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fls.1 CNJ: 0000745-46.2013.5.09.0002 TRT: 16612-2013-002-09-00-0 (RO) PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO "Conciliar também é realizar justiça" 7ª TURMA ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIMPEZA E COLETA DE LIXO DE BANHEIRO DE SHOPPING CENTER. LOCAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS. LIXO URBANO. AGENTE BIOLÓGICO. ADICIONAL DEVIDO. O trabalho de limpeza e coleta de lixos em banheiros de shopping center é considerado insalubre, porque os banheiros, no caso, são de uso público, com número de usuários indeterminado, diferentemente do que ocorre nos banheiros de residência ou escritório, onde circulação de um número restrito de pessoas. Assim, ainda que a perícia não tenha analisado especificamente a insalubridade decorrente do agente biológico lixo, confirmou que havia a limpeza e coleta de lixo dos banheiros do shopping center, trazendo, pois, elementos que permitem aferir, à luz do item II da Súmula nº 448 do C. TST, a insalubridade da atividade exercida. Recurso do Reclamante a que se dá provimento, no particular. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de , provenientes da RECURSO ORDINÁRIO MM. 02ª VARA DO TRABALHO DE , sendo Recorrente e Recorridos CURITIBA - PR JOSÉ RENATO DA SILVA . CONDOMÍNIO PARKSHOPPINGBARIGUI e VERZANI & SANDRINI LTDA. I. RELATÓRIO Documento assinado com certificado digital por Ubirajara Carlos Mendes - 27/03/2015 Confira a autenticidade no sítio www.trt9.jus.br/processoeletronico Código: 6M2X-G211-5711-9677

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PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA DO TRABALHOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO"Conciliar também é realizar justiça"

7ª TURMA

ADICIONAL  DE  INSALUBRIDADE.  LIMPEZA  ECOLETA  DE  LIXO  DE  BANHEIRO  DE  SHOPPINGCENTER.  LOCAL  DE  GRANDE  CIRCULAÇÃO  DEPESSOAS.  LIXO  URBANO.  AGENTE  BIOLÓGICO.ADICIONAL DEVIDO.

O trabalho de limpeza e coleta de lixos em banheiros deshopping  center  é  considerado  insalubre,  porque  osbanheiros, no  caso,  são de uso público,  com número deusuários  indeterminado,  diferentemente  do  que  ocorrenos  banheiros  de  residência  ou  escritório,  onde  hácirculação  de  um  número  restrito  de  pessoas.  Assim,ainda que a perícia não tenha analisado especificamentea  insalubridade  decorrente  do  agente  biológico  lixo,confirmou  que  havia  a  limpeza  e  coleta  de  lixo  dosbanheiros do shopping center,  trazendo, pois, elementosque permitem aferir, à luz do item II da Súmula nº 448do  C.  TST,  a  insalubridade  da  atividade  exercida.Recurso  do  Reclamante  a  que  se  dá  provimento,  noparticular.

V  I  S  T  O  S, relatados e discutidos estes autos de

, provenientes da RECURSO ORDINÁRIO MM.  02ª  VARA DO TRABALHO DE

, sendo Recorrente e Recorridos CURITIBA  -  PR JOSÉ  RENATO  DA  SILVA

.CONDOMÍNIO PARKSHOPPINGBARIGUI e VERZANI & SANDRINI LTDA.

I. RELATÓRIO

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7ª TURMA

Inconformado com a r. sentença de fls. 269/281,

complementada pela decisão resolutiva de embargos de fls. 286/287, ambas proferidas

pela Exma. Juíza do Trabalho , que acolheu parcialmenteLisiane Sanson Pasetti Bordin

os pedidos, recorre o Autor.

O Reclamante, através do recurso ordinário de fls. 289/296,

postula a reforma da r. sentença quanto aos seguintes itens: a) anotação da CTPS e multa

convencional; e b) adicional de insalubridade.

Contrarrazões apresentadas pelo segundo Reclamado

(Condomínio Parkshoppingbarigui) às fls. 299/302.

Apesar de devidamente intimada, a primeira

Reclamada (Verzani & Sandrini Ltda.) não apresentou contrarrazões.

Os autos não foram remetidos ao Ministério Público do

Trabalho, em virtude do disposto no artigo 20 da Consolidação dos Provimentos da

Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. ADMISSIBILIDADE

Presentes os pressupostos legais de admissibilidade,

do recurso ordinário interposto, assim como das respectivas contrarrazões.CONHEÇO

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7ª TURMA

2. MÉRITO

ANOTAÇÃO DA CTPS E MULTA CONVENCIONAL

O Reclamante alegou, na inicial, ter sido contratado pela

primeira Reclamada (Verzani & Sandrini Ltda.) para exercer a função de agente de asseio

junto ao segundo Reclamado (Condomínio Parqueshoppingbarigui). Afirmou que o

contrato foi rescindido por sua iniciativa, antes do término do contrato de experiência.

Postulou a antecipação dos efeitos da tutela para que a

primeira Ré procedesse a anotação do término do contrato de trabalho na CTPS, o que,

sem a ouvida da parte contrária, foi acolhido aos seguintes fundamentos:

Postula o reclamante, via antecipação de tutela, a anotação da baixa dasua CTPS, com data de 02/02/2013.

No caso em tela, observa-se do TRCT de fls. 42/43 que a data deafastamento do autor ocorreu efetivamente em 02/02/2013. Oselementos dos autos são suficientes para que este juízo reconheça queestão configurados os requisitos previstos no texto processual civil queadmite a antecipação tutelar, tendo em vista que as anotações nacarteira profissional configuram-se em direito indisponível dotrabalhador.

Desta forma, comprovados os requisitos essenciais do CPC, art. 273, éde se deferir a antecipação dos efeitos da tutela definitiva para que oautor proceda a entrega da sua CTPS, no prazo de cinco dias, naSecretaria desta Vara do Trabalho, tendo a ré, posteriormente, omesmo prazo para retirar a carteira profissional, proceder a anotaçãoda baixa com data de 02/02/2013, nos limites da inicial, e a devoluçãoda CTPS do autor.

A inobservância das determinações constantes da presente decisão,importará na penalização da ré infratora com multa diária no importede R$ 50,00 (cinquenta reais), a ser revertida ao autor. (fl. 44).

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7ª TURMA

Em defesa, a primeira Ré afirmou que a anotação só não foi

procedida porque o Reclamante, após comunicar a rescisão, não compareceu na data e

hora designadas para tanto e que, nesse passo, não se opunha à anotação a qualquer tempo

(fl. 129).

Na r. sentença, a antecipação da tutela foi revogada, nos

seguintes termos:

Constatando que efetivamente houve a demissão do autor, sem quetivesse a correspondente anotação de baixa na sua CTPS, este juízoantecipou os efeitos da tutela para determinar que a ré procedesse acorreta anotação da saída.

Frise-se que a antecipação de tutela inaudita altera pars não pode serclassificada de abusiva e ilegal, quando presentes os requisitos que aautorizam, posto que não contraria o princípio da ampla defesa, apenasadia o exercício do contraditório.

De fato, a ré não comprovou que a ausência de anotação da baixa naCTPS do autor decorreu de culpa do autor.

No entanto, não há prova nos autos que o reclamante apresentou suaCTPS em juízo a fim de dar efetividade à determinação judicial ,motivopelo qual revejo a antecipação de tutela concedida para revogá-la, nosmoldes do art. 273, § 4º, da CLT, ante o evidente desinteresse da parteautora, não havendo que se falar ainda em aplicação da multaconvencional prevista na cláusula 17º da CCT 2012 pelos mesmosfundamentos. (fl. 271).

Insurge-se o Reclamante, alegando que não houve

desinteresse. A advogada subscritora do recurso afirma ter informado nos autos, à fl. 52,

que não conseguiu contato com o Autor à época e, em razão disso, não houve a

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7ª TURMA

apresentação da CTPS nos autos. Aduz que, de todo modo, a ausência de contato com o

Autor não lhe retira o direito, nem demonstra desinteresse, de ter o término do contrato de

trabalho anotado na CTPS.

Assim, sob a alegação de que não comprovada sua culpa pela

ausência de anotação do término do contrato na CTPS, ônus que, aduz, incumbia à Ré,

postula a reforma para determinar a anotação da carteira, bem como condenar a Ré ao

pagamento da multa prevista na cláusula 17ª da CCT.

Analisa-se.

Dispõe o § 2º, letras "b" e "c", do art. 29 da CLT:.

As  anotações  na Carteira  de Trabalho  e Previdência  Social  serãofeitas:

a) (...)

;b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador

c) no caso de rescisão contratual;

a)d) (...). (grifos acrescidos).  

Portanto, quanto à anotação, independentemente de o

Reclamante ter ou não comparecido, seja quando da rescisão contratual, seja após a

concessão da tutela antecipada, o seu direito permanece. Tanto é assim que a própria Ré

se dispõe, a qualquer tempo, quando lhe for efetivamente apresentada a CTPS, a efetuar o

respectivo registro.

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7ª TURMA

Nesse aspecto, portanto, merece reforma o julgado.

A outra questão, porém, no tocante à multa convencional,

adquire contornos diversos.

O Reclamante não impugnou a alegação da primeira Ré de

que ele não teria comparecido na data e hora designadas para a formalização da extinção

contratual (fls. 206/208).

Sendo assim, muito embora o seu direito à devida anotação

não pereça (art. 29 da CLT), não se cogita do pagamento da multa convencional pela Ré,

eis que a ausência de registro à época da rescisão decorreu da inércia obreira, e não de

culpa patronal.

Pelo que, , apenasreforma-se  parcialmente  a  r.  sentença

para determinar que a primeira Ré proceda à anotação do término do contrato de trabalho

na CTPS do Autor, com data de 02.02.13, sem menção à ordem judicial, no prazo de 10

(dez) dias, a contar de intimação específica para tanto, que ocorrerá somente após o

Autor, também mediante intimação específica, trazer a CTPS à Secretaria da Vara de

Origem, sob pena de fazê-lo a própria Secretaria (nos mesmos termos, ou seja, sem

menção à presente ordem judicial) e sem prejuízo, neste caso, de multa diária no valor de

R$ 100,00 (cem reais), limitada a 30 (trinta) dias.

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O Reclamante postulou o pagamento de adicional de

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7ª TURMA

insalubridade, alegando que laborava limpando resíduos de alimentos dos pratos da praça

de alimentação, retirando o lixo e mantendo contato com agentes nocivos à saúde.

O pedido foi rejeitado, aos seguintes fundamentos:

Alega a autora que embora ficasse exposta a agentes prejudicais àsaúde no desempenho de suas funções, não recebia o adicional ao qualentende fazer jus. Postula, assim, o adicional de insalubridade.

Realizada perícia técnica (fls. 294/302), pelo senhor perito foiconstatado que o autor trabalhou para a ré como agente de Asseio,constatando que estava exposta aos agentes químicos dos produtos delimpeza. Durante a perícia o sr. Perito constatou que se tratavam deprodutos de baixa toxidade havendo o fornecimento de luvas deborracha.

O laudo foi conclusivo no sentido que: as atividades desenvolvidas peloReclamante, na função de Agente de Asseio, a serviço da 1ª Reclamada,de acordo com o detalhamento efetuado no item 7, às fls. 3 e 4 dopresente Laudo, poderiam expô-lo aos agentes químicos que fazemparte da composição dos produtos de limpeza por ele utilizados, cujascaracterísticas, de acordo com as FISPQ (Fichas de Informações deSegurança de Produtos Químicos), disponibilizadas ao Perito pela 1ªReclamada, não apresentam teores de toxidade relevantes, sendorecomendado o uso de Luvas impermeáveis, EPI esse que seriaentregue ao Reclamante, conforme apurado durante as diligências.Assim, considerando-se os Anexos da Norma Regulamentadora nº 15,do MTE, É O PARECER DO PERITO que FICADESCARACTERIZADA A INSALUBRIDADE NAS ATIVIDADES DORECLAMANTE.

É de se destacar que o direito ao adicional de insalubridade estácondicionado à prestação de serviços, em condições insalubres, deforma permanente, contínua e habitual, estendendo-se ao contatointermitente, não se formalizando, porém, no caso de exposiçãoeventual aos agentes de risco, como constatado no caso dos autos.

O que se observa do laudo pericial é que o contato do autor a agentesquímicos ocorria com a devida proteção.

Frise-se que a neutralização ou eliminação dos agentes insalubresextingue o direito à percepção do adicional de insalubridade.

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7ª TURMA

Assim, reconhecendo-se a validade da perícia realizada, constata-seque o reclamante não laborava em condições insalubre, uma vez quehavia o uso de equipamentos protetivos hábeis para neutralizar osefeitos nocivos dos agentes químicos, os quais eram de baixa toxidade.

Assim, rejeita-se o pedido de adicional de insalubridade, bem como osreflexos que o seguem pela acessoriedade. (fls. 272/273).

Insurge-se o Reclamante, alegando que a conclusão pericial

de que eram fornecidas luvas de borracha baseou-se em simples alegações, não tendo a

Ré juntado aos autos os respectivos comprovantes. Afirma que, de todo modo, o simples

fornecimento do EPI, sem treinamento, manutenção e substituição periódica não tem o

condão de neutralizar o agente insalubre.

Remete-se a laudo pericial relativo a outros autos, juntado

às fls. 225/244, no qual foi reconhecida a insalubridade, e reforça que, dentre as

atividades exercidas, estava a coleta de lixo junto a vasos sanitários.

Postula a reforma.

Analisa-se.

A constatação de labor em ambiente insalubre necessita de

conhecimentos técnicos e científicos que normalmente fogem do conhecimento do

julgador. Para evitar arbitrariedades e em superação - ausência de instrução técnica dos

julgadores -, o próprio legislador estabeleceu a necessidade de perícia (art. 195 da CLT)

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7ª TURMA

para a classificação e caracterização da insalubridade, impondo ao juiz a designação de

perito habilitado para tal avaliação (§ 2º do citado artigo). E isso foi rigorosamente

observado no caso em tela.

O laudo pericial trouxe as seguintes informações:

5. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO e ATIVIDADESDESENVOLVIDAS PELO RECLAMANTE

O Reclamante, para exercer suas atividades de Agente de Asseio,trabalhou exclusivamente na sede do Shopping Park Barigui (2ªReclamada), local onde realizadas as diligências, no horário das06h:50min às 15h:10min.

A 1ª Reclamada mantém um contrato de prestação de serviços com a 2ªReclamada, relacionado com a limpeza de todos os ambientes doShopping, havendo equipes que limpam os BWC, outra para oscorredores, galerias técnicas, escadas rolantes e de emergência,estacionamento e praça de alimentação.

Uma limpeza mais pesada dos ambientes dos BWC é realizada no turnoda madrugada, cujo início do expediente é às 23h:00min.

O Reclamante, de acordo com informações prestadas durante asdiligências, no horário das 06h:50min às 10h:00min, trabalhava na

, interrompendolimpeza de espelhos, inox, elevadores, etc, do Shoppingsuas atividades para o almoço, que tinha duração de uma hora.

A partir das 11h:00min até às 15h:10min, o Reclamante trabalhavanos BWC masculinos do Shopping, efetuando serviços demanutenção, tais como reposição de papel higiênico, papel toalha,sabonete, e também a retirada de lixos junto aos vasos sanitários.Também efetuava a limpeza do piso, passando pano. A limpeza doVestiário Masculino também era realizada pelo Reclamante, por cerca

.de trinta minutos por dia

(...)

6. MEDIDAS DE CONTROLE - NR-6

Segundo informações prestadas durante as diligências, o Reclamanteteria à sua disposição os seguintes Equipamentos de Proteção

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7ª TURMA

Individual:

Uniforme;

Sapatos de Segurança;

Luvas Látex e de Procedimentos.

7. ANÁLISE DA INSALUBRIDADE

Numa análise qualitativa inicial, de acordo com observações efetuadasdurante as diligências, considerou o Perito que o Reclamante, noexercício de sua função de Agente de Asseio, ficava exposto a AgentesQuímicos, que fazem parte da composição dos produtos de limpeza, porele utilizados.

PRODUTOS QUÍMICOS

Os produtos de limpeza que eram utilizados pelo Reclamante, deacordo com o apurado durante as diligências, eram um detergenteneutro, desinfetante e álcool com água.

De acordo com suas FISPQ (Fichas de Informação de Segurança deProdutos Químicos), disponibilizadas ao Perito pela 1ª Reclamada,trata-se de produtos de baixa toxidade, recomendando-se o uso deLuvas de Borracha para evitar o contato com a pele, não sendonecessário o uso de Máscaras, e, o Óculos de Segurança, apenas sefosse pulverizar os produtos.

De acordo com o informado durante as diligências, os Equipamentos deProteção Individual necessários seriam disponibilizados ao Perito pela1ª Reclamada, restando afastada a Insalubridade em suas atividades,devido a esses agentes químicos.

(...)

10. PARECER TÉCNICO

De acordo com levantamentos qualitativos efetuados durante asdiligências, e mais aqueles extraídos de documentos disponibilizadosapo Perito pela 1ª Reclamada, e nos autos, as atividades desenvolvidaspelo Reclamante, na função de Agente de Asseio, a serviço da 1ªReclamada, de acordo com o detalhamento efetuado no item 7, às fls. 3e 4 do presente Laudo, poderiam expô-lo aos agentes químicos quefazem parte da composição dos produtos de limpeza por ele utilizados,

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7ª TURMA

cujas características, de acordo com as FISPQ (Fichas de Informaçõesde Segurança de Produtos Químicos), disponibilizadas ao Perito pela 1ªReclamada, não apresentam teores de toxidade relevantes, sendorecomendado o uso de Luvas impermeáveis, EPI esse que seriaentregue ao Reclamante, conforme apurado durante as diligências.Assim, considerando-se os Anexos da Norma Regulamentadora nº 15,do MTE, É O PARECER DO PERITO que, FICADESCARACTERIZADA A INSALUBRIDADE NAS ATIVIDADES DO

.RECLAMANTE (fls. 246/253 - grifos acrescidos).

O perito constatou que o Autor mantinha contato com os

seguintes produtos químicos: detergente neutro, desinfetante e álcool com água, os quais,

segundo informou, possuem baixa toxidade, sendo recomendável o uso de luvas de

borracha para evitar o contato.

Durante a realização da perícia, à qual, embora intimado, não

compareceu o Reclamante, o perito foi informado pelos presentes, dentre eles o

engenheiro de segurança do trabalho da Ré, que as luvas de borracha eram devidamente

fornecidas, concluindo, então, pela eliminação do efeito nocivo do agente insalubre.

Embora não tenham vindo aos autos os comprovantes de

entrega de EPI, compartilha-se do entendimento quanto à supervalorização dos riscos

presentes nos materiais elencados, repise-se: "detergente neutro, desinfetante e álcool

", porquanto comuns aos que qualquer pessoa utiliza na limpeza de sua casa,com água

com notória ausência de reações pelo seu manuseio, inclusive sem o uso de luvas de

borracha.

A jurisprudência também reconhece que a concentração de

álcalis cáusticos nesses produtos, porque na forma diluída, não os classifica como

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7ª TURMA

insalubre pelo Ministério do Trabalho, senão vejamos:

II  -  RECURSO  DE  REVISTA.  ADICIONAL  DEINSALUBRIDADE. COZINHEIRA. MANUSEIO DE PRODUTOSHABITUAIS DE LIMPEZA. ÁLCALIS CÁUSTICOS.  Indevido oadicional  de  insalubridade,  na  medida  em  que  o  manuseio  deprodutos  de  limpeza  que  contenham  álcalis  cáusticos  em  suacomposição,  em  soluções  diluídas,  não  está  classificado  comoinsalubre pelo Ministério do Trabalho. A atividade não equivale aocontato  direto  com  a  substância.  Incidência  da  OrientaçãoJurisprudencial  nº  4,  I,  da  SBDI-1/TST.  Recurso  de  revistaconhecido e provido. (Processo: RR - 1232-31.2010.5.04.0561 Data deJulgamento: 19/06/2013, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani deFontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/07/2013).

RECURSO DE REVISTA - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE -LIMPEZA  DO  LOCAL  DE  TRABALHO  -  CONTATO  COMÁLCALIS  CÁUSTICOS  NO  MANUSEIO  DE  PRODUTOSHABITUAIS  DE  LIMPEZA.  A  jurisprudência  da  SBDI-1  destaCorte  tem  entendido  que  o  manuseio  de  produtos  comuns  delimpeza para higienização de escritórios, inclusive de banheiros, nãoenseja  o  pagamento  do  adicional  de  insalubridade,  ainda  que  olaudo pericial se manifeste em sentido diverso. A NR-15, Anexo 13,da Portaria nº 3214/78, ao tratar do manuseio de álcalis cáusticos,refere-se ao produto bruto, em sua composição plena, e não àquelediluído  em  produtos  de  limpeza  habituais,  destinados  a  asseio  econservação  das  dependências  do  trabalho,  de  acordo  com  oentendimento  do  Tribunal  Regional.  Nesse  sentido  a  OrientaçãoJurisprudencial  nº  4  da  SBDI-1.  Recurso  de  revista  conhecido  eprovido.  (...). (RR - 122200-97.2005.5.04.0001 Data de Julgamento:21/11/2012, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 4ªTurma, Data de Publicação: DEJT 07/12/2012).

Nessa trilha, não se cogita de insalubridade por agente

químico.

Contudo, no que atine aos agentes biológicos, assiste razão

ao Reclamante.

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7ª TURMA

A jurisprudência do C. TST tem entendido que o trabalho de

limpeza e coleta de lixos de banheiros em locais de grande circulação de pessoas, como é

o caso dos shopping centers, local de trabalho do Autor, enseja o reconhecimento de

ambiente insalubre.

Neste sentido, editou a Súmula nº 448, que, em seu item II,

assim dispõe:

ATIVIDADE  INSALUBRE.  CARACTERIZAÇÃO.  PREVISÃONA NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DOMINISTÉ-RIO  DO  TRABALHO  Nº  3.214/78.  INSTALAÇÕESSANITÁRIAS.

I  -  Não  basta  a  constatação  da  insalubridade  por meio  de  laudopericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional,sendo necessária  a  classificação da  atividade  insalubre na  relaçãooficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.

II  -  A  higienização  de  instalações  sanitárias  de  uso  público  oucoletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por nãose  equiparar  à  limpeza  em  residências  e  escritórios,  enseja  o

,pagamento  de  adicional  de  insalubridade  em  grau  máximoincidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº3.214/78 quanto  à  coleta  e  industrialização de  lixo urbano. (grifosacrescidos).

Portanto, embora o perito não tenha analisado a

insalubridade decorrente de agentes biológicos, o fato é que concluiu - como não se

controverte, aliás - que o Autor laborava na limpeza e coleta de lixo dos banheiros do

shopping center, segundo Réu, de modo a convergir, a hipótese, para a incidência do

quanto disposto no item II da Súmula nº 448 supra, fazendo jus, o Autor, ao adicional de

insalubridade em grau máximo, na forma do Anexo 14 da NR-15 do MTE.

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7ª TURMA

Neste sentido:

RECURSO  DE  REVISTA  DA  PRIMEIRA-RECLAMADA  -ADICIONAL  DE  INSALUBRIDADE  -  LIMPEZA  EHIGIENIZAÇÃO  DE  BANHEIROS  E  VASOS  SANITÁRIOS  -LIMITAÇÃO  ESTACELECIDA  EM  NORMA  COLETIVA  -INVALIDADE.  Conquanto  o  art.  7º,  XXVI,  da  Carta  Magnaconsagre  o  reconhecimento  das  convenções  e  acordos  coletivos  detrabalho,  não  contém  determinação  no  sentido  de  autorizar  anegociação  coletiva  de  direitos  indisponíveis  do  empregado,concernentes à proteção de sua saúde física e mental. O Tribunal deorigem, com amparo no  laudo pericial, concluiu que as atividadesexecutadas  pela  reclamante,  atinentes  à  limpeza  de  banheiros  emprédio  com  grande  circulação  de  pessoas,  classificam-se  comoinsalubres, na forma do Anexo 14 da NR 15 da Portaria nº 3.214/78do  Ministério  do  Trabalho  e  Emprego.  Assim,  inválida  normacoletiva que restringe o percentual do adicional devido, ainda quecomprovada  a  exposição  a  agente  insalubre  em  grau  máximo.Intacto o art. 7º, XXVI, da Constituição Federal. Recurso de revistanão  conhecido.  (...). (ARR - 1365-44.2010.5.04.0021 Data deJulgamento: 11/02/2015, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira deMello Filho, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 20/02/2015).

RECURSO DE REVISTA. 1. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.LIMPEZA  DE  BANHEIROS  DE  USO  PÚBLICO.  NÃOCONHECIMENTO.  A  egrégia  Corte  Regional,  amparada  noacervo  fático-probatório  do  processo,  concluiu  que  a  reclamantecuidava da limpeza e da coleta de lixo de banheiro de uso público. Apartir de  tal premissa  fática,  inconteste, nos  termos da Súmula nº126,  verifica-se  que  a  hipótese  dos  autos  não  trata  de  limpeza  debanheiro de residência ou escritório, em que há a circulação de umnúmero  restrito  de  pessoas. Na  verdade,  os  banheiros  são  de  usopúblico,  sendo  que  o  número  de  usuários  é  indeterminado.Ressalte-se  que  o  Pleno  desta  Corte  Superior,  na  sessãoextraordinária do dia 19.5.2014, aprovou a Súmula nº 448, na qual,no seu item II, consagrou entendimento de que devido o adicional deinsalubridade  em  grau  máximo  para  a  hipótese  dos  autos.Incidência da Súmula nº 333 e do artigo 896, § 4º, da CLT. Recursode revista de que não se conhece. (...). (RR - 245-49.2013.5.04.0024Data de Julgamento: 04/02/2015, Relator Ministro: Guilherme AugustoCaputo Bastos, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 20/02/2015).

RECURSO DE REVISTA.  ADICIONAL DE  INSALUBRIDADE.LIMPEZA  DE  BANHEIROS  DE  SHOPPING  E

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7ª TURMA

SUPERMERCADO. LIXO URBANO. SÚMULA Nº 448, II, DO C.TST. Nos termos da Súmula nº 448, II, desta c. Corte Superior, "ahigienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo degrande  circulação,  e  a  respectiva  coleta  de  lixo,  por  não  seequiparar  à  limpeza  em  residências  e  escritórios,  enseja  opagamento  de  adicional  de  insalubridade  em  grau  máximo,incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano". No casodos autos,  a  limpeza de banheiros de  shoppings  e  supermercados,cujo  o  uso  é  irrestrito,  enquadra-se  na  hipótese  da  mencionadasúmula,  pelo  que  devido  o  adicional  de  insalubridade  em  graumáximo.  Recurso  de  revista  conhecido  e  provido. (RR -20773-50.2013.5.04.0333 Data de Julgamento: 11/02/2015, RelatorMinistro: Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, Data de Publicação:DEJT 20/02/2015).

(...)  ADICIONAL  DE  INSALUBRIDADE.  GRAU  MÁXIMO.LIMPEZA  E  HIGIENIZAÇÃO  DE  SANITÁRIOSDISPONIBILIZADOS  A  PÚBLICO  NUMEROSO  EDIVERSIFICADO.  ITEM  II  DA  SÚMULA  Nº  448  DO  TST.  OTribunal Regional,  com  fundamento nas provas  apresentadas nosautos,  concluiu  que  a  reclamante  desenvolvia  sua  atividade  emcondições de insalubridade em grau máximo, ao efetuar limpeza debanheiros  disponibilizados  à  coletividade.  Assim,  não  se  verificacontrariedade à Orientação Jurisprudencial nº  4 da SBDI-1 destaCorte,  atual  item  II  da  Súmula  nº  448.  Ao  contrário,  a  decisãoregional  encontra-se  em  conformidade  com  o  entendimentopacificado no âmbito desta Corte, mediante a edição do Item II daSúmula  nº  448,  segundo  a  qual  -a  higienização  de  instalaçõessanitárias  de  uso  público  ou  coletivo  de  grande  circulação,  e  arespectiva  coleta  de  lixo,  por  não  se  equiparar  à  limpeza  emresidências  e  escritórios,  enseja  o  pagamento  de  adicional  deinsalubridade em grau máximo,  incidindo o disposto no Anexo 14da  NR-15  da  Portaria  do  MTE  nº  3.214/78  quanto  à  coleta  eindustrialização  de  lixo  urbano-.  Agravo  de  instrumentodesprovido. (AIRR - 925-26.2011.5.04.0017 Data de Julgamento:10/12/2014, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma,Data de Publicação: DEJT 19/12/2014).

Quanto à base de cálculo, não prospera o pleito obreiro de

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7ª TURMA

considerar a remuneração.

Até a Constituição Federal de 1988 não se controvertia, nos

termos do art. 192 da CLT, que o salário mínimo podia servir de base de cálculo do

adicional de insalubridade.

Tanto que em 1985 o C. TST editou a Súmula nº 228: "O

percentual  do  adicional  de  insalubridade  incide  sobre  o  salário-mínimo  de  que

".cogita o art. 76 da Consolidação das Leis do Trabalho

Após, em face do art. 7º, IV, que vedou sua vinculação "para

qualquer fim", três correntes se formaram, com os seguintes entendimentos:

a) que a Constituição Federal estabelecera nova base de

cálculo, qual seja, o valor da remuneração efetivamente recebida pelos empregados; ou

b) que deveria ser calculado sobre o valor do salário mínimo,

exceto quando o empregado integrasse categoria profissional beneficiada por piso salarial

ou salário normativo estabelecidos em convenções, acordos ou sentenças normativas,

derivadas estas de processos de dissídio coletivo; ou

c) que o valor do salário mínimo poderia, sim, servir de base

de cálculo para vantagens salariais, já que tem a mesma natureza daquelas, razão pela

qual a vedação constitucional dirigir-se-ia, na verdade, a outras situações de indexação

contratuais de natureza não salarial, e, portanto, não afetaria o disposto no artigo 192 da

CLT.

O C. TST, em março de 1996, editou a Orientação

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7ª TURMA

Jurisprudencial nº 02 da SBDI I, estabelecendo o salário mínimo como base de cálculo do

adicional em comento, frisando que tal entendimento prevaleceria mesmo na vigência da

atual Constituição Federal.

Em outubro de 2003, ao revisar sua jurisprudência, o C. TST

restaurou a antiga Súmula nº 17, que havia sido cancelada em 1994: "o  adicional  de

insalubridade  devido  a  empregado  que,  por  força  de  lei,  convenção  coletiva  ou

sentença  normativa,  percebe  salário  profissional  será  sobre  este  calculado"  e

conferiu  nova  redação  à  Súmula  nº  228:  "O  percentual  do  adicional  de

insalubridade incide sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as

".hipóteses previstas na Súmula nº 17

Sobreveio, então, a Súmula Vinculante nº 04 do Excelso

STF:

Salvo  nos  casos  previstos  na  Constituição,  o  salário  mínimo  nãopode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem deservidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisãojudicial.

À época, diante da preocupação dos magistrados em

rapidamente adequar os julgamentos às suas diretrizes, essa súmula acabou não tendo seu

significado e seu alcance precisamente apanhados, pois ainda persistiu dúvida quanto a

prevalecer ou não Súmula nº 17 do TST, tanto é assim que, na sequência, o C. TST mais

uma vez alterou a redação da Súmula nº 228:

A  partir  de  9  de  maio  de  2008,  data  da  publicação  da  SúmulaVinculante  nº  4  do  Supremo  Tribunal  Federal,  o  adicional  de

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7ª TURMA

insalubridade  será  calculado  sobre  o  ,  salvo  critériosalário  básicomais vantajoso fixado em instrumento coletivo.

O Supremo Tribunal Federal, então, foi instado a se

pronunciar através da Reclamação Constitucional nº 6266, apresentada pela Confederação

Nacional da Indústria, e concedeu liminar, em 15/07/2008, suspendendo a aplicação da

Súmula 228, na novel parte em que permitia a utilização do salário básico, para cálculo

do adicional de insalubridade. A CNI sustentou, dentre outras alegações, que a Súmula nº

228 estaria em desacordo textual, direto e expresso, com a Súmula Vinculante nº 4 do

STF, que vedou a utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de

vantagem de servidor público ou de empregado, mas, sobretudo, na parte em que proibiu

a sua substituição por decisão judicial.

Esclareceu, assim, o Excelso STF, através de seu então

Presidente, Exmo. Min. Gilmar Mendes, na Medida Cautelar ajuizada pela Confederação

Nacional da Indústria - CNI, em Reclamação 6.266-0/DF:

(...)  no  julgamento  que  deu  origem  à  mencionada  SúmulaVinculante nº 4 (RE 565.714/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, Sessão de30.4.2008  -  Informativo  nº  510/STF),  esta  Corte  entendeu  que  oadicional de insalubridade deve continuar sendo calculado com baseno salário mínimo, enquanto não superada a inconstitucionalidadepor meio de lei ou convenção coletiva.

Dessa  forma, com base no que  ficou decidido no RE 565.714/SP efixado na Súmula Vinculante nº 4, este Tribunal entendeu que não épossível a substituição do salário mínimo, seja como base de cálculo,seja  como  indexador,  antes  da  edição  de  lei  ou  celebração  de

.convenção coletiva que regule o adicional de insalubridade

Logo, à primeira vista, a nova redação estabelecida para a Súmulanº 228/TST revela aplicação  indevida da Súmula Vinculante nº  4,porquanto  permite  a  substituição  do  salário  mínimo  pelo  salário

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7ª TURMA

porquanto  permite  a  substituição  do  salário  mínimo  pelo  salário

básico no cálculo do adicional de insalubridade sem base normativa.

Diante dessas considerações, alinha-se esta E. Turma à nova

ordem vinculante quanto a considerar que o salário mínimo só deixará de balizar o

cálculo do adicional de insalubridade quando acordo, convenção ou lei dispuserem

sobre outro critério, de modo a salvaguardar o princípio da igualdade,especificamente

evitando que uma mesma norma seja interpretada de formas distintas para situações

fáticas idênticas, de modo a criar, assim, distorções inaceitáveis. "Ubi idem ratio, ibi idem

jus" (onde houver a mesma razão, aplica-se o mesmo direito).

Não basta, importante registrar, a previsão genérica (como

na incontável maioria há) de piso em acordo ou convenção coletiva, mas é preciso

cláusula que regule , repise-se, outra forma de cálculo da parcela emparticularmente

comento.

Neste sentido:

RECURSO  DE  EMBARGOS  NA  VIGÊNCIA  ATUAL  DOARTIGO 894, II, DA CLT. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.BASE  DE  CÁLCULO.  SUSPENSÃO  DA  SÚMULA  228  DESTECOLENDO  TST  POR  DECISÃO  DO  EXCELSO  STF.RECONHECIMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO COMO BASE DECÁLCULO. SÚMULA VINCULANTE Nº  4 DO EXCELSO STF.PRINCÍPIO  DA  SEGURANÇA  JURÍDICA.  MANUTENÇÃODESSE  PARÂMETRO  ATÉ  EDIÇÃO  DE  LEI  POSTERIORSOBRE O TEMA. A Súmula Vinculante nº 4 do excelso SupremoTribunal Federal, conforme bem definido em decisão mais recentedaquela Corte Maior,  não  permite  a  imposição  de  outra  base  decálculo  para  o  adicional  de  insalubridade,  ainda  que  consideradainconstitucional a vinculação do pagamento da respectiva verba aosalário mínimo. A excelsa Suprema Corte entendeu que o artigo 7º,inciso IV, da Constituição da República, revogou a norma relativa à

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PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA DO TRABALHOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO"Conciliar também é realizar justiça"

7ª TURMA

adoção do salário mínimo como base de cálculo para o adicional deinsalubridade,  mas  não  permite  a  atuação  do  judiciário  emsubstituição  para  determinar  novo  parâmetro,  sem  expressaprevisão  em  lei. Assim,  enquanto  não  houver  norma positivada  arespeito  da  base  de  cálculo  do  adicional,  o  salário  mínimo  é  oparâmetro a ser adotado, não sendo possível que o cálculo se façasobre  salário  normativo  ou  salário  profissional,  por  absoluta

.  Tal  entendimento  possibilita  aausência  de  respaldo  legalobservância ao princípio da segurança jurídica que norteia o Estadode  Direito  e  o  devido  processo  legal.  Embargos  conhecidos  eprovidos. (TST. E-RR 278/2006-404-04-00.7. Relator Ministro AloysioCorrêa da Veiga. SBDI I. DEJT 08.05.2009).

Este E. TRT editou a Súmula nº 24, pondo fim à cizânia no

âmbito deste Regional:

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. Apósa edição da Súmula Vinculante 4, do STF, até que se edite normalegal  ou  convencional,  a  base  de  cálculo  do  adicional  deinsalubridade  deve  ser  o  salário  mínimo  nacional. (Divulgada noDEJT 30/10/2014, 03/11/2014 e 04/11/2014).

Ante o exposto, para determinar oreforma-se a r. sentença

pagamento de adicional de insalubridade no percentual de 40% (quarenta por cento) sobre

o salário mínimo, por todo o lapso contratual, com reflexos em décimo terceiro, férias

com um terço e FGTS.

III. CONCLUSÃO

Pelo que,

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CNJ: 0000745-46.2013.5.09.0002TRT: 16612-2013-002-09-00-0 (RO)

PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA DO TRABALHOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO"Conciliar também é realizar justiça"

7ª TURMA

os Desembargadores da 7ª Turma do TribunalACORDAM

Regional do Trabalho da 9ª Região, por unanimidade de votos, CONHECER DO

, assim como das respectivasRECURSO  ORDINÁRIO DO  RECLAMANTE

contrarrazões. No mérito, por igual votação, DAR-LHE PROVIMENTO PARCIAL

para, nos termos do fundamentado: determinar que a primeira Ré proceda à anotaçãoa)

do término do contrato de trabalho na CTPS do Autor, com data de 02.02.13, sem menção

à ordem judicial, no prazo de 10 (dez) dias, a contar de intimação específica para tanto,

que ocorrerá somente após o Autor, também mediante intimação específica, trazer a

CTPS à Secretaria da Vara de Origem, sob pena de fazê-lo a própria Secretaria (nos

mesmos termos, ou seja, sem menção à presente ordem judicial) e sem prejuízo, neste

caso, de multa diária no valor de R$ 100,00 (cem reais), limitada a 30 (trinta) dias; e b)

determinar o pagamento de adicional de insalubridade no percentual de 40% (quarenta

por cento) sobre o salário mínimo, por todo o lapso contratual, com reflexos em décimo

terceiro, férias com um terço e FGTS.

Custas complementares, de R$ 20,00 (vinte reais), calculadas

sobre o valor ora acrescidos à condenação, provisoriamente arbitrado em R$ 1.000,00

(um mil reais), pelas Reclamadas.

Intimem-se.

Curitiba, 24 de março de 2015.

UBIRAJARA CARLOS MENDESDESEMBARGADOR DO TRABALHORELATOR

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