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www.adial.com.br ENTREVISTA: CYRO MIRANDA Pró-Industrial ADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Abril - 2012 - ANO IV - Nº 29 O CONFAZ E A CONFUSÃO FEDERATIVA O Conselho Nacional de Políca Fazendária (Confaz) é responsável por regulamentar os temas mais polêmicos sobre tributos no Brasil. Conheça mais sobre suas funções e suas decisões na vida empresarial do País. EQUIPLEX CRESCE 21% AO ANO GUERRA DOS PORTOS, COMEÇO E FIM ADIAL 29_Layout 1 04/04/2012 11:26 Page 1

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ENTREVISTA: CYRO MIRANDA

Pró-IndustrialADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Abril - 2012 - ANO IV - Nº 29

O CONFAZ E A CONFUSÃO FEDERATIVA

O Conselho Nacional de Polí�ca Fazendária (Confaz) é responsável porregulamentar os temas mais polêmicos sobre tributos no Brasil. Conheçamais sobre suas funções e suas decisões na vida empresarial do País.

EQUIPLEX CRESCE 21% AO ANO

GUERRA DOS PORTOS, COMEÇO E FIM

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PRÓ­INDUSTRIAL

Pró-Industrial [2 ] www.adial.com.br

Sumário

EditorialO industrial está sempre atento ao que ocorre na política fiscal

do País. Disputas judiciais entre Estados, empresas e União ganhamas mesas de escritórios e afetam o humor. É necessário a integraçãonacional da indústria – que vive há décadas uma rivalidade tensa eprejudicial. Descontentamento de uns, defesa quase intransigentede outros, independente da bandeira que carregue, trazem ranhu‐ras improdutivas.

Em vez de atividades complementares, cria‐se um clima de ini‐mizade. O confronto entre Estados industriais tira o foco da nossamaior divergência, o governo brasileiro tem abandonado, há déca‐das, a indústria a um modelo de auto‐desenvolvimento, sem polí‐ticas industriais amplas, desonerações vitais, criação e atualizaçãode ambientes de negócios e inovação, tributação favorável aoavanço das vendas e dos negócios, entre outros aspectos.

Foca‐se muito o debate em são válidos ou não os incentivos fis‐cais. Até para ampliarmos o debate fiscal, precisamos entendertodos aspectos desta política no País. Para isso, nada melhor do queapresentar, discutir e propor soluções que dissecarmos o que é, oque faz, como faz e onde atua o Conselho Nacional de Política Fa‐zendária (Confaz). Na 29ª edição do Pró‐Industrial, tratamos, emcinco páginas, sobre o tema.

Ainda nesta linha, de debate do setor, agora no Legislativo, estaedição apresenta uma rica entrevista com o senador goiano, funda‐dor e ex‐presidente da ADIAL, Cyro Miranda Gifford, que apre‐senta as preocupações do Senado brasileiro com o futuro daindústria. Outro tema que rondou as mesas do setor neste últimomês, a Guerra dos Portos, é apresentada na Pró‐Industrial. Assim,pedimos que acompanhe sempre a revista, impressa ou no site daADIAL, leia e indique. Boa leitura.

Produção

ADIAL ‐ Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º andar ‐ Ed. Rizzo PlazaSetor Sul, Goiânia Goiás. CEP: 74.083‐060 Fone: (62) 3213‐1666

www.adial.com.br

Presidente do Conselho de Administração Cesar Helou

Vice‐Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira

Conselho NatoCyro Miranda Gifford Júnior, José Alves Filhoe Alberto Borges de Souza

Vices‐Presidentes e Conselheiros Geraldo José Bruini, Nelson Vas Hacklauer, Alberto Borges de Souza, Maximiliani LiubomirSlivnik, Vanderlan Vieira Cardoso, Sandro Antônio Scodro, Carmello Paole�, HeribaldoEgídio da Silva, Paulo Sérgio Guimarães Santos,Pedro Henrique Pessoa Cunha, Heno JácomoPerillo, Marco Aurélio Limírio Gonçalves, JoséBa�sta Júnior, Nelson Kowalski, José Alves Filho,Domingos Vilefort Orzil, Alfredo Ses�ni Filho,Carlos Luciano Ribeiro, Rivas Rezende, Juliana Nunes e Igor Montenegro.

Diretor Execu�voEdwal Freitas Por�lho “Chequinho”

Projeto Gráfico e Diagramação Contemporânea

Pró-IndustrialExpediente Temas relevantes

16‐17 EQUIPLEX

EDITORIAL Temas Relevantes. 2. //FISCO O que faz oConfaz 3‐6. //ANÁLISE História e contexto 7. //NOTASINDUSTRIAIS Produzir, Incen�vos e Injus�ça do BNDES8. //ENTREVISTA Cyro Miranda 9‐11. //TRIBUTOSGuerra dos Portos 12‐13. //MARKETING & PRODU‐TOS Novidades na Indústria 14. //REFLEXÃO SETO‐RIAL Câmbio e desaceleração 15. // LEITURA LivrosEmpresariais 18. // OPINIÃO Edwal Por�lho “Chequi‐nho” 19. // César Helou 20.

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Pró-Industrial [ 3 ] www.adial.com.br

O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS PASSAM PELO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA FAZENDÁRIA. SEM REFORMA TRIBUTÁRIA, O CONFAZ TENTA HARMONIZAR A GESTÃO TRIBUTÁRIA

FISCO

O que faz o Confaz

Comércio eletrônico, incen‐tivos fiscais, unificação doICMS e outras dezenas deadequações tributárias re‐levantes no País passam

pela mesa de discussões do ConselhoNacional de Política Fazendária (Con‐faz). Sem uma reforma tributária queatinja (e dinamite) os gargalos tributá‐rios e seu peso para o País, é o “conse‐lhão” que reforma, ou pelo menostenta harmonizar, a cada três meses, apolítica de impostos brasileira.

O Confaz é um órgão deliberativoinstituído pela Lei Complementar nº24/75. No geral, seu objetivo é promo‐ver ações necessárias à elaboração depolíticas e harmonizar procedimen‐tos e normas adotadas por cada Es‐tado. O órgão também colabora como Conselho Monetário Nacional(CMN) na fixação da política da dí‐vida interna e externa dos Estados.

Nas reuniões, comparecem osprincipais Fiscos nacionais, ou seja,todas Secretarias e Ministério da Fa‐zenda. Aliás, este último preside oórgão, enquanto os secretários ele‐gem um coordenadorque os representem.Atualmente, o presi‐dente do Confaz, re‐presentando oMinistério da Fa‐

zenda, é Nelson Barbosa, enquanto orepresentante dos Fiscos estaduais éo secretário da Fazenda do Mara‐nhão, Cláudio Trinchão.

O órgão enfrenta resistência por‐que para suas decisões terem valorprático, precisam ser unânimes.Outro ponto é que pauta é sempreampla. As reuniões, que ocorrem tri‐mestralmente, são feitas em dois dias.No primeiro dia é o pré‐Confaz, maistécnico e propositivo, e o segundo,mais deliberativo.

Na pauta, sempre a concessão debenefícios fiscais com o ICMS é otema central – por onde,normalmente, giram osprincipais entraves. Deum lado, ficam Estadosfavoráveis às políticas deincentivos tributários

(normalmente, os emergentes) e, dooutro, os contrários, que são pioneirosna industrialização do País e conde‐nam os programas de incentivo.

Na última reunião, por exemplo,que ocorreu há dez dias em Cuiabá,tratou‐se de temas econômicos, fiscaise tributários de interesse dos Estadosque passaram por outros órgãos eficam no aguardo de deliberação doConfaz. (Confira cobertura da reuniãonas páginas 4 e 5). As comissões res‐ponsáveis por debater, propor e pau‐tar o órgão são a Comissão TécnicaPermanente (Cotepe), a Comissão de

Gestão Fazendária(Cogef), o Comitê Gestordo Simples Nacional(CGSN), o Fórum Fiscaldos Estados Brasileiros, oGrupo de Gestores Fi‐nanceiros dos Estados(Gefin) e o Encontro Na‐cional de Administrado‐

res Tributários Estaduais(Encat).

NOMEConselho Nacionalde Polí�ca Fazendá‐ria (Confaz).

+ ATRIBUIÇÕESPromover estudospara aperfeiçoar a Ad‐ministração Tributáriacomo mecanismo dedesenvolvimento eco‐nômico e social.

CÚPULASReuniões são tri‐mestrais e contamtambém com a par‐�cipação da PGFN,da Receita Federale do STN.

CRÍTICASA obrigatoriedadede unanimidadenas votações tra‐vam o Confaz. AADIAL defende ofim desta regra.

+ CRÍTICASÓrgão não conse‐gue reduzir ou mi‐nimizar a grandeanimosidade entreos Estado.

MISSÃOElaborar polí�cas eharmonizar nor‐mas inerentes aoexercício da com‐petência tributária.

ATRIBUIÇÕESCelebrar convêniosde concessão ourevogação de isen‐ções, incen�vos ebene�cios fiscais.

+ ATRIBUIÇÕESPromover a gestãodo Sistema NacionalIntegrado de Infor‐mação EconômicoFiscais.

COMANDOPresidente: NelsonBarbosa, do Ministé‐rio da Fazenda.Coord. dos Estados:Cláudio Trinchão (MA)

QUEM FAZ PARTECongrega todos se‐cretários da Fa‐zenda e os ministrosda Fazenda e doPlanejamento.

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FISCO

As últimas decisõesda cúpula fazendária

Apesar de alguns embates téc‐nicos, a 145ª Reunião do ConselhoNacional de Política Fazendária(Confaz), realizada no último dia30, em Cuiabá, foi marcada porconsensos em muitos pontos rela‐tivos ao Imposto sobre Circulaçãode Mercadorias e Prestação de Ser‐viços (ICMS).

O secretário de Fazenda de MatoGrosso, Edmilson José dos Santos,afirmou que as discussões entre re‐presentantes dos Estados e do Dis‐trito Federal resultaram naaprovação de convênios a versaremsobre os temas mais variados.

Também foram aprovados ajus‐tes no Sinief (Sistema Nacional Inte‐grado de InformaçõesEconômico‐Fiscais): instituição doCupom Fiscal Eletrônico e novos

prazos para cancelamento, carta decorreção e registro da Nota FiscalEletrônica (NF‐e).

Os secretários de Fazenda e res‐pectivos assessores também discuti‐ram a sistemática de cobrança doICMS incidente sobre o comércioeletrônico. A maioria se posicionoufavorável à proposta de emendaconstitucional, em tramitação noCongresso Nacional, a qual prevê arepartição do ICMS entre o Estadode origem e o de destino das merca‐dorias. Pela regra atual, o impostonesses casos fica integralmente como Estado remetente.

Também foram debatidas as mu‐danças nos critérios de distribuiçãodo Fundo de Participação dos Esta‐dos (FPE). Em relação a essa ques‐tão, os Estados vão demandar

esforços junto ao Congresso Nacio‐nal para definir o processo de tran‐sição gradual, neutralizar as perdasde receitas, adequar e ampliar a basede partilha dos recursos.

Outro assunto da reunião foi oressarcimento às unidades federadasdas perdas decorrentes da desonera‐ção do ICMS das exportações deprodutos primários e semielabora‐dos e dos créditos que os estadosconcedem aos contribuintes nasaquisições de bens do ativo imobili‐zado (Lei Kandir).

Os Estados continuarão a exigirda União a regulamentação do ar‐tigo 91 do Ato das Disposições Cons‐titucionais Transitórias (ADCT), queprevê a destinação aos Estados e aoDistrito Federal do montante defi‐nido em lei complementar como

Reunião do Confaz em Mato Grosso, no fim de março, foi marcada por consensos e embates técnicos

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FISCO

forma de ressarcimento.

SIMPLES NACIONALOs participantes do Confaz tam‐

bém demonstraram preocupaçãocom o nível de inadimplência doICMS recolhido na forma do regimeSimples Nacional (aplicável às mi‐croempresas e empresas de pe‐queno porte), inclusivemicroempreendedores individuais.

"No Mato Grosso, o nível de ina‐dimplência é de 50%, em média, dototal de contribuintes do SimplesNacional e microempreendedores.A situação não é diferente em mui‐tos outros estados. Por isso, os esta‐dos vão cobrar da Secretaria daReceita Federal a elaboração de umprograma nacional de fiscalizaçãodos devedores, para um controlemais rigoroso", destacou o secretárioAdjunto da Receita Pública daSefaz‐MT, Marcel Souza de Cursi.

O governador de Mato Grosso,Silval Barbosa, participou da aber‐tura do evento. A reunião foi pre‐sidida pelo secretário da ReceitaFederal, Carlos Alberto Barreto (re‐presentou o ministro da Fazenda,Guido Mantega), com a participa‐ção do subsecretário de RelaçõesFinanceiras Intergovernamentaisda Secretaria do Tesouro Nacional(STN), Eduardo Coutinho Guerra(representou o secretário da STN,Arno Augustin); do coordenadornacional do Confaz, Cláudio JoséTrinchão Santos; da procuradorada Fazenda Nacional, Valéria Sa‐ques; além de secretários de Fa‐zenda e assessores de todas asunidades federadas. A próximareunião do Confaz será realizada emAlagoas, no mês de junho.

Os Estados emergentes, insatis‐feitos com as atuais regras do Fundode Participação dos Estados (FPE),vão buscar no Congresso Nacionaluma transição gradual nos critérios

de distribuição.A deliberação dos secretários de

Estado reunidos em Cuiabá foi nosentido de neutralizar as perdas dereceitas e ampliar a base de partilhados recursos.

O FPE é um dos principais re‐passes constitucionais de que sevalem as administrações estaduais ea revisão dos critérios de distribui‐ção foi uma das cobranças pertinen‐

tes a política fiscal mais contunden‐tes feitas pelos governadores.

Embora o consenso da reuniãoda Confaz tenha sido de levar aquestão ao Poder Legislativo, a me‐dida tem tudo para fracassar sob aótica dos interesses dos emergentes,devido à menor representatividadeda Região Centro‐Oeste no Con‐gresso. Mato Grosso do Sul e Goiástambém contestaram a lei.

O XADREZ TRIBUTÁRIOConfira as novas regras e determinações da úi�ma reunião do Confaz

Novas regras de cobrança do ICMS pelo regime subs�tuiçãotributária sobre operações com �ntas, vernizes e outrasmercadorias da indústria química;

Novas regras de cobrança do ICMS por subs�tuição tributáriasobre energia elétrica no Sistema Interligado Nacional;

Ampliação da redução de base de cálculo do ICMS nas ven‐das de aeronave e peças para manutenção;

Isenção do ICMS nas operações internas com medicamentosdes�nados ao tratamento de câncer;

Redução de base de cálculo nas operações com equipamen‐tos industriais e implementos agrícolas;

Isenção do ICMS incidente nas operações com aparelhosortopédicos e para fraturas u�lizados na rede pública desaúde;

Isenção do ICMS incidente na aquisição de veículos a porta‐dores de deficiência �sica não condutores, a par�r de ja‐neiro de 2013.

Fonte: Confaz

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FISCO

A velha disputa entre Estadosprodutores e consumidores

Goiás consegue isenção de ICMSpara conta de telefone até R$ 10

A Secretaria da Fazenda deGoiás sugeriu e o Confaz aprovouno último dia 30, em Cuiabá, isen‐ção de ICMS na prestação de ser‐viço de telefonia fixa no valorinferior a R$ 10 para atender os be‐neficiários dos programas RendaCidadã e Goiás Conectado. Vigoraa partir da publicação de decreto dogovernador Marconi Perillo.

A proposta foi idealizada paraconceder benefício nos moldes doAcesso Individual Classe Especial(AICE), do governo federal, na mo‐dalidade telefonia fixa, que atendea população de menor poder aqui‐sitivo. O secretário Simão CirineuDias explica que o convênio estabe‐lece condições para a concessão dobenefício fiscal.

Uma condição é que a empresaprestadora forneça, incluídos nopreço do serviço, os meios e equi‐pamentos necessários à prestaçãodo serviço, com exceção do apare‐lho telefônico. O preço referente àprestação do serviço de assinaturacom franquia não pode ultrapassaro valor mensal de R$ 10 e deve in‐cluir quantidade mínima de minu‐tos disponibilizados ao tomadorpara uso em ligações telefônicas.

É preciso que o cliente e a em‐presa prestadora do serviço sejamdomiciliados em Goiás e que o to‐mador do serviço não possua qual‐quer outro plano ou outro contratode prestação de serviço de telefoniafixa com a mesma operadora.

Simão Cirineu participou de

duas reuniões com secretários daFazenda, na véspera do Confaz, emCuiabá. Foram discutidas a Resolu‐ção 72, do Senado, que pretendeuniformizar as alíquotas do ICMSe a convalidação dos benefícios fis‐cais concedidos pelos Estados. "Es‐tamos em busca de um consenso,atrás de fórmula que não deixe osEstados sem receita e sem atrativospara incentivar a industrialização",sintetizou o secretário.

Uma das marcas do ConselhoNacional de Política Fazendária é adesunião entre seus membros. Oconsenso se dá em alguns temas,mas quando chega na hora de dis‐cutir benefício fiscal e sua convali‐dação, vira uma verdadeira guerra.

Na verdade, é dentro do “conse‐lhão” que a chamada guerra fiscalé refletida. Estados produtores ver‐sus Estados consumidores, os ‘de‐senvolvidos’ de um lado, contra osemergentes do outro.

Para piorar a situação, inviabili‐zar um grande acordo e deixar quea Justiça ou o Legislativo decidamsobre a matéria incentivos fiscaisestá a obrigatoriedade de unanimi‐

dade nas decisões do Confaz paraque decisão possa ser aplicada. Já serealizou, na bem da verdade, 145reuniões na busca deste acordo iné‐dito, que cada vez parece mais dis‐tante. Para Cláudio Trinchão, atualcoordenador dos Estados no Con‐

faz, deveria ocorrer a validaçãototal dos efeitos dos incentivos fis‐cais de ICMS concedidos sem auto‐rização do Conselho.

Trinchão tem a esperança na ne‐gociação entre Estados via Confazda questão dos incentivos fiscais,pois uma eventual solução, além denão depender de julgamento doSTF, também poderia criar umaregra de transição pela qual os Es‐tados que oferecem incentivos ile‐gais teriam um prazo para retirar aredução de ICMS.

No entanto, apesar do otimismodo coordenador dos Estado no Con‐faz, o ano de 2012 será difícil e commais batalhas do que acordos.

SimãoCirineu

Cláudio Trinchão

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análise

O Conselho Nacional dePolítica Fazendária (Confaz)já está perto de completar 40anos. Este grande fórum dotributo no Brasil talvez sejauma das poucas instituiçõescriadas pelo militares, no pe‐ríodo da ditadura, que tenhavencido ao tempo e mantidoa sua força.

De certo modo, o Confazcumpre o seu papel de bali‐zar, com a supervisão do Mi‐nistério da Fazenda, o papeldos Fiscos estaduais. Aliás,esse papel se tornou impor‐tante, pois o sistema tributá‐rio brasileiro, também criadoem pleno regime de exceção, im‐portou, às pressas, para o Brasil, omodelo tributário francês.

O economista Delfim Netto,então timoneiro da economia bra‐sileira, admite que foi uma falhanão ter percebido que algumas pe‐culiaridades das duas economiasdeveriam ter sido observadas,como a que adotava um impostosobre consumo, que no Brasil sechamou ICM (depois ICMS), comalíquota igual para todo País.

Funciona na França, um paíspequeno, se comparado ao Brasil,e sem uma divisão entre Estados esem uma gigante desigualdadeeconômica entre seus entes.

No Brasil, o benefício fiscalcom este imposto estadual pro‐porcionou, uma década e meia de‐pois, uma ferramenta dedesenvolvimento regional – que

os Estados ricos ficaram contra epassaram a chamar de guerra fis‐cal.

O novo sistema tributário foiimplantado no fim dos anos 60.Posteriormente, nasceu o Confaz,em 1975. Acredito até como umcanal de ajuste do modelo adotado,já se teria percebido que algo nãoestava tão certo no novo sistema.

Outro detalhe é que Goiás en‐saiou seu primeiro plano de in‐centivos fiscais em 1978 –quando perdeu uma unidade fa‐bril da Souza Cruz para o Triân‐gulo Mineiro. Ou seja, a sementeda guerra fiscal e o Confaz, nas‐ceram quase juntos. Atravessa‐ram, desde então, 145 reuniões, aúltima há 10 dias em Cuiabá, semconseguir dar uma solução prá‐tica aos conflitos de interessesentre Estados desenvolvidos eemergentes.

É a mais longa batalha, jáque insistem em chamar deguerra, sobre matéria tributá‐ria da história mundial. Outroponto evidente é que, com oConfaz, o Ministério da Fa‐zenda acompanha, direciona elimita a tal autonomia esta‐dual prevista no projeto do sis‐tema tributário. A lei que ocriou (Lei Complementar24/75) exige que a aprovaçãodos benefícios fiscais relativosao ICMS teria de ser por una‐nimidade. Outro equívoco his‐tórico – mas conveniente, poisa manipulação do governo fe‐deral evitaria qualquer atitude

fora do roteiro por parte dos Esta‐dos.

Mudam‐se governos estaduais,federais, o Congresso e os minis‐tros. Tudo pode mudar, mas oConfaz segue inerte – que, pela in‐flexibilidade da norma, faz comque Estados adotem benefícios aoarrepio do Confaz. Alguns espe‐cialistas defendem que o órgãoseja rediscutivo, revisto. OConselho Fazendário tem umaação focada na guerra fiscal. Sepensar neste duelo sempre que sepensar em política tributária – es‐tadual ou federal – se vai evoluirpouco, como ocorreu desde 1975.

O fim dos benefícios fiscais éuma canalização dos investimentospara os grandes Estados membrose o fim do modelo de distribuiçãode desenvolvimento e renda paraos demais Estados membros.

História e contexto

FISCO

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NOTAS INDUSTRIAIS

A indústria do leite em Goiás passoua contar com o Crédito Rota�vo do Agro‐negócio, lançado pela GoiásFomento,em março. Com condições diferenciadase desburocra�zada, a nova modalidadede financiamento vai liberar uma linhade crédito de R$ 3,7 milhões para pro‐dutores de leite. A cadeia leiteira goianagera 220 mil empregos e está presente

em 60 mil propriedades rurais. Sobre as disputa tributária envol‐

vendo Goiás, Minas Gerais e São Paulo,no setor do leite, o governador MarconiPerillo disse que tentará firmar acordopara equacionar isonomia tributária doleite entre os três Estados, por meio deuma polí�ca diplomá�ca, mas que casonão haja consenso, não descarta a pos‐

sibilidade de implantar em Goiás o ICMSnega�vo. “Tentaremos resolver isso har‐moniosamente ou serei obrigado a pra‐�car o ICMS nega�vo, para não deixarnossa indústria e o nosso produtor semcondições de ser compe��vos. Vamosperder R$ 30 milhões de arrecadação,mas vamos fazer viver o produtor e o in‐dustrial do leite”, ressaltou.

INCENTIVOS AO LEITE

Os Estados do Centro‐Oeste são, his‐toricamente, injus�çados ao não rece‐ber recursos do Programa BNDES deApoio ao Fortalecimento da Capacidadede Geração de Emprego e Renda (Pro‐geren). Com este argumento de repara‐ção mínima desta exclusão, Goiás foi aogoverno federal pedir mais recursos, so‐licitando que o programa atenda os Es‐tados integrantes do FundoCons�tucional do Centro‐Oeste (FCO).

O secretário da Indústria e Comércio,

Alexandre Baldy, reivindicou direta‐mente ao ministro da Integração Nacio‐nal, Fernando Bezerra. Os recursos doProgeren chegam aos Estados que tam‐bém tem seus fundos cons�tucionais noNorte (FNO) e Nordeste (FNE), mas ex‐clui, sem explicação alguma, o FCO.

“A luta é por um tratamento igualitá‐rio”, disse Baldy.

O Progeren foi criado para fomentara produção, o emprego e a massa sala‐rial, por meio do apoio financeiro para

capital de giro, apoiando micro e peque‐nas, médias e grandes empresas. Deacordo com a circular do BNDES de de‐zembro de 2011, o orçamento é de R$11,9 bilhões para 2012, sendo, portanto,um programa pró‐desenvolvimento deproporções e eficácias significa�vas. “OsEstados da região central do Brasil já so‐frem com a polarização econômica doSul e Sudeste, necessitando de incen�‐vos governamentais para o seu desen‐volvimento e futura emancipação.”

GOIÁS E A INJUSTIÇA DO BNDES

Antes de viajar para a Índia, no fimde março, a presidente Dilma Rousseffse reuniu com um seleto grupo de 28grandes empresários brasileiros – entreeles, dois grupos com relação diretacom Goiás: Caramuru (representadopor Alberto Borges) e JBS (por JoesleyBa�sta), ambos associados à ADIAL. Napauta, o inves�mento industrial do Paíspara os próximos 12 meses.

Em quase quatro horas, a presidenteDilma e seus principais ministros da áreaeconômica falaram aos empresários eouviram muito também sobre as maio‐res preocupações do setor produ�vo,como valorização do real, custo Brasil,gargalos da infraestrutura e elevadacarga tributária.

Para o empresário e ex‐presidenteda ADIAL, Alberto Borges, Dilma Rous‐

seff estava muito descontraída, “faziaaté brincadeiras na reunião, de quasequatro horas, algo que não é do seu per‐fil. A presidente quer criar entusiasmono setor produ�vo brasileiro, mas nósempresários avaliamos que as medidasdo governo até agora foram �midas,principalmente para desonerar os inves‐�mentos", afirmou Alberto ao jornal OPOPULAR.

“A Dilma estavadescontraída”

Wilson Dias/ABr

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Pró-Industrial [ 13 ] www.adial.com.br

SETEMBRO

JUAN

ENTREVISTA

Cyro Miranda Gyfford

“Propomos uma reengenhariada economia brasileira”

Senador, empresário e ex‐presidente da ADIAL

Pró-Industrial [ 9 ] www.adial.com.br

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NOTAS, NOTÍCIAS E NEGÓCIOSENTREVISTA

Empresário experiente, Cyro Miranda Gifford tem se destacado no Senado Fe‐deral como um parlamentar que conhece a realidade dura do empreendedorno Brasil. E, por isso, tem sido ouvido. A cada semana, Cyro Mirandaconsegue alcançar espaço na imprensa regional e nacional pela sua posição

dura quando o assunto é defender o setor. Sobre o Senado, o parlamentar destaca que éo foro de amplo debate dos temas relevantes para a Nação, sempre voltado a decidir emfavor do interesse público. Confira a entrevista a seguir:

Qual a visão do papel do Congressoantes e depois de se tornar umcongressista?

Por mais que a gente acompanhee agenda política no dia a dia, so‐mente no exercício do mandato ecomo membro das Comissões do Se‐nado conseguimos perceber a pro‐fundidade das discussões de cadauma das proposições. O Senado é, naprática, um foro de amplo debate dostemas relevantes para a Nação, sem‐pre voltado a decidir em favor do in‐teresse público. O senador temsempre um papel multidisciplinar.

Como o senhor, um empresário e ex‐presidente de uma entidade empre‐sarial, da ADIAL, foca seu trabalho?Tem uma atenção especial aos pro‐jetos desenvolvimentistas?

Como empresário, naturalmente,tenho interesse nos temas que afetamo setor produtivo, como a carga tri‐butária, a alta taxa de juros e o custoBrasil, que afetam a competitividadede nossos produtos e oneram ocontribuinte. A esse respeito, temosproposto uma reengenharia da eco‐nomia brasileira, com a mesma ousa‐dia do Plano Real. Se isso não forfeito, o Brasil vai ficar entre o cresci‐mento pífio com inflação baixa, ou in‐flação alta com crescimento abaixo damédia dos BRICS.Tenho focado, tam‐bém, nos interesses do trabalhador,que tem sido prejudicado com a re‐muneração do FGTS e a falta da cor‐reção da tabela do imposto de rendapela inflação real, por exemplo. Além

disso, tenho me engajado no tema deeducação especial, que não nos pa‐rece devidamente atendida peloPoder Público

O Poder Executivo conduz bem suarelação com o Legislativo?

O Poder Executivo tem convocadoo ministro da Fazenda, o presidentedo Banco Central e diversas outrasautoridades para prestar informaçõesao Congresso Nacional, o que é muitoimportante para se conhecer as dire‐trizes do governo, em especial na áreaeconômica. Todavia, o governo conti‐nua a atropelar o Poder Legislativocom excesso de medidas provisórias,verdadeiros Frankensteins, que, alémde não cumprirem os requisitosconstitucionais de relevância e urgên‐cia, misturam assuntos. Essa atitudeacaba por colocar em risco a confecção

de leis que, de fato, estejam em favordo interesse público.

Onde a condução do governo Dilmapeca mais?

Como a própria Presidente Dilmadisse após o encontro dos BRICS, vaitomar medidas pontuais para dimi‐nuir a carga tributária brasileira. Esseé o maior pecado do atual governo,agir de forma pontual e imediatista,sem a ousadia que seria necessáriapara fazer uma reengenharia da eco‐nomia brasileira. É um governoamarrado, com uma pesada máquinapública, aparelhada politicamente evoltada, em grande parte, aos inte‐resses de Governo e não de Estado.Por isso é que, mesmo com umaampla base de apoio no Congresso,não ousa fazer as reformas necessá‐rias para o desenvolvimento susten‐tável do Brasil. A desoneraçãotributária e a redução do aperto mo‐netário só ganham destaque no Mi‐nistério da Fazenda e no BancoCentral quando o País ameaça entrarem recessão.

A economia e as empresas são leva‐das a sério pelo governo federal?

O Governo Dilma, assim como oGoverno Lula, carece de uma políticavoltada a construir um Brasil em‐preendedor, capaz de aproveitar opotencial criativo de inúmeros brasi‐leiros que desejam ter seu próprio ne‐gócio. Da mesma forma, as açõespara diminuir o custo Brasil são pon‐tuais e se resumem a um incentivo

O governoDilma continua aatropelar o PoderLegislativo comexcesso de medi‐das provisórias,verdadeiros Fran‐kensteins”

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MARKETING & NEGÓCIOS

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ENTREVISTA

aqui uma redução de alíquota dali,mas não há um projeto sério voltadoà competitividade das indústrias e aromper com as amarras da economiabrasileira, que tem sempre crescidoabaixo da média mundial e dos de‐mais membros do BRICS.

O diálogo entre os setores público eprivado evoluiu nos últimos anos?

O diálogo entre o setor público eo privado tem evoluído sim, masaquém do que seria necessário paradarmos um impulso para dinamizar‐mos e economia brasileira. Passamosda hora de chamar o setor produtivopara fazer uma parceria com o setorpúblico em favor do Brasil. Se o Go‐verno não tem recursos para fazer osinvestimentos necessários em infra‐estrutura, pelo menos deve aprovaros marcos legais para que a iniciativaprivada se sinta atraída. Mas há umranço no Governo que parece maisvoltado ao capitalismo de Estado efica preso à doutrina e às amarrasideológicas. Aí coloca os senadoresda base para dizer que não privatiza‐ram os aeroportos, fizeram conces‐sões. O Governo precisa chamar ossetores produtivos e os consumidorespara estabelecer uma agenda voltadaà construção de um Brasil empreen‐dedor e competitivo no mercado in‐ternacional. Isso é possível e deveriaser prioritário na construção do diá‐logo necessário entre o Governo e osetor produtivo.

Na ausência de uma reforma tribu‐tária, que há quase três décadas nãoavança no País, o Judiciário tematuado como um condutor dosrumos tributários no País. Não é umgrande risco que a economia sofre,pois os juízes não tratam do pro‐blema de uma forma conjunta, glo‐bal, mas apenas pontual?

Como certeza, há um grande risconessa forma pontual de tratar osgrandes desafios colocados ao Brasilcomo nação emergente. De um lado,

não se estabelecem marcos regulató‐rios sólidos e bem definidos, deoutro, os marcos já existentes acabamsujeitos a ações judiciais, muitas dasquais se arrastam por anos. Tudo issocria um ambiente desfavorável às ne‐cessárias parcerias entre o setor pú‐blico e o setor privado. Quando uminvestidor decide sobre onde vai co‐locar o dinheiro, não quer correr orisco de se mudarem as regras dojogo no meio do caminho e ver redu‐zida a projeção de ganhos.

Em Goiás, as contas públicas debi‐litadas trazem dificuldades de avan‐çar na atualização do Produzir e naprorrogação do prazo de fruição dosbenefícios. É questão de tempo parareequilibrarmos as contas ou a seve‐ridade do desajuste fiscal pode com‐prometer o futuro ou a melhoria dosbenefícios fiscais no Estado?

O Governo Marconi deve ser vistocomo um exemplo no Brasil voltadoà dinamização da economia de Goiás,que, sem abrir mão da vocação agro‐pastoril, tem obtido sucesso no pro‐cesso de industrialização do Estado.Mas as dificuldades financeiras de di‐versos Estados e municípios brasilei‐ros decorrem mais de fatores queindependem dos governos locais eque precisam ser discutidas no pro‐cesso de revisão do Pacto Federativo.Hoje a cesta de tributos concentra70% na União e apenas 15% nos Es‐tados e 5% nos municípios, emboraas obrigações destes tenham crescidode forma significativa ao longo dosanos. A dívida dos Estados, por suavez, é impagável na forma como estáequacionada, porque a União atuacomo um verdadeiro agiota: quantomais os Estados pagam, mais devem.Além disso, os repasses da União têmdiminuído de forma expressiva aolongo dos últimos anos e querem co‐locar termo na política de incentivosfiscais. Todavia, creio que o GovernoMarconi, por meio de uma gestão deresultado, deve conseguir gradativa‐

mente equacionar as finanças.

Tendo uma visão mais nacional, oque de fato o Senado possibilita aosenhor, como enxerga hoje a eco‐nomia goiana, a indústria do nossoEstado e seu papel de descentrali‐zar o desenvolvimento do País? Oque o País perde com essa disputaentre Estados tradicionais e emer‐gentes?

O cenário nacional, em grandemedida, é semelhante ao cenário in‐ternacional. No mundo, a luta é pelainserção econômica do Brasil comonação emergente, mas isso enfrentao protecionismo das grandes potên‐cias, o câmbio artificial de algunspaíses e medidas como a oferta dedinheiro a custo bastante baixo. NoBrasil, a luta de Goiás, como econo‐mia emergente, enfrenta obstáculossemelhantes, porque nem todos osEstados tradicionais entenderam aimportância de se ampliar o eixo in‐dustrial brasileiro para além dasfronteiras do Sul e Sudeste, comoforma de interiorização do progressoe fortalecimento das economias re‐gionais. Quando você considera aposição estratégica de Goiás, tantoem relação aos centros de consumodo Brasil quanto ao de nossos paísesvizinhos, vemos que temos uma vo‐cação natural como um verdadeirohub empresarial, porque estamosperto de tudo. Daí por que diversasindústrias, como Mitsubishi, Suzuki,Perdigão, Laboratório Teuto, entreoutras, tenham optado por se instalarem Goiás diante das políticas de in‐centivos. Mas veja que tramita noCongresso o Projeto de Resolução 72para acabar com essas políticas. Sefor aprovada, como está, haverá umretrocesso nesse vigoroso processode dinamização de economia dos Es‐tados emergentes, que tanto têmcontribuído para a geração de em‐prego e renda, num movimentocapaz de nos colocar entre as cincomaiores economias do mundo.

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TRIBUTOS

Sem uma reforma tributáriapara equilibrar as questõesreferentes aos tributos noBrasil, as decisões pontuaisvão sendo discutidas uma

a uma, tornando‐se uma grande col‐cha de retalhos – sendo cada propostauma desgastante batalha entre Esta‐dos, seja no Legislativo, Executivo ouJudiciário.

O mais recente enfrentamento foia Guerra dos Portos, como ficouconhecida a proposta de Resolução72/2010 do Senado – que impede osEstados de concederem incentivosfiscais para importações de mercado‐rias. A ADIAL (Associação Pró‐Des‐envolvimento Industrial do Estadode Goiás) esteve no senado, com di‐retores, executivos e consultores,acompanhando as votações e ofere‐cendo subsídios técnicos a parlamen‐tares e debatedores sobre a posiçãocontrária de Goiás à norma.

A proposta, de autoria do senadordo PMDB de Roraima, Romero Jucá,ex‐líder do governo no Senado, émais uma ação do Ministério da Fa‐zenda a favor dos Estados industria‐lizados e contrários à incentivosfiscais. Com a medida, reduz‐se azero a alíquota de ICMS sobre bens emercadorias importados.

Após pressão de governadores eparte dos senadores, o governo fede‐ral recuou. O relator na Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania

(CCJ) do projeto que uniformiza a co‐brança do ICMS sobre importados,senador Ricardo Ferraço (PMDB‐ES),afirmou estar em dúvida sobre aconstitucionalidade da proposta (PRS72/2010). Para o senador, a regula‐mentação de incentivos fiscais nãopoderia ser feita por meio de projetode resolução, pois, na prática, o Se‐nado estaria infringindo a lei ao “su‐primir a autonomia degovernadores”.

“O governo federal e o Senadonão podem passar como trator emcima dos estados, não podem atrope‐lar a legitimidade dos nossos gover‐nadores. É preciso um entendimentopara buscar ferramentas que dêemsegurança jurídica à questão e, aos es‐tados, paz e tranquilidade para seguircom o desenvolvimento”, ponderou.

O senador goiano Cyro Mirandatambém argumentou: “Como desen‐volver as Regiões Norte, Nordeste eCentro‐Oeste sem política de desen‐volvimento industrial? Como melho‐rar o IDH? Como erradicar a pobrezanessas regiões? Qual estado perdeureceita nos últimos dez anos? Nen‐hum. A Região Sul e Sudeste absor‐vem 60% dos recursos do BNDES.Temos de pensar de forma republi‐cana, temos de pensar num Brasilimenso, com desigualdades grandes.Não podemos tratar igualmente osdesiguais.”

Para o tributarista Flávio Rodo‐

valho, quando as operações de im‐portação deixam de se concentrarapenas em São Paulo, aumenta a mo‐vimentação nos demais portos, aju‐dando a reduzir o custo dasexportações. A resolução já está sendoconsiderada inconstitucional por vá‐rios tributaristas porque fere o Artigo152, que diz que não pode haver dis‐tinção tributária em razão da origemou destino da mercadoria.

O secretário‐executivo do Minis‐tério da Fazenda, Nelson Barbosa, ex‐plicou que a chamada Guerra dosPortos consiste em subsídios para osprodutos importados. Por exemplo:um produto importado com alíquotade ICMS de 18%, é tributado em 12%no Estado onde desembarcou e, em6%, no Estado de destino – onde serácomercializado. Mas, onde desem‐barcou, o produto recebe na alíquotaum subsídio (o crédito presumido) de75% sobre o valor do imposto. A alí‐quota de 12% cai a 3%, o que acabafuncionando como uma taxa de cam‐bio favorecida.

No fim, o produto importado temuma alíquota de 9% de ICMS, com3% no Estado onde desembarca emais 6% onde é vendido. Alguns Es‐tados apontam competição predató‐ria com a indústria nacional, que, semsubsídios, paga, em média, os 18% daalíquota de ICMS. Nos Estados deorigem (de desembarque), ganhamcom o estabelecimento de importado‐

A infelizguerra dos portos

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NOVO ENFRENTAMENTO ENTRE ESTADOS POR QUESTÕES TRIBUTÁRIAS FOI PARAR NO CONGRESSO

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TRIBUTOS

ras em seu território, assim como amovimentação dos portos. Os Esta‐dos querem manter o subsídio, queeleva a arrecadação tributária. O go‐verno federal – que não arrecadaICMS – condena a prática, alegandoprejuízo para o setor industrial e queruniformizar em 4% o ICMS nas ope‐rações interestaduais com mercado‐rias importadas.

Nelson Barbosa disse que a apro‐vação da proposta de Resolução 72 éurgente porque a indústria tem sidomuito afetada pela concorrência in‐ternacional. Para ele, todos concor‐dam que não se pode dar incentivopara a importação de mercadorias.

O advogado Hamilton Dias deSouza disse que o PRS 72/2010 é in‐constitucional, uma vez que a CartaMagna estabelece, em seu artigo 155,que os incentivos fiscais só podem serdisciplinados por meio de lei comple‐mentar. Além disso, afirmou que oartigo 152 proíbe o tratamento discri‐minatório de mercadoria por meio deimpostos internos.

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A BARCA FURADA

bilhão é o que o governo goiano prevê de perdas com a aprovação da Resolução 72

Os alvos da indústria paulistacom a guerra do portos são dezEstados da Federação: Santa Ca‐tarina, Paraná, Espírito Santo,Mato Grosso do Sul, Goiás, To‐cantins, Sergipe, Alagoas, Per‐nambuco e Maranhão.

O governador de Goiás, Mar‐coni Perillo, afirmou que “o pactofederativo está ferido de morte”,caso a medida avance. Marconilembrou visita de 14 governa‐dores, há algumas semanas, aospresidentes da Câmara dos Depu‐tados, Marco Maia, e do SenadoFederal, José Sarney, para mostrara situação falimentar das uni‐dades federativas que chefiam.

O governador goiano disseque, no aspecto econômico, aaprovação da resolução diminui‐ria a arrecadação do Estado – quechegou a R$ 9 bilhões ano pas‐

sado – em R$ 1,9 bilhão, o que si‐gnificaria a falência do Estado deGoiás. Do ponto de vista social, aresolução traria a demissão de“centenas de milhares” de trabal‐hadores, decorrente de fecha‐mento de fábricas e deexonerações.

E, na análise jurídica, conside‐rou o PRS 72/2010 inconstitucio‐nal, uma vez que estabelecetratamento distinto para produtosde acordo com sua procedência.

O governador do EspíritoSanto, Renato Casagrande, afir‐mou que, com a aprovação da re‐solução, 44 municípios capixabasterão dificuldade em cumprir aLei de Responsabilidade Fiscal. Ogovernador previu ainda que60% das empresas que importambens e mercadorias no estado sai‐rão de lá.

Governadores criticam medida

1,9

das importações brasileiras são feitas por São Paulo. Com a Resolução72, seria o grande beneficiado. Os paulistas querem apenas concen‐trar, dividir e distribuir crescimento é, para eles, é impensável.

36,3%

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MARKETING & PRODUTOS

Inflação de marçoO IPCA de março variou 0,25%, acumulando no ano 1,44%. Foimenos da metade do resultado de fevereiro.

Em mercados onde os grandesvolumes são regra, qualquer economiatem impacto nos resultados. Por isso, aCargill centrou esforços no aliviamentode peso de suas embalagens de PETpara o Óleo Liza. Mas chegou‐se aolimite da redução no corpo da garrafa, eas atenções voltaram‐se para ofechamento. O gargalo ficou mais baixoe seu peso caiu pela metade. A tampaficou 25% mais leve. O lacre com duaspegas facilita a abertura por destros ecanhotos. O corta‐gotas foi aperfeiçoadopara controle de fluxo. Embalagem foipremiada nacionalmente.

TERMÔMETRO ECONÔMICO 2012Confira abaixo a última atualização dos indicadores econômicos do País e do Estado. A cada ediçao, a PRÓ‐INDUSTRIAL traz

novos números e suas sinalizações. Confira os resultados dos últimos dados divulgados.

Inflação em 2012A previsão está em 5,61%, inferior à inflação do ano passado,mas supera os 5,29% realizada em janeiro.

Expansão da indústriaOs números ruins de fevereiro não se recuperaram em março. Con�nuaprevisão ruim e consolidado pior ainda.

Comércio exteriorÉ o único indicador que ainda salva. No úl�mo resultado divul‐gado, recorde de US$ 380 milhões de vendas externas.

PIB em 2012Ao contrário da edição passada do Termômetro, a previsão do PIBinverteu o rumo. Agora, mercado prevê PIB de 3,2%. Já foi 4%.

Emprego e rendaNeste começo de ano, taxa de desemprego cresceu um pouco.Nada preocupante é a dispensa dos temporários do ano passado.

Envie novidades da empresa no e‐mail: [email protected]

O sucesso dapromoção MiniastrosFriboi fez a empresaprorrogar apromoção até abril.Os bonecoschegaram às bancas– em São Paulo – noinício de abril e podeinspirar a empresa arealizar a campanha em todo território nacional. Para concorrer é simples: compre produto Friboi,recorte e junte cinco selos, e mais R$ 5, para trocar por um miniastro. Opções de bonecos: Zezé diCamargo, Luciano, Victor, Léo e o Luan Santana.

O plástico mais utilizado em tubos econexões estará também nos telhados.A Precon já produz e comercializa astelhas em PVC. O novo produto,chamado PreconVC, é mais leve, maisresistente, ecologicamente correto epode baratear em até 40% o custo dasobras.

Um dos diferenciais está no peso. APreconVC chega a pesar entre 5 e 10%das telhas de barro, por exemplo, o quedispensa o uso de caibros, ripas e outrasestruturas de sustentação. Por contadisso, os gastos nas obras são menores.A durabilidade do PVC também geraeconomia. As telhas PreconVC semantêm estáveis às tempestades,granizos e outras intempéries. As telhastambém podem ser usadas comofechamento de espaços. As peças têmbaixíssimos índices de expansão térmicae, frente a variações de temperatura,sua estabilidade dimensional e de corsão superiores às telhas convencionais.

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Cargill

Friboi Precon

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REFLEXÃO SETORIAL

Câmbio e desaceleração

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Na estreia desta coluna, Reflexão Setorial,correlaciona‐se duas realidades do atual setorprodutivo brasileiro: o movimento e efeitos

do câmbio e a desaceleração industrial.

A MOEDAO Brasil vive o dilema cambial.

A expansão da economia brasileirano cenário internacional valorizasua moeda e, sem ação governa‐mental para atuar contra, o dólarsofre forte redução nos últimosanos. Mas, desde o último mês, oBanco Central modificou a sua po‐lítica cambial, adotando ações maisintervencionistas, modificando pro‐cedimentos fiscais e monetáriospara segurar o real e forçar a alta dodólar. O objetivo é proteger expor‐tadores – que estão realmente des‐protegidos há muito tempo.

Em março, o caminho do real foio contrário. Registrou a maiorqueda entre as principais moedasdo mundo. Investidores estrangei‐ros que compram reais tiveram pre‐juízo de 5,4% em relação ao dólar.Pouco perto dos ganhos anteriores.

O BC cortou a taxa básica dejuros, que reduz a atratividade dostítulos de renda fixa do País e dimi‐nui a entrada de capital estrangeiro(dólar). A menor entrada de capitalespeculativo pode contribuir para oequilíbrio da taxa cambial.

Outra medida para tentarconter o real e manter a indústriacompetitiva: elevação do IOF deempréstimo no exterior. O ministroda Fazenda, Guido Mantega, repete

sempre que o arsenalde medidas ainda éextenso e será usado senecessário.

“A principal defesa doBrasil é a administração docâmbio”, teoriza ele, que há poucotempo ouvia quase indiferente àsreivindicações dos empresários dossetores exportadores. Muda o viés,o foco das ações governamentais,surgem belas frases de efeito.

DESACELERAÇÃO DA INDÚSTRIA

Os últimos 18 meses foram deretração e encarecimento de se pro‐duzir no Brasil. Impostos, mão deobra e câmbio. Tudo jogou contra.O ano de 2012 começou como ter‐minou 2011 para o setor, em desa‐celeração. Janeiro também foiadverso.

Causas: maior custo de produ‐ção e uma moeda valorizada. Estamistura é bombástica para as fábri‐cas, pois afeta diretamente na com‐petitividade.

Expectativa: reação. Os empresá‐rios são otimistas, mesmo com umatrajetória declinante há um bomtempo. Onde a situação é maisgrave? São Paulo, Minas Gerais eRio de Janeiro, polo da indústriatradicional brasileira, quando o mo‐

vimento deestagnação é

mais crítico eantigo. Goiás,

Espírito Santo,Amazonas e Paraná

ainda vivem oscilações entrepicos de aceleração e retração. Parao mercado, se nos próximos seismeses o setor não entrar nos trilhos,mesmo estas indústrias emergentesdevem enfrentar por mais tempo osmovimentos de desaceleração.

Considerando os últimos dozemeses, baseados na Pesquisa Indus‐trial Mensal Regional do IBGE, odestaque são as indústrias commenos conflitantes com os produtosentrada de importados ou com al‐ternativas aos impactos do câmbio,como Goiás (com avanço de 8,5%,líder isolado), Paraná (6,1%), Espí‐rito Santo (5,7%) e Amazonas (4%)que são os únicos destaques comtaxas anualizadas. O câmbio, jurose impostos já fizeram estragos sufi‐cientes para – visualizando nolongo prazo – encolher maior parteda indústria nacional.

CONCLUSÃOAvaliando estas duas variáveis,

é mais do que um ajuste a ser feito,são projetos de desenvolvimentoeconômico. Qual será?

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EMPRESA

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Equiplex cresce emmédia 21% ao ano

AEquiplex Indústria Far‐macêutica iniciou suasatividades em 1986, emGoiânia, produzindodescartáveis e, em se‐

guida, passou à produção de injetá‐veis e anti‐sépticos. Em 1991,inaugurou nova sede em Aparecidade Goiânia e, já em 1992, introduz

uma nova linha – soluções parente‐rais de grande volume – a partir daqual desenvolveu para se transfor‐mar em um dos maiores fabricantesbrasileiros especializados na produ‐ção de medicamentos injetáveis.

Atualmente, a Equiplex tem ca‐pacidade de produção anual de 180milhões de unidades de produtos,

entre soluções parenterais de pe‐queno volume (plástica); soluçõesparenterais de pequeno volume(vidro); soluções parenterais degrande volume; glicerina e frascopara nutrição enteral. Dentre estassoluções estão, cloreto de potássio,glicose, cloreto de sódio, água parainjeção, dipirona sódica, metronida‐

ESTA É A MÉDIA DE CRESCIMENTO ANUAL DA RECEITA LÍQUIDA DA EMPRESA,VERIFICADA PELA DELOITTE, NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS. EXPANSÃO ACELERADA

Equiplex é destaque nacional na produção do seu segmento: novos investimentos vão ampliar capacidade produtiva

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EMPRESA

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zol cloridrato, manitol, entre outros.O presidente da Equiplex, Heribaldo Egí‐

dio, comenta que a empresa tem hoje 175 re‐gistros , com 141 apresentações e 19 produtosno mercado. Segundo ele, a empresa cresce areceita líquida, segundo avaliação da Deloitte,a 21% ao ano – resultado da média dos últimostrês anos. A Equiplex é hoje uma referênciadentro do seu segmento e prevê, para os próxi‐mos quatro anos, o lançamento de 32 produ‐tos, em oito classes terapêuticas, comoantibióticos, antiinflamatórios, diuréticos,entre outros. "Estamos realizando uma parce‐ria com uma empresa de São Paulo e estuda‐mos ainda uma joint venture com umlaboratório estrangeiro que atende países deAmérica do Sul e do Norte, mas não atua noBrasil. Ele atua principalmente produção deremédios oncológicos."

Heribaldo destaca que, em 2012, a Equiplexvai dar continuidade em investimentos namelhoria da fábrica, tanto em produtos quantoem equipamentos.

"Vamos trocar duas autoclave, dobrar a ca‐pacidade da estação de tratamento de águapor osmose, ampliação do parque de gera‐dores elétricos e em uma linha nova de vidros.Outro grande investimento será a ampliaçãodo nosso Centro de Distribuição, de 5 mil me‐tros quadrados de área e 11 metros de altura.Sua capacidade chega a 6 mil porta‐paletes",disse o empresário, destacando que neste anoserão investidos, no total, R$ 15 milhões.

A produção da empresa atende 100% domercado nacional, quase exclusivamente hos‐pitais públicos e privados, mas chega no exte‐rior por intermédio de representantes.

"Estamos em todos os Estados brasileiros",comemora Heribaldo, que conta que sua uni‐dade de produção emprega 600 colaboradores.

A Equiplex investe no compromisso com atransformação social, com o desenvolvimentosustentável e com a inovação. A Equiplexcontribui por meio de doações de medicamen‐tos à Vila São Cotollengo, uma instituição fi‐lantrópica que atende e abriga portadores dedeficiências múltiplas, de Trindade.

A empresa também atua com o ProjetoMeio Ambiente Casa da Gente, que visa des‐envolver bons hábitos e promover a conscien‐tização em relação aos recursos naturais emadultos, jovens e crianças.

Uma das preocupação daEquiplex é utilizar o queexiste de melhor em equipamentos no mundo

Material utilizado no aniversário de 25 anos da empresa: sucesso

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LEITURA EMPRESARIAL

REFLEXÃO QUE SOBREVIVEPublicado originalmente em 1944, Capitalismo e escravidão foi trabalho pioneiro em articular a análise

sobre a formação do capitalismo industrial na Inglaterra à exploração dos africanos escravizados naspropriedades rurais do Novo Mundo. Embalado por uma pesquisa sólida e densa, fruto da tese de doutoradodefendida anos antes em Oxford, Williams procurou derrubar os alicerces de uma interpretação canônica dahistória, produzida nas veneráveis universidades britânicas, que há longo tempo vinha servindo para alegitimação ideológica do império onde o sol nunca se punha.

ARTIGOS SOBRE COISAS DO MUNDOÚltimo livro escrito por Carl Sagan ‐ e publicado postumamente por Ann Druyan, sua mulher e

colaboradora, Bilhões e Bilhões traz dezenove artigos dedicados a temas variados. Une o fio daracionalidade no exame das coisas do mundo. Por exemplo: por que se deve ser a favor do direito dedecisão da mulher em relação ao aborto; por que os problemas ambientais devem ser abordados apartir de uma plataforma de máxima inteligibilidade a respeito da ciência, da tecnologia e de seu papelsocial, e não com base em pressupostos emocionais muitas vezes resultantes da falta de informação.

FHC: A SOMA E O RESTOA Soma e o Resto: Um olhar sobre a vida aos 80 anos apresenta a visão de Fernando Henrique

Cardoso sobre as incríveis mudanças pelas quais passam o Brasil e o mundo, além de tocar em questõesde caráter mais íntimo e subjetivo. Resultado de mais de 10 horas de conversas gravadas por Miguel

Darcy de Oliveira, os textos revelam a voz interior do ex‐presidente. O bate‐papo com o amigo expõe avisão que FHC tem sobre os temas com que se ocupa desde que deixou a presidência, como a polêmicaem torno das drogas, mas também de questões como o sentido da vida, a espiritualidade e o mistério.

VOCÊ TEM UM ECONOMISTA INTERIOR?Qual a importância da economia no nosso dia‐a‐dia? É possível entender as consequências de

políticas econômicas? Cada vez mais essa ciência ganha contornos populares. Basta ver o sucesso delivros como Freakonomics, de Steven Levitt e Stephen J. Dubner, e O Economista Clandestino, de TimHarford. Em Descubra seu Economista Interior, o professor de economia Tyler Cowen, com o mesmohumor afiado e a mesma sagacidade, analisa os mais sutis e inesperados fenômenos onde se podeexplorar os efeitos da economia.

OS 100 MAIORESO século XX foi marcado por guerras, ditaduras e destruição ambiental. Muitas pessoas, porém,

mantiveram viva a esperança de um futuro saudável e sustentável por meio de suas ideias e visão.Esses exemplos estão em Os 100 Maiores Visionários do Século XX, organizado por Satish Kumar eFreddie Whitefield. A escolha dos pensadores presentes neste livro é extremamente eclética,abrangendo visionários do Oriente ao Ocidente, incluindo a África e a Oceania. Figuras como Gandhi eMartin Luther King estão lado a lado com Bob Dylan e D. H. Lawrence.

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A ‘guerra’ da concentração dos

portos em São PauloParticipamos da Audiência Pública

realizada em 20 de março pelas Co‐missões de Assuntos Econômicos e deConstituição e Justiça do Senado Fede‐ral, para debater o Projeto de Resolu‐ção do Senado 72 de 2010, queestabelece alíquotas do Imposto sobreOperações Relativas à Circulação deMercadorias, sobre Prestação de Ser‐viços de Transporte Interestadual e In‐termunicipal e de Comunicação, nasoperações interestaduais com bens emercadorias importados do exterior.

Veemente contra a aprovação daPRS‐72 o Governador Marconi Perillodestacou as graves consequências queestados exportadores vêm sofrendocom a Lei Kandir, que significou maisde R$ 22 bilhões de perdas em 2010.Reafirmou também que os estados jápassam por situação delicada com oICMS do e‐commerce e com a reduçãodas transferências de recursos daUnião. Em caso de aprovação desseProjeto, Goiás perderia R$ 1,9 bilhão oque acarretaria a falência do estado.Sob o aspecto social significaria o fe‐chamento de indústrias e demissão emgrande escala em alguns segmentos.Considera que o PRS 72/2010 é incons‐titucional, uma vez que esse tipo dematéria deveria ser legislada por Pro‐jeto de Lei Complementar; e transferepara o Confaz a competência para es‐tabelecer os critérios de aplicação dasnovas alíquotas. O Governador atribuia ocorrência de “Guerra Fiscal” pelomotivo de nunca ter existido uma po‐lítica nacional de desenvolvimento re‐gional, e mostrou grande preocupaçãocom a ausência de sinalizações, pelaUnião, de mecanismos de compensa‐

ções aos estados que sofrerem perdas.Ao final concluiu que enxerga a neces‐sidade na busca de alternativas queatendam da melhor forma a todos e,se coloca a disposição para participarativamente das negociações.

Em seguida o Governador doCeará, Cid Gomes se posicionou comneutralidade, ou seja, nem a favor enem contra. Porém se preocupa com adesindustrialização, principalmentenos segmentos têxteis e de calçados.Ressaltou a necessidade de se discutiro pacto federativo, considerando asdesigualdades regionais e que a ques‐tão dos incentivos à importação é umtema de interesse nacional – porémnão se pode fazer essa reforma de umahora para outra, igualando alíquotassem se prestar a devida atenção as par‐ticularidades de cada estado, que de‐pende muitas vezes desses incentivos.

Governadores de Santa Catarina,Espírito Santo e o Vice do Pará, mani‐festaram‐se contra a aprovação do pro‐jeto. Explanam que nenhum brasileiroé a favor da desindustrialização doBrasil, porém a aprovação do PRS‐72não impedirá as importações, ou seja,a unificação da tarifa interna modifi‐cará somente a rota de importação. Re‐forçam que a maioria das importaçõesé de insumos para indústria nacional(por exemplo: em SC é de 63% de ma‐téria prima e 19% de equipamentos).Para os governadores o problema dadesindustrialização não é a importaçãoe sim o custo Brasil, a carga tributáriae que, em se tratando de área tributáriaé necessário que se realize a transmis‐são de políticas – necessidade de reali‐zar transição entre as alíquotas, não

pode ser feito de forma abrupta.Na defesa da aprovação da Reso‐

lução 72, o discurso de Nelson Bar‐bosa, Secretário Executivo doMinistério da Fazenda, é que o go‐verno federal interessa, com a medida,como o começo de um debate a cercado resgate da indústria nacional. Con‐sidera a aprovação do projeto urgentee necessária, pois gerará empregos efortalecerá a indústria nacional.

Em conclusão podemos afirmarque a aprovação pura e simples doPRS‐72, além de inconstitucional, con‐tribuirá somente para aumentar a con‐centração das importações, que jásomam mais de 40% das importaçõesnacionais, através do Estado de SãoPaulo. Considerando que 86% danossa pauta de importações no ano de2010, foi constituída de bens interme‐diários (insumos industriais e combus‐tíveis) e de bens de capital necessáriosa dinamização, expansão e moderni‐zação da produção nacional, não sepode propalar que a “Competição Fis‐cal” esteja proporcionando a desin‐dustrialização generalizada do Brasil.Entendemos que segmentos específi‐cos da economia, que porventura es‐tejam ou venham a sofrerconsequências por concorrência des‐leal, dumping e triangulações devamreceber tratamento distinto até que serestabeleça melhores condições decompetitividade, mas romper abrup‐tamente e genericamente esse históricomodelo de incentivos fiscais trará pre‐juízos enormes à sociedade brasileira.

EDWAL PORTILHO ‘CHEQUINHO’

OPINIÃO

Edwal Por�lho ‘Chequinho’ é diretor‐execu�vo da ADIAL

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Page 20: ADIAL 29 Layout 1 04/04/2012 11:26 Page 1 Pró-Industrial · nam os programas de incentivo. ... instituição do Cupom Fiscal Eletrônico e novos ... Ampliação da redução de base

Corrigir ou encolher

CESAR HELOU

Cesar Helou é empresárioe presidente da ADIAL

A produção industrialbrasileira desacelerou durante2011. Foi um movimentocontinuado, progressivo edisseminado – pois até mesmonas exceções, como Goiás,Paraná e Espírito Santo, oavanço foi possibilitado pelobom desempenho de algunssegmentos, mas não do setorindustrial como um todo.

Então, é importante dizerque a indústria goiana, no geral,não cresceu fortemente como osindicadores do balanço do anopossam demonstrar. Mas, sim,alguns segmentos da indústriado Estado, como medicamentose metalurgia, como aponta oIBGE, expandiram‐sefortemente e levou o indicadormuito para cima.

Comemorar? Sim, pois esta éa força da diversificação daindústria goiana. No entanto,não se deve deixar de fazer areflexão que faz hoje todo oPaís: Estamos seguindo ocaminho certo? Até o governofederal caiu a ficha e já sabe quea resposta é não.

Perdemos fortemente omercado externo para produtosindustrializados, com um câmbiototalmente (até mortalmente)desfavorável, enquanto que duassituações se apresentam nomercado interno: o consumidor jáestá menos voraz que há dois

anos, pois se comprometeu comendividamentos de longo prazo(carros e imóveis) e isso o faz maiscauteloso nas compras do dia‐a‐dia e, em segundo lugar, aentrada de produtos estrangeirosnos supermercados nacionais jáacende o sinal de alerta de riscoeminente para nosso parquefabril. Pesquisas recentesapontam que já chega a 20% aparticipação de importados noscarrinho de compra dosbrasileiros.

Se continuar neste ritmo,nossa indústria perderá espaçoe nossos trabalhadores,empregos. Nenhum país domundo assiste a essemovimento pacificamente. OBrasil assistiu, em 2011, com uminsosso olhar de preocupação,mas com uma reação sem efeitoquanto às dezenas de tentativasde justificar os atuais númerosfeitas pelo ministro da Fazenda,Guido Mantega. Em qualquerpaís sério, esse encolhimentoindustrial seria tratado comoassunto de Estado.

Infelizmente, nossa atitudefrente aos verdadeirosproblemas econômicos sãogigantescamente lentas epreocupantemente seletivas. Oque tira o sono dos gestorespúblicos são as quedas emreceitas tributárias emovimentação negativa em

temas que geram efeitosimediatos no comportamentoeleitoral. Foi preciso,lamentavelmente, afetar osíndices de emprego e começaratingir os preços para quenossos dirigentes da políticaeconômica nacional acordassempara uma realidade formada: acurva industrial do Brasil viroue seus efeitos virão.

Assim, a atitude apática de2011 tem de ser recompensadacom ações práticas everdadeiramente eficientesneste ano. E, por fim, tememosque, no médio prazo, o mesmopossa ocorrer em Goiás, no quese refere à política de incentivosfiscais, que se vê ameaçada,externamente, pela Justiça, e,internamente, por umanecessidade de correção dedistorções, com correçõespontuais, ainda em tempo, jáamplamente discutidas edefendidas pela ADIAL. Nãopodemos pagar amanhã o quehoje paga o governo federal porfalta de ajuste de rumos emnossa política fiscal eeconômica.

Em todos aspectos, 2012 éum ano de correção e diálogo –com menos debates e açõesmais pragmáticas.

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