nas

soluções tecnológicas” (SACHS, 1994).

A partir de 1972 até 1986, a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento

elabora o Relatório Brundtland, onde foi possível desenvolver o conceito de desenvolvimento

sustentável, como promoção de um desenvolvimento sócio-econômico equilibrado ou

ecodesenvolvimento.

Em 1987, o Relatório de Bruntland “oficializou” a necessidade de uma nova postura

em relação ao uso dos bens da natureza. Intitulado de “Nosso Futuro Comum”, nele consta

diferentes medidas que os países devem tomar para que o desenvolvimento sustentável seja

promovido. Entre elas:

Limitar o crescimento populacional;

Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo;

Preservação da biodiversidade e do ecossistema;

Desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes renováveis;

Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores;

Assim, emergiram duas grandes vertentes, as que estudam as relações Norte- Sul e os

problemas ambientais globais, que impactam todo o planeta e enfatizam as questões de risco

ambiental.

Os problemas ambientais globais pertencem ao grupo de maior perigo, pois coloca em

risco a sobrevivência do planeta e são constituídos pelos seguintes fenômenos: efeito estufa,

depleção da camada de ozônio, acumulo de lixo tóxico, perda da biodiversidade e

esgotamento de recursos não renováveis. (MARTINE, 1993)

Perante o aumento do debate sobre o tema Sustentabilidade, as empresas vêm se

mobilizando na busca de alinhamento das suas praticas junto com os valores socioambientais

mais justos. Nos Estados Unidos o conceito de sustentabilidade ambiental o movimento do

Capitalismo Natural, na tentativa de fazer uma integração da vida econômica e social aos

fluxos dos ciclos biológicos. CALIA (2007) recomenda quatro estratégias para o

desenvolvimento sustentável:

1) Aumentar a produtividade dos recursos naturais utilizados;

2) Redesenhar os processos produtivos de acordo com modelos biológicos, onde as

saídas dos processos produtivos sejam biodegradáveis e interajam com o ecossistema

natural, ou seja, reutilizadas como matéria-prima de processos produtivos;

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3) Substituir modelos de negócios que vendem bens por modelos de negócios que

vendem serviços;

4) Reinvestir recursos financeiros no capital natural para que os recursos naturais não se

tornem gargalos no desenvolvimento futuro.

Em âmbito internacional, as metas propostas são:

Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de

desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento);

Proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antártica, oceanos, etc, pela

comunidade internacional;

Banimento das guerras;

Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização das

Nações Unidas (ONU).

Algumas outras medidas para a implantação de um programa minimamente adequado de

desenvolvimento sustentável são:

Uso de novos materiais na construção;

Reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais;

Aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica e

a geotérmica;

Reciclagens de materiais reaproveitavam;

Consumo racional de água e de alimentos;

Redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de Alimentos.

LOWI (2005) considera a situação ambiental mundial e indica que a humanidade esta

estabelecendo uma relação cada vez mais predatória com o meio ambiente em face do modelo

capitalista de produção em massa e que, por isso, estamos caminhando rapidamente para um

cenário de desastre ambiental. Relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a

situação ambiental indicam o aumento da pressão do ser humano sobre as condições do

planeta, que é muito fácil de perceber diante uma analisa mais atenta do comportamento

consumista desenvolvido por nossa sociedade. Possivelmente por isso, que a sustentabilidade

seja uma noção que esta no centro dos debates sobre o crescimento econômico, inclusão

social e meio ambiente.

O desenvolvimento sustentável tende a atender as necessidades do presente sem

comprometer a capacidade das futuras gerações de suprir as suas próprias necessidades. Visa

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à produtividade quantitativa e qualitativa dos ecossistemas de recursos renováveis e não

renováveis, de forma a assegurar que todos os recursos sejam aproveitados com vistas a

atender as necessidades das atuais gerações, e ao mesmo tempo, salvaguardar as legitimas

aspirações das futuras gerações de atender as suas próprias necessidades. (ROSSI,

NEUMANN,2003)

O crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios, um lado nunca houve tanta

riqueza e fartura no mundo, porém, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam

a cada dia. Qualquer alternativa de manter a estabilidade social e ecológica por meio dos

velhos métodos de desenvolvimento e proteção ambiental acentuará a instabilidade. É o

momento de romper com padrões do passado. As divergências entre os indicadores

econômicos e ambientais, somente podem ser resolvidas por meio de uma reforma

econômica, fazendo assim uma remodelagem da economia mundial para torna - lá

ambientalmente sustentável. É preciso buscar segurança através de mudanças. A Comissão da

ONU aponta várias providencias que podem ser tomadas para reduzis os riscos à

sobrevivência e indicar rumos sustentáveis para um futuro desenvolvimento.

2.4 LOGISTICA REVERSA

Devido a tantas legislações ambientais novas e as empresas à procura de redução de

custos e serviços e produtos diferenciados, fica claro a consciência e a responsabilidade cada

vez maior quanto a atividades de reciclagem e reaproveitamento de produtos e embalagens

dos fabricantes e importadores.

Essas atividades exigem um planejamento correto sendo possível administrar o fluxo

dos materiais do ponto de consumo até ponto de origem. E esse processo “invertido” é

denominado Logística Reversa. Esse interesse pela logística reversa aumentou quando as

empresas perceberam que uma grande quantidade de produtos encaminhados para disposição

final, ainda podiam ter algum valor econômico, sendo ainda possível desmonta-lo e suas

peças ou partes poderem ser utilizados em novos produtos. (LEITE, 2003)

O conceito da logística reversa surgiu há muito tempo, em meados dos anos 80, porém

eram relativos à reciclagem. Hoje, ela é um termo que relaciona atividades envolvidas no

planejamento, implementação e controle da eficiência e do custo do fluxo contrário de

matérias primas, estoques em processo, produtos acabados, embalagens e resíduos. Ainda

engloba o gerenciamento dos produtos retornados para reparação, devolução, remanufatura,

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reuso de materiais, correta disposição e informar desde o ponto de consumo ate o ponto de

origem (ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1999).

Todo objetivo dessas atividades é poder aproveitar valores ainda agregados aos itens,

oferecer o atendimento pós venda reduzir o consumo e oferecer a destinação final adequada

para o produto de “pós-consumo”.

Logística reversa é um processo de planejamento, implementação e controle,

eficiente e á um custo eficaz, do fluxo de matérias primas, estoques em

processamento e produtos acabados, assim como do fluxo de informação,desde o

ponto de consumo até ao ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou

realizar um descarte final adequado (Barbieri; Dias, 2002 p.32).

Segundo Lacerda (2002) a logística reversa atua através da politica de deposição dos

materiais e produtos no seu pós-uso, para não serem descartados de forma indesejável e

desordenados na natureza.

Com a escassez da matéria prima e as questões ambientalistas quanto às

responsabilidades de uma empresa com o material que coloca no mercado fazem com que a

Logística Reversa seja vista com mais importância. Além de ser um processo que pode

agregar valor ao produto é também um processo que faz com que os produtos que não tem

mais utilidade pelos consumidores, passem por alguma técnica de recuperação de produto e

esses possam ter uma nova função para o mercado.

A Reverse Logistics Executive Council, é uma organização profissional sem fins

lucrativos cujos objetivos são: desenvolver melhores padrões da industria onde seja possível

diminuir os custos dos consumidores, varejistas e fabricantes; fornecer estudos para

referencias e fazer o retorno das informações com a finalidade de melhorar o processo da

logística reversa.

Para a RLEC o processo de logística reversa é a movimentação de produtos da sua

destinação final para o ponto de origem, objetivando capturar valor ou envia-lo para

destinação segura. Algumas atividades da logística reversa são processar a mercadoria

retornada por dano, sazonalidade, recall, reciclar materiais de embalagem, recondicionar,

remanufaturar, dar disposição a equipamentos que não tem mais utilidade e ainda criar

programas para materiais perigosos.

De acordo com RLEC (Reverse Logistics Executive Council, 2013) as tarefas da

logística reversa incluem:

Processar a mercadoria retornada por razoes como dano, sazonalidade, reposição, etc.

Reciclar materiais de embalagem;

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Recondicionar, remanufaturar e reformar produtos;

Tratar materiais perigosos;

Permitir recuperação de ativos

A logística reversa deve atender os princípios de sustentabilidade ambiental,

conscientizando as empresas no momento da compra da matéria prima, durante a produção

até a destinação final da mercadoria. Ainda precisa reduzir a poluição e insumos que

degradem o meio ambiente, adotando produtos e procedimentos que auxiliem esse processo

(RLEC, 2013).

Existem duas grandes áreas, diferenciadas pelo estagio ou fase do ciclo de vida útil do

produto retornado, que seriam a logística reversa de pós-consumo e de pós-venda. A primeira

serve para planejar programas de produção e consumo sustentáveis, ou seja, sua preocupação

é a recuperação de produtos que já foram utilizados e descartados pelos consumidores. Na

logística reversa de pós-venda estão os produtos que foram devolvidos por erros no pedido,

falhas, defeitos ou até razões comerciais.

As empresas causam grandes problemas ambientais, e a logística reversa contribui

com a solução desses problemas. Quando os consumidores passaram a ter mais consciência

ambiental começaram a cobrar mais ações das empresas quanto às questões ambientais, pois

queriam saber onde os produtos iriam ser depositados após o consumo deles (LACERDA,

2002). Por isso, a logística reversa atua como um diferencial, pois está cada vez mais claro

que os consumidores valorizam empresas que têm politicas de retorno e destinação correta do

produto.

A preocupação da logística reversa é do retorno correto dos produtos que não estão de

acordo ou que apresentam algum defeito e com a destinação correta do produto para

reciclagem ou descarte em local apropriado.

As atividades de reciclagem e reaproveitamento de produtos e embalagens têm

aumentado consideravelmente nos últimos anos. Segundo Lacerda (2002) a logística reversa

deve ser adotada pelos seguintes motivos: questões ambientais, concorrência e redução de

custos.

Mesmo fraca, a legislação ambiental torna as empresas cada vez mais responsáveis

pelo ciclo de vida do produto, incluindo o impacto que ele causa ao meio ambiente após o seu

consumo. Com o aumento da “consciência verde” dos consumidores, que esperam que as

empresas reduzam os impactos nas atividades com o meio ambiente, tem gerado o aumento de

ações para transmitir ao publico uma imagem de empresa “ecologicamente correta”.

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As iniciativas em relação à logística reversa trazem consideráveis reduções de custos e

retorno financeiro para as empresas, seja economizando com a utilização das embalagens

retornáveis ou reaproveitando materiais de produção.

De acordo com o grupo REVLOG (2013), grupo que desenvolve pesquisas sobre

logística reversa em diversas universidades de todo mundo, os principais motivos pelos quais

as empresas utilizam a logística reversa são: legislações ambientais, que forçam as empresas a

retornarem os produtos e darem o tratamento ou destinação correta; benefícios econômicos do

uso de produtos que retornam ao processo de produção e o aumento da conscientização

ambiental dos consumidores.

Mesmo as empresas tendo que ter uma estrutura adequada para a logística reversa, o

que gera um custo considerável para a empresa, os benefícios ambientais, a boa imagem da

empresa perante o mercado e de seus produtos são muito positivos. As práticas de reutilização

de pneus, materiais, papel, alumínio e outros, trazem uma redução de custos bem considerável

na hora da compra de matéria-prima (MIGUEL, 2013).

Segundo Pinto (2002), a Resolução 258/99 é adequada, considerando que a estrutura

atual que existe no Brasil para reciclagem de pneus ainda é bastante precária e será necessário

um alto investimento para atingir a demanda que a legislação exige dos fabricantes.

2.4.1 Programas de coleta de pneus inservíveis

Para atender a Resolução 258/99, as Associações de pneumáticos começaram a

implantar programas de coleta e destinação ambientalmente correta para os pneus inservíveis.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2013), os programas de coleta de pneus

que não servem mais no Brasil não são suficientes, pois a maioria dos pontos de coletas estão

concentrados nas cidades com menos de 100 mil habitantes, e 70% da frota de veículos estão

em cidades maiores. Sem um sistema organizado de coleta, não é possível obter pneus em

quantidade e qualidades exigidas na escala de produção dos reciclados. As associações de

pneumáticos criaram dois programas de coleta e de destinação para os pneus inservíveis, e

eles tem como objetivos: garantir que todos os pneus produzidos no país ou importados

novos, serão destinados ou reformados corretamente, ampliar a atividade de reforma de pneu

e ainda aumentar a geração de empregos, reduzir a destinação errada dos pneus e encaminhar

os pneus inservíveis para a correta destinação.

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2.4.2 Programa Ecopontos

Visando cumprir as legislações ambientais, a ANIP, Associação Nacional da Indústria de

Pneumáticos, entidade que representa os fabricantes e importadores de pneus no Brasil,

resolveu implantar em 1999 um programa destinado à coleta e à destinação adequada dos

pneus que não servem mais. O programa atinge diversas regiões do país, contando com 743

centros de coleta de pneus, sendo 723 deles chamados de “Ecopontos”, que resultaram das

parcerias entre empresas privadas e com prefeituras de todos os estados do país.

A associação desenvolve parcerias com distribuidores, revendedores e prefeituras em todo

o Brasil, as quais hoje em dia somam mais de 700 cidades que já aderiram ao programa. Essas

parcerias permitem a implantação de centros de recebimento de pneus inservíveis, chamados

de “Ecopontos”, onde suporte técnico, logística, ajuda e ajuda econômica são garantidos pela

ANIP, que se responsabiliza pelo encaminhamento a destinação final.

A coleta de pneus que não servem mais é realizada pelo serviço de limpeza publica da

cidade e com a ajuda de borracheiros, sucateiros, reformadores, revendedores e coletadores,

que leva os pneus inservíveis a qualquer um dos Ecopontos, ou podem ser encaminhados

diretamente a uma das seis empresas de trituração ou picotagem cadastradas pela ANIP. Os

pneus coletados são destinados para produção de solas de sapatos, pisos industriais, co-

processamento, pó de borracha, pisos para quadras poli-esportivas, pisos industriais e tapetes

de carro (RECICLANIP, 2013).

Figura 7: Ecoponto na cidade de Criciuma

Fonte: RECICLANIP

O programa de coleta e destinação dos pneus esta proporcionando a gradativa

regularização das atividades das empresas que atuam na informalidade, já que a ANIP

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colabora com o licenciamento de recicladores junto aos Órgãos Ambientais Estaduais

(OEMAS) e ao IBAMA.

2.5 VERIFICAÇÃO DE QUALIDADE NA IMPORTAÇÃO

De acordo com a portaria do CONAMA nº 482, de 07 de dezembro de 2010, faz-se

necessária a certificação do INMETRO para entrada de pneus no país. Esta portaria habilita o

fabricante no exterior a fornecer o pneu, porém conforme as exigências do INMETRO.

Para fazer a solicitação do inicio do processo são necessários alguns documentos. A

empresa importadora solicita a um órgão vinculado com o INMETRO uma avaliação na

fabrica do fornecedor de pneus para verificar se o produto pode ser importado, no qual,

necessita se alguns documentos conforme (INMETRO, 2013):

a) Solicitação de Certificação par as famílias de pneu de sua linha de fabricação

b) Cópia do contrato social da empresa e sua ultima alteração, indicando o signatário

da solicitação;

c) Cópia dos documentos de identidade do signatário da solicitação

d) Comprovante do registro do CNPJ do fornecedor;

e) Cópia do certificado do sistema de gestão de qualidade de acordo com norma

ABNT NBR ISSO 9001 ou ISO/TS 16949

f) Cópia do Manual de Qualidade.

Quando o fornecedor for o importador, deve possuir uma declaração formal emitida

pelo fabricante estrangeiro, indicando-o como seu Representante Legal no Brasil. A marca ou

medida do produto não poderá ser importada por outra empresa brasileira a não ser aquela que

certificou o fornecedor no exterior. Toda essa documentação é necessária para comprovar se o

fornecedor atende as regras de certificação em âmbito internacional. (INMETRO, 2013)

A empresa representante do INMETRO irá analisar a documentação, e, em caso de

não conformidade, devera notificar a empresa importadora. “Caso seja identificada não

conformidade na documentação recebida, esta deve ser formalmente comunicada ao

fornecedor, no prazo de quinze dias, e este deve providenciar sua correção e formaliza-la ao

órgão responsável, evidenciando a implementação das ações corretivas para nova analise”

(INMETRO, 2013). Se for reprovada, a empresa tem prazos a cumprir para enviar nova

documentação, porem, se aprovada, empresa vinculada ao INMETRO faz um orçamento para

poder realizar a visita e os testes na fabrica do fornecedor no exterior.

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Os ensaios devem ser feitos nas famílias de pneus que a importadora ira trazer para o

mercado nacional, feitos no laboratório pelo órgão vinculado ao INMETRO. Para cada

família de pneu importada, devera ser retirada uma amostra para teste em laboratório. Nos

certificados do INMETRO deve-se identificar a(s) família(s) de pneu(s) que devem ser

importadas, por categoria, de acordo com critérios estabelecidos:

Exemplo: Designação do Pneu: 175/70 R 13 86 T Reforçado

Família: 2A2B2C4D3, sendo:

2- Categoria: Pneu para automóvel,

A2 – tipo de construção radial;

B2 – estrutura reforçada;

C4 – relação nominal de aspecto;

D3 – categoria de velocidade.

Estando as amostras em conformidade o certificado deverá ser emitido, assinado e

conter no mínimo as seguintes informações (INMETRO, 2013):

a) Razão Social, CNPJ e nome fantasia;

b) Endereço completo do fornecedor;

c) Dados completos do OAC (nome, número de registro e assinatura);

d) Data de emissão e validade do certificado;

e) Identificação das famílias de pneus com a identificação dos modelos/tipos abrangidos

pela conformidade;

f) Identificação e endereço completo do CTPD e fabrica(s) vinculada(s).

O atestado de conformidade tem validade de 4 (quatro) anos podendo ser renovado

com testes em qualquer fabrica do fornecedor. Todos os custos para a certificação do

INMETRO é por conta do importador, neste caso a Link Comercial.

O atestado emitido será o certificado que o INMETRO da ao importador, dando

poderes para importar determinada linha de pneus devidamente testados e aprovados,

sendo o único detentor da marca no Brasil.

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2.6 DESTINAÇÃO DE PNEU

A legislação federal quanto à reciclagem é bastante escassa. A Constituição Federal

determina os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a preservar o meio ambiente e

combater a poluição de qualquer maneira.

Vale à pena destacar o art. 225 da Carta Magna que diz “Todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao poder publico e à coletividade o dever de defende-lo e

preserva-lo para as presentes e futuras gerações” e no mesmo artigo insere-se o § 3º, no qual

diz “ As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,

pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da

obrigação de reparar os danos causados”

Para os pneus, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), aprovou em 26

de agosto de 1999, a resolução nº 258, segundo qual, obrigava os fabricantes e importadores a

darem a correta destinação para os pneus inservíveis. Desde 2002, com a resolução revogada,

ficou decidido que: “As empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam

obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis

existentes no território nacional, na proporção definida nesta resolução relativamente às

quantidades fabricadas e/ou importadas”.

A partir de 1º de janeiro de 2002 ficou disposto pela Resolução 258/99 do CONAMA

que para cada quatro pneus novos ou fabricados no Brasil, incluindo os que acompanham os

veículos, as empresas fabricantes e importadores devem dar destinação final a um pneu

inservível.

A partir de 2005:

a) para cada quatro pneus novos fabricados no País ou pneus novos importados,

inclusive aqueles que acompanham os veículos importados, as empresas fabricantes e as

importadoras deverão dar destinação final a cinco pneus inservíveis;

b) para cada três pneus reformados importados, de qualquer tipo, as empresas

importadoras deverão dar destinação final a quatro pneus inservíveis.

De acordo com a Resolução, os fabricantes e as importadoras de pneus tem que

respeitar prazos e cumprir metas, com a finalidade de reduzir o passivo ambiental de pneus.

Isso força as empresas desta área a praticar programas de logística reversa aos programas de

coleta, proveito e retorno dos pneus que não servem mais às empresas que estão habilitadas

para darem a destinação ambientalmente apropriada (CONAMA, 2013).

15

Segundo Miranda (2006), os pneus inservíveis são resíduos sólidos de gestão

complexa, pois provocam riscos ao meio ambiente e à saúde publica. A Resolução 258/99

atinge o principio da responsabilidade de pós-consumo e o cumprimento para a proteção do

meio ambiente e da saúde publica. O não cumprimento da Resolução pode implicar na

responsabilização do infrator em nível, administrativo, cível e criminal. Com o objetivo de dar

a destinação apropriada para os pneus, a coleta dos mesmos é “obrigação solidária” dos

fabricantes, importadores, distribuidores, revendedores, reformadores, consertadores e

consumidores e até mesmo do poder públicos. Ao poder publico cabe cuidar, em nível local,

da saúde da sociedade e da proteção do meio ambiente, aproveitando de suas competências

legislativas e administrativas para exigir a correta destinação aos pneus já utilizados e não

mais úteis.

O IBAMA é o responsável pela fiscalização e pelo controle da Resolução. E em 18 de

março de 2010 publicou a Instrução Normativa nº 01, que institui o “Relatório de

Pneumáticos: Resolução CONAMA nº 416/2009” e que deve ser preenchido pelas

importadoras e pelos fabricantes de novos pneus e também pelas empresas destinadoras dos

pneus inservíveis.

As empresas fabricantes e importadoras de pneus devem preencher dois relatórios

disponíveis no CTF, Cadastro Técnico Federal do IBAMA. Em um devem informar suas

atividades sendo elas de importação, de produção, exportações ou envio às montadoras de

veículos novos, deve indicar a NCM (Nomenclatura Comercial do MERCOSUL) e ainda

informar as quantidades em quilogramas e unidades. No segundo, devem cadastrar

informações aos pontos de coletas.

Já as empresas destinadoras dos pneus inservíveis devem informar o CNPJ da empresa

favorecida (fabricante ou importadora) e as destinações que serão feitas. É necessário indicar

a quantidade em quilo e o tipo de destinação que será utilizada. O sistema vinculando as

informações permite que as empresas acompanhem a evolução da sua meta de destinação e se

a mesma foi devidamente cumprida.

A Resolução Conama nº 258/99 teve sua revisão feita em 2006 pelo IBAMA e em

setembro de 2009, a Resolução CONAMA nº419/09, que alterou a forma de calculo de

produção para mercado de reposição, foi aprovada. A nova Resolução desafia os fabricantes e

importadores a darem destinação correta para 100% dos pneus colocados no mercado.

A partir da utilização Equação 1 abaixo, é possível chegar a quantidade de pneus

comercializados no mercado de pneus de reposição

16

MR= [(P + I) – (E – EO) x 0,7

Sendo:

MR – Mercado de Reposição / Meta de Reciclagem

P- total de pneus produzidos

I – total de pneus importados

E – total de pneus exportados

EO – total de pneus em carros novos

Fator 0,7 – o numero de pneus deve ser convertido em peso e considerado um fator de

desgaste de 30% em peso do pneu novo.

Utilizando esta formula e descontando os 30% em peso pelo fator de desgaste de pneu

novo, encontra-se a meta de destinação que deve ser cumprida.

2.6.1 Processos de reforma de pneumáticos

A Resolução Conama nº 416/2009, conceitua a destinação adequada de pneus

inservíveis como

procedimentos técnicos em que os pneus são descaracterizados de sua forma inicial,

e que seus elementos constituintes são reaproveitados, reciclados ou processados

por outra (s) técnica(s) admitida(s) pelos órgãos ambientais competentes,

observados a legislação vigente e normas operacionais especificas de modo a evitar

danos ou riscos à saúde publica e a segurança, e a minimizar impactos ambientais

adversos.

Em 2012 as destinações praticadas pelas empresas que declararam no Relatório de

Pneumáticos foram:

Coprocessamento: utilização dos pneus inservíveis em fornos de clínquer como

substituto parcial de combustíveis e como fonte de elementos metálicos;

Laminação: processo de fabricação de artefatos de borracha;

Reciclagem: fabricação de borracha moída, com separação e aproveitamento do aço;

Regeneração da borracha: processo industrial de desvulcanizacao da borracha;

Industrialização do Xisto: processo de coprocessamento do pneumático inservível.

Além dessas, outras técnicas de destinação e reutilização de pneus podem ser utilizadas,

como por exemplo, as reformas.

Os pneus usados que possuem condições técnicas e de segurança podem ser reformados

de acordo com INMETRO, de três formas: recapagem, recauchutagem e remoldagem. As

reformas têm que garantir a mesma segurança de um pneu novo para o consumidor.

17

Segundo o ABR (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO SEGMENTO DE REFORMA

DE PNEUS) o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de reforma de pneus. A

recapagem tem sido um dos meios de reforma mais utilizados. De cordo com o Instituto

Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (2013, p.4) a recapagem é o

“processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rondagem”. É

usado com mais frequência na reforma de pneus de caminhões e de ônibus. A vantagem da

recapagem é que pode ser feito, em média, seis vezes por pneu, todavia, somente pneus de

caminhões e ônibus foram projetados para receber esse tipo de processo.

A recauchutagem é outro processo de reforma de pneus, e como os outros é baseada

no reaproveitamento da estrutura do pneu usado em boas condições de conservação,

substituindo apenas a banda de rodagem e os ombros, partes do pneu que entram em contato

com o solo. Segundo a Associação dos Revendedores e Recauchutadores de Pneus do Estado

de Minas Gerais (2013) o processo de recauchutadem deve ser feito apenas uma vez para os

pneus de automóveis, duas a três vezes para os pneus de caminhões, ônibus e cerca de cem

vezes em pneus de aeronaves.

O processo de remoldagem é um processo muito utilizado no exterior para aproveitar a

carcaça dos pneus usados, o processo é mais sofisticado e exige da empresa um controle

melhor das carcaças utilizadas e dos compostos de borracha utilizados (PINTO, 2002).

Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (2006)

a remoldagem é o:

processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de

rodagem, dos seus ombros e de toda superfícies de seus flancos. Este processo é

conhecido como recauchutagem de talão a talão.

Devido às leis ambientais cada vez mais rigorosas as empresas se tornaram mais responsáveis

pelo ciclo de vida dos produtos, inclusive após seu consumo e ao impacto que isso trás ao

meio ambiente. Com o intuito de transmitir aos consumidores uma imagem de

“ecologicamente correta” as empresas apostam em politicas de retorno de produto como uma

diferenciação do mesmo.

18

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA.

Fundada em 2004 e com sede matriz na cidade de Pomerode no estado de Santa

Catarina, a Link oferece auxilio na importação de bens para consumo, revenda ou

industrialização. Especializada na importação e comércio, a Link dispõe de ampla linha de

produtos para a indústria, construção civil, maquinário, produtos têxteis e transporte. Os

produtos podem ser adquiridos por empresas em todo território nacional através de

importação direta, sendo as modalidades por encomenda ou conta e ordem, e ainda na compra

de produtos já nacionalizados com todos os tributos devidamente pagos. O Grupo Link conta

ainda com mais duas empresas, Welttec Comercial Importadora e Exportadora LTDA e Icone

Comercial Importadora e Exportadora LTDA. O grupo inteiro consiste 228 funcionários e 14

filiais, sendo elas espalhadas pelos estados de São Paulo, Paraná, Ceará, Minas Gerais e Santa

Catarina. A Link é um das maiores importadoras de SC, no ano de 2011 a empresa ficou em

19º lugar entre as maiores importadoras do estado, e em 2012 a colocação foi 17º, porém,

somando o faturamento das três empresas do grupo, este ocupa o 3º lugar.

A companhia conta com o beneficio fiscal Pró- emprego. O Pró-emprego funciona

como beneficio fiscal para a importação com redução na alíquota do ICMS, e tem como

objetivo gerar emprego no estado de Santa Catarina por meio de uma tributação diferenciada

do ICMS. O programa foi instituído pela Lei nº 13.992, de 15 de fevereiro de 2007 e

regulamentado pelo decreto nº 105, de 14 de março de 2007.

O importador paga em suas importações normais 17% ou 18%, dependendo do estado

da importação, composto. Ou seja, o calculo é feito sobre o valor CIF da mercadoria + toda a

tributação (II, IPI, PIS, COFINS, taxa SISCOMEX, despesas, etc.) e nesse momento é

aplicado a alíquota do ICMS, que assim chega a aproximadamente 21,5%. Em uma

importação aonde o valor da mercadoria chega a R$ 100.000,00 (mercadoria e tributação) o

importador teria que desembolsar em torno de R$ 22.000,00 e depois passaria a se creditar no

mês seguinte.

Na modalidade Pro-Emprego, a operação é realizada da seguinte maneira: o calculo do

ICMS será o mesmo, porem a alíquota aplicada será de 8%, e nada mais. Numa operação de

R$ 100.000,00 o importador ou adquirente, terá que desembolsar em tordo de R$ 9.000,00 e

recebera uma NF de repasse/ entrega de mercadoria, destacando o valor de ICMS 12%, ou

19

seja, um crédito de R$ 12.000,00. Portanto, a empresa poderá usar esse valor que deixara de

desembolsar e ainda ira receber um repasse de credito de ICMS de 4% na nota fiscal.Este

programa só é valido para operações via portos e aeroportos de Santa Catarina, e importações

rodoviárias que venham do MERCOSUL ou países vizinhos onde a mercadoria terá que vir

para SC, caso entre por fronteiras como Uruguaiana, Foz do Iguaçu, Dionisio Cerqueira entre

outras.

3.1.1 Produtos

A Link Comercial, desde o inicio de suas atividades, buscou inovar importando

produtos de qualidade para diferentes áreas do mercado. Seus primeiros produtos foram os

pneus, começando pelos pneus de passeio importados da China. São quatro marcas diferentes

e nove modelos de pneus para carros e transportes de médio porte.

A empresa ainda conta com pneus para utilitários, pneus de carga diagonal, pneus

agrícolas, pneus industriais, pneus para fora de estrada e rodas.

Por ser uma comercial importadora, a Link conta com uma diferenciada gama de

produtos, como:

Máquinas de bordar, de corte, costura, corte e gravação a laser, maquinas de

bordar, teares circulares e rerilineos, maquinas de tingir, estamparias, rama,

secador, estamparia rotativa;

Linhas e aviamentos;

Produtos para contrução civil como gruas, revestimentos em cerâmicas e

elevadores de cremalheira;

produtos de aço galvanizado e inox usados para calhas e rufos, telhas, tubos

industriais de pequenos diâmetros, varal e outros.

3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

A logística reversa na destinação dos pneus exige uma estrutura especializada. Por ser

uma comercial importadora, e não ter o conhecimento e estruturas necessárias, a Link

Comercial teve como decisão terceirizar o processo de destinação de pneus. A empresa

escolhida foi a Renna RENNBA Ambiental.

A RENBA Assessoria Ambiental à Indústria Ltda, coleta resíduos de indústria e os

encaminha para o reciclador, garantindo a viabilização de sua total reciclagem. O

20

compromisso da RENNBA é com o Meio Ambiente e o objetivo da RENNBA é de assegurar

o bem estar da natureza e de seus clientes. A matriz da RENNBA é em Volta Redonda no Rio

de Janeiro, e a mesma, com parcerias de empresas coletadoras em outras cidades, efetua a

coleta de resíduos de indústria, sejam ele ferrosos, não ferrosos, metálicos, não metálicos,

papel, papelão, madeira, plástico, baterias diversas, lâmpadas fluorescentes, pneus, entre

outros; sendo possível garantir o processo de todo material junto ao reciclador.

Cabe a Link informar a RENNBA quanto foi importado, por quilograma, dessa

maneira a RENNBA consegue calcular quanto por cento daquela importação deverá ter a

destinação correta.

O processo de destinação dos pneus começa logo no embarque da mercadoria. Quando

a mercadoria embarca a Link Comercial emite uma Licença de Importação (anexo 1)

informando quantidades e quilogramas e em unidades, valores unitários e total, INCOTERM,

exportador e fabricante. Ao enviar a LI para a RENNBA, a mesma gera uma ordem de serviço

(anexo 2) , onde são informados os números das LI’s, a quantidade importada, a quantidade a

ser destinada e o valor que a Link deve pagar para que seja feita a destinação. Essa ordem de

serviço gera um boleto (anexo 3) que deve ser pago pela Link. Após o pagamento do boleto a

destinadora RENNBA emite uma declaração de destinação de pneus inservíveis (anexo 4). No

final do processo uma Nota Fiscal de serviço (anexo 5) é feita pela a RENNBA para a Link

Comercial.

Quando um consumidor decide trocar os pneus do seu veículo, seja por qualquer

motivo, o mesmo o leva para borracharias, concessionárias de veículos ou ate mesmo a

própria loja onde adquiriu o pneu. Essas devem encaminhar os pneus inservíveis para pontos

de coleta na cidade ou em cidades próximas. Ao chegar nos pontos de coleta as mesmas

contam com sistemas de rastreamento pela marca. Os pontos de coleta devem alertar as

destinadoras, no caso da Link a Rennba será acionada, e a mesma deve planejar as coletas dos

pneus. Os pneus inservíveis da Link serão encaminhados para o pátio da Rennba onde será

analisado qual destino receberão.

A RENNBA conta com varias parcerias na coleta de pneus. E cada ponto de coleta

deve contar com um depósito e com uma estrutura que permita a manutenção para registro de

quantidades de pneus inservíveis coletados (controle de estoque/ pneus recebidos e pneus

destinados) de acordo com instruções da Resolução CONAMA nº 416.

A responsável pelos destinos dos pneus inservíveis deve informar as quantidades

importadas e destinadas no site do IBAMA. Na tabela abaixo é possível analisar a quantidade

21

em quilogramas que a Link importou e destinou corretamente conforme Resolução da

CONAMA.

Lista de Operações Declaradas Importadas Destinadas

Período Quantidade (Kg)

1º Trimestre de 2013 2343513,00 991469,00

4º Trimestre de 2012 1511618,42 846406,10

3º Trimestre de 2012 1682733,77 806228,00

2º Trimestre de 2012 977894,52 607982,00

1º Trimestre de 2012 2188266,25 2145353,00

4º Trimestre de 2011 1596137,27 1109798,02

3º Trimestre de 2011 1403665,47 1208994,90

2º Trimestre de 2011 1280586,81 638431,10

1º Trimestre de 2011 904187,60 68467,32

4º Trimestre de 2010 2073521,00 897248,10

3º Trimestre de 2010 1592701,00 1903714,20

2º Trimestre de 2010 825406,60 979119,00

1º Trimestre de 2010 1021781,00 896668,00

Tabela 1: Lista de Operaçãoes Declaradas da Link

3.3 ANÁLISE DOS DADOS

Tanto a sociedade quando os governos estão conscientes dos danos que os resíduos

sólidos, como o pneu, podem causar para o meio ambiente e para sociedade.

Visando diminuir o impacto ambiental, o governo criou uma Resolução no qual obriga

os importadores e fabricantes de pneu a coletar e dar a destinação correta desses pneus.

Todavia, existem falhas no sistema de controle do governo, pois o mesmo não realiza a

cobrança correta dos importadores e fabricantes. Para o IBAMA, depositar pneus em aterros

sanitários é contra a lei, e a obrigação de realizar a fiscalização é do órgão municipal ou

estadual do meio ambiente, e não dos importadores e fabricantes, quem deveria responder à

Resolução.

A Link contribui com a destinação correta de pneus terceirizando o processo com a

empresa Rennba. Todavia, a Link não mantém controle do processo e nem acompanha a

22

coleta de pneus até a destinação. Não controlando o processo de destinação, a Link não

consegue ter o conhecimento se seus pneus estão sendo devidamente destinados.

4 CONCLUSÃO

O aumento da preocupação com o meio ambiente, fez com que governos e autoridades

percebessem os impactos gerados pelo descarte inadequado de pneus no meio ambiente.

A Resolução Conama 258/99 foi criada para minimizar esses impactos, porém a

mesma é pouco divulgada. Mais programas de conscientização deveriam ser divulgados

aumentando a efetividade da participação de empresas e da sociedade em geral.

Houve um grande aumento no número de locais de coleta e destinadoras de pneu,

tornando a logística reversa, que é essencial no processamento de pós consumo, de pneus

mais acessível às empresas e aos consumidores.

O dimensionamento da logística reversa é de grande importância para os fabricantes e

importadores de pneus, devido ao custo de coleta, transporte, destinação dos pneus inservíveis

e para o cumprimento das metas estabelecidas.

Embora bem intencionada, ativa e eficaz quanto à destinação de pneus inservíveis, na

Resolução Conama nº 258/99 não esta prevista a retirada de pneus inservíveis de aterros,

lixões, ruas, rios, vales, para a redução do passivo ambiental negativo, o que significa que os

mesmos continua poluindo o meio ambiente.

O objetivo deste relatório foi de analisar os impactos ambientais que o descarte

incorreto de pneus causa ao meio ambiente e confirmar a evefitividade da Resolução Conama

nº 258/99.

Foi possível concluir que o alto custo da coleta e do transporte de pneus inservíveis é a

principal dificuldade para a solução definitiva de pneus. Também não existe um trabalho

conjunto entre fabricantes e importadores de pneu no país, para desenvolver um modelo de

logística reversa que possa reduzir estes custos. A existência de ações que visam aumentar a

oferta de pneus inservíveis para atender a capacidade das empresas de pré-tratamento,

coprocessamento, pirólise e queima de caldeiras também é quase nula.

Os consumidores também não fazem a parte que lhes cabem para diminuir o problema.

Boa parte dos consumidores prefere levar os pneus usados para casa, após a troca, achando

que ainda existe algum valor neles. Os fabricantes, importadores, revendedores e

distribuidores também não divulgam programas de coleta e destinação dos pneus para

incentivar a troca.

23

Para cumprir o primeiro objetivo do trabalho foram pesquisadas quantidades e efeitos

ao meio ambiente que os pneus inservíveis causam. O segundo objetivo foi analisado com a

pesquisa das principais legislações e leis. O ultimo objetivo foi cumprido com pesquisas na

Link, onde o estagio foi aplicado.

É possível constatar que embora tenha empenho e esforço da Link Comercial, junto

com outras importadoras e fabricantes de pneus no Brasil, apesar de gerar dados positivos

com a eliminação de grandes depósitos a céu aberto, os pneus inservíveis ainda necessitam de

investimentos em tecnologia que permita a reciclagem total do pneu. Gerando assim mais

empregos e ainda beneficiando o crescimento sustentável.

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